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PLANO DE MANEJO

Parque Estadual rio canoas


Encarte 3
Análise da Unidade de Conservação

Recursos de Compensação Ambiental Execução

Governo do Estado
SANTA CATARINA
Fundação do Meio Ambiente – FATMA

CRÉDITOS INSTITUCIONAIS

GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA


LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA

SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


SUSTENTÁVEL – SDS
JEAN KUHLMANN

FUNDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE – FATMA


PRESIDENTE
CARLOS LEOMAR KREUZ

DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO
JÂNIO WAGNER CONSTANTE

DIRETORIA DE PROTEÇÃO DOS ECOSSISTEMAS


GILMAR EDSON KOEDDERMANN

GERÊNCIA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E ESTUDOS AMBIENTAIS


ARNO GESSER FILHO

SUPERVISÃO DO PLANO DE MANEJO


MARIA DE FÁTIMA BLEYER BRESOLA

EQUIPE TÉCNICA DE ANÁLISE DO PLANO DE MANEJO


ALAIR DE SOUZA – BIÓLOGO
BELONI TEREZINHA PAULI MARTERER – BIÓLOGA
MARIA DE FÁTIMA BLEYER BRESOLA – ARQUITETA
PATRÍCIA MARIA SOLIANI – ARTE EDUCADORA

OUTUBRO/2007

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

CRÉDITOS INSTITUCIONAIS E TÉCNICOS

FUNDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - FATMA


Diretoria de Proteção de Ecossistemas - DPEC

Supervisão Geral – FATMA/DPEC


Maria de Fátima Bleyer Bresola

Coordenação Geral – SOCIOAMBIENTAL Consultores Associados Ltda


Marcos A. Da-Ré

Equipe de Planejamento
Maria de Fátima Bleyer Bresola - FATMA
Beloni Marterer - FATMA
Marcos A. Da-Ré, Biólogo – Socioambiental
Eduardo de Castilho Salliés, Biólogo – Socioambiental
Eduardo Hermes Silva, Biólogo, – Socioambiental
José Olimpio da Silva Jr., Biólogo, M.Sc. – Socioambiental

Equipe Técnica de Execução – SOCIOAMBIENTAL Consultores Associados Ltda.


Marcos Da-Ré, Biólogo – Socioambiental – Planejamento e Coordenação Geral
Eduardo de Castilho Saliés, Biólogo – Socioambiental – Planejamento, Uso Público e
Coordenação Técnica
Eduardo Hermes Silva, Biólogo,– Planejamento e Percepção Socioambiental
Rafael Garziera Perin, Biólogo, M.Sc. – Botânica
Carlito Duarte, Eng° Sanitarista – Socioambiental – Recursos Hídricos
Alexey Bevilcqua Tormin Borges – Biólogo – Ecoturismo
Nelson Ludwig – Geólogo M.Sc. – Geologia e Geomorfologia
Jordan Wallauer – Veterinário, Dr. – Fauna
Sérgio Talocchi – Economista, M. Sc. – Socioeconomia

Este trabalho foi realizado com recursos da medida compensatória da Usina Hidrelétrica
Campos Novos

SOCIOAMBIENTAL Consultores Associados Ltda.


Sócio-gerente - Ricardo Müller Arcari
Supervisão Técnica – José Olimpio da Silva Jr.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

FICHA CATALOGRÁFICA

634.956 Plano de manejo do Parque Estadual Rio Canoas - Encarte 3: Análise da


Unidade de Conservação / Fundação do Meio Ambiente, Socioambiental
P712 Consultores Associados Ltda.― Florianópolis : [s.n], 2007. 134f. : il.,
mapas col.

1.Parque Estadual Rio Canoas (SC) 2. Parques – Santa Catarina. I.


Fundação de Meio Ambiente (SC). II.Socioambiental Consultores Associados
Ltda.

CDD 21ª ed. 634.956

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

APRESENTAÇÃO

As Unidades de Conservação (UC’s) são um importante instrumento para proteção da


biodiversidade brasileira, dos processos naturais e dos serviços ambientais associados. A
efetividade deste instrumento, no entanto, depende principalmente da criação e
implementação de seus mecanismos de planejamento e gestão. É nesse aspecto que se
inserem os planos de manejo, que consistem na ferramenta que possibilita dar início a esse
processo, seja porque definem a política e as ações a serem tomadas pelos órgãos
responsáveis, ou porque representam à sociedade uma referência técnica e legal para
participar, cobrando ou colaborando ativamente, na conservação e no uso adequado do
patrimônio natural e público que são as UC’s.
A empresa Campos Novos Energia S/A - ENERCAN - adquiriu e repassou ao Governo do
Estado a área de 1.133 hectares onde foi criado o PERC – Parque Estadual Rio Canoas,
como parte da compensação ambiental referente ao licenciamento do Aproveitamento
Hidrelétrico de Campos Novos no rio Canoas.
A área do PERC é o maior remanescente da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com
Araucárias) presente na região do entorno do reservatório do Aproveitamento Hidrelétrico de
Campos Novos. Esse ecossistema florestal pertence ao Domínio da Mata Atlântica que se
apresenta ameaçado de extinção em Santa Catarina.
O Plano de Manejo é um “documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as
normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade” (art. 2º, inciso XVII da
Lei do o SNUC).
O Plano de Manejo do PERC foi elaborado com a importante participação de setores da
sociedade ligados ao Parque, incluindo pesquisadores, representantes das comunidades do
entorno, de organizações governamentais e não-governamentais do estado de Santa
Catarina e do município de Campos Novos. Os trabalhos foram desenvolvidos pela equipe
da empresa Socioambiental Consultores Associados, de Florianópolis, contratada para o
desenvolvimento e a coordenação dos estudos. A Diretoria de Proteção de Ecossistemas da
FATMA – DPEC , desenvolveu o papel de supervisão dos trabalhos, participando no
planejamento do manejo do Parque.
Espera-se que a implementação deste Plano de Manejo, prevista para os próximos cinco
anos, desencadeie um processo que vá além desta escala de tempo, garantindo a
conservação dos atributos naturais do Parque e da história e cultura da região.
O Plano de Manejo está organizado em cinco volumes, sendo um deles o resumo executivo
e mais quatro encartes com conteúdos específicos: o Encarte 1 - contextualização do
Parque nos âmbitos internacional, federal e estadual; o Encarte 2 - análise regional (área de
influência do Parque – municípios e comunidades); o Encarte 3 - diagnóstico dos fatores
naturais, humanos e institucionais do Parque; e o Encarte 4 - planejamento do Parque e seu
relacionamento com o entorno.
A elaboração dos planos de manejo das unidades de conservação de Santa Catarina é fruto
de esforços estratégicos da política da FATMA de implementação desses importantes
espaços naturais protegidos, que busca dar o adequado destino público a essas áreas,
resguardando o patrimônio natural de nosso Estado.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 i


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

SUMÁRIO

3. ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ............................................................ 3-1


3.1 Informações Gerais sobre o Parque Estadual Rio Canoas (PERC) ............ 3-1
3.1.1 Vias de acesso.......................................................................................... 3-1
3.1.2 Origem dos nomes e históricos de criação ............................................... 3-1
3.2 Característica dos Fatores Abióticos e Bióticos .......................................... 3-2
3.2.1 Clima ........................................................................................................ 3-2
3.2.2 Geologia.................................................................................................... 3-5
3.2.3 Geomorfologia........................................................................................... 3-6
3.2.4 Suscetibilidade à erosão ........................................................................... 3-9
3.2.5 Recursos hídricos do PERC ................................................................... 3-11
3.2.6 Vegetação ............................................................................................... 3-21
3.2.7 Fauna ...................................................................................................... 3-42
3.3 Situação Fundiária ......................................................................................... 3-57
3.4 Atividades Desenvolvidas no Parque .......................................................... 3-58
3.5 Significância ................................................................................................... 3-58
3.6 Referências Bibliográficas ............................................................................ 3-59

ANEXOS
ANEXO 1: MAPA DE ESTABILIDADE DOS TALUDES MARGINAIS – UHE
CAMPOS NOVOS – RM Nº 9-080-03 (PROSUL, 2004)
ANEXO 2: MAPA DE HIPSOMETRIA
ANEXO 3: MAPA DE DECLIVIDADE
ANEXO 4: MAPA DE VEGETAÇÃO E USO DO SOLO
ANEXO 5: LISTA DA VEGETAÇÃO
ANEXO 6: REGISTRO FOTOGRÁFICO - FLORA
ANEXO 7: LISTA DA FAUNA
ANEXO 8: DECRETO Nº 1.871, DE 27 DE MAIO DE 2004

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 ii


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.2.1-1: Excedente hídrico e a distribuição das chuvas ao longo do ano ................. 3-4
Figura 3.2.2-1: Contato entre derrames, mostrando uma descontinuidade bastante
pronunciada e formando relevo negativo no paredão rochoso, cachoeira
do lajeado do Roberto ................................................................................. 3-5
Figura 3.2.3-1: Lagoa Grande, situada nas coordenadas UTM x = 481836 e y =
6950370, zona 22 sul. A cota do espelho de água é de 834 m................... 3-7
Figura 3.2.3-2: Lagoa Bonita, situada nas coordenadas UTM x = 481588 e y = 6949800,
zona 22 sul, com cota na altitude de 846 m ................................................ 3-7
Figura 3.2.3-3: Lagoa Pequena, situada nas coordenadas UTM x = 483904 e y =
6950671, zona 22 sul, com cota aproximada de 782 m .............................. 3-7
Figura 3.2.3-4: Afloramento de brecha basáltica na estrada municipal no limite leste do
Parque Estadual Rio Canoas, a cerca de 300 m da lagoa Menor. Como
o local está muito alterado, a brecha se distingue principalmente pela
ocorrência de cores variadas e inclusões de fragmentos de basalto .......... 3-7
Figura 3.2.3-5: Planície do lajeado do Roberto, onde foi colocado o marco inaugural do
Parque. Provavelmente é originada do afloramento de um topo de
derrame ....................................................................................................... 3-8
Figura 3.2.3-6: Situação do relevo negativo abaixo da cachoeira do lajeado do Roberto ... 3-9
Figura 3.2.3-7: Cachoeira do lajeado do Roberto................................................................. 3-9
Figura 3.2.4-1: Situação da cobertura de solo em região de grande declividade no vale
do rio Canoas. A camada vegetal é centimétrica, ocorrendo abaixo um
solo de alteração de rocha, cujos fragmentos ainda são visíveis.............. 3-11
Figura 3.2.4-2: Trilhas e acessos em regiões de alta declividade são propensos a
processos erosivos. Entretanto, o solo de alteração de rocha, se não
permite o crescimento de mata secundária, é bastante estável, não
apresentando problemas a não ser pontualmente .................................... 3-11
Figura 3.2.5-1: Mapa de Sub-Bacias. ................................................................................. 3-12
Figura 3.2.5-2: Vista do lajeado do Roberto no ponto de monitoramento .......................... 3-13
Figura 3.2.5-3: Lagoa Grande, situada na sub-bacia do lajeado de Dentro....................... 3-14
Figura 3.2.5-4: Lagoa Bonita, conectada a sub-bacia do lajeado de Dentro...................... 3-14
Figura 3.2.5-5: Lagoa Bonita .............................................................................................. 3-15
Figura 3.2.5-6: Lagoa Pequena com seu leito seco ........................................................... 3-15
Figura 3.2.5-7: Mapa de localização dos pontos de coleta e monitoramento de água
realizados pela ENERCAN na bacia do rio Canoas .................................. 3-16
Figuras 3.2.5-8 (a e b): Condições de margem e da água na lagoa Grande nos pontos
de monitoramento...................................................................................... 3-16
Figura 3.2.5-9: Localização dos pontos de amostragem da qualidade da água do PERC 3-18
Figura 3.2.5-10: Índice de qualidade da água (IQA) dos pontos amostrados no PERC .... 3-20
Figura 3.2.6-1: Fitofisionomia de floresta primária localizada a oeste do PERC,
evidenciando o estrato emergente composto por Araucaria angustifolia
(pinheiro-brasileiro).................................................................................... 3-22
Figura 3.2.6-2: Fitofisionomia de floresta primária localizada a oeste do PERC,
evidenciando a ausência de Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro)
no estrato emergente................................................................................. 3-22
Figura 3.2.6-3: Espécime de Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), no centro, em
área de floresta primária, representando um dos poucos indivíduos de
grande porte da espécie no PERC ............................................................ 3-22
Figura 3.2.6-4: Espécime de grande porte de Dicksonia sellowiana (xaxim-bugio)
próxima à clareira em área de floresta primária no PERC ........................ 3-22
Figura 3.2.6-5: Espécime de Aechmea recurvata (gravatá) sobre Nectandra lanceolata
(canela-amarela) em área de floresta primária no PERC.......................... 3-23
Figura 3.2.6-6: Fitofisionomia de capoeirão próximo à estrada interna central do PERC.. 3-23
Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 iii
Fundação do Meio Ambiente – FATMA
Figura 3.2.6-7: Fitofisionomia De Capoeira, Formada Predominantemente Pela Mimosa
Scabrella (Bracatinga), Próxima À Estrada Interna Central Do Perc ........ 3-24
Figura 3.2.6-8: Fitofisionomia de capoeira, formada predominantemente pela Mimosa
scabrella (bracatinga), próxima à estrada interna central do PERC.......... 3-24
Figura 3.2.6-9: Fitofisionomia de capoeirinha em área antropizada pela extração
madeireira no interior do PERC, evidenciando o predomínio da
Baccharis uncinella (vassoura-branca)...................................................... 3-24
Figura 3.2.6-10: Fitofisionomia de capoeirinha em área de “estaleiro” mais antigo ........... 3-24
Figura 3.2.6-11: Fitofisionomia do estágio pioneiro em área de “estaleiro”, evidenciando
uma porção de solo exposto, à esquerda.................................................. 3-25
Figura 3.2.6-12: Fitofisionomia de estágio pioneiro em área de manejo de Silvicultura de
pinus. ......................................................................................................... 3-25
Figura 3.2.6-13: Fitofisionomia de estágio pioneiro em área degradada na margem da
estrada interna central do PERC, em primeiro plano ................................ 3-26
Figura 3.2.6-14: Fitofisionomia de estágio pioneiro em área de manejo de Silvicultura de
pinus .......................................................................................................... 3-26
Figura 3.2.6-15: Fitofisionomia do banhado herbáceo/subarbustivo evidenciando as
inflorescências da Senecio jürgensii (margarida-do-banhado).................. 3-26
Figura 3.2.6-16: Fitofisionomia do banhado herbáceo/subarbustivo evidenciando o
Juncus densiflorus (junco), em primeiro plano, e o Andropogon sp.
(capim), ao centro...................................................................................... 3-26
Figura 3.2.6-17: Fitofisionomia do banhado arbóreo destacando os indivíduos arbóreos
estabelecidos sobre a vegetação herbácea/subarbustiva......................... 3-27
Figura 3.2.6-18: Indivíduos arbóreos de guamirim Gomidesia palustris, à esquerda, e de
Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha), à direita, entremeados à
vegetação herbácea/subarbustiva............................................................. 3-27
Figura 3.2.6-19: Fitofisionomia da vegetação aquática de ambientes lênticos em lagoa
no interior florestal evidenciando a presença de indivíduos arbóreos de
Sebastiania commersoniana (branquilho) ................................................. 3-27
Figura 3.2.6-20: Fitofisionomia da vegetação aquática de ambientes lênticos em lagoa
no interior florestal evidenciando a lâmina d’água perene com cerca de
50 cm de profundidade .............................................................................. 3-27
Figura 3.2.6-21: Fitofisionomia da vegetação aquática de ambientes lênticos em lagoa
no interior florestal evidenciando a densa cobertura vegetal da lâmina
d’água e a borda florestal, ao fundo .......................................................... 3-28
Figura 3.2.6-22: Fitofisionomia da vegetação aquática de ambientes lênticos em lagoa
no interior florestal evidenciando a cobertura vegetal da lâmina d’água e
a borda florestal, ao fundo ......................................................................... 3-28
Figura 3.2.6-23: Vista do interior do canyon do lajeado do Roberto .................................. 3-28
Figura 3.2.6-24: Cacto Notocactus linkii (ora-pro-nobis) sobre platô rochoso na margem
do canyon do lajeado do Roberto.............................................................. 3-28
Figura 3.2.6-25: Rechsteineria aggregata (cachimbo) em platô rochoso na borda do
canyon do lajeado do Roberto................................................................... 3-29
Figura 3.2.6-26: Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro) no interior do canyon do
lajeado do Roberto .................................................................................... 3-29
Figura 3.2.6-27: Vista da pastagem localizada a leste do PERC, na planície aluvial do
lajeado do Roberto que cruza esta área à esquerda, evidenciando a
presença dos indivíduos do Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro) ... 3-30
Figura 3.2.6-28: Vista do limite entre a área de pastagem na planície aluvial do lajeado
do Roberto, à esquerda, e a área remanescente com vegetação de
banhado, à direita ...................................................................................... 3-30
Figura 3.2.6-29: Silvicultura de pinus com cerca de 5 anos de idade localizada na
porção sul do PERC, evidenciando a galharia remanescente do
processo de retirada, em primeiro plano, e uma área de floresta
primária ao fundo....................................................................................... 3-30
Figura 3.2.6-30: Área de manejo de pinus na porção sul do PERC, evidenciando um
talhão de silvicultura no centro da foto e o vale do rio Canoas ao fundo .. 3-30
Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 iv
Fundação do Meio Ambiente – FATMA
Figuras 3.2.6-31 e 32: Vista da silvicultura de Araucaria angustifolia localizada numa
pequena porção a nordeste do PERC....................................................... 3-31
Figura 3.2.6-33: Vista do pomar a leste do PERC evidenciando Diospyros sp.
(caquizeiro), ao centro, e Butia eryosphata (butiazeiro), à esquerda,
com Silvicultura de pinus na ZA junto ao limite da UC, ao fundo .............. 3-31
Figura 3.2.6-34: Espécime florido de Erythrina falcata (corticeira-da-serra) na porção sul
do PERC, próximo à descida para o vale do rio Canoas .......................... 3-33
Figura 3.2.6-35: Parte do fuste de Parapiptadenia rigida (angico-vermelho) na porção
sul do PERC .............................................................................................. 3-33
Figura 3.2.6-36: Espécime de Cedrela fissilis (cedro), ao centro, em área de clareira
florestal no PERC ...................................................................................... 3-33
Figura 3.2.6-37: Plântulas de pinus oriundas da germinação do banco de sementes
formado pelo cultivo anteriormente existente na porção norte do PERC .. 3-38
Figura 3.2.6-38: Galharia remanescente da retirada de plantação de pinus depositada
sobre lagoa situada na margem da estrada interna principal do PERC .... 3-39
Figura 3.2.6-39: Galharia remanescente da retirada de plantação de pinus depositada
sobre lagoa próxima à estrada interna para o lajeado do Roberto............ 3-39
Figura 3.2.6-40: Galharia remanescente da retirada de plantação de pinus no PERC
evidenciando o amontoamento prejudicial deste material ......................... 3-40
Figura 3.2.6-41: Espécime de Dicksonia sellowiana (xaxim-bugio) em ambiente florestal
com sub-bosque raleado devido ao pisoteio do gado bovino.................... 3-41
Figura 3.2.7-1: Conectividade entre ambientes.................................................................. 3-50
Figura 3.2.7-2: Áreas prioritárias para a conservação de mamíferos................................. 3-51

LISTA DE TABELAS
Tabela 3.2.3-1: Principais lagoas do Parque........................................................................ 3-6
Tabela 3.2.5-1: Vazões médias e mínimas para os principais lajeados do PERC............. 3-13
Tabela 3.2.5-2: Toponímias das quatro principais lagoas encontradas no interior do
PERC......................................................................................................... 3-14
Tabela 3.2.5-3: Localização dos pontos de monitoramento do PERC ............................... 3-17
Tabela 3.2.5-4: Resultados das análises laboratoriais nos pontos do PERC .................... 3-19
Tabela 3.2.5-5: Intervalos de classificação da qualidade da água segundo o IQA
(CETESB, 2003) ........................................................................................ 3-20
Tabela 3.2.5-6: Índice de qualidade da água (IQA) dos pontos amostrados no PERC ..... 3-20

LISTA DE QUADROS

Quadro 3.2.1-1: Dados climáticos regionais e estimativa do balanço hídrico local.............. 3-4

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 v


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

LISTA DE SIGLAS

BR – Rodovia Federal
CEFET – Centro Federal de Ensino Técnico
CETESB – Cia. Estadual de Tecnologia e Saneamento Ambiental
CIRAM – Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa
Catarina
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
ENERCAN – Campos Novos Energia S.A.
EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A.
FATMA – Fundação do Meio Ambiente
IQA – Índice de Qualidade da Água
OD – Oxigênio Dissolvido
PERC – Parque Estadual Rio Canoas
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
RS – Rio Grande do Sul
SEUC – Sistema Estadual de Unidades de Conservação
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação
UC – Unidade de Conservação
UHCN - Usina Hidrelétrica Campos Novos
UHE – Usina Hidrelétrica
ZA – Zona de Amortecimento

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 vi


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3. ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

3.1 Informações Gerais sobre o Parque Estadual Rio Canoas (PERC)

3.1.1 Vias de acesso

O acesso ao Parque Estadual Rio Canoas pode ser feito através de duas vias principais.
Eixo da BR 101, sendo:
- A partir do Vale do Itajaí (352 km) através da BR 470 até a BR 282, que leva a
Campos Novos, e de lá mais 15 km pela BR 470, sentido RS, até a estrada municipal
que liga Campos Novos a Abdon Batista, com mais 17 km até o Parque.
- A Partir da Grande Florianópolis (382 km) através da BR 282 até a BR 116 em
Lages, seguindo no sentido norte até o cruzamento com a BR 470. Daí segue em
sentido oeste até a conexão com a BR 282, e por esta a Campos Novos e de lá mais
15 km pela BR 470, sentido RS, até a estrada municipal que liga Campos Novos a
Abdon Batista, com mais 17 km até o Parque.
Eixo da BR 116, sendo:
- A partir do Paraná pela BR 116, sentido sul, até o cruzamento com a BR 470. Deste
segue em sentido oeste até a conexão com a BR282, e por esta segue a Campos
Novos; de lá são mais 15 km pela BR 470, sentido RS, até a estrada municipal que
liga Campos Novos a Abdon Batista, com mais 17 km até o Parque.
- A partir do Rio Grande do Sul pela BR 116, sentido norte, até o cruzamento com a
BR 470. Deste segue em sentido oeste até a conexão com a BR282, daí seguindo a
Campos Novos e de lá mais 15 km pela BR 470, sentido RS, até a estrada municipal
que liga Campos Novos a Abdon Batista, com mais 17 km até o Parque.
Região Oeste de Santa Catarina:
- Através da BR 282 até Campos Novos e de lá mais 15 km pela BR 470, sentido RS,
até a estrada municipal que liga Campos Novos a Abdon Batista, com mais 17 km
até o Parque.
Região Oeste do Rio Grande do Sul:
- Através da BR 470, sentido norte, até 15 km antes de Campos Novos, onde
encontra-se o trevo de acesso da estrada municipal que liga Campos Novos a Abdon
Batista, com mais 17 km até o Parque.

3.1.2 Origem dos nomes e históricos de criação

A área do Parque pertencia a uma fazenda conhecida na região como Fita Amarela, nome
da madeireira proprietária, cogitado pela comunidade como proposta para o nome do
Parque, porém a FATMA optou por “Parque Estadual Rio Canoas”, em referência ao rio que
faz limite com a Unidade e que neste ponto deixará de existir devido ao enchimento do
Reservatório da Usina Hidrelétrica de Campos Novos.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-1


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3.2 Característica dos Fatores Abióticos e Bióticos

3.2.1 Clima 1

A região de implantação da Usina Hidrelétrica Campos Novos é caracterizada por grande


homogeneidade e alto grau de unidade climática. A primeira é expressa pelo predomínio do
clima mesotérmico, úmido o ano inteiro, sem estação seca, sendo a temperatura média do
mês mais quente menor que 22º C e a segunda pelo ritmo climático característico de regiões
temperadas. A homogeneidade e unidade climática desta região se devem a uma série de
fatores e processos genéticos que atuam sobre as condições de tempo nela reinantes,
alguns de ordem estática e outros de ordem dinâmica, atuando todos simultaneamente em
constante interação.

Os fatores estáticos referem-se, principalmente, à posição e ao relevo. Sua localização no


interior da zona temperada, sem se estender muito para o sul e sem se afastar muito da orla
marítima, define claramente um ritmo estacional à região, associado às variações na
posição aparente do sol ao longo do ano. Assim, existe uma predominância de tempo bom,
com dias ensolarados, interrompidos por seqüência de dias chuvosos decorrentes da frente
polar, especialmente durante o outono/inverno, e por dias de chuvas intensas, de curta
duração, decorrentes das linhas de instabilidade tropical no final da primavera e do verão.

A temperatura na região apresenta uma distribuição espacial bem regular. As médias anuais
permitem verificar a influência do relevo e do fator continentalidade sobre a temperatura,
que aumenta gradualmente no sentido de leste para oeste acompanhando a diminuição de
altitude e o distanciamento do mar.

No Quadro 3.2.1-1 apresentam-se os principais dados climáticos de três estações


meteorológicas localizadas dentro da bacia e relativamente próximas à futura usina. Os da
estação de Campos Novos, localizada a 28 km desta, apresentam os dados para
caracterização do clima local e das recomendações para o uso:

• a temperatura média anual, que pode variar de 15,8 a 17,9oC, é 16,5 oC, e o mês
mais quente (janeiro) tem média superior a 20o C, seguindo fevereiro e dezembro
com médias um pouco inferiores a 20o C. Os meses mais frios são junho e julho, com
temperaturas médias na casa dos 11o C. A amplitude térmica anual média é de 10o
C, característica de climas subtropicais e temperados. As máximas absolutas
alcançam 38o C, enquanto as mínimas absolutas são negativas, inferiores a -5o C. Na
estação meteorológica de Campos Novos, a média das mínimas do mês mais frio
(julho) é 7,8o C e a média das máximas é 17,5 oC, sendo 26,7o C a média das
máximas do mês mais quente. Apesar de afirmações populares considerarem que
nos dias de hoje “é mais frio” ou “é mais quente” do que antigamente, a média anual
das temperaturas no período 1948 a 1985, 37 anos, é a mesma encontrada para os
últimos 15 anos (agosto de 1985 a julho de 2002) ou seja 16,5 ºC;
• a precipitação pluvial média anual está na ordem de 1.600 mm, podendo variar entre
1.450 a 1.850 mm, com chuvas bem distribuídas por todo o ano. Em mais de 50 anos
de observações, a estação de Campos Novos tem registros de ocorrências de
precipitações com valores próximos a 60 mm em 24 horas em diversos meses do
ano (janeiro, abril, maio e outubro), e os dias de chuva variam de 120 a 145;
• as médias de umidade relativa são elevadas durante todo o ano, situando-se
próximas a 75%, o que é característica de clima úmido com chuvas bem distribuídas

1
Conforme o Plano de Conservação Ambiental e Uso do Entorno do Reservatório da UHE Campos Novos
(GOLD & GOLD, 2004)

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-2


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

ao longo do ano. Assim, se as menores temperaturas de inverno elevam a umidade


relativa do ar, as altas médias de precipitação no verão também;
• os municípios que compõem a área de estudo recebem em média 2.340 horas de
brilho solar anual das quais mais de 650 horas nos meses de dezembro, janeiro e
fevereiro e 520 horas em junho, julho e agosto. A significativa diferença entre verão e
inverno é devida, principalmente, à inclinação do eixo terrestre e secundariamente
aos nevoeiros e chuvas;
• as velocidades médias dos ventos são baixas, inferiores a 11,2 km/h, e a direção
predominante é a nordeste em todos os meses do ano. Os ventos de sudeste
apresentam maior intensidade;
• a evapotranspiração potencial, calculada com a metodologia desenvolvida por
Thornthwaite & Mather e adaptada para o Brasil pelo Engenheiro Agrônomo Ângelo
Paes de Camargo, resulta em valores médios de 805 mm anuais. Como a
pluviosidade média supera, em todos os meses, os valores calculados para
evapotranspiração potencial, esta é igual a real, sendo mais elevada nos meses de
verão e mínima no inverno, ocorrendo, neste caso, excedente hídrico em todos os
meses, que na área em estudo totalizam 1.052 mm por ano; e
• o período de ocorrência de geadas está compreendido entre os meses de abril a
outubro, com maior freqüência em junho e julho, podendo ocorrer, em termos
normais de 12 a 22 dias por ano. Os valores de horas de frio, abaixo ou iguais a 7.2o
C, variam de 440 a 640 horas anuais.

As características agroclimáticas, inverno frio e verões amenos e úmidos todo o ano tornam
a área apta para uma gama bastante ampla de culturas feitas habitualmente no Planalto
Catarinense, entre as quais incluem-se: alfafa, ameixa, aveia, cebola, centeio, cevada, chá,
ervilha, espinafre, feijão, girassol, lentilha, maçã, milho, oliva, pêssego, trevo vermelho,
tomate, trigo, sorgo e videira. As culturas com certa sensibilidade às geadas, como abacaxi,
banana, cana-de-açúcar, cítrus e mandioca, não encontram condições climáticas favoráveis.
Devido a alta umidade relativa do ar, culturas como o trigo são suscetíveis a doenças e as
uvas têm teores de açúcar insuficientes para produção de vinhos de qualidade. Os
excedentes hídricos presentes em todos os meses eliminam qualquer hipótese de uso da
água para irrigação em grande escala. Seu efeito danoso é propiciar o carreamento de
sólidos e dos elementos químicos utilizados na agricultura, contribuindo para o
assoreamento e contaminação das águas.

O clima da área de abrangência é bastante propício para o lazer e esportes aquáticos, como
pescaria, passeios com barcos a motor e a vela (predominância de ventos entre 7 e 15
km/h), canoagem, banhos de sol ou esportes em locais abertos (apesar de grandes
quantidades de chuvas no verão, estas são em sua maioria intensas e de curta duração),
havendo algumas restrições para banhos pela temperatura do ar e da água. O regime de
chuvas garante belas visões das cachoeiras e quedas d’água na maior parte do tempo, bem
como água suficiente para canoagem. As condições para acampamentos (camping) são
boas no fim da primavera, verão e início do outono. No fim do outono e inverno existem
restrições pela umidade do solo, nevoeiros e chuvas. Nesta época existem condições
bastante favoráveis para apreciar a abóbada celeste.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Balanço Hídrico pelo Método Thornthwaite - Mather (Estação de Campos


Novos)
200
180
160
140
120
mm

100 Excedente Hídrico


80
60
40
20 Evapotranspiração
0
Jan. Fev. Mar Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez
mês

Figura 3.2.1-1: Excedente hídrico e a distribuição das chuvas ao longo do ano

Quadro 3.2.1-1: Dados climáticos regionais e estimativa do balanço hídrico local


Dados Climáticos - Temperatura do Ar - Média Mensal e Anual ( ºC )

Estações Jan. Fev. Mar Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez ANO
Campos Novos 20,6 20,5 19,4 16,1 13,9 12,6 12,4 13,1 14,7 16,0 18,1 20,0 16,5
Curitibanos 19,4 19,0 18,0 14,7 12,9 11,3 10,3 12,3 13,5 15,0 16,9 18,3 15,1
Lages 20,4 19,8 18,7 15,0 12,8 11,2 10,7 11,8 14,1 15,4 17,6 19,6 15,6
Média Regional 20,1 19,8 18,7 15,3 13,2 11,7 11,1 12,4 14,1 15,5 17,5 19,3 15,7

Dados Climáticos - Precipitação Pluvial Mensal e Anual (mm)

Estações Jan. Fev. Mar Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez ANO
Campos Novos 205 159 141 136 115 176 127 170 180 149 115 152 1825
Curitibanos 179 145 129 84 103 110 113 120 156 179 96 113 1527
Lages 144 168 116 88 86 86 91 103 141 139 111 115 1388
Média Regional 176 157 129 103 101 124 110 131 159 156 107 127 1580

Valores médios de outros elementos climáticos ärea de Abrangência - Estação Meteorológica de Campos Novos

Elemento Anos(*) Jan. Fev. Mar Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez ANO
Insolação em h/mês 31 221,9 198,4 209,3 189,3 186,8 159,8 176,9 183,8 160,1 196 221,7 238,1 2342
Umidade relativa % 34 75,5 77,8 78 78,6 79,6 79,5 77,6 74,3 74,7 73,5 71,5 71,7 76
o
Dias de chuva - N 36 13,1 13,3 11,1 9,9 10,6 10,5 9,8 10,5 10,6 11,1 9,7 11,3 131,5
Veloc. do vento km/h 18 10,8 10,1 10,4 9,7 9,0 9,7 11,2 11,9 13,0 12,6 11,5 10,8 10,9
Direção Predominante 35 NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE
Segunda Direção 36 NW * SW NE NW NW * * * * E SW *
Precip. Max. 24 h - mm 51 57,2 46,8 41,4 58,2 61,3 47,5 53,5 42,8 48,5 59,1 42,3 48,5 61,3
Temp max absoluta: °C 54 36,2 34,6 34 30,5 29,4 27,4 28,2 31,3 33,2 32,2 35,6 38 38
Temp min. Absoluta:°C 56 5,3 1 1,9 -1 -2,9 -3,8 -6,3 -6,5 -4,2 1 1,1 0 -6,5
Geadas - dias 38 0 0 0 0,4 2,24 3,84 3,82 2,48 0,9 0,024 0,04 0 *
Horas de frio = <7,5°C 14 0 0,5 0,8 11,8 53,1 121,3 136 86,9 39 10,7 2,5 0 462,6
(*) Anos de Observação

Dados Climáticos - Cálculo do Balanço Hídrico da Área de Abrangência - Estação Meteorológica de Campos Novos

Discriminação Jan. Fev. Mar Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez ANO
Média Local ( ºC ) 20,7 20,4 19,5 16,5 13,7 12,5 12,1 13,3 14,4 16,2 18,2 20,1 16,5
EP Tabular não corrigida 3,05 3,05 2,65 2,05 1,52 1,35 1,25 1,42 1,65 2 2,4 3,1 -
Correção Tabular 35,4 30,6 31,5 28,8 27,9 26,1 27,6 29,1 30,0 33,3 33,6 35,7 -
Evapotranspiração Potencial 108 93 83 59 42 35 35 41 50 67 81 111 805
Média Local P ( mm ) 177 167 136 145 139 161 148 143 177 188 128 148 1857
Saldo ( P - EP ) ( mm ) 69 74 53 86 97 126 114 102 128 121 47 37 1052
Evapotranspiraçao Real -ER 108 93 83 59 42 35 35 41 50 67 81 111 805
Excedente hídrico 69 74 53 86 97 126 114 102 128 121 47 37 1052
Fonte: GOLD & GOLD, 2004

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-4


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3.2.2 Geologia

No âmbito do Parque há, possivelmente, três derrames ácidos e pelo menos dois derrames
básicos sotopostos. Devido ao extenso manto de alteração para o solo e à cobertura
vegetal, não foi possível determinar os contatos entre esses derrames, com poucas
exceções pontuais. Entretanto, um exemplo bastante interessante ocorre na cachoeira do
lajeado do Roberto (Figura 3.2.2-1), onde se vê nitidamente um contato entre derrames,
mostrando aí uma pronunciada alteração, com formação de taludes negativos.

Figura 3.2.2-1: Contato entre derrames, mostrando


uma descontinuidade bastante pronunciada e
formando relevo negativo no paredão rochoso,
cachoeira do lajeado do Roberto

No Parque Estadual Rio Canoas o contato entre rochas básicas e ácidas se dá na cota
660 m, praticamente a mesma em que se situará o reservatório da Usina Hidrelétrica
Campos Novos.

A seqüência de derrames sofreu, posteriormente à sua deposição, movimentos orogenéticos


e tectônicos. Houve elevação do pacote de derrames e uma conseqüente erosão a um nível
base, definindo a formação de um planalto. Todo o pacote foi cortado por esforços
tectônicos de direção predominante nordeste, estabelecendo-se um sistema de fraturamento
regional, onde fraturas individuais podem se estender por centenas de quilômetros. Devido
ao esforço, todo o sistema de fraturamentos secundários se estabeleceu ao mesmo tempo.
Estes estão presentes no Parque Estadual Rio Canoas, sendo notáveis ao longo do lajeado
do Roberto, principalmente na sua garganta, e em seu afluente, o lajeado de Dentro.

O mapa (Anexo 1 – Mapa de Estabilidade dos Taludes Marginais) apresenta ainda as


principais fraturas, conforme obtidas de fotointerpretação, locais considerados críticos na
estabilidade de taludes e locais onde já ocorreram escorregamentos.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-5


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3.2.3 Geomorfologia

O processo de dissecação resultou no rebaixamento do nível base dos rios Canoas e


Uruguai, provocando aprofundamento dos vales, formação de cachoeiras no rio principal e,
principalmente, em seus afluentes. Assim o relevo apresenta áreas planas, inclusive com
lagos, e declives de até 45º. Há um controle estrutural evidente que comanda o percurso do
rio Canoas e seus afluentes (lajeado do Roberto) e, mesmo, pequenos córregos (lajeado de
Dentro) e sulcos de erosão presentes no Parque. Na região do PERC, os resquícios do
planalto estão na cota 850 m, enquanto o rio Canoas está hoje na cota 550 m, ou seja,
apresentando desníveis de 300 m (Anexo 2 – Mapa de Hipsometria).

O mapa de declividades (Anexo 3 – Mapa de Declividade) mostra que grande parte do


Parque ainda é razoavelmente plana, com declives variando de 0 a 8º. Na confluência do
lajeado do Roberto com o rio Canoas e ao longo do seu afluente, o lajeado de Dentro, há
uma mudança na inclinação dos taludes, apresentando cerca de 1/3 do Parque uma
declividade média de 15 a 30º. Apenas junto à drenagem citada é que se encontram
declividades da ordem de 30 a 45º.

3.2.3.1 Lagoas
A ocorrência de lagoas dentro do Parque Estadual Rio Canoas é um fenômeno geológico e
geomorfológico de interesse e de grande importância para a fauna local. Foram visitadas as
seguintes lagoas (Figuras 3.2.3-1, 3.2.3-2 e 3.2.3-3 e Tabela 3.2.3-1):

Tabela 3.2.3-1: Principais lagoas do Parque


COTA DA
LAGOA OBSERVAÇÕES
SUPERFÍCIE
Lagoa Grande 834 Pertence à micro bacia do lajeado de Dentro
Lagoa Bonita 846 Pertence à micro bacia do lajeado de Dentro
Lagoa Pequena 782 Pertence à micro bacia do lajeado do Roberto

A similaridade das cotas de ocorrência dessas lagoas demonstra que pode haver um
mesmo mecanismo propiciando sua formação. A partir de caminhamentos na região do
Parque, constatou-se a ocorrência de brechas basálticas na cota de 770 m nas
proximidades da lagoa Pequena. Nas outras lagoas não foram encontrados indícios dessas
brechas devido ao grande manto de alteração existente. Entretanto, na estrada que faz o
limite oeste do Parque foi encontrada uma provável brecha basáltica na cota 795 m (figura
3.2.3-4).

A brecha basáltica é formada pela parte inferior do derrame basáltico. A lava em elevadas
temperaturas escorre sobre a superfície erodida do derrame anterior. Nesse processo,
engloba em sua parte inferior areia e fragmentos dos derrames anteriores, formando uma
camada de espessura variável. Brechas basálticas constituem-se em corpos razoavelmente
impermeáveis, com poucos fraturamentos, ocasionados pelos esforços de contração que
ocorrem no meio do derrame durante o resfriamento.

Como dependem das condições anteriores de erosão e deposição de sedimentos, as


brechas podem ter espessuras variáveis, que resultam de diversos fatores, como
temperatura do fluxo de lava, ocorrência de água, permeabilidade dos fragmentos
produzidos, ocorrência de depressões ou de fraturamentos anteriores à deposição. Por
outro lado, devido à sua constituição, as brechas basálticas são mais resistentes às
intempéries que o basalto riodacítico que ocorre em seu entorno.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-6


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

A ocorrência de um nível de brecha basáltica definindo a cota de ocorrência das lagoas


parece ser por enquanto o mecanismo mais provável de sua formação. O fato das lagoas
Grande e Bonita estarem algumas dezenas de metros acima da cota 795 m, onde foi
encontrado o afloramento de brecha basáltica, pode simplesmente refletir as variações de
cota desse material.

Figura 3.2.3-1: Lagoa Grande, situada nas Figura 3.2.3-2: Lagoa Bonita, situada nas
coordenadas UTM x = 481836 e y = coordenadas UTM x = 481588 e y =
6950370, zona 22 sul. A cota do espelho 6949800, zona 22 sul, com cota na altitude
de água é de 834 m de 846 m

Figura 3.2.3-3: Lagoa Pequena, situada Figura 3.2.3-4: Afloramento de brecha


nas coordenadas UTM x = 483904 e y = basáltica na estrada municipal no limite
6950671, zona 22 sul, com cota leste do Parque Estadual Rio Canoas, a
aproximada de 782 m cerca de 300 m da lagoa Menor. Como o
local está muito alterado, a brecha se
distingue principalmente pela ocorrência
de cores variadas e inclusões de
fragmentos de basalto

3.2.3.2 Planície do lajeado do Roberto


Uma estrutura geológica que merece citação é uma planície relativamente extensa que
acompanha parte do lajeado do Roberto antes de sua cachoeira. O local, com uma extensão
de 1.000 x 200 m ao longo da margem direita do lajeado, foi inicialmente considerada como
uma possível planície aluvial. A pedra inaugural do Parque foi colocada nessa planície,
detalhada na Figura 3.2.3-5.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-7


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

O local, hoje desmatado, apresenta altitudes variando de 734 a 719 m e é aparentemente


originado do afloramento de um topo de derrame com pequena cobertura de solo, o que
justifica sua situação horizontalizada. Um exame nas barrancas da margem do lajeado do
Roberto mostra que no local há solo constituído por pedregulhos envoltos em matriz
argilosa, típico de alteração de basalto ácido. Esse tipo de patamar também pode ser
produzido pela camada de brecha entre derrames ácidos, que é mais resistente à erosão
que o próprio material constituinte do derrame.

Figura 3.2.3-5: Planície do lajeado do Roberto, onde


foi colocado o marco inaugural do Parque.
Provavelmente é originada do afloramento de um
topo de derrame

3.2.3.3 Formação do canyon do lajeado do Roberto (figuras 3.2.3-6 e 3.2.3-7)


Em tempos geologicamente recentes, isto é, há menos de 20.000 anos, ocorreram grandes
mudanças climáticas no que hoje é a Região Sul do Brasil, ao mesmo tempo que houve
uma mudança relativa na cota do nível do mar, ou seja, o mesmo rebaixou ou houve uma
elevação da parte continental do Brasil. Os indícios de que esse processo realmente ocorreu
são confiáveis: há toda uma série de dados pertinentes a transgressões marinhas na costa
brasileira, a existência de depósitos marinhos recentes na bacia do rio Tubarão e outros
indícios. Sabe-se que a costa do Rio Grande do Sul subiu em relação ao nível do mar em
tempos recentes, ao mesmo tempo em que houve uma submersão de grande parte da costa
catarinense. Sabe-se, também, que os cursos dos rios já haviam sido definidos após os
derrames basálticos, tendo-se estabelecido em um planalto que progressivamente se
inclinava para oeste. Os rios Uruguai, Iguaçu, Tietê e outros, cujos cursos seguem de leste
para oeste, demonstram essa situação.

O rebaixamento relativo do nível do mar provocou um acréscimo da erosão fluvial em toda a


bacia do rio Paraná. Na medida em que esse novo nível base de erosão foi firmado, o
reflexo se espalhou por toda a bacia, inclusive no que hoje é o Parque Estadual Rio Canoas.

No caso do lajeado do Roberto, esse rebaixamento do nível do mar repercutiu baixando


bruscamente o nível do rio Canoas. Com isso, aquele lajeado, antes um calmo afluente
deste rio, começou a cortar profundamente o seu leito. Esse corte obedeceu ao caminho da
maior fraqueza das rochas existentes, ou seja, situou-se preferencialmente ao longo de
fraturas geológicas. Os mapas topográficos (Anexos 2 e 3) detalhados para este lajeado,
demonstram a existência de fraturas reconhecidas através de interpretação geológica de
fotografias aéreas.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-8


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Torna-se evidente o caminho das águas do lajeado ao longo de fraturas, num processo de
erosão regressiva. Isso significa que a cachoeira do lajeado do Roberto migrou desde a foz
deste, no rio Canoas, até o local atual, num percurso de aproximadamente 3.300 m.

Apenas para fins didáticos e considerando um período de atividade erosiva de 20.000 anos,
a cachoeira do lajeado do Roberto teria progredido na ordem de 6 metros por ano. Note-se
que essa situação, puramente hipotética, não leva em conta possíveis zonas de
cisalhamento na fratura, onde o progresso poderia ter sido de centenas de metro em um
ano.

Figura 3.2.3-6: Situação do relevo negativo Figura 3.2.3-7: Cachoeira do lajeado do


abaixo da cachoeira do lajeado do Roberto
Roberto

3.2.4 Suscetibilidade à erosão

O Parque Estadual Rio Canoas está situado em relevo caracterizado pela Unidade
Geomorfológica Planalto Dissecado Rio Iguaçu/Rio Uruguai. Esta caracteriza-se por um
relevo de grandes diferenças de cotas, provocado por vales profundos e encostas em
patamares, resultante dos processos de dissecação que atuaram na área associados a
fatores estruturais. Na vertente para o rio Canoas, os declives são muito pronunciados, da
ordem de 40 a 50º. Patamares originados da estrutura dos derrames basálticos ocorrem
nesses vales; em alguns locais encontram-se extensas escarpas verticais com até 50 m de
altura, originadas também da conjunção entre os fatores de erosão, fraturamento e
características petrográficas dos derrames basálticos. Esse tipo de escarpa ocorre, por
exemplo, ao longo do lajeado do Roberto

Nessas condições, a erosão atua em toda a região, principalmente, pela degradação lateral
de vales e pela queda de material por gravidade em estreita associação com o regime de
águas pluviais.

A observação do relevo local demonstra que há formação de anfiteatros provocados pela


erosão, onde se distinguem as seguintes formas:

1) escarpas rochosas ocorrentes principalmente nas bordas do planalto e que delineiam


as formas encurvadas do topo do anfiteatro. Geralmente ocorrem na parte central
dos derrames ácidos e estão relacionadas a fraturamentos de grande extensão. O
progressivo empilhamento dos produtos de erosão causa depósitos de blocos e
fragmentos rochosos denominados de tálus;

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-9


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

2) sulcos de erosão fluvial, sucessivos e profundos, inscritos nas linhas de maior declive
das encostas. Provocam um ravinamento nos solos de alteração de basalto e
normalmente, quando lineares, estão associados a fraturamentos;

3) áreas de rastejo sobre depósitos de solo ou tálus no sopé das encostas íngremes;

4) áreas de erosão laminar em trechos deflorestados das encostas íngremes, com


esposição de afloramentos de rocha ao lado de remanescentes de solo; e

5) blocos instáveis, provocados pelo entalhamento em escarpas abruptas sujeitas ao


escoamento pluvial. O processo resulta em queda de blocos das paredes do vale.

Nos processos erosivos, a ação antrópica, originando desmatamentos e lavouras nas


encostas, acelera estes processos nos vales.

A suscetibilidade à erosão, portanto, é reconhecida na região, tanto sob processos naturais


como antrópicos. Quantificá-la já é mais difícil. Pode-se dizer que a erosão em escarpas
depende de processos naturais, já que raramente é afetada antropicamente. Por outro lado,
a suscetibilidade à ela em regiões de exploração antrópica é maior. Ocorre em lavouras e,
principalmente, ao longo de estradas constituídas para exploração de madeira. Como as
poucas lavouras no âmbito do Parque Estadual já não estão ativas, a maior possibilidade de
processos erosivos ocorre nas estradas e trilhas de acesso às regiões de extração seletiva
de madeira (figura 3.2.4-1).

O processo de construção de estradas e acessos (figura 3.2.4-2) era normalmente


realizado com tratores de lâmina e retroescavadeiras, cortanto o solo vegetal e expondo o
nível de alteração de rocha. Face à esterilidade desse nível, não há praticamente
regeneração florestal, tornando esses acessos propensos a uma maior erosão em locais
com mais declividade. O mesmo ocorre nos locais denominados de “estaleiros”, locais de
armazenamento provisório de madeiras e bastante freqüente na região. Por outro lado, as
espessuras de solo são bastante reduzidas. Nas caminhadas efetuadas no Parque, em
zonas de grande declividade, principalmente voltadas ao rio Canoas, constatou-se
espessuras de solo pequenas, da ordem de dezenas de centímetros, raramente alcançando
um metro. Estradas construídas há 25 anos mostram-se bastante estáveis, mesmo quando
dirigidas para maiores declividades. Deverá ser realizada uma avaliação da utilidade
presente dessas estradas e acessos, fechando as que não serão utilizadas e implantando
pequenos projetos de desvio de águas superficiais.

Um fator de instabilidade será a flutuação do nível de água do futuro reservatório, o que


poderá colocar em risco massas apreciáveis de solo e materiais coluvionares. Os estudos
de estabilidade de taludes marginais do reservatório da Usina Hidrelétrica Campos Novos
estão sendo realizados, tendo-se detectado uma área de risco no limite oeste do Parque,
denominada de 9N1 (Anexo 1). O local apresenta, segundo o que foi apurado,
profundidades de solo coluvionar da ordem de 6 m no máximo. Caso os estudos
demonstrem que o local poderá vir a se instabilizar, são previstas obras de contenção e
monitoramento. Na Figura 3.2.2-2 podem ser visualizados locais onde ocorreram
instabilidade em encostas ou onde há risco potencial de instabilidade de encostas na região
da cachoeira do lajeado do Roberto.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-10


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.4-1: Situação da cobertura de Figura 3.2.4-2: Trilhas e acessos em


solo em região de grande declividade no regiões de alta declividade são propensos
vale do rio Canoas. A camada vegetal é a processos erosivos. Entretanto, o solo
centimétrica, ocorrendo abaixo um solo de alteração de rocha, se não permite o
de alteração de rocha, cujos fragmentos crescimento de mata secundária, é
ainda são visíveis bastante estável, não apresentando
problemas a não ser pontualmente

3.2.5 Recursos hídricos do PERC

3.2.5.1 Sub-bacias de drenagem


O PERC está localizado próximo à porção intermediária do futuro reservatório do AHE
Campos Novos, cerca de 38 km distante do eixo da barragem. Tem como limites o rio
Canoas (reservatório do AHE Campos Novos, margem direita), a margem direita do lajeado
do Roberto (desenvolvendo-se na sua porção nordeste-sudoeste a ser alagado em seu
baixo curso futuramente) e a bacia de contribuição pela margem esquerda do rio Ibicuí no
seu baixo curso.

A área do Parque drena para 03 sub-bacias, conforme figura 3.2.5-1:


• Sub-bacia do lajeado do Roberto;
• Sub-bacia rio Canoas; e
• Sub-bacia do rio Ibicuí.

A sub-bacia do lajeado do Roberto drena o Parque em sua porção nordeste sendo a maior
no seu interior (com 6,08 km²). Possui um dos maiores afluentes daquele lajeado, o lajeado
de Dentro, que tem comprimento de 3,79 km e que futuramente (como o principal) terá seu
baixo curso alagado pelo reservatório do AHE Campos Novos.

Notadamente, as margens dos afluentes do lajeado do Roberto internos ao Parque possuem


vegetação ciliar ainda protegida. Nota-se que somente junto a algumas áreas ocorre a
retirada da vegetação próxima às lagoas nas nascentes do lajeado de Dentro, mas são
áreas pequenas e que já estão se recompondo.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-11


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Figura 3.2.5-2: Vista do lajeado do Roberto


no ponto de monitoramento

A sub-bacia do rio Canoas, com área de 2,97 km², é composta por 03 córregos de pequena
contribuição que drenam do interior da Unidade (na sua porção sul) diretamente para o rio
Canoas e futuramente para o reservatório da AHE Campos Novos.

Na terceira sub-bacia temos a contribuição interna do Parque em direção ao rio Ibicuí.


Caracteriza-se pelas regiões de nascentes (região noroeste) de alguns afluentes da margem
esquerda deste rio, sendo que 02 (dois) destes nascem no interior da Unidade junto ao seu
limite. A sua área é de 2,27 km², sendo a menor das três sub-bacias do interior do PERC.

Resumidamente, os cursos d’água internos ao Parque possuem pequenas proporções com


pequenos comprimentos e com pequenas vazões. São encaixados em vales em forma de
“V” e possuem margens protegidas. O mais expressivo é o lajeado do Roberto, que possui
área de 21,1 km², comprimento de 6,37 km e contribuição pela margem direita de um grande
afluente (lajeado de Dentro) que drena do interior do PERC. Entretanto, o seu curso
principal não está no interior da Unidade, mas drena a região contígua ao seu limite.

Em termos de vazões esses lajeados não possuem grandes descargas, uma vez que as
áreas de drenagem dos mesmos variam de pequena para média. Na região a contribuição
específica média de descargas líquidas varia entre 16 - 25 l/s/km², sendo que para as
vazões mínimas estes valores se reduzem, entre 1- 2,50 l/s/km². Geralmente, para
pequenas bacias tais valores tendem em média aos limites inferiores; assim, pode-se inferir
as vazões médias e mínimas para os lajeados do Roberto e de Dentro conforme a tabela
3.2.5-1.

Tabela 3.2.5-1: Vazões médias e mínimas para os principais lajeados do PERC


Faixa de Faixa de Q
Área Q média mínima Q média Q mínima
Lajeado
(km²) específica específica (l/s) (l/s)
(l/s/km²) (l/s/km²)
Roberto 21,04 340 l/s 21 l/s
16-25 1-2,50
De Dentro 2,76 44 l/s 2,7 l/s

Nota-se que as vazões médias estimadas não ultrapassam a casa de 0,5 m³/s e portanto
pode-se considerar como pequenas as descargas líquidas. Entretanto, esses rios afluentes
do rio Canoas, assim como o próprio, devido às suas condições topográficas e
hidromorfométricas, possuem regime torrencial, com respostas rápidas e de grande
magnitude para os volumes escoados durante eventos de chuvas intensas. Contudo, a

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-13


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permanência dessas maiores vazões é pequena e portanto não pesa na média geral dos
valores.

3.2.5.2 Lagoas
Nas sub-bacia no interior do Parque observa-se a ocorrência de corpos hídricos do tipo
lagoas, com formação de área de alagamento dependendo das condições de saturação do
solo local e do pequeno gradiente de escoamento, fazendo com que as águas originadas
nessas regiões tenham pequenas velocidades e maiores tempos de detenção.

Foram encontradas 06 lagoas, sendo que duas delas (as maiores) estão conectadas ao
afluente do lajeado do Roberto, e duas ao lajeado de Dentro, na região de cabeceira,
alimentando estes cursos d’água como nascentes. As outras duas (menores) não estão
conectadas superficialmente a nenhum curso d’água e situam-se próximas a afluentes do
baixo curso do Ibicuí, conforme tabela 3.2.5-2 e figuras 3.2.5-3 a 3.2.5-6.

Tabela 3.2.5-2: Toponímias das quatro principais lagoas encontradas no interior do


PERC
Cota da
LAGOA Sub-bacia
superfície
Lagoa Grande 834 Sub-bacia do lajeado de Dentro
Lagoa Bonita 846 Sub-bacia do lajeado de Dentro
Lagoa Pequena 782 Sub-bacia do lajeado do Roberto
Lagoa do Seu Zé - Sub-bacia do lajeado do Roberto

Devido às pequenas áreas de contribuição, condições hidromorfológicas e de clima, ocorre


nas lagoas Pequena, Bonita e do Seu Zé a diminuição de seus volumes de água, reduzindo
a lâmina de água e podendo chegar ao esgotamento (secamento). Durante a época de
chuvas apresentam lâminas que podem ter de 10 a 30 cm. A da lagoa Grande é reduzida
(menores de 50 cm) e assim, devido às condições locais de excedente ou déficit hídrico,
estes valores oscilam rapidamente e podem, em alguns eventos de seca extrema, esgotar a
água deste corpo hídrico, o que não foi registrado por este estudo mesmo com a estiagem
de 2004/05.

Figura 3.2.5-3: Lagoa Grande, situada na Figura 3.2.5-4: Lagoa Bonita, conectada a
sub-bacia do lajeado de Dentro sub-bacia do lajeado de Dentro

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-14


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Figura 3.2.5-5: Lagoa Bonita Figura 3.2.5-6: Lagoa Pequena com seu
leito seco

3.2.5.3 Qualidade da água na bacia do rio Canoas


O PERC está inserido entre o lajeado do Roberto, o rio Canoas e o rio Ibicuí, e sendo assim,
através da qualidade das suas águas pode-se avaliar de uma forma mais geral as condições
hídricas/aquáticas junto ao Parque.

De acordo com o monitoramento da qualidade da água do futuro reservatório do AHE


Campos Novos, dentre os 10 pontos de análise na bacia do rio Canoas, próximo ao Parque
são monitorados alguns pontos no próprio rio Canoas e no rio Ibicuí, sendo estes os mais
característicos para a Unidade (Figura 3.2.5-7):

• P7 – Rio Canoas, à montante do PERC;


• P9 – Rio Canoas, à jusante do PERC, e
• P8 – Rio Ibicuí, contíguo ao PERC.

Através dos parâmetros do monitoramento de qualidade da água da bacia do rio Canoas,


podemos avaliar que os pontos P7 e P9 (rio Canoas, à montante e à jusante do Parque,
respectivamente) apresentaram resultados bastante estáveis, não havendo ali alteração da
qualidade da água. Entretanto, o ponto P6 (rio Canoas, mais à montante do ponto P7)
apresentou alterações nos parâmetros de cálcio, fenóis, nitrato e sulfato.

O ponto P8 – Rio Ibicuí - que representa uma condição de afluente do rio Canoas, à jusante
ao PERC, foi um dos locais de pior qualidade de todo o monitoramento, conjuntamente com
o P2, obtendo-se valores elevados para a maioria dos parâmetros, destacando-se a clorofila
a, bem superior aos demais pontos. Também destacaram-se os resultados dos fenóis,
amônia e coliformes fecais.

O rio Ibicuí recebe uma carga de poluentes relativamente grande, sendo o corpo receptor da
cidade de Campos Novos e das águas de diversas propriedades com grandes lavouras,
principalmente no seu alto curso. Também ocorre o processamento de madeira nesta região
assim como o plantio de pinus, os quais, em grandes quantidades, podem estar contribuindo
para o aumento destas concentrações de fenóis nas águas.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-15


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Figura 3.2.5-7: Mapa de localização dos pontos de coleta e monitoramento de água


realizados pela ENERCAN na bacia do rio Canoas

Analisando-se o PERC dentro desse contexto da qualidade das águas que se apresenta
pelo amplo monitoramento que vêm sendo realizado pela ENERCAN, nota-se que em
relação ao rio Canoas ao futuro reservatório a ser formado, a qualidade da água no trecho
contíguo ao Parque possui boas condições para a vida aquática e não devem ocorrer
alterações nas concentrações dos parâmetros físico-quimico-bacteriológicos, assim como
biológicos, neste ponto.

As lagoas existentes no interior do Parque possuem aparentemente boa qualidade de suas


águas, apresentando relativa transparência, ausência de odores e dejetos orgânicos. Estes
corpos hídricos são bem isolados e, por isso, a qualidade das suas águas é bastante
resguardada. Entretanto, devido à presença de pinus nestas áreas e a sua retirada, estão
sendo dispostos nas margens da lagoa Grande restos de galhos destas árvores, que
contribuem com material orgânico e fenólicos, assim como sendo efetuados serviços ao
longo de seu perímetro que revolvem o solo e aumentam a quantidade de turbidez e sólidos
na água. Na figura 3.2.5-8 pode-se observar a condição de margem e das águas da lagoa
Grande.

Figuras 3.2.5-8 (a e b): Condições de margem e da água na lagoa Grande nos pontos
de monitoramento

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-16


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No lajeado do Roberto, em seu curso principal (contíguo à Unidade), há presença de


plantações de pinus em seu médio curso, assim como no seu médio-alto curso a presença
em pequenas propriedades de gado de corte e lavouras de milho, feijão e soja. Já no médio-
baixo curso, em pequenas quantidades, há presença de gado de corte e plantações de
pinus em direção ao rio Canoas.

Devido a essas condições de intenso uso pelas plantações de pinus no interior da Unidade e
na bacia do lajeado do Roberto, a qualidade das águas nestas áreas pode apresentar
alterações principalmente em relação aos fenóis e fósforo, entretanto os compostos
nitrogenados, coliformes fecais e amônia devem apresentar-se mais estáveis e enquadrados
nos limites da legislação de rios classe 2.

Os parâmetros cujos resultados apresentaram-se alterados e acima dos limites da


legislação no monitoramento da qualidade da água da bacia do rio Canoas realizado pela
ENERCAN, sempre estão associados a grandes problemas na bacia, como o lançamento de
efluentes domésticos de diversos centros urbanos, lançamento de grande porte de efluentes
industriais de processamento de celulose, usos intensivo de grandes lavouras, etc.

No caso do PERC essas atividades e usos são bastante reduzidos e, portanto, muito desses
problemas relacionados à qualidade dos cursos d’água não existirão, uma vez que estes
são bem protegidos e a carga de poluentes lançada é mínima e na maioria das áreas
inexistente.

3.2.5.4 Qualidade da água local


Para a caracterização da qualidade da água local, ou seja, na rede hidrográfica no interior
do PERC, foram realizadas amostragens de água em três pontos, escolhidos por
caracterizarem ambientes distintos, como lótico (rio) e lêntico (lagoa). Todas as
amostragens foram feitas em 14 de dezembro de 2004.

As análises realizadas contemplaram os parâmetros para a aplicação do índice de qualidade


da água (IQA) (CETESB, 2003) e parâmetros complementares que apresentaram elevações
em relação ao monitoramento da ENERCAN, como a amônia e fenol, além do ferro total,
alumínio, cromo total e mercúrio (metais de referência).

Os pontos monitorados e suas respectivas localizações estão apresentados na tabela 3.2.5-


3 e podem ser visualizados na figura 3.2.5-9.

Tabela 3.2.5-3: Localização dos pontos de monitoramento do PERC


Ponto Rio/Lagoa Coordenadas UTM Descrição
x y
P1 Lajeado do 484307 6950423 Junto ao limite do Parque e estrada
Roberto municipal
P2 Lagoa 481654 6950076 Alimentação da lagoa para o lajeado de
Pequena Dentro, próximo à estrada
P3 Lagoa 481897 6950461 Próximo à estrada contígua à lagoa
Grande

Durante o período de coleta o tempo estava bom e nas 48 horas antecedentes também. A
região passava por uma estiagem onde os cursos d’água estavam bastante secos e em
condições hidrológicas reduzidas. O lajeado do Roberto, apresentou cor acinzentada e com
pouca turbidez. As lagoas Pequena e Grande também estavam bastantes reduzidas e com
lâminas de água pequenas, assim como baixo fluxo. As suas águas apresentavam-se mais
turvas e com coloração marrom.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-17


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Os resultados das análises laboratoriais realizados pelo CEFET/SC estão apresentados na


Tabela 3.2.5-4.

Tabela 3.2.5-4: Resultados das análises laboratoriais nos pontos do PERC


Pontos unidade P1 - Laj. Roberto P2 - Lagoa Pequena P3- Lagoa Grande Limite Cl 1* Limite Cl 2*
Temperatura ar oC 29 27 27 - -
Temperatura água oC 23,8 21,3 30,5 - -
pH 7,18 6,32 5,95 _6 - 9 _6 - 9
Condutividade uS/cm 38 18 24 -
DBO 5 mg/l O2 2,65 1,12 1,04 <3 <5
OD mg/l O2 3,9 5,18 3,33 >6 >5
OD Saturação % 55,97 72,63 41,42 - -
Turbidez NTU 4,79 9,98 6,93 <40 <100
Sólidos Totais mg/l 90 117 95 - -
Coliformes Fecais NMP/100ml 11 ausentes ausentes 200 1000
Nitrogênio Total mg/l 0,18 2,7 0,36 - -
Fósforo Total mg/l inferior 0,01 inferior 0,01 inferior 0,01 0,025 0,025
Amônia mg/l 0,11 1,42 0,18 0,02 0,02
Fenol mg/l inferior 0,002 0,033 0,06 0,001 0,001
Ferro Total mg/l 0,52 1,57 0,35 0,3 0,3
Alumínio mg/l inferior 0,03 inferior 0,03 inferior 0,03 0,1 0,1
Cromo Total mg/l inferior 0,02 - - 0,5 0,5
Mercúrio µg/l inferior 0,02 - - 0,2 0,2
* Resolução CONAMA 20/86 – Limites Classes 1 e 2

Pelos resultados podemos perceber o seguinte:

a) para os três pontos monitorados teve-se valores reduzidos de OD e abaixo dos


valores para rio classes 1 e 2 da Resolução CONAMA nº 20/86 (limite 6 e 5 ppm),
entretanto não há uma relação direta desta redução de oxigênio com o restante dos
resultados para os outros parâmetros, pois para a DBO, nitrogênio, fósforo e
condutividade os valores encontrados são de baixa para média concentração;
b) os valores de turbidez, fósforo total, DBO e coliformes fecais apresentaram-se abaixo
dos limites para rios de classe 1 da citada Resolução, mostrando que estes
parâmetros estão muito pouco alterados na região;
c) o nitrogênio total apresentou-se elevado no ponto P2 - Lagoa Pequena em relação
aos demais, assim como para a amônia e fenóis. Secundariamente, a lagoa Grande
apresentou valor um pouco mais elevado que o lajeado do Roberto. Estas alterações
nos valores desses parâmetros estão ligadas à presença de material orgânico
proveniente dos pinus dispostos nestas duas lagoas e que afetam as concentrações
de compostos fenólicos e de amônia, assim como o revolvimento de solo efetuado e
que altera um pouco a turbidez e o volume de sólidos totais; e
d) em relação ao ferro total os valores apresentaram-se com certa elevação e podem
estar ligados ao carreamento deste elemento pelo solo, principalmente pelas
estradas e vias de acesso junto a estes cursos d’água. O alumínio não mostrou
alteração significativa. Quanto aos outros parâmetros como cromo e mercúrio os
valores apresentados estão abaixo dos limites da Resolução CONAMA nº 20/86,
classe 1.

3.2.5.4.1 Índice de Qualidade da Água (IQA)


Tendo em vista realizar uma análise comparativa entre os pontos amostrados no PERC, foi
realizada a aplicação do IQA (CETESB, 2003). Esta metodologia utiliza 09 parâmetros de
qualidade da água: DBO, OD, Temperatura, Turbidez, Sólidos Totais, Coliformes Fecais,
Nitrogênio Total, Fósforo Total e pH. São atribuídos pesos para cada parâmetro de acordo
com a sua relevância ambiental e através de uma somatória entre os mesmos é obtido o
valor do índice.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-19


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Na tabela 3.2.5-6 e Figura 3.2.5-10 são apresentados os valores de IQA obtidos para os
três pontos monitorados de acordo com a classificação das águas em função dos intervalos
determinados pela CETESB, conforme tabela 3.2.5-5. Este índice nos dá uma base prática
para a comparação entre diversos corpos hídricos do ponto de vista da qualidade da água
para o consumo humano. Assim, atrelada a outros parâmetros complementares, pode-se
avaliar a qualidade destes ambientes do ponto de vista da vida aquática.

Tabela 3.2.5-5: Intervalos de classificação da qualidade da água segundo o IQA


(CETESB, 2003)
IQA - CETESB
ÓTIMA 80 - 100
BOA 52 - 79
ACEITÁVEL 37 - 51
RUIM 20 - 36
PÉSSIMA 0 - 19

Tabela 3.2.5-6: Índice de qualidade da água (IQA) dos pontos amostrados no PERC
Ponto IQA
P1 – Lajeado do Roberto 77
P2 – Lagoa Pequena 41
P3 – Lagoa Grande 35

90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Lageado Roberto Lagoa Pequena Lagoa Grande

Figura 3.2.5-10: Índice de qualidade da água (IQA) dos pontos amostrados no PERC

Pelos resultados obtidos para os índices observa-se que no conjunto de dados analisados a
qualidade da água para o lajeado do Roberto é “Boa”, enquanto que os pontos nas lagoas já
mostram algumas alterações, como para o nitrogênio, pH, turbidez e oxigênio dissolvido.

Para os pontos P2 e P3 nas lagoas as classificações foram “Aceitável” e “Ruim”. Entretanto,


pela pontuação, possuem qualidade de água bastantes semelhantes, estando nesta
amostragem entre estes dois intervalos de classificação.

Para o lajeado do Roberto somente o oxigênio dissolvido apresentou-se reduzido, entretanto


não correspondendo aos níveis dos demais parâmetros de qualidade; e deverá ser
acompanhado posteriormente. Apesar de na sua bacia de contribuição haver maiores usos
com culturas anuais e criação de gado, não observou-se neste momento a elevação de
concentrações, sejam de nutrientes e/ou coliformes fecais.

De maneira geral, como já exposto, no momento de amostragem a região passava por um


período de forte estiagem e nas lagoas haviam sido dispostos resíduos de árvores de pinus,
ocorrendo concentrações mais elevadas de compostos de amônia e fenólicos. No lajeado do

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-20


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Roberto estes parâmetros estão bastante reduzidos e não apresentam alteração de


contaminação externa.

3.2.6 Vegetação

3.2.6.1 Tipologias vegetais atuais2


Em relação à realidade observada na área do PERC e em sua respectiva Zona de
Amortecimento (em discussões), definida em parte com base no Decreto Estadual nº
14.250, que considera Área de Proteção Especial a faixa de 500 m de largura a partir dos
limites de parques estaduais, incluindo ainda a micro bacia hidrográfica do lajeado do
Roberto, o qual perfaz o limite leste-sudeste da UC, observam-se situações marcadamente
contrastantes.

O ambiente do PERC revela-se predominantemente florestal, composto em grande parte por


remanescentes florestais primários (alterados parcialmente pela extração madeireira
seletiva) e por áreas em diferentes estágios sucessionais de regeneração, representando no
entanto uma porção significativamente menor da Unidade de Conservação. Na ZA
predominam os processos de fragmentação e redução dos ambientes florestais, perdendo
espaço para as atividades agrosilvipastoris; contudo, deve-se ressaltar a existência de
importantes núcleos florestais ali, especialmente a leste da UC, na micro-bacia do lajeado
do Roberto, e a oeste, saindo da ZA e entrando em contato com as formações florestais do
vale fluvial do rio Ibicuí. Apesar de ocuparem uma área muito menor do que as
remanescentes encontradas no PERC, estas formações florestais apresentam-se em bom
estado de conservação podendo, de forma análoga, serem consideradas florestas primárias
alteradas pela extração seletiva de madeira.

Desta forma, serão descritas a seguir as tipologias vegetais atuais encontradas na área do
PERC, representativas para a situação observada na ZA, estando divididas em dois grupos
principais conforme sua origem: Naturais, englobando floresta primária, os estágios
sucessionais da vegetação secundária e os tipos de vegetação edáfica (banhados,
vegetação aquática e rupestre); e Antropogênicas, englobando pastagem, as silviculturas de
pinus e de Araucaria angustifolia e pomar com frutíferas exóticas.

3.2.6.1.1 Naturais
a) Floresta Primária (figuras 3.2.6-1 a 3.2.6-5):
Abrange grande parte da área do PERC, configurando os ambientes florestais mais
representativos da Floresta Ombrófila Mista, alterados parcialmente pela extração intensa
de Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro) sem que tenha havido a supressão total da
vegetação. Esta constatação é corroborada pela expressiva presença de áreas de
“estaleiros”, denominação local para os depósitos temporários de toras das árvores que
eram abatidas, e de clareiras florestais dominadas por Merostachys multirramea (taquara),
ambas ocasionando uma descontinuidade do dossel florestal bastante evidente.

Outro aspecto destacável é a baixa abundância de Araucaria angustifolia, representada em


grande parte por indivíduos adultos jovens, com a quase total ausência de indivíduos velhos
de grande porte, indicando de forma semelhante os processos de extração seletiva de
madeira ocorridos no passado.

Contudo, em parte destas áreas de floresta primária ainda é possível observar a presença
de Araucaria angustifolia no estrato emergente, com espécimes de 18 a 20 m de altura, com
um dossel florestal imediatamente inferior constituído de espécies típicas, atingindo cerca de

2
Ver: Anexo 4 – Mapa de Uso do Solo.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-21


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

14 m de altura, configurando, ainda que parcialmente, a fitofisionomia original dessa floresta.


Dentre as principais espécies destacam-se, principalmente, Nectandra lanceolata (canela-
amarela), Cedrela fissilis (cedro), Matayba elaeagnoides (camboatá), Podocarpus lambertii
(pinheiro-bravo), Capsicodendron dinisii (pimenteira), Ocotea pulchella (canela-lageana),
Cryptocarya aschersoniana (canela-pururuca), Eugenia involucrata (cerejeira-do-mato),
Mycianthes gigantea (guamirim-araçá), Myrciaria tenella (cambuí), Prunus sellowii
(pessegueiro-bravo), Luehea divaricata (açoita-cavalo) e Lamanonia speciosa (guaperê). No
estrato arbóreo inferior, das arvoretas, aparecem Drimys brasiliensis (casca-d’anta),
Allophylus guaraniticus (vacunzeiro), Casearia decandra (guaçatunga), Sebastiania
brasiliensis (leiterinho), Ilex dumosa (caúna) e I. brevicuspis (caúna).

O epifitismo destas formações é bastante reduzido, estando representado, principalmente,


por Aechmea recurvata (gravatá) var. recurvata, por Tillandsia spp. (cravos-do-mato) e por
espécies de Cactaceae tais como Rhipsalis spp. e Lepismium houlletianum.

Figura 3.2.6-1: Fitofisionomia de floresta Figura 3.2.6-2: Fitofisionomia de floresta


primária localizada a oeste do PERC, primária localizada a oeste do PERC,
evidenciando o estrato emergente evidenciando a ausência de Araucaria
composto por Araucaria angustifolia angustifolia (pinheiro-brasileiro) no
(pinheiro-brasileiro) estrato emergente

Figura 3.2.6-3: Espécime de Araucaria Figura 3.2.6-4: Espécime de grande porte


angustifolia (pinheiro-brasileiro), no de Dicksonia sellowiana (xaxim-bugio)
centro, em área de floresta primária, próxima à clareira em área de floresta
representando um dos poucos indivíduos primária no PERC
de grande porte da espécie no PERC

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-22


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Figura 3.2.6-5: Espécime de Aechmea recurvata (gravatá) sobre Nectandra lanceolata


(canela-amarela) em área de floresta primária no PERC

b) Capoeirão (Estágio Avançado de Regeneração) (figura 3.2.6-6)


Representa a tipologia vegetal das áreas mais antigas onde houve supressão total da
vegetação, abrangendo espécies do estágio sucessional anterior, porém mais
desenvolvidas, e algumas espécies típicas de áreas em estado primário. Apresentam
fitofisionimia arbórea, com árvores, predominantemente, de médio porte, com uma altura de
cerca de 12 a 14 m. As espécies típicas do estágio anterior (médio) que aparecem com
porte mais desenvolvido são Mimosa scabrella (bracatinga), Piptocarpha angustifolia
(vassourão-branco), Vernonia discolor (vassourão-preto), Ocotea puberula (canela-guaicá) e
Cupania vernalis (camboatá-vermelho); podem aparecer ainda Cedrela fissilis (cedro),
indicador de áreas que sofreram exploração madeireira, Luehea divaricata (açoita-cavalo),
Matayba elaeagnoides (camboatá-branco), Nectandra lanceolata (canela-amarela),
Nectandra megapotamica (canela-fedida) e Parapiptadenia rigida (angico-vermelho).

Figura 3.2.6-6: Fitofisionomia de capoeirão próximo à estrada interna central do


PERC

c) Capoeira (Estágio Médio de Regeneração) (figuras 3.2.6-7 e 3.2.6-8)


Formada predominantemente por Mimosa scabrela (bracatinga), configurando
agrupamentos populacionais bastante homogêneos, sendo representativa de locais em
processo intermediário de regeneração, iniciando a constituição de um ambiente florestal
propriamente dito. Com uma fisionomia arbórea constituída por árvores de pequeno e médio
porte, alcançando alturas de cerca de 10 a 12 m, aparecem, além da bracatinga,
Piptocarpha angustifolia (vassourão-branco), Vernonia discolor (vassourão-preto), Schinus
terebinthifolius (aroeira-vermelha), Myrsine coriaceae (capororoca), Ilex theezans congonha
e Daphnopsis racemosa (embira).
Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-23
Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-7: Fitofisionomia de capoeira, Figura 3.2.6-8: Fitofisionomia de


formada predominantemente pela Mimosa capoeira, formada predominantemente
scabrella (bracatinga), próxima à estrada pela Mimosa scabrella (bracatinga),
interna central do PERC próxima à estrada interna central do
PERC

d) Capoeirinha (Estágio Inicial de Regeneração) (figuras 3.2.6-9 e 3.2.6-10)


Encontrada nas áreas mais recentes onde houve supressão total de vegetação,
principalmente nas estradas de acesso para extração de madeira e para alguns “estaleiros”
mais antigos, e em pastagens abandonadas. Estes “estaleiros” representam as áreas onde
era feito o depósito temporário das toras extraídas na floresta, posteriormente conduzidas
para as serrarias.

Nesta tipologia forma-se um tapete constituído por gramíneas e outras espécies herbáceas
ruderais, com densidade variável de arbustos, principalmente, de Baccharis uncinella, B.
elaeagnoides e B. dracunculifolia (vassouras), aparecendo ainda espécies como Baccharis
trimera (carqueja), Eryngium horridum (caraguatá), Schinus lentiscifolius (aroeira-cinzenta),
Eupatorium laevigatum (vassoura-braba), com ocorrência esparsa e isolada de indivíduos
arbóreos como Sapium glandulatum (pau-leiteiro), Solanum erianthum (canema), Schinus
terebinthifolius (aroeira-vermelha) e os pioneiros formadores do estágio subseqüente tal
como Mimosa scabrella (bracatinga) e Vernonia discolor (vassourão-preto).

Figura 3.2.6-9: Fitofisionomia de Figura 3.2.6-10: Fitofisionomia de


capoeirinha em área antropizada pela capoeirinha em área de “estaleiro” mais
extração madeireira no interior do PERC, antigo
evidenciando o predomínio da Baccharis
uncinella (vassoura-branca)

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-24


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e) Estágio Pioneiro (figuras 3.2.6-11 e 3.2.6-14)


Configura-se como a colonização inicial de terrenos onde houve intensa degradação
representada, principalmente, pela supressão total de vegetação e exposição do horizonte
superficial do solo tal como nos “estaleiros”, margens de estradas e nas silviculturas de
pinus, tanto no interior destes cultivos, sob as árvores plantadas, quanto nas áreas onde
houve o manejo desta cultura com a retirada total das árvores plantadas. No caso dos
“estaleiros”, os quais serviam de depósito temporário de toras, observa-se a permanência
deste estágio pioneiro por um período de tempo considerável, podendo chegar a cerca de
15 anos, uma vez que não é feita a extração seletiva de madeira na UC há cerca de 20
anos. Este fato pode indicar que nos “estaleiros” não houve apenas supressão de
vegetação, mas também remoção do horizonte orgânico do solo e do banco de sementes,
como pode ser visto em alguns locais, com conseqüente compactação do solo devido ao
depósito de toras e circulação de veículos e maquinários. Nessas situações observa-se um
tapete de gramíneas formado, principalmente, por Axonopus sp. (grama-de-potreiro) e por
Paspalum notatum (capim-forquilha), com diversas espécies herbáceas/subarbustivas
ruderais como Vernonia tweediana (assa-peixe), Sida rhombifolia (guanxuma), Herectites
hieracifolia, Baccharis trimera (carqueja), Pteridium aquilinum (samambaia-das-taperas),
Eupatorium inulaeifolium (vassoura) e Senecio brasiliensis (flor-das-almas), além de
diversas espécies de Solanum; podem aparecer ainda algumas árvores pioneiras como
Sapium glandulatum (pau-leiteiro) e Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro).

Nas áreas onde as árvores de pinus encontram-se plantadas esse estágio está
representado, principalmente, por espécies de Pteridophyta, devido ao intenso
sombreamento, aparecendo Asplenium spp. (avencas) e Doryopteris spp. (samambaias). Já
nas áreas abertas, onde o pinus foi retirado, aparecem espécies ruderais como Senecio
brasiliensis (flor-das-almas), espécies de Solanum, Pteridium aquilinum (samambaia-das-
taperas), Mikania sp. (guaco) e a Leandra australis (pixirica).

Figura 3.2.6-11: Fitofisionomia do estágio Figura 3.2.6-12: Fitofisionomia de estágio


pioneiro em área de “estaleiro”, pioneiro em área de manejo de Silvicultura
evidenciando uma porção de solo de pinus
exposto, à esquerda

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-25


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-13: Fitofisionomia de estágio Figura 3.2.6-14: Fitofisionomia de estágio


pioneiro em área degradada na margem pioneiro em área de manejo de Silvicultura
da estrada interna central do PERC, em de pinus
primeiro plano

f) Banhado Herbáceo/Subarbustivo (figuras 3.2.6-15 e 3.2.6-16)


Representa o tipo de vegetação edáfica estabelecida em solos hidromórficos (i.e. brejosos,
que apresentam variações anuais em seus níveis de umidade conforme os índices
pluviométricos registrados, com conseqüente flutuação do lençol freático) principalmente, na
planície aluvial do lajeado do Roberto, a leste do PERC. Representa um ecossistema de
importância especial devido ao fato de estar estabelecido na zona ripária deste lajeado,
configurando-se num depurador das suas águas. Apresenta uma fisionomia
predominantemente herbácea/subarbustiva com cerca de 1,5 m de altura representada,
principalmente, por espécies como Senecio jürgensii (margarida-do-banhado), Juncus
densiflorus (junco) e Andropogon spp. (capins).

Figura 3.2.6-15: Fitofisionomia do Figura 3.2.6-16: Fitofisionomia do


banhado herbáceo/subarbustivo banhado herbáceo/subarbustivo
evidenciando as inflorescências da evidenciando o Juncus densiflorus
Senecio jürgensii (margarida-do-banhado) (junco), em primeiro plano, e o
Andropogon sp. (capim), ao centro

g) Banhado Arbóreo (figuras 3.2.6-17 e 3.2.6-18)


Estabelecido nas mesmas condições e no mesmo local do banhado herbáceo/subarbustivo,
apresentando, no entanto, uma fisionomia arbórea composta por indivíduos de porte baixo e
pouco desenvolvidos - de espécies como Gomidesia palustris (guamirim), Schinus
terebinthifolius (aroeira-vermelha), Miconia sp. (pixirica), Allophylus guaraniticus vacunzeiro
e Sebastiania commersoniana (branquilho) - entremeados à cobertura
herbácea/subarbustiva formada pelas espécies citadas anteriormente.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-26


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-17: Fitofisionomia do Figura 3.2.6-18: Indivíduos arbóreos de


banhado arbóreo destacando os guamirim Gomidesia palustris, à
indivíduos arbóreos estabelecidos sobre a esquerda, e de Schinus terebinthifolius
vegetação herbácea/subarbustiva (aroeira-vermelha), à direita, entremeados
à vegetação herbácea/subarbustiva

h) Vegetação Aquática de Ambientes Lênticos (figuras 3.2.6-19 a 3.2.6-22)


Representa o tipo de vegetação edáfica encontrada nas lagoas situadas em ambientes
florestais, as quais apresentam lâmina d’água perene com cerca de 50 cm de profundidade.
De forma análoga aos banhados, representam ecossistemas de extrema importância para a
conservação pelo fato de apresentarem condições singulares, condicionando o
estabelecimento de uma biota especializada, sendo imprescindíveis como fonte de recursos
hídricos para a fauna. Podem tratar-se ainda de bacias de acumulação representando
nascentes de cursos d’água.

Apresenta um conjunto de espécies vegetais adaptadas às condições anfíbias, com


destaque para as gramíneas Luziola peruviana (capim-boiador) e Panicum helobium (capim-
dos-banhados), além de espécies como Polygonum spp. (erva-de-bicho), Ludwigia spp.
(cruz-de-malta), Juncus densiflorus (junco), Lemna valdiviana (lentilha-d’água), e a espécie
arbórea típica de áreas alagadas, Sebastiania commersoniana (branquilho), tal como
evidenciam as Figuras 3.2.6-19 e 3.2.6-20.

Figura 3.2.6-19: Fitofisionomia da Figura 3.2.6-20: Fitofisionomia da


vegetação aquática de ambientes lênticos vegetação aquática de ambientes lênticos
em lagoa no interior florestal em lagoa no interior florestal
evidenciando a presença de indivíduos evidenciando a lâmina d’água perene com
arbóreos de Sebastiania commersoniana cerca de 50 cm de profundidade
(branquilho)

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-27


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-21: Fitofisionomia da Figura 3.2.6-22: Fitofisionomia da


vegetação aquática de ambientes lênticos vegetação aquática de ambientes lênticos
em lagoa no interior florestal em lagoa no interior florestal
evidenciando a densa cobertura vegetal evidenciando a cobertura vegetal da
da lâmina d’água e a borda florestal, ao lâmina d’água e a borda florestal, ao fundo
fundo

i) Vegetação Rupestre (figuras 3.2.6-23 a 3.2.6-26)


Representa o tipo de vegetação edáfica estabelecida nos ambientes rochosos relativos ao
canyon do lajeado do Roberto, a sudeste do PERC. Estes ambientes, tais como os
paredões rochosos e os platôs formados nas margens do referido rio e nas bordas destes
paredões, condicionam o estabelecimento de um grupo de espécies rupícolas típicas
entremeadas à formação florestal que avança sobre estes platôs. Dentre estas aparecem
Rechsteineria aggregata (cachimbo), Notocactus linkii (cacto ora-pro-nobis), Cortaderia
selloana (capim-bandeira), Chusquea meyeriana (cará), Abutilon darwinii, Petunia saxicola
(petúnia) e a própria Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), que cresce no interior do
canyon formando indivíduos muito altos, com cerca de 30 m de altura e diâmetro reduzido,
tal como mostra a Figura 3.2.6-26.

Figura 3.2.6-23: Vista do interior do Figura 3.2.6-24: Cacto Notocactus linkii


canyon do lajeado do Roberto (ora-pro-nobis) sobre platô rochoso na
margem do canyon do lajeado do Roberto

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-28


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-25: Rechsteineria aggregata


(cachimbo) em platô rochoso na borda do
canyon do lajeado do Roberto

Figura 3.2.6-26: Araucaria angustifolia


(pinheiro-brasileiro) no interior do canyon
do lajeado do Roberto

3.2.6.1.2 Antropogênicas
a) Pastagem (figuras 3.2.6-27 e 3.2.6-28)
Localizada na planície aluvial do lajeado do Roberto, a leste do PERC, é constituída
predominantemente pela Axonopus sp. (grama-de-potreiro), por alguns indivíduos arbóreos
do Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro) situados de forma esparsa, tal como mostra a
Figura 3.2.6-27, além da presença significativa de Baccharis trimera (carqueja).

Esta pastagem, formada para a criação de gado bovino, estende-se para fora da UC até a
ZA correspondente à microbacia do lajeado do Roberto, apresentando homologia florística e
fisionômica com as demais áreas de pastagem da ZA localizadas tanto na área de
abrangência desta microbacia quanto na porção a oeste da UC correspondente à Fazenda
Palmeira.

No entanto, a principal diferença entre essas áreas de pastagem reside no fato de que esta
pastagem do PERC está situada numa planície aluvial, de idade quaternária, representando
a modificação de uma ambiente de características edáficas específicas devido às condições
fluviais impostas pelo lajeado do Roberto, denotando significativa importância quanto à
conservação e restauração ambiental de suas condições originais. Neste sentido, a área
remanescente com vegetação de banhado (herbáceo/subarbustivo e arbóreo) contígua a
esta Pastagem (vide Figura 3.2.6-28) pode representar, ainda que em linhas gerais, o tipo
vegetacional que ocupava originalmente esta planície.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-29


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-27: Vista da pastagem Figura 3.2.6-28: Vista do limite entre a área
localizada a leste do PERC, na planície de pastagem na planície aluvial do lajeado
aluvial do lajeado do Roberto que cruza do Roberto, à esquerda, e a área
esta área à esquerda, evidenciando a remanescente com vegetação de
presença dos indivíduos do Araucaria banhado, à direita
angustifolia (pinheiro-brasileiro)

b) Silvicultura de pinus (figuras 3.2.6-29 e 3.2.6-30)


Representa atualmente o principal tipo de uso do solo exercido na área do PERC, com
significativas porções nos extremos norte e sul da UC (vide Mapa de Vegetação e Uso do
Solo), tendo sido iniciada ha cerca de 22 anos com o plantio de Pinus elliottii,
principalmente, e de Pinus taeda sobre áreas predominantemente florestais.

Quando da efetiva decretação do PERC foi iniciado o processo de retirada destes cultivos,
no momento em vias de conclusão, com a retirada dos espécimes de pinus localizados na
porção ao sul da UC, os mais jovens destes cultivos, com cerca de 5 anos, em
contraposição àqueles plantados nas porções ao norte da UC, coincidindo com a entrada
principal da área em questão.

Figura 3.2.6-29: Silvicultura de pinus com Figura 3.2.6-30: Área de manejo de pinus
cerca de 5 anos de idade localizada na na porção sul do PERC, evidenciando um
porção sul do PERC, evidenciando a talhão de silvicultura no centro da foto e o
galharia remanescente do processo de vale do rio Canoas ao fundo
retirada, em primeiro plano, e uma área de
floresta primária ao fundo

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-30


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

c) Silvicultura de Araucaria angustifolia (figuras 3.2.6-31 e 3.2.6-32)


Localizada numa pequena porção a nordeste do PERC junto ao limite da UC (vide Mapa de
Vegetação e Uso do Solo), está formada por indivíduos de Araucaria angustifolia (pinheiro-
brasileiro) com cerca de 15 a 20 anos de idade.

Figuras 3.2.6-31 e 32: Vista da silvicultura de Araucaria angustifolia localizada numa


pequena porção a nordeste do PERC

d) Pomar (figura 3.2.6-33)


Localizado numa pequena porção a leste do PERC, está formado, principalmente, por
espécies frutíferas exóticas tais como Diospyros sp. (caquizeiro), Pirus comunis (pereira), o
Persea americana (abacateiro), Eryobotrya japonica (nespereira) e Vitis vinifera (parreira);
além destas destaca-se o Butia eryosphata (butiazeiro) que, apesar de ser espécie nativa da
flora catarinense, com ocorrência restrita às altitudes do planalto, configura-se como espécie
alóctone por não ocorrer em ambientes florestais e sim nas áreas de campo.

Figura 3.2.6-33: Vista do pomar a leste do PERC


evidenciando Diospyros sp. (caquizeiro), ao centro, e
Butia eryosphata (butiazeiro), à esquerda, com
Silvicultura de pinus na ZA junto ao limite da UC, ao
fundo

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-31


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3.2.6.2 Sistema de Ecótono (Floresta Ombrófila Mista x Floresta Estacional Decidual)


Uma das características florísticas de especial interesse no PERC é a existência de um
sistema de ecótono formado pela transição vegetacional entre as formações da Floresta
Ombrófila Mista e da Floresta Estacional Decidual.

Conforme exposto anteriormente, a Floresta Ombrófila Mista representa a única formação


florestal potencial da área da UC com amplos remanescentes florestais primários que
contém todos os elementos florísticos tipicamente encontrados nesta formação,
principalmente, pelo caráter fisionômico dominante do Araucaria angustifolia (pinheiro-
brasileiro), ainda que este tenha sido reduzido em virtude da intensa exploração madeireira.
A Floresta Estacional Decidual ocorre, exclusivamente, no vale fluvial do rio Canoas estando
concentrada nas porções inferiores deste. Devido à íntima ligação das espécies
componentes desta formação com os ambientes marginais aos cursos d’água e à existência
de afluentes do rio Canoas que nascem na área do PERC ou apenas o cruzam, como no
caso do lajeado do Roberto, observa-se um processo de interpenetração florística que,
provavelmente, tem nestes afluentes, ainda que intermitentes, sua principal via de
ocorrência.

Essa situação apresenta-se mais conspícua nas áreas de maior declividade da UC,
principalmente ao sul desta, as quais marcam o início da variação topográfica e altimétrica
que culmina com o vale do rio Canoas. Nesta porção do PERC foi observada uma maior
ocorrência de espécies típicas da Floresta Estacional Decidual, representadas,
principalmente, por Erythrina falcata (corticeira-da-serra) (figura 3.2.6-34), Luehea divaricata
(açoita-cavalo), Patagonula americana (guajuvira), Vitex megapotamica (tarumã-preto),
Sorocea bonplandii (cincho), Machaerium stipitatum (farinha-seca) e Parapiptadenia rigida
(angico-vermelho) (figura 3.2.6-35). Ainda nesta porção da UC, foi registrada a existência
de um significativo agrupamento populacional de Myrciaria trunciflora (jaboticabeira),
estando esta representada por poucos indivíduos e de forma esparsa nas porções de menor
declividade do PERC. Esta espécie, apesar da ampla distribuição geográfica, ocorrendo em
praticamente todas as formações florestais catarinenses, apresenta grande afinidade pelos
ambientes úmidos das zonas ripárias, com importante expressividade na área de
abrangência da Floresta Estacional Decidual.

No entanto, deve-se ressaltar que esta situação ecotonal é pouco evidente no sentido
fitofisionômico, sendo impossível sua delimitação espacial uma vez que estas formações se
interrelacionam através de um continuum vegetacional. A própria abrangência da Floresta
Ombrófila Mista é delimitada principalmente de acordo com a ocorrência de Araucaria
angustifolia, a qual por sua vez deixa de ocorrer com o aumento da declividade em direção
ao vale do rio Canoas; neste sentido, cabe afirmar que muitas das espécies arbóreas
componentes dos estratos florestais dominados são compartilhadas pelas duas formações
florestais em questão, sendo corroborada tal afirmação pela proximidade do limite leste de
distribuição da Floresta Estacional Decidual.

Conforme Klein (1972), a Floresta Subtropical do Alto Uruguai (aqui denominada de Floresta
Estacional Decidual), “na passagem da BR 116 Lages-Vacaria pelo vale do rio Pelotas, se
reduz praticamente a uma estreita faixa, que acompanha somente o fundo deste vale e onde
apenas se encontram as árvores pioneiras mais avançadas”. Esta constatação também é
válida para o trecho do rio Canoas junto ao limite sul do PERC, uma vez que o reservatório
da Usina Hidrelétrica Campos Novos atingirá integralmente a Floresta Estacional Decidual
ali existente e parte da Floresta Ombrófila Mista que adentra na UC.

Desta forma, pode-se observar que esse ecótono está representado pela interpenetração
florística de alguns poucos elementos da Floresta Estacional Decidual, de caráter pioneiro,
que conseguem conquistar os terrenos em cotas altimétricas superiores e acabam por
misturar-se à Floresta Ombrófila Mista.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-32


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Ressalva especial deve ser feita para a ocorrência do cedro Cedrela fissilis (figura 3.2.6-
36), representado no PERC por diversos indivíduos em diferentes faixas etárias, com
espécimes de grande porte, o qual apesar de possuir ampla distribuição geográfica, tal
como Myrciaria trunciflora (jaboticabeira), “é porém mais freqüente e abundante na Floresta
Subtropical do Alto Uruguai” (Reitz, Klein & Reis, 1978). Contudo, por se tratar de espécie
pioneira que coloniza áreas degradadas tanto pela supressão total da vegetação quanto
pela extração seletiva de madeira, ocupando clareiras e bordas florestais, sua abundância
populacional pode estar relacionada à ocorrência desses distúrbios na área do parque.

Figura 3.2.6-34: Espécime florido de Figura 3.2.6-35: Parte do fuste de


Erythrina falcata (corticeira-da-serra) na Parapiptadenia rigida (angico-vermelho)
porção sul do PERC, próximo à descida na porção sul do PERC
para o vale do rio Canoas

Figura 3.2.6-36: Espécime de Cedrela fissilis (cedro), ao centro, em área de clareira


florestal no PERC

3.2.6.3 Táxons da flora de interesse para conservação


Em relação à Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (Portaria
nº 37 - N, IBAMA, 1992) tem-se Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), classificado
como “vulnerável”, e Dicksonia sellowiana (xaxim-bugio), classificado como “em perigo”,
dentre as espécies com ocorrência registrada no PERC; para o caso das espécies que
potencialmente podem ocorrer na UC, mas que até o momento não foram registradas,

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-33


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

aparecem Ocotea porosa (imbuia), classificada como “vulnerável” e Ocotea odorifera


(sassafrás), classificado como “em perigo”.

Com base nos dados publicados por Klein (1990;1996;1997) sobre as espécies raras ou
ameaçadas de extinção do Estado de Santa Catarina, foram selecionadas, conforme a área
de ocorrência, as espécies que potencialmente podem ocorrer na área do PERC, uma vez
que nenhuma destas foi registrada durante a elaboração dos estudos: Calyptranthes
reitziana e Myrceugenia grisea (guamirins), classificadas como “em perigo”, sendo
consideradas endêmicas do Alto Uruguai e afluentes; e Solanum catanduvae e S. iraniense
(joás-mansos), classificadas como “raras”, sendo consideradas endêmicas do meio oeste
catarinense, tendo sido coletadas apenas nos municípios de Catanduvas e Irani,
respectivamente.

Entre as espécies não incluídas nessa lista destacam-se aquelas que, por apresentarem alto
valor comercial, foram intensamente exploradas em Santa Catarina. Desse conjunto, e que
apresentam ocorrência registrada ou potencial para a área do PERC, aparecem as espécies
com alto valor madeireiro, representadas por Cedrela fissilis (cedro), Vitex megapotamica
(tarumã), Cordia trichotoma (louro), Myrocarpus frondosus (cabreúva), Patagonula
americana (guajuvira) e Tabebuia avellanedae (ipê-roxo). Neste sentido, cabe especial
menção à Podocarpus lambertii (pinheiro-bravo), que apresenta baixa densidade no PERC e
representa, com a Araucaria angustifolia, as únicas duas espécies de Gymnospermae
nativas da flora catarinense, tendo sido explorado de forma intensa em sua área de
ocorrência na Região Sul do Brasil.

Também deve ser ressaltada a importância na preservação das espécies típicas da Floresta
Estacional Decidual que adentram no PERC, configurando em parte o sistema ecotonal,
ainda mais devido à supressão total de sua principal fonte de dispersão com a formação do
reservatório da Usina Hidrelétrica Campos Novos.

Destaca-se também a importância das espécies consideradas mutualistas, devido a sua


grande capacidade de produção de frutos amplamente consumidos por várias espécies da
fauna, dentre estas se destacam as espécies da família Myrtaceae representadas,
principalmente, por Myrciaria trunciflora (jaboticabeira), Eugenia uniflora (pitangueira),
Eugenia involucrata (cerejeira-do-mato), Campomanesia xanthocarpa (guabirobeira),
Myrcianthes gigantea (guamirim-araçá) e outras espécies dos gêneros Eugenia, Myrcia,
Calyptranthes e Myrciaria; ainda com base nestas características aparecem como
mutualistas Syagrus romanzoffiana (jerivá), Myrsine coriaceae (capororoca), Schinus
terebinthifolius (aroeira-vermelha), Ilex spp. (caúnas) e Allophylus edulis (vacunzeiro).

Destacam-se ainda como táxons da flora de relevância para a conservação as espécies


vegetais de interesse científico para a pesquisa na área de saúde pública. Há muito tempo é
reconhecido o poder curativo das espécies vegetais nativas, amplamente utilizadas na
medicina popular e, atualmente, com crescente aceitação e utilização na medicina
convencional.

Baseado em Simões et al. (1998) pode-se enumerar diversas espécies vegetais nativas com
potencial para uso farmacológico e medicinal, as quais encontram-se presentes ou
apresentam potencial de ocorrência nas formações vegetais existentes na área do PERC.
Importante ressaltar que, apesar dos dados atualmente existentes, muitas outras espécies
podem apresentar potencial para uso medicinal, devendo ser ampliados os estudos sobre
estas potencialidades, dada a grande riqueza específica registrada para estas formações
vegetais.

Dentre as principais espécies vegetais nativas com utilização reconhecida na medicina


popular da Região Sul do Brasil, com ocorrência registrada ou potencial para a área da UC,
destacam-se:

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-34


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

- Achyrocline satureioides (marcela), utilizada internamente como digestiva, anti-


espasmódica, carminativa (i.e., contra gases intestinais), colagoga (i.e., que favorece
a secreção da bílis), eupéptica (i.e., que favorece a secreção gástrica), anti-
inflamatória, emenagoga (i.e., que provoca a menstruação) e para diminuir a taxa de
colesterol, e externamente como anti-inflamatória e anti-séptica;
- Aristolochia triangularis (cipó-mil-homens), utilizada internamente como anti-
helmíntica (i.e., vermífuga), sedativa, emenagoga e antifebril, e externamente como
anti-inflamatória, anti-reumática e anti-séptica;
- Baccharis trimera (carqueja), utilizada internamente como estomáquica, anti-
reumática, anti-helmíntica, em problemas do fígado, em diabetes e em casos de
gastroenterite, anorexia, gripe e resfriado, e externamente no tratamento de feridas e
ulcerações;
- Bauhinia candicans (pata-de-vaca), utilizada internamente como hipoglicemiante,
hipocolesteremiante e diurética;
- Bidens pilosa (picão-preto) utilizado internamente em manifestações da icterícia, e
externamente como anti-inflamatório (inclusive da mucosa bucal), anti-séptico e
cicatrizante;
- Casearia sylvestris (guaçatonga), utilizada internamente como depurativa e anti-
reumática, e externamente em afecções da pele como cicatrizante;
- Chenopodium ambrosioides (erva-de-santa-maria), utilizada internamente como
carminativa, emenagoga, tônica, estomáquica, digestiva, vermífuga e em casos de
bronquite, e externamente no tratamento de reumatismos;
- Drimys brasiliensis (casca-d’anta), utilizada internamente como estimulante,
antiespasmódica, aromática, anti-diarréica, antifebril, contra hemorragia uterina e em
certas afecções do trato respiratório;
- Echinodorus grandiflorus (chapéu-de-couro), utilizada internamente como anti-
reumática, diurética, depurativa, em problemas renais e afecções do trato urinário, e
externamente em problemas de pele;
- Ilex paraguariensis (erva-mate), bebida típica da Região Sul do Brasil da qual se
prepara o chimarrão, utilizada internamente como estimulante, estomáquica, tônica,
diurética e anti-úlcera, e externamente em feridas e úlceras;
- Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), utilizada internamente como anti-asmática, anti-
conceptiva e em tumores estomacais, e externamente como anti-séptica em feridas e
úlceras;
- Passiflora spp. (maracujás), utilizada internamente como calmante, diurética, anti-
conceptiva, anti-febril, anti-helmíntica e anti-inflamatória;
- Polygonum hydropiperoides (erva-de-bicho), utilizada internamente como indicada
como diurética e antidiarréica, e externamente como anti-reumática e anti-
hemorroidal;
- Solidago chilensis (erva-lanceta), utilizada internamente em distúrbios
gastrointestinais, e externamente como cicatrizante; e
- Zanthoxylum rhoifolium (mamica-de-cadela), utilizada internamente como
adstringente, estimulante, antifebril, tônica, carminativa, anti-espasmódica e em dor
de dente.

3.2.6.4 Problemas identificados


Apesar da situação favorável com relação à conservação dos ecossistemas presentes no
PERC, quando contrastada com a realidade observada em seu entorno, foram observados,
registrados e avaliados alguns problemas ambientais que podem ou poderiam afetar a
integridade da biota da UC, interferindo nos objetivos de sua conservação. No sentido de
reconhecer estes problemas para a posterior tomada de decisões que visem garantir os
objetivos através de ações específicas de manejos, são apresentados os problemas
identificados, não descartando a hipótese de existência de outros que possam se manifestar
de forma direta ou indireta.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-35


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3.2.6.4.1 Extração madeireira intensa de Araucaria angustifolia


Provavelmente durante cerca de 30 anos a área do PERC, anteriormente denominada
Fazenda Espigão Branco, foi alvo de intensa extração seletiva de madeira representada,
principalmente, por Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro).

Conforme as entrevistas realizadas com funcionários antigos da empresa ex-proprietária


dessa Fazenda, apenas Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro) foi extraído com objetivos
comerciais, enquanto as outras espécies de madeiras nobres eram retiradas eventualmente
para usos específicos. Este fato é corroborado pelos seguintes aspectos: reduzidas
abundância e freqüência da espécie na Unidade frente ao que seria esperado em condições
ótimas sem intervenção antrópica; ausência de indivíduos de grande porte da espécie;
presença expressiva de “estaleiros” de forma pontuada na UC, indicando a seletividade dos
processos de extração; presença de outras espécies arbóreas de grande porte; e
permanência de condições florísticas e estruturais em estado primário nos remanescentes
florestais, indicando não ter havido amplo processo de supressão total da vegetação.

No entanto, a própria extração seletiva intensa de Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro)


afeta diretamente os seus parâmetros fitossociológicos, alterando suas relações
sociológicas com as comunidades vegetais florestais e podendo ocasionar dificuldades na
sua regeneração natural, bem como alteração das relações tróficas com a fauna, uma vez
que o pinhão configura-se em importante recurso alimentar nos períodos mais frios do ano.

Com a extração seletiva há a formação de áreas abertas de longa durabilidade, tais como as
clareiras, que permanecem longos períodos dominadas pela Merostachys multirramea
(taquara-mansa), e os “estaleiros” que, conforme exposto anteriormente, oferecem
dificuldades para a regeneração natural pela forma como são originados.

Ressalta-se ainda que este processo de extração gera inevitavelmente a abertura


indiscriminada de estradas e acessos, os quais, ao atravessarem interiores florestais, geram
múltiplos efeitos de borda, tais como a morte de indivíduos de espécies vegetais ciófilas, ou
seja, espécies de ambientes sombreados típicos de florestas maduras, e a colonização
destas bordas por espécies pioneiras, em especial Merostachys spp. (taquaras), que
dificultam enormemente a regeneração natural.

3.2.6.4.2 Silvicultura de espécies exóticas com potencial invasor


A contaminação biológica de ambientes naturais através da invasão de espécies exóticas,
com conseqüente alteração de hábitat e exclusão competitiva de espécies nativas é
considerada, atualmente, a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta,
perdendo apenas para a conversão direta destes ambientes naturais.

Neste sentido observa-se que a silvicultura de pinus desenvolvida hoje nesta região do país,
com uso de espécies com potencial invasor como Pinus elliottii e P. taeda, além de poder
converter diretamente os ambientes naturais, como no caso do PERC, onde foi implantada
em área originalmente florestal através da supressão total desta, propicia a dispersão de
espécies invasoras que podem contaminar e alterar ecossistemas campestres e florestais.

Segundo Ziller (2000), dentre os impactos mais citados no meio científico pela contaminação
biológica por espécies invasoras

estão as alterações em processos ecológicos essenciais como ciclagem de


nutrientes, produtividade vegetal, cadeias tróficas, estrutura, dominância,
distribuição e funções de espécies, distribuição de biomassa, densidade de
espécies, porte da vegetação, índice de área foliar, queda de serrapilheira,

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-36


Fundação do Meio Ambiente – FATMA
taxa de decomposição, processos evolutivos e relações entre polinizadores
e plantas (IBid).

Ainda conforme a autora:

podem mudar a adequação do hábitat para espécies animais, alterar


características físicas do ecossistema, desencadeando processos erosivos,
sedimentação e mudanças no ciclo hidrológico, no regime de incêndios e no
balanço energético, além de reduzir o valor econômico da terra e o valor
estético da paisagem, comprometendo seu potencial turístico (IBid).

Os cultivos de espécies do gênero Pinus são utilizados para produção de madeira, painéis,
polpa, papel, resina e outros subprodutos e, quando introduzidos a ambientes similares aos
seus hábitats de origem, tornam-se invasoras agressivas, causando uma série de impactos
ao ambiente de introdução. Ambas espécies introduzidas para cultivo na área do PERC
apresentam potencial invasor em outros lugares do planeta, sendo Pinus elliottii (plantado
em maior proporção na UC) espécie invasora na África do Sul, Argentina, Austrália e Brasil
e Pinus taeda na África do Sul, Argentina, Brasil e Nova Zelândia.

As principais áreas onde houve implantação de silvicultura de pinus no PERC estão


concentradas nos extremos norte e sul deste, com pequenas porções intermediárias,
localizadas ao longo da estrada interna principal Nordeste-Sudoeste, como pode ser
visualizado no Mapa de Vegetação e Uso do Solo (Anexo 4).

Neste processo de implantação desses cultivos podem ser relacionados diversos impactos
negativos sobre os ambientes do PERC, dos quais destaca-se sobremaneira a supressão
total de amplas áreas de florestas primárias. Esta supressão acarreta diretamente na perda
de importantes estruturas de hábitat com conseqüente redução da diversidade florística e
alteração das relações sociológicas entre as comunidades vegetais; gera também
significativo efeito de borda sobre as formações remanescentes, ampliado pela abertura de
acessos auxiliares para manutenção destes cultivos, ocasionando a degradação parcial da
qualidade ambiental destes habitats; e junto a estes impactos vem a própria alteração da
paisagem natural e dos valores cênicos correspondentes.

Atualmente está sendo realizada a remoção destes cultivos do PERC, tendo sido iniciada
pelos mais antigos, com geração de alguns impactos sobre o ambiente local. Devido ao
lapso de tempo decorrente entre os plantios realizados nestas áreas, com os mais velhos
com cerca de 22 anos e os mais jovens com cerca de 5 anos, observa-se um processo
diferenciado na germinação das sementes de pinus. Nas áreas onde havia os plantios mais
antigos foi registrada intensa germinação das sementes de pinus oriundas da chuva de
sementes, produzida pelos indivíduos em idade reprodutiva, que permanecem no solo
formando um banco de sementes por um período de cerca de 3 meses. A Figura 3.2.6-37
mostra esta germinação de sementes ocorrente nas áreas manejadas ao norte da UC.

Nas áreas de cultivo situadas ao sul da UC e que se encontram em processo de retirada das
árvores de pinus, devido ao fato destas serem predominantemente jovens com cerca de 5
anos e não terem alcançado ainda a idade reprodutiva, não foi observada a germinação de
sementes. No entanto, verificou-se a existência de um talhão de pinus mais antigo nesta
área, com cerca de 10 a 15 anos, e que poderia representar uma fonte de sementes na
eventual dispersão desta espécie.

Nas demais áreas não foi observado este processo de germinação das sementes de pinus,
o que não significa que tal não possa ocorrer devido à falta de informações mais precisas
sobre as idades e o comportamento reprodutivo destes indivíduos, sendo necessária a
efetivação de um monitoramento programado através de um projeto técnico-executivo.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-37


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-37: Plântulas de pinus oriundas da germinação do banco de sementes


formado pelo cultivo anteriormente existente na porção norte do PERC

Outro problema identificado decorrente da retirada destes cultivos refere-se às condições de


solo herdadas durante o tempo de permanência dos indivíduos de pinus. O acúmulo
expressivo de serrapilheira de lenta decomposição dificulta a regeneração de espécies
nativas, acarretando num maior período para a colonização e estabelecimento das
comunidades vegetais pioneiras e conseqüentemente para os estágios iniciais de
regeneração florestal. Esta situação, aliada ao próprio período vegetativo dos indivíduos de
pinus, pode também ocasionar mudanças nas condições originais do solo, afetando a
disponibilidade e ciclagem de nutrientes, condições hidrológicas quanto aos níveis do lençol
freático e ao escoamento superficial da água das chuvas e rebaixamento do pH com
conseqüente aumento da acidez. Esta última situação pode ser ainda aumentada quando
considerada a produção de substâncias alelopáticas através de suas raízes que inibem
fortemente a colonização por espécies nativas.

Um dos possíveis problemas decorrentes do acúmulo expressivo de serrapilheira de pinus.é


o risco de incêndios florestais, devido ao fato deste material apresentar alto potencial
inflamável. Este risco torna-se maior em períodos de longa estiagem combinados com
reduzida umidade relativa do ar, principalmente, no inverno, quando estas condições podem
ser observadas.

Contudo, deve-se considerar que alguns problemas decorrentes da retirada desses cultivos
poderiam ser evitados pela simples adoção de técnicas e atitudes que auxiliam na
recuperação ambiental destas áreas. A mais evidente destas atitudes é a não deposição
desta galharia remanescente sobre corpos hídricos, especialmente, no caso das lagoas, fato
este não considerado pelos responsáveis pela retirada, como pode ser visto nas figuras
3.2.6-38 e 3.2.6-39, e que acarreta na eutrofização das águas destes ambientes com sérios
prejuízos para a flora e a fauna aquáticas.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-38


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-38: Galharia remanescente da Figura 3.2.6-39: Galharia remanescente da


retirada de plantação de pinus depositada retirada de plantação de pinus depositada
sobre lagoa situada na margem da estrada sobre lagoa próxima à estrada interna
interna principal do PERC para o lajeado do Roberto

Uma das principais técnicas utilizadas para auxiliar na recuperação ambiental destas áreas
onde houve retirada de plantação de pinus. é o enleiramento da galharia remanescente,
objetivando, especialmente nas áreas onde verifica-se a germinação de sementes, o
sombreamento destas plântulas ou sementes de pinus e a abertura do solo para
colonização por espécies nativas. Este processo não foi efetuado na retirada destes cultivos
no PERC, como pode ser visto na figura 3.2.6-40.

Apesar de favorecer os processos de alteração das condições de solo devido a sua lenta
decomposição, com possíveis conseqüências sobre a microflora e mesofauna de solo, a
permanência da serrapilheira de pinus nestes locais evita o aumento dos processos erosivos
que agem na lixiviação dos nutrientes das camadas orgânicas do solo através da água das
chuvas. Esta cobertura provisória ainda pode auxiliar no sombreamento parcial do solo
evitando a evaporação intensa da umidade superficial que pode afetar os processos de
degradação da matéria orgânica.

Em suma, pode-se afirmar que apesar da série de impactos negativos, registrados e


avaliados, decorrentes da implantação e retirada de pinus na área do PERC, tem-se uma
situação ambiental plenamente favorável na medida em que a condição ecossistêmica da
UC é sustentada pela existência de amplos ambientes florestais.

Ziller (2000) cita que a principal ameaça da invasão por espécies do gênero Pinus se dá
sobre ambientes abertos, tais como restingas, campos e cerrados, na medida em que
ocorrem alterações substanciais nas condições ecossistêmicas destes ambientes,
especialmente devido ao sombreamento intenso.

Em ambientes eminentemente florestais, apesar de poderem existir processos de


contaminação nas áreas abertas degradadas, observa-se uma eficaz colonização dos
terrenos pelas espécies componentes dos estágios iniciais de regeneração, as quais
competem vigorosamente por espaço entre elas mesmas e principalmente com os
indivíduos jovens de pinus; na medida em que se desenvolve esta dinâmica sucessional,
ainda que prejudicada em parte pelas condições geradas por estes indivíduos, com o
adensamento das espécies arbustivas e arbóreas pioneiras e, conseqüente, sombreamento
dos estratos inferiores, cria-se uma condição favorável ao estabelecimento de uma gama
variada de espécies nativas, pioneiras e secundárias iniciais, ao mesmo tempo em que se
exclui os indivíduos de pinus pelo fato de se tratar de espécie essencialmente heliófila e,
portanto, não tolerante em condições de intenso sombreamento.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-39


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Figura 3.2.6-40: Galharia remanescente da retirada de plantação de pinus no PERC


evidenciando o amontoamento prejudicial deste material

3.2.6.4.3 Criação de gado bovino


A população de gado bovino no interior do PERC, conforme as informações adquiridas do
responsável pelos animais, apresenta um total de cerca de 60 indivíduos criados de forma
extensiva e sem maiores ações de manejo. Este número pode ser ainda maior se
considerada a falta de barreiras existentes entre a UC e as propriedades de seu entorno,
propiciando um trânsito facilitado destes animais para dentro da área protegida.

Dentre os principais impactos decorrentes da existência de gado bovino no interior do PERC


sobre a flora e vegetação destacam-se o pisoteio indiscriminado destes animais sobre
diversos ambientes com características diferentes e o pastoreio em áreas de especial
interesse para conservação com a conseqüente seleção de espécies palatáveis.

O pisoteio do gado sobre os ambientes florestais ocasiona efeitos diretos sobre o sub-
bosque florestal na medida em que exclui ou impede o desenvolvimento de espécies
herbáceas e arbustivas típicas deste estrato, gerando um raleamento dos estratos inferiores
como pode ser visto na Figura 3.2.6-41, e efeitos indiretos sobre a própria sobrevivência
destes ambientes devido ao impedimento da regeneração das espécies arbóreas que
compõem o dossel florestal.

Já o pisoteio deste animais sobre ambientes abertos, tal como nos banhados, leva à
compactação do solo e à alteração das condições hidrológicas superficiais, ocasionando
mudanças nestas condicionantes edáficas e podendo levar à substituição das espécies
típicas, e perfeitamente adaptadas às condições de saturação hídrica do solo, por espécies
pioneiras indiferentes, de características ruderais.

Neste âmbito cabe especial menção à área de pastagem localizada na planície aluvial do
lajeado do Roberto, citada anteriormente e visualizada nas figuras 3.2.6-27 e 3.2.6-28,
devido ao fato de se tratar de ambiente ripário, importante na manutenção da qualidade das
águas do referido curso d’água, mas profundamente alterado pelo uso para pastoreio destes
animais. Atualmente esta área encontra-se dominada por Axonopus sp. (grama-de-potreiro),
espécie exótica utilizada para formação de pastagens artificiais, a qual é selecionada devido
a sua palatabilidade.

A evidente transição existente nessa área entre a pastagem e a vegetação de banhado


indica que, possivelmente, esta planície aluvial era constituída de ecossistemas tipicamente
ripários, os quais apresentavam condições ecológicas específicas orientando o

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-40


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

estabelecimento de espécies da flora e fauna adaptadas e seletivas destes ambientes


úmidos.

A homogeneidade fisionômica registrada nessa pastagem pode indicar ainda o uso de fogo
em queimadas periódicas, principalmente, ao final do período hibernal, como forma de
incentivar o rebrote vegetal e a retirada de biomassa vegetal seca, propiciando melhores
condições para o gado bovino. Esta atividade, além de alterar a disponibilidade de nutrientes
do solo, evita o desenvolvimento das espécies nativas típicas destes ambientes, dificultando
todo e qualquer processo regenerativo.

Figura 3.2.6-41: Espécime de Dicksonia sellowiana (xaxim-bugio) em ambiente


florestal com sub-bosque raleado devido ao pisoteio do gado bovino

3.2.6.4.4 Formação do reservatório da Usina Hidrelétrica Campos Novos


Conforme pode ser visualizado no Mapa de Vegetação e Uso do Solo, a formação do
reservatório da UHE Campos Novos irá originar uma nova margem do rio Canoas que
coincidirá com o limite sul do PERC.

O impacto mais evidente desse alagamento é a supressão total do exíguo remanescente de


Floresta Estacional Decidual existente hoje nas porções inferiores do vale do rio Canoas,
com possíveis conseqüências indiretas sobre o sistema de ecótono observado na UC entre
os elementos florísticos desta formação e a Floresta Ombrófila Mista, uma vez que, em
princípio, seria excluída a área fonte dessas espécies florestais típicas da bacia do Alto Rio
Uruguai.

No entanto, o principal impacto decorrente desse alagamento, que atinge não apenas a
Floresta Estacional Decidual, mas também um trecho de Floresta Ombrófila Mista
estabelecida num continuum com as formações inseridas na área do PERC, é a criação de
uma nova margem, com características menos fluviais e mais lacustres, e a formação de um
novo ambiente ripário em condições amplamente diferentes daquelas naturalmente
encontradas.

Esta nova margem do lago irá atingir cotas altimétricas em torno dos 660 m s.n.m.,
referentes à encosta superior do início do vale do rio Canoas, onde as condições ecológicas
de incidência luminosa, umidade relativa, escoamento hidrológico superficial, microclima e
tipos de solo são muito diferentes daquelas encontradas nas margens atuais do referido
curso d’água e onde se estabelecem comunidades vegetais específicas e perfeitamente
adaptadas ao ambiente ripário fluvial.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-41


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

A formação dessa nova margem irá condicionar o estabelecimento de uma zona ripária num
ambiente originalmente de encosta, acarretando em profundas alterações nas condições
ecossitêmicas; uma das principais, negativas, sobre esta área é a implantação de uma faixa
de exclusão florística, na qual muitas das espécies não adaptadas às condições ripárias
poderão morrer cedendo lugar para as espécies pioneiras e para as espécies que suportam
tais condições, ocasionando uma significativa mudança na comunidade florestal ali
estabelecida. Vale ressaltar que, como a nova margem do lago irá coincidir com os limites
do PERC, esta faixa de exclusão encontra-se inserida integralmente na área da UC.

Essas perdas florísticas e, conseqüentemente, vegetacionais podem variar enormemente


conforme o conjunto de condições edafo-climáticas a serem originadas e/ou alteradas,
devendo serem propostos estudos específicos e aprofundados sobre estas conseqüências
advindas da formação de um novo ambiente ripário numa área de encosta superior.
Contudo, a perda mais significativa deste processo e que foi mensurada in loco durante a
elaboração deste diagnóstico é a supressão de significativo agrupamento populacional de
Myrciaria trunciflora (jaboticabeira), espécie que produz frutos abundantemente e
amplamente consumidos por diversas espécies da fauna local, denotando importante papel
nas relações tróficas ecossistêmicas.

3.2.7 Fauna

3.2.7.1 A fauna do Parque Estadual Rio Canoas


A fauna do Parque Estadual Rio Canoas caracteriza-se por uma composição mais adaptada
às transformações ambientais típicas de áreas bastante exploradas do ponto de vista
florestal e, em seu entorno, agrícola e pecuário. Nela, como em toda a região, já está extinta
Panthera onca (onça pintada), Tayassu tajacu (cateto), Tayassu pecari (queixada) e Tapirus
terrestris (anta) e ainda, entre as aves, Harpia harpyja (hárpia). Essas espécies foram
possivelmente as mais visadas pela caça, por se tratarem de animais de grande porte,
identificados como predadores de animais domésticos, como a onça e a hárpia, ou de
lavouras, como os catetos e queixadas, que também são objeto preferencial da caça de
subsistência. Outros animais cuja caça esportiva ou de subsistência tem alta incidência são
a anta, as diversas espécies de veados (no caso do Parque Estadual Rio Canoas: Mazama
americana, M. gouazoubira e M. nana) e, entre as aves, Tinamus solitarius (macuco) e os
Penelope sp. (jacus). Apesar das espécies já extintas ou raras, a área mantém espécies
consideradas ameaçadas, como Puma concolor (puma) e Leopardus pardalis (jaguatirica),
ambos predadores de topo de cadeias alimentares, além de outros felinos menores,
evidenciando a ainda boa diversidade de presas e a sua quantidade.

3.2.7.1.1 Invertebrados
No levantamento efetuado para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental da Usina
Hidrelétrica Campos Novos consta uma baixa densidade de insetos para a região de
influência do reservatório, onde se situa o Parque Estadual Rio Canoas, o que é atribuído às
práticas agrícolas da região. Os dados apontam também para um número pequeno de
espécies comuns aos diversos pontos amostrados, o que seria conseqüência da diferença
entre as atividades humanas relacionadas com cada ponto, contribuindo como fator limitante
para algumas espécies e favorável a outras.

Quanto aos aracnídeos, registram-se 22 famílias de aranhas, com 100 espécies


amostradas. Consta ainda que há uma elevada densidade de aranhas terrícolas em relação
às arborícolas nos locais com afloramentos basálticos e que nos demais ambientes os dois
grupos mostram-se equilibrados. É de se esperar que no interior do Parque as aranhas

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-42


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

arborícolas prevaleçam sobre as terrícolas, uma vez que os ambientes florestais são aí
preponderantes e os afloramentos basálticos pouco significativos.

Diplópodos (piolhos-de-cobra), quilópodos (centopéias) e isópodos (tatuzinhos) são


presenças comuns em formações de matas. Quanto aos crustáceos aquáticos, apenas
foram encontrados alguns poucos espécimes de Aegla sp. Esses diminutos caranguejos são
comuns no fundo de pequenos cursos d’água da Região Sul do Brasil, onde se alimentam
de matéria vegetal em decomposição, cumprindo importante função na cadeia alimentar dos
ambientes aquáticos. Peixes, aves aquáticas e mamíferos que vivem junto aos rios e
arroios, caso de Lontra longicaudis (lontra) e de Procyon cancrivorus (mão-pelada), se
alimentam desses caranguejos, sendo esperada sua ocorrência nos pequenos cursos
d´água do interior do Parque.

Moluscos de 16 gêneros pertencentes às classes Gastropoda e Bivalvia foram registrados


na área de influência do reservatório da Usina Hidrelétrica Campos Novos, com
predominância da primeira, sem evidência de endemismos.

A escassez de estudos sobre os invertebrados na região do Parque reflete, ao que tudo


indica, tanto a principal deficiência no conhecimento da diversidade do grupo quanto um
grande potencial enquanto palco para diferentes pesquisas neste sentido. Destaque para
grupos específicos de importância ecológica, como abelhas nativas, borboletas e formigas,
dentre outros.

3.2.7.1.2 Peixes
Não foram encontrados levantamentos de espécies de peixes ocorrentes no lajeado do
Roberto e seu afluente maior da margem direita (que nasce no coração do Parque), nem de
espécies porventura existentes nas áreas alagadas no interior do Parque. Dessa forma, a
inexistência de informações aponta para a necessidade de estudos visando suprir essa
lacuna.

O monitoramento dos peixes do rio Canoas, à montante da barragem de Campos Novos


(aproximadamente nas coordenadas geográficas S 27º 36’429’’ e W50º 59’446’’), registrou a
presença de 30 diferentes espécies até junho de 2004. Como o Parque limita-se com a área
do reservatório, essas espécies se constituem em importante fonte de alimento para
diversas espécies de animais. Os gêneros de peixes mais representados foram: Astynax,
Hipostomus e Steindachnerina (respectivamente: lambaris, cascudos e birús).

Prochilodus lineatus (grumatã ou grumatão), Hoplias malabaricus (traíra) e Salminus


maxilosus (dourado) foram espécies não encontradas, cujas presenças eram esperadas.
Grumatã e dourado são espécies de piracema e de ambientes lóticos, as quais
possivelmente têm restringidas as suas possibilidades de migração pelo barramento do rio
Uruguai em diversos pontos. A traíra é peixe de ambientes lênticos e intermediários e
poderá vir a ser uma das espécies privilegiadas com a transformação deste trecho do rio
Canoas em ambiente a ela favorável, após o enchimento do reservatório da UHCN.

Não foram relatadas coletas de espécies introduzidas, como a Salmo irideus (truta),
Cyprinus sp. (carpas), Ictalurus punctatus (bagre africano), Oreochromis sp. (tilápia), etc. A
truta é encontrada próxima às nascentes do rio Canoas, no município de Urubici. As outras
espécies têm sido encontradas em diversos rios brasileiros, inclusive na região do Planalto
Catarinense, introduzidas que foram, intencional ou acidentalmente, a partir de pisciculturas,
constituindo-se em competidoras das espécies autóctones.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-43


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

3.2.7.1.3 Anfíbios
Por ocasião dos trabalhos de monitoramento de fauna da UHE Campos Novos, realizados
entre junho de 2002 e junho de 2004, 25 espécies de anfíbios foram identificados no interior
do Parque Estadual Rio Canoas, o que corresponde a aproximadamente 7% das espécies
de anfíbios brasileiros, conferindo a esta Unidade de Conservação uma grande importância
no contexto da conservação da biodiversidade do Brasil.

Além de várias das espécies de anfíbios relatadas para á área do Parque, outras doze foram
relatadas fora da mesma, em áreas marginais àquelas que serão inundadas pela UHE
Campos Novos, ao longo dos rios Ibicui e Canoas. Todas estas são de provável ocorrência
no Parque.

As espécies mais encontradas no Parque foram Odontophrynus americanus (sapo-felipe),


Scinax berthae (perereca-de-inverno) e Hyla bischoffi (perereca). Dentre os anfíbios se
destaca Sphaenorhyncus surdus (perereca-verde-do-brejo), considerada vulnerável no Rio
Grande do Sul (Marques et. al., 2002), Leptodactylus gracilis (rã-listrada) e
Eleutherodactylus gr. guentheri (rã-da-mata) espécie endêmica de Floresta Atlântica, de
interior de mata. Uma característica desta rã é a de não possuir forma de girino,
desenvolvendo-se em sua forma definitiva diretamente dos ovos que são colocados nas
folhas da serrapilheira. Hyla nadehreri (perereca) e Aplastodiscus perviridis (perereca-
verde), que constam da lista de espécies de anfíbios encontradas na área, são espécies
cuja distribuição geográfica se restringe ao Planalto Catarinense.

Um anuro do gênero Melanophryniscus (vulgarmente conhecido como flamenguinho)


encontrado na área do Parque pode tratar-se de espécie nova, havendo também o registro
de outra espécie do mesmo gênero, M. gr. tumifrons.

A espécie Rana catesbeiana (rã-touro), também encontrada no Parque Estadual Rio


Canoas, é espécie introduzida. Predadora eficaz e canibal, pode vir a comprometer as
espécies nativas tanto pela competição como pela predação direta, merecendo
monitoramento constante e medidas de controle.

A diversificada fauna de anfíbios anuros do Parque, e especialmente a aparente grande


população de algumas espécies (Odontophrynus americanus, Hyla bischoffi, Hyla minuta,
Leptodactylus ocellatus, Physalaemus cuvieri, etc.), conforme fica evidenciado nos relatórios
do monitoramento de fauna, tem relevante importância, uma vez que esses animais são
alimento de muitos outros, aí incluindo répteis, aves e mamíferos. Dessa forma, a eficiente
restauração de ambientes do Parque Estadual Rio Canoas, principalmente os de caráter
lênticos, absolutamente necessários para os anfíbios, e sua preservação, se revestem do
mesmo grau de importância. Um problema a ser tratado é a presença de gado bovino, cujos
excrementos às vezes depositados dentro das coleções de água provocam alterações da
sua qualidade físico-química. Também é problema a deposição de galhos de pinus,
conseqüentes da retirada dessas árvores, em áreas aonde vinham sendo cultivadas. Com
sua decomposição contribuem para a eutrofização das coleções de água.

3.2.7.1.4 Répteis
Por ocasião do monitoramento de fauna de áreas do entorno do reservatório da UHE
Campos Novos, no período de junho de 2002 a junho de 2004, seis espécies de répteis,
pertencentes a quatro famílias, foram encontradas no interior do Parque Estadual Rio
Canoas (1 Teidae, 1 Viperidae, 1 Aguidae e 3 Colubridae). Outras 19 espécies (8 famílias)
foram encontradas em áreas marginais àquelas que serão inundadas pela hidrelétrica ao
longo dos rios Canoas e Ibicuí. Todas essas espécies são de provável ocorrência no
Parque. Não foram relatados encontros de espécies de répteis introduzidas.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-44


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Das espécies de répteis registradas cerca de 90% são de hábitos terrícolas, sendo as outras
semi-aquáticas: Heliocops infrataeniatus (cobra-d’água) ou fossoriais: Amphisbaena sp.
(cobra-cega). A serpente conhecida como cotiara (Bothrops cotiara), é tida como espécie
ameaçada de extinção por necessitar de grandes extensões de mata, sendo endêmica da
Floresta Ombrófila Mista. Cnemidophorus vacariensis, um pequeno lagarto muito ágil,
existente na região e provávelmente no Parque, também é considerado ameaçado de
extinção na categoria “vulnerável” (IBAMA, 2003).

Destacam-se, entre outros ofídios do Parque, as serpentes vulgarmente conhecida como


boipevas (Xenodon neuwiedi e Waglerophis merremii), que têm a característica de serem
achatadas dorso-ventralmente e se alimentam preferencialmente de anfíbios, e Clelia
plumbea (muçurana), uma predadora de outras serpentes.

Além das espécies mencionadas anteriormente, duas outras, semi-aquáticas, pertencentes


à ordem Quelonia, são habitantes das águas do rio Canoas: Acanthochelis spixii (cágado-
preto) e Phrynops williansii (cágado). De hábitos alimentares onívoros (se alimentam de
peixes, girinos, larvas, insetos, algas, animais mortos e restos vegetais) elas participam da
cadeia trófica do Parque Estadual Rio Canoas.

O Parque Estadual do Espigão Alto, no município de Barracão, no RS, distante


aproximadamente 60 km, é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente uma área de
prioridade extrema para a conservação de répteis e anfíbios (MMA, 2002).

3.2.7.1.5 Aves
As aves são elementos importantes no estudo da avaliação da qualidade dos ecossistemas,
por ser a classe mais facilmente observável e por que ocupam diferentes hábitats e níveis
tróficos, além de serem muito sensíveis às modificações ambientais, apresentando variações
quantitativas e qualitativas ante qualquer alteração do ambiente. Assim, são consideradas
excelentes bioindicadores (Bege e Marterer, 1991). Na área do Parque foram encontradas
128 espécies de aves, sendo 77% típicas de ambientes florestais, 12% de ambientes
abertos e 9% de ambientes aquáticos.

Das aves encontradas no Parque Estadual Rio Canoas uma é espécie nacionalmente
considerada ameaçada de extinção: Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo).
Leptastenura setaria (grimpeiro), também ali encontrado, é um furnarídeo endêmico das
matas de araucária (Sick, 1997).

A.vinacea (papagaio-de-peito-roxo) é um típico habitante das matas de araucária,


alimentando-se dos pinhões nos meses mais frios. Entre setembro e dezembro é nessas
florestas que ele se reproduz, fazendo seus ninhos em ocos de árvores mais altas. A
destruição do hábitat e a captura para o comércio ilegal de animais silvestres comprometem
esta espécie.

Amazona pretrei (papagaio charão), ave também ameaçada de extinção, que se reunia em
bandos nos invernos das décadas de 1970 e 1980, na Estação Ecológica de Aracuri-
Esmeralda, no Rio Grande do Sul, é uma espécie de possível ocorrência no Parque
Estadual Rio Canoas. Também é encontrado no município gaúcho de Barracão, em áreas
que se localizam cerca de 15 km ao sul. Alteração de hábitos, com o passar do tempo e
provavelmente em função das alterações ambientais, fizeram com que atualmente os
bandos do papagaio charão concentrem-se, no inverno, em áreas de silvicultura dos
gêneros Eucalyptus e Pinus, inclusive no município de Campos Novos, a cerca de 15 km ao
norte do Parque Estadual Rio Canoas. Este psitacídeo nidifica em ocos, cada vez menos
disponíveis com os desmatamentos, a exploração florestal (pela retirada das árvores
maiores e mais velhas) e os plantios de espécies madeireiras introduzidas (pinus e

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-45


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Eucaliptus spp.), fazendo com que a preservação das florestas do Parque Estadual Rio
Canoas o torne atraente como local de nidificação.

Dentre as espécies de aves migratórias que ocorrem no Parque destacam-se: Elanoides


forficatus (gavião-tesoura), Ictinia plumbea (sovi), o tiranídeo conhecido como Tyrannus
savana (tesoura), Progne chalibea e Notiochelidosn cyanoleuca (andorinhas) e Turdus
amaurochalinus (sabiá-póca).

O gavião-tesoura aparece em setembro no Parque Estadual Rio Canoas e migra para o


norte no final do verão, após sua reprodução. Uma peculiaridade desta espécie é a
variedade de sua alimentação que inclui desde insetos, pequenos lacertílios e serpentes, a
ninhegos de outras aves e até frutos. De coloração branca e preta, com sua cauda longa e
bifurcada, é, sem dúvida, uma das atrações do Parque.

Ictinia plumbea (sovi), também conhecido como gavião-pombo, habita a região a partir de
setembro e desaparece no outono, depois de se reproduzir, quando migra para o norte. O
sovi, assim como Buteogalus urubitinga (gavião-preto), tem o hábito de ser um seguidor de
queimadas, onde encontra facilidade de obter alimentação, constituída principalmente de
insetos, formigas e cupins, que apanha em vôo, e pequenos répteis.

As andorinhas Progne chalibea e Notiochelidosn cyanoleuca, respectivamente conhecidas


como andorinha-doméstica-grande e andorinha-pequena-de-casa, executam migrações de
longa distância, passando os invernos no norte do país e até na América Central. Ambas
são aves insetívoras familiarizadas com ambientes abertos e até bastante antropizados,
sendo comum inclusive nas cidades.

Dos hábitos migratórios de Turdus amaurocalinus (sabiá-póca) não se conhece muito. O


fato é que desaparece no período mais frio do ano. Em se tratando de ave essencialmente
frutívora, é possível que seu desaparecimento, no inverno, esteja relacionado à escassez de
frutas nativas nessa época. Sick (1983) considera a possibilidade de efetuarem migrações
altitudinais no Estado do Rio de Janeiro.

A preservação de hábitats, tanto nos locais de reprodução, como nos locais de invernagem
e assim também ao longo das rotas de migração, são de fundamental importância para as
aves migratórias. Nesse sentido, acrescenta ao Parque Estadual Rio Canoas sua
participação especial como refúgio, por se constituir em um maciço florestal relativamente
grande, em uma região onde restam apenas fragmentos florestais bem menores.

Dentre as aves mais características do Parque Estadual Rio Canoas, além das
anteriormente comentadas, algumas chamam atenção pela sua abundância, forma,
vocalização ou hábitos. São elas Theristiscus caudatus (curicaca); Sarcoramphus papa
(urubu-rei), quase extinto no Rio Grande do Sul e mesmo raro em Santa Catarina; as
marrecas Amazonetta brasiliensis e Oxyura vittata; Rupornis magnirostris (gavião-carijó); os
falconídeos Micrastur semitorquatus e M. ruficollis; Penelope obscura (jacú) e Odontophorus
capoeira (urú), ambos pertencentes à família dos galináceos; Aramides saracura (saracura-
do-mato); Gallinula chloropus (frango-d´água-comum); as pombas Columba picazuro,
Leptotila verreauxi e Geotrygon montana; Pyrrura frontalis (tiriba-de-testa-vermelha) e
Pionus maximiliani (maritaca), barulhentos psitacídeos que vivem em pequenos bandos;
Piaya cayana (alma-de-gato), com seu vôo silencioso por entre as copas das árvores;
Ramphastus dicolorus (tucano-verde); os beija-flores Chlorostilbon aureoventris e
Leucochloris albicolis e os pica-paus Picumnus nebulosus, Dryocopus lineatus e Melanerpes
flavifrons; além de várias espécies de passeriformes.

Dos passeriformes destacam-se, pela importância como indicadores biológicos da qualidade


dos ambientes florestais, as famílias Formicariidae e Dendrocolaptidae. Da primeira, Batara
cinerea (matracão), Thamnophilus caerulescens (choca-da-mata), Drymophila malura
(choquinha-carijó) e Mackenziana leachii (borralha-assobiadora) são alguns dos

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-46


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representantes. Da segunda não se pode deixar de mencionar Sittasomus griseicapillus


(arapaçú-verde), pela sua coloração esverdeada; Dendrocolaptes platyrostris (arapaçú-
grande), pelo tamanho; e Xiphocolaptes albicollis (arapaçú-de-garganta-branca), pela
característica que lhe justifica o nome vulgar.

Além dos acima citados, os membros de outras famílias de passeriformes habitam o Parque
Estadual Rio Canoas, dos quais fazem parte os furnarídeos Leptastenura striolata
(grimpeirinho) e Synallaxis cinerascens (joão-teneném-da-mata); os tiranídeos Myodinastes
maculatus (bentevi-rajado), Myornis auriculatus (miudinho) e Tolmomyas sulphurescens
(bico-chato-de-orelha-preta); o piprídeo de chamativas cores azul e vermelho Chiroxiphia
caudata, popularmente conhecido como tangará; Cyanocorax caerulescens (gralha-azul),
corvídeo muito associado às florestas com araucárias; e ainda Turdus rufiventris (sabiá
laranjeira) e Turdus subalaris (ferreirinho), da família Muscicapidae. Das famílias
Vireonidae, Emberizidae e Fringilidae foram identificadas no Parque outras 23 espécies,
dentre as quais Cyclarhis gujanensis (pitiguari), Basileuterus culicivorus (pula-pula), a rara
Hemithraupis guira (saíra-de-papo-preto), Stephanophorus diadematus (sanhaçu-frade),
Poospiza lateralis (quete), Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro) e Carduelis magellanicus
(pintassilgo).

Quando a noite cai sobre o Parque Estadual Rio Canoas começam a movimentar-se Tito
alba (coruja-das-torres ou suindara), as corujas típicas de matas como Otus choliba
(corujinha-do-mato), Otus sanctaecatarinae (corujinha-do-sul), Strix hylophila (coruja-
listrada); além de Nyctibius griseus (urutau), de canto prolongado e triste, e Hydropsalis
brasiliana (bacurau-tesoura), de longa cauda bifurcada. O pequeno número de aves
essencialmente noturnas identificado no Parque (5 espécies), correspondente a
aproximadamente 4% do total, evidencia ou uma baixa ocorrência de espécies com essa
característica de hábitos ou insuficiente esforço de pesquisa nesse sentido, o que seria
indicativo de maior necessidade de estudos.

Outras 55 espécies de aves foram relatadas fora do Parque Estadual Rio Canoas, em áreas
marginais àquelas que serão inundadas pela UHE Campos Novos. Todas elas são de
ocorrência possível no Parque, perfazendo para essa Unidade de Conservação um total de
178 espécies de aves. Delas se destacam, como as de ocorrência mais provável, Butorides
striatus (socozinho), Sirigma sibilatrix (maria-faceira) e Jacana jacana (jaçanã) nos
ambientes aquáticos. Nos ambientes típicamente florestais devem ocorrer Buteo brachyurus
(gavião-de-cauda-curta), Coccyzus melanocoruphus (papa-lagarta), Picumnus nebulosus
(pica-pau-anão-carijó), Pyriglena leucoptera (papa-taóca-do-sul), Syndactyla rufosuperciliaris
(trepador-quite), Campylorhamphus falcularius (arapaçú-de-bico-torto), Knipolegus
cyanirostris (maria-preta-do-bico-azulado), Colonia colonus (viuvinha), Pachyramphus
castaneus (caneleiro-verde), Hylophilus poicilotis (verdinho-coroado), Tersina viridis (saí-
andorinha), Amaurospisa moesta (negrinho-do-mato), Passerina glaucocerulea (azulinho) e
Cacicus haemorrous (guaxe). Finalmente, devem habitar os ambientes não florestais
Furnarius rufus (joão-de-barro), Xolmis cinerea (maria-branca) e Gnorimopsar chopi
(graúna).

3.2.7.1.6 Mamíferos
Das 28 espécies de mamíferos que foram registradas no Parque Estadual Rio Canoas, três
são consideradas ameaçadas: Leopardus tigrina, Leopardus pardalis, Leopardus wiedii
(IBAMA, 2003).

Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno) é o menor gato-do-mato pintado da América do


sul. Leopardus wiedii (gato-maracajá), um pouco maior, com grandes olhos e manchas e
pintas semelhantes às da jaguatirica, é dotado de excepcional capacidade escansorial,
chegando a se pendurar em galhos pelas patas traseiras para poder agarrar pequenas aves
com as dianteiras. Ambas as espécies vivem em florestas e se alimentam basicamente de

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-47


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pequenos mamíferos e aves. Poucos estudos existem sobre a territorialidade desses


pequenos gatos, mas existem registros de range home para L. wiedii que variam entre 14,7
km2 (para uma fêmea, em Belise, na América Central) a 32 km2 e 43,2 km2 (para dois
machos, sendo o primeiro em Belise e o segundo no Parque Nacional de Iguaçu). Cada uma
dessas espécies foi também amostrada em pelo menos mais duas áreas fora do Parque,
com distâncias em linha reta de até 12 km para Leopardus tigrinus e 20 km para L. wiedii.

Leopardus pardalis (jaguatirica) é um felino de porte médio, chegando a pesar cerca de 8


kg, que vive em florestas tropicais e sub-tropicais com as mais variadas tipologias, em
territórios que variam de 15,6 a 50.9 km2 (Crawshaw, 1995). Assim, a área do Parque,
isoladamente, seria suficiente para apenas um indivíduo, da mesma forma para L. wiedii.
Tendo em vista que o monitoramento da fauna na área de influência da UHE Campos Novos
registrou a presença desta espécie em todas as 5 áreas amostradas, em distâncias entre
uma e outra que chegam a 12 km em linha reta, isto significa que, apesar das alterações
antrópicas da vegetação, principalmente do entorno imediato do Parque, ainda persistem
condições razoáveis de conectividade entre os diversos fragmentos florestais, possibilitando
a viabilidade de uma pequena população da espécie (Figura 3.2.7-1). Tal fato reforça a
necessidade de conservação dos ambientes florestais tanto do Parque quanto de seu
entorno do mesmo, porque principalmente esses predadores de topo de cadeias alimentares
necessitam de grandes extensões de hábitat para manterem sua viabilidade genética.

Dos mamíferos identificados no Parque Estadual Rio Canoas destacam-se Didelphis


albiventris (gambá-de-orelha-branca), que compete com os pica-paus, corujas e papagaios
pela utilização de ocos de árvores; Cabassous sp. (tatu-de-rabo-mole) e D. novemcinctus
(tatu-galinha), que são duas espécies bastante caçadas pelos moradores da região; Sturnira
lilium (morcego-fruteiro), responsável pela dispersão de sementes das frutas das quais se
alimenta; os primatas Cebus apella (macaco-prego) e Allouata guariba (bugio); os também
dispersores de sementes Dasyprocta azarea (cutia) e Sciurus aestuans (esquilo), este último
tendo preferência pelas sementes da palmeira Syagrus romanzoffiana (gerivá); Hidrochaeris
hidrochaeris (capivara), o maior roedor do mundo; e os carnívoros Nasua nasua (coati) e
Eira barbara (irara). Muitas dessas espécies têm, no inverno, a alimentação garantida pelos
pinhões, sementes das araucárias que foram objeto de corte seletivo, restando apenas
pequena parcela da população original. A recuperação de uma população de araucárias,
mais de acordo com as características originais das florestas do Parque, é importante para
viabilizar as populações dos mamíferos e aves que delas se alimentam.

Para duas espécies de cervídeos encontradas no Parque Estadual Rio Canoas, veado-
mateiro e veado-virá (Mazama americana e M. gouazoubira), existem estimativas de
densidade populacional em matas mistas de araucária e bosque subtropical feitas por
Schneider e Barbosa de Oliveira (1996): M. americana com um habitante por 3,7 km2 e M.
gouazoubira com um por 5,7 km2. Desta forma o Parque poderá, se efetivamente protegido,
comportar uma população bem significativa das duas espécies (entre 30 e 50 indivíduos de
M. americana e entre 60 e 100 de M. gouazoubira), servindo como um pequeno banco
genético, dentro do corredor ecológico onde se insere, e fonte de dispersão.

Outras 23 espécies de mamíferos foram registradas fora do Parque Estadual Rio Canoas,
em áreas marginais àquelas que serão inundadas pela UHE Campos Novos, entre elas o
Puma concolor e Mazama rufina. Todas são de ocorrência provável ali. O veado identificado
fora do Parque como sendo M. rufina é tido por Eisenberg e Redford (1999) como habitante
das faldas andinas da Colômbia e Equador, portanto inexistente na Região Sul do Brasil.
Provavelmente, no caso, trata-se de uma confusão com Mazama nana, pequeno cervídeo,
vulgarmente conhecido como veado-póca ou veado-mão-curta-do-sul, com características
morfológicas parecidas com as de M. rufina, que tem ocorrência comprovada nesta região,
tendo inclusive sido registrada no Parque Nacional dos Aparados da Serra e no Parque
Nacional da Serra Geral. Estas duas Unidades de Conservação federais, relativamente
próximas (cerca de 250 km) do Parque Estadual Rio Canoas, fazem parte das áreas
consideradas como de extrema prioridade para a conservação de mamíferos pelo MMA

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-48


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

(figura 3.2.7-2). O Parque Estadual Rio Canoas situa-se a oeste e relativamente próximo
das mesmas.

Uma outra espécie de cervídeo, Mazama bororo (veado bororó ou veado-mão-curta-de-São-


Paulo), proposta por Duarte (1992) com base no seu cariótipo único (2n=32-34), ainda pode
ser considerada como espécie a ser confundida com M. rufina e, como sua área de
ocorrência ainda não é bem conhecida, poderia ser no Parque Estadual Rio Canoas. Um
estudo mais completo das espécies de cervídeos que ocorrem ali se torna necessário para o
esclarecimento dessa questão.

Além das espécies encontradas fora do Parque Estadual Rio Canoas acima citadas,
ressalta-se também Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), Artibeus sp. (morcego-
fruteiro), os morcegos insetívoros (Histiotus velatus e Myotis ruber), Galictis cuja (furão),
Sphiggurus villosus (ouriço-cacheiro), Agouti paca (paca) e Nectomys squamipes (rato-
d´água).

Outras 16 espécies de mamíferos são ainda de ocorrência possível no Parque Estadual Rio
Canoas e em seu entorno (com base em Eisenberg e Redford, 1999 e Emmons, 1997 –
Anexo 7), dentre as quais destacamos como mais prováveis: Lutreolina crassicaudata
(cuíca-de-cauda-grossa), Chotopterus auritus (morcego-orelhudo), Molossus molossus
(morcego), Akodon nigrita (rato-do-mato ou rato-da-taquara), Oxymycterus hispidus (rato-
narigudo), Holochilus brasiliensis (rato-d´água) e Silvilagus brasiliensis (tapeti).

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-49


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Figura 3.2.7-2: Áreas prioritárias para a conservação de mamíferos

A Panthera onca (onça-pintada), ameaçada de extinção (IBAMA, 2003), Tayassu pecari


(queixada), Tayassu tajacu (cateto) e Tapirus terrestris (anta) são mamíferos de grande
porte que certamente já existiram no Parque Estadual Rio Canoas. Rastros e fezes de anta
foram recentemente encontrados nas nascentes do rio Canoas. Tayassu tajacu (cateto)
ainda pode ser encontrado nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra e Serra Geral e
no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, este último a aproximadamente 220 km de
distância em linha reta, onde vive em pequenas varas em meio à floresta e onde ainda
existe a anta. Tayassu pecari (queixada) aparentemente está extinto regionalmente, talvez
pela vulnerabilidade à caça de seus grupos, constituídos de muitos indivíduos,
freqüentadores de espaços mais abertos. Panthera onca é espécie ameaçada de extinção.
À exceção da anta, bastante caçada pelo seu porte avantajado, as outras três espécies têm
sido vítimas, nos locais onde ainda ocorrem, de uma caça de retaliação, tal como Puma
concolor (puma), por predarem animais domésticos ou cultivos agrícolas, talvez a maior
razão do seu desaparecimento da área do Parque e seu entorno.

A conservação dos fragmentos florestais e da conectividade dos mesmos ao longo do


corredor ecológico que interliga tanto os Parques Nacionais dos Aparados da Serra e Serra
Geral, quanto o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ao Parque Estadual Rio Canoas,
pode, eventualmente, trazer de volta a este último os catetos e a anta. As ações nesse
sentido devem envolver a conscientização dos habitantes da região e estímulos à criação de
novas Unidades de Conservação nos âmbitos dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande
do Sul e dos municípios envolvidos.

3.2.7.2 Os conjuntos faunísticos em correlação com as diversas tipologias vegetais do


Parque Estadual Rio Canoas
A vegetação atual do Parque Estadual Rio Canoas é marcada por diversos graus de
antropização, fazendo com que a mesma apresente configurações que vão desde
pastagens com quase total ausência de árvores, como no caso da várzea do lajeado do
Roberto, até remanescentes de floresta primária dos quais se fez o corte seletivo de
espécies arbóreas de maior interesse econômico, principalmente de Araucaria angustifolia
(araucária). Em meio a este mosaico florestal permanecem manchas de ambientes
aquáticos com características originais: banhados herbáceos e subarbustivos em áreas
abertas com o solo encharcado; banhado arbóreo, bem típico na várzea do lajeado do
Roberto; e vegetação aquática de ambientes lênticos, em lagoas florestais com lâmina
d´água exposta e, praticamente, perene.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-51


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Espécies animais mais cosmopolitas habitam ou percorrem a maioria ou todas essas


tipologias vegetais. Assim é o caso do Bufo ictericus (sapo-cururu). Algumas aves também
apresentam capacidade de se adaptarem aos diferentes ambientes, delas se destacando
Pitangus sulphuratus (bentevi), Sicalis flaveola (canário-da-terra) e Thraupis sayaca (saíra-
cinzenta), entre outras. Dentre os mamíferos, as espécies que freqüentam quase todas as
tipologias vegetais do Parque são alguns morcegos como Histiotus vellatus (morcego-
orelhudo), Cerdocyon thous (graxaim) e Didelphis albiventris (gambá).

Abelhas africanizadas devem freqüentar todos os ambientes do Parque em busca de néctar


e pólen, concorrendo com as abelhas nativas. Elas também competem pela utilização de
ocos de árvores com as espécies nativas de himenópteros e com aves como os pica-paus,
tucanos e papagaios. Medidas de controle das colméias de abelhas africanizadas no interior
da Unidade de Conservação e de estímulo a práticas corretas de apicultura no entorno
devem ser tomadas para minimizar os efeitos deletérios da presença desses insetos.

Outras espécies animais, entretanto, são mais exigentes quanto a hábitats e o estado de
suas populações, ou mesmo sua simples presença é indicador de melhor qualidade dos
mesmos. A seguir são apresentados os conjuntos faunísticos, com ênfase nessas espécies
ambientalmente mais exigentes, em relação às diferentes tipologias vegetais do Parque
Estadual Rio Canoas. Também são comentadas as tendências da dinâmica populacional
desses conjuntos, como conseqüência da implantação e funcionamento do Parque.

3.2.7.2.1 A fauna das Pastagens


Essa tipologia vegetal do Parque Estadual Rio Canoas, de marcada antropização, tem sua
maior expressão em uma restrita área onde foi suprimida a vegetação arbórea de baixa
estatura característica do banhado arbóreo da várzea do lajeado do Roberto, na parte leste
da UC. A noroeste, uma outra pequena mancha de pastagem tem continuidade com uma
extensão bem maior que fica fora da Unidade de Conservação, dela separada apenas pela
estrada que faz o limite do Parque. Nelas devem ocorrer Odontophrynus americanus (sapo-
felipe), Bufo crucifer (sapo-cruz), Bufo ictericus (sapo-cururu) e Melanophryniscus tumifrons
(flamenguinho).

Dentre os répteis são característicos dessas áreas abertas Tupinambis merianae (lagartos-
de-papo-amarelo), as serpentes conhecidas como Thamnodynastes spp. (corredeiras-do-
campo), Bothrops jararaca (jararaca), Waglerophis merrenii e Xenodon neuwiedii (boipevas),
estas últimas sendo eficientes predadoras dos anfíbios. Predadora das outras serpentes,
aparece também na pastagem Clelia plumbea (muçurana). De hábitos sub-fossoriais a
Micrurus altirostris (coral verdadeira) se arrasta em galerias do solo em busca de anelídeos
e de Amphisbaena sp. (cobras-cegas). Comum nas pastagens, Cariama cristata (seriema) é
uma predadora de serpentes, gafanhotos e pequenos anfíbios.

Passeriformes como Volatinia jacarina (tiziu), Sicalis flaveola (canário-da-terra), Sporophila


caerulescens (coleirinho), Mimus saturninus (sabiá-do-campo) e Ammodramus humeralis
(tico-tico-do-campo) são habitantes comuns desses ambientes campestres, da mesma
forma que pequenos roedores, como Cavia aperea (preás) e ratos dos gêneros Akodon e
Oligorizomys, além de Holochilus brasiliensis (rato-d´água). À caça desses pequenos
mamíferos e aves concorrem Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Ictinia plumbea (sovi) e,
esporadicamente, Buteogallus urubitinga (gavião-preto). Em busca de insetos, larvas,
animais mortos e pequenos répteis são encontrados Caracara planctus (caracará), Milvago
chimango (chimango) e M. chimachima (carrapateiro).

À noite são outros os predadores que freqüentam as pastagens: corujas-das-torres ou Tito


alba (suindara), atrás de roedores e de morcegos, Pseudalopex gymnocercus (graxain-do-
campo) e Conepatus chinga (zorrilho), este um hábil caçador de serpentes.

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-52


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Além das espécies acima citadas, são típicos desses ambientes abertos Vanellus chilensis
(quero-quero), Speotyto cunicularia (corujinha-do-campo), Colaptes campestroides (pica-
pau-do-campo) e Theristiscus caudatus (curicaca), esta uma das aves símbolos dos campos
com araucárias. Dentre os mamíferos de maior porte, esse tipo de ambiente pode ser
freqüentado por Mazama gouazoubira (veados-virá) e Hydrochaeris hydrochaeris
(capivaras) em busca de gramíneas das quais se alimentam, sujeitando-se então ao ataque
de Puma concolor (puma), um freqüentador de praticamente todas as tipologias vegetais.

A retirada do gado deve permitir a regeneração da vegetação original, fazendo com que, ao
passar do tempo, a fauna típica dos campos perca expressão, tanto em termos qualitativos,
como quantitativos, em benefício daquelas espécies mais afeitas ao ambiente florestais
originais: banhado arbóreo, no caso do lajeado do Roberto, e Floresta Ombrófila Mista,
quanto à mancha à noroeste. Isto não significará um prejuízo para as espécies de campo,
pois estas têm se beneficiado das áreas desmatadas para o estabelecimento de pastagens,
comuns em toda a região e contíguas às atuais áreas de pastagem do Parque.

3.2.7.2.2 A fauna dos estágios pioneiros de regeneração florestal


Os estágios pioneiros de regeneração florestal do Parque Estadual Rio Canoas
correspondem a áreas degradadas, com o solo exposto, tais como margens de estrada e
áreas de plantios de pinus, recentemente retirados. Essas últimas, enquanto áreas abertas
com pouca cobertura vegetal, tornam-se ambientes propícios para aves de rapina que aí
encontram campo apropriado para a visualização de suas presas: insetos, pequenos
roedores e pequenos répteis. Entre essas aves ressaltam-se Rupornis magnirostris (gavião-
carijó) eMilvago chimachima (carrapateiro). Nas pilhas de galhos de pinus, deixadas após a
retirada dos troncos, podem se abrigar pequenos roedores e marsupiais (Olygoryzomis
flavescens e Monodelphis brevicaudis, por exemplo), bem como serpentes e lacertílios de
hábitos semi-fossoriais (Ophiodes sp. e Micrurus altirostris).

À noite, nas margens de estradas, deve se observar o bacurau-tesoura (Hydropsalis


brasiliana), ave Caprimulgidae considerada ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul.

Durante os trabalhos de campo, a equipe encarregada da elaboração deste Plano de


Manejo encontrou rastros de Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) e de um felino de
pequeno porte, possivelmente Herpailurus yagouarundi (jaguarundi), em local de onde foram
retirados pinus e próximo à área de floresta natural. Em outra área com essas
características, no norte do Parque, praticamente ocupada por milhares de plântulas de
Pinus elliottii, havia rastros de um cervídeo (provavelmente Mazama gouazoubira).

Com manejo adequado, objetivando impedir a re-ocupação dessas áreas pelos pinus, as
mesmas devem apresentar uma regeneração florestal rápida e contínua, tornando-se
importante área de pesquisa para a busca de conhecimentos relacionados não só às
transformações da vegetação, como também da dinâmica da fauna local.

Quanto ao leito das estradas, comumente utilizado por diversos animais para seus
deslocamentos, pela facilidade que proporciona (principalmente para felídeos, canídeos,
procionídeos e cervídeos, mas também para algumas aves como saracuras e jacus), torna-
se meio apropriado para a interpretação das pegadas dos mesmos pelos visitantes do
Parque.

3.2.7.2.3 A fauna dos estágios iniciais de regeneração florestal


Essa tipologia compreende a capoeirinha, correspondente às pequenas manchas
antigamente destinadas aos estaleiros (depósitos temporários de toras de madeira), bem
como as antigas estradas também relacionadas à exploração florestal. Delas foi retirado o

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-53


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solo e exposto o sub-solo, impedindo uma regeneração florestal rápida. Apresentam uma
cobertura herbácea e arbustiva constituída por gramíneas, samambaias, asteraceas do
gênero Senecio, solanáceas e alguns arbustos, como Baccharis dracunculifolia (vassoura-
branca).

Por se tratarem de áreas pequenas ou faixas estreitas, não apresentam uma fauna
característica, sendo ambientes propícios para aquelas espécies de hábitos mais
cosmopolitas, ainda que relacionadas fortemente às florestas próximas. Nelas são mais
observáveis algumas aves passeriformes granívoras e insetívoras, como Tamnophilus
ruficapillus (choca-de-chapéu-vermelho), Tyranus melancholicus (suiriri), Zonotrichia
capensis (tico-tico), Passerina glaucocaerulea (azulinho) e Passerina brissonii (azulão); além
de umas poucas frugívoras, como Thraupis sayaca (sanhaço-cinzento) e Stephanophorus
diadematus (sanhaço-frade). Também as freqüentam os beija-flores Leucochloris albicolis e
Chlorostilbon aureoventris, Piaya cayana (alma-de-gato) e Columba picazuro (pomba asa-
branca).

Em função da retirada do solo mais fértil e da compactação a que essas áreas foram
submetidas é de se esperar uma recuperação florestal muito lenta e, da mesma forma, a
sua ocupação por espécies animais tipicamente florestais. Aliado à recomposição das
espécies florestais, o aumento qualitativo e quantitativo de espécies de aves pertencentes
às famílias Dendrocolaptidae, Picidae, Pipridae e, principalmente, Formicaridae é um bom
indicador da recuperação das capoeirinhas.

3.2.7.2.4 A Fauna dos estágios médios e avançados de regeneração florestal


As capoeiras e capoeirões constituem as tipologias correspondentes a esses estágios de
regeneração florestal. São, respectivamente, as áreas mais jovens de exploração florestal,
abandonadas de 15 a 20 anos, e aquelas mais antigas de extração madeireira (30 anos ou
mais) ou que não sofreram processos intensos de supressão, ficando sujeitas ao corte
seletivo de araucária e assim resguardando características primárias. Estas tipologias
abrangem a maior parte da Unidade de Conservação (cerca de 70%), sob a forma de
maciços entrecortados pelas áreas onde foram cultivados pinus, e interrompidas, aqui e ali,
pelas estradas e pelos antigos estaleiros de toras, ou ainda pelas pequenas manchas de
vegetação aquática de ambientes lênticos.

Originalmente, as capoeiras e capoeirões do Parque Estadual Rio Canoas eram Florestas


Ombrófilas Mistas, nas partes levemente onduladas, interpenetradas por elementos de
Floresta Estacional Decidual nas partes de relevo mais acidentado, correspondentes ao vale
fluvial do rio Canoas.

As capoeiras apresentam um maior número de espécies pioneiras como Luthea divaricata


(açoita-cavalo), Mimosa scabrella (bracatinga), Cedrela fissilis (cedro), Chusquea spp. e
Merostachys spp. (taquaras). Nelas é bastante comum a trepadeira Macfadyena unguis
(unha-de-gato) que, juntamente com as taquaras, aparece em meio aos capoeirões, nos
locais em que, seletivamente, foram retiradas árvores de grande porte. Os capoeirões,
entretanto, se caracterizam pela escassez de árvores pioneiras, neles se encontrando ainda
a presença de madeiras nobres, como Aspidosperma australe (peroba), Apuleia leiocarpa
(grápia), Boulfourodendron riedelianum (pau-marfim) e, em alguns pontos mais elevados,
principalmente na porção sudoeste do Parque, Araucaria angustifolia (araucárias) de maior
porte.

Por possuírem árvores mais antigas, os capoeirões também apresentam maior número de
cavidades e fendas nos troncos, possibilitando a utilização por espécies animais que
dependem delas para a reprodução. Assim concorrem pela ocupação desses espaços o
Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo), pica-paus de diversas espécies, Ramphastus
dicolorus (tucanos), Didelphis albiventris (gambá) e abelhas, tanto as nativas (Meliponidae)

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-54


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

como as africanizadas. Além dos atrativos proporcionados pela existência de frutos e


sementes, principalmente pinhões, é a disponibilidade desses ocos e fendas que pode
trazer para o Parque Estadual Rio Canoas Amazona pretrei (papagaio-charão), ameaçado
de extinção. O monitoramento da ocupação desses espaços para verificar se,
eventualmente, devam ser fornecidos outros artificialmente manufaturados, é uma atividade
de manejo recomendada.

Os maciços florestais e a continuidade dos mesmos para fora da Unidade, com maior
expressão nos limites oeste e leste, completados por corredores de matas de galeria ao
longo do rio Ibicui e seus afluentes (lageado do Aguapé, lageado do Jacu e sanga Buevas),
entre outros, e do próprio rio Canoas, garantem condições para a manutenção de
populações viáveis de uma fauna florestal ainda bastante diversificada, apesar das
alterações provocadas pela exploração madeireira, agricultura e pecuária de toda a região.
A existência de fragmentos florestais não muito distantes um do outro, permeando as áreas
mais antropizadas, reforça esses corredores ecológicos que, em maior ou menor grau, se
estendem até as nascentes dos rios Canoas e Pelotas, próximas às encostas da Serra do
Mar, na Porção Leste do Estado de Santa Catarina.

Diplópodos (piolhos-de-cobra), quilópodos (centopéias) e isópodos (tatuzinhos) são


presença comum nessas formações de matas. É rica a variedade de aracnídeos (aranhas e
opiliões) e dípteros (mosquitos, moscas, vespas, formigas, cupins, abelhas meliponídeas e
lepidópteros), dos quais se alimentam anfíbios, aves e mamíferos. Dentre os anfíbios
destaca-se Elentherodatylus guentheri (rã-das-matas), pela sua raridade, e Hyla faber
(sapo-martelo), mais comum.

Quanto aos répteis, Cnemidophorus sp. (lagartixa-verde), Micrurus altirostris (cobra coral) e
Amphisbaena sp. (cobras-cegas) são dignos de nota como predadores de invertebrados.

São muitas as aves de florestas que se alimentam principalmente de insetos, com destaque
para os pica-paus (Colaptes melanochlorus, Dryocopus lineatus e Veniliornis spilogaster),
falsos-pica-paus (Sittasomus griseicapillus, Xiphocolaptes albicollis, Dendrocolaptes
platyrostris e Lepidocolaptes falcinellus), formicarídeos (Thamnophilus caerulescens,
Drimophyla malura e Pyriglena leucoptera), furnarídeos (como os grimpeiros Leptasthenura
setaria e L. striolata, o pichororé, Synallaxis ruficapilla, trepadorzinho, Heliobletus
contaminatus e o vira-folhas, Sclerus scansor), tiranídeos (Serpophaga subcristata,
Myonectes rufiventris, Myiornis auricularis e Pachyramphus castaneus) e piprídeos
(Chiroxiphia caudata e Schyfornis virescens), esses últimos também se nutrindo de frutos.
Os capoeirões são mais ricos nessas espécies insetívoras típicamente florestais. No chão,
sob as ramadas das taquaras, são comuns (Basileuterus culicivorus e B. leucoblepharus
(pula-pula). Hábeis predadores de lepidópteros, Trogon surrucura e T. viridis (surucuás),
bem típicos das capoeiras, se movimentam em vôos silenciosos sob a copa das árvores.

Dentre os mamíferos, nesses ambientes florestais, Tamanduá tetradactyla (tamanduá-mirim)


se alimenta de cupins, larvas de formigas e mel de abelhas; várias espécies de morcegos
são insetívoras (Epitesicus brasiliensis, Histiotus spp., Myotis spp.). Alguns pequenos
marsupiais e roedores (Gracilianus agilis, Philander opossum e Oryzomys ratticeps, entre
outros) e Cabassous sp. (tatu-de-rabo-mole), de hábitos alimentares mais generalistas,
também têm nos invertebrados sua fonte de nutrição.

Todo um outro conjunto de animais tem nas frutas e sementes a sua base alimentar, muitos
dos quais agem como dispersores de sementes colaborando para a regeneração das
florestas do Parque Estadual Rio Canoas. Deste grupo fazem parte, entre as aves, Tinamus
solitarius (macuco), Crypturellus obsoletus (inambú), Odontophorus capoeira (urú), pombas
de várias espécies (Leptotila verreauxii, L. rufaxilla e Geotrygon montana), periquitos e
papagaios (Pyrrura frontalis, Pionus maximiliani e Amazona vinacea) e diversos
passeriformes, com destaque para os corvídeos Cyanocorax caeruleus (gralha-azul) e
Cyanocorax chrysops (gralha-picaça) e emberizídos, entre os quais a Hemithraupis guira

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-55


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

(saíra-de-papo-preto), Tachyphonus coronatus (tiê-preto), Tersina viridis (saí-andorinha) e


Saltator maxillosus (bico-grosso).

Dentre os mamíferos frugívoros o maior destaque deve ser creditado aos morcegos-fruteiros
(Artibeus sp. e Sturnira lilium) e aos roedores Dasyprocta azarae (cotia) e Sciurus aestuans
(esquilo) pela intensa atividade como dispersores de sementes, este último principalmente
de Syagrus romanzoffiana (palmeira gerivá). Também chamam atenção Allouata guariba
(bugio) e Cebus apella (macaco-prego), os únicos primatas do Parque, Agouti paca (paca) e
Sphiggurus villosus (ouriço-cacheiro).

Nos anos em que sementam as taquaras (Chusquea spp. e Merostachys spp.), como
aconteceu em 2004, os ratos do gênero Akodon e Olygorizomys, entre outros, encontram
nas mesmas uma abundante fonte de nutrição e se reproduzem em grande número, um
fenômeno comumente conhecido como “ratada”. Quando acabam as sementes de taquaras,
esses roedores invadem plantações, paióis e até residências em busca de alimento. Como
os ratos silvestres podem ser transmissores de hantavirose para os seres humanos, através
da urina, reside aí uma preocupação do ponto de vista do manejo do Parque. Por ocasião
das ratadas deve ser aumentada a vigilância sanitária nos locais fechados freqüentados por
visitantes, como centro de interpretações, lanchonetes, etc.

As capoeiras e os capoeirões do Parque são ainda o ambiente preferencial de duas


espécies de cervídeos: Mazama americana (veado-mateiro) e M. nana (veado-póca),
ameaçado de extinção.

As espécies típicamente florestais acima citadas constituem a base alimentar para vários
predadores. Alguns desses predadores são espécies onívoras, como Ramphastus dicolorus
(tucano), que costuma predar ovos e filhotes de outras aves, Didelphis albiventris (gambá),
Nasua nasua (coati), Cerdocyon thous (graxaim-do-mato) e Eira barbara (irara). Outros
predadores são essencialmente carnívoros, como a serpente ameaçada de extinção
Bothrops cotiara (cotiara), Strix hylophila (coruja-listrada), Buteo brachyurus (gavião-de-
cauda-curta), Micrastur semitorquatus (gavião-relógio) e M. ruficollis (gavião-caburé), entre
as aves, e Leopardus tigrinus e L. wiedii (gatos-do-mato), Herpailurus yaguaroundi
(jaguarundi), Leopardus pardalis (jaguatirica) e Puma concolor (puma), entre os mamíferos.

3.2.7.2.5 Fauna dos ambientes aquáticos


Os ambientes aquáticos do Parque Estadual Rio Canoas são constituídos por banhados
herbáceos e subarbustivos, banhados arbóreos e vegetação aquática de ambientes lênticos.
Os primeiros apresentam-se como pequenas manchas no interior das florestas; os
segundos têm maior expressão na várzea do lajeado do Roberto; e os últimos são as lagoas
florestais, com lâmina d´água exposta e perene, a maior delas situada às coordenadas UTM
x=481816/y=695037, de onde nasce um dos afluentes do lajeado do Roberto que
praticamente corre no meio do Parque, dividindo-o em dois maciços florestais. Em conjunto
não chegam a 5% da área da Unidade de Conservação, sendo, entretanto, importantíssimos
para uma fauna a eles adaptada, onde predominam os anfíbios, quer sejam iminentemente
aquáticos, quer sejam terrestres ou arborícolas, mas que necessitem das lagoas para sua
reprodução.

Dentre os anfíbios dos ambientes aquáticos do Parque destacam-se: Bufo ictericus (sapo-
cururu), cujos girinos podem ser encontrados nas margens de quase todas as lagoas; Hyla
uruguaya (perereca-tic-tac) e Scinax berthae (perereca-de-inverno), ambas arborícolas que
se reproduzem junto às lagoas; Physalaemus nanus (rãzinha), que constrói seus ninhos de
espuma presos às gramíneas e Cyperus sp. (tiriricas) das lagoas; Sphaenorhynchus surdus
(perereca-verde-do-brejo) e Leptodactylus ocellatus (rã-manteiga), de hábitos aquáticos; e
Rana catesbeiana (rã-touro), espécie introduzida, que é uma predadora feroz dos anfíbios
nativos, necessitando de alguma forma de controle. Estas e outras espécies dependem de

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-56


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

boa qualidade da cobertura vegetal e da água, e são vulneráveis às alterações físico-


químicas dos corpos d’água e da vegetação ciliar.

Nas lagoas do Parque Estadual Rio Canoas deve ocorrer Heliocops infrataeniatus (cobra
d’água) e, em torno delas e nos banhados herbáceos e subarbustivos, bem como nos
arbóreos, a Liophis miliaris (cobra-de-banhado) e Waglerophis merreni e Xenodon neuwiedi
(boipevas).

Algumas aves dependem exclusivamente das lagoas, como Gallinula chlorops (frango
d’água), Jacana jacana (jaçanã), Tachybaptus dominicus (mergulhão-pequeno), Amazonetta
brasiliensis (marreca-pé-vermelho), Oxyura dominica (marreca-bico-roxo) e Oxyura vittata
(marreca-pé-na-bunda). Nas bordas das matas às margens das lagoas se movimenta o
Pitangus sulphuratus (bentevi) e Poospiza lateralis (quete).

Holochilus brasiliensis (ratos-do-junco) e Nectomys squamipes (rato-d’água) são roedores


comuns em ambientes de banhados e lagoas.

Como ambientes abertos, particularmente, as lagoas favorecem o desenvolvimento de


atividades de interpretação ambiental, por permitirem uma visão ampla, devendo ser assim
consideradas e merecendo os devidos cuidados com sua proteção.

3.2.7.3 Considerações
Levando-se em conta as espécies da fauna existentes no Parque Estadual Rio Canoas e em
seu entorno, verifica-se que a área abrangida ainda apresenta uma boa diversidade,
possivelmente pela característica de ser o maior contínuo florestal de uma região onde os
fragmentos florestais permaneceram conectados, principalmente pelas matas de galeria do
rio Canoas. Em que pese a exploração florestal que a área sofreu nos últimos 30 anos,
ainda existem condições que lhe garantem importância no contexto nacional, reforçada pela
presença de espécies ameaçadas de extinção e por endemismos regionais. Essas espécies
ameaçadas e muitas outras identificadas no interior do Parque e no seu entorno só terão
sua viabilidade genética garantida se forem mantidos os elos de união entre os diversos
frangmentos florestais, fator seriamente ameaçado pelo enchimento do reservatório da UHE
Campos Novos. A par das ações de manejo voltadas para o interior desta Unidade de
Conservação, outras deverão ser empreendidas para o restabelecimento de corredores de
fauna englobando os fragmentos florestais, mesmo aqueles mais distantes do Parque, na
direção dos Parques Nacionais da Serra Geral e dos Aparados da Serra e dos Parques
Estaduais da Serra do Tabuleiro (SC) e de Espigão Alto (RS).

3.3 Situação Fundiária

A Campos Novos Energia S/A - ENERCAN adquiriu e repassou ao Governo do Estado de


Santa Catarina, para fins de criação de uma Unidade de Conservação do Grupo de
Proteção Integral, uma área de remanescente da Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de
Araucária, hoje denominada Parque Estadual Rio Canoas. Este repasse é parte integrante
das medidas compensatórias vinculadas ao processo de licenciamento ambiental, efetuado
pela Fundação do Meio Ambiente - FATMA, do Aproveitamento Hidrelétrico de Campos
Novos no rio Canoas, município de Campos Novos, e em atendimento à Resolução
CONAMA nº 02/96 e à Lei nº 11.986/01, que cria o Sistema Estadual de Unidades de
Conservação, equivalente à Lei Federal nº 9.985/00 e ao Decreto nº 4.340/02, que criam e
regulamentam, respectivamente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

O Parque Estadual Rio Canoas é composto pela unificação de uma área de 1.067,8592 ha
do imóvel rural situado entre as localidades de Palmeira do Ibicuí, no município de Campos

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-57


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Novos, e da Fita Amarela, no município de Abdon Batista, e de uma área de 65,3960 ha


correspondente à área de preservação permanente com faixa de 100 m a partir da cota
altimétrica de inundação 660 m, do reservatório da Usina Hidrelétrica de Campos Novos
(UHE Campos Novos) em sua margem direita, perfazendo área total de 1.133,2552
hectares.

3.4 Atividades Desenvolvidas no Parque

Por ser uma Unidade de Conservação recentemente criada (27/05/04), por estar às
margens do futuro reservatório da UHE Campos Novos e por seu Plano de Manejo estar em
fase de elaboração, esta ainda apresenta atividades não condizentes com os objetivos
específicos de sua categoria de conservação segundo o SEUC ou não regulamentadas,
como:
- ainda são encontrados rebanhos de gado utilizando o Parque como área de
pastoreio;
- a atividade de retirada da madeira e lenha oriundas do desmatamento do
reservatório utilizando os acessos internos do Parque, ou mesmo abrindo novos;
- a prática da caça;
- a visitação e prática do rapel na cachoeira do lajeado do Roberto ( enquanto esta
atividade não estiver regulamentada deve ser considerada como conflituosa); e
- manifestação religiosa realizada em novembro (Dia de Finados), quando o pequeno
cemitério presente no interior do Parque é visitando pelos familiares.

Vale ressaltar que a visitação ao cemitério concentra-se no dia de Finados, com a


participação de um pequeno grupo da comunidade local. Apesar de serem proibidas, nas
Unidades de Conservação, quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização
em desacordo com os seus objetivos, seu Plano de Manejo e seus regulamentos (Art. 28,
Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000), a manifestação religiosa realizada neste Parque é
muito menos impactante e conflituosa que a translocação do cemitério. O manejo deste
pequeno grupo na época de Finados e a adequação do zoneamento a serem previstos
neste Plano de Manejo, são capazes de solucionar esta questão de forma harmoniosa.

Por outro lado, já foram executadas atividades objetivando a erradicação do pinus do interior
da Unidade com a retirada e controle da germinação através do “Projeto de Controle e
Recuperação Ambiental das Áreas Degradadas pela silvicultura de pinus no Parque
Estadual Rio Canoas, Campos Novos, Santa Catarina”.

3.5 Significância

Os fatores identificados que ressaltam a significância desta Unidade de Conservação, foram


baseados no conjunto de informações levantadas junto ao exposto no Decreto de criação,
na Oficina de Planejamento Participativo e no Workshop Técnico com a comunidade
científica, além das informações geradas na fase de diagnóstico. Considerando os
argumentos apresentados pode-se definir como atributos significativos do PERC:

- o fragmento florestal protegido pelo Parque e ,por conseqüência a própria Unidade


pertencem a Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica;
- o Parque é uma Unidade de Proteção Integral que mantém uma amostra
regionalmente importante de Floresta Ombrófila Mista em bom estado de
conservação no Estado de Santa Catarina;
- o Parque preserva espécies da flora ameaçadas de extinção (araucária e o xaxim);
- são encontradas em seus ambientes espécies da fauna ameaçada de extinção
(cotiara, uru, papagaio-de-peito-roxo, macuco, choquinha-carijó, puma, jaguatirica);

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-58


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

- para as espécies migratórias ou com grande demanda de território, o Parque atua


como trampolim (step stone) colaborando na manutenção do fluxo gênico e suporte
de área de vida (home range) para diversas delas;
- o Parque representa um importante remanescente da Floresta de Araucária
protegido e em bom estado de conservação na área de vida do papagaio-charão,
espécie ameaçada de extinção e de distribuição restrita; e
- mantém o maior remanescente florestal em bom estado de conservação (banco de
germoplasma) na área de influência da UHE Campos Novos.

3.6 Referências Bibliográficas

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DUARTE, J.B.M. (1992) – Aspectos taxonômicos e citogenéticos de algumas espécies


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EMMONS, L.H. (1997). Neotropical rainforest mammals: a field guide. Illust. F. Feer. 2
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Reservatório – UHE Campos Novos. Relatório Técnico.
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_______. (1996). Espécies raras ou ameaçadas de extinção. Estado de Santa Catarina.


Volume 2. Rio de Janeiro: IBGE. 170 p. il.

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Nogueira-Neto e Coimbra-Filho (1988) – Ecossistemas Brasileiros. Rio de Janeiro: Ed.


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Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-59


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REITZ, R., KLEIN, R.M. & REIS, A. (1978). Projeto Madeira de Santa Catarina. Itajaí:
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SCHNEIDER, M., BARBOSA DE OLIVEIRA, L.F. (1996) – Densidade populacional de


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ZILLER, S.R. (2000). A Estepe Gramíneo-Lenhosa no segundo planalto do Paraná:


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Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3 3-60


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ANEXOS

Anexo 1: Mapa de Estabilidade dos Taludes Marginais – UHE Campos Novos – RM Nº


9-080-03 (PROSUL, 2004)
Anexo 2: Mapa de Hipsometria
Anexo 3: Mapa de Declividade
Anexo 4: Mapa de Vegetação e Uso do Solo
Anexo 5: Lista da Vegetação
Anexo 6: Registro Fotográfico - Flora
Anexo 7: Lista da Fauna
Anexo 8: Decreto nº 1.871, de 27 de maio de 2004

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Anexo 1: Mapa de Estabilidade dos Taludes Marginais – UHE


Campos Novos – RM Nº 9-080-03 (PROSUL, 2004)

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

s
provocará

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


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Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


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Anexo 2: Mapa de Hipsometria

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Anexo 3: Mapa de Declividade

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


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Anexo 4: Mapa de Vegetação e Uso do Solo

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


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Anexo 5: Lista da Vegetação

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Gymnospermae Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bert.) O.Ktze. pinheiro-brasileiro árvore Fom
Podocarpaceae Podocarpus lambertii Klotzsch pinheirinho-brabo árvore Fom
Angiospermae Acanthaceae Hygrophila brasiliensis (Spreng.) Lind. folhagem erva-terrícola Vsc
Hygrophila guianensis Nees folhagem erva-reófita Vrp
Jacobinia carnea (Lindl.) Nicholson bálsamo-cor-de-carne erva-terrícola Fom
Justicia brasiliana Roth junta-de-cobra-vermelha arbusto Fom
Ruellia angustiflora (Nees) Lindau ex Rambo flor-de-fogo subarbusto Fom
Ruellia graecizans Backer junta-de-cobra-vermelha erva-terrícola Vsc
Alismataceae Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schlecht.) Micheli chapéu-de-couro erva-anfíbia Bnh, Vaq
Amaranthaceae Alternanthera philorexoides (Mart.) Griseb. periquito-saracura erva-anfíbia Vsc, Bnh
Amaranthus lividus L. caruru erva-terrícola Vsc
Amaranthus spinosus L. caruru-de-espinhos erva-terrícola Vsc
Chamissoa altissima (Jacq.) H.B.K. mofungo-gigante arbusto-apoiante Fom
Gomphrena elegans Mart. perpétua erva-terrícola Fom
Iresine diffusa H. & B. ex Willd. bredinho-difuso erva-terrícola Vsc
Pfaffia paniculata (Mart.) Ktze. corango-açu erva-terrícola Fom
Pfaffia tuberosa (Spreng.) Hicken corango-de-batata erva-terrícola Vsc
Amaryllidaceae Amaryllis psittacina Ker. açucena erva-terrícola Fom
Hypoxis decumbens L. tiririca-falsa erva-terrícola Vsc
Anacardiaceae Lithraea brasiliensis March. aroeira-brava árvore Fom
Schinus lentiscifolius March. aroeira-cinzenta arvoreta Fom
Schinus terebinthifolius Raddi aroeira-vermelha arvoreta Fom, Vsc
Annonaceae Rollinia rugulosa Schlecht. araticum arvoreta Fom
Rollinia salicifolia Schl. araticum arvoreta Fom
Rollinia silvatica (St. Hil.) Mart. araticum arvoreta Vsc
Apiaceae Apium leptophyllum (Pers.) F. Muell. var. leptophyllum aipo-chimarrão erva-terrícola Vsc
Apium leptophyllum var. multisectum Math. & Const. aipo-chimarrão erva-terrícola Vsc
Centella asiatica (L.) Urban. cairuçu erva-terrícola Vsc
Eryngium horridum Malme caraguatá erva-terrícola Vsc
Eryngium pandanifolium Cham. & Schl. caraguatá erva-terrícola Vsc, Bnh
Eryngium koehneanum Urban. caraguatá erva-anfíbia Bnh, Vaq
Hydrocotyle leucocephala C. & S. cairuçu erva-terrícola Vsc
Hydrocotyle quinqueloba Ruiz & Pav. cairuçu erva-terrícola Fom
Hydrocotyle ranunculoides L. cairuçu-do-brejo erva-anfíbia Bnh, Vaq
Hydrocotyle langsdorffii DC. cairuçu-de-langsdorff erva-epilítica Vru
Apocynaceae Forsteronia glabrescens Mül. Arg. cipó-de-leite liana Fom
Forsteronia refracta M. Arg. cipó-de-leite liana Fom
Mandevilla atroviolacea (Stad.) Woods. jalapa-silvestre liana Fom
Mandevilla immaculata Woods. jalapa-silvestre liana Fom
Peschiera australis (M. Arg.) Miers jasmim-catavento arvoreta Vsc
Aquifoliaceae Ilex brevicuspis Reissek caúna arvoreta Fom
Ilex dumosa Reiss. cauninha arvoreta Fom
Ilex microdonta Reiss. caúna arvoreta Fom
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate árvore Fom
Ilex theezans Mart. congonha arvoreta Fom
Araceae Anthurium scandens (Aubl.) Engl. antúrio erva-epifítica Fom
Araliaceae Oreopanax fulvum E. March. caxeta arvoreta Fom
Arecaceae Butia eryosphata (Mart. ex Drude) Beccari butiá-da-serra palmeira cult.
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass. jerivá; coqueiro palmeira Vsc
Aristolochiaceae Aristolochia triangularis Cham. cipó-mil-homens liana Vsc
Asteraceae Achyrocline satureioides (Lam.) DC. macela erva-terrícola Vsc
Baccharis anomala A . P. Candolle carqueja arbusto-apoiante Vsc
Baccharis brachylaenoides A . P. Candolle vassoura arbusto Vsc
Baccharis dentata (Vell.) Barroso vassoura arbusto Vsc
Baccharis elaeagnoides Steud. vassoura arbusto Vsc
Baccharis gaudichaudianum DC. carqueja arbusto Vsc
Baccharis helychrysoides DC. carqueja subarbusto Vsc
Baccharis intermixta Gardner vassoura arbusto Vsc
Baccharis semiserrata DC. var. elaeagnoides (Steud.) Barroso vassoura arbusto Vsc
Baccharis trimera (Less.) DC. carqueja erva Vsc
Baccharis uncinella DC. vassoura arbusto Vsc
Bidens pilosa L. picão-preto erva-terrícola Vsc
Chaptalia graminifolia (Dusén) Cabr. língua-de-vaca-folha-de-grama erva-terrícola Vrp, Vsc
Chaptalia nutans (L.) Polak língua-de-vaca erva-terrícola Vsc
Conyza sordescens Cabr. vara-de-foguete erva-terrícola Vsc
Dasyphyllum tomentosum (Spr.) Cabr. açucará arvoreta Fom
Elephantopus mollis H. B. K. suçaiá erva-terrícola Vsc
Erechtites hieracifolia (L.) Raf. caruru-amargoso erva-terrícola Vsc
Erechtites valerianifolia (Less.) DC. caruru-amargoso erva-terrícola Vsc
Erigeron maximus Link & Otto erva-terrícola Vsc
Eupatorium bupleurifolium DC. vassoura arbusto Vsc
Eupatorium hecatanthum (DC.) Baker eupatório erva-terrícola Vsc
Eupatorium inulaefolium H. B. K cambará erva-terrícola Vsc
Eupatorium itatiayense Hieron. vassoura-braba arbusto Vsc
Eupatorium laevigatum Lamarck vassoura arbusto Vsc
Eupatorium picturatum Malme eupatório erva-terrícola Vsc
Eupatorium purpurascens Sch. Bip. eupatório erva-terrícola Vsc
Eupatorium vautherianum DC. eupatório arbusto Vsc
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. cambará arvoreta Fom, Vsc
Jungia sellowia Less. erva-de-mula erva-terrícola Vsc
Mikania burchellii Baker guaco liana Fom
Mikania micrantha H. B. K. micânia liana Fom
Mikania ternata (Vell.) Robinson micânia liana Fom
Piptocarpha angustifolia Dusén vassourão-branco árvore Fom, Vsc
Piptocarpha tomentosa Baker toucinho-de-folhas-largas arvoreta Fom, Vsc
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabr. quitoco erva-terrícola Vrp
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Senecio brasiliensis (Spr.) Less. flor-das-almas subarbusto Vsc
Senecio desiderabilis Vellozo catião-trepador liana Fom
Senecio icoglossus DC. margarida-do-banhado subarbusto Bnh
Senecio jurgensii Mattf. margarida-do-banhado subarbusto Bnh
Solidago chilensis Mey erva-lanceta erva-terrícola Vsc
Solidago microglossa DC. erva-lanceta erva-terrícola Vsc
Sonchus oleraceus L. serralha erva-terrícola Vsc
Tagetes minuta L. chinchilha erva-terrícola Vsc
Taraxacum officinale Weber dente-de-leão erva-terrícola Vsc
Trixis praestans (Vell.) Cabr. assa-peixe-manso arbusto Vsc
Trichocline nervosa Less. cravo-do-campo erva-anfíbia Bnh
Vernonia catharinensis Cabrera assa-peixe erva-terrícola Vsc
Vernonia discolor (Spr.) Less. vassourão-preto árvore Fom, Vsc
Vernonia florida Less. vassoura arbusto Fom
Vernonia muricata DC. cambarazinho erva-terrícola Vsc
Vernonia quinqueflora Less. pau-toucinho arbusto Fom
Vernonia tweediana Bak. assa-peixe erva-terrícola Vsc
Basellaceae Anredera cordifolia (Tenore) Steen bertalha liana Fom
Begoniaceae Begonia cucullata var. hookeri (A . DC.) Smith & Schubert begônia erva-terrícola Fom
Begonia fruticosa (Kl.) A . DC. begônia erva-terrícola Fom
Begonia hispida Schott ex. A. DC. begônia erva-terrícola Fom
Begonia isoterocarpa Irmscher begônia erva-terrícola Fom
Bignoniaceae Anemopaegma prostratum DC. liana Vsc
Arrabidea chica CH. & B. Verlot f. cuprea (Cham.) Sandw. carajuru liana Vsc
Arrabidea leucopogon (Cham.) Sandw. carajuru liana Vsc
Arrabidea selloi (Spr.) Sandw. carajuru liana Vsc
Clytostoma sciuripabulum Bur. & K. Schum. cipó-pau liana Fom
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. ex DC. ipê-verde arvoreta Vsc
Jacaranda puberula Cham. carobinha arvoreta Fom, Vsc
Macfadyena unguis-cati (L.) A . Gentry unha-de-gato liana Fom, Vsc
Pithecoctenium echinatum (Jacq.) Baill. pente-de-macaco liana Fom, Vsc
Pyrostegia venusta (Ker-Gawl.) Miers cipó-são-joão liana Fom, Vsc
Tabebuia alba (Cham.) Sandw. ipê-da-serra árvore Fom
Tabebuia avellanedae Lor. ex Griseb. ipê-roxo árvore Fom
Urbanolophium dusenianum (Kraenzlin) Melchior pente-de-macaco-miúdo liana Vru,Vsc
Boraginaceae Cordia monosperma (Jacq.) R. & S. balieira-cambará arbusto Vsc
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. Ex. Steud. louro-pardo árvore Fed, Fom
Heliotropium transalpinum Vell. var. transalpinum borragem-crista-de-galo erva-terrícola Vsc
Tournefortia paniculata Cham. caruru-de-veado arbusto-apoiante Vsc
Bromeliaceae Aechmea recurvata var. benrathii (Mez) Reitz gravatá erva-epilítica Fom, Vru
Aechmea recurvata var. recurvata (Kl.) L.B. Smith gravatá erva-epifítica Fom
Tillandsia geminiflora Brongn. cravo-do-mato erva-epifítica Fom
Tillandsia montana Reitz cravo-do-mato erva-epifítica Fom
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Tillandsia stricta Solander var. stricta cravo-do-mato erva-epifítica Fom
Tillandsia tenuifolia var. surinamensis (Mez) L.B. Smith cravo-do-mato erva-epifítica Fom
Tillandsia tenuifolia L. var. tenuifolia cravo-do-mato erva-epifítica Fom
Tillandsia usneoides (L.) L. braba-de-velho erva-epifítica Fom
Vriesea altodaserrae L.B. Smith gravatá erva-epifítica Fom
Vriesea friburgensis Mez var. paludosa L. B. Smith gravatá erva-epifítica Fom, Vru
Vriesea philippocoburgii Wawra gravatá erva-epifítica Fom
Vriesea platynema Gaud. var. platynema gravatá erva-epifítica Fom
Buddlejaceae Buddleja brasiliensis Jacq. ex Spreng. barbasco arbusto Fom
Cactaceae Lepismium houlletianum cacto erva-epifítica Fom
Notocactus linkii (Otto) Berger & Bacck Berger ora-pro-nobis; cacto erva-epilítica Vru
Rhipsalis houlletiana Lem. conambaia; rabo-de-rato erva-epifítica Fom
Rhipsalis pulvinigera Lindb. conambaia; rabo-de-rato erva-epifítica Fom
Canellaceae Capsicodendron dinisii (Schwacke) Occhioni pau-para-tudo árvore Fom
Caprifoliaceae Sambucus australis Cham. et Schlecht. sabugueiro árvore Vsc
Caryophyllaceae Drymaria cordata (L.) Willd. ex R & S. pega-pinto erva-terrícola Vsc
Celastraceae Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. cancorosa arvoreta Fom
Chenopodiaceae Chenopodium ambrosioides L. erva-santa-maria erva-terrícola Vsc
Chrysobalanaceae Hirtella hebeclada Moric. cinzeiro arvoreta Fom
Clethraceae Clethra scabra Pers. carne-de-vaca arvoreta Fom, Vsc
Combretaceae Combretum fruticosum (Loefl.) Stuntz ---- liana Fom
Commelinaceae Commelina difusa Brum. trapoeraba erva-terrícola Fom
Convolvulaceae Ipomoea alba L. ---- liana Vrp
Ipomoea indivisa (Vell.) Haller ---- liana Fom
Ipomoea purpurea (L.) Roth ---- liana Fom
Cornaceae Griselina ruscifolia (Clos) Taub. erva-de-passarinho-dos-andes erva-epifítica Fom
Cucurbitaceae Cayaponia biflora Cogn. taiuiá liana Fom
Cunoniaceae Lamanonia speciosa (Camb.) L. B. Smith guaperê árvore Fom
Weinmannia humilis Engl. gramimunha-miúda arvoreta Fom
Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Seringe gramimunha árvore Fom
Cyperaceae Ascolepis brasiliensis (Kunth) Benth. ---- erva-anfíbia Vaq
. Carex sellowiana Kunth palha-de-cangalha erva-epilítica Vru
Cyperus cayennensis (Lam.) Britt. tiririca erva-anfíbia Vaq
Cyperus incomtus Kunth tiririca erva-terrícola Fom
Cyperus meyenianus Kunth tiririca erva-anfíbia Vaq
Cyperus obtusatus (Presl.) Mattf. et Kük tiririca erva-terrícola Vsc
Cyperus rotundus L. tiririca erva-terrícola Vsc
Cyperus sesquiflorus (Torrey) Mattf. et Kük. tiririca erva-terrícola Vsc
Cyperus unicolar Boeck. tiririca erva-terrícola Fom
Fimbristylis diphylla (Reitz) Vahl ---- erva-terrícola Vsc
Rhynchospora biflora Boeck. tiririca erva-terrícola Fom
Rhynchospora corymbosa (L.) Britt. tiririca erva-anfíbia Vaq
Rhynchospora cyperoides (Sw.) Mart. tiririca erva-terrícola Vsc
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Rhynchospora emaciata (Nees) Boeck. tiririca erva-anfíbia Vaq
Rhynchospora subtilis Boeck. tiririca erva-anfíbia Vaq
Scirpus californicus (C. A . Mey) Steud. junco; piri erva-anfíbia Vaq
Scleria hirtella Sw. ---- erva-anfíbia Vaq
Scleria panicoides Kunth ---- erva-terrícola Fom
Scleria secans (L.) Urban capim-navalha; capa-cão erva-terrícola Vsc
Droseraceae Drosera brevifolia Pursh ---- planta insetívora Vru
Ebenaceae Maba inconstans (Jacq.) Griseb. fruta-de-jacu-macho árvore Fom
Elaeocarpaceae Sloanea lasiocoma Schum. alecrim árvore Fom
Sloanea monosperma Vell. sapopema árvore Fom
Ericaceae Gaultheria organensis Meissner urze subarbusto Fom
Gaylussacia brasiliensis (Spr.) Meissn. camarinha arbusto Vru
Leucothoe niederienii Sleumer urze arbusto Vru
Eriocaulaceae Eriocaulon reitzii Mold. & Smith ---- erva-anfíbia Bnh; Vaq
Paepalanthus caldensis Malme capipoatinga; gravatá-manso erva-anfíbia Bnh; Vaq
Paepalanthus catharinae Ruhl. var. catharinae capipoatinga; gravatá-manso erva-anfíbia Bnh; Vaq
Paepalanthus planifolius (Bong.) Körn capipoatinga; gravatá-manso erva-anfíbia Bnh, Vaq
Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum St. Hil. cocão arvoreta Fom
Erythroxylum myrsinites Mart. cocão arvoreta Fom
Euphorbiaceae Acalypha communis Muell. Arg. crista-de-peru subarbusto Fom
Acalypha gracilis Spreng. tapa-buraco erva-terrícola Fom
Actinostemon concolor (Spr.) M. Arg. laranjeira-do-mato; pau-rainha arvoreta Fom
Alchornea sidifolia M. Arg. tanheiro; tapiá-guaçu árvore Fom
Alchornea triplinervia (Spr.) M. Arg. tanheiro; tapiá-guaçu árvore Fom
Euphorbia hirta L. erva-de-santa-luzia erva-terrícola Vsc
Phyllanthus sellowianus M. Arg. quebra-pedra erva-terrícola Vsc, Vrp
Phyllanthus tenellus Roxb. quebra-pedra erva-terrícola Vsc, Vru
Sapium glandulatum (Vell.) Pax pau-leiteiro árvore Vsc
Sebastiania brasiliensis Spreng. leiterinho arvoreta Fom
Sebastiania commersoniana (Baill.) L. B. Scmith & R. J. Downs branquilho arvoreta Fom, Vrp
Sebastiania schottiana M. Arg. sarandi arbusto-reófito Vrp
Tragia volubilis Linnaeus tamiarana liana Vsc
Flacourtiaceae Banara parviflora (A . Gray) Benth. cambroé arvoreta Fom
Banara tomentosa Clos cambroé arbusto Fom
Casearia decandra N. J. Jacquin guaçatunga arvoreta Fom
Casearia sylvestris Swartz cafezeiro-do-mato; chá-de-bugre árvore Fom, Vsc
Gesneriaceae Rechsteineria spicata (Vell.) Hoehne cachimbo erva-terrícola Vsc, Vru
Halorrhagaceae Myriophyllum brasiliense Camb. pinheirinho-d'água erva-anfíbia Vaq
Hydrophyllaceae Hydrolea spinosa L. carqueja-do-pântano erva-anfíbia Vaq
Juncaceae Juncus densiflorus var. pohlii junco erva-anfíbia Vaq
Juncus dichotomus Elliot junco erva-anfíbia Vaq
Lamiaceae Hyptis fasciculata Benth. alfazema-braba erva-terrícola Vsc
Hyptis heterodon Epling alfazema-braba erva-terrícola Vsc
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Leonorus sibricus L. erva-macaé erva-terrícola Vsc
Stachys arvensis L. ---- erva-terrícola Vsc
Lauraceae Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. canela árvore Fom
Cryptocarya aschersoniana Mez canela-fogo; canela-poruruca árvore Fom
Nectandra lanceolata Nees canela-amarela árvore Fom
Nectandra megapotamica (Spr.) Mez canela-fedorenta árvore Fom
Ocotea acutifolia (Nees) Mez canela árvore Fom
Ocotea pretiosa (Nees) Mez canela-sassafrás árvore Fom
Ocotea puberula Nees canela-guaicá árvore Fom, Vsc
Ocotea pulchella Mart. canela-do-brejo árvore Fom, Vsc
Persea alba Nees canela-sebo árvore Fom
Leguminosae Bauhinia candicans Benth. pata-de-vaca arvoreta Fom,Vrp
Caesalpinoidae Bauhinia microstachya (Raddi) Macbr. pata-de-vaca liana Fom
Leguminosae Acacia nitidifolia Sep. vamos-junto liana Fom
Mimosoidae Acacia velutina DC. vamos-junto liana Fom
Calliandra selloi (Sprg.) Macbr. sarandi; quebra-foice arbusto-reófito Vrp
Inga marginata Will. ingá árvore Fom, Vrp
Inga sellowiana Benth. ingá-da-serra árvore Fom
Inga virescens Mart. ex Benth ingá-verde arvoreta Fom
Mimosa scabrella Benth. bracatinga árvore Fom
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico-vermelho árvore Fom
Leguminosae Dalbergia variabilis Vogel cipó-violeta liana Fom
Desmodium canum (Gm.) Sch. et Th. pega-pega erva-terrícola Vsc
Erythrina falcata Benth. corticeira-da-serra árvore Fom
Lonchocarpus guilleminianus (Tull.) Malme embira-de-sapo árvore Fom
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. bico-de-pato árvore Fom
Machaerium stipitatum (DC.) Vog. farinha-seca árvore Fom
Myrocarpus frondosus Fr. Alem. cabreúva árvore Fom
Lemnaceae Lemna valdiviana Phil. lentilha-d'água erva-anfíbia Vaq
Lentibulariaceae Utricularia tricolor Saint-Hilaire boca-de-leão-do-banhado erva-anfíbia Vaq
Loganiaceae Spigelia tetraptera Taub. ex L. B. Smith arapabaca erva-terrícola Fom
Strychnos brasiliensis (Sprg.) Kunth anzol-de-lontra liana Fom, Vsc
Loranthaceae Struthanthus polyrhizus Mart. var. oblongifolius Eichl. erva-de-passarinho erva-epifítica Fom
Struthanthus vulgaris Mart. erva-de-passarinho erva-epifítica Fom
Lythraceae Cuphea carthagenensis (Jacq.) Macbride sete-sangrias erva-terrícola Vsc
Cuphea racemosa (L. f.) Spr. sete-sangrias erva-terrícola Vsc
Heimia myrtifolia Cham. et Schlecht erva-da-vida erva-terrícola Vsc
Lafoensia pacari Saint-Hilaire ssp. petiolata Koehne pacari árvore Fom
Malvaceae Abutilon darwinii Hook bênção-de-Deus erva-terrícola Vrp, Vru
Pavonia communis St. Hil. ---- arvoreta Vsc
Pavonia urbaniana Gürke ---- erva-terrícola Vrp
Sida rhombifolia L. guanxuma erva-terrícola Vsc
Mayacaceae Mayaca sellowiana Kunth maiacá erva-anfíbia Vaq
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Melastomataceae Leandra australis (Cham.) Cogn. pixirica-peluda subarbusto Vsc
Leandra quiquedentata (DC.) Cogn. pixirica erva-terrícola Fom
Leandra regnellii (Tr.) Cogn. pixirica erva-terrícola Fom, Vsc
Leandra sublanata Cogn. var. alpha pixirica subarbusto Fom
Miconia cinerascens Miq. pixirica arbusto Fom, Vsc
Miconia hyemalis St. Hil. & Naud. ex Naud. pixirica arbusto Fom
Miconia ramboi Brade pixirica arbusto Fom
Miconia sellowiana Naud. pixirica arbusto Vsc
Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn. quaresmeira subarbusto Vrp
Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. quaresmeira arvoreta Vsc
Meliaceae Cabralea canjerana (Vellozo) Martius canjerana árvore Fom
Cedrela fissilis Vell. cedro árvore Fom
Guarea macrophylla Vahl ssp. tuberculata (Vell.) Pennington catiguá-morcego arvoreta Fom
Trichilia clausseni C. de Candolle catiguá-vermelho árvore Fom
Trichilia elegans A. Juss. ssp. elegans pau-de-ervilha arvoreta Fom
Menispermaceae Cissampelos pareira L. parreira-braba liana Vsc
Monimiaceae Hennecartia omphalandra Poiss. gema-de-ovo arvoreta Fom
Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) Burg. Lanj. & Boer cincho arvoreta Fom
Myrsinaceae Myrsine coriaceae (Sw.) R. Br. capororoca árvore Vsc
Myrsine umbellata Mart. capororocão árvore Fom, Vsc
Myrsine membranacea capororoca arvoreta Fom, Vsc
Myrtaceae Acca sellowiana Berg. gioabeira-da-serra arvoreta Fom
Calyptranthes concinna var. paulistana Legr. guamirim-de-facho arvoreta Fom
Campomanesia xanthocarpa (Mart.) Berg. guabirobeira árvore Fom
Eugenia involucrata DC. cerejeira-do-mato árvore Fom
Eugenia pluriflora DC. jaboticaba-do-campo arvoreta Fom
Gomidesia palustris (DC.) Legr. guamirim; cambuí arvoreta Fom, Bnh
Myrceugenia alpigena (Berg.) Legr. cambuí arvoreta Fom
Myrceugenia euosma (Berg) Legr. cambuí árvore Fom
Myrceugenia macrosepala (Burr.) Legr. et Kaus guamirim arbusto Fom
Myrceugenia regnelliana var. capillaris Legr. cambuí arbusto Fom, Vrp
Myrcia arborescens Berg guamirim-ferro arvoreta Fom
Myrcia breviramis (Berg) legr. guamirim arvoreta Fom
Myrcia obtecta (Berg) Kiaersk. var. alternifolia (Berg) Legr. guamirim-branco; cambuí arvoreta Fom
Myrcia obtecta (Berg) Kiaersk. var. obtecta guamirim arvoreta Fom
Myrcia rostrata DC. guamirim-de-folha-fina arvoreta Fom
Myrciaria tenella (DC.) Berg cambuí árvore Fom
Myrciaria trunciflora Berg jaboticabeira árvore Fom
Pseudocaryophyllus acuminatus (Link) Burr. louro-cravo arvoreta Fom
Psidium cattleyanum Sab. araçazeiro arvoreta Fom, Vsc
Siphoneugenia reitzii Legr. cambuizinho arvoreta Fom
Onagraceae Fuchsia regia (Vand.) Mun. brinco-de-princesa liana Fom
Ludwigia caparosa (Camb.) Hara cruz-de-malta erva-terrícola Vsc
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Ludwigia hookeri (Mich.) Hara cruz-de-malta erva-anfíbia Vaq
Ludwigia leptocarpa (Nutt.) Hara cruz-de-malta erva-anfíbia Vaq
Ludwigia longifolia (DC.) Hara cruz-de-malta erva-anfíbia Vaq
Ludwigia octovalvis (Jacq.) Raven ssp. sessiflora (Mich.) Raven cruz-de-malta erva-terrícola Vsc
Ludwigia peruviana (L.) Hara cruz-de-malta erva-terrícola Vrp
Orchidaceae Campylocentrum burchellii Cogn. orquídea erva-epifítica Fom
Capanemia australis (Krzl.) Schltr. orquídea erva-epifítica Fom
Capanemia superflua (Rchb.) Garay orquídea erva-epifítica Fom
Cryptophoranthus jurgensii Schltr. orquídea erva-epifítica Fom
Epidendrum faustum Rchb. orquídea erva-epifítica Fom
Gomesa barkeri Regel orquídea erva-terrícola Fom
Gomesa recurva R. Br. orquídea erva-terrícola Fom
Habenaria montevidensis Spreng. orquídea erva-terrícola Vsc
Habenaria parviflora Lindl. orquídea erva-terrícola Vsc
Habenaria repens Nutt. orquídea erva-anfíbia Vaq
Maxillaria cogniauxiana Hoehne orquídea erva-epifítica Fom
Maxilaria marginata Fenzl. orquídea erva-epifítica Vru
Maxilaria picta Hook. orquídea erva-epifítica Fom
Maxilaria vitelliniflora Rodr. orquídea erva-epifítica Fom
Octomeria concolor Hook. var. ottonis (Schltr.) Pabst. orquídea erva-epifítica Fom
Oncidium longipes Lindl. orquídea erva-epifítica Fom
Oncidium raniferum Lindl. orquídea erva-epifítica Fom
Oncidium riograndense Cogn. orquídea erva-epifítica Fom
Pleurothallis butantanensis Hoehne & Schltr. orquídea erva-epifítica Fom
Pleurothallis grobyi Lindl. orquídea erva-epifítica Fom
Pleurothallis mirabilis Schltr. orquídea erva-epifítica Fom
Pleurothallis platysemos Rchb. orquídea erva-epifítica Fom
Pleurothallis saundersiana Rchb. orquídea erva-epifítica Fom
Pleurothallis sonderana Rchb. orquídea erva-epifítica Fom
Sophronitis coccinea (Lindl.) Rchb. orquídea erva-epifítica Fom
Zygopetalum mackayii Hook. orquídea erva-epifítica Fom
Zygopetalum maxillare orquídea erva-epifítica Fom
Oxalidaceae Oxalis debilis Humboldt et Kunth var. debilis azedinha erva-terrícola Vsc
Oxalis linarantha Lourteig azedinha erva-terrícola Vsc
Passifloraceae Passiflora capsularis L. maracujá liana Fom, Vsc
Phytolacaceae Phytolacca dioica L. umbuzeiro árvore Fom
Phytolacca thyrsiflora Fenzl. ex Schmidt caruru-brabo erva-terrícola Vsc
Piperaceae Peperomia blanda (Jac.) H. B. K. erva-de-vidro erva-epifítica Fom
Peperomia catharinae Miq. erva-de-vidro erva-epifítica Fom
Peperomia corcovadensis Gardner for. corcovadensis erva-de-vidro erva-epifítica Fom
Peperomia pereskiaefolia (Jacquin) H. B. et K. erva-de-vidro erva-epifítica Fom
Peperomia rotundifolia (L.) H. B. et K. salva-vidas erva-epifítica Fom
Peperomia tetraphylla (Forster) Hooker & Arnott var. tetraphylla erva-de-vidro erva-epifítica Fom
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Peperomia urocarpa Fischer & Meyer erva-de-vidro erva-epifítica Fom
Piper gaudichaudianum Kunth pariparoba arbusto Fom
Piper mollicomum Kunth pariparoba arbusto Fom
Plantaginaceae Plantago australis Lam. ssp. hirtela (H. B. K.) Rahn tansagem erva-terrícola Vsc
Plantago major L. tansagem erva-terrícola Vsc
Poaceae Agrostis lenis Roseng., Arril. & Izag. pasto-de-sanga erva-terrícola Vsc
Andropogon bicornis L. capim-rabo-de-burro erva-terrícola Vsc
Andropogon lateralis Nees capim-caninha erva-terrícola Vsc
Andropogon leucostachys H. B. K. capim-colchão erva-terrícola Vsc
Axonopus compressus (Swartz) Beauvois grama-comum-estreita erva-terrícola Vsc
Axonopus obtusifolius (Raddi) Chase grama-comum-larga erva-terrícola Vsc
Briza minor L. capim-treme-treme erva-terrícola Vsc
Calamagrostis viridiflavescens (Poir.) Steud. capim-palha-de-prata erva-terrícola Vsc
Chusquea capituliflora Trinius var. capituliflora cará arbusto-apoiante Fom
Chusquea meyeriana Rupr. Ex Doell criciúma arbusto-apoiante Fom
Chusquea mimosa McClure & Smith cará-mimoso arbusto-apoiante Fom
Cortaderia selloana (Schultes) Ascherson & Graebner capim-penacho erva-terrícola Vru, Vsc
Cynodon dactylon (L.) Pers. capim-pé-de-galinha erva-terrícola Vsc
Danthonia secundiflora Presl capim-de-mula erva-anfíbia Bnh, Vsc
Echinochloa cruspavonis (H. B. K.) Schult. capim-capivara erva-terrícola Vsc
Eleusine indica (L.) Gaertn. capim-pé-de-galinha erva-terrícola Vsc
Eragrostis airoides Nees capim-pendão-roxo erva-terrícola Vsc
Eragrostis bahiensis Schrader ex Schultes var. contracta Doell capim-açu erva-terrícola Vsc
Erianthus angustifolius Nees capim-guaçu erva-terrícola Vsc
Erianthus asper Nees pluma erva-terrícola Vsc
Erianthus glabrinodis (Hackel) Swallen macega-brava erva-terrícola Vsc
Festuca ulochaeta Nees ex Steudel festuca erva-terrícola Fom
Ichnanthus tenuis (Presl) Hitchcock & Chase capim-enxugador-miúdo erva-terrícola Fom
Luziola peruviana Gmelin capim-boiador erva-anfíbia Vaq
Merostachys glauca McClure & Smith taquara-mansa arbusto-apoiante Fom
Merostachys multiramea Hackel taquara-mansa arbusto-apoiante Fom
Panicum cordovense Fournier capim-dos-pinhais erva-terrícola Fom
Panicum glutinosum Swartz papuã-melado erva-terrícola Fom
Panicum hebotes Trinius capim-da-capoeira erva-terrícola Vsc
Panicum helobium Mez ex Henrard capim-do-banhado erva-terrícola Vsc, Bnh
Panicum pilosum Swartz capim-de-anta erva-terrícola Vsc
Paspalum conjugatum Bergius grama-comum erva-terrícola Vsc
Paspalum lividum Trinius grama-azul erva-terrícola Vsc
Paspalum mandiocanum Trinius grama-de-macaé erva-terrícola Vsc
Paspalum notatum Flügge grama-forquilha erva-terrícola Vsc
Paspalum paniculatum Linnaeus capim-vassoura erva-terrícola Vsc
Paspalum pumilum Nees grama-Kikuio erva-terrícola Vsc
Paspalum urvillei Steudel capim-das-estradas erva-terrícola Vsc
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Poa annua Linnaeus pé-de-galinha erva-terrícola Vsc
Pseudechinolaena polystachya (H. B. & K.) Stapf pastinho-de-mato erva-terrícola Fom
Rhynchelytrum repens (Willdenow) Hubbard capim-favorito erva-terrícola Vsc
Setaria geniculata (Lamarck) Beauvois rabo-de-quati erva-terrícola Vsc
Sporobolus indicus (Linnaeus) R. Brown var. Exilis (Trinius) Koyama capim-mourão erva-terrícola Vsc
Podostemaceae Podostemon müellerii Warming flor-de-cachoeira erva-anfíbia Vrp, Vaq
Podostemon schenckii Warming flor-de-cachoeira erva-anfíbia Vrp, Vaq
Tristicha trifaria (Borg. ex Willd.) Spreng. flor-de-cachoeira erva-anfíbia Vrp, Vaq
Polygalaceae Monnina tristaniana St. Hil. & Moq. monina erva-anfíbia Bnh, Vaq
Polygala lancifolia St. Hilaire & Moquin timutu-folha-de-louro erva-terrícola Vsc
Polygonaceae Polygonum hydropiperoides Michx. erva-de-bicho erva-terrícola Vsc, Vaq
Polygonum punctatum Ell. erva-de-bicho erva-anfíbia Vaq
Rumex obtusifolius L. língua-de-vaca erva-terrícola Vsc
Pontederidaceae Eichornia azurea (Sw.) Kunth aguapé erva-anfíbia Vaq, Vrp
Eichornia crassipes (Mart.) Solms-Laubach aguapé erva-anfíbia Vaq
Heteranthera reniformis R. & P. ---- erva-anfíbia Vaq
Portulacaceae Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn. beldroega erva-terrícola Vsc
Primulaceae Anagalis filiformis Cham. & Schl. bacuru-de-cores erva-anfíbia Bnh, Vaq
Proteaceae Roupala brasiliensis Kl. carvalho-brasileiro árvore Fom
Roupala cataractarum Sleum. carvalho-brasileiro árvore Fom
Ranunculaceae Anemone sellowii Pritzel anêmona-brasileira erva-terrícola Fom
Clematis denticulata Vell. var. denticulata cipó-barba-branca liana Fom
Ranunculus bonariensis Poiret var. januarii Urban ranúnculo erva-terrícola Fom
Ranunculus muricatus L. pé-de-galo; ranúnculo-de-espinho erva-terrícola Vsc
Rhamnaceae Rhamnus sphaerosperma Sw. var. pubescens (Reiss.) M. C. Johnston cangica erva-terrícola Fom
Rosaceae Duchesnea indica (Andrews) Focke morangueiro-brabo erva-terrícola Vsc
Prunus sellowii Koehne pessegueiro-do-mato árvore Fom
Rubus erythroclados Martius amoreira-branca arbusto-apoiante Vsc
Rubus sellowii Cham. et Schl. amoreira-vermelha arbusto-apoiante Fom
Rubiaceae Alibertia concolor (Cham.) K. Schum. ---- arvoreta Fom
Borreria laxa Cham. & Schlecht. borragem erva-terrícola Vsc
Coccocypselum guianense (Aubl.) K. Schum. ---- erva-terrícola Fom
Coccocypselum lanceolatum ( R. & P.) Pers. ---- erva-terrícola Vsc
Coussarea contracta (Walp.) M. Arg. pimenteira arvoreta Fom
Diodia alata Nees. & Mart. erva-de-lagarto erva-terrícola Vsc
Diodia brasiliensis Spreng. erva-de-lagarto erva-terrícola Vrp
Palicourea brachypoda (M. Arg.) Standl. erva-de-rato subarbusto Fom
Psychotria carthagenensis Jacq. grandiúva-d'anta arbusto Fom
Psychotria suterella M. Arg. grandiúva-d'anta arbusto Fom
Randia armata (Sw.) DC. limoeiro-do-mato arvoreta Fom
Relbunium equisetoides (C. & S.) Steud. ---- erva-anfíbia Vaq
Richardia brasiliensis Gomez ---- erva-terrícola Vsc
Rudgea parquioides (Cham.) M. Arg. café-do-mato arbusto Fom
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Rutaceae Esenbeckia grandiflora Martius cutia-amarela arvoreta Fom
Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-cadela arvoreta Fom
Sapindaceae Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. vacunzeiro; chal-chal arvoreta Fom
Allophylus guaraniticus (St. Hil.) Radlk. vacunzeiro; chal-chal arvoreta Fom
Cupania vernalis Camb. camboatá-vermelho arvoreta Fom
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. (?) maria-preta árvore Fom
Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco árvore Fom
Serjania communis Cambessedes cipó-timbó-mirim liana Fom
Serjania gracilis Radlk. cipó-timbó liana Vsc
Serjania laruotteana Cambessedes cipó-timbó-açu liana Vsc
Serjania multiflora Cambessedes cipó-timbó liana Fom
Sapotaceae Chrysophyllum marginatum (Hook. et Arn.) Radlk. var. marginatum aguaí-vermelho arvoreta Fom
Scrophulariaceae Calceolaria chelidonioides H. B. K. bate-testa erva-terrícola Vsc
Gratiola peruviana L. graciosa erva-anfíbia Vaq
Smilacaceae Smilax brasiliensis Spreng. salsaparilha liana Fom, Vsc
Solanaceae Brunfelsia brasiliensis (Spreng.) Smith & Downs manacá-grado arvoreta Fom
Capsicum flexuosum Sendtn. pimenta-braba arbusto Fom
Cestrum intermedium Sendtn. coerana arbusto Fom
Cyphomandra fragans (Hook.) Sendtn. coerana arbusto Fom
Petunia saxicola Smith & Downs petúnia erva-epilítica Vru
Solanum americanum Mill. erva -moura erva-terrícola Vsc
Solanum boerhaaviifolium Sendtn. joá-cipó liana Fom
Solanum cassioides Smith & Downs canema-mirim arbusto Fom
Solanum catanduvae Smith & Downs joá-manso arbusto Fom
Solanum ciliatum Lam. joá-vermelho erva-terrícola Vsc
Solanum flaccidum Vell. joá-cipó liana Fom
Solanum inodorum Vell. joá-cipó-branco liana Fom
Solanum iraniense Smith & Downs joá-manso arbusto Fom
Solanum paranaense Dusén joá-velame arbusto Fom
Solanum ramulosum Sendtn. papa-güela arbusto Fom
Solanum sanctae-catharinae Dunal joá-manso arvoreta Vsc
Solanum reflexum Schrank joá-de-ovelha arbusto Fom
Solanum variabile Mart. jurubeba-velame arbusto Vsc
Styracaceae Styrax leprosus Hooker et Arnott carne-de-vaca arvoreta Fom
Symplocaceae Symplocus celastrina Mart. orelha-de-onça arvoreta Fom
Symplocus teniufolia Brand orelha-de-onça arvoreta Fom
Symplocus uniflora (Pohl) Benth. orelha-de-onça arvoreta Fom
Theaceae Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski santa-rita arvoreta Fom
Thymeliaceae Daphnopsis fasciculata (Meissn.) Nevl. embira-branca arvoreta Fom
Daphnopsis racemosa Griseb. embira arbusto Fom, Vsc
Tiliaceae Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo árvore Fom, Vrp
Triunfetta obscura St. Hil. carrapicho erva-terrícola Vsc
Ulmaceae Celtis triflora (Kl.) Miq. taleira arbusto-apoiante Vsc
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QUADRO 1 - Lista preliminar das espécies vegetais nativas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada ou potencial no Parque Estadual
Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Formação Vegetal
Trema micrantha (L.) Blume grindiúva arvoreta Vsc
Urticaceae Boehmeria cylindrica (L.) Willd. urtiga-mansa arbusto Vsc
Urera bacifera (L.) Gaud. urtiga arbusto Fom
Verbenaceae Lantana camara L. camaradinha erva-terrícola Vsc
Verbena montevidensis Spreng. erva-do-pai-caetano erva-terrícola Vsc
Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. tarumã-preto árvore Fom
Violaceae Anchietea salutaris St. Hil. cipó-sumá; piraguaia liana Fom
Vitaceae Cissus sicyoides L. parreira-braba liana Vsc
Winteraceae Drimys angustifolia Miers casca-d'anta arvoreta Fom
Drimys brasiliensis Miers casca-d'anta arvoreta Fom

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QUADRO 2 - Lista das espécies vegetais exóticas de Gymnospermae e Angiospermae com ocorrência registrada no Parque Estadual Rio Canoas,
com respectivos nomes científicos, nomes populares, hábito e potencial invasor.

Divisão Família Espécie - Nome Científico Nome Popular Hábito Potencial Invasor

Gymnospermae Pinaceae Pinus elliottii Engelm. pinheiro-americano árvore alto


Pinus taeda L. pinheiro-americano árvore alto

Angiospermae Arecaceae * Butia eryosphata (Mart.) Becc. butiazeiro-da-serra palmeira nulo


Ebenaceae Diospyros sp. caqui árvore nulo
Lauraceae Persea americana Gaertn. abacateiro árvore baixo
Poaceae Axonopus sp. grama-de-potreiro erva-terrícola médio
Rosaceae Eryobotrya japonica Lindl. nespereira árvore médio
Pirus communis L. pereira árvore nulo
Vitaceae Vitis vinifera L. videira/parreira liana nulo

* Esta espécie é nativa da flora catarinense e componente das formações campestres (savanícolas), sendo considerada alóctone pois não faz parte de formações florestais e foi
cultivada no Pomar existente no PERC.

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Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Anexo 6: Registro Fotográfico - Flora

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


1
REGISTRO FOTOGRÁFICO AUXILIAR

Flora e Vegetação
do Parque Estadual Rio Canoas (PERC)

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 1 FOTO Nº 2

Floresta Ombrófila Mista primária, Floresta Ombrófila Mista primária,


vista oeste do PERC vista oeste do PERC

FOTO Nº 3 FOTO Nº 4

Floresta Ombrófila Mista primária, Vale do rio Canoas (ao fundo),


vista oeste do PERC vista oeste do PERC
2

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 5 FOTO Nº 6

Floresta Primária com pinheiro-brasileiro Floresta Primária com pinheiro-brasileiro


Araucaria angustifolia emergente, Araucaria angustifolia emergente,
vista oeste do PERC vista oeste do PERC

FOTO Nº 7 FOTO Nº 8

Floresta Estacional Decidual no fundo do Vale


Vale do rio Canoas
do rio Canoas
3

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 9 FOTO Nº 10

Jerivá Syagrus romanzoffiana e vale do rio


Capoeirão, sul-sudeste do PERC
Canoas, ao fundo

FOTO Nº 11 FOTO Nº 12

Capoeirão, sudeste do PERC Capoeira, sudeste do PERC


4

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 13 FOTO Nº 14

Capoeirão e estrada interna NE-SW do PERC Capoeirão e estrada interna NE-SW do PERC

FOTO Nº 15 FOTO Nº 16

Vegetação rupestre no canyon do lajeado Araucaria angustifolia no canyon do lajeado


Roberto, sudeste do PERC Roberto, sudeste do PERC
5

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 17 FOTO Nº 18

Fragmentos florestais e pastagens na microbacia Fragmento florestal e pastagem na microbacia


do lajeado Roberto, do lajeado Roberto,
Zona de Amortecimento a nordeste do PERC Zona de Amortecimento a nordeste do PERC

FOTO Nº 19 FOTO Nº 20

Fragmento florestal e pastagem próximo da


Floresta ripária do rio Ibicuí próximo da
Fazenda Palmeira, Zona de Amortecimento a
Zona de Amortecimento a noroeste do PERC
oeste do PERC
6

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 21 FOTO Nº 22

Cachoeira do lajeado Roberto, Paredão rochoso do canyon do lajeado


sudeste do PERC Roberto com vegetação rupestre no PERC

FOTO Nº 23 FOTO Nº 24

Lagoa florestal com vegetação aquática, Lagoa florestal com vegetação aquática,
porção central do PERC porção central do PERC
7

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 25 FOTO Nº 26

Lagoa florestal com tronco de açoita-cavalo Lagoa florestal com espécimes de branquilho
Luehea divaricata, Sebastiania commersoniana,
porção central do PERC porção central do PERC

FOTO Nº 27 FOTO Nº 28

Lagoa florestal com vegetação aquática, Lagoa florestal com vegetação aquática,
nordeste do PERC nordeste do PERC
8

Aspectos Fitofisionômicos e Cênicos

FOTO Nº 29 FOTO Nº 30

Salto do lajeado Roberto próximo à cachoeira, Salto do rio Ibicuí próximo da Zona de
limite leste do PERC Amortecimento a oeste do PERC

FOTO Nº 31 FOTO Nº 32

Cachoeira do rio Ibicuí junto à Iguaçu Celulose e Cachoeira do rio Ibicuí junto à Iguaçu Celulose
próxima da Zona de Amortecimento a norte do e próxima da Zona de Amortecimento a norte
PERC do PERC
9

Elementos da Flora

FOTO Nº 33 FOTO Nº 34

Pinheiro-brasileiro Araucaria angustifolia Pinheiro-brasileiro Araucaria angustifolia com


Araucariaceae fuste bifurcado

FOTO Nº 35 FOTO Nº 36

Cedro Cedrela fissilis Cedro Cedrela fissilis


Meliaceae Meliaceae
10

Elementos da Flora

FOTO Nº 37 FOTO Nº 38

Cedro Cedrela fissilis Angico-vermelho Parapiptadenia rígida


Meliaceae Leguminosae/Mimosoidae

FOTO Nº 39 FOTO Nº 40

Angico-vermelho Parapiptadenia rígida Pinheiro-bravo Podocarpus lambertii


Leguminosae/Mimosoidae Podocarpaceae
11
Elementos da Flora

FOTO Nº 41 FOTO Nº 42

Corticeira-da-serra Erythrina falcata Carobinha Jacaranda puberula


Leguminosae/Faboidae Bignoniaceae

FOTO Nº 43 FOTO Nº 44

Xaxim-bugio Dicksonia sellowiana Xaxim-bugio Dicksonia sellowiana


Dicksoniaceae Dicksoniaceae
12

Elementos da Flora

FOTO Nº 45 FOTO Nº 46

Bracatingal Mimosa scabrella Taquara-mansa Merostachys multirramea


Leguminosae/Mimosoidae Poaceae

FOTO Nº 47 FOTO Nº 48

Cachimbo Rechsteineria spicata Cachimbo Rechsteineria umbellata


Gesneriaceae Gesneriaceae
13

Elementos da Flora

FOTO Nº 49 FOTO Nº 50

Abutilon darwinii Gravatá Aechmea recurvata var. benrathii


Malvaceae Bromeliaceae

FOTO Nº 51 FOTO Nº 52

cf. Hygrophila brasiliensis Trapoeraba Commelina difusa


Acanthaceae Commelinaceae
14

Elementos da Flora

FOTO Nº 53 FOTO Nº 54

Ora-pro-nobis Notocactus linkii Margarida-do-banhado Senecio jürgensii


Cactaceae Asteraceae

FOTO Nº 55 FOTO Nº 56

Petunia sp. Nicotiana longiflora


Solanaceae Solanaceae
15
Usos do Solo e Conseqüências Ambientais

FOTO Nº 57 FOTO Nº 58

Silvicultura de Pinus spp. entremeada à Capoeirão e silvicultura de Pinus spp.


capoeirão, sul do PERC manejada, sul do PERC

FOTO Nº 59 FOTO Nº 60

Silvicultura de Pinus spp. manejada e vale do rio Silvicultura de Pinus spp. manejada,
Canoas ao fundo, sul do PERC sul do PERC
16

Usos do Solo e Conseqüências Ambientais

FOTO Nº 61 FOTO Nº 62

Silvicultura de Pinus spp. manejada, Silvicultura de Pinus spp. manejada,


norte do PERC norte do PERC

FOTO Nº 63 FOTO Nº 64

Galharia de Pinus spp. sobre deixada sobre lagoa Galharia de Pinus spp. sobre deixada sobre
após manejo de silvicultura lagoa após manejo de silvicultura
17

Usos do Solo e Conseqüências Ambientais

FOTO Nº 65 FOTO Nº 66

Pastagem com Araucaria angustifolia sobre


Pastagem e estrada de acesso pela Fazenda
planície aluvial do lajeado Roberto,
Palmeira, limite sudoeste do PERC
limite leste do PERC

FOTO Nº 67 FOTO Nº 68

“Estaleiro” para depósito temporário de toras


Indivíduo de Pinus sp. isolado em área de
de Araucaria angustifolia,
capoeirinha, porção central do PERC
sudeste do PERC
Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Anexo 7: Lista da Fauna

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


LISTA DAS ESPÉCIES ANIMAIS DO PARQUE
ESTADUAL RIO CANOAS E SEU ENTORNO
PEIXES:

Coletados no Rio Canoas, à montante da barragem, nas coordenadas


geográficas S 27º 36’429’’ e W50º 59’446’’

Ordem / Família Gênero / Espécie Nome vulgar


Characiformes
Characidae Astynax sp. (3 diferentes espécies) Lambari
Astynax albumus Lambari
Bricoamericus sp. Lambari
Não identificado (sub-fam. Lambari
Tetragonopterinae)
Diapoma aff. speculiferum Lambari
Oligosarcus sp. Dentudo, peixe-cachorro,
Tambicú
Oligosarcus jenynsii Dentudo, peixe-cachorro,
Tambicú
Erythrinidae Hoplias aff. lacerdae Traírão
Hoplias sp. Traíra
Anostomidae Leporinus amae Perna de moça
Characidium aff. fasciatum Canivete, tanchim
Curimatidae Cyphocharax saladensis Birú, voga
Steindachnerina brevipinna Birú
Steindachnerina stigmosa Birú
Steindachnerina sp. Birú
Siluriformes
Pimelodidae Pimelodus sp. Pintado
Pimelodus maculatus Mandi amarelo, pintado
Rhamdia quelen Jundiá
Steindachneridion scripta Sorubim, surubim
Loricariidae Hipostomus luteus Cascudo amarelo
Hipostomus commersonii Cascudo
Hipostomus isbrueckeri Cascudo
Hipostomus sp. Cascudo
Rhinelepsis sp. Cascudo
Rinelocaria sp. Viola
Gymnotoidei
Sternopygidae Eigenmannia virescens Tuvira
Perciformes
Cichlidae Geophagus brasiliensis Cará
Crenicichla sp (4 espécies) Joaninha
Crenicichla aff. scottii Joaninha
Fonte: Enercan, 2002 (Avaliação ecológica)

1
ANFÍBIOS:

Anfíbios identificados, no interior do Parque Estadual rio Canoas em encontros


casuais, estudos em transecções, escuta de vocalizações ou capturadas em
armadilhas de queda (pitfall), durante os trabalhos de monitoramento de áreas
tratadas como possíveis destinos de fauna resgatada na UHE Campos Novos.

Família Espécie Nome vulgar Hábito


Bufonidae
Bufo crucifer Sapo-cruz terrícola
Melanophryscus tumifrons Flamenguinho terrícola
Hylidae
Aplastodiscus perviridis Perereca-verde semi-arborícola
Hyla circundacta Perereca semi-arborícola
Hyla bischoffi Perereca semi-arborícola
Hyla faber Sapo-martelo semi-arborícola
Hyla minuta Perereca-chica semi-arborícola
Hyla nadehreri Perereca semi-arborícola
Hyla urugaya Perereca-tic-tac semi-arborícola
Scinax berthai Perereca-de-inverno semi-arborícola
Scinax fuscovarius Perereca semi-arborícola
Scinax eringiophilus Perereca-do-gravatá semi-arborícola
Scinax fuscovarius Perereca-do-banheiro semi-arborícola
Scinax perereca Perereca semi-arborícola
A
Sphaenorhynchus surdus Perereca-verde-do-brejo aquático
Leptodactylidae
Eleutherodactylus guentheri Rã-da-mata semi-arborícola /
terrícola
Leptodactylus gracilis Rã-listrada terrícola
Leptodactylus mystacinus Rã-de-bigode terrícola
Leptodactylus ocellatus Rã-manteiga terrícola
Odontophrynus americanus Sapo-felipe terrícola
Physalaemus cuvieri Rã-cachorro terrícola

Physalaemus gracilis Rã-chorona terrícola


Physalaemus nanus Rãzinha terrícola
Microhylidae
Elachistocleis ovalis Sapo-guarda fossorial
Ranidae
Rana catesbeiana Rã-touro aquática
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna
A
LEGENDA: = Espécie ameaçada segundo Marques et all. (2002)

2
Anfíbios identificados fora do Parque Estadual Rio Canoas, em áreas marginais
àquelas que serão inundadas pela UHE Campos Novos ao longo dos rios Ibicui e
Canoas, em encontros casuais, estudos em transecções, escuta de vocalizações ou
capturados em armadilhas de queda (pitfall), durante os trabalhos de monitoramento
de áreas tratadas como possíveis destinos de fauna resgatada na UHE.

Família Espécie Nome vulgar Hábito


Bufonidae
Bufo ictericus Sapo-cururu terrícola
Hylidae
Hyla semiguttata Perereca semi-arborícola
Hyla leptolineata Perereca semi-arborícola
Hyla pulchella Perereca-do-banhado semi-arborícola
Hyla sanbomi Perereca semi-arborícola
Phrynohyas imitatrix Perereca-leiteira semi-arborícola
Scinax berthae Perereca semi-arborícola
Scinax squalirostris Perereca-nariguda semi-arborícola
Leptodactylidae
Limnomedusa macroglossa Rã-das-pedras terrícola
Pleurodema sp. Rã terrícola
Proceratophrys biggibosa Sapinho-de-barriga- terrícola
vermelha
Microhylidae
Chiasmocleis sp. Rã fossorial
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna

3
REPTEIS

Répteis identificados, no interior do Parque Estadual Rio Canoas em encontros


casuais, estudos em transecções, coletados por moradores ou capturados em
armadilhas de queda (pitfall), durante os trabalhos de monitoramento de áreas
tratadas como possíveis destinos de fauna resgatada na UHE Campos Novos.
Família Espécie Nome vulgar Hábito
Teiidae
Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo terrícola
Viperidae
Bothrops jararaca Jararaca terrícola
Anguidae
Ophiodes sp. Cobra-de-vidro semi-fossorial
Colubridae
Clélia plumbea Musçurana-do-cerrado terrícola
Liophis miliaris Cobra-de-banhado terrícola
Chironius sp. Cobra-cipó semi-arborícola
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna

Répteis identificados fora do Parque Estadual Rio Canoas, em áreas marginais


àquelas que serão inundadas pela UHE Campos Novos ao longo dos rios Ibicui e
Canoas, em encontros casuais, estudos em transecções, coletados por moradores ou
capturadas em armadilhas de queda (pitfall), durante os trabalhos de monitoramento
de áreas tratadas como possíveis destinos de fauna resgatada na UHE.
Família Espécie Nome vulgar Hábito
Chelidae
Acanthochelis spixii Cágado-preto semi-aquático
Phrynops williansii Cágado semi-aquático
Tropiduridae
Tropidurus torquatus Lagartixa-preta terrícola
Teiidae
Cnemidophorus sp. Lagartixa-verde terrícola
Gymnophtalmidae
Pantodactylus schreibersii Lagartixa-de-vidro terrícola
Amphisbaenidae
Amphisbaena sp. Cobra-cega fossorial
Elapidae
Micrurus altirostris Coral-verdadeira semi-fossorial
Viperidae
Bothrops neuwiedi Jararaca-pintada terrícola
Colubridae
Echinanthera sp. Corredeira-do-mato terrícola
Helicops infrataeniatus Cobra-d´água aquática
Liophis sp. Cobra-verde terrícola e semi-
aquática
Oxyrhopus rhombifer Falsa-coral terrícola
Philodryas patagoniensis Papa-pinto terrícola
Thamnodynastes strigatus Corredeira-do-campo terrícola
Thamnodynastes hypoconia Corredeira-do-campo terrícola
Thamnodynastes sp. Corredeira terrícola
Tomodon dorsatus Cobra-espada terrícola
Waglerophis merremii boipeva terrícola
Xenodon neuwiedi Boipeva-serrana terrícola
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna

4
AVES

Aves identificadas, no interior do Parque Estadual Rio Canoas, entre julho de 2002 e
julho de 2004, através de avistamentos ou registro de vocalizações, durante os
trabalhos de monitoramento de áreas tratadas como possíveis destinos de fauna
resgatada na UHE Campos Novos.
NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR SITUAÇÃO AMBIENTE
Tinamidae
Tinamus solitarius macuco Ameaçada/endêmica florestal
Crypturellus obsoletus inhambu-guaçu florestal
Rhynchotus rufescens perdigão ambientes abertos
Podicipedidae
Tachybaptus domunicus mergulhão-pequeno aquático
Threskiornithidae
Theristicus caudatus curicaca ambientes abertos
Cathartidae
Sarcoramphus papa urubu-rei ameaçada ambientes abertos/florestal
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta ambientes abertos/florestal
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha ambientes abertos/florestal
Anatidae
Amazonetta brasiliensis pé-vermelho aquático
Oxyura dominica bico-rocho aquático
Oxyura vittata* Marreca-pé-na-bunda aquático
Accipitridae
Elanoides forficatus gavião-tesoura florestal
Ictinia plumbea sovi florestal
Rupornis magnirostris gavião-carijó ambientes abertos/florestal
Buteogallus urubitinga gavião-preto florestal
Falconidae
Micrastur semitorquatus gavião-relógio florestal
Micrastur ruficollis gavião-caburé florestal
Milvago chimachima carrapateiro ambientes abertos
Caracara plancus caracará ambientes abertos
Cracidae
Penelope obscura jacuaçu florestal
Phasianidae
Odontophorus capueira uru Ameaçada/endêmica florestal
Rallidae
Aramides saracura saracura-do-mato endêmica florestal
Gallinula chloropus frango-d’água-comum aquático
Cariamidae
Cariama cristata seriema ambientes abertos/florestal
Charadriidae
Vanellus chilensis quero-quero ambientes abertos/aquático
Columbidae
Columba picazuro aza-branca ambientes abertos/florestal
Leptotila verreauxi juriti florestal
Leptotila rufaxilla gemedeira florestal
Geotrygon montana pariri florestal
Psittacidae
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha endêmica florestal
Pionus maximiliani maritaca-de-maximiliano florestal
Amazona vinaceae papagaio-de-peito-roxo Ameaçada/endêmica florestal
Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato florestal
Crotophaga ani anu-preto ambientes abertos
Guira guira anu-branco ambientes abertos
Tytonidae
Tyto alba suindara ambientes abertos
Strigidae
Otus choliba corujinha-do-mato florestal
Otus sanctaecatarinae corujinha-do-sul endêmica florestal
Speotyto cunicularia buraqueira ambientes abertos
Strix hylophila coruja-listrada endêmica florestal
Nyctibiidae

5
NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR SITUAÇÃO AMBIENTE
Nyctibius griseus urutau florestal
Caprimulgidae
Hydropsalis brasiliana bacurau-tesoura ambientes abertos
Trochilidae
Stephanoxis lalandi beija-flor-de-topete endêmica ambientes abertos/florestal
Chlorostilbon aureoventris besourinho-de-bico-vermelho ambientes abertos/florestal
Leucochloris albicolis papo-branco endêmica florestal
Trogonidae
Trogon rufus surucuá-de-barriga-amarela florestal
Trogon surrucura surucuá-de-peito-azul endêmica florestal
Alcedinidae
Ceryle torquata martim-pescador-grande aquático, florestal
Nystalus chacuru joão-bobo ambientes abertos/florestal
Ramphastidae
Ramphastos dicolorus tucano-do-bico-verde endêmica florestal
Picidae
Colaptes campestris pica-pau-do-campo ambientes abertos
Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado florestal
Piculus aurulentus pica-pau-dourado endêmica florestal
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca florestal
Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela endêmica florestal
Veniliornis spilogaster pica-pauzinho-verde-carijó endêmica florestal
Formicariidae
Batara cinerea matracão florestal
Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora florestal
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata florestal
Drymophila malura choquinha-carijó Ameaçada/endêmica florestal
Chamaeza campanisona tovaca-campainha florestal
Conopophagidae
Conopophaga lineata chupa-dente endêmica florestal
Furnariidae
Leptasthenura setaria grimpeiro endêmica florestal
Leptasthenura striolata grimpeirinho florestal
Synallaxis spixi joão-teneném florestal
Synallaxis ruficapilla pichororé endêmica florestal
Synallaxis cinerascens joão-teneném-da-mata florestal
Philydor rufus limpa-folha-testa-baia florestal
Heliobletus contaminatus trepadorzinho ra, en florestal
Xenops rutilans bico-virado-carijó ra, en florestal
Sclerurus scansor vira-folhas ra, en florestal
Lochmias nematura joão-porca florestal
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde florestal
Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca florestal
Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande florestal
Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamado-do-sul endêmica florestal
Tyrannidae
Serpophaga subcristata alegrinho florestal
Mionectes rufiventris abre-asa-cabeça-cinza endêmica florestal
Leptopogon amaurocephalus cabeçudo florestal
Myiornis auricularis miudinho endêmica florestal
Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta florestal
Platyrinchus mystaceus patinho florestal
Lathrotriccus euleri enferrujado florestal
Muscipipra vetula tesoura-cinzenta endêmica florestal
Sirystes sibilator gritador florestal
Myiarchus ferox maria-cavaleira florestal
Pitangus sulphuratus bentevi ambientes abertos/florestal
Megarynchus pitangua neinei florestal
Myiodynastes maculatus bemtevi-rajado florestal
Legatus leucophaius bentevi-pirata florestal
Empidonomus varius peitica florestal
Tyrannus savana tesoura ambientes abertos
Tyrannus melancholicus suiriri ambientes abertos/florestal
Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-preto florestal
Tityra inquisitor anambé-branco-de-bochecha-parda florestal

6
NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR SITUAÇÃO AMBIENTE
Pipridae
Chiroxiphia caudata tangará endêmica florestal
Schiffornis virescens flautim endêmica florestal
Hirundinidae
Progne chalybea andorinha-doméstica-grande ambientes abertos
Corvidae
Cyanocorax caeruleus gralha-azul endêmica florestal
Cyanocorax chrysops gralha-picaça florestal
Troglodytidae
Troglodytes musculus curruíra ambientes abertos
Muscicapidae
Turdus subalaris sabiá-ferreiro endêmica florestal
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira florestal
Turdus amaurochalinus sabiá-poca florestal
Turdus albicolis sabiá-coleira florestal
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis pitiguari florestal
Vireo olivaceus juruviara-norte-americano florestal
Emberizidae
Parula pitiayumi mariquita florestal
Geothlypis aequinoctialis pia-cobra ambientes abertos/aquático
Basileuterus culicivorus pula-pula florestal
Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador endêmica florestal
Pyrrhocoma ruficeps cabecinha-castanha endêmica florestal
Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto florestal
Tachyphonus coronatus tiê-preto endêmica florestal
Trichothraupis melanops tiê-de-topete florestal
Thraupis sayaca sanhaço-cinzento ambientes abertos/florestal
Stephanophorus diadematus sanhaço-frade ambientes abertos/florestal
Pipraeidea melanonota viúva florestal
Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho florestal
Zonotrichia capensis tico-tico ambientes abertos/florestal
Poospiza lateralis quete ambientes abertos/florestal
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro ambientes abertos
Sporophila caerulescens coleirinho ambientes abertos
Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro florestal
Saltator maxillosus bico-grosso endêmica florestal
Passerina brissonii azulão ambientes abertos/florestal
Cacicus chrysopterus tecelão florestal
**
Molothrus bonariensis chopim, vira-bosta ambientes abertos/florestal
Fringillidae
Carduelis magellanicus pintassilgo ambientes abertos/florestal
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna
Obs.: Por ambientes abertos se entende os ambientes agrícolas, campos, savanas e bosques abertos.
* Um macho e duas fêmeas observados e identificados em ambiente lótico (Coordenadas UTM
481816/6950377), no interior do PE Rio Canoas, pela equipe da Sócioambiental no dia 16/11/2004.
** Identificado pela equipe da Socioambiental em área de pastagem à Noroeste e em área de onde
recentemente haviam sido retirados Pinus sp. à Norte do P E Rio Canoas, no dia 16/11/2004.

7
Aves identificadas fora do Parque Estadual Rio Canoas, entre julho de 2002 e julho de
2004, em áreas marginais àquelas que serão inundadas pela UHE Campos Novos ao
longo dos rios Ibicuí e Canoas, durante os trabalhos de monitoramento de áreas
tratadas como possíveis destinos de fauna resgatada na UHE.
NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR SITUAÇÃO AMBIENTE
Tinamidae
Nothura maculosa codorna-comum ambientes abertos
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus biguá aquático
Ardeidae
Ardea cocoi socó-grande aquático
Casmerodius albus garça-branca-grande aquático
Egretta thula garça-branca-pequena aquático
Bubulcus ibis garça-vaqueira ambientes abertos
Butorides striatus socozinho aquático
ambientes abertos/
Syrigma sibilatrix maria-faceira
aquático
Threskiornithidae
ambientes abertos/
Mesembrinibis cayennensis corocoró ameaçada
aquático
Anatidae
Dendrocygna viduata irerê aquático
Anas georgica marreca-parda aquático
Accipitridae
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta florestal
Falconidae
Milvago chimango chimango ambientes abertos
Caracara plancus caracará ambientes abertos
Jacanidae
Jacana jacana jaçanã aquático
Columbidae
Zenaida auriculata avoante ambientes abertos
Columbina talpacoti rolinha ambientes abertos
Columbina picui rolinha-branca ambientes abertos
Psittacidae
Cuculidae
Coccyzus melacoryphus papa-lagarta florestal
Tapera naevia saci ambientes abertos
Strigidae
Trogonidae
Trogon rufus surucuá-de-barriga-amarela florestal
Trogon surrucura surucuá-de-peito-azul endêmica florestal
Alcedinidae
Ceryle torquata martim-pescador-grande aquático, florestal
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde aquático, florestal
Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno aquático, florestal
Bucconidae
ambientes abertos/
Nystalus chacuru joão-bobo
florestal
Picidae
Picumnus nebulosus pica-pau-anão-carijó florestal
Formicariidae
ambientes abertos
Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho
florestal
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa florestal
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul endêmica florestal
Furnariidae
ambientes abertos
Furnarius rufus joão-de-barro
florestal
Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete florestal
Dendrocolaptidae
Campylorhamphus falcularius arapaçu-de-bico-torto florestal
Tyrannidae
Xolmis cinerea maria-branca ambientes abertos
Knipolegus cyanirostris maria-preta-de-bico-azulado ambientes abertos

8
NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR SITUAÇÃO AMBIENTE
florestal
Colonia colonus viuvinha florestal
ambientes abertos/
Satrapa icterophrys suiriri-pequeno
florestal
Machetornis rixosus bentevi-do-gado ambientes abertos
Pachyramphus castaneus caneleiro-verde florestal
Hirundinidae
Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco ambientes abertos
Notiochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa ambientes abertos
ambientes abertos
Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serrador
aquático
Muscicapidae
Turdus leucomelas sabiá-barranco florestal
Mimidae
Mimus saturninus sabiá-do-campo ambientes abertos
Vireonidae
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado endêmica florestal
Emberizidae
Tersina viridis saí-andorinha florestal
Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo-verdadeiro ambientes abertos
Volatinia jacarina tiziu ambientes abertos
Amaurospiza moesta negrinho-do-mato florestal
ambientes abertos/
Coryphospingus cucullatus tico-tico-rei
florestal
ambientes abertos/
Passerina glaucocaerulea azulinho
florestal
Cacicus haemorrhous guaxe florestal
Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo florestal
ambientes abertos/
Gnorimopsar chopi graúna
florestal
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna
Obs.: Por ambientes abertos se entende os ambientes agrícolas, campos, savanas e bosques abertos.

9
MAMÍFEROS

Mamíferos identificados, no interior do Parque Estadual Rio Canoas, entre julho de


2002 e julho de 2004, através de capturas, registro de pegadas, pelos, fezes e
vocalizações, e por meio de armadilhas fotográficas, durante os trabalhos de
monitoramento de áreas tratadas como possíveis destinos de fauna resgatada na UHE
Campos Novos.
FAMÍLIA E ESPÉCIE NOME POPULAR STATUS HÁBITO
Didelphidae
Didelphis albiventris. gambá-de-orelha-branca frugívoro-onívoro/scansorial
Insetívoro-
Gracilinanus cf.agilis catita
onívoro/scansorial
Insetívoro-
Philander opossum cuíca-verdadeira
onívoro/arborícola
Dasypodydae
Dasypus novemcinctus tatu-galinha insetívoro-onívoro/terrestre
Phyllostomidae
Desmodus rotundus morcego-vampiro hematófago/voador
Sturnira lilium morcego-fruteiro frugívoro-onívoro/voador
Vespertilionidae
Histiotus cf montanus morcego-orelhudo insetívoro/voador
Myotis nigricans morcego-borboleta-escuro insetívoro/voador
Atelidae
frugívoro-
Allouata guariba bugio ameaçada
herbívoro/arborícola
Cebidae
Cebus apella macaco-prego onívoro/arborícola
Canidae
Cerdocyon thous graxaim-do-mato carnívoro-onívoro/terrestre
Procyonidae
Procyon cancrivorus mão-pelada onívoro/scansorial
Nasua nasua quati onívoro/scansorial
Mustelidae
Conepatus chinga zorrilho insetívoro-onívoro/terrestre
Eira barbara irara
Lontra longicaudis lontra carnívoro/terrestre-aquático
Felidae
Herpailurus yagouaroundi gato-mourisco ameaçada carnívoro/terrestre
Leopardus tigrinus gato-do-mato pequeno ameaçada carnívoro/scansorial
Leopardus pardalis jaguatirica ameaçada carnívoro/terrestre
Leopardus wiedii gato-maracajá ameaçada
Cervidae
Mazama gouazoubira veado-virá herbívoro/terrestre
Mazama americana veado-mateiro herbívoro/terrestre
Hidrochaeridae
Hidrochaeris hidrochaeris capivara herbívoro/terrestre-aquático
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae. cutia frugívoro-herbívoro/terrestre
Sciuridae
frugívoro-
Sciurus aestuans esquilo
granívoro/arborícola
Cricetidae
frugívoro-herbíbovo-
Akodon spp. rato-do-chão
granívoro/terrestre
frugívoro-herbívoro-
Oligoryzomys flavescens camundongo-do-mato
granívoro/terrestre
frugívoro-herbívoro-
Oryzomys ratticeps rato-do-mato
granívoro/terrestre
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna

10
Mamíferos identificados, fora do Parque Estadual Rio Canoas, entre julho de 2002 e
julho de 2004, em áreas marginais àquelas que serão inundadas pela UHE Campos
Novos ao longo dos rios Ibicuí e Canoas, através de capturas, registro de pegadas,
pelos, fezes e vocalizações, e por meio de armadilhas fotográficas, durante os
trabalhos de monitoramento de áreas tratadas como possíveis destinos de fauna
resgatada na UHE Campos Novos.
FAMÍLIA E ESPÉCIE NOME POPULAR STATUS HÁBITO
Didelphidae
Insetívoro-
Monodelphis brevicaudis cuíca
onívoro/terrestre
Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim mirmecófago/scansorial
Dasypodydae
Cabassous sp.
tatu-de-rabo-mole mirmecófagoMY/SF
(provavelmente C. tatouay)
insetívoro-
Dasypus hybridus tatu-mulita
onívoro/terrestre
insetívoro-onívoro/semi-
Euphractus sexcinctus tatu-peludo
fossorial
Phyllostomidae
Artibeus sp. morcego-fruteiro frugívoro-onívoro/voador
Vespertilionidae
Epitesicus brasiliensis morcego-borboleta-grande
Histiotus cf. velatus morcego-orelhudo insetívoro/voador
Lasiurus borealis morcego-grisalho
morcego-borboleta-
Myotis ruber ameaçada insetívoro/voador
vermelho
Myotis sp. morcego-borboleta insetívoro/voador
Molossidae
Molossidade (não
morcego -
identificado)
Canidae
carnívoro-
Pseudalopex gymnocercus graxaim-do-campo
onívoro/terrestre
Mustelidae
Galictis cuja furão carnívoro/terrestre
carnívoro/terrestre-
Lutra longicaudis lontra
aquático
Felidae
Puma concolor leão-baio ameaçada carnívoro/terrestre
Cervidae
Mazama rufina veado-bororó herbívoro/terrestre
Erethizontidae
frugívoro-
Sphiggurus villosus ouriço-cacheiro
herbívoro/arborícola
Agoutidae
frugívoro-
Agouti paca paca
herbívoro/terrestre
Capromyidae
frugívoro-herbívoro/semi-
Myocastor coypus ratão-do-banhado
aquático
Caviidae
frugívoro-herbívoro-
Cavia aperea preá
granívoro/terrestre
Cricetidae
frugívoro-hebívoro-
Holochilus brasiliensis rato-do-junco
granívoro/semi-aquático
frugívoro-hebívoro-
Nectomys squamipes rato-d’água
granívoro/semi-aquático
Fonte: ENERCAN (2004) Programa de Monitorização e Conservação da Flora e da Fauna

11
Espécies de mamíferos de possível ocorrência no Parque Estadual Rio Canoas, com
base em Eisenberg e Redford (1999) e Emmons (1997)
FAMÍLIA E ESPÉCIE NOME POPULAR STATUS HÁBITO
Didelphidae
onívoro/semi-aquático
Lutreolina crassicaudata cuíca-de-cauda-grossa
scansorial
Caluromis philander mucura onívoro/arborícola
Noctilionidae
Noctilio leporinus morcego-pescador carnívoro/voador
Phyllostomidae
Chotopterus auritus morcego-orelhudo insetívoro/voador
nectívoro-
Glossophaga soricina morcego-beija-flor
insetívoro/voador
Carolla perspicillata morcego frugívoro/voador
frugívoro-insetívoro-
Platyrrhinus lineatus morcego
nectívoro/voador
Vespertilionidae morcegos-de-cauda-curta
Lasiurus cinereus insetívoro/voador
Lasiurus ega insetívoro/voador
Molossidae morcegos-rabo-de-rato insetívoro/voador
Molossus temminckii insetívoro/voador
Molossus molossus insetívoro/voador
Tadarida brasiliensis insetívoro/voador
Nyctymycterus hispidus insetívoro/voador
Cervidae
Mazama nana veado-mão-curta herbívoro/terrestre
Cricetidae
rato-do-mato, rato-da-
Akodon nigrita onívoro/terrestre
taquara
Oxymycterus hispidus rato-narigudo onívoro/semi-fossorial
Leporidae
Silvilagus brasiliensis tapeti herbívoro/terrestre

OBSERVAÇÕES:
1. A onça-pintada (Panthera onca), o queixada (Tayassu pecari), o cateto (Tayassu tajacu) e a anta
(Tapirus terrestris) são mamíferos de grande porte que certamente já existiram no Parque
Estadual Rio Canoas. Panthera onca é espécie ameaçada de extinção.

12
Fundação do Meio Ambiente – FATMA

Anexo 8: Decreto nº 1.871, de 27 de maio de 2004

Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas – Encarte 3


DECRETO Nº 1.871, de 27 de maio de 2004.

Cria o Parque Estadual Rio Canoas e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, usando da


competência privativa que lhe confere o Artigo 71, inciso III, e tendo em vista o disposto no inciso IV,
do Artigo 182, da Constituição do Estado de Santa Catarina, e,

Considerando que a Campos Novos Energia S/A - Enercan adquiriu e doou ao


Governo do Estado para fins de criação de uma Unidade de Conservação do Grupo de Proteção
Integral, uma área de remanescente da Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucária;

Considerando que este fato foi motivado pelo licenciamento ambiental, efetuado pela
Fundação do Meio Ambiente - FATMA, do Aproveitamento Hidrelétrico de Campos Novos no rio
Canoas, município de Campos Novos, e em atendimento à Resolução CONAMA 02/96, à Lei nº
11.986/01 que cria o Sistema Estadual de Unidades de Conservação, equivalente à Lei Federal nº
9.985/00 e ao Decreto nº 4.340/02 que cria e regulamenta, respectivamente, o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação;

Considerando que a Floresta Ombrófila Mista, um dos ecossistemas florestais


pertencentes ao Domínio da Mata Atlântica que se apresenta ameaçado de extinção no estado de Santa
Catarina em função das atividades de exploração madeireira e expansão agropecuária, as quais
provocaram drástica redução desta Floresta chegando a menos de 5% da superfície originalmente
ocupada;

Considerando que a preservação de fragmentos florestais remanescentes da Floresta


Ombrófila Mista é indispensável à conservação de espécies ameaçadas de extinção dependentes deste
ecossistema, como a própria araucária Araucaria angustifolia, o xaxim Dicksonia sellowiana , a
imbuia Ocotea porosa e diversas espécies da fauna ;

Considerando que a manutenção de amostras significativas de Floresta Ombrófila


Mista é fundamental para promover o equilíbrio ecológico, o incremento da biodiversidade e a boa
qualidade de vida da sociedade;

Considerando que este fragmento florestal pertence à Zona Núcleo da Reserva da


Biosfera da Mata Atlântica, indicada, portanto, pelas Organizações das Nações Unidas para
preservação permanente;

Considerando que este remanescente florestal constitui-se excelente sítio para o


desenvolvimento de pesquisas com espécies florestais, plantas medicinais e bioprospecção em geral;

Considerando a necessidade do desenvolvimento de técnicas de restauração de áreas


degradadas e a necessidade da preservação de variabilidade genética das espécies e de áreas
irradiadoras de diversidade biológica para a recuperação e restauração de áreas degradadas;

Considerando a necessidade de fontes de sementes e outros elementos naturais para


viabilizar programas de recuperação de matas ciliares e áreas de preservação permanente;

Considerando a necessidade de promover Educação Ambiental, propiciando através


do contato das pessoas com a natureza a sensibilização para a conservação e para o desenvolvimento
de valores e atitudes comprometidos com a boa qualidade de vida;

Considerando que o Parque apresenta-se como um potencial catalisador para o


desenvolvimento de atividades econômicas compatíveis com a conservação dos recursos naturais e
seus objetivos, nas comunidades de entorno e mesmo no próprio município de Campos Novos;

1
Considerando que a criação de um parque estadual é uma ação propositiva para o
desenvolvimento de uma política territorial direcionada, em especial, para o turismo e para
desenvolvimento regional em bases ambientalmente sustentáveis;

DECRETA:

Artigo 1º - Fica criado o Parque Estadual Rio Canoas com área total de 1.133,2552
hectares visando a proteção e a preservação de uma amostra de Floresta Ombrófila Mista situada na
localidade Palmeira do Ibicuí, município de Campos Novos, de acordo com memorial descritivo.

Memorial descritivo:

O Parque Estadual Rio Canoas é composto pela unificação de uma área de 1.067,8592ha do
imóvel rural situado na localidade de Palmeira do Ibicuí, no município de Campos Novos, estado de
Santa Catarina e de uma área de 65,3960 ha correspondente à área de preservação permanente com
faixa de 100m a partir da cota altimétrica de inundação 660m, do reservatório da Usina Hidrelétrica de
Campos Novos (UHE Campos Novos) em sua margem direita, perfazendo área total de 1.133,2552
hectares.

Perímetro:
Partindo-se do marco no 0=PP (N=6948650.996,E=479430.568), localizado na lateral da
Estrada Municipal Palmeira, segue-se pela mesma estrada, numa extensão de 2.889,93 metros,
com os seguintes Azimutes e distâncias parciais e coordenadas UTM: Az 55o46'00" e 122,81 metros
até o ponto no EM1 (N=6948720.083,E= 479532.100); Az 28o32'39" e 99,74 metros até o ponto
no EM2 (N=6948807.697, E=479579.758); Az 51o13'13" e 35,86 metros até o ponto no EM3
(N=6948830.157, E=479607.713); Az 76o26'00" e 41,87 metros até o ponto no EM4
(N=6948839.978,E=479648.413); Az 57o53'53" e 43,49 metros até o ponto no EM5 (N=6948863.090,
E=479685.254); Az 39o50'18" e 44,16 metros até o ponto no EM6 (N=6948897.000, E=479713.545);
Az 29o28'25" e 57,71 metros até o ponto no EM7 (N=6948947.244,E=479741.941); Az 42o43'25" e
39,64 metros até o ponto no EM8 (N=6948976.364,E=479768.835); Az 54o41'23" e 71,51 metros até
o ponto no EM9 (N=6949017.695, E=479827.186); Az 54o23'30" e 23,34 metros até o ponto no EM10
(N=6949031.283, E=479846.159); Az 27o35'41" e 33,39 metros até o ponto no EM11
(N=6949060.872, E=479861.625); Az 47o30'44" e 27,73 metros até o ponto no EM12
(N=6949079.600, E=479882.072); Az 29o55'30" e 23,18 metros até o ponto no EM13
(N=6949099.688, E=479893.635); Az 36o14'14" e 35,38 metros até o ponto no EM14
(N=6949128.225, E=479914.549); Az 20o22'59" e 12,37 metros até o ponto no EM15
(N=6949139.818, E=479918.856); Az 5o43'14" e 51,46 metros até o ponto no EM16
(N=6949191.018, E=479923.985); Az 16o01'48" e 43,20 metros até o ponto no EM17
(N=6949232.541, E=479935.915); Az 352o31'17" e 51,50 metros até o ponto no EM18
(N=6949283.598, E=479929.213); Az 358o02'28" e 38,65 metros até o ponto no EM19
(N=6949322.221, E=479927.892); Az 17o14'43" e 37,30 metros até o ponto no EM20
(N=6949357.843, E=479938.950); Az 1o37'04" e 57,65 metros até o ponto no EM21
(N=6949415.474, E=479940.578); Az 30o48'43" e 73,45 metros até o ponto no EM22
(N=6949478.561, E=479978.203); Az 42o01'08" e 79,61 metros até o ponto no EM23
(N=6949537.709,E=480031.495); Az 20o22'23" e 53,77 metros até o ponto no EM24
(N=6949588.112, E=480050.213); Az 351o47'41" e 17,13 metros até o ponto no EM25
(N=6949605.070, E=480047.767); Az 313o27'57" e 18,79 metros até o ponto no EM26
(N=6949617.998, E=480034.128); Az 296o38'04" e 39,92 metros até o ponto no EM27
(N=6949635.892, E=479998.448); Az 321o49'01" e 18,67 metros até o ponto no EM28
(N=6949650.567, E=479986.907); Az 352o32'34" e 22,90 metros até o ponto no EM29
(N=6949673.278, E=479983.934); Az 2o07'32" e 69,85 metros até o ponto no EM30
(N=6949743.085, E=479986.525); Az 13o08'20" e 21,90 metros até o ponto no EM31
2
(N=6949764.414, E=479991.504); Az 33o06'55" e 41,71 metros até o ponto no EM32
(N=6949799.347, E=480014.289); Az 41o36'13" e 104,69 metros até o ponto no EM33
(N=6949877.625, E=480083.797); Az 23o05'36" e 22,74 metros até o ponto no EM34
(N=6949898.547, E=480092.718); Az 2o39'33" e 60,89 metros até o ponto no EM35
(N=6949959.367, E=480095.543); Az 22o29'01" e 17,31 metros até o ponto no EM36
(N=6949975.366, E=480102.165); Az 36o29'41" e 49,77 metros até o ponto no EM37
(N=6950015.375, E=480131.764); Az 51o02'12" e 48,21 metros até o ponto no EM38
(N=6950045.693, E=480169.253); Az 58o38'14" e 64,01 metros até o ponto no EM39
(N=6950079.007, E=480223.910); Az 54o59'44" e 47,42 metros até o ponto no EM40
(N=6950106.208, E=480262.750); Az 35o06'55" e 110,60 metros até o ponto no EM41
(N=6950196.681, E=480326.371); Az 48o33'33" e 34,84 metros até o ponto no EM42
(N=6950219.741, E=480352.490); Az 67o57'52" e 45,79 metros até o ponto no EM43
(N=6950236.918, E=480394.930); Az 87o07'42" e 43,38 metros até o ponto no EM44
(N=6950239.092, E=480438.259); Az 112o58'34" e 34,32 metros até o ponto no EM45
(N=6950225.696, E=480469.854); Az 131o47'44" e 112,36 metros até o ponto no EM46
(N=6950150.812, E=480553.621); Az 110o37'12" e 21,49 metros até o ponto no EM47
(N=6950143.245, E=480573.732); Az 65o59'36" e 23,73 metros até o ponto no EM48
(N=6950152.899, E=480595.409); Az 31o47'00" e 19,34 metros até o ponto no EM49
(N=6950169.338, E=480605.595); Az 357o03'00" e 29,03 metros até o ponto no EM50
(N=6950198.331, E=480604.101); Az 334o32'02" e 47,66 metros até o ponto no EM51
(N=6950241.364, E=480583.607); Az 358o07'35" e 83,85 metros até o ponto no EM52
(N=6950325.167, E=480580.865); Az 9o28'15" e 52,77 metros até o ponto no EM53 (N=6950377.223,
E=480589.549); Az 32o36'43" e 67,84 metros até o ponto no EM54 (N=6950434.371, E=480626.114);
Az 43o25'23" e 59,82 metros até o ponto no EM55 (N=6950477.816, E=480667.230); Az 64o10'01" e
72,01 metros até o ponto no EM56 (N=6950509.195, E=480732.047); Az 48o01'19" e 21,28 metros até
o ponto no EM57 (N=6950523.428,E=480747.866); Az 13o31'10" e 44,91 metros até o ponto no EM58
(N=6950567.099, E=480758.366); Az 39o35'30" e 13,50 metros até o ponto no EM59
(N=6950577.503, E=480766.971); Az 65o14'47" e 28,19 metros até o ponto no EM60
(N=6950589.307, E=480792.572); Az 53o25'50" e 21,04 metros até o ponto no EM61
(N=6950601.845, E=480809.473); Az 43o39'33" e 23,29 metros até o ponto no EM62
(N=6950618.698, E=480825.555); Az 31o02'50" e 14,21 metros até o ponto no MD061/02
(N=6950630.871, E=480832.883).

Do ponto no MD061/02, segue-se por cerca confrontado com a propriedade da Iguaçu


Celulose Papel S/A, numa extensão de 2.976,42 metros, com os seguintes Azimutes, distâncias e
coordenadas UTM: Az 66o00'29" e 75,96 metros até o ponto no 70 (N=6950661.758, E=480902.283);
Az 81o02'18" e 141,14 metros até o ponto no 71 (N=6950683.744, E=481041.699); Az 72o08'36" e
137,55 metros até o ponto no 72 (N=6950725.922, E=481172.623; Az 80o18'14" e 167,76 metros até o
ponto no 73 (N=6950754.177, E=481337.990); Az 71o32'46" e 56,04 metros até o ponto no 74
(N=6950771.916, E=481391.148); Az 62o38'17" e 88,89 metros até o ponto no 75 (N=6950812.769,
E=481470.090); Az 34o11'55" e 42,94 metros até o ponto no 76 (N=6950848.286, E=481494.226); Az
48o02'40" e 52,23 metros até o ponto no 77 (N=6950883.205, E=481533.068); Az 52o33'53" e 64,42
metros até o ponto no 78 (N=6950922.366, E=481584.223); Az 42o04'07" e 26,92 metros até o ponto
no 79 (N=6950942.351, E=481602.261); Az 66o32'58" e 100,67 metros até o ponto no 80
(N=6950982.414, E=481694.618); Az 61o13'37" e 67,84 metros até o ponto no 81 (N=6951015.067,
E=481754.080); Az 63o22'47" e 93,30 metros até o ponto no 82 (N=6951056.872, E=481837.489); Az
64o35'30" e 184,68 metros até o ponto no 83 (N=6951136.110, E=482004.302); Az 66o12'25" e 219,09
metros até o ponto no 84 (N=6951224.496, E=482204.767)4; Az 64o07'19" e 140,85 metros até o
ponto no 85 (N=6951285.971, E=482331.494); Az 66o33'19" e 77,38 metros até o ponto no 86
(N=6951316.757, E=482402.484); Az 63o20'28" e 100,45 metros até o ponto no 87 (N=6951361.827,
E=482492.256); Az 77o48'08" e 69,54 metros até o ponto no 88 (N=6951376.520, E=482560.226); Az
68o47'48" e 58,52 metros até o ponto no 89 (N=6951397.687, E=482614.788); Az 51o42'49" e 51,13
metros até o ponto no 90 (N=6951429.366, E=482654.92 ); Az 58o35'40" e 63,58 metros até o ponto no

3
91 (N=6951462.496, E=482709.184); Az 72o11'48" e 38,35 metros até o ponto no 92
(N=6951474.221, E=482745.696); Az 62o58'44" e 42,98 metros até o ponto no 93 (N=6951493.749,
E=482783.987); Az 67o52'14" e 80,48 metros até o ponto no 94 (N=6951524.064, E=482858.534); Az
74o09'18" e 107,60 metros até o ponto no 95 (N=6951553.443, E=482962.046); Az 69o58'01" e 55,69
metros até o ponto no 96 (N=6951572.520, E=483014.366); Az 66o57'57" e 114,35 metros até o ponto
no 97 (N=6951617.261, E=483119.595); Az 66o24'49" e 303,15 metros até o ponto no 98
(N=6951738.560, E=483397.419); Az 64o47'41" e 44,80 metros até o ponto no 99 (N=6951757.638,
E=483437.952); Az 60o11'19" e 108,14 metros até o ponto no MD061/03 (N=6951811.400,
E=483531.782).

Do ponto no MD061/03, segue-se por cerca confrontado com a propriedade da Iguaçu


Celulose Papel S/A, numa extensão de 1.000,41 metros, com os seguintes Azimutes, distâncias e
coordenadas UTM: Az 133o42'19" e 111,93 metros até o ponto no 101 (N=6951734.062,
E=483612.697); Az 140o52'06" e 55,31 metros até o ponto no 102 (N=6951691.155, E=483647.606);
Az 135o31'37" e 79,65 metros até o ponto no 103 (N=6951634.321, E=483703.404); Az 133o09'48" e
73,34 metros até o ponto no 104 (N=6951584.151, E=483756.898); Az 128o40'22" e 141,48 metros até
o ponto no 105 (N=6951495.744, E=483867.355); Az 119o24'11" e 74,34 metros até o ponto no 106
(N=6951459.249, E=483932.115); Az 125o54'50" e 153,23 metros até o ponto no 107
(N=6951369.367, E=484056.219); Az 129o26'16" e 99,78 metros até o ponto no 108 (N=6951305.981,
E=484133.283); Az 131o09'51" e 103,08 metros até o ponto no 109 (N=6951238.134, E=484210.882);
Az 129o26'27" e 108,27 metros até o ponto no MD061/04 (N=6951169.351, E=484294.498).

Do ponto no MD061/04, segue-se à jusante pelo Lajeado do Roberto, divisa natural entre os
Municípios de Abdon Batista e Campos Novos, numa extensão de 2.531,33 metros, com os seguintes
Azimutes, distâncias e coordenadas UTM: Az 234o35'16" e 98,27 metros até o ponto no LR111
(N=6951112.408, E=484214.408); Az 196o40'08" e 50,29 metros até o ponto no LR112
(N=6951064.231, E=484199.982); Az 231o49'51" e 85,92 metros até o ponto no LR113
(N=6951011.131, E=484132.429); Az 256o21'14" e 48,58 metros até o ponto no LR114
(N=6950999.670, E=484085.220); Az 207o37'50" e 51,62 metros até o ponto no LR115
(N=6950953.936, E=484061.280); Az 144o05'03" e 70,78 metros até o ponto no LR116
(N=6950896.616, E=484102.797); Az 125o14'56" e 85,30 metros até o ponto no LR117
(N=6950847.384, E=484172.461); Az 172o26'36" e 90,40 metros até o ponto no LR118
(N=6950757.768, E=484184.350); Az 185o30'12" e 80,10 metros até o ponto no LR119
(N=6950678.037, E=484176.668); Az 171o11'14" e 123,58 metros até o ponto no LR120
(N=6950555.920, E=484195.601); Az 83o56'40" e 72,23 metros até o ponto no LR121
(N=6950563.540, E=484267.426); Az 142o26'38" e 99,57 metros até o ponto no LR122
(N=6950484.604, E=484328.119); Az 201o39'17" e 72,03 metros até o ponto no LR123
(N=6950417.661, E=484301.540); Az 155o39'25" e 39,89 metros até o ponto no LR124
(N=6950381.319, E=484317.983); Az 176o15'53" e 122,79 metros até o ponto no LR125
(N=6950258.790, E=484325.982); Az 254o07'55" e 48,72 metros até o ponto no LR126
(N=6950245.468, E=484279.116); Az 122o51'32" e 65,22 metros até o ponto no LR127
(N=6950210.084, E=484333.898); Az 208o19'26" e 130,36 metros até o ponto no LR128
(N=6950095.330, E=484272.048); Az 270o48'37" e 81,01 metros até o ponto no LR129
(N=6950096.476, E=484191.043); Az 178o00'01" e 115,07 metros até o ponto no LR130
(N=6949981.479, E=484195.058); Az 261o57'49" e 48,19 metros até o ponto no LR131
(N=6949974.742, E=484147.343); Az 175o38'25" e 202,53 metros até o ponto no LR132
(N=6949772.799, E=484162.739); Az 227o03'37" e 118,28 metros até o ponto no LR133
(N=6949692.221, E=484076.148); Az 198o26'38" e 143,93 metros até o ponto no LR134
(N=6949555.687, E=484030.613); Az 224o10'17" e 172,15 metros até o ponto no LR135
(N=6949432.212, E=483910.658); Az 166o14'14" e 124,91 metros até o ponto no LR136
(N=6949310.892, E=483940.374); Az 189o18'25" e 89,61 metros até o ponto no LR137
(N=6949222.462, E=483925.882).

Do ponto no LR137, segue-se a cota altimétrica de inundação 660 m, do reservatório da


Usina Hidrelétrica de Campos Novos, em sua margem direita, numa extensão de 6.921,99 metros,
com os seguintes Azimutes, distâncias e coordenadas: Az 228o26'37" e 31,81 metros até o ponto no
4
CI138 (N=6949201.350, E=483902.076); Az 180o54'45" e 56,54 metros até o ponto no CI139
(N=6949144.821, E=483901.176); Az 251o21'11" e 69,03 metros até o ponto no CI140
(N=6949122.750, E=483835.770); Az 261o10'57" e 45,73 metros até o ponto no CI141
(N=6949115.740, E=483790.580); Az 240o01'51" e 80,43 metros até o ponto no CI142
(N=6949075.560, E=483720.900); Az 238o14'43" e 59,63 metros até o ponto no CI143
(N=6949044.180, E=483670.200); Az 254o14'33" e 67,90 metros até o ponto no CI144
(N=6949025.740, E=483604.850); Az 264o36'30" e 52,89 metros até o ponto no CI145
(N=6949020.770, E=483552.190); Az 266o14'23" e 39,28 metros até o ponto no CI146
(N=6949018.194, E=483512.999); Az 319o13'18" e 44,42 metros até o ponto no CI147
(N=6949051.834, E=483483.984); Az 261o32'56" e 18,94 metros até o ponto no CI148
(N=6949049.051, E=483465.252); Az 311o54'20" e 62,07 metros até o ponto no CI149
(N=6949088.210, E=483419.060); Az 155o53'37" e 76,41 metros até o ponto no CI150
(N=6949018.460, E=483450.270); Az 187o29'54" e 36,55 metros até o ponto no CI151
(N=6948982.220, E=483445.500); Az 208o09'30" e 19,62 metros até o ponto no CI152
(N=6948964.920, E=483436.240); Az 233o43'57" e 38,24 metros até o ponto no CI153
o
(N=6948942.300, E=483405.410); Az 284 04'17" e 39,69 metros até o ponto no CI154
(N=6948951.950, E=483366.910); Az 272o23'25" e 37,64 metros até o ponto no CI155
(N=6948953.520, E=483329.300); Az 266o08'34" e 56,64 metros até o ponto no CI156
(N=6948949.710, E=483272.790); Az 239o16'19" e 49,22 metros até o ponto no CI157
(N=6948924.560, E=483230.480); Az 220o10'16" e 35,53 metros até o ponto no CI158
(N=6948897.410, E=483207.560); Az 249o01'08" e 53,96 metros até o ponto no CI159
(N=6948878.090, E=483157.180); Az 209o25'13" e 35,46 metros até o ponto no CI160
(N=6948847.200, E=483139.760); Az 272o53'55" e 34,01 metros até o ponto no CI161
(N=6948848.920, E=483105.790); Az 249o08'19" e 37,12 metros até o ponto no CI162
(N=6948835.700, E=483071.100); Az 176o58'25" e 55,12 metros até o ponto no CI163
(N=6948780.660, E=483074.010); Az 205o45'55" e 99,66 metros até o ponto no CI164
(N=6948690.910, E=483030.690); Az 192o24'44" e 67,88 metros até o ponto no CI165
o
(N=6948624.620, E=483016.100); Az 216 10'47" e 59,12 metros até o ponto no CI166
(N=6948576.900, E=482981.200); Az 189o55'06" e 53,92 metros até o ponto no CI167
(N=6948523.785, E=482971.912); Az 210o32'31" e 41,78 metros até o ponto no CI168
(N=6948487.800, E=482950.680); Az 197o20'13" e 64,53 metros até o ponto no CI169
(N=6948426.200, E=482931.450); Az 191o22'18" e 45,29 metros até o ponto no CI170
(N=6948381.796, E=482922.519); Az 220o36'22" e 52,76 metros até o ponto no CI171
(N=6948341.740, E=482888.180); Az 245o38'15" e 50,62 metros até o ponto no CI172
(N=6948320.860, E=482842.070); Az 321o25'11" e 75,26 metros até o ponto no CI173
(N=6948379.690, E=482795.140); Az 324o58'22" e 62,41 metros até o ponto no CI174
(N=6948430.800, E=482759.320); Az 314o53'38" e 30,56 metros até o ponto no CI175
(N=6948452.370, E=482737.670); Az 355o47'11" e 63,15 metros até o ponto no CI176
(N=6948515.350, E=482733.030); Az 338o53'50" e 61,08 metros até o ponto no CI177
o
(N=6948572.330, E=482711.040) ; Az 324 31'02" e 57,01 metros até o ponto no CI178
(N=6948618.750, E=482677.950); Az 322o01'48" e 71,52 metros até o ponto no CI179
(N=6948675.132, E=482633.947); Az 313o45'21" e 49,46 metros até o ponto no CI180
(N=6948709.340, E=482598.220); Az 319o08'40" e 49,12 metros até o ponto no CI181
(N=6948746.490, E=482566.090); Az 329o32'05" e 74,89 metros até o ponto no CI182
(N=6948811.040, E=482528.120); Az 353o29'18" e 41,36 metros até o ponto no CI183
(N=6948852.130, E=482523.430); Az 323o13'20" e 61,45 metros até o ponto no CI184
(N=6948901.350, E=482486.638); Az 186o31'02" e 22,20 metros até o ponto no CI185
(N=6948879.293, E=482484.119); Az 155o44'16" e 51,77 metros até o ponto no CI186
(N=6948832.100, E=482505.390); Az 179o14'40" e 42,47 metros até o ponto no CI187
(N=6948789.630, E=482505.950); Az 161o37'33" e 68,49 metros até o ponto no CI188
(N=6948724.630, E=482527.540); Az 167o01'20" e 40,27 metros até o ponto no CI189
(N=6948685.387, E=482536.584); Az 143o39'57" e 19,23 metros até o ponto no CI190
(N=6948669.899, E=482547.975); Az 161o28'24" e 60,44 metros até o ponto no CI191
(N=6948612.590, E=482567.180); Az 157o48'39" e 54,33 metros até o ponto no CI192
(N=6948562.280, E=482587.700); Az 150o35'45" e 49,03 metros até o ponto no CI193
(N=6948519.570, E=482611.770); Az 176o02'12" e 50,78 metros até o ponto no CI194
(N=6948468.910, E=482615.280); Az 196o03'12" e 42,31 metros até o ponto no CI195
5
(N=6948428.250, E=482603.580); Az 191o00'37" e 53,98 metros até o ponto no CI196
(N=6948375.260, E=482593.270); Az 143o03'55" e 45,86 metros até o ponto no CI197
o
(N=6948338.600, E=482620.830); Az 163 23'28" e 47,93 metros até o ponto no CI198
(N=6948292.670, E=482634.530); Az 175o40'43" e 54,55 metros até o ponto no CI199
(N=6948238.280, E=482638.640); Az 175o13'20" e 60,63 metros até o ponto no CI200
(N=6948177.860, E=482643.690); Az 144o33'39" e 61,52 metros até o ponto no CI201
(N=6948127.740, E=482679.360); Az 165o25'23" e 46,36 metros até o ponto no CI202
(N=6948082.872, E=482691.028); Az 165o19'43" e 47,82 metros até o ponto no CI203
(N=6948036.610, E=482703.140); Az 177o32'37" e 49,47 metros até o ponto no CI204
(N=6947987.190, E=482705.260); Az 214o41'16" e 39,50 metros até o ponto no CI205
(N=6947954.710, E=482682.780); Az 261o02'36" e 45,71 metros até o ponto no CI206
(N=6947947.594, E=482637.629); Az 251o59'47" e 49,90 metros até o ponto no CI207
(N=6947932.170, E=482590.170); Az 272o22'35" e 42,20 metros até o ponto no CI208
(N=6947933.920, E=482548.000); Az 287o34'20" e 57,93 metros até o ponto no CI209
(N=6947951.410, E=482492.770); Az 274o36'58" e 27,09 metros até o ponto no CI210
(N=6947953.590, E=482465.770); Az 291o08'38" e 49,85 metros até o ponto no CI211
(N=6947971.570, E=482419.280); Az 272o56'07" e 49,80 metros até o ponto no CI212
(N=6947974.120, E=482369.550); Az 300o17'49" e 45,97 metros até o ponto no CI213
(N=6947997.310, E=482329.860); Az 290o20'33" e 45,22 metros até o ponto no CI214
(N=6948013.030, E=482287.460); Az 282o36'17" e 48,25 metros até o ponto no CI215
(N=6948023.560, E=482240.370); Az 287o23'21" e 53,54 metros até o ponto no CI216
(N=6948039.560, E=482189.280); Az 283o01'09" e 61,08 metros até o ponto no CI217
(N=6948053.320, E=482129.770); Az 299o01'19" e 52,37 metros até o ponto no CI218
(N=6948078.728, E=482083.974); Az 289o33'23" e 48,01 metros até o ponto no CI219
(N=6948094.800, E=482038.730); Az 288o01'53" e 47,13 metros até o ponto no CI220
(N=6948109.390, E=481993.910); Az 334o38'10" e 75,31 metros até o ponto no CI221
(N=6948177.440, E=481961.650); Az 348o18'46" e 46,91 metros até o ponto no CI222
(N=6948223.376, E=481952.148); Az 316o54'08" e 44,60 metros até o ponto no CI223
(N=6948255.941, E=481921.676); Az 203o26'42" e 32,69 metros até o ponto no CI224
(N=6948225.947, E=481908.669); Az 232o19'22" e 54,12 metros até o ponto no CI225
(N=6948192.867, E=481865.834); Az 227o46'45" e 53,33 metros até o ponto no CI226
(N=6948157.030, E=481826.340); Az 255o29'51" e 45,60 metros até o ponto no CI227
(N=6948145.610, E=481782.190); Az 287o43'40" e 53,30 metros até o ponto no CI228
(N=6948161.840, E=481731.420); Az 269o13'31" e 51,24 metros até o ponto no CI229
(N=6948161.147, E=481680.185); Az 279o59'19" e 45,22 metros até o ponto no CI230
(N=6948168.991, E=481635.651); Az 250o47'48" e 48,13 metros até o ponto no CI231
(N=6948153.160, E=481590.200); Az 269o33'56" e 54,01 metros até o ponto no CI232
(N=6948152.751, E=481536.188); Az 265o57'08" e 55,12 metros até o ponto no CI233
(N=6948148.860, E=481481.210); Az 274o30'11" e 73,75 metros até o ponto no CI234
(N=6948154.650, E=481407.690); Az 284o48'10" e 57,10 metros até o ponto no CI235
(N=6948169.240, E=481352.480); Az 256o35'13" e 57,98 metros até o ponto no CI236
(N=6948153.908, E=481307.120); Az 284o10'06" e 64,43 metros até o ponto no CI237
(N=6948171.560, E=481233.610); Az 308o04'58" e 31,18 metros até o ponto no CI238
(N=6948190.790, E=481209.070); Az 337o33'37" e 49,67 metros até o ponto no CI239
(N=6948236.700, E=481190.110); Az 344o43'37" e 50,11 metros até o ponto no CI240
(N=6948285.040, E=481176.910); Az 321o44'51" e 27,68 metros até o ponto no CI241
(N=6948306.780, E=481159.770) ; Az 335o04'10" e 87,00 metros até o ponto no CI242
(N=6948385.670, E=481123.099); Az 272o07'32" e 46,53 metros até o ponto no CI243
(N=6948387.396, E=481076.603); Az 302o21'01" e 85,00 metros até o ponto no CI244
(N=6948432.877, E=481004.798); Az 324o35'18" e 63,69 metros até o ponto no CI245
(N=6948484.790, E=480967.890); Az 200o18'05" e 33,09 metros até o ponto no CI246
(N=6948453.753, E=480956.408); Az 182o21'48" e 47,24 metros até o ponto no CI247
(N=6948406.550, E=480954.460) ; Az 163o30'54" e 41,58 metros até o ponto no CI248
(N=6948366.682, E=480966.258); Az 169o12'56" e 49,58 metros até o ponto no CI249
(N=6948317.980, E=480975.534); Az 189o02'47" e 59,24 metros até o ponto no CI250
(N=6948259.480, E=480966.220); Az 204o50'50" e 32,82 metros até o ponto no CI251
(N=6948229.700, E=480952.430); Az 230o20'25" e 70,35 metros até o ponto no CI252
6
(N=6948184.800, E=480898.270); Az 288o04'06" e 91,92 metros até o ponto no CI253
(N=6948213.310, E=480810.880); Az 303o31'47" e 49,53 metros até o ponto no CI254
(N=6948240.670, E=480769.590); Az 260o42'29" e 49,73 metros até o ponto no CI255
(N=6948232.640, E=480720.510); Az 301o28'00" e 97,87 metros até o ponto no CI256
(N=6948283.730, E=480637.030); Az 292o02'56" e 90,14 metros até o ponto no CI257
(N=6948317.568, E=480553.483); Az 276o07'29" e 39,97 metros até o ponto no CI258
(N=6948321.832, E=480513.745); Az 136o47'37" e 77,65 metros até o ponto no CI259
(N=6948265.230, E=480566.910); Az 147o42'53" e 44,46 metros até o ponto no CI260
(N=6948227.640, E=480590.660); Az 165o10'44" e 47,46 metros até o ponto no CI261
(N=6948181.760, E=480602.800); Az 149o02'04" e 52,22 metros até o ponto no CI262
(N=6948136.980, E=480629.670); Az 156o46'35" e 47,96 metros até o ponto no CI263
(N=6948092.910, E=480648.580); Az 174o59'29" e 51,66 metros até o ponto no CI264
(N=6948041.450, E=480653.090); Az 198o32'39" e 38,17 metros até o ponto no CI265
(N=6948005.260, E=480640.950); Az 220o09'00" e 48,76 metros até o ponto no CI266
(N=6947967.990, E=480609.510); Az 219o08'12" e 63,61 metros até o ponto no CI267
(N=6947918.650, E=480569.360); Az 241o28'26" e 28,23 metros até o ponto no CI268
(N=6947905.170, E=480544.560); Az 224o27'05" e 62,03 metros até o ponto no CI269
(N=6947860.890, E=480501.120); Az 226o31'24" e 54,83 metros até o ponto no CI270
(N=6947823.167, E=480461.335).

Do ponto CI270, segue-se por cerca, confrontando com a propriedade de Enercan –


Campos Novos Energia S/A, numa extensão de 494,18 metros, com os seguintes Azimutes,
distâncias e coordenadas: Az 299o42'13" e 75,89 metros até o ponto no 159 (N=6947860.769,
E=480395.421); Az 306o24'39" e 46,75 metros até o ponto no 160 (N=6947888.518, E=480357.798);
Az 311o51'47" e 181,95 metros até o ponto no 161 (N=6948009.943, E=480222.292); Az 310o48'21" e
62,23 metros até o ponto no 162 (N=6948050.607, E=480175.192); Az 308o11'06" e 68,96 metros até
o ponto no 163 (N=6948093.240 E=480120.986); Az 300o18'18" e 58,40 metros até o ponto no
MD074/02 (N=6948122.710, E=480070.564).

Do ponto no MD074/02, segue-se por cerca confrontando com a área de Nadir Lopes, numa
extensão de 829,91 metros, com os seguintes Azimutes, distâncias e coordenadas; Az 309o46'50" e
67,21 metros até o ponto no 165 (N=6948165.712, E=480018.916); Az 308o53'40" e 304,94 metros até
o ponto no 166 (N=6948357.180, E=479781.581); Az 309o42'35" e 295,35 metros até o ponto no 167
(N=6948545.881, E=479554.367); Az 310o25'20" e 84,34 metros até o ponto no 168 (N=6948600.566,
E=479490.163); Az 310o14'18" e 78,07 metros até o ponto no 0=PP, fechando a referida Poligonal.

Parágrafo Único. As coordenadas do perímetro acima, estão georeferenciadas ao Datum SAD


69 – Meridiano Central 51W e fuso J22 e no Sistema de Projeção Universal Transversa de Mercator.

Artigo 2º - A Fundação do Meio Ambiente – FATMA fica responsável pela


administração do Parque Estadual Rio Canoas.

Artigo 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Artigo 4º - Ficam revogadas as disposições em contrário.

Florianópolis, 27 de maio de 2004.

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA


Bráulio César da Rocha Barbosa
Sérgio José Godinho
Justiniano Francisco Conick de Almeida Pedroso

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