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Eletrônica Linear II

Título Autoral: Eletrônica Digital II


1ª Edição / 2014
Vinícius Lopes
ELETRÔNICA LINEAR II

Autor

VINÍCIUS LOPES

1ª Edição

PROFISSIONET CURSOS LTDA.


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Rio de Janeiro
2014
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qualquer título.

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ESCOLA ELECTRA
ÍNDICE

1. Fundamentos de transistores...................................................................................................7
1.1 Estrutura.............................................................................................................................................7
1.2 Terminais ...........................................................................................................................................8
1.3 Classificações....................................................................................................................................9
1.4 Simbologia.........................................................................................................................................9
1.5 Funções ..............................................................................................................................................10
1.6 Funcionamento................................................................................................................................11
1.7 Correntes ...........................................................................................................................................16
1.8 Tensões ...............................................................................................................................................17
2.Configurações básicas............................................................................................ 21
2.1 Configuração base comum (BC)................................................................................................21
2.2 Configuração emissor comum (EC)..........................................................................................23
2.3 Configuração coletor comum (CC)............................................................................................24
2.4 Resumo geral das configurações...............................................................................................25
3. Ganhos de corrente............................................................................................... 27
3.1 Relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada....27
4. Regiões de operação............................................................................................. 33
4.1 Região ativa.......................................................................................................................................33
4.2 Região de corte................................................................................................................................33
4.3 Região de saturação.......................................................................................................................34
4.4 Região de ruptura...........................................................................................................................34
5. Reta de carga e ponto quiescente........................................................................ 37
5.1 Reta de carga ...................................................................................................................................37
5.2 Ponto quiescente (ou ponto de trabalho) .............................................................................44
6. Polarizações........................................................................................................... 52
6.1 Polarização base comum..............................................................................................................52
6.2 Polarização emissor comum.......................................................................................................56
6.3 Polarização coletor comum.........................................................................................................70
7. Transitor operando como chave........................................................................... 77
7.1 O dispositivo ....................................................................................................................................77
7.2 Funcionamento ...............................................................................................................................77
8. Amplificadores....................................................................................................... 85
8.1 Amplificação.....................................................................................................................................85
8.2 Funcionamento................................................................................................................................85
8.3 Associação de amplificadores.....................................................................................................89
8.4 Tipos de amplificadores ...............................................................................................................91
9. Classes de amplificadores de potência................................................................ 93
9.1 Amplificador classe A.....................................................................................................................93
9.2 Amplificador classe B.....................................................................................................................94
9.3 Amplificador classe B push-pull.................................................................................................95
9.4 Amplificador classe AB..................................................................................................................96
9.5 Amplificador classe C.....................................................................................................................96
01. Fundamentos
de transistores
O componente que veremos nesta unidade é comumente chamado de transistor, mas o seu nome
completo é: Transistor Bipolar (pois conduz nos dois sentidos) ou transistor de Junção (pois é feito pela
junção dos semicondutores Tipo N e Tipo P).

Foi desenvolvido em 23 de dezembro de 1947, pelos cientistas John Bardeen e Walter Brattain do
Centro de Pesquisas do Laboratório Bell Telephones nos Estados Unidos. Fig. 01 - Transistor


Na verdade a data da criação do transistor foi a data da apresentação oficial do transistor para o mundo, pois a
invenção e o desenvolvimento se deram um pouco antes.

Vantagens em relação à válvula

Válvula é o nome do componente eletrônico que marcou a indústria eletrônica e possibilitou a criação de aparelhos
como a televisão e o rádio. Aqui no Brasil, as televisões de tubo de imagem até os anos 80 ainda eram feitas à válvula e tinham
uma característica marcante de ter que esquentar para começar a funcionar.

O transistor veio substituir justamente esse componente, pois apresentava as seguintes vantagens em relação à válvula:

• Menor tamanho;
• Menor consumo;
• Maior durabilidade;
• Maior eficiência.

1.1 Estrutura
O transistor é composto por de três camadas semicondutoras de polaridades intercaladas, isto é, nas extremidades ele
é feito de uma polaridade e no meio ele apresenta a polaridade oposta, como mostram as figuras 2 e 3:

N P N

Fig. 02

P N P

Fig. 03

Os semicondutores podem apresentar carga Negativa ou Positiva e são chamados de Semicondutor Tipo N ou
Semicondutor Tipo P respectivamente, como vimos em Eletrônica Linear I.

7
1.2 Terminais
Cada um dos terminais do transistor recebe um nome de acordo com a função que exerce no componente.

Emissor

Pode ser definido como o terminal que emite portadores para a base. Este elemento possui duas principais características: a
primeira é ser fortemente dopado, isto é, apresenta muitos portadores; a segunda é ser maior do que a base e menor do que o coletor.

Dopar significa inserir átomos de um elemento químico diferente da substância a fim de aumentar sua condutividade
elétrica, então quando dizemos que ele está fortemente dopado, significa que ele é um ótimo condutor.
Já os portadores, são os elementos responsáveis por formar a corrente elétrica dentro do semicondutor, no caso
do semicondutor tipo N os portadores são os Elétrons (que apresentam carga negativa) e no caso do Semicondutor Tipo P os
portadores são as Lacunas (que apresentam carga positiva).

A figura 04 ilustra o emissor:

Fig. 04

Lembre-se que em um determinado tipo de semicondutor (N ou P) também existem portadores de polaridade


Fig. 04
oposta, mas em menor quantidade.

Coletor

O coletor é o terminal que coleta os portadores vindos da base. Este elemento possui duas principais características:
a primeira é que o terminal coletor é fracamente dopado, ou seja, apresenta poucos portadores; a segunda, é que o coletor é o
maior dos terminais do transistor.

Fig. 05

Base

A base é o terminal central do transistor que interliga o coletor e o emissor. Possui duas principais características, a
primeira é apresentar uma dopagem intermediária aos outros terminais, já a segunda características da base, é a de ser muito
fina para que os portadores possam atravessá-la.

Possui como função controlar a corrente que passa pelo transistor. Este cotrole ocorre através da tensão aplicada à base.

Fig. 06

8
Associando os nomes a cada um de seus respectivos terminais, teremos:

Emissor Coletor
N P N

Base
Fig. 07

Emissor Coletor
P N P

Base
Fig. 08

1.3 Classificações
Os transistores podem ser classificados de várias formas. Mas, geralmente, são classificados quanto:

• À potência consumida (Baixa, Média ou Alta potência);


• À frequência de operação (Baixa, Média ou Alta Frequência);
• À polaridade;
• À aplicação.

A principal classificação é quanto à polaridade. Essa classificação é feita de acordo com a ordem interna da polaridade
das suas camadas (ou terminais), como vimos anteriormente. O nome de cada tipo de classificação corresponde à sequência de
letras associadas a cada polaridade, na ordem em que estão dentro do componente.

Então os transistores podem ser classificados como:

NPN e PNP

Todas as outras classificações possíveis dos transistores (quanto à potência, quanto à frequência, quanto à aplicação,
etc.) também são subclassificadas quanto à polaridade e, consequentemente, vão apresentar a mesma simbologia.

1.4 Simbologia
Na simbologia do transistor a base corresponde ao terminal do meio, por ser o terminal central na estrutura do componente.

O emissor é indicado por uma seta, lembrando a simbologia do diodo. Assim como no diodo, a ponta da seta indica a
parte negativa.

Já o coletor, é simplesmente o terminal do extremo oposto ao emissor.

B – Base
C – Coletor
E – Emissor

Fig. 09

9
Para lembrar a simbologia de cada tipo, o aluno pode aproveitar as letras dos nomes das classificações e fazer uma
associação com as palavras Penetra e Não Penetra. Isso é possível, porque no transistor PNP a seta PeNetra, já no transistor e na
simbologia do transistor NPN, a seta Não Penetra. As letras em negrito são as duas primeiras letras do nome da classificação.

1.5 Funções
A função básica do transistor é controlar a intensidade da corrente elétrica que passa pelo circuito, mas em consequência
disso, podemos atribuir a ele duas aplicações básicas consideradas suas duas principais funções, que são: Chavear (Fig. 10) e
Amplificar (Fig. 11).

Fig. 10 Fig. 11

Amplificar significa fornecer energia ao sinal, conforme mostrado nas figuras a seguir:

Sinal antes de ser amplificado:

E
(V)

t (s)

Fig. 12
Sinal Amplificado:

E
(V)

t
(s)

Fig. 13

É isto que fazem os amplificadores de som utilizados em festas e eventos. A energia do sinal que sai do aparelho de
som é baixa. Por este motivo, necessitamos dos circuitos amplificadores para aumentar a energia do som para que ele possa ser
perfeitamente ouvido por toda a área desejada. Se o som não for amplificado, não é possível ouvi-lo em um ambiente grande e
com muitas pessoas. O transistor é o principal componente desse tipo de equipamento.

A outra função que o transistor realiza é a de chavear, ou seja, ligar e desligar, deixar passar corrente ou interromper a
sua passagem. Funciona como se fosse um interruptor de luz ou uma chave liga-desliga, com a diferença de que esses elementos
são acionados mecanicamente. Já o transistor, é acionado eletricamente, isto é, aplicamos uma tensão à base e o transistor deixa
passar corrente, retiramos essa tensão e ele impede a passagem de corrente.

10
1.6 Funcionamento
O controle da intensidade da corrente elétrica que circula pelo circuito é feito através do controle da tensão aplicado à
base do transistor, mas para entender melhor como isso ocorre, vamos analisar as polarizações possíveis nos terminais do transistor.

1.6.1 Transistor NPN
1º Polarização

Vamos inserir uma fonte de alimentação entre os terminais Base e Emissor, polarizando-os diretamente. Chamaremos
essa tensão de Vbe (Tensão entre Base e Emissor).

Fig. 14

Nesta situação, a junção Base e Emissor está polarizada diretamente e vai se comportar como um diodo polarizado
diretamente, deixando passar corrente do emissor para a base.

Fig. 15

As setas em destaque indicam o sentido da corrente.

2º Polarização

Agora, vamos inserir uma fonte de alimentação na outra junção do transistor, a junção Base e Coletor e polarizá-la
inversamente. Chamaremos essa tensão de Vcb (Tensão entre Coletor e Base).

Fig. 16

11
Nesta configuração, o transistor estará polarizado inversamente e não haverá corrente devido aos portadores
majoritários (portadores que estão em maior quantidade dentro do semicondutor).

Não existe semicondutor que possua somente um tipo de carga. Todos eles possuem também portadores de
polaridade oposta à polaridade da maioria, esses portadores são chamados de minoritário e são as lacunas no semicondutor
Tipo N e são os elétrons no semicondutor Tipo P.

Então, na verdade, nós temos a representação de acordo com figura 17:

Fig. 17

Observe os portadores minoritários na parte inferior do transistor, eles estão polarizados diretamente em relação à
fonte, então, consequentemente, teremos um fluxo de corrente muito baixo da Base para o Coletor devido a esses portadores.

Fig. 18

Então, se colocarmos em um único circuito as duas fontes de alimentação apresentadas anteriormente, teremos o
seguinte (Fig. 19):

Fig. 19

12
Quando nós tínhamos somente o emissor polarizado, os elétrons da fonte Vbe eram atraídos exclusivamente pelo
positivo (+) dela mesma. (Fig. 20)

Fig. 20

Agora, na presença de outra fonte (Vcb), eles são atraídos também pelo positivo. Repare que ao mesmo tempo em
que isso ocorre, o negativo (-) da fonte Vcb é ligado à base. (Fig. 20)

O resultado disso é que o negativo de Vcb irá dificultar a passagem de corrente saindo da base em direção ao positivo
de Vbe, pois cargas com mesma polaridade se repelem e, consequentemente, a corrente que sai da base será menor do que era
na ausência de Vcb. (Fig. 21)

Fig. 21

Observe que a corrente que sai da base é menor do que a corrente que saía dela na figura anterior. (Fig. 21)

Em compensação o positivo de Vcb vai atrair com mais intensidade para ele a corrente do Emissor. Então, ao invés
da corrente que entra pelo emissor sair toda pela base, a grande maioria vai passar através dela e sair pelo coletor e apenas um
pouco sairá pela base. (Fig. 22)

Fig. 22

Observe que a corrente que passa pelo coletor é menor do que aquela que circula pelo emissor. Isto porque a corrente
do emissor se divide um pouco para a base e o resto para o coletor. (Fig. 22)

A intensidade da corrente que circula pelo transistor pode ser controlada pelos potenciais das fontes ligadas a ele.

13
1.6.2 Transistor PNP
O que acabamos de ver foi o princípio de funcionamento do transistor NPN. Agora, aprenderemos o funcionamento do
transistor PNP e veremos que trata-se exatamente do mesmo princípio, modificando apenas as polaridades das fontes de alimentação.

1º Polarização

Vamos inserir uma fonte de alimentação entre os terminais Base e Emissor (Vbe) do transistor polarizando-os
diretamente. (Fig. 23)

Fig. 23

Nesta situação, a junção Base e Emissor está polarizada diretamente e vai se comportar como um diodo polarizado
diretamente, deixando passar corrente da Base para o Emissor. (Fig. 24)

Fig. 24

2º Polarização

Vamos inserir uma fonte de alimentação na outra junção do transistor, ou seja, na junção Base e Coletor, polarizando-a
inversamente. Chamaremos essa tensão de Vcb (Tensão entre Coletor e Base). Fig. 25

Fig. 25

14
Nesta configuração o transistor estará polarizado inversamente e não haverá corrente devido aos portadores majoritários
(portadores que estão em maior quantidade dentro do semicondutor), porém, como os semicondutores possuem também portadores
minoritários (polaridade oposta à polaridade da maioria), então, na verdade, nós teremos a seguinte figura 26:

Fig. 26

Observe os portadores minoritários na parte inferior do transistor, eles estão polarizados diretamente em relação à fonte,
então, consequentemente, teremos um fluxo de corrente muito baixo do Coletor para a Base devido a esses portadores. (Fig. 27)

Fig. 27
Então, se ligarmos ao mesmo tempo em um único circuito as duas fontes de alimentação apresentadas nas outras
configurações, teremos:

Fig. 28

Quando nós tínhamos somente o emissor polarizado, os elétrons da fonte Vbe eram atraídos exclusivamente pelo
positivo dela mesma, como mostrado na figura 29:

Fig. 29

15
Agora, na presença de outra fonte (Vcb) eles são atraídos também pelo positivo dessa nova fonte, então, a corrente
de sai do negativo de Vbe é dividida entre a base e o positivo de Vcb. (Fig. 30)

Fig. 30

Repare que ao mesmo tempo em que isso ocorre, o negativo da fonte Vcb é ligado ao coletor. O resultado disso é que o positivo
de Vcb irá atrair a corrente vinda do negativo de Vbe e a corrente que sai do negativo de Vcb será atraída pelo positivo de Vbe. (Fig. 31)

Fig. 31

Observe que no transistor PNP as correntes entram pela base e pelo coletor, se juntam e saem somadas no emissor
(Fig. 31), enquanto que no transistor NPN a corrente entra pelo emissor e se divide para a base e para o coletor.

1.6.3 Conclusão
Se fizermos uma análise mais detalhada em ambos os tipos de transistores (NPN E PNP), veremos que se aumentarmos a
corrente da base, aumentaremos também a corrente de coletor e, consequentemente, se diminuirmos a corrente da base diminuiremos
a corrente do coletor, logo podemos concluir que: a corrente que circula pelo transistor pode ser controlada pela corrente da Base.

1.7 Correntes
De acordo com o que foi explicado, podemos dizer que a corrente total que circula pelo circuito corresponde à corrente
do emissor e, esta por sua vez, se divide entre base e coletor.

Fig. 32

16
Logo, podemos equacioná-las da seguinte forma (equação 1):

Ie = Ic + Ib

Ie = Corrente do Emissor
Ic = Corrente do Coletor
Ib = Corrente da Base

Por exemplo, vamos supor que a corrente que passe pelo coletor seja de 100mA e que a corrente que passe pela Base
seja de 10mA, qual será a corrente do emissor?

Em eletricidade a letra m seguida do número representa o prefixo métrico mili, que significa que estamos dividindo
o número por 1000. Então, nesse caso, teríamos 100mA = 100/1000 A = 0,1A. Já a letra A, é a abreviação de Ampère, que é a
unidade de medida de intensidade de corrente elétrica.

Para relembramos esses detalhes, vejamos a tabela a baixo:

Grandeza Símbolo Unidade Símbolo


Intensidade de Corrente i Ampère A
Tensão v ou E Volt V
Resistência Elétrica R Ohm Ώ
Tabela 1

Voltando ao exemplo, temos: corrente da base (Ib) = 10mA e corrente do coletor (Ic) = 100mA. Vamos equacionar,
substituir os valores e em seguida fazer os cálculos para achar o resultado.

A equação é: Ie = Ic + Ib, substituindo os valores temos: Ie = 100m + 10m, logo Ie será igual a 110mA.

Agora faremos um segundo exemplo utilizando a mesma equação, só que não temos a corrente de coletor.

Dispomos da corrente de Base que é de 20mA e da corrente do Emissor que é de a 220mA, qual é a corrente do coletor?

Para descobrir, vamos proceder da mesma maneira que no exemplo anterior:

A equação é Ie = Ic + Ib, como neste caso não temos Ic, vamos isolá-lo em um dos lados da igualdade passando a
corrente da base para o outro lado.

Como a corrente da base estava somando, ela passa para o outro lado subtraindo:

Ie – Ib = Ic

Substituindo os valores, teremos 220m – 20m = Ic

Logo, Ic = 200mA

Para determinarmos a corrente da base, procederemos da mesma forma que procedemos para calcular a corrente do
coletor, só que ao invés de isolar Ic, iremos isolar Ib. Por exemplo: Ie = 250mA e Ic = 200mA, qual será o valor de Ie?

Ie = Ic + Ib

Ie – Ic = Ib

Substituindo os valores:

250m – 200m = Ib

Logo, Ib = 50mA.

1.8 Tensões
Os transistores possuem três tensões diferentes sobre eles, que são aplicadas entre os seus terminais. A nomenclatura
dessas tensões depende da polaridade do transistor e dos terminais envolvidos.

17
Para o Transistor NPN, a nomenclatura é:

Vce = Tensão entre Coletor e Emissor.


Vbe = Tensão entre Base e Emissor.
Vcb = Tensão entre Coletor e Base.

A figura 33 ilustra onde estão essas tensões:

Fig. 33
Para o Transistor PNP a nomenclatura é praticamente a mesma, a única diferença está na ordem das letras que indicam
os terminais. Essa modificação é mais uma questão de convenção conceitual para indicar a diferença de polaridades de um
transistor para o outro.

Vec = Tensão entre Emissor e Coletor.


Veb = Tensão entre Emissor e Base.
Vbc = Tensão entre Base e Coletor.

A figura 34 ilustra onde estão essas tensões:

Fig. 34

1) Assinale a alternativa que não está associada ao Terminal Emissor.

a) É o terminal que mais emite portadores.


b) Internamente ele Não o maior nem o menor terminal do Transistor.
c) Tem a maior corrente que passa pelo transistor.
d) É o terminal que apresenta uma dopagem intermediaria aos outros terminais.

2) Assinale a alternativa que não está associada ao Terminal Coletor.

a) É o terminal que mais coleta portadores.


b) Internamente ele é o maior dos terminais do transistor.
c) A corrente que passa por ele não é a maior nem a menor corrente que passa pelo Transistor.
d) É o terminal mais fortemente dopado.

3) Assinale a alternativa que não está associada ao Terminal Base.

a) É o terminal central do transistor.


b) Internamente é o terminal mais fino.
c) Tem a menor corrente que passa pelo transistor.
d) É o terminal mais fracamente dopado.

18
4) Desenhe a simbologia correspondente à cada tipo de transistor e identifique seus terminais.

a) NPN b) PNP

5) Assinale a alternativa que corresponde às funções do transistor.

a) Amplificar e chavear.
b) Amplificar e oscilar.
c) Oscilar e chavear.
d) Retificar e oscilar.

6) Assinale a alternativa que corresponde à definição de amplificar.

a) Chavear o sinal.
b) Aumentar a energia do sinal.
c) Manter a energia do sinal.
d) Aumentar a frequência do sinal.

7) Assinale a opção que corresponde a um circuito cujo o principal componente é o transistor.

a) Oscilador
b) Retificador
c) Fonte de Alimentação
d) Amplificador

8) Assinale a alternativa que corresponde às polarizações adequadas para que o transistor opere normalmente.

a) Emissor polarizado diretamente , coletor polarizado diretamente.


b) Emissor polarizado diretamente , coletor polarizado inversamente.
c) Emissor polarizado inversamente , coletor polarizado diretamente.
d) Emissor polarizado inversamente , coletor polarizado inversamente.

9) Correlacione:

A) Ib
B) Ic
C) Ie
D) Vcb
E) Vbe
F) Vce

( ) Tensão entre Coletor e Emissor


( ) Tensão entre Coletor e Base
( ) Tensão entre Base e Emissor
( ) Corrente de Coletor
( ) Corrente de Base
( ) Corrente de Emissor

19
10) Coloque V para Verdadeiro e F para Falso

( ) Emissor é o terminal que mais emite portadores.


( ) Emissor é o terminal que mais coleta os portadores.
( ) Emissor é o terminal central do transistor.
( ) Base é o terminal que apresenta uma dopagem intermediaria aos outros terminais.
( ) Coletor é o terminal mais fracamente dopado.
( ) Emissor é o terminal mais fortemente dopado.
( ) Internamente a Base é o maior dos terminais do transistor.
( ) Internamente o Emissor é não é o maior, mas também não é o menor dos Terminais.
( ) Internamente o Coletor é o terminal mais fino.
( ) A corrente da Base não é a maior corrente nem a menor corrente do Transistor.
( ) A corrente da Base é a menor corrente do transistor.

11) Determine a corrente do Emissor.

Dados: Ic = 100mA , Ib = 1mA

a) 101 mA
b) 99mA
c) 10mA
d) 1000mA

12) Determine a corrente do Coletor.

Dados: Ie = 100mA , Ib = 1mA

a) 101 mA
b) 99mA
c) 10mA
d) 1000mA

13) Determine a corrente da Base.

Dados: Ie = 100mA , Ic = 90mA

a) 101 mA
b) 99mA
c) 10mA
d) 1000mA

20
02. Configurações básicas
Existem três formas básicas de ligarmos o transistor ao circuito para que ele funcione normalmente
e realize sua função. Essas formas são chamadas de configurações básicas e são as seguintes:

• Base Comum;
• Emissor Comum;
• Coletor Comum.

Observe que todas as configurações recebem o nome de “Comum”, esse termo é utilizado porque
um dos terminais do transistor está ligado à entrada e à saída do circuito, ou seja, ele é comum aos dois. Por
este motivo, o nome desse terminal, que é comum, é especificado no nome da configuração.

Cada uma dessas configurações possui suas características próprias de funcionamento, suas
vantagens, desvantagens e, consequentemente, suas aplicações.
Fig. 35 -
Nesta unidade estudaremos as características de cada uma dessas configurações. Transistor

2.1 Configuração base comum (BC)


Configuração Base Comum é aquela em que a base é comum à entrada e à saída. Nesta configuração o Emissor é o
terminal de entrada e o Coletor é o terminal de saída, independente da polaridade do transistor.

Configuração Base Comum para o Transistor NPN (Fig. 36):


Fig. 36

A linha horizontal ligada à base do transistor representa a ligação entre a entrada e a saída do circuito. Por enquanto
estamos representando a configuração sem o circuito, porém, mais adiante representaremos o circuito completo. Neste
momento, basta entender que:

• a entrada do circuito está do lado direito;


• a saída do lado esquerdo;
• essa linha horizontal é a ligação da entrada e da saída.

Configuração Base Comum para o Transistor PNP (Fig. 37):

Fig. 37

21
Vejamos os gráficos dessa configuração:

Cada uma das configurações possui uma entrada e uma saída. Consequentemente, cada uma delas terá dois gráficos
(um para a entrada e outro para a saída).

Como sabemos, gráficos são elementos visuais que expressam a relação, ou especificamente, o comportamento de um
elemento em função do outro. Nesta parte veremos como a corrente varia em função da tensão.

Como mencionado, veremos apenas os gráficos de entrada e saída. Veremos no gráfico de entrada como a corrente de
entrada varia em função da tensão de entrada e, no gráfico de saída, como a corrente de saída varia em função da tensão de saída.

Gráfico de entrada da Configuração Base Comum

Como nesta configuração a junção Base – Emissor está polarizada diretamente, ela vai agir como se fosse um diodo
polarizado diretamente.

Diodo foi o primeiro componente semicondutor desenvolvido. Sua função básica é deixar passar corrente elétrica em
um só sentido quando ele for polarizado diretamente e, impedir a passagem da corrente quando for polarizado inversamente.

Sendo assim, até a tensão Vbe atingir o valor da barreira de potencial (Vγ), que é de 0,7V para os semicondutores de
Silício (Si) e de 0,3 para os semicondutores de germânio (Ge), a corrente do emissor será praticamente nula. Ao atingir esse valor,
a corrente dará um salto deixando passar facilmente a corrente, como mostrado no gráfico (Fig. 38).
Ie

Vbe

Fig. 38

Gráfico de saída da Configuração Base Comum

Nesta configuração, a corrente de saída aumenta muito para pequenas variações da tensão entre Coletor e a Base até
atingir um certo valor. Atingido esse certo valor, a corrente passa a ser praticamente constante e, por mais que a tensão entre
coletor e a base varie, a corrente de coletor varia pouco.

O gráfico torna-se quase horizontal e, a partir daí, torna-se quase paralelo ao eixo de Vcb. (Fig. 39)

Ic

Vcb

Fig. 39

22
2.2 Configuração emissor comum (EC)
Configuração Emissor Comum é aquela em que o Emissor é comum à entrada e à saída. Esta é a configuração mais
importante da eletrônica, pois é a mais usada.

Nesta configuração a base é o terminal de entrada e o coletor é o terminal de saída, independente da polaridade do transistor.

Configuração Emissor Comum para o Transistor NPN (Fig. 40).

Fig. 40

Configuração Emissor Comum para o Transistor PNP (Fig 41).

Fig. 41

Gráfico de entrada da Configuração Emissor Comum

Na configuração Emissor Comum, novamente a junção de entrada comporta-se como um diodo polarizado diretamente,
exatamente como ocorreu na configuração Base Comum.
Ib

Vbe

Fig. 42

Gráfico de saída da Configuração Emissor Comum

A saída dessa configuração comporta-se também de forma semelhante à saída da configuração Base Comum, ou
seja, para pequenas variações iniciais da tensão de saída (Vce), ocorre grandes variações da corrente de saída até atingir um
determinado valor e quando ela se estabiliza, permanece praticamente constante. (Fig 43)
Ic

Vce

Fig. 43

23
2.3 Configuração coletor comum (CC)
Configuração Coletor Comum é aquela em que coletor é comum à entrada e à saída. Nesta configuração a base é o
terminal de entrada e o emissor é o terminal de saída independente da polaridade do transistor.

Configuração Coletor Comum para o Transistor NPN (Fig. 44).

Fig. 44

Configuração Coletor Comum para o Transistor PNP (Fig. 45).

Fig. 45

Gráfico de entrada da Configuração Coletor Comum

Os gráficos dessa configuração assemelham-se totalmente aos gráficos anteriores, a única diferença é que agora a
corrente do emissor, que é a corrente de saída, será praticamente igual à corrente do coletor. (Fig. 46)
Ib

Vcb

Fig. 46

Gráfico de saída da Configuração Coletor Comum

Ie

Vce

Fig. 47

24
2.4 Resumo geral das configurações

Tensões
Configuração Entrada Saída
Base Comum Vbe Vbc
Emissor Comum Vbe Vce
Coletor Comum Vbc Vce

Tabela 2

Correntes

Configuração Entrada Saída


Base Comum Ie Ic
Emissor Comum Ib Ic
Coletor Comum Ib Ie

Tabela 3

1) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cuja a Base está ligada à entrada e à saída ao mesmo tempo.

a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.

2) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo Coletor está ligado à entrada e à saída ao mesmo tempo.

a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.

3) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo Emissor está ligado à entrada e à saída ao mesmo tempo.

a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.

4) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo o terminal de entrada é o Emissor e o terminal de saída é o Coletor.

a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.

5) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo o terminal de entrada é a Base e o terminal de saída é o Coletor.

a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.

25
6) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo o terminal de entrada é a Base e o terminal de saída é o Emissor.

a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.

7) Assinale a alternativa correspondente à configuração Base Comum.

a) O Coletor está ligado à entrada do circuito e o Emissor está ligado à saída.


b) O Emissor está ligado à entrada do circuito e o Coletor está ligado à saída.
c) A Base está ligada à entrada do circuito e o Coletor está ligado à saída.
d) A Base está ligada à entrada do circuito e o Emissor está ligado à saída.

8) Assinale a alternativa correspondente à configuração Emissor Comum.

a) O Coletor está ligado à entrada do circuito e o Emissor está ligado a saída.


b) O Emissor está ligado à entrada do circuito e o Coletor está ligado a saída.
c) A Base está ligada à entrada do circuito e o Coletor está ligado a saída.
d) A Base está ligada à entrada do circuito e o Emissor está ligado a saída.

9) Assinale a alternativa correspondente à configuração Coletor Comum.

a) O Coletor está ligado à entrada do circuito e o Emissor está ligado à saída.


b) O Emissor está ligado à entrada do circuito e o Coletor está ligado à saída.
c) A Base está ligada à entrada do circuito e o Coletor está ligado à saída.
d) A Base está ligada à entrada do circuito e o Emissor está ligado à saída.

10) Correlacione:

A) Base Comum
B) Emissor Comum
C) Coletor Comum

( ) A tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de saída.


( ) A tensão entre Base e Emissor e a tensão entre Coletor e Emissor correspondem,
respectivamente, às tensões de entrada e saída.
( ) A tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) A corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.
( ) A corrente de Base e a corrente de Coletor correspondem, respectivamente, às
correntes de entrada e de saída.
( ) A corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.

11) Coloque V para Verdadeiro ou F para Falso:

( ) Na configuração Base Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) Na configuração Emissor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) Na configuração Coletor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) Na configuração Base Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de saída.
( ) Na configuração Emissor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à de saída.
( ) Na configuração Coletor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à de saída.
( ) Na configuração Base Comum, a corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.
( ) Na configuração Emissor Comum, a corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.
( ) Na configuração Coletor Comum, a corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.
( ) Na configuração Base Comum, a Corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.
( ) Na configuração Emissor Comum, a Corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.
( ) Na configuração Coletor Comum, a Corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.

26
03. Ganhos de corrente
3.1 Relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada
Tecnicamente, ganho significa a relação entre a variação da Grandeza de saída pela variação da
Grandeza de entrada, então, ganho de corrente será a relação entre a variação da corrente de saída pela
variação da corrente de entrada.

Como vimos, para cada configuração um terminal será a entrada e outro a saída. Para relembrar, Fig. 48 -
vejamos a tabela 4: Corrente elétrica

Configuração Entrada Saída


Base Comum Emissor Coletor
Coletor Comum Base Emissor
Emissor Comum Base Coletor
Tabela 4

Então, consequentemente, para cada uma das configurações haverá um ganho de corrente específico.

3.1.1 Ganho de corrente em base comum


Como todo ganho de corrente, o ganho de corrente em Base Comum é definido como a relação entre a variação da
corrente de saída pela variação da corrente de entrada. Sendo que, de acordo com a tabela 4, nesta configuração a corrente de
saída é a corrente do coletor e a corrente de entrada é a corrente do emissor, desta forma, teremos o ganho de corrente em Base
Comum expresso algebricamente como:

Equação 3.1

α = ΔIc
ΔIe

Onde:

α (Letra Grega Alfa) = Ganho de Corrente em Base Comum


Δ (Letra Grega Delta) = Variação
ΔIc = Variação da corrente de Coletor
ΔIe = Variação da corrente de Emissor
Como as variações das correntes de emissor e coletor são muito pequenas, podemos considerá-las invariáveis e
reescrever a equação como:

Equação 3.2

α = Ic
Ie

Observe que estamos dividindo duas grandezas iguais (as duas são correntes) e ambas são medidas em Ampère, logo,
iremos cancelar o Ampère de cima com o de baixo e o Alfa ficará sem unidade.

Elementos sem unidades são chamados de adimensionais, pois não são a medida de uma grandeza e sim a relação entre elas.

OBS: Na maioria dos transistores o α (ganho de corrente em Base Comum) está entre 0,9 e 0,998.

Exemplo: Qual será o Alfa para um transistor cuja corrente de emissor vale 20mA e a corrente de Coletor vale 19mA?

27
Aplicando a fórmula teremos:

α = Ic
Ie

Substituindo os valores:

α = 19m
20m

Cortando o prefixo mili de cima com o de baixo:

α = 19
20

O que dará:

α = 0,95

3.1.2 Ganho de corrente em emissor comum


O ganho de corrente em Emissor Comum é definido como a relação entre a variação da corrente do coletor pela
corrente da base.

Equação 3.3

β = ΔIc
ΔIb

β (Letra Grega Beta) = Ganho de Corrente em Emissor Comum


ΔIc = Variação da Corrente do Coletor
ΔIb = Variação da Corrente da Base

Assim como ocorre com o ganho em Base comum, as variações das correntes de coletor e Base são muito pequenas,
então, podemos considerá-las invariáveis e reescrever a equação como:

Equação 3.4

β = Ic
Ib

β (Letra Grega Beta) = Ganho de Corrente em Emissor Comum


Ic = Corrente do Coletor
Ib = Corrente da Base

O ganho de corrente em Emissor Comum também pode ser representado como hfe, a sigla em inglês de Forward
Currente Transfer Ratio, que significa razão de transferência de transmissão de corrente.

Lembre-se:

• assim como acontece com α, o β também é adimensional, ou seja não tem unidade;

• na maioria dos casos o valor de β varia entre 50 e 900.

Exemplo: Qual será o Beta (β) para um transistor cuja corrente de Coletor vale 200mA e a corrente de Base vale 4mA?

Aplicando a fórmula teremos:

β = Ic
Ib

28
Substituindo os valores:

β = 200m
4m

Cortando o prefixo mili de cima com o de baixo:

β = 200
4

O que dará:

β = 50

Relação entre ganho de corrente em base comum com ganho de corrente em emissor comum

Das definições de Alfa e Beta, temos:

α = Ic , β = Ic
Ie Ib

Podemos reescrever as duas equações isolando o termo Ic, então na equação de alfa Ie está dividindo e passará para
o outro lado da igualdade multiplicando Alfa.

α x Ie = Ic , α . Ie = Ic

Da mesma forma, na equação de Beta podemos isolar o termo Ic, então Ib que está dividindo, passará para o outro
lado da igualdade multiplicando.

β x Ib = Ic , β . Ib = Ic

Observe que na primeira equação Ic = α . Ie e na segunda equação Ic = β . Ib, então podemos igualar α . Ie à β . Ib,
pois os dois termos são iguais a Ic.

α . Ie = β . Ib

Da equação das correntes em um transistor temos:

Ie = Ic + Ib

Substituindo essa equação pela anterior, teremos:

α . Ie = β . Ib g α . (Ic +Ib) = β . Ib

Usando a propriedade distributiva, multiplicando alfa por Ic e por Ib, teremos:

α . Ic + α . Ib = β . Ib

Dividindo todos os termo por Ib, teremos:

α . Ic + α . Ib = β . Ib
Ib Ib Ib

No primeiro termo ficaremos com Ic/Ib, que corresponde à Beta e, nos demais termos, cancelaremos o Ib de cima
com o de baixo.

Equação 3.5

α.β+α=β

Esta é a equação que relaciona Alfa com Beta e, se for preciso, podemos isolar uma das variáveis (alfa ou beta) para
achar a outra, mas lembre-se de que, na verdade, só há uma equação “original” (Equação 3.5), pois as outras duas que iremos
mostrar são formas de reescrevermos essa equação.

29
Vamos começar. Colocando alfa em evidência, ficaremos com:

α . β + α = β g α . (β + 1) = β

Passando o termo (β + 1) para o outro lado da igualdade, isolamos alfa. Como este termo está multiplicando, ele
passará para o outro lado dividindo. Desta forma, ficaremos com:

Equação 3.6

α= β
β +1

Faremos agora o mesmo procedimento para isolar o Beta. Primeiro passaremos todos os termos que contêm Beta para
um lado só da igualdade.

α.β+α=βgα=β-α.β

Colocando beta em evidência, ficaremos com:

α = β (1- α)

Passando o termo (1- α) para o outro lado teremos a equação que fornece o valor de Beta em função de alfa. O termo
(1- α) que está multiplicando, passará para o outro lado dividindo.

Equação 3.7

β= α
1-α

Exemplo 1: no manual de um transistor veio a especificação de que β vale 50. Determine o valor de Alfa.

Para isso, vamos utilizar a segunda equação deduzida:

α= β
β +1

Substituindo o valor de Beta:

α = 50 = 50 = 0,98
50 +1 51

Exemplo 2: determine agora o valor de Beta sendo o alfa igual a 0,99.

Utilizaremos agora a terceira equação deduzida:

β= α
1-α

Substituindo o valor de Alfa:

β = 0,99 . = 0,99 = 99
1 – 0,99 0,01

1) Assinale a alternativa correspondente à definição de ganho.

a) Relação entre a variação de saída pela variação de entrada.


b) Variação da relação de saída pela relação de entrada.
c) Relação entre a variação de entrada pela variação de saída .
d) Variação da relação de entrada pela relação de saída.

30
2) Assinale a alternativa correspondente à definição de ganho de corrente.

a) Relação entre a variação da corrente de entrada pela variação da corrente de saída.


b) Relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada.
c) Relação entre a variação do ganho de saída pela variação do ganho de entrada.
d) Relação entre a variação do ganho de entrada pela variação do ganho de saída.

3) Assinale a alternativa que não está associada ao ganho de corrente.

a) Está associado à capacidade de amplificação do circuito.


b) Pode variar dependendo do circuito e da aplicação do transistor.
c) Indica quantas vezes a corrente de saída é maior do que a corrente de entrada.
d) Indica quantas vezes o ganho de saída é maior do que o ganho de entrada.

4) Assinale a alternativa que corresponde à definição de Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).

a) É a relação entre a corrente do Coletor pela corrente da Base.


b) É a relação entre a corrente do Coletor pela corrente do Emissor.
c) É a relação entre a corrente da Base pela corrente do Coletor.
d) É a relação entre a corrente do Emissor pela corrente do Coletor.

5) Assinale a alternativa que corresponde à definição de Beta (Ganho de Corrente em Emissor Comum).

a) É a relação entre a corrente do Coletor pela corrente da Base.


b) É a relação entre a corrente do Coletor pela corrente do Emissor.
c) É a relação entre a corrente da Base pela corrente do Coletor.
d) É a relação entre a corrente do Emissor pela corrente do Coletor.

6) Determine o Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).

Dados: Ie = 220mA , Ic = 200mA

a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9

7) Determine o Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).

Dados: Ie = 100mA , Ic = 80mA

a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9

8) Determine o Beta (Ganho de Corrente em Emissor Comum).

Dados: Ic = 200mA , Ib = 20mA

a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9

9) Determine o Beta (Ganho de Corrente em Emissor Comum).

Dados:Ic = 2000mA , Ib = 20mA

a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9

31
10) Determine o Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).

Dados: β = 10

a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19

11) Determine o Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).

Dados: β = 50

a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19

12) Determine o Beta (Ganho de Corrente em Emissor Comum).

Dados: α = 0,9

a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19

13) Determine o Beta (Ganho de Corrente em Emissor Comum).

Dados: α = 0,95

a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19

32
04. Regiões de operação
Ao todo, o transistor possui 4 regiões. Em três destas regiões o transistor pode funcionar normalmente sem que haja
risco algum à ele. Na quarta região, chamada de região de ruptura, o transistor nunca deve operar pois isso pode implicar em danos
irreversíveis à sua estrutura, podendo até queimar. Essas regiões são definidas pelas tensões e correntes aplicadas sobre o componente.

Nesta unidade estudaremos cada uma dessas regiões afim de compreender melhor suas características e aplicações.

4.1 Região ativa


É a região em que a junção Base-Emissor está polarizada diretamente e a junção Base-Coletor está polarizada
inversamente. É nessa região que o transistor deve estar para funcionar como um amplificador de sinais.

O gráfico (Fig. 49) mostra a relação entre a corrente do coletor (Ic) em função da tensão entre coletor e emissor (Vce),
a região ativa é a região principal do gráfico.

No gráfico (Fig. 49) a região ativa corresponde à região mais escura.


Ic

Região Ativa

Vce

Fig. 49

4.2 Região de corte


Na região de corte, a corrente aplicada à base e as tensões aplicadas ao transistor são tão pequenas que não são
suficientes para produzir uma corrente no coletor. Na verdade, pode até haver uma corrente no coletor, mas essa corrente será
tão pequena que pode ser totalmente desprezada. Em uma linguagem mais simples, é como se o transistor estivesse desligado
do circuito e não passasse corrente nenhuma por ele.

Nessa região o transistor opera como se fosse uma chave aberta.

O gráfico a seguir (Fig. 50), mostra a relação entre a corrente do coletor (Ic) em função da tensão entre coletor e
emissor (Vce). A região de corte é aquela região cuja corrente é tão baixa que fica muito próximo ao eixo horizontal do gráfico.
No gráfico, a região de corte corresponde à região mais escura.

Fig. 50

33
4.3 Região de saturação
É a região em que os terminais coletor e emissor estão polarizados diretamente. Nesta situação o transistor comporta-
se como se fosse dois diodos polarizados diretamente.

Saturação significa cheio, em excesso. Esse termo foi escolhido para denominar essa região do transistor porque na
região de saturação a corrente que passa pelo transistor é máxima, ou seja, o transistor está cheio, com excesso de corrente.

Circuito com diodos equivalente ao Transistor NPN Saturado (Fig. 51):

Fig. 51

Circuito com diodos equivalente ao Transistor PNP Saturado (Fig. 52):

Fig. 52

Como consequência, uma pequena variação de tensão produz uma grande variação de corrente, como mostra
o gráfico (Fig. 53):
Ic

Região de
Saturação

Vce

Fig. 53

4.4 Região de ruptura


É a região em que o transistor nunca deve operar pois existe uma grande possibilidade de queimar. Nesta região, o
terminal coletor está polarizado inversamente e o terminal emissor está polarizado diretamente. É semelhante à região ativa, a
única diferença é o valor de tensão aplicada sobre o componente.

Como mencionamos, todo componente tem um valor máximo de tensão e de corrente que ele suporta. A região de
ruptura é justamente a região em que a tensão sobre o transistor excede esse valor (Fig.54).

34
Ic

Região de
Ruptura

Vce
Vmax
Fig. 54

A região de ruptura é especificada nos manuais pelos seguintes parâmetros:

Vcemax = Tensão Máxima entre Coletor e Emissor


Vbcmax = Tensão Máxima entre Base e Coletor
Icmax = Corrente máxima do Coletor
Pcmax = Potencia Máxima do Coletor

E pode ser calculada pelas seguintes equações:

Para as Configurações Emissor Comum e Coletor Comum:

Equação 4.1

Pcmax = Vcemax . Icmax

Para as Configurações Emissor Comum e Coletor Comum:

Equação 4.2

Pcmax = Vbcmax . Icmax

1) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor opera como amplificador.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

2) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor opera como chave aberta.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

3) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor opera como chave fechada.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

35
4) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor não deve operar, pois há o risco de danificá-lo.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

5) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que a intensidade da corrente é tão alta que pode danificar o transistor.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

6) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que pequenas variações de tensões provocam grandes
variações na corrente de saída.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

7) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que a corrente de saída é tão pequena que pode ser
considerada praticamente nula.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

8) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que a corrente de saída é praticamente constante,
independentemente da variação da tensão sobre o Transistor.

a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.

36
05. Reta de carga
e ponto quiescente
Nesta unidade iremos aprender como determinar os valores de tensão e de corrente que estão sendo aplicados ao
transistor em um determinado circuito. Esses valores de tensão e de corrente vão definir um ponto de operação, que chamaremos
de ponto quiescente (repouso).

Antes de vermos o ponto quiescente, vamos estudar o conjunto de todos esses possíveis pontos de operação que é
chamado de reta de carga.

Para facilitar a explicação, sempre que exemplificarmos algo para o ponto quiescente ou para a reta de carga, estaremos
considerando a Configuração Emissor Comum.

5.1 Reta de carga


É o conjunto de todos os possíveis pontos de operação (quiescentes) do componente para uma determinada aplicação
ou circuito. (Fig. 55)
Ic

Reta de Carga

Vce

Fig. 55

Para traçarmos a reta de carga, devemos antes conhecer dois outros pontos do componente, o ponto de saturação e
o ponto de corte.

5.1.1 PONTO DE SATURAÇÃO


É ponto da reta de carga que cruza o gráfico da corrente do transistor na região de Saturação.

Gráfico da região de saturação do transistor (Fig. 56):


Ic

Região
Região de
saturação
Saturação

Vce

Fig. 56

37
Gráfico do ponto de saturação do transistor (Fig. 57):

Ic

Ponto de
Saturação
Ponto de Saturação
Corrente

Corrente de Saturação
de
Saturação

Vce

Fig. 57

Como esse ponto está muito próximo ao eixo vertical (eixo da corrente do Coletor), que nesta altura corresponde à
corrente máxima que o transistor pode assumir nesse circuito, nós consideramos as correntes máxima e de saturação como sendo
as mesmas, mas sabendo que há uma pequena diferença entre elas, porém essa diferença é tão pequena que pode ser desprezada.

Chamamos a corrente máxima de corrente de saturação. O gráfico a seguir (Fig. 58) representa essa aproximação.

Ponto de
Saturação

Fig. 58

Exemplo: Vamos calcular o ponto de saturação do circuito a seguir (Fig. 59):

Fig. 59

Rb = Resistor da Base do Transistor


Rc = Resistor do Coletor do Transistor
V = Fonte de Alimentação
Vb = Tensão da Base
Q1 = Transistor

38
Vamos considerar V =12V e Rc = 3KΏ. Qual será a corrente de Saturação do transistor nesse Circuito para esses valores?

Para isso basta fechar um curto-circuito entre os terminais Coletor e Emissor do transistor e calcular a corrente que
circula pelo circuito.

Circuito com o transistor em curto-circuito (Fig. 60):

Fig. 60

A parte da esquerda do circuito está aberta, logo não há como circular corrente por ela, então podemos retirá-la do
circuito sem que isso influencie em nada o funcionamento da outra parte.

Fig. 61

Agora basta calcular a corrente total do circuito.

Relembrando conceitos de Eletricidade, em um circuito simples como esse em que só há a fonte de alimentação e uma
carga (elemento que consome energia elétrica), basta aplicar a Lei de Ohm para calcular a corrente total do circuito.

Lei de Ohm é uma equação da eletricidade que relaciona tensão, corrente e resistência, ela é sem duvida um das
equações mais importantes da eletricidade, pois ela é usada em quase todos os projetos elétricos e eletrônicos.
Se formos explicar rapidamente a Lei de Ohm, podemos dizer que ela mostra a proporcionalidade da tensão em
função da resistência e da corrente, isto é, a tensão aplicada sobre cada corpo é proporcional à sua resistência e à corrente
que passa por ele, ou seja, se um corpo tem alta resistência a tensão sobre ele será alta, e se a sua resistência for baixa sua
tensão também será baixa.
O mesmo ocorrerá com a corrente que passa por ele, se ela for alta a tensão será alta, se a corrente for baixa a
tensão será baixa.
Ela é representada matematicamente sob a forma da seguinte equação:

V= RxI

V = Tensão
R = Resistência
I = Corrente

39
Lei de Ohm:

Equação 5.1:

V=R.i

Como queremos calcular a corrente, temos que isolá-la em um dos lados da equação:

Equação 5.2:

V= i
R

Agora basta substituir os valores de V e de R. Sendo assim, V é o valor da tensão da fonte de alimentação que no caso vale
12V e R é o valor da resistência total do circuito que, no caso, como só tem um resistor, a resistência total será o valor desse resistor.

i = V g i = 12 g i = 12 g i = 4
R 3K 3.103 103

Lembrando que quando temos uma divisão do tipo:

1
103

A potência passa para cima com o sinal do expoente trocado:

1 = 1. 10-3
103

Então teremos:

i = 4 . 10-3

O prefixo correspondente à 10-3 é o Mili cujo símbolo é m e a unidade de medida de Intensidade de Corrente Elétrica
é o Ampère, cujo símbolo é o A, então:

i = 4mA

Esta é a corrente de saturação do circuito.

5.1.2 Ponto de corte


É o ponto onde a reta de carga cruza a região de Corte do gráfico da corrente do transistor.

Gráfico da Região de Corte (Fig. 62):


Ic

Região de
Corte
Vce

Fig. 62

40
Gráfico da reta de carga cruzando a região de Saturação (Fig. 63):

Ic

Reta de Carga

Vce

Fig. 63

Gráfico do ponto de Corte (Fig. 64):

Fig. 64

Como o ponto de corte está muito próximo do eixo horizontal do gráfico que corresponde a Vce, podemos considerar
que esse ponto corresponde à tensão máxima que o transistor pode assumir no circuito, pois como a reta de carga indica os
possíveis valores de tensão e corrente que o transistor pode assumir no circuito, o ponto em que ele toca o eixo horizontal
corresponde ao valor máximo de Vce que o transistor pode assumir no circuito.

Com boa aproximação, podemos considerar que o ponto de corte é a tensão máxima entre Coletor e Emissor que o
transistor pode assumir no circuito.

Nesse ponto a corrente sobre o transistor é mínima, isto é, praticamente 0.

Gráfico da aproximação do Ponto de Corte (Fig. 65):


Ic

Ponto de Corte

Vce

Fig. 65

41
Agora, vamos determinar a tensão de corte para o circuito a seguir (Fig. 66):

Fig. 66

Dados:

Rb = 500KΏ , Rc = 4KΏ , V = 12V , Vb = 10V , β = 100

Para calcularmos a tensão de corte basta supor que o transistor está aberto, ou seja, não passa corrente por ele.
Podemos considerar como no circuito (Fig. 67):

Fig. 67

Como a parte esquerda do circuito está aberta, logo não passará corrente por ela e poderemos desprezá-la. (Fig. 68)

Fig. 68

Nessa caso a tensão entre Coletor e Emissor será a mesma da fonte, logo, a tensão de corte será a mesma tensão da
fonte. Então, no nosso exemplo, a tensão de corte será 12V.

Conclusão: Sempre que tivermos circuitos, poderemos considerar a tensão de corte como sendo igual à tensão de alimentação.

42
Agora que já vimos como determinar os pontos de corte e de saturação, podemos determinar a reta de carga para
qualquer circuito.

Determinação da reta de carga

Para exercitar, vamos traçar a reta de carga do circuito a seguir, lembrando que primeiro devemos determinar os pontos
de corte e de saturação para depois traçarmos a linha que interliga esses dois pontos (essa linha é que corresponde à reta de carga).

Fig. 69
Dados:

Rb = 500KΏ , Rc = 4KΏ , V = 12V , Vb = 10V , β = 100

Para determinar o ponto de saturação, fechamos um curto-circuito entre os terminais Coletor e Emissor e desprezamos
a malha esquerda do circuito, como fizemos anteriormente.

Fig. 70

Agora calculamos a corrente total do circuito que será também a corrente de saturação.

Aplicando a Lei de Ohm, teremos:

i = V g i = 12 g i = 12 g i = 3
R 4K 4.103 103

A potência passa para cima com o sinal do expoente trocado:

1 = 1. 10-3
103

Então teremos:

i = 3 . 10-3 g i = 3mA , Essa é a corrente de Saturação

Para determinar a tensão de corte, basta abrir o transistor e determinar a tensão entre seus terminais Coletor e Emissor.

43
Fig. 71

Que nesse circuito será a mesma tensão da fonte. Então, Vc = V g Vc = 12V

Finalmente, para traçar a reta o aluno pode utilizar uma folha de Papel Milimetrado, usando a linha vertical para indicar
a corrente de coletor e a linha horizontal para indicar a tensão entre Coletor e Emissor. (Fig. 72)

Fig. 72

5.2 Ponto quiescente (ou ponto de trabalho)


É o ponto de trabalho do componente no circuito em que as tensões e correntes sobre ele são fixas e definidas em função
da sua aplicação. Ou seja é o conjunto de valores de tensão e corrente do componente para um determinado circuito ou aplicação.
No caso do transistor, esses valores serão definidos de acordo com a função do transistor no circuito (Amplificador ou Chave).

Quiescente: quieto, estável.

Agora que já vimos como traçar a reta de carga, vamos aprender a determinar um ponto especifico dela, o Ponto
Quiescente, lembrando que a Reta de Carga é o conjunto de todos os possíveis pontos de operação (Quiescentes) do transistor
no circuito, então, se compreendemos bem como traçar a reta de carga, será fácil determinar o Ponto Quiescente.

44
Vamos considerar o circuito (Fig. 73):

Fig. 73

Dados:

Rb = 500KΏ , Rc = 4KΏ , V = 12V , Vb = 10V , β = 100

Como é possível observar, é o mesmo circuito utilizado no exemplo anterior para traçar a reta de carga.

Vamos dividir esse cálculo em etapas:

1º Etapa – Determinação da tensão entre Base-Emissor.

2º Etapa – Determinação da corrente de Base.

3º Etapa – Determinação da corrente de Coletor.

4º Etapa – Determinação da tensão do resistor de Coletor.

5º Etapa – Determinação da tensão entre Coletor-Emissor.

Na primeira etapa vamos calcular as tensões entre Base e Emissor (Vbe) e entre Coletor e Emissor (Vce), nesta ordem.

1º Etapa – Determinação da Tensão entre Base-Emissor

A fonte de alimentação Vb alimenta o resistor Rb e a Base do transistor então, sua tensão é dividida entre esse dois
componentes (Resistor Rb e Base do transistor). Podemos equacionar essa situação da seguinte forma:

Equação 5.3:

Vb = Vrb + Vbe

Vb = Tensão da fonte aplicada à Base do transistor


Vrb = Tensão do resistor da Base
Vbe = Tensão entre Base e Emissor, lembrando que a junção Base-Emissor está diretamente polarizada, então, ela
funciona como se fosse um diodo. Logo, a tensão sobre ela será sempre 0,7V, que corresponde à barreira de potencial para o
diodo começar a conduzir.

Substituindo os valores, teremos:

10 = Vrb + 0,7

Isolando Vrb, temos que passar o 0,7 para o outro lado da igualdade.

10 - 0,7 = Vrb

45
Logo, o valor de Vrb será:

Vrb = 9,3V

2º Etapa – Determinação da Corrente de Base

Sabendo a tensão sobre o resistor, podemos calcular a corrente que passa por ele (que será a mesma corrente da Base
do transistor), sendo assim, podemos chamar a corrente do resistor de corrente de Base. Teremos:

Equação 5.4:

Ib = Vrb
Rb

Ib = Corrente de Base
Vrb = Tensão do resistor de Base
Rb = Resistor da Base

Ib = Vrb g i = 9,3 g i = 9,3 g i = 9,3 . 10-3


Rb 500K 500.103 500

Dividindo 9,3 por 500 teremos:

Ib = 0,0186 . 10-3

Andando três vezes com a vírgula para a direita ficaremos com 18,6 , onde a vírgula estava era a potência de 10 era -3
como andamos mais três vezes com ela, a potência passou para -6.

Ib = 18,6 . 10-6

O prefixo para 10-6 é micro, cujo símbolo é μ, então a corrente de base vale:

Ib = 18,6 μA

3º Etapa – Determinação da Corrente de Coletor

Com a corrente da base podemos calcular a corrente do coletor através da equação do Ganho de corrente.

Equação 5.5:

β = Ic
Ib

Beta foi dado no enunciado e vale 100, então temos que isolar Ic, para isso passamos Ib para o outro lado da
igualdade multiplicando.

β .Ib = Ic

Substituindo os valores:

Ic = 100 . 18,6μ = 1860μ

Andando três vezes com a vírgula para a esquerda:

Ic = 1,86 . 10-3 g Ic = 1,86mA

4º Etapa – Determinação da tensão do resistor de Coletor

Agora que sabemos a corrente de coletor podemos calcular a tensão sobre o resistor do coletor para consequentemente,
no próximo passo, calcular a tensão entre Coletor-Emissor.

46
A tensão do resistor do coletor é dada por:

Equação 5.6

Vrc = Ic . Rc

Vrc = Tensão do resistor do Coletor


Ic = Corrente do Coletor
Rc = Resistor do Coletor

Substituindo os valores:

Vrc = 1,86m . 4 K = 1,86 . 10-3 . 4 . 103

Como 10-3 significa que estamos dividindo o número por 1000 e 103 significa que estamos multiplicando o numero por
1000, então podemos cancelar uma potencia com a outra.

Vrc = 1,86 . 4 g Vrc = 7,44V

5º Etapa – Determinação da tensão entre Coletor-Emissor

Observe no circuito que a fonte V está em série com o resistor Rc e com o   transistor, logo, sua tensão será dividida
entre esses dois componentes (resistor Rc e transistor). A tensão sobre o transistor será a tensão entre coletor e emissor (Vce).
Equacionando isso teremos:

Equação 5.7

V = Vce + Vrc

Substituindo os valores:

12 = Vce + 7,44

Isolando Vce de um dos lados da igualdade:

12 – 7,44 = Vce g Vce = 4,56 V

Pronto! Descobrimos os valores de Vce e de Ic, para os quais o transistor está operando nesse circuito. Se quisermos
podemos colocar esse valor no gráfico como fizemos anteriormente para a reta de carga, mas isso é secundário, o importante é
determinar esses valores.

Ponto de operação:

Vce = 4,56V
Ic = 1,86mA

Retas de carga

Bom, até agora vimos cada reta de carga isolada, separadamente das curvas das correntes da base, mas é extremamente
importante que o aluno saiba que na verdade existem várias curvas de correntes de coletor, cada uma em função de um valor
da corrente de base.

A seguir, ilustramos uma sequência de gráficos. Um para cada valor de uma corrente de base. (Fig. 74 até 78)
Ic Ic

Ib2

Ib1

Vce Vce

Fig. 74 Fig. 75

47
Ic Ic

Ib4

Ib3

Vce Vce

Fig. 76 Fig. 77

Ic

Ib5

Vce

Fig. 78

Como podemos ver, para cada valor de corrente base (Ib1, Ib2, Ib3, Ib4, Ib5) há um valor diferente de corrente de
coletor, mas na prática torna-se inconveniente ter que desenhar todos esses gráficos separadamente para representar as curvas
dos valores das correntes do coletor em função da corrente de base.

Então, foi convencionado desenhar todas essas curvas em um único gráfico, como o da figura 79.
Ic
Ib5

Ib4

Ib3

Ib2

Ib1
Vce
Vce

Fig. 79
Consequentemente a reta de carga passa a ser representada com todas essas outras curvas (Fig 80).
Ic

Ib5

Ib4

Ib3

Ib2

Ib1
Vce
Fig. 80

48
Na próxima unidade, quando estudarmos as possíveis Polarizações do transistor, poderemos traçar a reta de carga para
cada configuração de acordo com a necessidade.

1) Assinale a alternativa que corresponde ao conjunto de todos os pontos de operação do transistor no circuito.

a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente

2) Assinale a alternativa que corresponde ao Ponto da Reta de Carga em que a corrente de saída é máxima.

a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente

3) Assinale a alternativa que corresponde ao Ponto da Reta de Carga em que a tensão sobre o transistor é máxima.

a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente

4) Assinale a alternativa que corresponde ao Ponto da Reta de Carga em que o transistor deve operar no circuito.

a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente

5) Assinale a alternativa que não está associada à reta de carga.

a) Conjunto de todos os pontos de Operação do transistor no circuito


b) Conjunto de todos os pontos Quiescentes do transistor no circuito
c) Conjunto de todos os pontos de Ruptura do transistor no circuito
d) Conjunto de todos possíveis valores de tensão e corrente que o transistor pode assumir em um circuito.

6) Marque V para Verdadeiro ou F para Falso:

( ) No Ponto Quiescente a Tensão sobre o Transistor é máxima.


( ) No Ponto de Corte a Tensão sobre o Transistor é máxima.
( ) No Ponto de Saturação a Tensão sobre o Transistor é máxima.
( ) No Ponto Quiescente a Tensão sobre o Transistor é mínima.
( ) No Ponto de Corte a Tensão sobre o Transistor é mínima.
( ) No Ponto de Saturação a Tensão sobre o Transistor é mínima.
( ) No Ponto Quiescente a Corrente sobre o Transistor é máxima.
( ) No Ponto de Corte a Corrente sobre o Transistor é máxima.
( ) No Ponto de Saturação a Corrente sobre o Transistor é máxima.
( ) No Ponto Quiescente a Corrente sobre o Transistor é mínima.
( ) No Ponto de Corte a Corrente sobre o Transistor é mínima.
( ) No Ponto de Saturação a Corrente sobre o Transistor é mínima.

49
7) Determine a tensão de corte do circuito a seguir:

Dados: Rb = 500KΏ , Rc = 4KΏ , V = 12V , Vb = 10V , β = 100

a) Vc = 12V
b) Vc = 15V
c) Vc = 18V
d) Vc = 20V

8) Determine a tensão de corte do circuito a seguir:

Dados: Rb = 100KΏ , Rc = 4KΏ , V = 15V , Vb = 10V , β = 100

a) Vc = 12V
b) Vc = 15V
c) Vc = 18V
d) Vc = 20V

9) Determine a tensão de corte do circuito a seguir:

Dados: Rb = 100KΏ , Rc = 2KΏ , V = 18V , Vb = 10V , β = 100

a) Vc = 12V
b) Vc = 15V
c) Vc = 18V
d) Vc = 20V

50
10) Determine a corrente de saturação do circuito a seguir:

Dados: Rb = 500KΏ , Rc = 4KΏ , V = 12V , Vb = 10V , β = 100

a) Is = 3mA
b) Is = 3,5mA
c) Is = 9mA
d) Is = 6mA

11) Determine a corrente de saturação do circuito a seguir:

Dados: Rb = 100KΏ , Rc = 4KΏ , V = 15V , Vb = 10V , β = 100

a) Is = 3mA
b) Is = 3,5mA
c) Is = 9mA
d) Is = 6mA

12) Determine a corrente de saturação do circuito a seguir:

Dados: Rb = 100KΏ , Rc = 2KΏ , V = 18V , Vb = 10V , β = 100

a) Is = 3mA
b) Is = 3,5mA
c) Is = 9mA
d) Is = 6mA

51
06. Polarizações
Polarizar um transistor significa fixá-lo em um ponto de operação quiescente, isto é, fixar as
tensões e correntes continuas aplicadas sobre ele, para que ele exerça corretamente a função que deve
exercer, dentro dos parâmetros do circuito.

Nesta unidade aprenderemos a fazer projetos técnicos de como “montar” um circuito


transistorizado para uma determinada função, tendo como foco principal o cálculo dos valores dos
componentes (resistores) que devem ser associados ao transistor para manter fixos os valores de tensão
e corrente à eles associados. Fig. 81 - Montando
um circuito

Circuito Transistorizado é aquele circuito que utiliza transistor.

Além da aplicação e dos valores do circuito, os cálculos vão depender também do tipo de configuração do transistor
no circuito, como vimos anteriormente. Então, assim como existem três configurações básicas (Configuração base Comum,
Configuração Coletor Comum e Configuração Emissor Comum), também haverá uma polarização para cada uma dessas
configurações, ou seja, Polarização base Comum, Polarização Coletor Comum e Polarização Emissor Comum.

É assim que esta unidade será dividida, em cada uma das possíveis Polarizações.

6.1 Polarização base comum


Na Polarização Base Comum o terminal coletor deve estar polarizado inversamente e o terminal emissor deve estar
polarizado diretamente.

A figura 82 ilustra um circuito básico de Polarização Base Comum onde dispomos de uma fonte de alimentação para
cada junção (uma fonte para a junção Base Coletor e outra fonte para a junção Base Emissor).

Vc + Rc

+
Ve
Re
-

Fig. 82

Vc = Fonte de Alimentação do Coletor


Rc = Resistor do Coletor

Ve = Fonte de Alimentação do Emissor


Re = Resistor do Emissor

52
6.1.1 Análise das correntes
Como sabemos, no transistor NPN a corrente entra pelo Emissor e sai pelo Coletor e pela Base.

Vc + Rc

+
Ve
Re
-

Fig. 83
Fig. 83
6.1.2 Cálculos
Fazer um projeto básico de um circuito pequeno como este é algo relativamente fácil, basta saber as quatro operações básicas
da aritmética (soma, subtração, multiplicação e divisão), a Lei de Ohm (V = R . i) e as propriedades dos circuitos em série e em paralelo.

No final deste material há um apêndice com o resumo das propriedades dos circuitos em série e em paralelo, que
fazem parte do conteúdo de Eletricidade.

Tudo que queremos saber nesse projeto são os valores dos resistores que devem ser utilizados para dar queda de
tensão e limitar a intensidade da corrente que passa pelo transistor, a fim de garantir que o transistor opere exatamente dentro
dos padrões desejados e, evitando assim, que ele se queime.

Para isso, é necessário saber os valores das tensões e das correntes sobre o resistor pois, pela lei de Ohm, a resistência
de um corpo é igual à tensão sobre ele dividida pela corrente que circula por ele.

Equação 6.1
R=V
I

Então, nossa meta será formalizar a equação 6.1 dentro dos parâmetros do circuito.

Para facilitar nossa explicação, vamos dividir o circuito da figura 83 em dois. O circuito de cima composto por Vc, Rc
e pelo transistor e no circuito de baixo composto por Ve, Re e pelo transistor. O circuito de cima é:

Vc + Rc

Fig. 84

53
Deste modo o circuito está em série. Então podemos equacionar a tensão do circuito da seguinte forma:

Equação 6.2
Vc = Vrc + Vbc

Vc = Tensão da fonte do Coletor


Vrc = Tensão do resistor do Coletor
Vbc = Tensão entre Base e Coletor

Como foi dito, queremos saber os valores dos resistores e para isso temos que saber os valores das tensões e das
correntes sobre ele, logo, vamos isolar Vrc passando Vbc para o outro lado da igualdade e mudando seu sinal, obteremos:

Equação 6.3
Vrc = Vc - Vbc

Como o circuito está em série a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal coletor, então:

Equação 6.4

Irc = Ic

Retornando à equação 6.1, teremos:

Rc = Vrc , substituindo Vrc pela igualdade obtida na equação 6.3 teremos:


Irc

Rc = Vc – Vbc , substituindo Irc pela igualdade obtida na equação 6.4 teremos:


Irc

Equação 6.5

Rc = Vc – Vbc
Ic

Pronto. Essa é a equação que fornece o valor do resistor que deve ser associado ao coletor do Transistor para que ele
opere como desejado.

Essa foi a primeira parte do projeto, pois trabalhamos apenas com a malha (parte) de cima do circuito, vamos agora
fazer a segunda parte com a segunda malha (parte) do circuito que é idêntica à esta, mudando apenas os componentes envolvidos.

+
Ve
Re
-

Fig. 85

Equacionando a tensão para essa malha do circuito:

Equação 6.6:
Ve = Vre + Vbe

Ve = Tensão da fonte do Emissor


Vre = Tensão do resistor do Emissor
Vbe = Tensão entre Base e Emissor

54
De forma análoga ao que foi feito para Vrc, vamos isolar Vre passando Vbe para o outro lado da igualdade e,
mudando seu sinal, obteremos:

Equação 6.7
Vre = Ve - Vbe

Como o circuito está em série, a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal Emissor, então:

Equação 6.8
Ire = Ie

Retornando à equação 6.1 teremos:

Re= Vre , substituindo Vre pela igualdade obtida na equação 6.7 teremos:
Ire

Re = Ve – Vbe , substituindo Irc pela igualdade obtida na equação 6.8 teremos:


Ire

Equação 6.9

Re = Ve – Vbe
Ie

As equações 6.5 e 6.9 são as únicas fórmulas que devemos saber para polarizar um transistor em Base Comum. Para
entendermos melhor vamos fazer um exemplo:

Exemplo 6.1: Deseja-se que um transistor opere com uma tensão entre Base e Coletor de 10V, uma corrente de Coletor
de 5mA e um β = 100. Polarize esse transistor em Base Comum, sabendo que a tensão de alimentação do Emissor é 5V e a tensão
de alimentação do Coletor é de 12V .

Para calcular o valor do resistor do Coletor, basta aplicar a equação 6.5 e substituir os valores.

Rc = Vc – Vbc = 12 – 10 = 2
Ic 5m 5. 10-3

Passando o prefixo 10-3 para cima como 103:

Rc = 2 . 103 = 2. 1000 = 2000


5 5 5

Logo Rc = 400Ώ

Para acharmos Re procedemos da mesma forma, porém, observe que não foi dado o valor da corrente de coletor,
então teremos que achá-la.

Para isso, teremos que saber o valor de Alfa pois α = Ic / Ie , porém Alfa também não foi dado, logo, teremos que
calcular também o valor de Alfa, para podermos determinar o valor de Ie, para finalmente determinar o valor de Re.

α= β = 100 = 0,99
β+1 100 + 1

α = Ic , Trocando Alfa e Ie de lugar


Ie

Ie = Ic = 5m
α 0,99

Ie = 5,05mA

55
Pronto agora sim podemos calcular o valor de Re. Pela equação 6.9

Re = Ve – Vbe = 5 – 0,7 = 4,3 = 4,3 . 103


Ie 5,05m 5,05 . 10-3 5,05

Logo, Re = 851,46Ώ.

Essa é a forma de se polarizar um transistor em Base Comum utilizando duas fontes de alimentação. Na prática, quase
nunca se utiliza duas fontes de alimentação para um mesmo componente, pois isso é altamente dispendioso. O mais comum para
casos como esse, é utilizar uma única fonte com mais dois resistores em uma configuração chamada de divisor de tensão na base,
que como o nome sugere, a tensão da fonte se divide entre cada um desses resistores e eles agirão como se fossem duas fontes
de tensão independentes, fornecendo tensões diferentes para cada malha do circuito.

Fig. 86

6.2 Polarização emissor comum


Como sabemos, a configuração do emissor comum é a mais utilizada na prática e, nela, o Coletor deve ser polarizado
inversamente e o Emissor é polarizado diretamente.

Observe na figura a seguir que o transistor é NPN, porém, o Coletor está ligado ao positivo da fonte, pois ele deve
estar inversamente polarizado.

Circuito de Polarização Emissor Comum (Fig. 87):

Fig. 87

Análise das Correntes

As correntes saem dos negativos de Vb e de Vc e se juntam no terminal Emissor do transistor, em seguida, saem
divididas pelos terminais Base e Coletor, retornando para suas respectivas fontes.

Fig. 88

56
Cálculos

Assim como na Polarização Base Comum, tudo que queremos saber são os valores dos resistores que devem ser
utilizados para dar queda de tensão e limitar a intensidade da corrente que passa pelo transistor, a fim de garantir que o transistor
opere exatamente dentro dos padrões desejados e evitando assim que ele se queime.

Fig. 89
Para isso, é necessário saber os valores das tensões e das correntes sobre o resistor, para que possamos utilizar lei de
Ohm (Equação 6.1).

Vamos dividir o circuito da figura 89 em dois. O circuito da direita composto por Vc, Rc e pelo transistor e o circuito
da esquerda composto por Vb, Rb e pelo transistor.

O circuito da direita é:

Fig. 90

Deste modo o circuito está em série. Logo, podemos equacionar a tensão do circuito da seguinte forma:

Equação 6.10
Vc = Vrc + Vce

Vc = Tensão da fonte do Coletor


Vrc = Tensão do resistor do Coletor
Vce= Tensão entre Coletor e Emissor

Isolando Vrc, passando Vce para o outro lado da igualdade e mudando seu sinal, obteremos:

Equação 6.11:
Vrc = Vc - Vce

Como o circuito está em série, a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal coletor, então:

Equação 6.12:
Irc = Ic

57
Substituindo na Lei de Ohm os resultados encontrados, teremos:

Rc = Vrc , substituindo Vrc pela igualdade obtida na equação 6.11, teremos:


Irc

Rc = Vc – Vce , substituindo Irc pela igualdade obtida na equação 6.12, teremos:


Irc

Equação 6.13: Rc = Vc – Vce


Ic

Vamos adotar a partir de agora um padrão internacional para determinação do valor de Vce como sendo:

Equação 6.14

Vce = V
2

Substituindo a equação 6.14 pela equação 6.13, teremos:

Rc = Vc – Vc/2 = Vc/2
Ic Ic

Então teremos a equação que fornece o valor do Resistor do Coletor (Rc):

Equação 6.15

Rc = Vc
2.Ic

Essa é a equação que fornece o valor do resistor que deve ser associado ao coletor do transistor para que ele opere
como desejado.

Vamos, a partir agora, para a segunda malha do circuito que é análoga à primeira, mudando apenas os componentes envolvidos.

Fig. 91

Equacionando a tensão para essa malha do circuito:

Equação 6.16
Vb = Vrb + Vbe

Vb = Tensão da fonte da Base


Vrb = Tensão do resistor da Base
Vbe = Tensão entre Base e Emissor

De forma análoga ao que foi feito para Vrc, vamos isolar Vrb passando Vbe para o outro lado da igualdade e,
mudando seu sinal, obteremos:

Eq. 6.17

Vrb = Vb - Vbe

58
Como o circuito está em série, a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal Base, então:

Eq. 6.18
Irb = Ib

Substituindo na Lei de Ohm os resultados encontrados, teremos:

Rb= Vrb , substituindo Vrb pela igualdade obtida na equação 6.17, teremos:
Irb

Rb = Vb – Vbe , substituindo Irb pela igualdade obtida na equação 6.18, teremos:


Irb

Equação 6.19

Rb = Vb – Vbe
Ib

As equações 6.13 e 6.17 são as únicas fórmulas que devemos saber para polarizar um transistor em Emissor Comum.

Vamos ao exemplo:

Exemplo 6.2: Deseja-se que um transistor opere com uma corrente de Coletor de 50mA e um β = 100. Polarize esse
Transistor em Emissor Comum, sabendo que a tensão de alimentação do emissor é 12V e a tensão de alimentação da Base é de 5V.

Para calcular o valor do resistor do Coletor, basta aplicar a equação 6.15 e substituir os valores:

Rc = Vc = 12 = 12 = 12
2 . Ic 2 . 50m 100m 100. 10-3

Passando o prefixo 10-3 para cima como 103 :

Rc = 12 . 103 = 12. 1000 = 12 . 10


100 100

Logo, Rc = 120Ώ

Para acharmos Rb procedemos da mesma forma, mudando apenas a equação e as variáveis. Note que não foi dado
o valor de Ib, porém ele é fácil de ser determinado, pois basta substituir os valores de β e de Ic na equação da definição de β.

β = Ic , Trocando Ib de lugar com β:


Ib

Ib = Ic , Substituindo os valores:
β

Ib = 50 m = 0,5 m
100

Ib = 0,5 mA

Substituindo Ib na equação 6.19:

Rb = Vb – Vbe = 5 – 0,7 = 4,3 = 4,3 . 103 = 8,6 . 103 =


Ib 0,5 m 0,5 . 10-3 0,5

Logo, Rb = 8,6 .K Ώ

59
6.2.1 Polarização emissor comum com uma fonte
Da mesma forma que aconteceu com a Polarização Base Comum e que ocorre com a maioria dos circuitos, devemos
evitar utilizar duas fontes de alimentação ao mesmo tempo, pois isso é desnecessário e torna o projeto bem mais caro.

Como vimos a solução é simples, basta ligar o resistor da base à fonte de alimentação, como mostra a figura 92.

Circuito de Polarização Emissor Comum com Uma Fonte:

Fig. 92

O único cuidado a ser tomado é que, o valor do resistor da Base deve ser maior que o valor do resistor do Coletor, para
garantir que a corrente da base seja menor do que a corrente do coletor.

Consequentemente, as equações 6.15 e 6.19 passariam a ser reescritas da seguinte maneira:

Equação 6.20

Rc = V
2.Ic

Equação 6.21

Rb = V – Vbe
Ib

Exemplo 6.3: Deseja-se que um transistor opere com uma corrente de Coletor de 50mA e um β = 100. Polarize esse
Transistor em Emissor Comum, sabendo que o circuito é alimentado por uma tensão de 12V.

Para calcular o valor do resistor do Coletor, basta aplicar a equação 6.20 e substituir os valores.

Rc = V = 12 = 12 = 12
2 . Ic 2 . 50m 100m 100. 10-3

Passando o prefixo 10-3 para cima como 103:

Rc = 12 . 103 = 12. 1000 = 12 . 10


100 100

Logo, Rc = 120Ώ

Para acharmos Rb procedemos da mesma forma, mudando apenas a equação e as variáveis. Note que novamente não
foi dado o valor de Ib, porém já sabemos calculá-lo.

β = Ic , Trocando Ib de lugar com β:


Ib

Ib = Ic , Substituindo os valores:
β

60
Ib = 50 m = 0,5 m
100

Ib = 0,5 mA

Substituindo Ib na equação 6.21:

Rb = V – Vbe = 12 – 0,7 = 11,3 = 11,3 . 103 = 22,6 . 103 =


Ib 0,5 m 0,5 . 10-3 0,5

Logo, Rb = 22,6 .K Ώ

Como podemos ver, os cálculos dessa polarização com uma única fonte são exatamente iguais aos cálculos para
quando temos uma fonte.

Influência da temperatura no funcionamento do transistor

Até este momento, vimos a variação do funcionamento do transistor (e de outros componentes elétricos e eletrônicos)
em função somente da tensão e da corrente, porém há outros parâmetros que também influênciam no funcionamento deles,
como a temperatura por exemplo.

Não mencionamos essa influência até agora pois na maioria absoluta dos casos ela é tão pequena que pode ser
desprezada sem que isso altere o funcionamento do projeto, porém, há casos em que essa influência não é tão pequena assim e
passa a interferir significativamente no comportamento do circuito.

A Polarização Emissor Comum é justamente um exemplo de onde essa influência é significativa. Vejamos agora porque
ocorre essa influência da temperatura sobre o funcionamento do transistor.

Quando ocorre um grande aumento da temperatura, ocorre um aumento da energia térmica da matéria, que pode elevar
a quantidade de portadores do cristal. O aumento de portadores por sua vez, aumenta a condutividade que, por consequência,
aumenta a corrente do coletor. O aumento da corrente gera um aumento da tensão que gera novamente um aumento da corrente
e do Ganho (β) do transistor, modificando o seu ponto de operação.

Portadores

São os elementos que formam (transportam) a corrente elétrica dentro do semicondutor, no caso são os elétrons
e as lacunas.

Cristal

É o agrupamento ordenado de átomos.

Os cristais podem ser feitos de vários elementos químicos como carbono e germânio por exemplo, mas atualmente
na eletrônica tem-se preferido trabalhar só com o silício, devido sua abundancia na natureza, seu baixo custo, pelas facilidades
de manipulação e produção, além de apresentar as propriedades físicas desejadas.

Aumento da Corrente

Aumento da Tensão

Aumento da Corrente

Aumento da Condutividade

Aumento dos Portadores

Aumento da Temperatura

61
O aumento da corrente que ocorre em consequência do seu próprio aumento é chamado de realimentação positiva.

6.2.2 Polarização emissor comum com realimentação negativa


O aumento da temperatura é indesejável e deve ser evitado com resfriamento. Porém, na prática, esse resfriamento
encarece muito o projeto e aumenta a sua complexidade.

Resfriamento: resfriar; tornar frio; reduzir a temperatura do corpo.

Na prática, para acabarmos com essa variação, utilizamos outro recurso denominado realimentação negativa, que
consiste em associar um resistor em série com o emissor do transistor.

Circuito de Polarização Emissor Comum com Realimentação Negativa (Fig. 93)

Fig. 93

Quando a temperatura aumentar e, consequentemente aumentar as correntes, as tensões de Rc e Re também


aumentam. Quando a tensão do resistor do Emissor (Vre) aumentar, a tensão do resistor da base (Vrb) diminui, diminuindo
também a corrente da base, o que provoca a diminuição da corrente do coletor e gera a estabilidade do circuito.

Para que o circuito opere normalmente (sem que esse novo resistor que está sendo inserido modifique o seu
funcionamento), é necessário que a tensão sobre ele seja pequena em relação à tensão de alimentação (V). Por este motivo, foi
padronizado que o valor da tensão sobre o resistor do Emissor (Vre) deve ser de 10% do valor da tensão da fonte de alimentação.

Equação 6.22

Vre = V
10

6.2.3 Polarização emissor comum com realimentação negativa e divisor de tensão na base
O circuito com realimentação negativa já é capaz de manter relativamente fixos os valores de tensão e corrente do
circuito independente da temperatura, porém, a fim de garantir essa fixação e aumentar a estabilidade, pode-se acrescentar mais
um resistor na base do transistor, formando a configuração Divisor de tensão na Base.

Circuito de Polarização Emissor Comum com Realimentação Negativa e Divisor de Tensão na Base (Fig.94):

62
Fig. 94

Neste circuito (Fig. 94), Rb2 está em paralelo com Re e com o transistor (Vbe). Como a tensão sobre Rb2 não varia, a tensão
sobre Re também passa a não variar, mantendo a tensão do emissor fixa e, consequentemente, a sua corrente fixa. Mantendo a corrente
do emissor fixa, a tensão e a corrente da base passam a ser fixas, o que garante a estabilidade da corrente do coletor e do ganho (β).

Para garantir a estabilidade do circuito, alguns parâmetros são pré-estabelecidos e fixados como a corrente do novo
resistor da base.

Equação 6.23

Irb2 = 10 Ib

Análise das Correntes

Fig. 95

A corrente sai do negativo da fonte, no nó ela se divide para Re e Rb2, como já sabemos, dentro do transistor a
corrente do emissor se divide entre a base (Ib) e o coletor (Ic). A corrente que sai pela base encontra-se no segundo nó com Ir2,
as duas se juntam e vão para Rb1 formando Irb1.

Podemos equacionar essa última parte da seguinte forma:

Irb1 = Irb2 + Ib, como pela equação 6.23 Irb2 = 10 . Ib, podemos substituir essa expressão na equação anterior.

Irb1 = 10Ib + Ib = 11Ib, onde obtemos a equação:

Equação 6.24

Irb1 = 11 Ib

Por fim, Irb1 se junta com Irc no nó e retornam para a fonte.

63
Cálculos

Vamos agora realizar os cálculos necessários para o desenvolvimento de um projeto de Polarização Emissor Comum com
Realimentação Negativa e Divisor de tensão na Base. Nós vamos realizar uma série de cálculos que serão divididos em três etapas
(1º etapa será o cálculo das tensões, 2º etapa será o cálculo das correntes e por fim a terceira etapa será o cálculo das resistências).

Na verdade esses cálculos que iremos fazer são a dedução de uma forma mais simplificada de se obter os valores dos
resistores do circuito.

1ª Etapa – Cálculo das Tensões

Vamos analisar primeiro a malha da direita do circuito:

Fig. 96

1º Passo - Vrc

Nesta malha os resistores estão em série com o transistor, então podemos escrever:

Equação 6.25

V = Vrc + Vre + Vce

V tem que ser dado

Pela equação 6.14

Vce = V
2

Pela equação 6.22

Vre = V
10

Falta saber apenas Vrc, então vamos isolar Vrc na equação 6.25, teremos:

V – Vre – Vce = Vrc

Substituindo Vre e Vce pelas expressões das equações 6.14 e 6.22:

V – V – V = Vrc
10 2

Multiplicando todos os termos por 10:

10 V - 10V - 10V = 10Vrc


10 2

10V – 1V – 5V = 10Vrc

64
10V – 6V = 10Vrc

4V = 10Vrc

10 está multiplicando, e passará para o outro lado dividindo:

4V = Vrc
10

Dividindo em cima e em baixo por 2 para simplificar:

2V = Vrc
5

Então, essa é a equação que fornece o valor de Vrc:

Equação 6.26
Vrc = 2 V
5

2º Passo – Vre

Como foi definido, para que o circuito permaneça estável, é necessário que a tensão do Resistor do Emissor valha dez
por cento do valor da tensão da fonte.

Equação 6.27

Vre = V
10

3º Passo – Vrb2

Vamos obter agora a expressão para a tensão do segundo resistor da base. Observe que ele está em paralelo com o
transistor e com o resistor do emissor.

Fig. 97

Então, podemos equacioná-la como:

Vrb2 = Vbe + Vre

Como Vre = V
10

E como Vbe sempre vale 0,7V (para transistores de silício), teremos:

Equação 6.28

Vrb2 = 0,7 + V
10

65
4º Passo – Vrb1

Analisando a malha da esquerda vemos que Vrb1 está em série com Vrb2:

Fig. 98
Então podemos equacionar:

V = Vrb1 + Vrb2

Isolando Vrb1

V – Vrb2 = Vrb1

Como Vrb2 foi obtido na equação 6.27, podemos substituí-lo nessa equação.

V – ( 0,7 + V ) = Vrb1
10

(V – 0,7 - V ) = Vrb1
10

Multiplicando todos os termos por 10:

10 V – 7 – 10V = 10 Vrb1
10

10V – 7 – V = 10 Vrb1

9 V – 7 = 10 Vrb1

Isolando Vrb1 e passando 10 para o outro lado dividindo:

Equação 6.29

Vrb1 = 9V -7
10

2ª Etapa – Cálculo das correntes

5º Passo – Ib

A corrente do coletor deve ser dada no enunciado do problema, pois ela vai corresponder à corrente de saída desejada e, o
Ganho (β) também deverá ser dado para podermos definir exatamente o ponto de operação. Assim, teremos como saber o valor de Ib.

Pela definição de Ganho temos:

β = Ic trocando β e Ib de lugar
Ib

66
Equação 6.30

Ib = Ic
β

Com isso podemos achar Irb1 e Irb2.

6º Passo – Ie

Como já sabemos, a corrente do Emissor é a soma das correntes da Base e do Coletor e agora que temos a corrente
da Base podemos determinar a Corrente do Emissor:

Equação 6.31

Ie = Ic + Ib
7º Passo – Irb2

Já sabemos que:

Equação 6.32

Irb2 = 10 Ib

8º Passo - Irb1

Também sabemos que:

Equação 6.33
Irb1 = 11 Ib

Agora que determinamos as equações de todas as correntes, podemos passar para a terceira e última etapa,
que consiste em determinar exatamente o que desejamos que são os valores dos resistores. Lembrando da Lei de Ohm
(V = R . i) que para determinarmos a resistência temos que antes saber a corrente e a tensão sobre o resistor, por isso
que fizemos todos esses cálculos.

3ª Etapa – Cálculo das resistências

9º Passo – Rb1

Rb1 = Vrb1
Irb1

Da equação 6.33, temos que Irb1 = 11.Ib, substituindo:

Rb1 = Vrb1
11.Ib

Da equação 6.29, temos que Vrb1 = 9V -7. Substituindo temos:


10

Rb1 = 9V - 7
10 . 11.Ib

Multiplicando 11 por 10, teremos a equação:

Rb1 = 9V - 7
110.Ib

Da equação 6.30, sabemos que Ib = Ic/β substituindo isso na equação acima:

Rb1 = 9V - 7
110. Ic/β

67
Passando β para cima teremos a equação do primeiro resistor da Base:

Equação 6.34

Rb1 = (9V – 7) β
110.Ic

10º Passo – Rb2

Rb2 = Vrb2
Irb2

Da equação 6.32, temos que Irb2 = 10Ib. Substituindo:

Rb2 = Vrb2
10Ib

Da equação 6.28 temos que Vrb2 = 0,7 + V/10, substituindo:

Rb2 = (0,7 + V/10)


10 Ib

Multiplicando 0,7 por 10

Rb2 = (7 + V)/10) = (7 + V)
10 Ib 10 . 10 . Ib

Multiplicando 10 por 10 obtemos:

Rb2 = V + 7
100.Ib

Substituindo Ib por Ic/ β assim como fizemos na equação do Primeiro Resistor da Base:

Rb2 = V + 7
100.Ic/ β

Passando β para cima teremos a equação do segundo resistor da Base.

Equação 6.35

Rb2 = (V + 7) β
100.Ic

11º Passo – Rc

Rc = Vrc
Irc

Da equação 6.12 temos que Irc = Ic, então:

Rc = Vrc
Ic

Da equação 6.26 temos que Vrc = 2 V substituindo na equação de Rc teremos:


5

Rc = 2 V
5 . Ic

O que nos dá a equação para determinar o valor do Resistor do Coletor

68
Equação 6.36

Rc = 2 V
5 . Ic

12º Passo – Re

Re = Vre
Ire

Assim como a corrente do Resistor do Coletor é a mesma do Coletor do Transistor, pois os dois estão em serie a
corrente do Resistor do Emissor será a mesma do Emissor do Transistor (Ire = Ie), então podemos reescrever a equação do
resistor do Emissor como:

Re = Vre
Ie

Da equação 6.27: Vre = V Substituindo essa expressão na equação do Resistor do Emissor, teremos:
10

Re = V
10.Ie

Da equação 6.31, sabemos que:

Ie = Ic + Ib

Como vimos anteriormente Ib = Ic/ β, substituindo essa igualdade na equação a cima:

Ie = Ic + Ic/ β

Passando β para cima do primeiro termo do segundo lado da igualdade:

Ie = Ic.β + Ic
β

Colocando Ic em evidência:

Ie = Ic (β + 1)
β

Substituindo essa expressão na equação:

Re = V
10.Ie

Teremos a expressão:

Re = V
10. Ic (β + 1)
β

Passando β para cima, teremos a equação do Resistor do Emissor:

Equação 6.37


Re = V. β
10. Ic (β + 1)

Pronto, encontramos as quatro equações que fornecem os valores dos resistores que devem ser associados ao transistor
para que possamos montar o circuito de Polarização Emissor Comum com Realimentação Negativa e Divisor de Tensão na Base.

69
Lembre-se, não é necessário que memorize todos os procedimentos descritos a cima, pois eles foram utilizados apenas
para demonstrar de onde surgiram as equações que usaremos para calcular os valores dos resistores que serão utilizados para a
polarização do Transistor. Daqui por diante, sempre que for pedido para realizar o projeto de um transistor em Emissor Comum
com estabilidade térmica e divisor de tensão na base, basta aplicar diretamente as equações 6.34, 6.35, 6.36 e 6.37.

Exemplo 6.4: Polarize um transistor na polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de tensão na
Base de modo que ele forneça uma corrente de 50mA no seu coletor com um β = 100 quando alimentado por uma fonte de 12V.

Da equação 6.34:

Rb1 = (9V – 7) β
110.Ic

Substituindo os valores:

Rb1 = (9 x 12 – 7) x 100 = (108 -7) x 100 = 101 x 100 = 1836,36


110 x 50m 5500 x 10-3 5,5

Rb1 = 1,83 KΏ

Da equação 6.35:

Rb2 = (V + 7) β = (12 + 7) x 100 = 19 x 100 = 1900


100.Ic 100 x 50 m 5000x10-3 5

Rb2 = 380Ώ

Da equação 6.36:

Rc = 2 V = 2 x 12 = 24 = 24 K = 24 x 1000 = 24 x 4 = 96
5 . Ic 5 x 50m 250 m 250 250

Rc = 96Ώ

Da equação 6.37:

Re = V. β = 12 x 100 = 1200 = 1200 x 103 = 1200 x 1000


10. Ic (β + 1) 10 x 50 m (100 +1) 500 x 10-3 (101) 500 x 101 500 x 101

Rc = 23,76Ώ

6.3 Polarização coletor comum


Na Polarização Coletor Comum, a Base serve de entrada do circuito e o Emissor serve de saída. Como na maioria das
aplicações, o Coletor deve estar polarizado inversamente, então, para o transistor NPN o Coletor vai estar ligado ao positivo da
fonte de alimentação.

Circuito de Polarização Coletor Comum (Fig. 99)

Fig. 99

70
Análise das correntes

A análise das correntes é a mesma que já foi feita anteriormente, ou seja, a corrente sai do negativo da fonte, dentro
do transistor ela se divide e sai pela base e pelo coletor.

Fig. 100

Cálculos

Separando o circuito em duas malhas diferentes teremos:

Fig. 101

V = Vce + Vre

V – Vce = Vre

Como Vce foi padronizado como sendo a metade de V, então:

V – V = Vre , logo:
2

Equação 6.38
V = Vre
2

Analisando a outra malha do circuito (Fig. 102):

Fig. 102

71
V = Vrb + Vbe + Vre

V – Vbe – Vre = Vrb

Como obtemos na equação 6.38 Vre vale a metade de V:

V – Vbe – V = Vrb
2

V – V – Vbe = Vrb
2

V – Vbe = Vrb
2

Como para os transistores de silício Vbe = 0,7V:

Vrb = V – 0,7
2

Multiplicando 0,7 por 2:

Equação 6.39

Vrb = V – 1,4
2

Para acharmos as expressões dos resistores basta aplicarmos a Lei de Ohm:

Rb = Vrb
Ib

Da equação 6.30 sabemos que Ib = Ic/β, substituindo isso na equação acima:

Rb = Vrb
Ic/β

Passando β para cima:

Rb = Vrb . β
Ic

Substituindo a equação 6.39:

Equação 6.40

Rb = (V – 1,4). β
2. Ic

Para acharmos Re:

Re = Vre
Ie

Da equação 6.38 Vre vale a metade de V:

Re = V
2. Ie

Sabemos que:

Ie = Ic + Ib

72
Como Ib = Ic/ β:

Ie = Ic + Ic
β

Multiplicando o primeiro termo do segundo lado da igualdade por β:

Ie = β . Ic + Ic
β

Colocando Ic em evidência:

Ie = Ic.(β + 1)
β

Substituindo na equação do resistor:

Re = V
2. Ic.(β + 1)
β

Passando β para cima, encontramos a equação do Resistor do Emissor:

Equação 6.41
Re = V.β
2. Ic.(β + 1)

Exemplo 6.5: Polarize um transistor na polarização Coletor Comum de modo que ele forneça uma corrente de 50mA
no seu coletor com um β = 100 quando alimentado por uma fonte de 12V.

Aplicando a equação 6.40:

Rb = (V – 1,4). β = (12 – 1,4) . 100 = 10,6 = 10,6 x 10+3 = 10,6 x1000 = 10,6 x 10
2. Ic 2 x 50 m 100 x 10-3 100 100

Rb = 106Ώ

Aplicando a equação 6.41:

Re = V.β = 12 x 100 = 12 x100 = 12 10+3 = 12 x 1000


2. Ic.(β + 1) 2 x 50m (100 + 1) 100 x 10-3 x (101) 101 101

Re = 118,81Ώ

Circuito Seguidor de Emissor

O Circuito Seguidor de Emissor é um tipo de Polarização de Coletor Comum muito utilizado, ele recebe esse nome
porque a tensão de saída (Tensão sobre o Emissor) segue a tensão de entrada (Tensão sobre a Base).

Circuito seguidor de Emissor (Fig. 103)

Ve = Tensão de entrada
Ve
Vs = Tensão de saída Vs

Fig. 103

73
A tensão de entrada é aplicada à base do transistor e a saída ocorre no emissor. Equacionando as tensões, teremos:

Vb = Vbe + Vre

Como Vb = Ve e Vre = Vs, então:

Equação 6.41

Ve = Vbe + Vs

Ou seja, a tensão de saída acompanha (segue) exatamente as variações da tensão de entrada.

1) Assinale a alternativa que corresponde à Polarização Base Comum.

a) O Coletor está polarizado diretamente, o Emissor está polarizado diretamente.


b) O Coletor está polarizado diretamente, o Emissor está polarizado inversamente.
c) O Coletor está polarizado inversamente, o Emissor está polarizado diretamente.
d) O Coletor está polarizado inversamente, o Emissor está polarizado inversamente.

2) Assinale a alternativa que corresponde à Polarização Emissor Comum

a) O Coletor está polarizado diretamente, o Emissor está polarizado diretamente.


b) O Coletor está polarizado diretamente, o Emissor está polarizado inversamente.
c) O Coletor está polarizado inversamente, o Emissor está polarizado diretamente.
d) O Coletor está polarizado inversamente, o Emissor está polarizado inversamente.

3) Assinale a alternativa que corresponde à Polarização Coletor Comum:

a) O Coletor está polarizado diretamente, o Emissor está polarizado diretamente.


b) O Coletor está polarizado diretamente, o Emissor está polarizado inversamente.
c) O Coletor está polarizado inversamente, o Emissor está polarizado diretamente.
d) O Coletor está polarizado inversamente, o Emissor está polarizado inversamente.

4) Assinale a alternativa que não está associada ao significado da expressão: Polarizar um Transistor.

a) Fixá-lo em um ponto de operação.


b) Fixar os valores de corrente alternada sobre ele.
c) Fixar as tensões e correntes contínuas aplicadas sobre ele.
d) Fazer com que ele exerça corretamente a função que deve exercer, dentro dos parâmetros do circuito.

5) Determine o valor do primeiro resistor da Base (Rb1) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de
tensão na Base.

Dados: V = 12V , Ic = 100mA , β = 100

a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ

74
6) Determine o valor do segundo resistor da Base (Rb2) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de
tensão na Base.

Dados: V = 20V , Ic = 250mA , β = 50

a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ

7) Determine o valor do resistor do Coletor (Rc) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de tensão na Base.

Dados: V = 12V , Ic = 500mA , β = 100

a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ

8) Determine o valor do resistor do Emissor (Re) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de tensão
na Base.

Dados: V = 20V , Ic = 100mA , β = 50

a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ

75
9) Determine o valor do resistor da Base (Rb) da Polarização Coletor.

Dados: V = 12V , Ic = 500mA , β = 100

a) 59,40 Ώ
b) 1,06 KΏ
c) 4,65 KΏ
d) 39,21 Ώ

10) Determine o valor do resistor do Emissor (Re) da Polarização.

Dados: V = 20V , Ic = 250mA , β = 50

a) 59,40 Ώ
b) 1,06 KΏ
c) 4,65 KΏ
d) 39,21 Ώ

76
07. Transitor operando
como chave
Até agora vimos as configurações, polarizações, regiões de operação e
funcionamento do transistor do ponto de vista exclusivamente conceitual, ou seja,
sem uma aplicação prática. Nestas últimas unidades faremos o oposto, veremos
somente as aplicações.

7.1 O dispositivo
Chave (ou interruptor) é o dispositivo elétrico sem resistência que serve
para deixar passar corrente ou interromper sua passagem. Então, para isso, ela
pode assumir dois estados diferentes, o estado de condução e o de não condução.

Quando ela está conduzindo, dizemos que ela está fechada e quando
não está conduzindo dizemos que ela está aberta. Fig. 104

Como vimos, o transistor também pode se comportar como uma chave, conduzindo e interrompendo a passagem de
corrente elétrica pelos seus terminais. A diferença entre o transistor e a chave é que a chave é um componente elétrico acionado
mecanicamente, ou seja, necessita de uma força, de alguém para acioná-la manualmente. Já o transistor é um componente
eletrônico acionado eletricamente, isto é, o seu estado de condução vai depender de um pulso elétrico aplicado sobre ele.

Quando o Transistor está conduzindo, dizemos que ele está saturado e corresponde à chave fechada e quando ele
não está conduzindo dizemos que ele está cortado e corresponde à chave aberta.

Circuito do transistor operando como chave (Fig. 105).


V

Vs
Ve

Fig. 105
O circuito de transistor como chave corresponde ao circuito de Polarização Emissor Comum com duas fontes, sendo
uma a tensão V que corresponde à tensão do resistor do coletor e a outra é a tensão de entrada (Ve) que corresponde à tensão
do resistor da base.

7. 2 Funcionamento
Corte

Para que o transistor opere como chave o valor do ganho deve estar entre 10 e 20, mas vamos adotar sempre o ganho
como sendo 10, pois isso facilita bastante os cálculos.

77
Equação 7.1

10 ≤ β ≤ 20

A fonte V fornece a tensão de alimentação do circuito, que também vai corresponder à tensão de saída.

Quando apenas a fonte V está ligada ao circuito, os terminais Coletor e Emissor estão polarizados corretamente para
que o transistor opere, porém isso ainda não é o suficiente para que o transistor conduza, então, quando não há tensão na base
do transistor ele estará cortado e NÃO conduzirá. Nessa situação o circuito se comportará como se não houvesse transistor.

Circuito equivalente ao corte do transistor (Fig. 106):

Fig. 106

E a tensão de V irá para a saída, pois não há outro caminho para ela percorrer.

Observe que, nesse caso, fizemos a análise da corrente pelo sentido convencional, isto é, do positivo para o negativo,
mas isso não altera o funcionamento nem a compreensão do circuito.
V

Vs
Ve

Fig. 107

Saturação

Quando aplicamos à base do transistor uma tensão (Ve) maior do que a tensão entre base e emissor (Vbe = 0,7V) a base
ficará polarizada e o transistor começará a conduzir corrente. Nessa situação ele se comportará como se fosse uma chave fechada e a
resistência entre coletor e emissor será praticamente nula, isso faz com que a corrente passe toda por ele e não vá nada para a saída.

78
Fig. 108

Podemos perceber que os dois terminais de saída estarão ligados ao terra, logo, a tensão de saída nesse caso será nula.

Repare que nesse circuito (Fig. 108), quando há tensão de entrada não há tensão de saída e, quando não há tensão
de entrada há tensão de saída. Porém, a maioria dos dispositivos são feitos para funcionarem exatamente ao contrario, ou seja,
quando há tensão de entrada há tensão de saída e quando não há tensão de entrada, não há tensão de saída.

Essa questão é facilmente solucionada colocando o dispositivo que se deseja acionar em série com o coletor do
transistor. Para ilustrar, vamos associar um LED ao transistor como mostrado na figura 109:


Fig. 109

Pela análise feita, fica fácil perceber que quando for aplicada uma tensão à base do transistor ele irá conduzir e
acenderá o LED.

A maioria dos transistores quando está saturado mantêm uma tensão entre Coletor e Emissor da ordem de 0,3V, então
essa será a maior tensão de saída possível.

Equação 7.2
Vce = 0,3 V
Cálculos

Analisando a malha de entrada do circuito da figura 109, teremos:

Ve = Vrb + Vbe

Ve – Vbe = Vrb

Como Vbe = 0,7V, então:

79
Equação 7.3
Vrb = Ve – 0,7

Analisando a malha de saída temos:

V = Vce + Vrc

V – Vce = Vrc

Como Vce = 0,3V, então:

Equação 7.4
Vrc = V – 0,3

Para acharmos os resistores, aplicamos a Lei de Ohm a cada resistor:

Rb = Vrb
Ib

Como Ib = Ic/β:

Rb = Vrb
Ic/ β

Passando β para cima:

Rb = Vrb. β
Ic

Substituindo Vrb pela equação 7.3, obtemos a equação do resistor da base:

Equação 7.5

Rb = (Ve – 0,7). β
Ic

Para calcularmos o resistor do coletor:

Rc = Vrc
Ic

Substituindo Vrc pela equação 7.4, obtemos a equação do resistor do Coletor:

Equação 7.6

Rc = V – 0,3
Ic

Exemplo 7.1: Calcule os valores dos resistores de Base e de Coletor para que o transistor opere como chave para as
especificações a seguir:

V = 12V , Ve = 5V , Ic = 100mA

Aplicando a equação 7.3:

Rb = (Ve – 0,7). β = (5 – 0,7) x 10 = 4,3 x 10 = 4,3 = 4,3 K


Ic 10 m 10 m m

Rb = 4,3 KΏ

80
Aplicando a equação 7.4:

Rc = V – 0,3 = 12 – 0,3 = 11,7 = 11,7 K = 11,7 x 1000 = 11,7 x 10 = 117


Ic 100 m 100 m 100 100

Rc = 117 Ώ

Esses cálculos que fizemos são utilizados quando a carga está em paralelo com o transistor. Vamos agora fazer os
cálculos do circuito de transistor como chave com a carga em serie com o transistor, para isso vamos usar como carga um LED.

Fig. 110

Não há modificações na malha de entrada em relação ao circuito anterior, então, para economizarmos trabalho, vamos
simplesmente aproveitar a equação obtida para Rb. A única diferença é que agora a corrente dada é a do LED (IL), mas como
ele está em série com o coletor, as correntes dos dois serão iguais.

Equação 7.7

Ic = IL

Substituindo esse resultado na equação 7.5:

Equação 7.8
Rb = (Ve – 0,7). β
IL

Como há o acréscimo do LED na malha de saída, nela vai haver modificações, vamos então equacioná-las.

V = VL + Vrc + Vce

V – VL – Vce = Vrc

Como Vce = 0,3V, então:

Equação 7.9

Vrc = V – VL – 0,3

Equacionando a Lei de Ohm para Rc:

Rc = Vrc
Ic

Substituindo a equação 7.9:

Rc = V – VL – 0,3
Ic

81
Substituindo a equação 7.7:

Equação 7.10

Rc = V – VL – 0,3
IL

Exemplo 7.2: Determine os valores dos resistores que devem ser associados ao Coletor e à Base do transistor para que
ele opere como chave e acenda o LED quando lhe for aplicado uma tensão em sua base.

Dados: V = 12V , Ve = 5V , Vl = 2V , Il = 20Ma

Aplicando a equação 7.8:

Rb = (Ve – 0,7). β = (5 – 0,7) x 10 = 4,3 x 10 = 43 = 2,15 = 2,15 K


IL 20 m 20 m 20 m m

Rb = 2,15 KΏ

Aplicando a equação 7.9:

Rc = V – VL – 0,3 = 12 – 2 – 0,3 = 9,7 = 9,7 K = 9,7 x 1000 = 9,7 x 50 = 485


IL 20 m 20 m 20 20

Rc = 485 Ώ

1) O termo técnico correto para o estado do transistor em que ele conduz corrente elétrica quando operando como chave é:

a) aberto
b) fechado
c) corte
d) saturado

2) O termo técnico correto para o estado do transistor em que ele NÃO conduz corrente elétrica quando está operando como
chave é:

a) aberto
b) fechado
c) corte
d) saturado

3) O termo que define o estado da chave quando ela está conduzindo é:

a) aberta
b) fechada
c) corte
d) saturado

4) O termo que define o estado da chave quando ela NÃO está conduzindo é:

a) aberta
b) fechada
c) corte
d) saturado

5) Assinale a alternativa que corresponde à faixa de valores ideais padronizada para ser usada pelo ganho quando o transistor
estiver atuando como chave.

a) 0 ≤ β ≤ 10
b) 10 ≤ β ≤ 20
c) 20 ≤ β ≤ 50
d) 50 ≤ β ≤ 100

82
6) Assinale a alternativa que corresponde ao valor da tensão entre Coletor e Emissor quando o transistor estiver saturado e
operando como chave.

a) 0 V
b) 0,3 V
c) 0,5 V
d) 0,7 V

7) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave.

Utilize o circuito com carga em paralelo.

Dados: V = 12V , Ve = 12 V , Ic = 500mA


V
a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ

Vs
Ve

8) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave.

Utilize o circuito com carga em paralelo.

Dados: V = 20V , Ve = 15 V , Ic = 500Ma V

a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ
Vs
V
e

9) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave.
V
Utilize o circuito com carga em paralelo.

Dados: V = 12,3V , Ve = 5,7 V , Ic = 100mA

a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ Vs
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ Ve

83
10) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave acendendo e apagando o LED.

Utilize o circuito com carga em série.

Dados: V = 20V , Ve = 5 V , VL = 2V , IL = 10mA

a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ

11) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave acendendo e apagando o LED.

Utilize o circuito com carga em série.

Dados: V = 12,3V , Ve = 5,7 V , VL = 2V , IL = 20mA

a) Rb = 4,52 KΏ , Rc = 388 Ώ
b) Rb = 4,3 K Ώ , Rc = 1,77 KΏ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ

12) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave acendendo e apagando o LED.

Utilize o circuito com carga em série.

Dados: V = 12V , Ve = 12 V , VL = 2V , IL = 25mA

a) Rb = 4,52 KΏ , Rc = 388 Ώ
b) Rb = 4,3 K Ώ , Rc = 1,77 KΏ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ

84
08. Amplificadores
Como definido, as duas principais funções do transistor são chavear e amplificar. Já vimos o que é e como o transistor
se comporta chaveando, agora veremos o que é e como ele se comporta amplificando.

8.1 Amplificação
Revendo o conceito, amplificar significa fornecer energia ao sinal. Veja a figura a 112, o comprimento de onda (largura do sinal)
permanece o mesmo só o que muda é a amplitude dele e, a amplitude, é o parâmetro do sinal que está diretamente ligado à sua energia.

Fig. 112

Então, amplificador é o circuito que amplifica o sinal, ou seja, amplificador é o circuito que fornece energia ao sinal.

Simbologia

Fig. 113

A base do triangulo (lado esquerdo do desenho) corresponde à entrada do circuito e a ponta da seta (lado direito)
corresponde à saída.

8.2 Funcionamento
Energia é uma entidade que a princípio não se cria nem se perde, ela se transforma. Porém hoje já se sabe que é
possível liberar a energia contida no núcleo de um átomo como se estivéssemos transformando a sua massa em energia, como
o que ocorre na bomba atômica e nas usinas nucleares.

Estamos mencionando isso apenas para explicar o que realmente ocorre com o sinal no amplificador, queremos explicar
como o amplificador fornece energia ao sinal.

Vamos partir do principio de que o amplificador não realiza nenhuma reação nuclear e os procedimentos internos de
fornecimento de energia são elétricos e simples de entender.

85
Como dito, a energia não é criada, nem gerada, nem perdida, ela é na verdade convertida. As usinas hidrelétricas, por
exemplo, transformam a energia cinética (energia do movimento dos corpos) da água em energia elétrica, o chuveiro transforma a
energia elétrica em energia térmica, os motores dos veículos transformam a energia química do combustível em energia cinética, etc.

O que o amplificador faz é retirar energia de algum lugar e fornecê-la ao sinal. Mas de onde ele retira essa energia?

A resposta é simples: da alimentação. Como todo circuito eletrônico, o amplificador deve estar ligado à uma fonte de
alimentação para funcionar, e é dessa fonte que ele retira a energia que será entregue ao sinal.

Entenda melhor essa explicação através da figura 114:

Ee Es

Ef

Fig. 114

Ee – energia de entrada.
Ef – energia da fonte.
Es – energia de saída.

As setas indicam a energia, a seta Ee indica a energia que entra no amplificador, a seta Ef indica a energia da fonte e
a seta Es indica a energia de saída do circuito.
Através dessa explicação podemos equacionar as energias utilizadas da seguinte forma:

Equação 8.1

Es = Ef + Ee

Parâmetros

Ganho - É a relação entre a saída e a entrada de um determinado parâmetro em um circuito.

Ganho de Corrente (Ai) – É relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada.

Equação 8.2

Ai = ΔIs
ΔIe

Ai = Ganho de Corrente.
ΔIs = Variação da corrente de saída.
ΔIe = Variação da corrente de entrada.

Ganho de Tensão (Av) - É relação entre a variação da tensão de saída pela variação da tensão de entrada.

Equação 8.3

Av = ΔVs
ΔVe

Av = Ganho de Tensão.
ΔVs = Variação da Tensão de saída.
ΔVe = Variação da Tensão de entrada.

86
Ganho de Potência (Ap) - É relação entre a variação da potência de saída pela variação da potência de entrada.

Equação 8.4

Ap = ΔPs
ΔPe

Ap = Ganho de potência.
ΔPs = Variação da potência de saída.
ΔPe = Variação da potência de entrada.

Mas a principal equação para a variação da potência não é necessariamente a equação 8.4 e sim:

Equação 8.5
Ap = Av x Ai

Impedância – É a soma de todas as oposições oferecidas à passagem da corrente elétrica. Vimos na eletricidade que
todos os corpos apresentam uma oposição à passagem da corrente elétrica e, essa oposição é chamada resistência. A resistência
depende apenas do material e das dimensões do corpo, sendo a mesma para qualquer tipo de corrente (continua ou alternada).

Existe também um tipo de oposição que varia em função da frequência. Essa oposição é chamada de Reatância que,
por ser uma oposição à passagem da corrente elétrica, também é medida em Ohm. É fornecida principalmente pelo capacitor e
pelo indutor (indutor é um componente elétrico feito por fio enrolado).

A impedância é dada pela equação:

Equação 8.6

Z = R + XL + Xc

Z = Impedância.
R = Resistência.
XL = Impedância indutiva (Impedância fornecida pelo Indutor).
Xc = Impedância capacitiva (Impedância fornecida pelo Capacitor).

Essa equação define a impedância, porém, na prática, ela pode ser obtida com mais facilidade a partir da Lei de Ohm
substituindo a resistência pela impedância:

Equação 8.7

Z= V
I

Z = Impedância.
V = Tensão.
I = Intensidade de corrente elétrica.

Impedância de entrada – é a impedância de entrada do circuito e é dada pela equação:

Equação 8.8
Ze= Ve
Ie

Ze = Impedância de entrada.
Ve = Tensão de entrada.
Ie = Intensidade de corrente elétrica de entrada.

Impedância de saída – é a impedância de saída do circuito e é dada pela equação:

Equação 8.9
Zs= Vs
Is

87
Zs = Impedância de saída
Vs = Tensão de saída
Is = Intensidade de corrente elétrica de saída

Resposta em Frequência – Como mencionado, há componentes e, consequentemente, há circuitos cujo comportamento varia
de acordo com frequência. Essa variação do funcionamento do circuito em função da frequência chama-se Resposta em Frequência.

A variação do comportamento do circuito em função da frequência ocorre com a maioria dos circuitos eletrônicos e com
o amplificador não é diferente, ele também tem o seu comportamento variando de acordo com a frequência.

Então, na hora de realizar o projeto, é fundamental saber qual a faixa de frequência de operação do circuito.

Defasagem – é a diferença de sincronismo entre duas correntes de mesma frequência, ou seja, é a diferença entre o
início do ciclo de duas correntes de mesma frequência.

Os sinais a seguir (Fig. 115), por exemplo, apesar de terem amplitudes diferentes têm a mesma fase, isto é, eles
possuem a mesma frequência e iniciam juntos, logo, eles estão em fase.

Fig. 115

Em compensação, os sinais da figura 116 possuem a mesma amplitude, mas eles não seguem simultaneamente o ciclo.
Observe que um sinal vai para parte positiva e o outro para a parte negativa, logo, eles estão defasados.

Fig. 116

Rendimento

O rendimento de um amplificador é a porcentagem de energia da fonte que o amplificador fornece ao sinal.

Como vimos, o amplificador retira energia da fonte de alimentação para fornecer ao sinal, mas nem toda energia que
é retirada da fonte é entregue ao sinal, boa parte dela é consumida pelo próprio circuito para que ele funcione.

O ideal é que não ocorra esse tipo de perda e que toda energia seja convertida no sinal. Sendo que, na prática isso é
impossível, já que em tudo que conhecemos ocorre essa perda de energia.

O rendimento do amplificador é equacionado como:

Equação 8.10

η = 100 .Ps
Pe

88
η = Rendimento.
Ps = Potência de saída do circuito.
Pe = Potência de entrada do circuito.

8.3 Associação de amplificadores


Na prática, pode ocorrer de necessitarmos de um determinado valor de amplificação e não dispormos de um transistor
ou de um amplificador que sozinho possa fornecer essa amplificação. Então, para solucionar esse problema, nós podemos
associar os amplificadores até obtermos o ganho desejado.

Essa associação de amplificadores também é chamada de Amplificador em Cascata.

Fig. 117

Os ganhos totais das tensões e das correntes serão dados pelos produtos dos ganhos de cada amplificador separadamente.

Então, em uma associação com n amplificadores teremos:

Ganho de Corrente em Cascata (Ait)

Equação 8.11

Ait = Ai1 x Ai2 x Ai3 x... Ain

Ganho de Tensão em Cascata (Avt)

Equação. 8.12

Avt = Av1 x Av2 x Av3 x... Avn

Ganho de Potência em Cascata (Apt)

Equação 8.13
Apt = Avt x Ait

8.3.1 Acoplamentos
A ligação de um amplificador a outro é chamada de acoplamento e podemos fazê-lo de forma direta ou utilizando um
componente intermediário como o capacitor ou o transformador, cada um deles vai possuir vantagens e desvantagens e é isso
que veremos agora.

Acoplamento direto

É a forma de acoplamento mais simples e, consequentemente, mais barata. Como não utiliza nenhum componente
para esse fim, ainda elimina do circuito alguns resistores de polarização de base, pois cada amplificador aproveita a polarização
dos outros amplificadores a qual ele está ligado, e com isso, o consumo de energia diminui.

Porém, a corrente contínua da alimentação passa livremente de um estágio para o outro, o que interfere no
funcionamento do transistor, pois como vimos nas unidades anteriores, é necessário que o transistor seja alimentado por um
valor de corrente contínua fixo e bem definido para que ele permaneça estável em um ponto de operação.

Se a alimentação variar em função das outras etapas, o funcionamento do transistor varia e o amplificador vai se
comportar de forma indesejada.

89
Fig. 118

Vantagens:

• Simplicidade;
• Menor custo;
• Menor consumo de energia;
• Ideal para baixas frequências / Bom para todas as frequências.

Desvantagens:

• Mau casamento de impedância entre os amplificadores;


• Instabilidade do ponto quiescente;
• Instabilidade do funcionamento do amplificador;
• Variação do rendimento do circuito.

Acoplamento capacitivo

Continua sendo uma alternativa barata, porém não tanto quanto no acoplamento direto, pois apesar de o capacitor ser
um componente barato nesta configuração são utilizados todos os resistores de base, o que o torna menos econômico.

Ele é muito bom para altas frequências, pois a reatância capacitiva diminui com o aumento da frequência, então para
frequências mais altas a sua reatância será baixíssima.

Outra vantagem do uso do capacitor é que ele não deixa passar corrente continua, logo, não haverá passagem de CC
de uma estágio para outro, o que manterá a estabilidade do ponto de operação do transistor e, consequentemente, manterá a
estabilidade de funcionamento do amplificador.


C1 C2
Fig. 119

Vantagens:

• Baixo custo;
• Ideal para altas frequências;
• Isola a corrente contínua;
• Mantêm o ponto de operação do transistor fixo.

Desvantagens:

• Apresenta alta reatância para baixas frequências;


• Apresenta perdas maiores para baixas frequências;
• Não realiza casamento de impedância.

Acoplamento indutivo

O acoplamento indutivo é o acoplamento que utiliza transformador para acoplar os estágios.

Devido à diferença da quantidade do número de espiras de cada enrolamento do transformador, há também uma
diferença de impedância entre cada um deles o que favorece o casamento de impedância entre estágios.

Da mesma forma que ocorre com o capacitor, o transformador também não deixa passar corrente contínua que,
consequentemente, fixa o ponto de operação do transistor.

90
Porém, o transformador é um componente bem mais caro do que a maioria dos componentes eletro-eletrônicos
utilizados na eletrônica linear de baixa potência, então, isso aumenta o custo do projeto.

Outra desvantagem do transformador é o seu tamanho, ele também é bem maior do que a maioria dos componentes
eletro-eletrônicos utilizados na eletrônica linear de baixa potência, o que dificulta um pouco a sua utilização.

Fig. 120

Vantagens:

• Ideal para baixas frequências;


• Isola a corrente continua;
• Mantêm o ponto de operação do transistor fixo;
• Realiza um ótimo casamento de impedância.

Desvantagens:

• Alto custo;
• Apresenta alta reatância para altas frequências.

8.4 Tipos de amplificadores



Os amplificadores podem ser classificados de diversas formas, mas as principais são:

• Quanto à Frequência;
• Quanto à Potência.

Quanto à frequência os amplificadores podem ser de:

• Baixa frequência;
• Média frequência;
• Alta frequência.

Quanto à potência os amplificadores podem ser de:

• Baixa potência;
• Média potência;
• Alta potência.

Os amplificadores de potência são os principais tipos de amplificadores, por isso eles são subdivididos em classes
de acordo com a região da reta de carga em que eles operam. Essas classificações são muito importantes por isso serão vistas
separadamente na próxima unidade.

1) Assinale a alternativa correspondente à definição de amplificação.

a) Fornecer energia ao sinal.


b) Fornecer duração ao sinal.
c) Fornecer comprimento ao sinal.
d) Fornecer largura ao sinal.

91
2) Assinale a alternativa que corresponde à diferença de sincronismo entre duas correntes de mesma frequência.

a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.

3) Assinale a alternativa que corresponde à variação do funcionamento do circuito em função da frequência.

a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.

4) Assinale a alternativa que corresponde à soma de todas as oposições oferecidas à passagem da corrente elétrica.

a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.

5) Assinale a alternativa que corresponde à relação entre a saída e a entrada de um determinado parâmetro em um circuito.

a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.

6) Assinale a alternativa que NÃO corresponde à uma vantagem do acoplamento direto.

a) Simplicidade.
b) Menor custo.
c) Isola a corrente contínua.
d) Menor consumo de energia.

7) Assinale a alternativa que NÃO corresponde à uma desvantagem do acoplamento direto.

a) Mau casamento de impedância entre os amplificadores.


b) Instabilidade do ponto quiescente.
c) Variação do rendimento do circuito.
d) Apresenta alta reatância para baixa frequência.

8) Assinale a alternativa que NÃO corresponde à uma vantagem do acoplamento capacitivo.

a) Baixo custo.
b) Ideal para baixas frequências.
c) Isola a corrente contínua.
d) Mantém o ponto de operação do transistor fixo.

9) Assinale a alternativa que NÃO corresponde à uma desvantagem do acoplamento capacitivo.

a) Instabilidade do ponto quiescente.


b) Apresenta alta reatância para baixas frequências.
c) Apresenta perdas maiores para baixas frequências.
d) Não realiza casamento de impedância

10) Assinale a alternativa que NÃO corresponde à uma vantagem do acoplamento indutivo.

a) Ideal para altas frequências.


b) Isola a corrente contínua.
c) Mantém o ponto de operação do transistor fixo.
d) Realiza um ótimo casamento de impedância.

92
09. Classes de amplificadores
de potência
Como dito no final da unidade anterior, a principal classificação dos amplificadores é quanto à potência, pois a sua
principal função é basicamente amplificar a energia do sinal e esta classificação pode ser novamente subdividida essencialmente
em quatro classes, que são dadas de acordo com a região da reta de carga onde esteja o ponto de operação do transistor.

9.1 Amplificador classe A


Amplificador classe A é o tipo de amplificador em que o ponto de operação do transistor está situado no meio da reta de carga.

Como vimos, a reta de carga de um transistor é representada da seguinte forma:


Ic

Ib5

Ib4

Ib3

Ib2

Ib1
Vce

Fig. 121

Então, o ponto de operação no meio da reta de carga seria representado como:

Iq

Vq

Fig. 122

Iq = Corrente do ponto quiescente.


Vq = Tensão do ponto quiescente.

93
Circuito do amplificador classe A (Fig. 123):

Fig. 123

Vs = Tensão de saída.
Ve = Tensão de entrada.

Características

Região de operação: ativa.

Ponto de operação: meio da reta de carga.

Rendimento: 25%.

Desvantagens: baixo rendimento.

9.2 Amplificador classe B


Amplificador classe B é o tipo de amplificador em que o ponto de operação do transistor está situado próximo à região de corte.

Fig. 124

Características

Região de operação: limite entre a região ativa e a região de corte.

Ponto de operação: limite entre a região ativa e a região de corte.

94
Vantagens: bom rendimento.

Desvantagens: amplifica somente um semiciclo do sinal.

O circuito do amplificador classe B é o mesmo do amplificador classe A, as diferenças estão apenas nos valores.

9.3 Amplificador classe B push-pull


Amplificador classe B Push-Pull é o tipo de amplificador tipo B desenvolvido para amplificar os dois semiciclos do sinal,
para isso ele utiliza dois transistores de polaridades opostas, isto é, uma NPN e outro PNP (um para cada semiciclo).

Fig. 125

Características

Região de operação: limite entre a região ativa e a região de corte.

Ponto de operação: limite entre a região ativa e a região de corte.

Vantagens: amplifica o sinal inteiro, bom rendimento.

Desvantagens: distorção Cross-Over.

Distorção Cross-Over

É a distorção que ocorre no sinal amplificado pelo Amplificador Push-Pull durante a transição de um semiciclo para o
outro. Isso ocorre devido ao fato de o transistor só começar a operar quando há uma tensão maior do que a barreira de potencial
(0,7V para transistores de silício e 0,2V para transistores de germânio) aplicada entre a base e o emissor.

Então, quando o sinal faz a transição de -0,7v para 0,7V e vice-versa, o transistor praticamente não reproduz em sua
saída o sinal de entrada.

Circuito do Amplificador Classe B Push-Pull (Fig. 126)

Vs = Tensão de saída.
Ve = Tensão de entrada.

Fig. 126

95
9.4 Amplificador classe AB
Amplificador classe AB é o amplificador em que o ponto de operação está entre o ponto de operação do amplificador
classe A e o ponto de operação do amplificador classe B.

Fig. 127

Características

Região de operação: ativa.

Ponto de operação: entre o centro da reta de carga e a região de corte.

Rendimento: 78,5%.

Vantagens: amplifica o sinal inteiro, bom rendimento, não apresenta distorção Cross-Over.

O circuito do amplificador classe AB é o mesmo do amplificador classe B Push-Pull, a diferença está apenas nos valores.

9.5 Amplificador classe C


Amplificador classe C é o amplificador em que o ponto de operação está na região de corte.

Fig. 128

Características

Região de operação: corte.

Ponto de operação: dentro da região de corte.

Rendimento: varia.

96
O Circuito do Amplificador Classe C (Fig. 129):

Fig. 129

1) Assinale a alternativa que corresponde ao elemento que define a classe do amplificador.

a) A frequência de trabalho.
b) A potência de saída.
c) O rendimento.
d) Região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação.

2) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação do amplificador classe A.

a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.

3) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação do amplificador classe B.

a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.

4) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação do amplificador classe AB.

a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.

5) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação do amplificador classe C.

a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.

97
6) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe A.

a) Dentro da região de corte.


b) Entre o centro da reta de carga e a região de corte.
c) Limite entre a região ativa e a região de corte.
d) Meio da reta de carga.

7) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe B.

a) Dentro da região de corte.


b) Entre o centro da reta de carga e a região de corte.
c) Limite entre a região ativa e a região de corte.
d) Meio da reta de carga.

8) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe AB.

a) Dentro da região de corte.


b) Entre o centro da reta de carga e a região de corte.
c) Limite entre a região ativa e a região de corte.
d) Meio da reta de carga.

9) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe C.

a) Dentro da região de corte.


b) Entre o centro da reta de carga e a região de corte.
c) Limite entre a região ativa e a região de corte.
d) Meio da reta de carga.

10) Assinale a alternativa que corresponde à configuração da classe do amplificador cujo rendimento é de 25%.

a) A
b) B
c) C
d) B Push-Pull

11) Assinale a alternativa que corresponde à configuração da classe do amplificador que amplifica somente um semiciclo do sinal.

a) A
b) B
c) C
d) B Push-Pull

12) Assinale a alternativa que corresponde à configuração da classe do amplificador que apresenta distorção Cross-Over.

a) A
b) B
c) C
d) B Push-Pull

98

Amplificador – é o dispositivo que fornece energia ao sinal.
Banda de energia - é uma faixa de valores de energia que o elétron pode assumir em uma determinada situação.
Camada de depleção – é a camada (região) isolante formada em volta da Junção PN.
Camada de valência – órbita mais externa do átomo onde os as reações químicas acontecem.
Carga – capacidade das partículas elétricas de interagirem entre si à distância, se repelindo ou atraindo de acordo
com a sua polaridade.
Carga – elemento que consome energia elétrica.
Carga elementar – menor carga que pode ser encontrada espontaneamente no universo. Seu valor corresponde ao
módulo das cargas do elétrons ou dos prótons.
Condutividade - capacidade do material de deixar passar corrente elétrica.
Condutor – material que apresenta baixa resistência.
Corrente elétrica – é o fluxo ordenado de cargas elétricas.
Cristal – agrupamento ordenado de átomos iguais.
Curto-circuito – interligar dois pontos de um circuito através de um elemento condutor.
Defasagem – é a diferença de sincronismo entre duas correntes de mesma frequência, ou seja, é a diferença entre
o início do ciclo de duas correntes de mesma frequência.
Dopagem - é o processo de adicionar impurezas ao cristal.
Efeito Joule – fenômeno onde a energia elétrica é convertida em energia térmica.
Elétron – partícula fundamental que compõe o átomo e apresenta carga elétrica negativa.
Elétron de valência – elétron situado na camada de valência.
Eletrosfera - é a região ao redor do núcleo do átomo onde os elétrons estão.
Frequência – quantidade de ciclos por segundo que o sinal realiza.
Ganho – É a relação entre a saída e a entrada de um determinado parâmetro em um circuito.
Impedância – é a soma de todas as oposições oferecidas à passagem da corrente elétrica.
Impureza - qualquer elemento diferente do elemento que constitui o cristal.
Isolante – material que apresenta alta resistência.
Junção PN – É a região de junção (união) do semicondutor tipo N com o semicondutor tipo P.
Lacuna – região do cristal com carência de um elétron.
Malha – ramo ou parte de um circuito.
Nó – divisão ou ramificação de fios ou trilhas de contato.
Órbita – região ao redor do núcleo do átomo onde os elétrons circulam.
Partículas elementares – são partículas subatômicas indivisíveis.
Período – é o tempo que o sinal gasta para realizar um ciclo.
Polarizar – fixar o componente em um ponto de operação, fixar as tensões e correntes contínuas aplicadas sobre
ele, para que ele exerça exatamente a função que deve exercer, dentro dos parâmetros do circuito.
Ponto quiescente – ponto de operação do componente no circuito.
Portador – são as partículas que formam (transportam) a corrente elétrica dentro do Semicondutor. Os portadores
podem ser os elétrons ou as lacunas.
Portador majoritário – é o portador em maior quantidade.
Próton – partícula fundamental que compõe o átomo e apresenta carga elétrica positiva.
Quiescente – quieto; estável; fixo.
Reatância – oposição oferecida à passagem da corrente elétrica em função da frequência.
Resistência – é a oposição oferecida à passagem da corrente elétrica.
Semiciclo – metade do ciclo do sinal alternado, pode ser só o positivo ou só o negativo.
Semicondutor dopado – o mesmo que semicondutor extrínseco.
Semicondutor extrínseco – semicondutor que teve outros elementos químicos acrescidos à sua estrutura,
semicondutor que passou pelo processo de dopagem. Também chamado semicondutor dopado.
Semicondutor intrínseco – semicondutor composto exclusivamente de elementos iguais, também dito semicondutor Puro.
Semicondutor puro – o mesmo que semicondutor intrínseco.
Semicondutor tipo N - é o semicondutor extrínseco com excesso de cargas negativas.
Semicondutor tipo P - é o semicondutor extrínseco com excesso de cargas positivas.
Tensão – é a capacidade de gerar corrente elétrica ou é a intensidade da repulsão das cargas elétricas.
Tetravalente - elemento químico que possui quatro elétrons na camada de valência e com isso pode realizar até
quatro ligações químicas simultaneamente.

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Referências

BOURGERON, R. 1300 Esquemas e Circuitos Eletrônicos. Curitiba. Hemus, 2002.

EDMINISTER, Joseph A. Circuitos Elétricos. São Paulo. Schaum McGraw-Hill. 1975.

GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. São Paulo. Schaum McGraw-Hill Makron Books.1985

MALVINO, Albert Paul Malvino. Eletrônica. São Paulo. Makron Books. 1995.

MARQUES, Ângelo Eduardo, Eduardo C. A. Cruz, Salomão C. Junior. Dispositivos semicondutores Diodos e transistores.
São Paulo. Erica, 2002.

PETRONI, Volnei A. Circuitos Eletrônicos. Rio de Janeiro. Livros técnicos e Científicos, 1986.

REZENDE, Sergio M Rezende, A Física dos Materiais e Dispositivos Eletrônicos. Recife, UFPE, 1996.

SCHILLING, Donald L. & BELOVE, Charles. Circuitos Eletrônicos Discretos e Integrados. Rio de Janeiro. McGraw-Hill, 1982.

SEDRA, Adel S. , Kenneth C. Smith. Microeletrônica. São Paulo. Makron Books, 2000.
Apêndice 1

Simbologias

Simbologia Componente

Resistor Fixo

Resistor variável

LDR Resistor Dependente de Luz

Capacitor não Eletrolítico

Capacitor Eletrolítico

Capacitor Eletrolítico

Capacitor não Eletrolítico Variável

Capacitor Eletrolítico Variável

Diodo Retificador

Diodo Zener

LED (Diodo Emissor de Luz)

Foto Diodo

Fonte de Alimentação
Apêndice 2

Associação de Componentes

Há duas formas básicas de associarmos dispositivos, componentes em um circuito, aparelho ou sistema, essas formas são:

• Associação em Série;
• Associação em Paralelo.

Essas formas diferem umas da outras pelas características e formas de ligarmos o elemento. A seguir veremos, de
forma resumida, as principais características dessas duas formas de associação de componentes.

Essas duas formas de associação são válidas para quaisquer componentes, equipamentos, circuitos, etc. Porém,
vamos ilustrá-las com resistor devido às facilidades de encontrar e manusear esse componente e por ele apresentar diretamente
o seu valor de resistência.

Associação em série

A associação em série é aquela em que o terminal de um componente está ligado ao terminal do componente seguinte,
como mostra a figura 130:

Fig. 130

Características

A principal característica da associação em série é que só há um caminho para a corrente percorrer, ou seja, para ela sair
do ponto A e chegar ao ponto B, ela tem que passar, obrigatoriamente, por todos os componentes do circuito. Consequentemente,
a intensidade de corrente total do circuito (It) será a mesma em todos os componentes.

It = I1 = I2 = I3

Fig. 131

Já a tensão total (Vt) será dividida entre todos os componentes do circuito.

Vt = V1 + V2 +V3

E a resistência total será a soma das resistências parciais.

RT = R1 + R2 + R3

Associação em paralelo

A associação em paralelo é aquela em que os terminais de um componente estão ligados aos terminais do componente
do lado, como mostra a figura 132:

Fig. 132
Características

Na associação em paralelo há vários caminhos para a corrente percorrer, logo, ela se dividirá entre cada um dos
componentes, como mostra a figura 133:

Fig. 133

It = I1 + I2 + I3

A tensão total em uma associação em paralelo é a mesma em cada um dos componentes.

Vt = V1 = V2 = V3

A resistência total de uma associação em paralelo é dada pela equação a seguir:

1 = 1 + 1 + 1
RT R1 R2 R3

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