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UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
NA MATA DE ÁGUA AZUL -
TIMBAÚBA, VICÊNCIA E
MACAPARANA
*PERNAMBUCO*
Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade - SEMAS
EQUIPE TÉCNICA
Ana Cláudia Sacramento
Durázio Siqueira
Giannina Cysneiros Bezerra
Joana Aureliano
José Cordeiro dos Santos
Marilourdes Guedes
Verônica Lima
APOIO
Ivanildo Oliveira
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AGRADECIMENTOS
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APRESENTAÇÃO
A presente Proposta foi elaborada pela equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade de Pernambuco – SEMAS, atendendo a diversas demandas. Inicialmente, quando
em 27 de maio de 2012, foram apresentados ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA),
os resultados do projeto desenvolvido pela Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste
(AMANE) intitulado “Apoio à criação de Unidades de Conservação na Zona da Mata de
Pernambuco”, resultando na recomendação deste Conselho para criação de uma unidade de
conservação visando proteger a biodiversidade existente naquelas áreas indicadas como
prioritárias, dentre elas, a Serra do Mascarenhas. Posteriormente, em outubro do mesmo ano, nova
recomendação foi feita desta vez por parte da Universidade de Pernambuco, ratificando a
importância da área para a conservação da biodiversidade do estado. Ainda em 2012, o Comitê da
Bacia Hidrográfica do Rio Goiana (COBH Goiana) por meio do ofício nº 014/12 datado de 15.10.12,
solicitou a proteção das nascentes existentes na Serra do Mascarenhas como forma de garantir a
quantidade e qualidade dos seus mananciais hídricos. A Prefeitura de Timbaúba também
manifestou a SEMAS sua preocupação com a conservação das matas do Engenho Água Azul, por
meio do ofício nº 011/2013 de 28.05.13. Atende também a comunidade científica que, por meio de
pesquisas, sempre ressaltaram a importância da região do Mascarenhas para a conservação da
biodiversidade ao norte do rio São Francisco.
Com a elaboração desta Proposta, a SEMAS apresenta para discussão a criação de unidade
de conservação Mata de Água Azul, dando cumprimento às estratégias e metas estabelecidas no
Programa de Conservação da Biodiversidade de Pernambuco, que visam garantir a proteção
ambiental para gerações futuras.
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LISTA DE FIGURAS
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SUMÁRIO
Agradecimentos
Apresentação
Lista de Figuras
Introdução
1 Justificativa e objetivos
2 Caracterização da região onde se localiza a Mata de Água Azul
2.1 Localização, aspectos socioeconômicos e culturais
2.2 Aspectos Físicos
2.2.1 Geologia e geomorfologia
2.2.2 Clima
2.2.3 Recursos hídricos
3 Caracterização dos municípios onde está inserida a Mata de Água Azul
3.1 O município de Timbaúba
3.1.1 Localização
3.1.2 Aspectos históricos e socioeconômicos
3.1.3 Aspectos físicos: relevo, solo e hidrografia
3.2 O município de Macaparana
3.2.1 Localização
3.2.1 Aspectos históricos e socioeconômicos
3.2.3 Aspectos físicos: relevo, solo e hidrografia
3.3 O município de Vicência
3.3.1 Localização
3.3.1 Aspectos históricos e socioeconômicos
3.3.3 Aspectos físicos: relevo, solo e hidrografia
4 Caracterização da Mata de Água Azul
4.1 Aspectos gerais
4.2 Aspectos biológicos
4.2.1 Vegetação e flora
4.2.2 Fauna
5 Proposição das Categorias de Manejo
6 Referências
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Apêndices
I Categorias de manejo e características básicas das unidades de conservação
II Lista das famílias de angiospermas
III Lista das 16 famílias de pteridófitas
IV Lista das espécies de briófitas
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INTRODUÇÃO
Esta dinâmica acarretará desafios ambientais que deverão ser enfrentados pelos governos
estadual e locais, destacando-se, o combate à poluição hídrica e atmosférica /queimadas, o controle
do uso de agrotóxicos e a recuperação de áreas degradadas pelo uso inadequado do solo os
desmatamentos e a caça e pesca predatória.
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Por outro lado, no que se refere à conservação de áreas naturais, é a partir do ano de 2007,
que o Governo de Pernambuco passa a desenvolver ações mais proativas no que se refere à
conservação de sua biodiversidade. Inicialmente foi instituído o Plano Estratégico Ambiental de
Pernambuco onde, entre seus programas, destaca-se o de Conservação da Biodiversidade,
estabelecendo como ação prioritária, a criação do Sistema Estadual de Unidade de Conservação –
SEUC, fato que foi consumado com a Lei 13.787 de 8 de junho de 2009. Este ato significa um
marco para a estruturação de ações mais efetivas para a proteção do patrimônio natural do Estado.
Uma das determinações do SEUC é a elaboração do Programa de Conservação da Biodiversidade,
instituído em seu artigo 49. Este Programa, também elaborado em 2009, define uma série de
metas e atividades voltadas à promoção da proteção in situ dos biomas e ecossistemas existentes
em Pernambuco, distribuídas em oito componentes, destacando-se, para esta proposta, os que se
relacionam com a Identificação de Áreas Prioritárias para criação de Unidades de Conservação e
Criação de Novas Unidades de Conservação. O estabelecimento do SEUC e do Programa de
Conservação da Biodiversidade reflete o compromisso com uma política pública voltada para a
sustentabilidade socioambiental, com uma visão de futuro onde o desenvolvimento equilibrado e a
melhoria da qualidade de vida do povo pernambucano é a meta a ser atingida.
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outras onze áreas encontram-se em estudo para criação de novas unidades. No que se refere à Mata
Atlântica, foi criada a Estação Ecológica Bita e Utinga, no Cabo de Santo Agostinho e duas
Reservas Particulares do Patrimônio Natural: as RPPNs Pedra D’Antas e a Eco Fazenda Morim.
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1 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
Apesar de praticamente toda costa brasileira ter sido ocupada pela colonização europeia a
partir da mesma época (século XVI), foi no Nordeste do Brasil que a floresta Atlântica foi mais
rapidamente degradada. Dois ciclos econômicos foram fundamentais neste processo: o do pau-
brasil e o da cana-de-açúcar, o qual se estende até os dias atuais. Em 1990, restavam menos de 6%
da extensão original da floresta atlântica ao norte do rio São Francisco e alguns tipos florestais,
como a floresta ombrófila densa, foram reduzidos a poucas dezenas de quilômetros quadrados.
(TABARELLI, 2006.)
Quando se trata de recursos naturais, a Zona da Mata Norte de Pernambuco possui número
expressivo e de grande relevância em fragmentos florestais e recursos hídricos superficiais,
características que merecem ser destacadas. Em termos de biodiversidade, o maciço de Pirauá, área
onde está inserida o complexo Serra do Mascarenhas e Jundiá, está classificado, em diversos
estudos e documentos técnicos sobre o tema, como área prioritária para conservação da
biodiversidade, no âmbito nacional, regional e local.
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constituída pelos brejos pernambucanos, com destaque para as áreas: 33, 34 e 74, que
compreendem as Matas do Estado (ou Mata de Siriji), Serra do Mascarenhas e Engenho Água
Azul, respectivamente. Esta mesma região também é considerada como uma importante área para
conservação de aves (IBA - Important Bird Area) para o Brasil e um local de importância global
para a conservação da biodiversidade (KBA - Key Biodiversity Areas).
No que diz respeito à fauna, os levantamentos já realizados não só a Mata de Água Azul
como em todos os outros que se inserem na Serra do Mascarenhas, registram para a avifauna a
ocorrência de 165 espécies, várias delas endêmicas da Floresta Atlântica Brasileira e do Centro de
Endemismo de Pernambuco e muitas em perigo de extinção. Registram também a presença de aves
de rapina do topo da cadeia alimentar, indicadoras de qualidade ambiental, como gaviões, falcões e
corujas, além de grandes frugívoros como tucanos. Para a mastofauna há registro de tamanduá-
bandeira, de jaguatirica, além de outros pequenos mamíferos.
Apesar de grande importância ambiental, considerando seus aspectos físicos, sua riqueza
biológica e seu potencial hídrico para a produção e manutenção da disponibilidade de água, além
da sua beleza natural, a região encontra-se ameaçada por processos antrópicos, em especial àqueles
resultantes da expansão paulatina da agricultura, como por exemplo, o cultivo de bananas e uvas,
pela introdução de espécies exóticas invasoras, como o nim e o eucalipto, e pelo potencial futuro de
transformação nos padrões de uso e ocupação do solo, o que poderá aumentar a degradação desses
espaços florestais ainda existentes, colocando-os em risco de extinção.
É para proteger a Mata do Engenho Água Azul que a Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (SEMAS) elaborou esta proposta para transformar este remanescente em uma
unidade de conservação estadual, cujos objetivos serão descritos posteriormente. A localização da
mata na Serra do Mascarenhas está representada na Figura 3.
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Timbaúba
Macaparana PE 89
BR 408
Rio Capibaribe
Mirim
Mata de Água
Azul
Rio Siriji
PE 74 Vicência
A Mata de Água Azul está localizada na Região de Desenvolvimento (RD) Mata Norte,
abrangendo parte dos municípios de Timbaúba, Vicência e de Macaparana, na mesorregião Mata e
na Microrregião Mata Setentrional do Estado de Pernambuco. A sede dos municípios dista cerca de
96 km e 114 km, respectivamente da capital tendo como principais acessos a BR-232 e BR – 408 e,
para Macaparana, a PE -89 (Figura 4).
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Extraído do documento Pernambuco: realidade e desafios, elaborado pela Agencia Condepe/Fidem
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RECIFE
Pelas rodovias BR-408 e BR-101, PE-062, PE-089, PE-075 e PE-074 escoa, praticamente,
toda a produção econômica e circula o abastecimento da região. A economia é baseada na
agroindústria, tendo como principais atividades a produção da cana-de-açúcar e de açúcar. Além
disso, a região destaca-se com a produção de banana, ovos, horticultura e aves. Já no setor
industrial, a concentração é na indústria de transformação com os segmentos de alimentos
(principalmente o açúcar), papel, minerais não metálicos (cimento) e calçados. Os Serviços
participam com 67,4% do PIB, destacando-se o setor público e o comércio. É previsto que, com a
criação dos polos Farmacoquímico e Automotivo em Goiana, haverá um maior dinamismo da
indústria da região. Encontra-se em expansão o turismo cultural a partir do seu rico patrimônio,
onde se destacam as edificações oriundas do ciclo canavieiro, tais como igrejas, casas grandes,
capelas, e moitas. Uma expressão típica da cultura local é o maracatu de baque solto ou maracatu
rural, onde encontra suas expressões mais significativas, particularmente o Cambinda Brasileiro,
em Nazaré da Mata, o mais antigo maracatu desse gênero no Brasil. Também são manifestações
importantes o cavalo-marinho, o coco, a ciranda, o bloco rural e o forró. Quanto à produção
artesanal, sobressaem os tapetes de Lagoa do Carro e o artesanato em barro de Tracunhaém e de
Goiana, que são referências nacionais nesse tipo de manifestação artística. Quanto à atividade
turística, merece destaque o veraneio, no município de Goiana, nos meses de dezembro a fevereiro,
embora venha ocorrendo um incremento do turismo rural, com o aproveitamento dos engenhos
para essa finalidade.
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A região onde está inserida a área proposta para criação da unidade de conservação
apresenta como traço característico de sua paisagem morfológica o conjunto de elevações (cristas e
vales paralelos) que assinalam a projeção da escarpa do Planalto da Borborema para leste, sobre as
terras baixas da costa setentrional pernambucana. Tais elevações, que constituem o maciço do
Pirauá e integram o conjunto montanhoso denominado por Grabois et alii (1991) “Terras Altas da
Transição Agreste/Mata Norte de Pernambuco”, propiciam o avanço “mais proeminente da zona
costeira úmida sobre o interior mais seco nas proximidades da divisa de Pernambuco com o estado
da Paraíba.”
A espinha dorsal do maciço é a serra do Pirauá, extensa crista que se desenvolve no sentido
norte-sul com altitude superior a 600m, tendo do lado ocidental o vale do Paraíba e do lado
oriental os vales do Siriji e do Capibaribe Mirim. A leste da serra do Pirauá, o citado maciço forma
as cristas localmente chamadas Serras de Manoel de Matos, dos Dois Jiraus, do Mascarenhas, do
Canal e da Conceição.
Dentre estas se destaca a Serra do Mascarenhas por sua altitude, que varia entre 450 e
500m, alcançando mesmo 600m no ponto culminante, a pedra do Mascarenhas. Recebe
frontalmente os ventos de SE que passam sobre as serras baixas da Conceição e do Canal, situadas
ao sul, e é favorecida, assim, pela umidade que permitiu a formação da mata úmida nas áreas mais
expostas; aí estão as cabeceiras do rio Siriji e da maioria dos seus afluentes da margem esquerda,
quase todos perenes.
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Extraído do documento: Plano de Manejo: Diagnóstico Ambiental da Bacia de Contribuição da Barragem do Siriji.
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Entre a Serra do Mascarenhas (ao norte) e a crista rebaixada (ao sul), na porção central da
bacia, o relevo é constituído por pequenas chãs e morros arredondados com altitudes inferiores a
300m, modelados em terrenos muito antigos compostos por rochas ígneas e metamórficas (xistos,
gnaisses, migmatitos, quartzitos, granitos, dentre outras) integrantes dos Complexos Gnáissico-
Migmatítico (Arqueano) e Surubim (Proterozóico inferior) (BRASIL, 1990; PERNAMBUCO,
2001a) e realçados pela superfície de aplainamento pliocênica com níveis entre 130 e 180m, onde
se localiza a barragem do Siriji.
2.2.2 Clima3
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Extraído do documento: Plano de Manejo: Diagnóstico Ambiental da Bacia de Contribuição da Barragem do Siriji.
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A Mata de Água Azul está inserida na bacia hidrográfica do Rio Goiana. Com uma área de
2.878,30km2, a bacia do rio Goiana compreende 2,91% da área total do Estado. Sua área de
drenagem envolve 26 municípios ou parte de municípios dos quais 20 estão com suas sedes
inseridas na bacia.
A bacia do rio Goiana abrange terras dos municípios de Araçoiaba, Aliança, Buenos Aires,
Bom Jardim, Camutanga, Carpina, Casinhas, Condado, Ferreiros, Goiana, Igarassu, Itaquitinga,
Itambé, João Alfredo, Lagoa do Carro, Limoeiro, Macaparana, Machados, Nazaré da Mata, Orobó,
Paudalho, Salgadinho, São Vicente Férrer, Timbaúba, Tracunhaém e Vicência.
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O rio Goiana que dá nome a bacia, tem uma extensão de 15 km com deságue no Oceano
Atlântico. Em seus últimos 10,5 km é limite entre os Estados da Paraíba e Pernambuco, e é
formado a partir da confluência dos rios, Capibaribe-Mirim e Tracunhaém (CONDEPE/FIDEM,
2005).
A Figura 5 mostra a localização da Mata de Água Azul na bacia hidrográfica do rio Goiana.
Legenda:
Unidade de conservação Mata de Água Azul
“A sub-bacia do Capibaribe Mirim ocupa a porção norte da bacia do rio Goiana e abrange
cerca de 54% da área desta. Apresenta-se bastante larga, nas porções central e ocidental e estreita-
se bruscamente na porção oriental a leste da PE-004 que liga a cidade de Condado à PE-075. O rio
principal dessa sub-bacia, o Capibaribe Mirim, percorre cerca de 66 km da nascente até o encontro
com o rio Tracunhaém, tendo praticamente todo o seu curso situado na Microrregião Mata
Setentrional Pernambucana.”(CPRH, 2003).
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3.1.1 Localização
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Camutanga, Ferreiros e Aliança, ao sul com Vicência e a Oeste com o município de Macaparana
(Figura 7).
Timbaúba
O nome "Timbaúba" é derivado do termo tupi timbo'ïwa, que significa "árvore da espuma",
“árvore muito branca, alvíssima” em uma referência a uma árvore da família das leguminosas
também conhecida como Timbaúva.
O Município de Timbaúba divide-se em zona urbana e zona rural, sendo esta última
subdividida em 04 (quatro) distritos rurais a seguir denominados: Cruangi, Livramento do Tiúma,
Catucá e Queimadas. Durante muito tempo o município foi destaque no comércio de rede e de
calçados, envolvendo grande parte da população até meados do século XX.
Na primeira metade do século XIX, à margem direita do Rio Capibaribe Mirim surgiu um
núcleo populacional, onde havia uma feira. Nas proximidades do povoado, havia uma fazenda
conhecida pelo nome Árvore de Espuma, pertencente ao português Antônio José Guimarães, que,
além das suas atividades agropastoris, mantinha um estabelecimento comercial onde vendia
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tecidos e gênero diversos. Antônio José Guimarães, que havia conquistado posição de destaque na
localidade, impôs a transferência da feira para o pátio de sua fazenda. Começou daí a formação de
um novo povoado. Com auxílio da população, a esposa do fazendeiro fez construir uma capela em
homenagem a Nossa Senhora das Dores.
No início da sua formação, a economia da cidade era voltada para a exploração do pau-
brasil. Logo em seguida, Timbaúba viveu o auge do ciclo da cana-de-açúcar possuindo inúmeros
engenhos na época colonial. Atualmente, embora não tenha perdido sua vocação agrícola
produtora de açúcar, dedica-se as atividades comerciais por estar situada nas proximidades de
várias pequenas cidades do interior de Pernambuco. Também fazem parte de sua economia a
pecuária, lavoura permanente, lavoura temporária, produção agrícola de cereais, leguminosas e
oleaginosas, e a extração vegetal ligada à silvicultura.
O município conta com uma instituição de ensino superior privada, que oferece cursos de
Administração, Ciências Contábeis, Direito e Pedagogia.
Na cidade estão instaladas três unidades hospitalares, sendo duas municipais e uma
privada. Além de 18 postos de saúde, localizados nas comunidades, adiantando assim o
atendimento primário a população. Foi criada a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF), que tem como objetivo ministrar palestras, fazer acompanhamentos nas comunidades
através de fisioterapeutas, psicólogos, etc.
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3.2.1 Localização
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A área municipal ocupa 108.048 Km² e, segundo dados do IBGE, possui uma população
estimada em 2013 de 24.793 habitantes e uma densidade demográfica de 221,43 hab./km².
Macaparana
O primeiro registro que se tem da formação de Macaparana data do final do século XIX
(1879) quando Manoel Panguengue construiu um rancho de taipa, em terras do engenho Macapá,
propriedade de fazendeiro José Francisco do Rego Cavalcanti. A construção passaria a servir como
ponto de apoio para o comerciante realizar seus negócios e, posteriormente, tornou-se estalagem
para os viajantes. Com o passar dos anos outras casas foram erguidas no local formando o que viria
a ser denominada Vila de Macapá, distrito de Timbaúba.
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3.3.1 Localização
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A área municipal ocupa 228.017 Km² e, segundo dados do IBGE, possui uma população
estimada em 2013 de 31.866 habitantes e uma densidade demográfica de 134,78 hab./km².
Vicência
Em 1850, o local onde hoje se situa a cidade de Vicência era apenas uma propriedade rural,
sem denominação conhecida, pertencente a uma senhora de nome Vicência Barbosa de Melo, a
qual mandou construir, ao lado da residência, uma capela sob a invocação de Sant’Ana. O lugarejo
foi se organizando e passou a ser conhecido pelo nome da proprietária, pois as pessoas que por ali
passavam , quando de ida ou volta para Goiana , combinavam sempre descansar no rancho de dona
Vicência, simplificando depois para “descansar na Vicência”, dando o nome ao povoado em
formação. Ainda durante o ano de 1850, com o grande movimento de pessoas, foram construídos
alguns casebres, para especulação comercial, chegando-se mesmo à organização de um arruado
que teve inicialmente o nome de Rua da Baixa, local hoje denominado Praça Joaquim Nabuco.
Em 1856 o padre João Crisóstomo iniciou a construção de uma capela que só ficou pronta
em 1859, sob a orientação do capuchinho frei Caetano de Messina. Seu primeiro vigário foi o padre
italiano João Donato Barroco. Em 05 de junho de 1879 a Lei Provincial nº 1.448 elevou a povoação
de Vicência à categoria de freguesia e erigiu em matriz a igreja de Nossa Senhora de Sant’Ana. Pelo
Decreto-Lei Estadual nº 142, de 30 de maio de 1891, a circunscrição territorial dos distritos de paz
de Vicência, Angélicas e Aliança foi elevada a vila e termo sob a denominação de Vicência. O
município foi instalado em 15 de junho do mesmo ano.
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Pela Lei Estadual nº 72, de 16 de maio de 1895, o município foi extinto assim permanecendo
durante 33 anos, até que, pela Lei Estadual nº 1.931, de 11 de setembro de 1928, voltou à condição
de município autônomo, instalado em 1º de janeiro de 1929, constituído pelos territórios dos
distritos de Angélicas e Vicência, desmembrados do município de Nazaré. Posteriormente, a sede
do distrito de Angélicas foi transferida para o lugar denominado Sapé, que apresentava maior
desenvolvimento, pelo Ato nº 19, de 02 de abril de 1932, determinação do então prefeito, Dr.
Benjamin Oliveira da Costa Azevedo. Em cumprimento ao Decreto-Lei Estadual nº 952, de 31 de
dezembro de 1943, o distrito de Sapé passou a
denominar-se Murupé.
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A área da unidade é recortada por rios perenes, porém de pequena vazão e o potencial de
água subterrânea é baixo. O clima é do tipo Tropical Chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa
se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro. Nas
Superfícies Suave Onduladas a Onduladas, ocorrem os Planossolos, medianamente profundos,
fortemente drenados, ácidos a moderadamente ácidos e fertilidade natural média e ainda os
Podzólicos, que são profundos, textura argilosa, e fertilidade natural média a alta. Nas Elevações
ocorrem os solos Litólicos, rasos, textura argilosa e fertilidade natural média. Nos Vales dos rios e
riachos, ocorrem os Planossolos, medianamente profundos, imperfeitamente drenados, textura
média/argilosa, moderadamente ácidos, fertilidade natural alta e problemas de sais. Ocorrem
ainda Afloramentos de rochas.
No que se refere às águas superficiais, Vicência encontra-se inserido nos domínios da bacia
hidrográfica do Rio Goiana. Seus principais tributários são: o Rio Siriji e os riachos: Pagi,
Coitadinho, Bela Vista e Marajá. O principal corpo de acumulação é o Açude Siriji (17.260.000m3).
Os principais cursos d’água no município têm regime de escoamento perenizado e o padrão de
drenagem é o dendrítico. Para as águas subterrâneas, ele está totalmente inserido no Domínio
Hidrogeológico Fissural. O Domínio Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que
englobam o subdomínio rochas metamórficas constituído do Complexo Vertentes e do Complexo
Salgadinho e o subdomínio rochas ígneas dos Granitoides.
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A Mata de Água Azul, para efeito desta proposta, é formada pelo fragmento conhecido como
mata do Engenho Água Azul, localizada em terras da Usina Cruangi, pela mata de Xixá, localizada
em terras da antiga Usina Aliança além de vários outros fragmentos localizados nos municípios de
Timbaúba e Macaparana que, somados a estes dois, formam um bloco contínuo de vegetação
nativa, perfazendo uma área total aproximada de 3.800 ha ou 38 km². O Engenho Água Azul é de
propriedade da Massa Falida da Usina Cruangi e a Mata de Xixá pertence à Usina Aliança tendo
parte dela dada como indenização aos trabalhadores/agricultores como pagamento de débitos
contraídos pela antiga Usina. Hoje existem cerca de 150 famílias que ocupam áreas próximas.
Assim como a Mata de Siriji, este remanescente é considerado de extrema importância para
a conservação da diversidade biológica da Floresta Atlântica, e está inserida no chamado Centro de
Endemismo de Pernambuco, região que abriga várias espécies endêmicas de animais e vegetais.
Trata-se de um fragmento de floresta ainda preservada e pouco alterada e em bom estado de
conservação na região norte e no estado de Pernambuco. As áreas degradadas apresentam
regeneração natural ou foram induzidas, por meio do plantio de algumas mudas de plantas nativas,
quando na região havia um viveiro florestal.
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São vastas as Áreas de Preservação Permanente (APP) das serras e encostas que foram e
estão sendo ocupadas pela atividade agropecuária, inicialmente com cana-de-açúcar e pasto e,
posteriormente, por extensos plantios de banana, uva, e outras lavouras de subsistência. Mais
preocupante, do ponto de vista da conservação dos processos biológicos naturais do ambiente, é a
chegada dos plantios de espécies madeireiras exóticas como o Azadirachta indica A.Juss. (nim) e o
Eucalyptus sp. (eucalipto), mais recentemente introduzidos nas chãs e encostas Leste e Sul da
Serra do Mascarenhas, em contato com os remanescentes florestais nativos, sugerindo avanço
espacial sobre estes.
Algumas das espécies que ocorrem nestas matas não são mais encontradas com frequência
nas demais matas de Pernambuco, como Plathymenia reticulata Benth. (=Plathymenia foliolosa
Benth.) (amarelo-vinhático) da família FABACEAE; Guarea macrophylla Vahl (marinheiro) da
família MELIACEAE, Jacaratia dodecaphylla (Vell.) A.DC. (jacaratiá-mirim) da família
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espécies das famílias Fabaceae, Dilleniaceae, Sapindaceae e Vitaceae, sugerindo um avançado grau
de maturidade da floresta, diante dos fragmentos perturbados, alguns em plena regeneração
natural. Nestes, mais conhecidos como capoeiras, são comuns as espécies Hymenaea courbaril L.
(jatobá), Croton urticifolius Lam. (velame), Senna georgica H.S.Irwin & Barneby (sena), Dioclea
grandiflora Mart. ex Benth. (mucunã) Cordia sellowiana Cham. (gargaúba), Byrsonima sericea
DC. (murici-da-mata), Byrsonima crispa A.Juss. (murici), Stigmaphyllon paralias
A.Juss.(malina), além de várias outras espécies das famílias ACANTHACEAE, ASTERACEAE,
BORAGINACEAE, FABACEAE e LAMIACEAE.
4.2.2. Fauna
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Dentre as aves, o grupo de rapina florestal também tem ocorrência significativa para a área.
De acordo com estudos de Roda & Pereira (2006), a distribuição recente das aves de rapina
florestais do Centro de Endemismo Pernambuco, com registro para os municípios da área é a
seguinte:
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Também está registrada a ocorrência de várias espécies cinegéticas - ‘aves de caça’ - como o
lambu-espanta-boiada (Crypturellus parvirostris), a rolinha-caldo-de-feijão (Columbina
talpacoti), a juriti-gemedeira (Leptotila rufaxilla) e a parari (Geotrygon montana); e canoras -
‘aves de gaiola’ - como tapacu (Forpus xanthopterygius), sabiá-gongá (Turdus rufiventris), sabiá-
branco (Turdus leucomelas), sabiá-bico-de-osso (Turdus amaurochalinus), sabiá-golada (Turdus
albicollis), encontro-de-prata (Tachyphonus rufus), sangue-de-boi (Ramphocelus bresilius),
sanhaçu-do-azul (Thraupis sayaca), sanhaçu-do-verde (Thraupis palmarum), pintor-verdadeiro
(Tangara fastuosa), pintor-coleira (Thraupis cyanocephala corallina), frei-vicente (Thraupis
cayana), verdelim (Dacnis cayana), saíra (Cyanerpes cyaneus), tiziu (Volatinia jacarina), papa-
capim (Sporophila nigricolis), patativa-golada (Sporophila albogularis), galo-de-campina
(Paroaria dominicana), papa-pimenta (Saltator maximus), xexéu-de-bananeira (Icterus
cayanensis), anumará (Curaeus forbesi), papa-arroz (Molothrus bonariensis), vem-vem
(Euphonia chlorotica) e guriatã (Euphonia violacea).
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São vários os pequenos mamíferos que ocorrem na área, todavia há uma carência de
registros oficiais. Em levantamento realizado por OLIVEIRA & LANGGUTH (2004), para os
grupos Didelphimorphia e Rodentia, há os seguintes registros de ocorrência em pelo menos um dos
municípios da área:
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O Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC foi instituído por meio da Lei
Estadual nº 13.787 de 8 de junho de 2009, definindo unidade de conservação como o “espaço
territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de
proteção”. Dentre seus objetivos, destacam-se:
As categorias de manejo das UCs do grupo de Proteção Integral são: Reserva Biológica
(REBIO), Estação Ecológica (ESEC), Parque Estadual (PE), Monumento Natural (MONA), e
Refúgio de Vida Silvestre (RVS).
As categorias de manejo das UCs do grupo de Uso Sustentável são: Área de Proteção
Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Reserva de Fauna , Floresta
Estadual (FLOE), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS),
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Para Mata de Água Azul, quando da proposição da categoria de manejo para este
remanescente, alguns fatores foram observados:
Segundo o que determina a Lei 13.787, que instituiu o Sistema Estadual de Unidades de
Conservação (SEUC), o RVS tem o seguinte objetivo:
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O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) pode ser constituído por áreas particulares,
desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da
terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. Também é permitida a
visitação pública, desde que sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano
de Manejo da unidade e às normas estabelecidas pelo órgão gestor.
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6 REFERÊNCIAS
CEPAN. Aves do Engenho Água Azul, Timbaúba, Pernambuco, Brasil. In: Projeto de Apoio a
Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco. Centro de Pesquisas
Ambientais do Nordeste Flora, 2009.
CEPAN. Aves do Engenho Água Azul, Timbaúba, Pernambuco, Brasil. In: Projeto de Apoio a
Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco. Centro de Pesquisas
Ambientais do Nordeste Flora, 2009.
CEPAN. Estudo Socioeconômico Mata do Estado – São Vicente Férrer/PE (Relatório Preliminar).
Consultor (a): Bárbara Luna de Araújo. Recife, 2010.
CEPAN. Relatório e Flora da Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco, Brasil. In: Projeto
de Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco. Centro de
Pesquisas Ambientais do Nordeste Flora, 2009.
CEPAN. Relatório e Flora do Engenho Água Azul, Timbaúba, Pernambuco, Brasil. In: Projeto de
Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco. Centro de
Pesquisas Ambientais do Nordeste Flora, 2009.
Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 08 Jan. 2014
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RODA, S. A. & PEREIRA, G. A. Distribuição recente e conservação das aves de rapina florestais do
Centro de Pernambuco, Revista Brasileira de Ornitologia 14 (4) 331-344. 2006.
RODA, S. A., PEREIRA, G. A., & Albano, C. Conservação de aves endêmicas e ameaçadas do centro
de endemismo Pernambuco: Planos de conservação para Glaucidium mooreorum, Philydor
novaesi. Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata, Phylloscartes ceciliae e Tangara
fastuosa. Editora Universitária, UFPE, 2011.
TABARELLI, Marcelo; MELO, Maria das Dores de V. C. LIRA, Osvaldo C. de. In: a Mata Atlântica
do Nordeste. 2006. Disponível em
<http://www.amane.org.br/download/mata_atlantica_nordeste.pdf> acesso em 18.11.2013
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APÊNDICES
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APÊNDICE I- CATEGORIAS DE MANEJO E CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A. GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL (LEI 13.787/2009)
RESERVA Tem como objetivo a preservação Posse e domínio público. Áreas Proibida a visitação Depende de Não. Até a regularização
BIOLÓGIA integral da biota e demais particulares incluídas em seus limites pública, exceto autorização prévia do fundiária, será
(REBIO) atributos naturais existentes em serão desapropriadas. quando com objetivo órgão responsável garantida aos residentes
seus limites. educacional. pela administração da as condições e meios
unidade. que subsistiam a época
da criação da UC.
ESTAÇÃO Tem como objetivo a preservação Posse e domínio público. Áreas Proibida a visitação Depende de
ECOLÓGICA da natureza e a realização de particulares incluídas em seus limites pública, exceto autorização prévia do
(ESEC) pesquisas científicas. serão desapropriadas. quando com objetivo órgão responsável
educacional. pela administração da
unidade.
PARQUE Tem como objetivo a preservação Posse e domínio público. Áreas Sujeita às normas e Depende de
de ecossistemas naturais de particulares incluídas em seus limites restrições autorização prévia do
grande relevância ecológica e serão desapropriadas. estabelecidas no órgão responsável
beleza cênica. Plano de Manejo da pela administração da
unidade. unidade.
MONUMENTO Preservar sítios naturais raros, Pode ser constituído por áreas Sujeita às condições e Depende de Sim, desde que haja
NATURAL singulares ou de grande beleza particulares, desde restrições autorização prévia do compatibilidade dos
cênica. que seja possível compatibilizar os estabelecidas no órgão responsável usos com o objetivo da
objetivos da unidade com a utilização Plano de Manejo da pela administração da UC.
da terra e unidade. unidade.
dos recursos naturais do local pelos
proprietários.
Proteger ambientes naturais Pode ser constituído por áreas Sujeita às condições e Depende de Sim, desde que haja
onde se asseguram condições particulares, desde restrições autorização prévia do compatibilidade dos
REFÚGIO DE para a existência ou reprodução que seja possível compatibilizar os estabelecidas no órgão responsável usos com o objetivo da
VIDA SILVESTRE de espécies ou comunidades da objetivos da unidade com a utilização Plano de Manejo. pela administração da UC.
(RVS) flora local e da fauna residente da terra e unidade.
ou migratória. dos recursos naturais do local pelos
proprietários.
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ÁREA DE Proteger a diversidade biológica, Constituída por terras públicas e/ou Nas áreas sob domínio Nas áreas sob Sim.
PROTECAO disciplinar o processo de privadas. público serão domínio público
AMBIENTAL ocupação e assegurar a estabelecidas pelo serão estabelecidas
(APA) sustentabilidade do uso dos órgão gestor da pelo órgão gestor da
recursos naturais. unidade. Nas áreas sob unidade. Nas áreas
propriedade privada, sob propriedade
cabe ao proprietário privada, cabe ao
estabelecer as proprietário
condições para estabelecer as
visitação pelo público, condições para
observadas as pesquisa, observadas
exigências e restrições as exigências e
legais. restrições legais.
ÁREA DE Em geral áreas de pequena Constituída por terras públicas e/ou Sim. Porém pouca ou
RELEVANTE extensão, com pouca ou privadas. nenhuma ocupação
INTERESSE nenhuma ocupação humana, humana.
ECOLÓGICO com características
(ARIE) naturais extraordinárias ou que
abriga exemplares raros da biota
regional.
RESERVA DE Área natural com populações Posse e domínio público. Áreas Pode ser permitida, Permite estudos- Não.
FAUNA (RF) animais de espécies nativas, particulares incluídas em seus limites desde que compatível técnicos faunísticos.
terrestres ou aquáticas, serão desapropriadas. com o manejo da
residentes ou migratórias, unidade e de acordo
adequadas para estudos técnico- com as normas
científicos sobre o manejo estabelecidas pelo
econômico sustentável de órgão responsável por
recursos faunísticos. sua administração.
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RESERVA DE É uma área natural que Posse e domínio público. Áreas É permitida e É permitida e O uso das áreas
DESENV. abriga populações tradicionais, particulares incluídas em seus limites incentivada a visitação incentivada, ocupadas pelas
SUSTENTÁVEL cuja existência baseia-se em deverão, quando necessário, ser pública, desde que sujeitando-se à prévia populações tradicionais
(RDS) sistemas sustentáveis de desapropriadas. compatível com os autorização do órgão será regulado de acordo
exploração dos recursos interesses locais e de responsável pela com o disposto no art.
naturais, desenvolvidos ao longo acordo com o disposto administração da 23 desta Lei e em
de gerações e adaptados no Plano de Manejo da unidade. regulamentação
às condições ecológicas locais e área. específica
que desempenham um papel
fundamental na
proteção da natureza e na
manutenção da diversidade
biológica.
FLORESTA Área com cobertura florestal de Posse e domínio público. Áreas É permitida, É permitida e É admitida a
ESTADUAL espécies predominantemente particulares incluídas em seus limites condicionada às normas incentivada, permanência de
(FLOE) nativas, destinada à produção serão desapropriadas. estabelecidas para o sujeitando-se à prévia populações tradicionais
econômica sustentável de manejo da unidade. autorização do órgão que a habitam quando
madeira e outro produtos responsável pela de sua criação.
vegetais. administração da
unidade.
RESERVA DE Tem por objetivo prestar Posse publica ou privado É permitida e É permitida e É admitida a
FLORESTA serviços ambientais às cidades incentivada, incentivada, permanência de
URBANA (FURB) como: proteção de nascentes e condicionada às normas sujeitando-se à prévia populações que a
disponibilidade de água, estabelecidas para o autorização do órgão habitam quando de sua
amenização do clima, manejo da unidade. responsável pela criação.
manutenção e proteção do solo, administração da
etc. unidade.
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RESERVA É uma área privada, gravada Privado É permitida desde que É permitido desde Não.
PARTICULAR DO com perpetuidade, com o com objetivos que autorizado pelo
PATRIMÔNIO objetivo de conservar a turísticos, recreativos e proprietário e de
NACIONAL diversidade biológica. educacionais. acordo com condições
(RPPN) estabelecidas no
Plano de Manejo
RESERVA Área utilizada por populações É de domínio público, com uso É permitida, desde que É permitida e Sim.
EXTRATIVISTA extrativistas concedido às populações extrativistas compatível com os incentivada,
(RESEX) tradicionais. Tem como tradicionais. interesses locais e de sujeitando-se à prévia
objetivos básicos proteger os acordo com o disposto autorização do órgão
meios de vida e a cultura dessas no Plano de Manejo. responsável pela
populações, e assegurar o administração da
uso sustentável dos recursos unidade.
naturais da unidade.
Apêndice II
Lista das famílias de angiospermas com suas atuais espécies nativas e seus vernáculos mais
comuns, amostradas nos levantamentos de flora realizados nos fragmentos florestais da mata do
engenho Água Azul (Floresta Ombrófila Densa Submontana), classificadas de acordo com a Lista
de Espécies da Flora do Brasil do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
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Apêndice III
Lista das 16 famílias de pteridófitas com espécies nativas amostradas nos levantamentos
realizados nos fragmentos florestais do Engenho Água Azul (Floresta Ombrófila Densa
Submontana):
1. Aspleniaceae
Asplenium cristatum Lam.
Asplenium formosum Willd.
Asplenium serratum L.
2. Blechnaceae
Blechnum brasiliense Desv.
Blechnum occidentale L.
Blechnum serrulatum Rich.
Salpichlaena volubilis (Kaulf.) Hook.
3. Cyatheaceae
Cyathea abreviata Fernandes
Cyathea microdonta (Desv.) Domin
Cyathea phalerata Mart.
Cyathea praecincta (Kunze) Domin
4. Dennstaedtiaceae
Lindsaea lancea (L.) Bedd. var. lancea
Lindsaea pallida Klotzsch
5. Dryopteridaceae
Ctenitis distans (Brack.) Ching
Cyclodium heterodon (Schrad.) Moore var. abbreviatum (C. Presl) A.R. Sm.
Cyclodium meniscioides (Willd.) C. Preslvar. meniscioides
Diplazium cristatum (Desv.) Aslton
Megalastrum sp.
Polybotrya cylindrica Kaulf.
Tectaria incisa Cav.
Triplophyllum dicksonioides (Fée) Holttum
Triplophyllum funestum (Kunze) Holttum var. funestum
Triplophyllum funestum (Kunze) Holttum var. perpilosum Holttum
6. Gleicheniaceae
Dicranopteris flexuosa (Schrad.) Underw.
Gleichenella pectinata (Willd.) Ching
7. Hymenophyllaceae
Trichomanes hymenoides Hedw
Trichomanes krausii Hook. & Grev.
Trichomanes pinnatum Hedw.
Trichomanes scandens L.
8. Lomariopsidaceae
Lomagramma guianensis (Aubl.) Ching
Lomariopsis japurensis (Mart.) Sm.
9. Marattiaceae
Danaea bipinnata H. Tuomisto
Danaea elliptica Sm.
Danaea nodosa (L.) Sm.
10. Nephrolepidaceae
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11. Polypodiaceae
Campyloneurum repens (Aubl.) C. Presl
Dicranoglossum desvauxii (Klotzsch) Proctor
Dicranoglossum furcatum (L.) J. Sm.
Microgramma geminata (Schrad) R.M Tryon & A.F. Tryon
Microgramma lycopodioides (L.) Copel.
12. Pteridaceae
Adiantum argutum Splitg.
Adiantum deflectens Mart.
Adiantum diogoanum Glaz. ex Baker
Adiantum dolosum Kunze
Adiantum glaucescens Klotzsch
Adiantum humile Kunze
Adiantum latifolium Lam.
Adiantum obliquum Willd.
Adiantum petiolatum Desv.
Adiantum pulverulentum L.
Adiantum serratodentatum Humb. & Bonpl. ex Willd.
Adiantum terminatum Kunze ex Miq.
Doryopteris pedata (L.) Fée var. multipartita (Fee) R.M. Tryon
Hemionitis palmata L.
Pityrogramma calomelanos (L.) Link var. calomelanos
Pteris biaurita L.
Pteris denticulata Sw. var. denticulata
13. Schizaeaceae
Actinostachys pennula (Sw.) Hook.
Anemia hirta (L.) Sw.
Anemia phyllitidis (L.) Sw.
Anemia villosa Humb. & Bonpl. ex Willd.
Lygodium venustum Sw.
Lygodium volubile Sw.
Schizaea elegans (Vahl) Sm.
14. Selaginellaceae
Selaginella muscosa Spring
Selaginella sp.
15. Thelypteridaceae
Macrothelypteris torresiana (Gaudich) Ching
Thelypteris abrupt (Desv.) Proctor
Thelypteris biolleyi (Christ) Proctor
Thelypteris hispidula (Decne.) C.F. Reed
Thelypteris macrophylla (Kunze) C.V. Morton
Thelypteris poiteana (Bory) Proctor
Thelypteris polypodioides (Raddi) C.F. Reed
Thelypteris serrata (Cav.) Alston
16. Vittariaceae
Ananthacorus angustifolius Underw. & Maxon
Anetium citrifolium (L.) Splitg.
Polytaenium guayasense (Hieron.) Alston
Vittaria lineata (L.) Sm.
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Apêndice IV
Lista das espécies de briófitas epíxilas da família Lejeuneaceae, amostradas nos levantamentos
realizados nos fragmentos florestais do Engenho Água Azul (Floresta Ombrófila Densa
Submontana):
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