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FORTALEZA - CE
2021
CLÁUDIA MARIANA COSTA MAIA
FORTALEZA - CE
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Centro Universitário Christus - Unichristus
Gerada automaticamente pelo Sistema de Elaboração de Ficha Catalográfica do
Centro Universitário Christus - Unichristus, com dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 624
CLÁUDIA MARIANA COSTA MAIA
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
________________________________________________________
_______________________________________________________
- Dan Brown
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus e aos meus pais, Ana Cláudia e
Berguinho, por sempre terem acreditado em mim e me dado forças para conseguir
concluir. Aos meus avós, Chico e Nora, por mesmo sem terem estudado sempre me
apoiaram e me ajudaram nos momentos de necessidade. Ao meu avô Cláudio e minha
querida vó Madalena por terem me acolhido e me ensinado a viver tão distante de
todos para que fosse possível estudar. Sei que essa realização é um sonho para vocês
também, de terem uma filha, uma neta, formada.
Para aquelas que me fizeram companhia durante essa jornada, Maria Cláudia,
Cláudia Karoline e minha irmãzinha Ana Maria Cláudia.
Para todos aqueles que conviveram comigo nesse período difícil e fizeram a
caminhada árdua se tornar mais leve com nossas conversas e risadas de desespero:
Ana Carolina Magalhães, Dara Nascimento, Taynah Lima, Nayara Gurjão, Fernanda
Moreira, João Vitor, Ygor Tavares e Ennio Carlos. Para os mestres que trouxeram
alegria mesmo quando o conteúdo era assustador: Bergson Matias, Eric Mateus,
Paula Nobre, Franco Matos e Willington Gondim. Vocês fizeram tudo isso ficar
suportável e gratificante, obrigada!
Para aqueles que mesmo de fora sempre me apoiaram: Sarah Magna, Iohran
Medeiros e Ulric Marques vocês sempre me ouviram e sentiram minhas dores, além
de trazerem alegrias quando eu precisava. Para aquele que esteve presente em
praticamente todos os momentos, me fazendo refletir quando eu já não tinha
condições de pensar, me fazendo estudar quando a minha mente queria desistir e me
trazendo momentos felizes para esquecer o peso de tudo que eu carregava, você foi
incrível e obrigada por ser minha companhia, Rodrigo Chaves.
RESUMO
During the design of a structure, several failures can exist during the project or
execution, leading to a reduction in the useful life and safety that the work requires.
For this, maintenance and reinforcement is an alternative to supply the problems
caused by pathological manifestations. Due to the importance of the maintenance and
reinforcement that the reinforced concrete structures demand, the present work aims
to expose the development of a computational tool to aid the structural verification of
rectangular or T section beams subject to simple bending, the B-Strength. The
calculation procedure adopted was implemented in accordance with the normative
recommendations of NBR 6118:2014. The data entry will be the mechanical and
geometric characteristics of the beam and the reinforcement area informations. The
results will be the depth of the neutral line and the maximum bending moment of the
section. It will also be possible to consider the loss of reinforcement section due to
corrosion, by reducing the steel area in the calculation. The reduction allowed by the
tool varies between 0% and 50%. The iterative calculation process adopted by the tool
will be the Bissecante Method. For the development of the computational tool, the
Python language will be used, due to its ease of implementation and high application
in the technology market. In addition, the structured method will be adopted. This
method benefits from a reduced number of command lines and ease of maintenance
and updating. The validation of the tool will be done through practical examples
previously solved by a spreadsheet developed in the Microsoft Excel® environment
and made available by Professor Me. Bergson Matias.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13
1.1 Objetivos .................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 14
1.2 Estrutura do trabalho ................................................................................ 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 16
2.1 Concreto Armado ...................................................................................... 16
2.1.1 Propriedades do Concreto ........................................................................... 16
2.1.2 Propriedades do Aço ................................................................................... 18
2.2 Estados Limites ......................................................................................... 19
2.3 Ações e Carregamentos ............................................................................ 21
2.4 Classes de Agressividade Ambiental ...................................................... 23
2.5 Recuperação e Reforço ............................................................................. 25
2.6 Dimensionamento da Armadura Longitudinal para Vigas de Seção T .. 28
2.6.1 Para d ≥ d0 .................................................................................................. 30
2.6.2 Para d < d0 .................................................................................................. 30
2.6.3 Armadura Mínima, Máxima e de Pele .......................................................... 31
2.7 Verificação da Capacidade Resistente de Vigas ..................................... 32
3 METODOLOGIA ......................................................................................... 38
3.1 Roteiro de cálculo ..................................................................................... 38
3.2 Linguagem de programação ..................................................................... 41
3.3 Validação.................................................................................................... 41
3.4 Exemplos de aplicação ............................................................................. 42
3.4.1 Ex. 1 – Viga Retangular com Armadura Dupla ............................................ 42
3.4.2 Ex. 2 – Viga Retangular com Múltiplas Camadas de Aço ............................ 43
3.4.3 Ex. 3 – Viga Retangular com Múltiplas Camadas de Aço com Perda de
Seção .............................................................................................................. 44
3.4.4 Ex.4 – Falso T com Armadura Simples........................................................ 44
3.4.5 Ex. 5 – Viga T com Armadura Simples ........................................................ 45
3.4.6 Ex. 6 – Viga T com Múltiplas Camadas de Aço ........................................... 46
3.4.7 Ex. 7 – Viga T com Múltiplas Camadas de Aço com Perda de Seção ......... 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 48
4.1 A ferramenta computacional: B-Strength ................................................ 48
4.2 Seção Retangular ...................................................................................... 52
4.3 Seção T ...................................................................................................... 54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 58
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 60
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Esta seção apresenta a revisão bibliográfica explorada para o
embasamento teórico do trabalho. Nela, estão explanadas a definição do concreto
armado, as propriedades de seus materiais (concreto e aço), os estados limites, as
ações e suas combinações. Além disso, está descrito o procedimento para o
dimensionamento de vigas de concreto armado, bem como o método utilizado para a
verificação da carga resistente.
Tabela 2 - Valores de αE
Brita αE
Basalto e Diabásio 1,2
Granito e Gnaisse 1,0
Calcário 0,9
Arenito 0,7
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014
Combinações γs
Normais 1,15
Especiais ou de
1,15
construção
Excepcionais 1,0
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014
19
Diâmetro
Área da seção
Nominal (ϕ)
mm²
mm
6,3 31,2
8 50,3
10 78,5
12,5 122,7
16 201,1
20 314,2
22 380,1
25 490,9
32 804,2
40 1256,6
Fonte: Adaptado da NBR 7480:2007
Tabela 5 - Valores de 𝛾𝑔 e 𝛾𝑞
Ações
Combinações Últimas
Permanentes Variáveis
de Ações
Desfavorável Favorável Geral Temperatura
Normais 1,4 1,0 1,4 1,2
Especiais ou de
1,3 1,0 1,2 1,0
Construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014
onde:
𝐹𝐺𝑖,𝑘 = valor característico das ações permanentes;
𝐹𝑄𝑗,𝑘 = valor característico das demais ações variáveis;
𝜓2𝑗 = fator de combinação para ações variáveis;
Os valores dos fatores de combinação que serão usados nas cargas
variáveis das equações 7 e 8 estão prescritos na Tabela 6.
23
Ações 𝝍𝟎 𝝍𝟏 𝝍𝟐
Locais em que não há predominância de
pesos de equipamentos que
permanecem fixos por longos períodos 0,5 0,4 0,3
de tempo, nem de elevadas
Cargas concentrações de pessoas a
acidentais de Locais em que há predominância de
edifícios pesos de equipamentos que
permanecem fixos por longos períodos 0,7 0,6 0,4
de tempo, ou de elevada concentração
de pessoas b
Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6
Pressão dinâmica do vento nas
Vento 0,6 0,3 0
estruturas em geral
Variações uniformes de temperatura em
Temperatura 0,6 0,5 0,3
relação à média anual local
a Edifícios residenciais.
b
Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014
Classificação
Classe de Risco de
geral do tipo de
agressividade Agressividade deterioração da
ambiente para
ambiental estrutura
efeito de projeto
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana a, b Pequeno
a
Marinha
III Forte Grande
Industrial a, b
Industrial a, c
IV Muito forte Respingos de Elevado
maré
a Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda
(uma classe acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros,
cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais
ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
b Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em
obras em regiões de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual
a 65 %, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente
secos ou regiões onde raramente chove.
c Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia,
Classe de Agressividade
I II III IV
Ambiental
Cobrimento Mínimo (mm) 25 30 40 50
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014
ou 3. Assim sendo, a norma preconiza os limites que a linha neutra deve obedecer no
ELU, para concretos de fck até 50MPa, como sendo:
𝑥/𝑑 ≤ 0,45 (9)
onde:
x é a profundidade da linha neutra
d é a distância da fibra mais comprimida até o centro da armadura, conhecida também
por altura útil. A relação x/d é denominada posição relativa da linha neutra (k x).
A substituição do diagrama parabólico-retangular de tensões do concreto,
para um diagrama retangular simplificado é um recurso permitido pela NBR
6118:2014. Nesse caso, a tensão de compressão é constante de valor igual a 0,85fcd,
e está distribuída em 80% da linha neutra.
Bezerra (2017) define que o dimensionamento de uma seção T depende
da posição da linha neutra fictícia (y=0,8x). Se y estiver dentro da mesa a seção é
considerada um “falso T” e é dimensionada como uma seção retangular de largura bf
e altura ht. Caso contrário o dimensionamento considera toda a mesa e a parte da
alma que está sofrendo compressão. A Figura 3 ilustra os dois casos explanados.
𝑀𝑑 ℎ𝑓 (10)
𝑑0 = +
0,85𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑓 ℎ𝑓 2
onde Md é o momento fletor de cálculo.
2.6.1 Para d ≥ d0
Nesse caso a seção é considerada retangular, seu momento fletor
adimensional (kmd) e a posição relativa da linha neutra (kx) podem ser calculados
através das fórmulas
𝑀𝑑 (11)
𝑘𝑀𝑑 =
𝑑²𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑓
fck (MPa)
Aço
20 25 30 35 40 45 50
CA-50 0,15 0,15 0,17 0,19 0,21 0,23 0,25
CA-60 0,15 0,15 0,15 0,16 0,18 0,19 0,20
Fonte: Araújo (2014)
32
será negativa, assim como sua tensão, assegurando o sentido correto das forças nas
camadas de aço.
Analisando a Figura 1, pode-se observar que no domínio 2 a deformação
do aço é estabelecida em 10‰, enquanto nos domínios 3 e 4 a deformação do
concreto é ɛcu. Como fck ≤ 50MPa temos ɛcu = 3,5‰. Devido a essa distinção é
necessário verificar para os dois casos.
a) Domínio 2
Figura 6 - Domínio 2
b) Domínio 3 e 4
O intervalo que está contida a profundidade da linha neutra é
definido como
34
𝜀𝑐𝑢 (23)
( ) 𝑑 < 𝑥 ≤ 𝑑1
𝜀𝑐𝑢 + 10‰ 1
Figura 7 - Domínios 3 e 4
como sendo xo=0 e xu=d1, por consequência, os valores da função nos extremos são
fo=f(xo) e fu=f(xu).
3 METODOLOGIA
O processo metodológico utilizado para o desenvolvimento do presente
trabalho é constituído de etapas, onde primeiramente, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica sobre vigas de seção retangular e T, em livros, normas, artigos científicos
e dissertações, para a caracterização quanto a materiais e especificações
geométricas e mecânicas.
Após esta fase, foi desenvolvido um estudo sobre o dimensionamento de
vigas, em especial a viga com seção T, por abranger também a seção retangular. Foi
feita a implementação do roteiro da ferramenta computacional em linguagem Python.
Em seguida foi realizado a validação da ferramenta através de exemplos da literatura.
Além disso, foi feito estudos paramétricos de exemplos práticos.
3.3 Validação
3.4.3 Ex. 3 – Viga Retangular com Múltiplas Camadas de Aço com Perda de Seção
Este exemplo possui as mesmas características do exemplo anterior,
porém foi considerado que as armaduras sofrem corrosão variando entre 0% e 20%,
conforme o arranjo. As camadas de aço e suas respectivas corrosões estão descritas
na Tabela 13 e a Figura 17 ilustra a seção.
3.4.7 Ex. 7 – Viga T com Múltiplas Camadas de Aço com Perda de Seção
Neste último a viga possui as mesmas características da seção e dos
materiais que o exemplo anterior, contudo suas armaduras sofrem o processo de
corrosão entre 0% e 20% conforme sua distribuição como apresentado na Figura 21.
A Tabela 15 apresenta as camadas de aço.
47
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este capítulo é destinado a expor a ferramenta desenvolvida no presente
trabalho, a B-Strength, e a análise dos resultados encontrados para os exemplos
descritos anteriormente.
Todos os dados de entrada devem ser numéricos e utilizar “.” (ponto) como
separador de casas decimais, em caso de discordância desse formato o programa irá
abrir uma janela com uma mensagem de erro como é demonstrado pela Figura 31.
Através do botão “Voltar” o usuário pode retornar a tela inicial.
B-Strength Planilha
Exemplos Md x Md x
Domínio Domínio
(kNcm) (cm) (kNcm) (cm)
Exemplo 1 2319 4,48 2 2311 4,48 2
Exemplo 2 12921 21,62 3 12922 21,62 3
Exemplo 3 12338 20,35 3 12339 20,35 3
Fonte: Autora (2020)
14000
Momento Resistente (kNcm)
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
4.3 Seção T
B-Strength Planilha
Exemplos Md x Md x
Domínio Domínio
(kNcm) (cm) (kNcm) (cm)
Exemplo 4 3756 2,98 2 3886 2,98 2
Exemplo 5 45386 17,19 3 44958 17,19 3
Exemplo 6 41837 17,19 3 41340 17,19 3
Exemplo 7 38049 15,47 3 36963 15,47 3
Fonte: Autora (2020)
Exemplo 5 Exemplo 6
50000
Momento Resistente (kNcm)
40000
30000
20000
10000
20
10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tecnologia vem se tornando cada vez mais importante em diversos
segmentos da construção civil, principalmente no âmbito das estruturas, por
automatizar inúmeros trabalhos braçais e evitar erros de cálculo. Por esses motivos,
a presente monografia teve como objetivo desenvolver uma ferramenta que ajudasse
os engenheiros civis, quando a solicitação da verificação da capacidade resistente de
vigas se tornasse necessária.
A ferramenta desenvolvida deve se manter simples, segura e precisa, isto
é possível graças à criação de uma interface amigável e intuitiva. Para isso, foi
utilizado um procedimento de cálculo, seguindo a norma NBR 6118:2014, e chegou-
se a resultados satisfatórios, validados através da comparação com planilhas de
cálculo.
Além disso, a ferramenta se mostrou prática para a análise do efeito da
perda de seção, causado pela corrosão de armaduras na capacidade resistente das
vigas. Ao gerar relatórios do formato tipo PDF, o B-Strength permitiu uma maior
facilidade para incluir a verificação de momentos fletores de vigas em laudos técnicos
e memoriais de cálculo de estruturas já executadas. Desse modo, o trabalho atingiu
todos os objetivos específicos traçados.
Por ter sido implementada utilizando bibliotecas bem consolidadas no
mercado de trabalho e uma linguagem de programação de fácil aprendizado,
utilização e manutenção, fazer os upgrades na ferramenta se torna uma tarefa
simples.
Finalmente, reitera-se a importância desse trabalho para a formação do
engenheiro civil, desenvolvendo habilidades importantes como a programação e
ampliando os conhecimentos sobre a análise do comportamento dos elementos
estruturais. Este último é fundamental para as visitas técnicas, para a elaboração de
laudos periciais de estruturas e para a evolução do engenheiro calculista.
Entre as sugestões de aprimoramento da ferramenta para pesquisas
futuras inclui-se a verificação da capacidade resistente ao cisalhamento de vigas
considerando as armaduras dos estribos, implementação de sugestões de
recuperação conforme o nível de corrosão ou de reforço de acordo com o momento
fletor a ser atingido.
Além disso, pode ser estudado a aplicação de outros métodos de
aproximação, como o de Newton-Raphson, e de forma que esses métodos
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REFERÊNCIAS
PARIZOTTO, Liana. Concreto Armado. Porto Alegre: Sagah Educação S.a., 2017.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595020917/cfi/1!/4/4@0.00:58.
5. Acesso em: 13 mar. 2020.