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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO-GERAL DO PESSOAL
DIRETORIA DE SAÚDE
(Repartição do Cirurgião - Mór/1808)

NOTA TÉCNICA Nº 020 – ORIENTAÇÕES REFERENTES AO RETORNO DE MILITARES E SERVIDORES


CIVIS, AMBOS DE GRUPOS DE RISCO, EM VIRTUDE DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS
ORGANIZAÇÕES MILITARES DO EXÉRCITO BRASILEIRO.

I. FINALIDADE
O presente documento objetiva realizar as orientações referentes ao retorno de militares e
servidores civis, de grupos de risco, em virtude da pandemia de COVID-19, nas Organizações Militares
(OM) do Exército Brasileiro.

II. REFERÊNCIAS
a. BRASIL, Ministério da Defesa, Exército Brasileiro, Departamento Geral do Pessoal, Diretoria de Civis,
Inativos pensisonista e Assistência Social, Parecer nº 038.10.2.4/AAJ/ DCIPAS, de 27 de maio de 2021,
que trata do retorno a atividade presencial, disponível mediante solicitação.
b. BRASIL, Ministério da Defesa, Exército Brasileiro, Diretoria de Saúde, NOTA TÉCNICA Nº 008 -
Recomendações aos Comandantes/Diretores de OM/OMS quanto à manutenção da capacidade
operativa e higidez da força de trabalho em saúde, de 14 de abril de 2020, disponível em
http://intranet.dsau.eb.mil.br/index.php/coronavirus-diretrizes-e-notas-tecnicas/category/579-
coletania.
c. BRASIL, Ministério da Saúde, Sistema Único de Saúde, Secretaria da Saúde do Estado da Bahia,
Orientações Técnicas para Avaliação de Saúde para Retorno ao Trabalho de Trabalhadores e
Trabalhadoras Expostos(as) ao SARS-CoV-2, de abril de 2020 e disponível em
http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/12/OrientacoesTecRetornoTrabalho_Covid-
19_11dez2020.pdf.
d. BRASIL, Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA, Orientações para
o retorno ao trabalho presencial em tempos da COVID-19/2020, disponível em
http://www.adasa.df.gov.br/images/storage/area_de_atuacao/gestao_de-
pessoas/Cartilhas/CARTILHA_ADASA_RETORNO_PRESENCIAL.pdf.
e. BRASIL, Governo do Distrito Federal, Sistema Integrado de Normas Jurídicas do Distrito Federal,
Decreto nº 42.211, de 17 de junho de 2021, disponível em
http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/9818dd321fc5456bb3729a798694217c/exec_dec_42211_202
1.html#art1.
f. BRASIL, Organização Pan-Americana de Saúde. Folha informativa COVID-19: Escritório da OPAS e da
OMS no Brasil, atualizado em 25 de agosto 2020, disponível em
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=
875#risco;
g. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica:
Emergência de Saúde Pública de importância nacional pela doença pelo Coronavírus 2019: Vigilância
de Síndromes Respiratórias Agudas: COVID-19. Brasília-DF, 5 de agosto de 2020:58p. Disponível em
https://portalarquivos.saude.gov.br/images/af_gvs_coronavirus_6ago20_ajustes-finais-2.pdf.
h. BRASIL, Sociedade Brasileira de Imunizações, Conceitos importantes, atualizado em 12 de março de
2021, disponível em https://familia.sbim.org.br/vacinas/conceitos-importantes.
i. BRASIL, Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Perguntas e Respostas, como se prevenir contra o
coronavírus, atualizado em 16 de junho de 2021, disponível em
https://portal.fiocruz.br/pergunta/como-se-prevenir-contra-o-coronavirus.

III. INTRODUÇÃO
Os militares e servidores civis, de grupos de risco, constituem parte importante da força de
trabalho necessária para o bom funcionamento das OM. O retorno ao trabalho presencial, desde que
respeitadas as medidas de profilaxia e segurança do trabalho, contribui para o bom ambiente
organizacional.

IV. DEFINIÇÕES
1. Grupos de risco
São considerados grupo de risco para agravamento da COVID-19 os indivíduos com: idade
superior a 60 anos; diabetes mellitus; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); doença renal;
doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; hipertensão arterial grave; indivíduos transplantados
de órgãos sólidos; indivíduos imunossuprimidos adquirida ou induzida por medicação; anemia
falciforme; câncer e/ou obesidade mórbida (IMC ≥ 40).
2. Vacina
Uma preparação capaz de induzir resposta imune no indivíduo que a recebe, para que, uma vez
exposto, disponha de anticorpos protetores.
3. Efetividade vacinal
É o impacto real da vacinação na redução de casos, mortalidade ou hospitalizações relativos à
determinada doença.
4. Eficácia
É a capacidade da vacina prevenir a enfermidade contra a qual se destina. Manter uma cobertura
vacinal elevada é essencial para proteção e para diminuir o risco de infecção de quem não pode se
vacinar por qualquer motivo. Os dados são obtidos de estudos controlados.
5. Falha vacinal
Situação que ocorre em um pequeno grupo de indivíduos no qual a vacina pode não gerar
imunidade efetiva; portanto, se expostos ao agente infeccioso, podem adoecer.
Este evento é denominado “falha vacinal”, sendo dependente do tipo de vacina utilizada, da
idade e condição de saúde de quem a recebe, entre outros fatores.
6. Cobertura vacinal
Refere-se ao percentual da população que está vacinada. Quanto mais pessoas receberem
determinada vacina, maior será a cobertura vacinal. A eliminação ou controle de qualquer doença
imunoprevenível depende da obtenção desse índice de sucesso, mas, para sua erradicação ou controle,
não basta apenas atingir altas coberturas vacinais; é preciso mantê-las até que o agente causador da
doença seja eliminado.
Nas doenças imunopreveníveis que, graças a vacinação, tenham poucos casos relatados, é
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necessária a manutenção de campanhas de vacinação junto à população. O progresso obtido ao longo
dos anos só é mantido com a manutenção das adequadas e corretas estratégias vacinais.

V. EFICÁCIA DAS VACINAS DISPONÍVEIS


Até o dia 21 de junho de 2021, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em todo o
mundo foram confirmados 178.118.597 casos com 3.864.180 óbitos; até a mesma data, foram
administradas 2.412.226.768 doses de vacinas.
Estudos finalísticos sobre a eficácia global das diferentes vacinas para COVID-19 ainda não estão
disponíveis, porém estudos preliminares sugerem que a eficácia das vacinas varie entre,
aproximadamente, 50 e 95%. Há que se considerar, no entanto, que a melhor vacina não
necessariamente, é a ideal, mas sim, aquela que está acessível para a população.

VI. RETORNO AS ATIVIDADES PRESENCIAIS DE SERVIDORES CIVIS E MILITARES DE GRUPOS DE RISCO


1. O retorno às atividades presenciais deve ser escalonado, contemplando as medidas de profilaxia
contra o SARS-CoV-2, dentre outros. Um plano de gerenciamento de risco de retorno ao trabalho dos
grupos de risco deve ser realizado pela OM, com foco nas seguintes ações:
- submeter-se a avaliação do Médico Atendente da OM/OMS;
- lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, incluindo o espaço
entre os dedos, as unhas e os punhos;
- lavar as mãos principalmente antes de comer e após tossir ou espirrar;
- se não tiver água e sabão, usar desinfetante para as mãos à base de álcool 70% (líquido ou gel);
- evitar tocar nos olhos, o nariz e a boca com as mãos não lavadas;
- usar lenço descartável para higiene nasal;
- cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir com um lenço de papel descartável ou com a parte interna
do cotovelo (nunca com as mãos);
- não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- manter os ambientes bem ventilados;
- limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência, como celulares;
- evitar contato com pessoas que não estejam no seu convívio muito próximo;
- se precisar sair, usar máscara como medida de proteção coletiva;
- evitar locais de aglomeração;
- pessoas doentes devem procurar auxílio médico, usando máscara e evitando o contato físico com os
demais. Após serem atendidas, precisam fazer isolamento;
- grupos vulneráveis devem ficar mais atentos às manifestações clínicas;
- disponibilização de EPI, de acordo com a atividade a ser desempenhada;
- disponibilização de álcool gel 70% nas dependências da OM/OMS; e
- dar ciência do plano de gerenciamento de riscos aos indíduos abrangidos por esta NT.
2. Recomenda-se o retorno dos militares e servidores civis de grupos de risco, desde que respeitado o
período de 30 dias após esquema completo de imunização (1 ou 2 doses dependendo do imunizante
adotado). Para a comprovação de estado vacinal adequado, o militar ou servidor deverá fornecer o
atestado de vacinação (carteira vacinal) para publicação nas alterações. A atividade deve priorizar
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funções administrativas, respeitadas as necessidades do serviço.
3. As militares e servidoras civis grávidas (em qualquer período), na fase do puerpério imediato (1º ao
10º dia), tardio (11º ao 42º dia) ou remoto (a partir do 43º dia) não estão aconselhadas ao retorno
presencial ao trabalho. Não há na literatura, até o presente momentos, estudos de segurança para a
gestante e o feto sobre os efeitos adversos decorrentes da contaminação pelo SARS-CoV-2 assim como
de eficácia para a mãe e o feto das vacinas disponíveis no mercado.
4. Militares e servidores civis que se recusarem a receber as doses de vacina, não é recomendado o
seu retorno ao trabalho. O indivíduo deve ser encaminhado para ser submetido à inspeção de saúde,
devendo constar na ata de inspeção de saúde a sua recusa à vacinação.

VII. CONCLUSÃO
A pandemia, como oportunidade de aprendizado das diversas lições resultantes e da melhoria
de processos de saúde, se mostra como um momento histórico para a Medicina Mundial e, em
especial, para o Serviço de Saúde do Exército pelas suas características peculiares.
O acompanhamento de sua extensa bibliografia e o aproveitamento das lições aprendidas para
a Família Militar figuram entre os principais objetivos da Diretoria de Saúde.

Brasília, DF, 24 de junho de 2021.

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