BULLYING

PERIGO NAS ESCOLAS

 Você já foi alvo de
gozação ou viu alguém
sendo ofendido
constantemente? Não
era brincadeira! Era o
bullying em ação.
 Brincadeiras ocorrem de forma natural e
espontânea entre os alunos. Colocam apelidos
uns nos outros, tiram “sarros” e dão muitas
risadas. Mas quando isso se transforma em
verdadeiros atos de violência e perversidade,
ou quando apenas alguns se divertem à custa
de outros que sofrem, a brincadeira deixa de
ser sadia e recebe o nome de bullying.

(Mentes perigosas nas escolas – Ana Beatriz Barbosa e Silva)

 O QUE É BULLYING?

Bullying é um termo inglês utilizado para

descrever atos de violência física ou
psicológica;
Bullie ou “valentão”, é o indivíduo
responsável por todas as formas de
atitudes agressivas, intencionais e
repetidas, que ocorrem sem motivação
evidente, causando dor e angústia;
 FORMAS DE BULLYING
Físico e material:
Bater;
Chutar;
Espancar;
Empurrar;
Ferir;
Beliscar;
Roubar;
Furtar e/ou destruir pertences ou atirar objetos
contra a vítima;
Verbal:
Insultar;
Ofender;
Xingar;
Fazer;
Gozações;
colocar apelidos pejorativos;
Fazer piadas ofensivas;
“Zoar”;
Manifestar-se de formas racistas…;
Psicológico e moral:
 Irritar;
 Humilhar e ridicularizar;
 Excluir ou isolar;
 Ignorar, desprezar ou fazer pouco caso;
 Discriminar;
 Aterrorizar e ameaçar;
 Chantagear e intimidar;
 Tiranizar, dominar;
 Perseguir;
 Difamar;
 Passar bilhetes e desenhos de caráter ofensivo entre
os colegas, fazer intrigas, fofocas ou mexericos (mais
comum entre as meninas);
Sexual:
Abusar;
Violentar;
Assediar;
Insinuar.

Este tipo de comportamento desprezível

costuma ocorrer de meninos com meninas e de
meninos com meninos. Não raro o estudante
indefeso é assediado e/ou violentado por
vários “colegas” ao mesmo tempo.
Cyberbullying: É um modo dissimulado de
agressão verbal e escrita por meio
eletrônico.
Uma pesquisa realizada pelo Centro
Multiprofissional de Estudos e Orientações
sobre Bullying Escolar (CEMEOBES), com dois
mil alunos, entre 2000 e 2003, revelou que:
49% dos alunos do 6º ao 9º ano, no Brasil,
estavam diretamente envolvidos, dos quais:
 22% eram vítimas;
 15% eram agressores;
 12% eram vítimas agressoras.
Os personagens dessa tragédia
Quem maltrata, quem sofre, quem assiste

AS VÍTIMAS
OS AGRESSORES – (BULLIES)
OS ESPECTADORES
As vítimas:
Vítima típica: alunos com poucas habilidades de
socialização, normalmente mais frágeis fisicamente;
Vítima provocadora: capazes de provocar em seus
colegas reações agressivas contra si mesmas, porém
não conseguem responder aos revides. Em geral
discutem ou brigam quando são atacadas
(hiperativos);
Vítima agressora: é do tipo “bateu, levou”. Reproduz
os mau tratos sofridos em outra vítima ainda mais
frágil e vulnerável (círculo vicioso ou efeito
cascata);
Os agressores: podem ser de ambos os sexos.
Possuem em sua personalidade traços de
desrespeito e maldade. Geralmente possuem
poder de liderança, que, em geral, é obtido ou
legitimado através da força física ou de
intenso assédio psicológico. Pode agir sozinho
ou em grupo. São avessos às regras e normas e
geralmente estão envolvidos em pequenos
delitos, como furtos, roubos ou vandalismo;
Os espectadores: aqueles que testemunham
as ações dos agressores, mas não os defendem
nem participam do ato;
Espectadores passivos: observam sem tomar
qualquer atitude, por medo de se tornarem a
próxima vítima, pois recebem ameaças explícitas ou
veladas;
Espectadores ativos: não participam ativamente dos
ataques, porém manifestam “apoio moral” aos
agressores com risadas e palavras de incentivo;
Espectadores neutros: não demonstram
sensibilidade pelas situações de bullying que
presenciam (história de vida), “anestesia emocional”.
Os meninos estão, mais frequentemente,
envolvidos com a prática do bullying, tanto
como autores, quanto como alvos;
Entre as meninas, o bullying também ocorre,
mas com menor frequência, e se caracteriza
principalmente pela exclusão ou difamação;
 Consequências psíquicas e
comportamentais
Problemas mais comuns
• Sintomas psicossomáticos:
• Cefaleia;
• Cansaço crônico;
• Insônia;
• Dificuldades de concentração;
• Náuseas;
• Boca seca;
• Palpitações;
• Alergias;
• Crises de asma;
• Sudorese;
• Tremores;
• Sensação de “nó” na garganta;
• Tonturas ou desmaios;
• Calafrios;
• Tensão muscular;
• Formigamentos.
Transtorno do pânico: caracteriza-se pelo
medo intenso e aprofundado, que parece surgir
do nada, sem qualquer aviso prévio. O indivíduo
é tomado por uma sensação enorme de medo e
ansiedade, acompanhada de uma série de
sintomas físicos (taquicardia, calafrios, boca
seca, dilatação das pupilas, suores, etc.); dura,
em média, entre vinte a quarenta minutos;
Fobia escolar: caracteriza-se pelo medo
intenso de frequentar a escola – a pessoa não
consegue permanecer no ambiente onde as
lembranças são traumatizantes;
Fobia social: caracteriza-se pelo temor
excessivo de se sentir o centro das atenções
ou de estar sendo julgado ou avaliado
negativamente. Assim, com o tempo passa a
evitar qualquer evento social;
Transtorno de ansiedade generalizada: é uma
sensação de medo e insegurança persistente.
O indivíduo preocupa-se com todas as
situações ao seu redor, desde as mais
importantes até as mais corriqueiras;
Depressão: doença que afeta o humor, os
pensamentos, a saúde e o comportamento.
Sintomas mais característicos: tristeza
persistente, ansiedade ou sensação de vazio;
sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo;
insônia ou excesso de sono; perda ou aumento
do apetite; fadiga e sensação de desânimo;
irritabilidade e inquietação; dificuldades de
concentração e de tomar decisões;
sentimentos de desesperança e pessimismo;
perda de interesse por atividades antes
prazerosas; ideias ou tentativas de suicídio;
Anorexia e bulimia: transtornos alimentares.
Anorexia se caracteriza pelo pavor descabido e
inexplicável que a pessoa tem de engordar, com
grave distorção da imagem corporal;
Bulimia: se caracteriza pela
ingestão compulsiva e
exagerada de alimentos,
seguida por um enorme
sentimento de culpa, que
leva a ações compensatórias
(rituais purgativos): vômitos
induzidos (várias vezes ao
dia), abuso de diuréticos,
laxantes, excesso de
exercícios físicos e longos
períodos de jejum;
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC):
pensamentos sempre de natureza ruim e
recorrentes (obsessões), causando muita
ansiedade e sofrimento. Comportamentos
repetitivos, de forma sistemática e
ritualizada;

Transtorno do estresse pós traumático

(TEPT): se caracteriza por ideias intrusivas e
recorrentes do evento traumático. Causa
depressão, embotamento emocional, sensação
de morte iminente, perda de prazer pela vida;
Quadros menos frequentes

Esquizofrenia: popularmente conhecida como

psicose ou loucura, é uma doença mental que
faz com que o indivíduo rompa com a barreira
da realidade e passe a viver um mundo
imaginário, paralelo (delírios e/ou alucinações
visuais e auditivas);
Suicídio e homicídio: ocorrem quando as
vítimas não conseguem suportar a coação. Em
total desespero, lançam mão de atitudes
extremas como forma de aliviar o sofrimento.
 Mitos e equívocos
 É implicância de criança;
 Não afeta as crianças;
 Não traz consequências para a vida das
crianças;
A criança que conta que alguém está
praticando bullying com ela é delatora.
Termina quando os alunos saem do Ensino
Fundamental ou do Ensino Médio;
•A criança que sofre bullying deve retaliar (Lei
da Selva);
•A culpa é da vítima;
•A vítima é fraca, impopular, sensível demais;
•Passar pelo bullying torna a criança mais forte
e preparada para a vida;
•A criança que conta que está sofrendo com o
bullying é fofoqueira:
- Esqueça, isso passa! Não vá sair falando por aí!
•Crianças devem enfrentar o bullying como se
fossem adultas (com firmeza);
•Devem resolver o problema por si próprias;
•É um ritual de passagem
normal entre crianças e
adolescentes;
•É uma situação inevitável.
Você deve aceitá-lo.
 O que deve fazer uma vítima de
bullying?
Falar com um amigo ou com um adulto: quebrar
o código do silêncio;
Falar com os pais, contar o que está
acontecendo;
Andar em grupo.

Que sanções o agressor

deve sofrer?
 O BULLYNG E AS LEIS
As práticas do bullying colidem com os direitos
do artigo 5º da Constituição Federal, violam os
direitos fundamentais constitucionais:
 ARTIGO 5º: Todos são iguais perante a lei, (...) têm
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade.
 CÓDIGO CIVIL – ARTIGO 932: Os pais são
responsáveis, pelos filhos menores que estiverem sob
sua autoridade e em sua companhia.
Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA -
ARTIGO 5º - Lei 8.069/90: Nenhuma criança ou
adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
Do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
- ARTIGO 17 - Lei 8.069/90: O direito ao
respeito consiste na inviolabilidade da integridade
física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
abrangendo a preservação da imagem, da
identidade, da autonomia, dos valores, ideias e
crenças, dos espaços e objetos pessoais.
CÓDIGO PENAL: CRIMES CONTRA A
LIBERDADE PESSOAL
Constrangimento ilegal - ARTIGO 146:
Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela
não manda;
Ameaça - ARTIGO 147: Ameaçar alguém, por
palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.