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Autor
VINÍCIUS LOPES
1ª Edição
Nosso conteúdo e nossos livros foram pensados para você que quer
conquistar novas possibilidades! Em suas mãos está o nosso melhor, para
que você possa alcançar o máximo de si! Aproveite seus livros da melhor
forma e se dedique aos seus estudos! Bom futuro!
ESCOLA ELECTRA
ÍNDICE
1. Fundamentos de transistores...................................................................................................7
1.1 Estrutura.............................................................................................................................................7
1.2 Terminais ...........................................................................................................................................8
1.3 Classificações....................................................................................................................................9
1.4 Simbologia.........................................................................................................................................9
1.5 Funções ..............................................................................................................................................10
1.6 Funcionamento................................................................................................................................11
1.7 Correntes ...........................................................................................................................................16
1.8 Tensões ...............................................................................................................................................17
2.Configurações básicas............................................................................................ 21
2.1 Configuração base comum (BC)................................................................................................21
2.2 Configuração emissor comum (EC)..........................................................................................23
2.3 Configuração coletor comum (CC)............................................................................................24
2.4 Resumo geral das configurações...............................................................................................25
3. Ganhos de corrente............................................................................................... 27
3.1 Relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada....27
4. Regiões de operação............................................................................................. 33
4.1 Região ativa.......................................................................................................................................33
4.2 Região de corte................................................................................................................................33
4.3 Região de saturação.......................................................................................................................34
4.4 Região de ruptura...........................................................................................................................34
5. Reta de carga e ponto quiescente........................................................................ 37
5.1 Reta de carga ...................................................................................................................................37
5.2 Ponto quiescente (ou ponto de trabalho) .............................................................................44
6. Polarizações........................................................................................................... 52
6.1 Polarização base comum..............................................................................................................52
6.2 Polarização emissor comum.......................................................................................................56
6.3 Polarização coletor comum.........................................................................................................70
7. Transitor operando como chave........................................................................... 77
7.1 O dispositivo ....................................................................................................................................77
7.2 Funcionamento ...............................................................................................................................77
8. Amplificadores....................................................................................................... 85
8.1 Amplificação.....................................................................................................................................85
8.2 Funcionamento................................................................................................................................85
8.3 Associação de amplificadores.....................................................................................................89
8.4 Tipos de amplificadores ...............................................................................................................91
9. Classes de amplificadores de potência................................................................ 93
9.1 Amplificador classe A.....................................................................................................................93
9.2 Amplificador classe B.....................................................................................................................94
9.3 Amplificador classe B push-pull.................................................................................................95
9.4 Amplificador classe AB..................................................................................................................96
9.5 Amplificador classe C.....................................................................................................................96
01. Fundamentos
de transistores
O componente que veremos nesta unidade é comumente chamado de transistor, mas o seu nome
completo é: Transistor Bipolar (pois conduz nos dois sentidos) ou transistor de Junção (pois é feito pela
junção dos semicondutores Tipo N e Tipo P).
Foi desenvolvido em 23 de dezembro de 1947, pelos cientistas John Bardeen e Walter Brattain do
Centro de Pesquisas do Laboratório Bell Telephones nos Estados Unidos. Fig. 01 - Transistor
Na verdade a data da criação do transistor foi a data da apresentação oficial do transistor para o mundo, pois a
invenção e o desenvolvimento se deram um pouco antes.
Válvula é o nome do componente eletrônico que marcou a indústria eletrônica e possibilitou a criação de aparelhos
como a televisão e o rádio. Aqui no Brasil, as televisões de tubo de imagem até os anos 80 ainda eram feitas à válvula e tinham
uma característica marcante de ter que esquentar para começar a funcionar.
O transistor veio substituir justamente esse componente, pois apresentava as seguintes vantagens em relação à válvula:
• Menor tamanho;
• Menor consumo;
• Maior durabilidade;
• Maior eficiência.
1.1 Estrutura
O transistor é composto por de três camadas semicondutoras de polaridades intercaladas, isto é, nas extremidades ele
é feito de uma polaridade e no meio ele apresenta a polaridade oposta, como mostram as figuras 2 e 3:
N P N
Fig. 02
P N P
Fig. 03
Os semicondutores podem apresentar carga Negativa ou Positiva e são chamados de Semicondutor Tipo N ou
Semicondutor Tipo P respectivamente, como vimos em Eletrônica Linear I.
7
1.2 Terminais
Cada um dos terminais do transistor recebe um nome de acordo com a função que exerce no componente.
Emissor
Pode ser definido como o terminal que emite portadores para a base. Este elemento possui duas principais características: a
primeira é ser fortemente dopado, isto é, apresenta muitos portadores; a segunda é ser maior do que a base e menor do que o coletor.
Dopar significa inserir átomos de um elemento químico diferente da substância a fim de aumentar sua condutividade
elétrica, então quando dizemos que ele está fortemente dopado, significa que ele é um ótimo condutor.
Já os portadores, são os elementos responsáveis por formar a corrente elétrica dentro do semicondutor, no caso
do semicondutor tipo N os portadores são os Elétrons (que apresentam carga negativa) e no caso do Semicondutor Tipo P os
portadores são as Lacunas (que apresentam carga positiva).
Fig. 04
Coletor
O coletor é o terminal que coleta os portadores vindos da base. Este elemento possui duas principais características:
a primeira é que o terminal coletor é fracamente dopado, ou seja, apresenta poucos portadores; a segunda, é que o coletor é o
maior dos terminais do transistor.
Fig. 05
Base
A base é o terminal central do transistor que interliga o coletor e o emissor. Possui duas principais características, a
primeira é apresentar uma dopagem intermediária aos outros terminais, já a segunda características da base, é a de ser muito
fina para que os portadores possam atravessá-la.
Possui como função controlar a corrente que passa pelo transistor. Este cotrole ocorre através da tensão aplicada à base.
Fig. 06
8
Associando os nomes a cada um de seus respectivos terminais, teremos:
Emissor Coletor
N P N
Base
Fig. 07
Emissor Coletor
P N P
Base
Fig. 08
1.3 Classificações
Os transistores podem ser classificados de várias formas. Mas, geralmente, são classificados quanto:
NPN e PNP
Todas as outras classificações possíveis dos transistores (quanto à potência, quanto à frequência, quanto à aplicação,
etc.) também são subclassificadas quanto à polaridade e, consequentemente, vão apresentar a mesma simbologia.
1.4 Simbologia
Na simbologia do transistor a base corresponde ao terminal do meio, por ser o terminal central na estrutura do componente.
O emissor é indicado por uma seta, lembrando a simbologia do diodo. Assim como no diodo, a ponta da seta indica a
parte negativa.
B – Base
C – Coletor
E – Emissor
Fig. 09
9
Para lembrar a simbologia de cada tipo, o aluno pode aproveitar as letras dos nomes das classificações e fazer uma
associação com as palavras Penetra e Não Penetra. Isso é possível, porque no transistor PNP a seta PeNetra, já no transistor e na
simbologia do transistor NPN, a seta Não Penetra. As letras em negrito são as duas primeiras letras do nome da classificação.
1.5 Funções
A função básica do transistor é controlar a intensidade da corrente elétrica que passa pelo circuito, mas em consequência
disso, podemos atribuir a ele duas aplicações básicas consideradas suas duas principais funções, que são: Chavear (Fig. 10) e
Amplificar (Fig. 11).
Fig. 10 Fig. 11
Amplificar significa fornecer energia ao sinal, conforme mostrado nas figuras a seguir:
E
(V)
t (s)
Fig. 12
Sinal Amplificado:
E
(V)
t
(s)
Fig. 13
É isto que fazem os amplificadores de som utilizados em festas e eventos. A energia do sinal que sai do aparelho de
som é baixa. Por este motivo, necessitamos dos circuitos amplificadores para aumentar a energia do som para que ele possa ser
perfeitamente ouvido por toda a área desejada. Se o som não for amplificado, não é possível ouvi-lo em um ambiente grande e
com muitas pessoas. O transistor é o principal componente desse tipo de equipamento.
A outra função que o transistor realiza é a de chavear, ou seja, ligar e desligar, deixar passar corrente ou interromper a
sua passagem. Funciona como se fosse um interruptor de luz ou uma chave liga-desliga, com a diferença de que esses elementos
são acionados mecanicamente. Já o transistor, é acionado eletricamente, isto é, aplicamos uma tensão à base e o transistor deixa
passar corrente, retiramos essa tensão e ele impede a passagem de corrente.
10
1.6 Funcionamento
O controle da intensidade da corrente elétrica que circula pelo circuito é feito através do controle da tensão aplicado à
base do transistor, mas para entender melhor como isso ocorre, vamos analisar as polarizações possíveis nos terminais do transistor.
1.6.1 Transistor NPN
1º Polarização
Vamos inserir uma fonte de alimentação entre os terminais Base e Emissor, polarizando-os diretamente. Chamaremos
essa tensão de Vbe (Tensão entre Base e Emissor).
Fig. 14
Nesta situação, a junção Base e Emissor está polarizada diretamente e vai se comportar como um diodo polarizado
diretamente, deixando passar corrente do emissor para a base.
Fig. 15
2º Polarização
Agora, vamos inserir uma fonte de alimentação na outra junção do transistor, a junção Base e Coletor e polarizá-la
inversamente. Chamaremos essa tensão de Vcb (Tensão entre Coletor e Base).
Fig. 16
11
Nesta configuração, o transistor estará polarizado inversamente e não haverá corrente devido aos portadores
majoritários (portadores que estão em maior quantidade dentro do semicondutor).
Não existe semicondutor que possua somente um tipo de carga. Todos eles possuem também portadores de
polaridade oposta à polaridade da maioria, esses portadores são chamados de minoritário e são as lacunas no semicondutor
Tipo N e são os elétrons no semicondutor Tipo P.
Fig. 17
Observe os portadores minoritários na parte inferior do transistor, eles estão polarizados diretamente em relação à
fonte, então, consequentemente, teremos um fluxo de corrente muito baixo da Base para o Coletor devido a esses portadores.
Fig. 18
Então, se colocarmos em um único circuito as duas fontes de alimentação apresentadas anteriormente, teremos o
seguinte (Fig. 19):
Fig. 19
12
Quando nós tínhamos somente o emissor polarizado, os elétrons da fonte Vbe eram atraídos exclusivamente pelo
positivo (+) dela mesma. (Fig. 20)
Fig. 20
Agora, na presença de outra fonte (Vcb), eles são atraídos também pelo positivo. Repare que ao mesmo tempo em
que isso ocorre, o negativo (-) da fonte Vcb é ligado à base. (Fig. 20)
O resultado disso é que o negativo de Vcb irá dificultar a passagem de corrente saindo da base em direção ao positivo
de Vbe, pois cargas com mesma polaridade se repelem e, consequentemente, a corrente que sai da base será menor do que era
na ausência de Vcb. (Fig. 21)
Fig. 21
Observe que a corrente que sai da base é menor do que a corrente que saía dela na figura anterior. (Fig. 21)
Em compensação o positivo de Vcb vai atrair com mais intensidade para ele a corrente do Emissor. Então, ao invés
da corrente que entra pelo emissor sair toda pela base, a grande maioria vai passar através dela e sair pelo coletor e apenas um
pouco sairá pela base. (Fig. 22)
Fig. 22
Observe que a corrente que passa pelo coletor é menor do que aquela que circula pelo emissor. Isto porque a corrente
do emissor se divide um pouco para a base e o resto para o coletor. (Fig. 22)
A intensidade da corrente que circula pelo transistor pode ser controlada pelos potenciais das fontes ligadas a ele.
13
1.6.2 Transistor PNP
O que acabamos de ver foi o princípio de funcionamento do transistor NPN. Agora, aprenderemos o funcionamento do
transistor PNP e veremos que trata-se exatamente do mesmo princípio, modificando apenas as polaridades das fontes de alimentação.
1º Polarização
Vamos inserir uma fonte de alimentação entre os terminais Base e Emissor (Vbe) do transistor polarizando-os
diretamente. (Fig. 23)
Fig. 23
Nesta situação, a junção Base e Emissor está polarizada diretamente e vai se comportar como um diodo polarizado
diretamente, deixando passar corrente da Base para o Emissor. (Fig. 24)
Fig. 24
2º Polarização
Vamos inserir uma fonte de alimentação na outra junção do transistor, ou seja, na junção Base e Coletor, polarizando-a
inversamente. Chamaremos essa tensão de Vcb (Tensão entre Coletor e Base). Fig. 25
Fig. 25
14
Nesta configuração o transistor estará polarizado inversamente e não haverá corrente devido aos portadores majoritários
(portadores que estão em maior quantidade dentro do semicondutor), porém, como os semicondutores possuem também portadores
minoritários (polaridade oposta à polaridade da maioria), então, na verdade, nós teremos a seguinte figura 26:
Fig. 26
Observe os portadores minoritários na parte inferior do transistor, eles estão polarizados diretamente em relação à fonte,
então, consequentemente, teremos um fluxo de corrente muito baixo do Coletor para a Base devido a esses portadores. (Fig. 27)
Fig. 27
Então, se ligarmos ao mesmo tempo em um único circuito as duas fontes de alimentação apresentadas nas outras
configurações, teremos:
Fig. 28
Quando nós tínhamos somente o emissor polarizado, os elétrons da fonte Vbe eram atraídos exclusivamente pelo
positivo dela mesma, como mostrado na figura 29:
Fig. 29
15
Agora, na presença de outra fonte (Vcb) eles são atraídos também pelo positivo dessa nova fonte, então, a corrente
de sai do negativo de Vbe é dividida entre a base e o positivo de Vcb. (Fig. 30)
Fig. 30
Repare que ao mesmo tempo em que isso ocorre, o negativo da fonte Vcb é ligado ao coletor. O resultado disso é que o positivo
de Vcb irá atrair a corrente vinda do negativo de Vbe e a corrente que sai do negativo de Vcb será atraída pelo positivo de Vbe. (Fig. 31)
Fig. 31
Observe que no transistor PNP as correntes entram pela base e pelo coletor, se juntam e saem somadas no emissor
(Fig. 31), enquanto que no transistor NPN a corrente entra pelo emissor e se divide para a base e para o coletor.
1.6.3 Conclusão
Se fizermos uma análise mais detalhada em ambos os tipos de transistores (NPN E PNP), veremos que se aumentarmos a
corrente da base, aumentaremos também a corrente de coletor e, consequentemente, se diminuirmos a corrente da base diminuiremos
a corrente do coletor, logo podemos concluir que: a corrente que circula pelo transistor pode ser controlada pela corrente da Base.
1.7 Correntes
De acordo com o que foi explicado, podemos dizer que a corrente total que circula pelo circuito corresponde à corrente
do emissor e, esta por sua vez, se divide entre base e coletor.
Fig. 32
16
Logo, podemos equacioná-las da seguinte forma (equação 1):
Ie = Ic + Ib
Ie = Corrente do Emissor
Ic = Corrente do Coletor
Ib = Corrente da Base
Por exemplo, vamos supor que a corrente que passe pelo coletor seja de 100mA e que a corrente que passe pela Base
seja de 10mA, qual será a corrente do emissor?
Em eletricidade a letra m seguida do número representa o prefixo métrico mili, que significa que estamos dividindo
o número por 1000. Então, nesse caso, teríamos 100mA = 100/1000 A = 0,1A. Já a letra A, é a abreviação de Ampère, que é a
unidade de medida de intensidade de corrente elétrica.
Voltando ao exemplo, temos: corrente da base (Ib) = 10mA e corrente do coletor (Ic) = 100mA. Vamos equacionar,
substituir os valores e em seguida fazer os cálculos para achar o resultado.
A equação é: Ie = Ic + Ib, substituindo os valores temos: Ie = 100m + 10m, logo Ie será igual a 110mA.
Agora faremos um segundo exemplo utilizando a mesma equação, só que não temos a corrente de coletor.
Dispomos da corrente de Base que é de 20mA e da corrente do Emissor que é de a 220mA, qual é a corrente do coletor?
A equação é Ie = Ic + Ib, como neste caso não temos Ic, vamos isolá-lo em um dos lados da igualdade passando a
corrente da base para o outro lado.
Como a corrente da base estava somando, ela passa para o outro lado subtraindo:
Ie – Ib = Ic
Logo, Ic = 200mA
Para determinarmos a corrente da base, procederemos da mesma forma que procedemos para calcular a corrente do
coletor, só que ao invés de isolar Ic, iremos isolar Ib. Por exemplo: Ie = 250mA e Ic = 200mA, qual será o valor de Ie?
Ie = Ic + Ib
Ie – Ic = Ib
Substituindo os valores:
250m – 200m = Ib
Logo, Ib = 50mA.
1.8 Tensões
Os transistores possuem três tensões diferentes sobre eles, que são aplicadas entre os seus terminais. A nomenclatura
dessas tensões depende da polaridade do transistor e dos terminais envolvidos.
17
Para o Transistor NPN, a nomenclatura é:
Fig. 33
Para o Transistor PNP a nomenclatura é praticamente a mesma, a única diferença está na ordem das letras que indicam
os terminais. Essa modificação é mais uma questão de convenção conceitual para indicar a diferença de polaridades de um
transistor para o outro.
Fig. 34
18
4) Desenhe a simbologia correspondente à cada tipo de transistor e identifique seus terminais.
a) NPN b) PNP
a) Amplificar e chavear.
b) Amplificar e oscilar.
c) Oscilar e chavear.
d) Retificar e oscilar.
a) Chavear o sinal.
b) Aumentar a energia do sinal.
c) Manter a energia do sinal.
d) Aumentar a frequência do sinal.
a) Oscilador
b) Retificador
c) Fonte de Alimentação
d) Amplificador
8) Assinale a alternativa que corresponde às polarizações adequadas para que o transistor opere normalmente.
9) Correlacione:
A) Ib
B) Ic
C) Ie
D) Vcb
E) Vbe
F) Vce
19
10) Coloque V para Verdadeiro e F para Falso
a) 101 mA
b) 99mA
c) 10mA
d) 1000mA
a) 101 mA
b) 99mA
c) 10mA
d) 1000mA
a) 101 mA
b) 99mA
c) 10mA
d) 1000mA
20
02. Configurações básicas
Existem três formas básicas de ligarmos o transistor ao circuito para que ele funcione normalmente
e realize sua função. Essas formas são chamadas de configurações básicas e são as seguintes:
• Base Comum;
• Emissor Comum;
• Coletor Comum.
Observe que todas as configurações recebem o nome de “Comum”, esse termo é utilizado porque
um dos terminais do transistor está ligado à entrada e à saída do circuito, ou seja, ele é comum aos dois. Por
este motivo, o nome desse terminal, que é comum, é especificado no nome da configuração.
Cada uma dessas configurações possui suas características próprias de funcionamento, suas
vantagens, desvantagens e, consequentemente, suas aplicações.
Fig. 35 -
Nesta unidade estudaremos as características de cada uma dessas configurações. Transistor
Fig. 36
A linha horizontal ligada à base do transistor representa a ligação entre a entrada e a saída do circuito. Por enquanto
estamos representando a configuração sem o circuito, porém, mais adiante representaremos o circuito completo. Neste
momento, basta entender que:
Fig. 37
21
Vejamos os gráficos dessa configuração:
Cada uma das configurações possui uma entrada e uma saída. Consequentemente, cada uma delas terá dois gráficos
(um para a entrada e outro para a saída).
Como sabemos, gráficos são elementos visuais que expressam a relação, ou especificamente, o comportamento de um
elemento em função do outro. Nesta parte veremos como a corrente varia em função da tensão.
Como mencionado, veremos apenas os gráficos de entrada e saída. Veremos no gráfico de entrada como a corrente de
entrada varia em função da tensão de entrada e, no gráfico de saída, como a corrente de saída varia em função da tensão de saída.
Como nesta configuração a junção Base – Emissor está polarizada diretamente, ela vai agir como se fosse um diodo
polarizado diretamente.
Diodo foi o primeiro componente semicondutor desenvolvido. Sua função básica é deixar passar corrente elétrica em
um só sentido quando ele for polarizado diretamente e, impedir a passagem da corrente quando for polarizado inversamente.
Sendo assim, até a tensão Vbe atingir o valor da barreira de potencial (Vγ), que é de 0,7V para os semicondutores de
Silício (Si) e de 0,3 para os semicondutores de germânio (Ge), a corrente do emissor será praticamente nula. Ao atingir esse valor,
a corrente dará um salto deixando passar facilmente a corrente, como mostrado no gráfico (Fig. 38).
Ie
Vbe
Vγ
Fig. 38
Nesta configuração, a corrente de saída aumenta muito para pequenas variações da tensão entre Coletor e a Base até
atingir um certo valor. Atingido esse certo valor, a corrente passa a ser praticamente constante e, por mais que a tensão entre
coletor e a base varie, a corrente de coletor varia pouco.
O gráfico torna-se quase horizontal e, a partir daí, torna-se quase paralelo ao eixo de Vcb. (Fig. 39)
Ic
Vcb
Fig. 39
22
2.2 Configuração emissor comum (EC)
Configuração Emissor Comum é aquela em que o Emissor é comum à entrada e à saída. Esta é a configuração mais
importante da eletrônica, pois é a mais usada.
Nesta configuração a base é o terminal de entrada e o coletor é o terminal de saída, independente da polaridade do transistor.
Fig. 40
Fig. 41
Na configuração Emissor Comum, novamente a junção de entrada comporta-se como um diodo polarizado diretamente,
exatamente como ocorreu na configuração Base Comum.
Ib
Vbe
Vγ
Fig. 42
A saída dessa configuração comporta-se também de forma semelhante à saída da configuração Base Comum, ou
seja, para pequenas variações iniciais da tensão de saída (Vce), ocorre grandes variações da corrente de saída até atingir um
determinado valor e quando ela se estabiliza, permanece praticamente constante. (Fig 43)
Ic
Vce
Fig. 43
23
2.3 Configuração coletor comum (CC)
Configuração Coletor Comum é aquela em que coletor é comum à entrada e à saída. Nesta configuração a base é o
terminal de entrada e o emissor é o terminal de saída independente da polaridade do transistor.
Fig. 44
Fig. 45
Os gráficos dessa configuração assemelham-se totalmente aos gráficos anteriores, a única diferença é que agora a
corrente do emissor, que é a corrente de saída, será praticamente igual à corrente do coletor. (Fig. 46)
Ib
Vcb
Vγ
Fig. 46
Ie
Vce
Fig. 47
24
2.4 Resumo geral das configurações
Tensões
Configuração Entrada Saída
Base Comum Vbe Vbc
Emissor Comum Vbe Vce
Coletor Comum Vbc Vce
Tabela 2
Correntes
Tabela 3
1) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cuja a Base está ligada à entrada e à saída ao mesmo tempo.
a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.
2) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo Coletor está ligado à entrada e à saída ao mesmo tempo.
a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.
3) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo Emissor está ligado à entrada e à saída ao mesmo tempo.
a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.
4) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo o terminal de entrada é o Emissor e o terminal de saída é o Coletor.
a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.
5) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo o terminal de entrada é a Base e o terminal de saída é o Coletor.
a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.
25
6) Assinale a alternativa que corresponde à configuração cujo o terminal de entrada é a Base e o terminal de saída é o Emissor.
a) Base Comum.
b) Emissor Comum.
c) Coletor Comum.
d) Transistor Comum.
10) Correlacione:
A) Base Comum
B) Emissor Comum
C) Coletor Comum
( ) Na configuração Base Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) Na configuração Emissor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) Na configuração Coletor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de entrada.
( ) Na configuração Base Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à tensão de saída.
( ) Na configuração Emissor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à de saída.
( ) Na configuração Coletor Comum, a tensão entre Base e Coletor corresponde à de saída.
( ) Na configuração Base Comum, a corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.
( ) Na configuração Emissor Comum, a corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.
( ) Na configuração Coletor Comum, a corrente de Emissor corresponde à corrente de entrada.
( ) Na configuração Base Comum, a Corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.
( ) Na configuração Emissor Comum, a Corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.
( ) Na configuração Coletor Comum, a Corrente de Emissor corresponde à corrente de saída.
26
03. Ganhos de corrente
3.1 Relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada
Tecnicamente, ganho significa a relação entre a variação da Grandeza de saída pela variação da
Grandeza de entrada, então, ganho de corrente será a relação entre a variação da corrente de saída pela
variação da corrente de entrada.
Como vimos, para cada configuração um terminal será a entrada e outro a saída. Para relembrar, Fig. 48 -
vejamos a tabela 4: Corrente elétrica
Então, consequentemente, para cada uma das configurações haverá um ganho de corrente específico.
Equação 3.1
α = ΔIc
ΔIe
Onde:
Equação 3.2
α = Ic
Ie
Observe que estamos dividindo duas grandezas iguais (as duas são correntes) e ambas são medidas em Ampère, logo,
iremos cancelar o Ampère de cima com o de baixo e o Alfa ficará sem unidade.
Elementos sem unidades são chamados de adimensionais, pois não são a medida de uma grandeza e sim a relação entre elas.
OBS: Na maioria dos transistores o α (ganho de corrente em Base Comum) está entre 0,9 e 0,998.
Exemplo: Qual será o Alfa para um transistor cuja corrente de emissor vale 20mA e a corrente de Coletor vale 19mA?
27
Aplicando a fórmula teremos:
α = Ic
Ie
Substituindo os valores:
α = 19m
20m
α = 19
20
O que dará:
α = 0,95
Equação 3.3
β = ΔIc
ΔIb
Assim como ocorre com o ganho em Base comum, as variações das correntes de coletor e Base são muito pequenas,
então, podemos considerá-las invariáveis e reescrever a equação como:
Equação 3.4
β = Ic
Ib
O ganho de corrente em Emissor Comum também pode ser representado como hfe, a sigla em inglês de Forward
Currente Transfer Ratio, que significa razão de transferência de transmissão de corrente.
Lembre-se:
• assim como acontece com α, o β também é adimensional, ou seja não tem unidade;
Exemplo: Qual será o Beta (β) para um transistor cuja corrente de Coletor vale 200mA e a corrente de Base vale 4mA?
β = Ic
Ib
28
Substituindo os valores:
β = 200m
4m
β = 200
4
O que dará:
β = 50
Relação entre ganho de corrente em base comum com ganho de corrente em emissor comum
α = Ic , β = Ic
Ie Ib
Podemos reescrever as duas equações isolando o termo Ic, então na equação de alfa Ie está dividindo e passará para
o outro lado da igualdade multiplicando Alfa.
α x Ie = Ic , α . Ie = Ic
Da mesma forma, na equação de Beta podemos isolar o termo Ic, então Ib que está dividindo, passará para o outro
lado da igualdade multiplicando.
β x Ib = Ic , β . Ib = Ic
Observe que na primeira equação Ic = α . Ie e na segunda equação Ic = β . Ib, então podemos igualar α . Ie à β . Ib,
pois os dois termos são iguais a Ic.
α . Ie = β . Ib
Ie = Ic + Ib
α . Ie = β . Ib g α . (Ic +Ib) = β . Ib
α . Ic + α . Ib = β . Ib
α . Ic + α . Ib = β . Ib
Ib Ib Ib
No primeiro termo ficaremos com Ic/Ib, que corresponde à Beta e, nos demais termos, cancelaremos o Ib de cima
com o de baixo.
Equação 3.5
α.β+α=β
Esta é a equação que relaciona Alfa com Beta e, se for preciso, podemos isolar uma das variáveis (alfa ou beta) para
achar a outra, mas lembre-se de que, na verdade, só há uma equação “original” (Equação 3.5), pois as outras duas que iremos
mostrar são formas de reescrevermos essa equação.
29
Vamos começar. Colocando alfa em evidência, ficaremos com:
α . β + α = β g α . (β + 1) = β
Passando o termo (β + 1) para o outro lado da igualdade, isolamos alfa. Como este termo está multiplicando, ele
passará para o outro lado dividindo. Desta forma, ficaremos com:
Equação 3.6
α= β
β +1
Faremos agora o mesmo procedimento para isolar o Beta. Primeiro passaremos todos os termos que contêm Beta para
um lado só da igualdade.
α.β+α=βgα=β-α.β
α = β (1- α)
Passando o termo (1- α) para o outro lado teremos a equação que fornece o valor de Beta em função de alfa. O termo
(1- α) que está multiplicando, passará para o outro lado dividindo.
Equação 3.7
β= α
1-α
Exemplo 1: no manual de um transistor veio a especificação de que β vale 50. Determine o valor de Alfa.
α= β
β +1
α = 50 = 50 = 0,98
50 +1 51
β= α
1-α
β = 0,99 . = 0,99 = 99
1 – 0,99 0,01
30
2) Assinale a alternativa correspondente à definição de ganho de corrente.
4) Assinale a alternativa que corresponde à definição de Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).
5) Assinale a alternativa que corresponde à definição de Beta (Ganho de Corrente em Emissor Comum).
a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9
a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9
a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9
a) 100
b) 10
c) 0,8
d) 0,9
31
10) Determine o Alfa (Ganho de Corrente em Base Comum).
Dados: β = 10
a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19
Dados: β = 50
a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19
Dados: α = 0,9
a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19
Dados: α = 0,95
a) 0,9
b) 9
c) 0,98
d) 19
32
04. Regiões de operação
Ao todo, o transistor possui 4 regiões. Em três destas regiões o transistor pode funcionar normalmente sem que haja
risco algum à ele. Na quarta região, chamada de região de ruptura, o transistor nunca deve operar pois isso pode implicar em danos
irreversíveis à sua estrutura, podendo até queimar. Essas regiões são definidas pelas tensões e correntes aplicadas sobre o componente.
Nesta unidade estudaremos cada uma dessas regiões afim de compreender melhor suas características e aplicações.
O gráfico (Fig. 49) mostra a relação entre a corrente do coletor (Ic) em função da tensão entre coletor e emissor (Vce),
a região ativa é a região principal do gráfico.
Região Ativa
Vce
Fig. 49
O gráfico a seguir (Fig. 50), mostra a relação entre a corrente do coletor (Ic) em função da tensão entre coletor e
emissor (Vce). A região de corte é aquela região cuja corrente é tão baixa que fica muito próximo ao eixo horizontal do gráfico.
No gráfico, a região de corte corresponde à região mais escura.
Fig. 50
33
4.3 Região de saturação
É a região em que os terminais coletor e emissor estão polarizados diretamente. Nesta situação o transistor comporta-
se como se fosse dois diodos polarizados diretamente.
Saturação significa cheio, em excesso. Esse termo foi escolhido para denominar essa região do transistor porque na
região de saturação a corrente que passa pelo transistor é máxima, ou seja, o transistor está cheio, com excesso de corrente.
Fig. 51
Fig. 52
Como consequência, uma pequena variação de tensão produz uma grande variação de corrente, como mostra
o gráfico (Fig. 53):
Ic
Região de
Saturação
Vce
Fig. 53
Como mencionamos, todo componente tem um valor máximo de tensão e de corrente que ele suporta. A região de
ruptura é justamente a região em que a tensão sobre o transistor excede esse valor (Fig.54).
34
Ic
Região de
Ruptura
Vce
Vmax
Fig. 54
Equação 4.1
Equação 4.2
1) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor opera como amplificador.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
2) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor opera como chave aberta.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
3) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor opera como chave fechada.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
35
4) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que o transistor não deve operar, pois há o risco de danificá-lo.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
5) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que a intensidade da corrente é tão alta que pode danificar o transistor.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
6) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que pequenas variações de tensões provocam grandes
variações na corrente de saída.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
7) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que a corrente de saída é tão pequena que pode ser
considerada praticamente nula.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
8) Assinale a alternativa que corresponde à região de operação em que a corrente de saída é praticamente constante,
independentemente da variação da tensão sobre o Transistor.
a) Região Ativa.
b) Região de Corte.
c) Região de Saturação.
d) Região de Ruptura.
36
05. Reta de carga
e ponto quiescente
Nesta unidade iremos aprender como determinar os valores de tensão e de corrente que estão sendo aplicados ao
transistor em um determinado circuito. Esses valores de tensão e de corrente vão definir um ponto de operação, que chamaremos
de ponto quiescente (repouso).
Antes de vermos o ponto quiescente, vamos estudar o conjunto de todos esses possíveis pontos de operação que é
chamado de reta de carga.
Para facilitar a explicação, sempre que exemplificarmos algo para o ponto quiescente ou para a reta de carga, estaremos
considerando a Configuração Emissor Comum.
Reta de Carga
Vce
Fig. 55
Para traçarmos a reta de carga, devemos antes conhecer dois outros pontos do componente, o ponto de saturação e
o ponto de corte.
Região
Região de
saturação
Saturação
Vce
Fig. 56
37
Gráfico do ponto de saturação do transistor (Fig. 57):
Ic
Ponto de
Saturação
Ponto de Saturação
Corrente
Corrente de Saturação
de
Saturação
Vce
Fig. 57
Como esse ponto está muito próximo ao eixo vertical (eixo da corrente do Coletor), que nesta altura corresponde à
corrente máxima que o transistor pode assumir nesse circuito, nós consideramos as correntes máxima e de saturação como sendo
as mesmas, mas sabendo que há uma pequena diferença entre elas, porém essa diferença é tão pequena que pode ser desprezada.
Chamamos a corrente máxima de corrente de saturação. O gráfico a seguir (Fig. 58) representa essa aproximação.
Ponto de
Saturação
Fig. 58
Fig. 59
38
Vamos considerar V =12V e Rc = 3KΏ. Qual será a corrente de Saturação do transistor nesse Circuito para esses valores?
Para isso basta fechar um curto-circuito entre os terminais Coletor e Emissor do transistor e calcular a corrente que
circula pelo circuito.
Fig. 60
A parte da esquerda do circuito está aberta, logo não há como circular corrente por ela, então podemos retirá-la do
circuito sem que isso influencie em nada o funcionamento da outra parte.
Fig. 61
Relembrando conceitos de Eletricidade, em um circuito simples como esse em que só há a fonte de alimentação e uma
carga (elemento que consome energia elétrica), basta aplicar a Lei de Ohm para calcular a corrente total do circuito.
Lei de Ohm é uma equação da eletricidade que relaciona tensão, corrente e resistência, ela é sem duvida um das
equações mais importantes da eletricidade, pois ela é usada em quase todos os projetos elétricos e eletrônicos.
Se formos explicar rapidamente a Lei de Ohm, podemos dizer que ela mostra a proporcionalidade da tensão em
função da resistência e da corrente, isto é, a tensão aplicada sobre cada corpo é proporcional à sua resistência e à corrente
que passa por ele, ou seja, se um corpo tem alta resistência a tensão sobre ele será alta, e se a sua resistência for baixa sua
tensão também será baixa.
O mesmo ocorrerá com a corrente que passa por ele, se ela for alta a tensão será alta, se a corrente for baixa a
tensão será baixa.
Ela é representada matematicamente sob a forma da seguinte equação:
V= RxI
V = Tensão
R = Resistência
I = Corrente
39
Lei de Ohm:
Equação 5.1:
V=R.i
Como queremos calcular a corrente, temos que isolá-la em um dos lados da equação:
Equação 5.2:
V= i
R
Agora basta substituir os valores de V e de R. Sendo assim, V é o valor da tensão da fonte de alimentação que no caso vale
12V e R é o valor da resistência total do circuito que, no caso, como só tem um resistor, a resistência total será o valor desse resistor.
i = V g i = 12 g i = 12 g i = 4
R 3K 3.103 103
1
103
1 = 1. 10-3
103
Então teremos:
i = 4 . 10-3
O prefixo correspondente à 10-3 é o Mili cujo símbolo é m e a unidade de medida de Intensidade de Corrente Elétrica
é o Ampère, cujo símbolo é o A, então:
i = 4mA
Região de
Corte
Vce
Fig. 62
40
Gráfico da reta de carga cruzando a região de Saturação (Fig. 63):
Ic
Reta de Carga
Vce
Fig. 63
Fig. 64
Como o ponto de corte está muito próximo do eixo horizontal do gráfico que corresponde a Vce, podemos considerar
que esse ponto corresponde à tensão máxima que o transistor pode assumir no circuito, pois como a reta de carga indica os
possíveis valores de tensão e corrente que o transistor pode assumir no circuito, o ponto em que ele toca o eixo horizontal
corresponde ao valor máximo de Vce que o transistor pode assumir no circuito.
Com boa aproximação, podemos considerar que o ponto de corte é a tensão máxima entre Coletor e Emissor que o
transistor pode assumir no circuito.
Ponto de Corte
Vce
Fig. 65
41
Agora, vamos determinar a tensão de corte para o circuito a seguir (Fig. 66):
Fig. 66
Dados:
Para calcularmos a tensão de corte basta supor que o transistor está aberto, ou seja, não passa corrente por ele.
Podemos considerar como no circuito (Fig. 67):
Fig. 67
Como a parte esquerda do circuito está aberta, logo não passará corrente por ela e poderemos desprezá-la. (Fig. 68)
Fig. 68
Nessa caso a tensão entre Coletor e Emissor será a mesma da fonte, logo, a tensão de corte será a mesma tensão da
fonte. Então, no nosso exemplo, a tensão de corte será 12V.
Conclusão: Sempre que tivermos circuitos, poderemos considerar a tensão de corte como sendo igual à tensão de alimentação.
42
Agora que já vimos como determinar os pontos de corte e de saturação, podemos determinar a reta de carga para
qualquer circuito.
Para exercitar, vamos traçar a reta de carga do circuito a seguir, lembrando que primeiro devemos determinar os pontos
de corte e de saturação para depois traçarmos a linha que interliga esses dois pontos (essa linha é que corresponde à reta de carga).
Fig. 69
Dados:
Para determinar o ponto de saturação, fechamos um curto-circuito entre os terminais Coletor e Emissor e desprezamos
a malha esquerda do circuito, como fizemos anteriormente.
Fig. 70
Agora calculamos a corrente total do circuito que será também a corrente de saturação.
i = V g i = 12 g i = 12 g i = 3
R 4K 4.103 103
1 = 1. 10-3
103
Então teremos:
Para determinar a tensão de corte, basta abrir o transistor e determinar a tensão entre seus terminais Coletor e Emissor.
43
Fig. 71
Finalmente, para traçar a reta o aluno pode utilizar uma folha de Papel Milimetrado, usando a linha vertical para indicar
a corrente de coletor e a linha horizontal para indicar a tensão entre Coletor e Emissor. (Fig. 72)
Fig. 72
Agora que já vimos como traçar a reta de carga, vamos aprender a determinar um ponto especifico dela, o Ponto
Quiescente, lembrando que a Reta de Carga é o conjunto de todos os possíveis pontos de operação (Quiescentes) do transistor
no circuito, então, se compreendemos bem como traçar a reta de carga, será fácil determinar o Ponto Quiescente.
44
Vamos considerar o circuito (Fig. 73):
Fig. 73
Dados:
Como é possível observar, é o mesmo circuito utilizado no exemplo anterior para traçar a reta de carga.
Na primeira etapa vamos calcular as tensões entre Base e Emissor (Vbe) e entre Coletor e Emissor (Vce), nesta ordem.
A fonte de alimentação Vb alimenta o resistor Rb e a Base do transistor então, sua tensão é dividida entre esse dois
componentes (Resistor Rb e Base do transistor). Podemos equacionar essa situação da seguinte forma:
Equação 5.3:
Vb = Vrb + Vbe
10 = Vrb + 0,7
Isolando Vrb, temos que passar o 0,7 para o outro lado da igualdade.
10 - 0,7 = Vrb
45
Logo, o valor de Vrb será:
Vrb = 9,3V
Sabendo a tensão sobre o resistor, podemos calcular a corrente que passa por ele (que será a mesma corrente da Base
do transistor), sendo assim, podemos chamar a corrente do resistor de corrente de Base. Teremos:
Equação 5.4:
Ib = Vrb
Rb
Ib = Corrente de Base
Vrb = Tensão do resistor de Base
Rb = Resistor da Base
Ib = 0,0186 . 10-3
Andando três vezes com a vírgula para a direita ficaremos com 18,6 , onde a vírgula estava era a potência de 10 era -3
como andamos mais três vezes com ela, a potência passou para -6.
Ib = 18,6 . 10-6
O prefixo para 10-6 é micro, cujo símbolo é μ, então a corrente de base vale:
Ib = 18,6 μA
Com a corrente da base podemos calcular a corrente do coletor através da equação do Ganho de corrente.
Equação 5.5:
β = Ic
Ib
Beta foi dado no enunciado e vale 100, então temos que isolar Ic, para isso passamos Ib para o outro lado da
igualdade multiplicando.
β .Ib = Ic
Substituindo os valores:
Agora que sabemos a corrente de coletor podemos calcular a tensão sobre o resistor do coletor para consequentemente,
no próximo passo, calcular a tensão entre Coletor-Emissor.
46
A tensão do resistor do coletor é dada por:
Equação 5.6
Vrc = Ic . Rc
Substituindo os valores:
Como 10-3 significa que estamos dividindo o número por 1000 e 103 significa que estamos multiplicando o numero por
1000, então podemos cancelar uma potencia com a outra.
Observe no circuito que a fonte V está em série com o resistor Rc e com o transistor, logo, sua tensão será dividida
entre esses dois componentes (resistor Rc e transistor). A tensão sobre o transistor será a tensão entre coletor e emissor (Vce).
Equacionando isso teremos:
Equação 5.7
V = Vce + Vrc
Substituindo os valores:
12 = Vce + 7,44
Pronto! Descobrimos os valores de Vce e de Ic, para os quais o transistor está operando nesse circuito. Se quisermos
podemos colocar esse valor no gráfico como fizemos anteriormente para a reta de carga, mas isso é secundário, o importante é
determinar esses valores.
Ponto de operação:
Vce = 4,56V
Ic = 1,86mA
Retas de carga
Bom, até agora vimos cada reta de carga isolada, separadamente das curvas das correntes da base, mas é extremamente
importante que o aluno saiba que na verdade existem várias curvas de correntes de coletor, cada uma em função de um valor
da corrente de base.
A seguir, ilustramos uma sequência de gráficos. Um para cada valor de uma corrente de base. (Fig. 74 até 78)
Ic Ic
Ib2
Ib1
Vce Vce
Fig. 74 Fig. 75
47
Ic Ic
Ib4
Ib3
Vce Vce
Fig. 76 Fig. 77
Ic
Ib5
Vce
Fig. 78
Como podemos ver, para cada valor de corrente base (Ib1, Ib2, Ib3, Ib4, Ib5) há um valor diferente de corrente de
coletor, mas na prática torna-se inconveniente ter que desenhar todos esses gráficos separadamente para representar as curvas
dos valores das correntes do coletor em função da corrente de base.
Então, foi convencionado desenhar todas essas curvas em um único gráfico, como o da figura 79.
Ic
Ib5
Ib4
Ib3
Ib2
Ib1
Vce
Vce
Fig. 79
Consequentemente a reta de carga passa a ser representada com todas essas outras curvas (Fig 80).
Ic
Ib5
Ib4
Ib3
Ib2
Ib1
Vce
Fig. 80
48
Na próxima unidade, quando estudarmos as possíveis Polarizações do transistor, poderemos traçar a reta de carga para
cada configuração de acordo com a necessidade.
1) Assinale a alternativa que corresponde ao conjunto de todos os pontos de operação do transistor no circuito.
a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente
2) Assinale a alternativa que corresponde ao Ponto da Reta de Carga em que a corrente de saída é máxima.
a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente
3) Assinale a alternativa que corresponde ao Ponto da Reta de Carga em que a tensão sobre o transistor é máxima.
a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente
4) Assinale a alternativa que corresponde ao Ponto da Reta de Carga em que o transistor deve operar no circuito.
a) Reta de Carga
b) Ponto de Saturação
c) Ponto de Corte
d) Ponto Quiescente
49
7) Determine a tensão de corte do circuito a seguir:
a) Vc = 12V
b) Vc = 15V
c) Vc = 18V
d) Vc = 20V
a) Vc = 12V
b) Vc = 15V
c) Vc = 18V
d) Vc = 20V
a) Vc = 12V
b) Vc = 15V
c) Vc = 18V
d) Vc = 20V
50
10) Determine a corrente de saturação do circuito a seguir:
a) Is = 3mA
b) Is = 3,5mA
c) Is = 9mA
d) Is = 6mA
a) Is = 3mA
b) Is = 3,5mA
c) Is = 9mA
d) Is = 6mA
a) Is = 3mA
b) Is = 3,5mA
c) Is = 9mA
d) Is = 6mA
51
06. Polarizações
Polarizar um transistor significa fixá-lo em um ponto de operação quiescente, isto é, fixar as
tensões e correntes continuas aplicadas sobre ele, para que ele exerça corretamente a função que deve
exercer, dentro dos parâmetros do circuito.
Além da aplicação e dos valores do circuito, os cálculos vão depender também do tipo de configuração do transistor
no circuito, como vimos anteriormente. Então, assim como existem três configurações básicas (Configuração base Comum,
Configuração Coletor Comum e Configuração Emissor Comum), também haverá uma polarização para cada uma dessas
configurações, ou seja, Polarização base Comum, Polarização Coletor Comum e Polarização Emissor Comum.
É assim que esta unidade será dividida, em cada uma das possíveis Polarizações.
A figura 82 ilustra um circuito básico de Polarização Base Comum onde dispomos de uma fonte de alimentação para
cada junção (uma fonte para a junção Base Coletor e outra fonte para a junção Base Emissor).
Vc + Rc
+
Ve
Re
-
Fig. 82
52
6.1.1 Análise das correntes
Como sabemos, no transistor NPN a corrente entra pelo Emissor e sai pelo Coletor e pela Base.
Vc + Rc
+
Ve
Re
-
Fig. 83
Fig. 83
6.1.2 Cálculos
Fazer um projeto básico de um circuito pequeno como este é algo relativamente fácil, basta saber as quatro operações básicas
da aritmética (soma, subtração, multiplicação e divisão), a Lei de Ohm (V = R . i) e as propriedades dos circuitos em série e em paralelo.
No final deste material há um apêndice com o resumo das propriedades dos circuitos em série e em paralelo, que
fazem parte do conteúdo de Eletricidade.
Tudo que queremos saber nesse projeto são os valores dos resistores que devem ser utilizados para dar queda de
tensão e limitar a intensidade da corrente que passa pelo transistor, a fim de garantir que o transistor opere exatamente dentro
dos padrões desejados e, evitando assim, que ele se queime.
Para isso, é necessário saber os valores das tensões e das correntes sobre o resistor pois, pela lei de Ohm, a resistência
de um corpo é igual à tensão sobre ele dividida pela corrente que circula por ele.
Equação 6.1
R=V
I
Então, nossa meta será formalizar a equação 6.1 dentro dos parâmetros do circuito.
Para facilitar nossa explicação, vamos dividir o circuito da figura 83 em dois. O circuito de cima composto por Vc, Rc
e pelo transistor e no circuito de baixo composto por Ve, Re e pelo transistor. O circuito de cima é:
Vc + Rc
Fig. 84
53
Deste modo o circuito está em série. Então podemos equacionar a tensão do circuito da seguinte forma:
Equação 6.2
Vc = Vrc + Vbc
Como foi dito, queremos saber os valores dos resistores e para isso temos que saber os valores das tensões e das
correntes sobre ele, logo, vamos isolar Vrc passando Vbc para o outro lado da igualdade e mudando seu sinal, obteremos:
Equação 6.3
Vrc = Vc - Vbc
Como o circuito está em série a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal coletor, então:
Equação 6.4
Irc = Ic
Equação 6.5
Rc = Vc – Vbc
Ic
Pronto. Essa é a equação que fornece o valor do resistor que deve ser associado ao coletor do Transistor para que ele
opere como desejado.
Essa foi a primeira parte do projeto, pois trabalhamos apenas com a malha (parte) de cima do circuito, vamos agora
fazer a segunda parte com a segunda malha (parte) do circuito que é idêntica à esta, mudando apenas os componentes envolvidos.
+
Ve
Re
-
Fig. 85
Equação 6.6:
Ve = Vre + Vbe
54
De forma análoga ao que foi feito para Vrc, vamos isolar Vre passando Vbe para o outro lado da igualdade e,
mudando seu sinal, obteremos:
Equação 6.7
Vre = Ve - Vbe
Como o circuito está em série, a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal Emissor, então:
Equação 6.8
Ire = Ie
Re= Vre , substituindo Vre pela igualdade obtida na equação 6.7 teremos:
Ire
Equação 6.9
Re = Ve – Vbe
Ie
As equações 6.5 e 6.9 são as únicas fórmulas que devemos saber para polarizar um transistor em Base Comum. Para
entendermos melhor vamos fazer um exemplo:
Exemplo 6.1: Deseja-se que um transistor opere com uma tensão entre Base e Coletor de 10V, uma corrente de Coletor
de 5mA e um β = 100. Polarize esse transistor em Base Comum, sabendo que a tensão de alimentação do Emissor é 5V e a tensão
de alimentação do Coletor é de 12V .
Para calcular o valor do resistor do Coletor, basta aplicar a equação 6.5 e substituir os valores.
Rc = Vc – Vbc = 12 – 10 = 2
Ic 5m 5. 10-3
Logo Rc = 400Ώ
Para acharmos Re procedemos da mesma forma, porém, observe que não foi dado o valor da corrente de coletor,
então teremos que achá-la.
Para isso, teremos que saber o valor de Alfa pois α = Ic / Ie , porém Alfa também não foi dado, logo, teremos que
calcular também o valor de Alfa, para podermos determinar o valor de Ie, para finalmente determinar o valor de Re.
α= β = 100 = 0,99
β+1 100 + 1
Ie = Ic = 5m
α 0,99
Ie = 5,05mA
55
Pronto agora sim podemos calcular o valor de Re. Pela equação 6.9
Logo, Re = 851,46Ώ.
Essa é a forma de se polarizar um transistor em Base Comum utilizando duas fontes de alimentação. Na prática, quase
nunca se utiliza duas fontes de alimentação para um mesmo componente, pois isso é altamente dispendioso. O mais comum para
casos como esse, é utilizar uma única fonte com mais dois resistores em uma configuração chamada de divisor de tensão na base,
que como o nome sugere, a tensão da fonte se divide entre cada um desses resistores e eles agirão como se fossem duas fontes
de tensão independentes, fornecendo tensões diferentes para cada malha do circuito.
Fig. 86
Observe na figura a seguir que o transistor é NPN, porém, o Coletor está ligado ao positivo da fonte, pois ele deve
estar inversamente polarizado.
Fig. 87
As correntes saem dos negativos de Vb e de Vc e se juntam no terminal Emissor do transistor, em seguida, saem
divididas pelos terminais Base e Coletor, retornando para suas respectivas fontes.
Fig. 88
56
Cálculos
Assim como na Polarização Base Comum, tudo que queremos saber são os valores dos resistores que devem ser
utilizados para dar queda de tensão e limitar a intensidade da corrente que passa pelo transistor, a fim de garantir que o transistor
opere exatamente dentro dos padrões desejados e evitando assim que ele se queime.
Fig. 89
Para isso, é necessário saber os valores das tensões e das correntes sobre o resistor, para que possamos utilizar lei de
Ohm (Equação 6.1).
Vamos dividir o circuito da figura 89 em dois. O circuito da direita composto por Vc, Rc e pelo transistor e o circuito
da esquerda composto por Vb, Rb e pelo transistor.
O circuito da direita é:
Fig. 90
Deste modo o circuito está em série. Logo, podemos equacionar a tensão do circuito da seguinte forma:
Equação 6.10
Vc = Vrc + Vce
Isolando Vrc, passando Vce para o outro lado da igualdade e mudando seu sinal, obteremos:
Equação 6.11:
Vrc = Vc - Vce
Como o circuito está em série, a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal coletor, então:
Equação 6.12:
Irc = Ic
57
Substituindo na Lei de Ohm os resultados encontrados, teremos:
Vamos adotar a partir de agora um padrão internacional para determinação do valor de Vce como sendo:
Equação 6.14
Vce = V
2
Rc = Vc – Vc/2 = Vc/2
Ic Ic
Equação 6.15
Rc = Vc
2.Ic
Essa é a equação que fornece o valor do resistor que deve ser associado ao coletor do transistor para que ele opere
como desejado.
Vamos, a partir agora, para a segunda malha do circuito que é análoga à primeira, mudando apenas os componentes envolvidos.
Fig. 91
Equação 6.16
Vb = Vrb + Vbe
De forma análoga ao que foi feito para Vrc, vamos isolar Vrb passando Vbe para o outro lado da igualdade e,
mudando seu sinal, obteremos:
Eq. 6.17
Vrb = Vb - Vbe
58
Como o circuito está em série, a corrente sobre o resistor será a mesma corrente do terminal Base, então:
Eq. 6.18
Irb = Ib
Rb= Vrb , substituindo Vrb pela igualdade obtida na equação 6.17, teremos:
Irb
Equação 6.19
Rb = Vb – Vbe
Ib
As equações 6.13 e 6.17 são as únicas fórmulas que devemos saber para polarizar um transistor em Emissor Comum.
Vamos ao exemplo:
Exemplo 6.2: Deseja-se que um transistor opere com uma corrente de Coletor de 50mA e um β = 100. Polarize esse
Transistor em Emissor Comum, sabendo que a tensão de alimentação do emissor é 12V e a tensão de alimentação da Base é de 5V.
Para calcular o valor do resistor do Coletor, basta aplicar a equação 6.15 e substituir os valores:
Rc = Vc = 12 = 12 = 12
2 . Ic 2 . 50m 100m 100. 10-3
Logo, Rc = 120Ώ
Para acharmos Rb procedemos da mesma forma, mudando apenas a equação e as variáveis. Note que não foi dado
o valor de Ib, porém ele é fácil de ser determinado, pois basta substituir os valores de β e de Ic na equação da definição de β.
Ib = Ic , Substituindo os valores:
β
Ib = 50 m = 0,5 m
100
Ib = 0,5 mA
Logo, Rb = 8,6 .K Ώ
59
6.2.1 Polarização emissor comum com uma fonte
Da mesma forma que aconteceu com a Polarização Base Comum e que ocorre com a maioria dos circuitos, devemos
evitar utilizar duas fontes de alimentação ao mesmo tempo, pois isso é desnecessário e torna o projeto bem mais caro.
Como vimos a solução é simples, basta ligar o resistor da base à fonte de alimentação, como mostra a figura 92.
Fig. 92
O único cuidado a ser tomado é que, o valor do resistor da Base deve ser maior que o valor do resistor do Coletor, para
garantir que a corrente da base seja menor do que a corrente do coletor.
Equação 6.20
Rc = V
2.Ic
Equação 6.21
Rb = V – Vbe
Ib
Exemplo 6.3: Deseja-se que um transistor opere com uma corrente de Coletor de 50mA e um β = 100. Polarize esse
Transistor em Emissor Comum, sabendo que o circuito é alimentado por uma tensão de 12V.
Para calcular o valor do resistor do Coletor, basta aplicar a equação 6.20 e substituir os valores.
Rc = V = 12 = 12 = 12
2 . Ic 2 . 50m 100m 100. 10-3
Logo, Rc = 120Ώ
Para acharmos Rb procedemos da mesma forma, mudando apenas a equação e as variáveis. Note que novamente não
foi dado o valor de Ib, porém já sabemos calculá-lo.
Ib = Ic , Substituindo os valores:
β
60
Ib = 50 m = 0,5 m
100
Ib = 0,5 mA
Logo, Rb = 22,6 .K Ώ
Como podemos ver, os cálculos dessa polarização com uma única fonte são exatamente iguais aos cálculos para
quando temos uma fonte.
Até este momento, vimos a variação do funcionamento do transistor (e de outros componentes elétricos e eletrônicos)
em função somente da tensão e da corrente, porém há outros parâmetros que também influênciam no funcionamento deles,
como a temperatura por exemplo.
Não mencionamos essa influência até agora pois na maioria absoluta dos casos ela é tão pequena que pode ser
desprezada sem que isso altere o funcionamento do projeto, porém, há casos em que essa influência não é tão pequena assim e
passa a interferir significativamente no comportamento do circuito.
A Polarização Emissor Comum é justamente um exemplo de onde essa influência é significativa. Vejamos agora porque
ocorre essa influência da temperatura sobre o funcionamento do transistor.
Quando ocorre um grande aumento da temperatura, ocorre um aumento da energia térmica da matéria, que pode elevar
a quantidade de portadores do cristal. O aumento de portadores por sua vez, aumenta a condutividade que, por consequência,
aumenta a corrente do coletor. O aumento da corrente gera um aumento da tensão que gera novamente um aumento da corrente
e do Ganho (β) do transistor, modificando o seu ponto de operação.
Portadores
São os elementos que formam (transportam) a corrente elétrica dentro do semicondutor, no caso são os elétrons
e as lacunas.
Cristal
Os cristais podem ser feitos de vários elementos químicos como carbono e germânio por exemplo, mas atualmente
na eletrônica tem-se preferido trabalhar só com o silício, devido sua abundancia na natureza, seu baixo custo, pelas facilidades
de manipulação e produção, além de apresentar as propriedades físicas desejadas.
Aumento da Corrente
Aumento da Tensão
Aumento da Corrente
Aumento da Condutividade
Aumento da Temperatura
61
O aumento da corrente que ocorre em consequência do seu próprio aumento é chamado de realimentação positiva.
Na prática, para acabarmos com essa variação, utilizamos outro recurso denominado realimentação negativa, que
consiste em associar um resistor em série com o emissor do transistor.
Circuito de Polarização Emissor Comum com Realimentação Negativa (Fig. 93)
Fig. 93
Para que o circuito opere normalmente (sem que esse novo resistor que está sendo inserido modifique o seu
funcionamento), é necessário que a tensão sobre ele seja pequena em relação à tensão de alimentação (V). Por este motivo, foi
padronizado que o valor da tensão sobre o resistor do Emissor (Vre) deve ser de 10% do valor da tensão da fonte de alimentação.
Equação 6.22
Vre = V
10
6.2.3 Polarização emissor comum com realimentação negativa e divisor de tensão na base
O circuito com realimentação negativa já é capaz de manter relativamente fixos os valores de tensão e corrente do
circuito independente da temperatura, porém, a fim de garantir essa fixação e aumentar a estabilidade, pode-se acrescentar mais
um resistor na base do transistor, formando a configuração Divisor de tensão na Base.
Circuito de Polarização Emissor Comum com Realimentação Negativa e Divisor de Tensão na Base (Fig.94):
62
Fig. 94
Neste circuito (Fig. 94), Rb2 está em paralelo com Re e com o transistor (Vbe). Como a tensão sobre Rb2 não varia, a tensão
sobre Re também passa a não variar, mantendo a tensão do emissor fixa e, consequentemente, a sua corrente fixa. Mantendo a corrente
do emissor fixa, a tensão e a corrente da base passam a ser fixas, o que garante a estabilidade da corrente do coletor e do ganho (β).
Para garantir a estabilidade do circuito, alguns parâmetros são pré-estabelecidos e fixados como a corrente do novo
resistor da base.
Equação 6.23
Irb2 = 10 Ib
Fig. 95
A corrente sai do negativo da fonte, no nó ela se divide para Re e Rb2, como já sabemos, dentro do transistor a
corrente do emissor se divide entre a base (Ib) e o coletor (Ic). A corrente que sai pela base encontra-se no segundo nó com Ir2,
as duas se juntam e vão para Rb1 formando Irb1.
Irb1 = Irb2 + Ib, como pela equação 6.23 Irb2 = 10 . Ib, podemos substituir essa expressão na equação anterior.
Equação 6.24
Irb1 = 11 Ib
63
Cálculos
Vamos agora realizar os cálculos necessários para o desenvolvimento de um projeto de Polarização Emissor Comum com
Realimentação Negativa e Divisor de tensão na Base. Nós vamos realizar uma série de cálculos que serão divididos em três etapas
(1º etapa será o cálculo das tensões, 2º etapa será o cálculo das correntes e por fim a terceira etapa será o cálculo das resistências).
Na verdade esses cálculos que iremos fazer são a dedução de uma forma mais simplificada de se obter os valores dos
resistores do circuito.
Fig. 96
1º Passo - Vrc
Nesta malha os resistores estão em série com o transistor, então podemos escrever:
Equação 6.25
Vce = V
2
Vre = V
10
Falta saber apenas Vrc, então vamos isolar Vrc na equação 6.25, teremos:
V – V – V = Vrc
10 2
10V – 1V – 5V = 10Vrc
64
10V – 6V = 10Vrc
4V = 10Vrc
4V = Vrc
10
2V = Vrc
5
Equação 6.26
Vrc = 2 V
5
2º Passo – Vre
Como foi definido, para que o circuito permaneça estável, é necessário que a tensão do Resistor do Emissor valha dez
por cento do valor da tensão da fonte.
Equação 6.27
Vre = V
10
3º Passo – Vrb2
Vamos obter agora a expressão para a tensão do segundo resistor da base. Observe que ele está em paralelo com o
transistor e com o resistor do emissor.
Fig. 97
Como Vre = V
10
Equação 6.28
Vrb2 = 0,7 + V
10
65
4º Passo – Vrb1
Analisando a malha da esquerda vemos que Vrb1 está em série com Vrb2:
Fig. 98
Então podemos equacionar:
V = Vrb1 + Vrb2
Isolando Vrb1
V – Vrb2 = Vrb1
Como Vrb2 foi obtido na equação 6.27, podemos substituí-lo nessa equação.
V – ( 0,7 + V ) = Vrb1
10
(V – 0,7 - V ) = Vrb1
10
10 V – 7 – 10V = 10 Vrb1
10
10V – 7 – V = 10 Vrb1
9 V – 7 = 10 Vrb1
Equação 6.29
Vrb1 = 9V -7
10
5º Passo – Ib
A corrente do coletor deve ser dada no enunciado do problema, pois ela vai corresponder à corrente de saída desejada e, o
Ganho (β) também deverá ser dado para podermos definir exatamente o ponto de operação. Assim, teremos como saber o valor de Ib.
β = Ic trocando β e Ib de lugar
Ib
66
Equação 6.30
Ib = Ic
β
6º Passo – Ie
Como já sabemos, a corrente do Emissor é a soma das correntes da Base e do Coletor e agora que temos a corrente
da Base podemos determinar a Corrente do Emissor:
Equação 6.31
Ie = Ic + Ib
7º Passo – Irb2
Já sabemos que:
Equação 6.32
Irb2 = 10 Ib
8º Passo - Irb1
Equação 6.33
Irb1 = 11 Ib
Agora que determinamos as equações de todas as correntes, podemos passar para a terceira e última etapa,
que consiste em determinar exatamente o que desejamos que são os valores dos resistores. Lembrando da Lei de Ohm
(V = R . i) que para determinarmos a resistência temos que antes saber a corrente e a tensão sobre o resistor, por isso
que fizemos todos esses cálculos.
9º Passo – Rb1
Rb1 = Vrb1
Irb1
Rb1 = Vrb1
11.Ib
Rb1 = 9V - 7
10 . 11.Ib
Rb1 = 9V - 7
110.Ib
Rb1 = 9V - 7
110. Ic/β
67
Passando β para cima teremos a equação do primeiro resistor da Base:
Equação 6.34
Rb1 = (9V – 7) β
110.Ic
Rb2 = Vrb2
Irb2
Rb2 = Vrb2
10Ib
Rb2 = (7 + V)/10) = (7 + V)
10 Ib 10 . 10 . Ib
Rb2 = V + 7
100.Ib
Substituindo Ib por Ic/ β assim como fizemos na equação do Primeiro Resistor da Base:
Rb2 = V + 7
100.Ic/ β
Equação 6.35
Rb2 = (V + 7) β
100.Ic
11º Passo – Rc
Rc = Vrc
Irc
Rc = Vrc
Ic
Rc = 2 V
5 . Ic
68
Equação 6.36
Rc = 2 V
5 . Ic
12º Passo – Re
Re = Vre
Ire
Assim como a corrente do Resistor do Coletor é a mesma do Coletor do Transistor, pois os dois estão em serie a
corrente do Resistor do Emissor será a mesma do Emissor do Transistor (Ire = Ie), então podemos reescrever a equação do
resistor do Emissor como:
Re = Vre
Ie
Da equação 6.27: Vre = V Substituindo essa expressão na equação do Resistor do Emissor, teremos:
10
Re = V
10.Ie
Ie = Ic + Ib
Ie = Ic + Ic/ β
Ie = Ic.β + Ic
β
Colocando Ic em evidência:
Ie = Ic (β + 1)
β
Re = V
10.Ie
Teremos a expressão:
Re = V
10. Ic (β + 1)
β
Equação 6.37
Re = V. β
10. Ic (β + 1)
Pronto, encontramos as quatro equações que fornecem os valores dos resistores que devem ser associados ao transistor
para que possamos montar o circuito de Polarização Emissor Comum com Realimentação Negativa e Divisor de Tensão na Base.
69
Lembre-se, não é necessário que memorize todos os procedimentos descritos a cima, pois eles foram utilizados apenas
para demonstrar de onde surgiram as equações que usaremos para calcular os valores dos resistores que serão utilizados para a
polarização do Transistor. Daqui por diante, sempre que for pedido para realizar o projeto de um transistor em Emissor Comum
com estabilidade térmica e divisor de tensão na base, basta aplicar diretamente as equações 6.34, 6.35, 6.36 e 6.37.
Exemplo 6.4: Polarize um transistor na polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de tensão na
Base de modo que ele forneça uma corrente de 50mA no seu coletor com um β = 100 quando alimentado por uma fonte de 12V.
Da equação 6.34:
Rb1 = (9V – 7) β
110.Ic
Substituindo os valores:
Rb1 = 1,83 KΏ
Da equação 6.35:
Rb2 = 380Ώ
Da equação 6.36:
Rc = 2 V = 2 x 12 = 24 = 24 K = 24 x 1000 = 24 x 4 = 96
5 . Ic 5 x 50m 250 m 250 250
Rc = 96Ώ
Da equação 6.37:
Rc = 23,76Ώ
Fig. 99
70
Análise das correntes
A análise das correntes é a mesma que já foi feita anteriormente, ou seja, a corrente sai do negativo da fonte, dentro
do transistor ela se divide e sai pela base e pelo coletor.
Fig. 100
Cálculos
Fig. 101
V = Vce + Vre
V – Vce = Vre
V – V = Vre , logo:
2
Equação 6.38
V = Vre
2
Fig. 102
71
V = Vrb + Vbe + Vre
V – Vbe – V = Vrb
2
V – V – Vbe = Vrb
2
V – Vbe = Vrb
2
Vrb = V – 0,7
2
Equação 6.39
Vrb = V – 1,4
2
Rb = Vrb
Ib
Rb = Vrb
Ic/β
Rb = Vrb . β
Ic
Equação 6.40
Rb = (V – 1,4). β
2. Ic
Re = Vre
Ie
Re = V
2. Ie
Sabemos que:
Ie = Ic + Ib
72
Como Ib = Ic/ β:
Ie = Ic + Ic
β
Ie = β . Ic + Ic
β
Colocando Ic em evidência:
Ie = Ic.(β + 1)
β
Re = V
2. Ic.(β + 1)
β
Equação 6.41
Re = V.β
2. Ic.(β + 1)
Exemplo 6.5: Polarize um transistor na polarização Coletor Comum de modo que ele forneça uma corrente de 50mA
no seu coletor com um β = 100 quando alimentado por uma fonte de 12V.
Rb = (V – 1,4). β = (12 – 1,4) . 100 = 10,6 = 10,6 x 10+3 = 10,6 x1000 = 10,6 x 10
2. Ic 2 x 50 m 100 x 10-3 100 100
Rb = 106Ώ
Re = 118,81Ώ
O Circuito Seguidor de Emissor é um tipo de Polarização de Coletor Comum muito utilizado, ele recebe esse nome
porque a tensão de saída (Tensão sobre o Emissor) segue a tensão de entrada (Tensão sobre a Base).
Ve = Tensão de entrada
Ve
Vs = Tensão de saída Vs
Fig. 103
73
A tensão de entrada é aplicada à base do transistor e a saída ocorre no emissor. Equacionando as tensões, teremos:
Vb = Vbe + Vre
Equação 6.41
Ve = Vbe + Vs
4) Assinale a alternativa que não está associada ao significado da expressão: Polarizar um Transistor.
5) Determine o valor do primeiro resistor da Base (Rb1) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de
tensão na Base.
a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ
74
6) Determine o valor do segundo resistor da Base (Rb2) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de
tensão na Base.
a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ
7) Determine o valor do resistor do Coletor (Rc) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de tensão na Base.
a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ
8) Determine o valor do resistor do Emissor (Re) da Polarização Emissor Comum com realimentação negativa e divisor de tensão
na Base.
a) 918,18 Ώ
b) 9,6 Ώ
c) 19,6 Ώ
d) 54 Ώ
75
9) Determine o valor do resistor da Base (Rb) da Polarização Coletor.
a) 59,40 Ώ
b) 1,06 KΏ
c) 4,65 KΏ
d) 39,21 Ώ
a) 59,40 Ώ
b) 1,06 KΏ
c) 4,65 KΏ
d) 39,21 Ώ
76
07. Transitor operando
como chave
Até agora vimos as configurações, polarizações, regiões de operação e
funcionamento do transistor do ponto de vista exclusivamente conceitual, ou seja,
sem uma aplicação prática. Nestas últimas unidades faremos o oposto, veremos
somente as aplicações.
7.1 O dispositivo
Chave (ou interruptor) é o dispositivo elétrico sem resistência que serve
para deixar passar corrente ou interromper sua passagem. Então, para isso, ela
pode assumir dois estados diferentes, o estado de condução e o de não condução.
Quando ela está conduzindo, dizemos que ela está fechada e quando
não está conduzindo dizemos que ela está aberta. Fig. 104
Como vimos, o transistor também pode se comportar como uma chave, conduzindo e interrompendo a passagem de
corrente elétrica pelos seus terminais. A diferença entre o transistor e a chave é que a chave é um componente elétrico acionado
mecanicamente, ou seja, necessita de uma força, de alguém para acioná-la manualmente. Já o transistor é um componente
eletrônico acionado eletricamente, isto é, o seu estado de condução vai depender de um pulso elétrico aplicado sobre ele.
Quando o Transistor está conduzindo, dizemos que ele está saturado e corresponde à chave fechada e quando ele
não está conduzindo dizemos que ele está cortado e corresponde à chave aberta.
Vs
Ve
Fig. 105
O circuito de transistor como chave corresponde ao circuito de Polarização Emissor Comum com duas fontes, sendo
uma a tensão V que corresponde à tensão do resistor do coletor e a outra é a tensão de entrada (Ve) que corresponde à tensão
do resistor da base.
7. 2 Funcionamento
Corte
Para que o transistor opere como chave o valor do ganho deve estar entre 10 e 20, mas vamos adotar sempre o ganho
como sendo 10, pois isso facilita bastante os cálculos.
77
Equação 7.1
10 ≤ β ≤ 20
A fonte V fornece a tensão de alimentação do circuito, que também vai corresponder à tensão de saída.
Quando apenas a fonte V está ligada ao circuito, os terminais Coletor e Emissor estão polarizados corretamente para
que o transistor opere, porém isso ainda não é o suficiente para que o transistor conduza, então, quando não há tensão na base
do transistor ele estará cortado e NÃO conduzirá. Nessa situação o circuito se comportará como se não houvesse transistor.
Fig. 106
E a tensão de V irá para a saída, pois não há outro caminho para ela percorrer.
Observe que, nesse caso, fizemos a análise da corrente pelo sentido convencional, isto é, do positivo para o negativo,
mas isso não altera o funcionamento nem a compreensão do circuito.
V
Vs
Ve
Fig. 107
Saturação
Quando aplicamos à base do transistor uma tensão (Ve) maior do que a tensão entre base e emissor (Vbe = 0,7V) a base
ficará polarizada e o transistor começará a conduzir corrente. Nessa situação ele se comportará como se fosse uma chave fechada e a
resistência entre coletor e emissor será praticamente nula, isso faz com que a corrente passe toda por ele e não vá nada para a saída.
78
Fig. 108
Podemos perceber que os dois terminais de saída estarão ligados ao terra, logo, a tensão de saída nesse caso será nula.
Repare que nesse circuito (Fig. 108), quando há tensão de entrada não há tensão de saída e, quando não há tensão
de entrada há tensão de saída. Porém, a maioria dos dispositivos são feitos para funcionarem exatamente ao contrario, ou seja,
quando há tensão de entrada há tensão de saída e quando não há tensão de entrada, não há tensão de saída.
Essa questão é facilmente solucionada colocando o dispositivo que se deseja acionar em série com o coletor do
transistor. Para ilustrar, vamos associar um LED ao transistor como mostrado na figura 109:
Fig. 109
Pela análise feita, fica fácil perceber que quando for aplicada uma tensão à base do transistor ele irá conduzir e
acenderá o LED.
A maioria dos transistores quando está saturado mantêm uma tensão entre Coletor e Emissor da ordem de 0,3V, então
essa será a maior tensão de saída possível.
Equação 7.2
Vce = 0,3 V
Cálculos
Ve = Vrb + Vbe
Ve – Vbe = Vrb
79
Equação 7.3
Vrb = Ve – 0,7
V = Vce + Vrc
V – Vce = Vrc
Equação 7.4
Vrc = V – 0,3
Rb = Vrb
Ib
Como Ib = Ic/β:
Rb = Vrb
Ic/ β
Rb = Vrb. β
Ic
Equação 7.5
Rb = (Ve – 0,7). β
Ic
Rc = Vrc
Ic
Equação 7.6
Rc = V – 0,3
Ic
Exemplo 7.1: Calcule os valores dos resistores de Base e de Coletor para que o transistor opere como chave para as
especificações a seguir:
V = 12V , Ve = 5V , Ic = 100mA
Rb = 4,3 KΏ
80
Aplicando a equação 7.4:
Rc = 117 Ώ
Esses cálculos que fizemos são utilizados quando a carga está em paralelo com o transistor. Vamos agora fazer os
cálculos do circuito de transistor como chave com a carga em serie com o transistor, para isso vamos usar como carga um LED.
Fig. 110
Não há modificações na malha de entrada em relação ao circuito anterior, então, para economizarmos trabalho, vamos
simplesmente aproveitar a equação obtida para Rb. A única diferença é que agora a corrente dada é a do LED (IL), mas como
ele está em série com o coletor, as correntes dos dois serão iguais.
Equação 7.7
Ic = IL
Equação 7.8
Rb = (Ve – 0,7). β
IL
Como há o acréscimo do LED na malha de saída, nela vai haver modificações, vamos então equacioná-las.
V = VL + Vrc + Vce
V – VL – Vce = Vrc
Equação 7.9
Vrc = V – VL – 0,3
Rc = Vrc
Ic
Rc = V – VL – 0,3
Ic
81
Substituindo a equação 7.7:
Equação 7.10
Rc = V – VL – 0,3
IL
Exemplo 7.2: Determine os valores dos resistores que devem ser associados ao Coletor e à Base do transistor para que
ele opere como chave e acenda o LED quando lhe for aplicado uma tensão em sua base.
Rb = 2,15 KΏ
Rc = 485 Ώ
1) O termo técnico correto para o estado do transistor em que ele conduz corrente elétrica quando operando como chave é:
a) aberto
b) fechado
c) corte
d) saturado
2) O termo técnico correto para o estado do transistor em que ele NÃO conduz corrente elétrica quando está operando como
chave é:
a) aberto
b) fechado
c) corte
d) saturado
a) aberta
b) fechada
c) corte
d) saturado
4) O termo que define o estado da chave quando ela NÃO está conduzindo é:
a) aberta
b) fechada
c) corte
d) saturado
5) Assinale a alternativa que corresponde à faixa de valores ideais padronizada para ser usada pelo ganho quando o transistor
estiver atuando como chave.
a) 0 ≤ β ≤ 10
b) 10 ≤ β ≤ 20
c) 20 ≤ β ≤ 50
d) 50 ≤ β ≤ 100
82
6) Assinale a alternativa que corresponde ao valor da tensão entre Coletor e Emissor quando o transistor estiver saturado e
operando como chave.
a) 0 V
b) 0,3 V
c) 0,5 V
d) 0,7 V
7) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave.
Vs
Ve
8) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave.
a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ
Vs
V
e
9) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave.
V
Utilize o circuito com carga em paralelo.
a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ Vs
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ Ve
83
10) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave acendendo e apagando o LED.
a) Rb = 430 Ώ , Rc = 197 Ώ
b) Rb = 500 Ώ , Rc = 120 Ώ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ
11) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave acendendo e apagando o LED.
a) Rb = 4,52 KΏ , Rc = 388 Ώ
b) Rb = 4,3 K Ώ , Rc = 1,77 KΏ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ
12) Determine os valores dos resistores da Base (Rb) e do Coletor (Rc) que devem ser associados ao transistor para que ele opere
como chave acendendo e apagando o LED.
a) Rb = 4,52 KΏ , Rc = 388 Ώ
b) Rb = 4,3 K Ώ , Rc = 1,77 KΏ
c) Rb = 2,5 KΏ , Rc = 500 Ώ
d) Rb = 226 Ώ , Rc = 23,4 Ώ
84
08. Amplificadores
Como definido, as duas principais funções do transistor são chavear e amplificar. Já vimos o que é e como o transistor
se comporta chaveando, agora veremos o que é e como ele se comporta amplificando.
8.1 Amplificação
Revendo o conceito, amplificar significa fornecer energia ao sinal. Veja a figura a 112, o comprimento de onda (largura do sinal)
permanece o mesmo só o que muda é a amplitude dele e, a amplitude, é o parâmetro do sinal que está diretamente ligado à sua energia.
Fig. 112
Então, amplificador é o circuito que amplifica o sinal, ou seja, amplificador é o circuito que fornece energia ao sinal.
Simbologia
Fig. 113
A base do triangulo (lado esquerdo do desenho) corresponde à entrada do circuito e a ponta da seta (lado direito)
corresponde à saída.
8.2 Funcionamento
Energia é uma entidade que a princípio não se cria nem se perde, ela se transforma. Porém hoje já se sabe que é
possível liberar a energia contida no núcleo de um átomo como se estivéssemos transformando a sua massa em energia, como
o que ocorre na bomba atômica e nas usinas nucleares.
Estamos mencionando isso apenas para explicar o que realmente ocorre com o sinal no amplificador, queremos explicar
como o amplificador fornece energia ao sinal.
Vamos partir do principio de que o amplificador não realiza nenhuma reação nuclear e os procedimentos internos de
fornecimento de energia são elétricos e simples de entender.
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Como dito, a energia não é criada, nem gerada, nem perdida, ela é na verdade convertida. As usinas hidrelétricas, por
exemplo, transformam a energia cinética (energia do movimento dos corpos) da água em energia elétrica, o chuveiro transforma a
energia elétrica em energia térmica, os motores dos veículos transformam a energia química do combustível em energia cinética, etc.
O que o amplificador faz é retirar energia de algum lugar e fornecê-la ao sinal. Mas de onde ele retira essa energia?
A resposta é simples: da alimentação. Como todo circuito eletrônico, o amplificador deve estar ligado à uma fonte de
alimentação para funcionar, e é dessa fonte que ele retira a energia que será entregue ao sinal.
Ee Es
Ef
Fig. 114
Ee – energia de entrada.
Ef – energia da fonte.
Es – energia de saída.
As setas indicam a energia, a seta Ee indica a energia que entra no amplificador, a seta Ef indica a energia da fonte e
a seta Es indica a energia de saída do circuito.
Através dessa explicação podemos equacionar as energias utilizadas da seguinte forma:
Equação 8.1
Es = Ef + Ee
Parâmetros
Ganho de Corrente (Ai) – É relação entre a variação da corrente de saída pela variação da corrente de entrada.
Equação 8.2
Ai = ΔIs
ΔIe
Ai = Ganho de Corrente.
ΔIs = Variação da corrente de saída.
ΔIe = Variação da corrente de entrada.
Ganho de Tensão (Av) - É relação entre a variação da tensão de saída pela variação da tensão de entrada.
Equação 8.3
Av = ΔVs
ΔVe
Av = Ganho de Tensão.
ΔVs = Variação da Tensão de saída.
ΔVe = Variação da Tensão de entrada.
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Ganho de Potência (Ap) - É relação entre a variação da potência de saída pela variação da potência de entrada.
Equação 8.4
Ap = ΔPs
ΔPe
Ap = Ganho de potência.
ΔPs = Variação da potência de saída.
ΔPe = Variação da potência de entrada.
Mas a principal equação para a variação da potência não é necessariamente a equação 8.4 e sim:
Equação 8.5
Ap = Av x Ai
Impedância – É a soma de todas as oposições oferecidas à passagem da corrente elétrica. Vimos na eletricidade que
todos os corpos apresentam uma oposição à passagem da corrente elétrica e, essa oposição é chamada resistência. A resistência
depende apenas do material e das dimensões do corpo, sendo a mesma para qualquer tipo de corrente (continua ou alternada).
Existe também um tipo de oposição que varia em função da frequência. Essa oposição é chamada de Reatância que,
por ser uma oposição à passagem da corrente elétrica, também é medida em Ohm. É fornecida principalmente pelo capacitor e
pelo indutor (indutor é um componente elétrico feito por fio enrolado).
Equação 8.6
Z = R + XL + Xc
Z = Impedância.
R = Resistência.
XL = Impedância indutiva (Impedância fornecida pelo Indutor).
Xc = Impedância capacitiva (Impedância fornecida pelo Capacitor).
Essa equação define a impedância, porém, na prática, ela pode ser obtida com mais facilidade a partir da Lei de Ohm
substituindo a resistência pela impedância:
Equação 8.7
Z= V
I
Z = Impedância.
V = Tensão.
I = Intensidade de corrente elétrica.
Equação 8.8
Ze= Ve
Ie
Ze = Impedância de entrada.
Ve = Tensão de entrada.
Ie = Intensidade de corrente elétrica de entrada.
Equação 8.9
Zs= Vs
Is
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Zs = Impedância de saída
Vs = Tensão de saída
Is = Intensidade de corrente elétrica de saída
Resposta em Frequência – Como mencionado, há componentes e, consequentemente, há circuitos cujo comportamento varia
de acordo com frequência. Essa variação do funcionamento do circuito em função da frequência chama-se Resposta em Frequência.
A variação do comportamento do circuito em função da frequência ocorre com a maioria dos circuitos eletrônicos e com
o amplificador não é diferente, ele também tem o seu comportamento variando de acordo com a frequência.
Então, na hora de realizar o projeto, é fundamental saber qual a faixa de frequência de operação do circuito.
Defasagem – é a diferença de sincronismo entre duas correntes de mesma frequência, ou seja, é a diferença entre o
início do ciclo de duas correntes de mesma frequência.
Os sinais a seguir (Fig. 115), por exemplo, apesar de terem amplitudes diferentes têm a mesma fase, isto é, eles
possuem a mesma frequência e iniciam juntos, logo, eles estão em fase.
Fig. 115
Em compensação, os sinais da figura 116 possuem a mesma amplitude, mas eles não seguem simultaneamente o ciclo.
Observe que um sinal vai para parte positiva e o outro para a parte negativa, logo, eles estão defasados.
Fig. 116
Rendimento
Como vimos, o amplificador retira energia da fonte de alimentação para fornecer ao sinal, mas nem toda energia que
é retirada da fonte é entregue ao sinal, boa parte dela é consumida pelo próprio circuito para que ele funcione.
O ideal é que não ocorra esse tipo de perda e que toda energia seja convertida no sinal. Sendo que, na prática isso é
impossível, já que em tudo que conhecemos ocorre essa perda de energia.
Equação 8.10
η = 100 .Ps
Pe
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η = Rendimento.
Ps = Potência de saída do circuito.
Pe = Potência de entrada do circuito.
Fig. 117
Os ganhos totais das tensões e das correntes serão dados pelos produtos dos ganhos de cada amplificador separadamente.
Equação 8.11
Equação. 8.12
Equação 8.13
Apt = Avt x Ait
8.3.1 Acoplamentos
A ligação de um amplificador a outro é chamada de acoplamento e podemos fazê-lo de forma direta ou utilizando um
componente intermediário como o capacitor ou o transformador, cada um deles vai possuir vantagens e desvantagens e é isso
que veremos agora.
Acoplamento direto
É a forma de acoplamento mais simples e, consequentemente, mais barata. Como não utiliza nenhum componente
para esse fim, ainda elimina do circuito alguns resistores de polarização de base, pois cada amplificador aproveita a polarização
dos outros amplificadores a qual ele está ligado, e com isso, o consumo de energia diminui.
Porém, a corrente contínua da alimentação passa livremente de um estágio para o outro, o que interfere no
funcionamento do transistor, pois como vimos nas unidades anteriores, é necessário que o transistor seja alimentado por um
valor de corrente contínua fixo e bem definido para que ele permaneça estável em um ponto de operação.
Se a alimentação variar em função das outras etapas, o funcionamento do transistor varia e o amplificador vai se
comportar de forma indesejada.
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Fig. 118
Vantagens:
• Simplicidade;
• Menor custo;
• Menor consumo de energia;
• Ideal para baixas frequências / Bom para todas as frequências.
Desvantagens:
Acoplamento capacitivo
Continua sendo uma alternativa barata, porém não tanto quanto no acoplamento direto, pois apesar de o capacitor ser
um componente barato nesta configuração são utilizados todos os resistores de base, o que o torna menos econômico.
Ele é muito bom para altas frequências, pois a reatância capacitiva diminui com o aumento da frequência, então para
frequências mais altas a sua reatância será baixíssima.
Outra vantagem do uso do capacitor é que ele não deixa passar corrente continua, logo, não haverá passagem de CC
de uma estágio para outro, o que manterá a estabilidade do ponto de operação do transistor e, consequentemente, manterá a
estabilidade de funcionamento do amplificador.
C1 C2
Fig. 119
Vantagens:
• Baixo custo;
• Ideal para altas frequências;
• Isola a corrente contínua;
• Mantêm o ponto de operação do transistor fixo.
Desvantagens:
Devido à diferença da quantidade do número de espiras de cada enrolamento do transformador, há também uma
diferença de impedância entre cada um deles o que favorece o casamento de impedância entre estágios.
Da mesma forma que ocorre com o capacitor, o transformador também não deixa passar corrente contínua que,
consequentemente, fixa o ponto de operação do transistor.
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Porém, o transformador é um componente bem mais caro do que a maioria dos componentes eletro-eletrônicos
utilizados na eletrônica linear de baixa potência, então, isso aumenta o custo do projeto.
Outra desvantagem do transformador é o seu tamanho, ele também é bem maior do que a maioria dos componentes
eletro-eletrônicos utilizados na eletrônica linear de baixa potência, o que dificulta um pouco a sua utilização.
Fig. 120
Vantagens:
Desvantagens:
• Alto custo;
• Apresenta alta reatância para altas frequências.
• Quanto à Frequência;
• Quanto à Potência.
• Baixa frequência;
• Média frequência;
• Alta frequência.
• Baixa potência;
• Média potência;
• Alta potência.
Os amplificadores de potência são os principais tipos de amplificadores, por isso eles são subdivididos em classes
de acordo com a região da reta de carga em que eles operam. Essas classificações são muito importantes por isso serão vistas
separadamente na próxima unidade.
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2) Assinale a alternativa que corresponde à diferença de sincronismo entre duas correntes de mesma frequência.
a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.
a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.
4) Assinale a alternativa que corresponde à soma de todas as oposições oferecidas à passagem da corrente elétrica.
a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.
5) Assinale a alternativa que corresponde à relação entre a saída e a entrada de um determinado parâmetro em um circuito.
a) Ganho.
b) Impedância.
c) Resposta em frequência.
d) Defasagem.
a) Simplicidade.
b) Menor custo.
c) Isola a corrente contínua.
d) Menor consumo de energia.
a) Baixo custo.
b) Ideal para baixas frequências.
c) Isola a corrente contínua.
d) Mantém o ponto de operação do transistor fixo.
10) Assinale a alternativa que NÃO corresponde à uma vantagem do acoplamento indutivo.
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09. Classes de amplificadores
de potência
Como dito no final da unidade anterior, a principal classificação dos amplificadores é quanto à potência, pois a sua
principal função é basicamente amplificar a energia do sinal e esta classificação pode ser novamente subdividida essencialmente
em quatro classes, que são dadas de acordo com a região da reta de carga onde esteja o ponto de operação do transistor.
Ib5
Ib4
Ib3
Ib2
Ib1
Vce
Fig. 121
Então, o ponto de operação no meio da reta de carga seria representado como:
Iq
Vq
Fig. 122
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Circuito do amplificador classe A (Fig. 123):
Fig. 123
Vs = Tensão de saída.
Ve = Tensão de entrada.
Características
Rendimento: 25%.
Fig. 124
Características
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Vantagens: bom rendimento.
O circuito do amplificador classe B é o mesmo do amplificador classe A, as diferenças estão apenas nos valores.
Fig. 125
Características
Distorção Cross-Over
É a distorção que ocorre no sinal amplificado pelo Amplificador Push-Pull durante a transição de um semiciclo para o
outro. Isso ocorre devido ao fato de o transistor só começar a operar quando há uma tensão maior do que a barreira de potencial
(0,7V para transistores de silício e 0,2V para transistores de germânio) aplicada entre a base e o emissor.
Então, quando o sinal faz a transição de -0,7v para 0,7V e vice-versa, o transistor praticamente não reproduz em sua
saída o sinal de entrada.
Vs = Tensão de saída.
Ve = Tensão de entrada.
Fig. 126
95
9.4 Amplificador classe AB
Amplificador classe AB é o amplificador em que o ponto de operação está entre o ponto de operação do amplificador
classe A e o ponto de operação do amplificador classe B.
Fig. 127
Características
Rendimento: 78,5%.
Vantagens: amplifica o sinal inteiro, bom rendimento, não apresenta distorção Cross-Over.
O circuito do amplificador classe AB é o mesmo do amplificador classe B Push-Pull, a diferença está apenas nos valores.
Fig. 128
Características
Rendimento: varia.
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O Circuito do Amplificador Classe C (Fig. 129):
Fig. 129
a) A frequência de trabalho.
b) A potência de saída.
c) O rendimento.
d) Região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação.
a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.
a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.
a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.
a) Ativa.
b) Limite entre a região ativa e a região de corte.
c) Corte.
d) Saturação.
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6) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe A.
7) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe B.
8) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe AB.
9) Assinale a alternativa que corresponde à região da reta de carga em que se encontra o ponto de operação do amplificador classe C.
10) Assinale a alternativa que corresponde à configuração da classe do amplificador cujo rendimento é de 25%.
a) A
b) B
c) C
d) B Push-Pull
11) Assinale a alternativa que corresponde à configuração da classe do amplificador que amplifica somente um semiciclo do sinal.
a) A
b) B
c) C
d) B Push-Pull
12) Assinale a alternativa que corresponde à configuração da classe do amplificador que apresenta distorção Cross-Over.
a) A
b) B
c) C
d) B Push-Pull
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Amplificador – é o dispositivo que fornece energia ao sinal.
Banda de energia - é uma faixa de valores de energia que o elétron pode assumir em uma determinada situação.
Camada de depleção – é a camada (região) isolante formada em volta da Junção PN.
Camada de valência – órbita mais externa do átomo onde os as reações químicas acontecem.
Carga – capacidade das partículas elétricas de interagirem entre si à distância, se repelindo ou atraindo de acordo
com a sua polaridade.
Carga – elemento que consome energia elétrica.
Carga elementar – menor carga que pode ser encontrada espontaneamente no universo. Seu valor corresponde ao
módulo das cargas do elétrons ou dos prótons.
Condutividade - capacidade do material de deixar passar corrente elétrica.
Condutor – material que apresenta baixa resistência.
Corrente elétrica – é o fluxo ordenado de cargas elétricas.
Cristal – agrupamento ordenado de átomos iguais.
Curto-circuito – interligar dois pontos de um circuito através de um elemento condutor.
Defasagem – é a diferença de sincronismo entre duas correntes de mesma frequência, ou seja, é a diferença entre
o início do ciclo de duas correntes de mesma frequência.
Dopagem - é o processo de adicionar impurezas ao cristal.
Efeito Joule – fenômeno onde a energia elétrica é convertida em energia térmica.
Elétron – partícula fundamental que compõe o átomo e apresenta carga elétrica negativa.
Elétron de valência – elétron situado na camada de valência.
Eletrosfera - é a região ao redor do núcleo do átomo onde os elétrons estão.
Frequência – quantidade de ciclos por segundo que o sinal realiza.
Ganho – É a relação entre a saída e a entrada de um determinado parâmetro em um circuito.
Impedância – é a soma de todas as oposições oferecidas à passagem da corrente elétrica.
Impureza - qualquer elemento diferente do elemento que constitui o cristal.
Isolante – material que apresenta alta resistência.
Junção PN – É a região de junção (união) do semicondutor tipo N com o semicondutor tipo P.
Lacuna – região do cristal com carência de um elétron.
Malha – ramo ou parte de um circuito.
Nó – divisão ou ramificação de fios ou trilhas de contato.
Órbita – região ao redor do núcleo do átomo onde os elétrons circulam.
Partículas elementares – são partículas subatômicas indivisíveis.
Período – é o tempo que o sinal gasta para realizar um ciclo.
Polarizar – fixar o componente em um ponto de operação, fixar as tensões e correntes contínuas aplicadas sobre
ele, para que ele exerça exatamente a função que deve exercer, dentro dos parâmetros do circuito.
Ponto quiescente – ponto de operação do componente no circuito.
Portador – são as partículas que formam (transportam) a corrente elétrica dentro do Semicondutor. Os portadores
podem ser os elétrons ou as lacunas.
Portador majoritário – é o portador em maior quantidade.
Próton – partícula fundamental que compõe o átomo e apresenta carga elétrica positiva.
Quiescente – quieto; estável; fixo.
Reatância – oposição oferecida à passagem da corrente elétrica em função da frequência.
Resistência – é a oposição oferecida à passagem da corrente elétrica.
Semiciclo – metade do ciclo do sinal alternado, pode ser só o positivo ou só o negativo.
Semicondutor dopado – o mesmo que semicondutor extrínseco.
Semicondutor extrínseco – semicondutor que teve outros elementos químicos acrescidos à sua estrutura,
semicondutor que passou pelo processo de dopagem. Também chamado semicondutor dopado.
Semicondutor intrínseco – semicondutor composto exclusivamente de elementos iguais, também dito semicondutor Puro.
Semicondutor puro – o mesmo que semicondutor intrínseco.
Semicondutor tipo N - é o semicondutor extrínseco com excesso de cargas negativas.
Semicondutor tipo P - é o semicondutor extrínseco com excesso de cargas positivas.
Tensão – é a capacidade de gerar corrente elétrica ou é a intensidade da repulsão das cargas elétricas.
Tetravalente - elemento químico que possui quatro elétrons na camada de valência e com isso pode realizar até
quatro ligações químicas simultaneamente.
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Referências
GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. São Paulo. Schaum McGraw-Hill Makron Books.1985
MALVINO, Albert Paul Malvino. Eletrônica. São Paulo. Makron Books. 1995.
MARQUES, Ângelo Eduardo, Eduardo C. A. Cruz, Salomão C. Junior. Dispositivos semicondutores Diodos e transistores.
São Paulo. Erica, 2002.
PETRONI, Volnei A. Circuitos Eletrônicos. Rio de Janeiro. Livros técnicos e Científicos, 1986.
REZENDE, Sergio M Rezende, A Física dos Materiais e Dispositivos Eletrônicos. Recife, UFPE, 1996.
SCHILLING, Donald L. & BELOVE, Charles. Circuitos Eletrônicos Discretos e Integrados. Rio de Janeiro. McGraw-Hill, 1982.
SEDRA, Adel S. , Kenneth C. Smith. Microeletrônica. São Paulo. Makron Books, 2000.
Apêndice 1
Simbologias
Simbologia Componente
Resistor Fixo
Resistor variável
Capacitor Eletrolítico
Capacitor Eletrolítico
Diodo Retificador
Diodo Zener
Foto Diodo
Fonte de Alimentação
Apêndice 2
Associação de Componentes
Há duas formas básicas de associarmos dispositivos, componentes em um circuito, aparelho ou sistema, essas formas são:
• Associação em Série;
• Associação em Paralelo.
Essas formas diferem umas da outras pelas características e formas de ligarmos o elemento. A seguir veremos, de
forma resumida, as principais características dessas duas formas de associação de componentes.
Essas duas formas de associação são válidas para quaisquer componentes, equipamentos, circuitos, etc. Porém,
vamos ilustrá-las com resistor devido às facilidades de encontrar e manusear esse componente e por ele apresentar diretamente
o seu valor de resistência.
Associação em série
A associação em série é aquela em que o terminal de um componente está ligado ao terminal do componente seguinte,
como mostra a figura 130:
Fig. 130
Características
A principal característica da associação em série é que só há um caminho para a corrente percorrer, ou seja, para ela sair
do ponto A e chegar ao ponto B, ela tem que passar, obrigatoriamente, por todos os componentes do circuito. Consequentemente,
a intensidade de corrente total do circuito (It) será a mesma em todos os componentes.
It = I1 = I2 = I3
Fig. 131
Vt = V1 + V2 +V3
RT = R1 + R2 + R3
Associação em paralelo
A associação em paralelo é aquela em que os terminais de um componente estão ligados aos terminais do componente
do lado, como mostra a figura 132:
Fig. 132
Características
Na associação em paralelo há vários caminhos para a corrente percorrer, logo, ela se dividirá entre cada um dos
componentes, como mostra a figura 133:
Fig. 133
It = I1 + I2 + I3
Vt = V1 = V2 = V3
1 = 1 + 1 + 1
RT R1 R2 R3