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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

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PRIMEIRA PARTE DO TG: Fundamentação Teórica

Autor Araci Cristina Leite e Beatriz Kloppel Lis


Prof. Orientador Maycc Camilo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso licenciatura em História (FLC2869HID) – Estágio
12/08/2022

1 INTRODUÇÃO:

A História e a historiografia trazem consigo uma forte mudança em sua trajetória que
vem acontecendo até os dias de hoje. A antiga linha historiográfica é focada em ordens
cronológicas que são criadas para enaltecer as realizações dos “grandes homens” ou dos
“vencedores”, que quase sempre são de uma elite branca, cristã e cis. A disciplina história
então buscava contar a história pela ótica dos vencedores e para ser um meio de
consolidação das ideias dos novos estados nações que estavam sendo constituídos.
Atualmente o ensino de história nos faz conhecer uma realidade que nos permite
reproduzir transformações e informações pelas quais a sociedade está se passando ou
construindo. Para que se tenha uma compreensão da estrutura da sociedade, seu passado,
seu presente, sua cultura e história, é preciso fazer uma educação voltada a formação social
e humana, é aí que entra a disciplina história nos currículos escolares e em nossa vida.
O ensino de história não é homogêneo e não tem o mesmo significado em todos os
países. Por isso, fica a questão norteadora do tcc: como é o ensino de História no brasil?
quais são os desafios enfrentados pelos professores de história no Brasil? qual é a
importância da história para a sociedade?

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

A disciplina História surge pela primeira vez na Europa, mais precisamente no fim do
século XIX, tento um importante papel de preparar discentes para a vida social e para a
democracia e cidadania, tento sua base na revolução francesa e no positivismo.
Com a chegada dos jesuítas em 1549, chega também um novo panorama para o ensino
no Brasil, os jesuítas iniciaram a educação no país. Com eles, vieram as primeiras orientações

“Não basta saber, é preciso saber fazer”


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e relações entre o estado e a educação, mas depois de um tempo os jesuítas são expulsos do
país e o projeto de incentivar a educação brasileira para todos e uma política nacional voltada
para a educação acaba sendo dissolvida pelo então por dom Pedro I.
No Brasil, a disciplina de História é estudada e oferecida em larga escola pela primeira
vez em 1838 com a fundação do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB). Foi a partir
desse momento que é escolhido o que se dar dentro de uma aula de história nacional. Por
muitas décadas os conteúdos sempre estavam voltados para a pátria, cidadania e democracia,
tudo que fosse voltado ao nacionalismo Brasileiro. O conteúdo era passado desde que os
europeus chegaram no Brasil em 1500, como também a Proclamação da República, os marcos
fundadores e seus heróis.

Após alguns anos e pós-ditadura, houve mudanças metodológicas no ensino de


história, bem como na historiografia, a seleção dos conteúdos fica agora a critério do
professor que deve avaliar qual conteúdo trará uma educação voltada para o conhecimento
históricos. Segundo Cainelli (2012, p.08) “O professor nesta proposição teria o papel de
selecionar os conteúdos a serem ensinados escolarmente a partir de uma transposição do saber
científico”. Conteúdos esses que devem estar de acordo com a BNCC, PCNS e o currículo
base de cada estado. Ainda sobre os objetivos da docência em história e seus conteúdos, os
autores Pereira e Seffner afirma em seu artigo Ensino de História: passados vivos e educação
sensíveis que:
Os objetivos de docência estão implicados num processo de representação que tem
efeitos no modo como as novas gerações olharão para si mesmas, para o seu mundo
e para os outros. O caráter ético do ensino de história está justamente no processo de
construção de si mesmo como sujeito de um olhar, como subjetividade marcada por
se permitir realizar uma determinada interpretação do passado e, ao mesmo tempo,
do seu lugar no presente (PEREIRA E SEFFNER, 2018, pg. 04)

Sendo assim, a história é viva e passível de mudanças. Ensinar história é importante,


pois ela é referência, ela faz parte de nós e de nossa sociedade, ela vive dentro de nossos
costumes e crenças.
Ensinar história não é uma coisa fácil, vários são os questionamentos sobre o real
motivo de se aprender história na escola, quem nunca fez ou escutou a famosa frase “para que
eu preciso estudar a história de uma pessoa ou império que não existe mais?” ou “o que eu
vou levar disso tudo para minha vida professora? “, são essas indagações de alunos que fazem

“Não basta saber, é preciso saber fazer”


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os professores/historiadores pensarem sua didática e seu real motivo de estar ali dentro de sala
e o fazer histórico. Segundo o historiador e docente universitário Fernando Seffner

O objetivo de uma aula de História é a produção de saberes de natureza


histórica que façam sentido aos alunos, que sirvam para que eles se indaguem acerca
de sua vida social e familiar, de seus relacionamentos, de seus valores, de sua
história enfim (SEFFNER , 2010, pg 06)

Ministrar uma aula de história não é só passar conteúdo sobre coisas antigas e
obsoletas, mas costurar pouco a pouco um passado importante na vida desse aluno, e esse
mesmo passado deve ser interrogado pelos alunos de forma que eles venham fazer uma
reflexão sobre ele no presente, como afirma Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky

Cada estudante precisa se perceber, de fato, como sujeito histórico, e isso só


se consegue quando ele se dá conta dos esforços que nossos antepassados fizeram
para chegarmos ao estágio civilizatório no qual nos encontramos (J. PINSKY. C.
PINSKY,2004, p.23 )

Portanto, é importante uma aula de história que traga a realidade local dos alunos, uma
aula também que traga a micro e a macro história. O professor deve saber seu real significado
dentro de sala de aula. O professor deve ter domínio de conteúdo, para isso deve ler e ter
erudição (J. PINSKY. C. PINSKY,2004).

Vários são os desafios da docência com foco em história, um deles é tratar de temas
sensíveis da sociedade, tais como: Racismo, homofobia, nazismo e ditadura civil militar. Para
tratar deles é preciso, além de ter muito conteúdo, ter um currículo escolar crítico voltado para
os direitos humanos, para que os alunos não naturalizam esses temas, mas que tenham
consciência e reflitam sobre eles. “Trata-se de realizar um movimento de forte alcance
pedagógico, de colocar-se na posição do outro e aceitar modificações na sua própria posição
tendo em vista a existência do outro” (PEREIRA ; SEFFNER , 2018 , p. 16).

Atualmente, faz-se necessário buscar novos recursos didáticos que deixem mais
atraente as aulas de história, para que não deixe as aulas “chatas”, é importante que o
professor não tenha preconceito e nem medo de usar as TIC , que sempre busque formação
“Não basta saber, é preciso saber fazer”
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continuada e que tente tirar o maior proveito possível de todas as ferramentas em sala de aula
e na escola . Afinal, não são só os alunos que estão ali para aprender, os professores também
aprendem com eles e para eles

Sendo assim, O professor de História antes de adotar quaisquer novas tecnologias em


sala de aula ou no seu trabalho educacional, precisa primeiramente, definir o que ensinar, por
que ensinar e como ensinar a História. E após isso, com uma sólida fundamentação teórica
para que suas práticas não se tornem meras repetições de conteúdos pouco atraentes para seus
alunos e a tecnologia não seja usada como muleta. (MOURA 2009)

Para Oliveira e Gonçalves (2013), O docente deve estar atento a aprendizagem da


turma, ele deve entender que tratar todos de forma homogênea é permitir a exclusão de
alunos, visto que o cenário atualmente é diversificado, já que temos vários alunos de classe
social, sexo e idade diferentes, além é claro com ritmos de aprendizagem diferentes. O
professor deve respeitar o tempo do aluno além de incentivar o aprendizado dos alunos.

Todo professor tem o dever de continuar sua jornada de aprendizagem após a


graduação. A formação continuada é importante pois ela traz adição de novos conhecimentos
para os professores. Sobre a importância da formação continuada podemos afirmar que:

[...] a formação de professores contempla um dos aspectos de maior


relevância no âmbito educacional, pois a democratização do saber passa
necessariamente pelo professor, e envolve a sua formação, sua valorização e suas
condições de trabalho. Para todo profissional a formação inicial, exclusivamente,
mostra-se insuficiente para o desempenho do seu trabalho com qualidade, frente às
novas exigências da sociedade contemporânea, tornando-se necessária a atualização
contínua para o atendimento às demandas do exercício profissional. ( JANZ, 2007,
p.04)

Sendo assim, todo professor deve ir atrás de sua formação continuada, de meios e
métodos que ajude a aprimorar seu trabalho e valorize seu currículo.

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REFERÊNCIAS
DELGADO, Lucilia de Almeida Neves; DE MORES FERREIRA, Marieta. História do tempo
presente e ensino de História. Revista História Hoje, v. 2, n. 4, p. 19-34, 2013.

Pereira, N. M., & Seffner, F. (2018). Ensino de História: passados vivos e educação em
questões sensíveis. Revista História Hoje, 7(13), 14-33.

Seffner, F. (2010). Saberes da docência, saberes da disciplina e muitos imprevistos:


atravessamentos no território do ensino de História. Barroso, Véra Lucia Maciel; Pereira,
Nilton Mullet; Bergamaschi, Maria Aparecida; Gedoz, Sirlei Teresinha; Padrós, Enrique Serra
(Org.). Ensino de história: desafios contemporâneas. Porto Alegre: EST, 2010. P. 213-229.

CERRI, L. F. Didática da História: uma leitura teórica sobre a História na prática. DOI:
10.5212/Rev.Hist.Reg.v.15i2.264278. Revista de História Regional, [S. l.], v. 15, n. 2, 2010.
Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2380. Acesso em: 27 jul.
2022.
Cainelli, M. (2012). A escrita da história e os conteúdos ensinados na disciplina de história
no ensino fundamental. Educação e Filosofia, Uberlândia, 26(51), 163-184.

PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi; KARNAL, Leandro. Por uma história
prazerosa e consequente. 2004.

JANZ, Liamara Aparecida Toniolo. Formação Continuada do Professor: uma experiência no


espaço escolar. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de
Educação, p. 1-20, 2007.

“Não basta saber, é preciso saber fazer”

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