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MAIAS

História de família (3 gerações)


Subtítulo: Episódios da vida romântica (apontam para um nível de ação, principalmente
a de romance e crítica de costumes, no caso, e, sobretudo de costumes da alta burguesia
lisboeta no século XIX

EPISODIOS
Jantar no Hotel Central
- permite abordar a crítica literária, a situação financeira e a mentalidade retrógrada do
país e da sociedade portuguesa
- destina-se a homenagear Cohen, cuja sua mulher é amante de Ega, e possibilita o
contacto de Carlos com o meio social lisboeta
- confronto entre dois campos literários completamente distintos: Ultrarromantismo
(Alenquer) e Naturalismo (Ega)

Corridas no hipódromo
- sátira ao desejo de imitar o que se faz no estrangeiro
- a mentalidade provinciana portuguesa e a dos políticos
- o comportamento feminino e a sua vida “que nada fazia de útil” são totalmente alvo de
caricatura neste excerto: o vestuário traduz a falta de gosto e o ridículo de uma situação
que se pretende requintada sem o ser
- ironia nas referências aos comentários de Gouvarinho e Teles da Gama

Jantar em casa do Conde de Gouvarinho


- evidencia a degradação dos valores sociais, o atraso intelectual do país, a
mediocridade mental da burguesia e da aristocracia
- pode-se avaliar as conceções opostas sobre a educação das mulheres e o fascínio
daquilo que era estrangeiro
- mediocridade mental dos altos funcionários (Sousa Neto) e a sua ignorância sobre o
socialismo utópico (criado por Proudhon que apelava à criação de uma sociedade justa,
ideal e igualitária)

A Corneta do Diabo e a Tarde


- a sátira à parcialidade: corrupção (Palma da Corneta do Diabo revela quem é o autor
da carta, subornado com cem mil réis) / política: Neves de A Tarde aceita publicar a
carta de Dâmaso após a sua recusa inicial porque o confundira com um amigo político
- a mesma parcialidade surge na redação de uma notícia sobre o livro do poeta craveiro
Sarau no Teatro da Trindade
- critica a superficialidade dos temas de conversa, a insensibilidade artística, a
ignorância dos dirigentes, a oratória oca dos políticos e os excessos do
Ultrarromantismo
- Rufino e o seu discurso sobre a caridade e o progresso a exaltação de “uma princesa
que dera 600 mil reis para os inundados do Ribatejo”
- os aplausos do público de forma “enlevada”; Ega e Carlos tiveram dificuldade em
“aturar” “uma besta assim” e consideraram o acontecimento “horroroso”
- o confronto entre o Ultrarromantismo (Rufino) e Realismo (Ega): as atitudes e os
comportamentos exagerados expressos por cada um

ESPAÇO E O SEU VALOR SIMBÓLICO

Lisboa- centralidade da nação portuguesa, espaço de vivência e de convívio social


Ramalhete- Portugal velho antes de 1875; 1875-1877 as expectativas e projetos; 18887-
decadência da família
Santa Olávia- vida e regeneração
Toca- sensualidade e transgressão dos valores morais
Consultório- entusiasmo passageiro, falhanço profissional

LINGUAGEM N’OS MAIAS

Discurso indireto livre: Eça pretende dar vida às suas personagens e de as colocar a falar
ou a pensar, sem a necessidade de recorrer ao monólogo
Aliteração: criação de sensações associando musicalmente fonemas diversos
IRONIA:
-adjetivo: insólitos ou em ordem inversa
-verbos de grande valor expressivo “uivar”, “rosnar”
-diminutivo: exprimir afeto ou depreciar/caricaturar
-neologismos “gouvarinhar”, “escrevilhador”
-advérbio de modo

SENSAÇÔES
- conferir dinamismo à obra
- recriar espaços e a ambiência
- tornar a descrição real mais sugestiva

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