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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CURSO: LICENCIATURA EM PSICOLOGIA


TURMA: 45- 2º BLOCO
DISCIPLINA: PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS
PROFESSORA: PATRÍCIA MELO
ALUNA: IASMINI RODRIGUES DE AGUIAR

CREAS
O CREAS, ou Centro de Referência Especializado de Assistência Social,
trata-se de um serviço público administrado pelo MDS (Ministério do
Desenvolvimento Social), que é responsável pela promoção de serviços
especializados e continuados de forma protetiva, orientando e acompanhando
pessoas e famílias em situação de risco social ou violação de direitos.
Em Teresina, temos a existência de quatro CREAS, localizados em cada
uma das quatro zonas (leste, oeste, norte e sul). Cada unidade tem
obrigatoriedade de ofertar o serviço de Proteção e Atendimento Especializado
a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e o serviço de Medidas Socioeducativas em
Meio Aberto, além de outros, como Serviço Especializado em Abordagem
Social (SEAS) e Serviço para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas famílias.
Embora também seja um serviço público administrado pelo MDS, não
deve ser confundido com o CRAS, já que o último é mais abrangente e atende
famílias com todos os tipos de vulnerabilidade social. Por isso, como o CREAS
engloba uma demanda de pessoas mais específicas com consequências de
violências sociais, é possível diferenciá-los sendo o CRAS preventivo e o
CREAS interventor.
O CREAS tem por especialidade atender pessoas e famílias com
violações de direitos, seja por abuso, exploração sexual, negligência de criança
e idoso, violência física, matrimonial etc. O encaminhamento ao CREAS ocorre
de forma simples, com o próprio indivíduo se dirigindo à unidade, pelo Serviço
Especializado em Abordagem Social, ou por outros serviços da assistência
social e de outras políticas públicas e por órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos, como o Ministério Público.
Aos indivíduos acolhidos, busca-se pelo CREAS a presença da família no
processo, pois reconhece-se como sendo importante e primordial para
fortalecer os vínculos familiares e comunitários dos cidadãos, visando a
superação do problema apresentado e a reinserção do indivíduo no ambiente
social.
Em casos de adolescentes, estes vêm de ambientes deficitários de
referências familiares, contextos comunitários etc. Por isso, vê-se a
necessidade da troca de afetos de modo particular, precisando de uma
sistematização individual das atividades que participem de modo que estejam
de acordo com as necessidades daquele jovem.
Quando encaminhados pelo judicial, normalmente cometeram atos
infracionais, de modo que o CREAS é responsável pelo seu acompanhamento
e manutenção de relatórios sobre seu desenvolvimento socioeducativo que
devem ser encaminhados ao judicial.
Esses jovens ao terem que participar das atividades estabelecidas pelo
CREAS, podem se expressar por meio de atividades em grupos e palestras,
que são promovidos para suas necessidades individuais. Além disso, embora
ainda haja muitos preconceitos da sociedade, ao contribuir por meio da PSC ou
Prestação de Serviços Comunitários, esses adolescentes adquirem elas
oportunidade de ressignificação de vida e de valores por permitirem
desenvolvimento de habilidades de trabalho e aprendizagem e o acesso aos
direitos sociais.
A fim de melhorar a especialização e entendimento sobre cada um dos
acolhidos, é utilizado um instrumento para nortear as ações a serem realizadas
para possibilitar a proteção integral, a reinserção familiar e comunitária e a
autonomia de crianças, adolescentes afastados dos cuidados parentais e sob
proteção de serviços de acolhimento, conhecido como PIA ou Plano Individual
de Atendimento. Nele devem ser preenchidas todas as informações sobre o
adolescente para entender o quadro de serviços, saber suas perspectivas,
desejos profissionalizantes, entre outras coisas.
No CREAS há uma equipe de referência multiprofissional que conta com
o auxílio de orientadores, profissionais com formação pedagógica ou em áreas
de educação, como pedagogos e psicólogos. A pedagogia acompanha as
atividades socioeducativas e aciona os demais profissionais para
acompanhamento, possibilitando o uso de suas qualificações e habilidades de
forma complementar no contato e leitura da realidade social do sujeito.
Por fim, não é função do psicólogo nesse ambiente de trabalho elaborar
laudos e pareceres, mas sim relatórios ao judicial, não cabendo, também aos
profissionais psicólogos ofertar serviço de atendimento psicoterapêutico
durante as atividades, segundo as determinações da CREPOP, pois para isso
seria necessário direcionar grande parte da disposição da atividade
socioeducativa, deixando de prestar auxílio maior a muitas famílias. Desse
modo, é de responsabilidade do CREAS encaminhar e orientar aquelas
pessoas e famílias que precisam de um acolhimento psicológico para que de
forma intersetorial seja promovido o acolhimento e apoio àqueles que buscam
essa rede de apoio.

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