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Resumo
Abstract
The hydraulic engineering works built in the basin of the Campelo System from the 1970s are the
central theme of this research. The area in question is located in the Lower Paraíba do Sul River,
between the municipalities of Campos dos Goytacazes and São Francisco de Itabapoana, in the
Northern region of the state of Rio de Janeiro. This work aimed to inventory and classifies the main
hydraulic works to better understand the changes in the direction of their surface waters. For this, the
Environmental Analysis Method was used, because it allows to understand the totality of space and the
systemic articulations that occur in it, together with the articulation of scales, which must adapt to the
nature of the analyzed object. The research pointed out the existence of 44 works, which are divided
into 6 types. It is concluded that these works drained several ponds and swamps, in addition,
redirected the water flows, causing significant alterations in the natural behavior of the waters.
Introdução
Um sistema hidrológico pode ser definido como uma rede de canais que drena uma
área na superfície do relevo, capaz de formar um todo complexo, considerando as conexões,
inter-relações e a troca de matéria e energia entre suas partes. Nesta categoria de sistema, a
água é entendida como um elemento principal na formação de novas topografias, pois aliada a
força da gravidade, detêm o poder de alterar estruturas, esculpir o relevo e estabelecer
processos fluviais e funções ambientais, que podem se tornar visíveis nas paisagens
(CHRISTOFOLETTI, 1980; STEVAUX e LATRUBESSE, 2017).
No âmbito da Geomorfologia Fluvial – área da Geomorfologia que se dedica a estudar
as interações entre as formas dos canais fluviais e os processos atuantes no tempo e no espaço
(SUMMERFIELD, 1991 e CHARLTON, 2008) – é viável utilizar o conceito de bacia
hidrográfica para delimitar o recorte espacial de uma área física, com captação natural do
volume de água precipitado desde a linha de cumeada, passando pelas vertentes, afluentes e
canal principal, até alcançar o exutório do sistema (NOVO, 2008). Além disso, para Botelho e
Silva (2012) as bacias hidrográficas podem ser entendidas com uma unidade básica de análise
ambiental e planejamento.
Localizada na margem esquerda do rio Paraíba do Sul, a bacia hidrográfica do Sistema
Campelo encontra-se situada entre os municípios de Campos dos Goytacazes e São Francisco
de Itabapoana, na região Norte do estado do Rio de Janeiro. Esta bacia é formada por uma
complexa rede hídrica, composta por canais naturais e artificiais, lagoas e áreas embrejadas,
dispostas sobre o relevo dos Tabuleiros da Formação Barreiras, originados no Período
Terciário e da Planície Fluviomarinha Quaternária (ALVES, et al., 2017).
A utilização inadequada dos recursos hídricos causam impactos ambientais de
natureza e intensidade variadas. De acordo com Gregory (1992) o efeito das ações antrópicas
sobre os sistemas naturais passaram a despertar a atenção dos geógrafos físicos e profissionais
de áreas afins a partir da década de 1960. O autor destaca que a partir desta data, os processos
geomorfológicos passaram a ser relacionados às atividades humanas e tornaram-se relevantes
nas análises ambientais de projetos como: construção de barragens para sistemas
hidroelétricos, irrigação de culturas e abastecimento de áreas urbanas.
Na região Norte Fluminense as obras de engenharia hidráulica foram construídas,
inicialmente, para escoar a produção agrícola por meio da navegação. Posteriormente, as
obras foram implementadas para controlar as águas em distintos ambientes, com o intuito de
gerenciar situações extremas como: enchentes, inundações e estiagens severas. Nesta
concepção, o extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), a partir da
década de 1970, executou um pacote de obras no Sistema Campelo visando à drenagem das
terras embrejadas. De acordo com o relatório elaborado pelo órgão (DNOS, 1976) as ações
desenvolvidas nesta região permitiria “recuperar” 60.000 ha de terra para a produção
agropastoril.
Esta pesquisa faz parte da dissertação em andamento na Universidade Federal
Fluminense e, se justifica, por contribuir com discussões que visem a melhor gestão dos
recursos hídricos na margem esquerda do rio Paraíba do Sul, em seu Baixo Curso. Neste
contexto, o presente trabalho teve por objetivo inventariar e classificar as principais obras de
engenharia hidráulica construídas na bacia hidrográfica do Sistema Campelo, visando
compreender as alterações no direcionamento de suas águas superficiais.
Material e Métodos
Resultados e Discussões
Como parte de uma política para saneamento da Baixada Campista (margem direita e
esquerda do rio Paraíba do Sul), os governos Federal e Estadual programaram um pacote de
obras hidráulicas para serem executadas, principalmente, a partir da terceira década do século
XX por distintas comissões da administração pública, no intuito de conter o excedente hídrico
(DNOS, 1976). Naquele momento, entendeu-se que elas representavam a solução para os
problemas da região, pois facilitariam a drenagem das terras embrejadas, que atualmente, são
utilizadas para habitação, agricultura e criação de bovinos.
As transformações da paisagem na margem esquerda do rio Paraíba do Sul se
intensificaram na década de 1970 com a construção de diversas obras de engenharia
hidráulica, executadas pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento. Atualmente, ao
percorrer a área de estudo foi possível contabilizar 44 construções de natureza diversa, as
quais interferem diretamente na dinâmica das águas superficiais, tanto dos corpos lóticos,
quanto dos lênticos. Das obras inventariadas destacam-se manilhas, canais de drenagem,
pontes, barragens, comportas manejáveis e diques de contenção, como se vê na Figura 1. No
Quando 1 elas encontram-se divididas por tipos, quantidade e natureza dos materiais
utilizados em sua construção.
Figura 1 - Obras de engenharia hidráulica identificadas no Sistema Campelo
Considerações Finais
Agradecimentos