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05/08/2023

Lesão, Adaptação e Profa. Dra. Tatiane


Targino Gomes Draghi
morte celular
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Célula
A célula é a menor unidade funcional,
que é organizada em unidades
funcionais maiores denominadas
tecidos, com base em sua origem
embrionária. Estes tecidos, por sua
vez, se combinam para formar as
diversas estruturas e órgãos do corpo.

Células: unidades adaptativas


• As células possuem a capacidade de se adaptar às mudanças em seu ambiente.
• Muitas destas mudanças são fisiológicas e aceitáveis (exemplo – degradação de ácidos
graxos em jejum).
• As mudanças podem ser em nível metabólico/fisiológico ou em nível estrutural (aumento
ou diminuição no número de células e no seu tamanho/alteração da morfologia celular).
• As alterações ambientais podem extrapolar o limite da normalidade e se tornarem
estímulos patológicos.
• É tênue a linha que separa uma alteração fisiológica de uma alteração patológica.

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Homeostase

Capacidade de suprir as demandas


fisiológicas normais, mantendo o
organismo em constância do meio
interno.

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Adaptação

A adaptação celular normal ocorre em resposta a um estímulo


(estresse) e cessa assim que a necessidade de adaptação deixa de
existir. As células são capazes de se adaptar ao estresse alterando seu:

Tamanho Número Forma


atrofia e hipertrofia hiperplasia metaplasia e displasia

Atrofia
Redução da massa celular funcional em um tecido.

Desuso
Desenervação
Nutrição inadequada
Diminuição do fluxo sanguíneo

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Atrofia Fisiológica ou Involução

• Involução do timo na adolescência


• Involução do miométrio após o parto.
• Atrofia da paratireóide com a idade avançada.
• Atrofia testicular com a idade avançada (diminuição na produção de FSH (hormônio
folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante).

Atrofia Patológica

• Atrofia por desuso: tala ou gesso no tratamento de uma lesão.


• Atrofia isquêmica: redução da massa celular provocada por falta de sangue.
• Atrofia por desnervação: esclerose lateral amiotrófica (ELA).
• Atrofia por falta de estimulação endócrina (atrofia da adrenal pela remoção da hipófise).

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Atrofia
Atrofia Patológica

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Hipertrofia
Aumento no tamanho das células e da sua capacidade
funcional.

Aumento da carga de trabalho


aplicada sobre um órgão ou
uma parte do organismo

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Hipertrofia

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Hipertrofia

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Hiperplasia
Aumento no número de células de um tecido (aumento de
mitoses).

Hiperplasia fisiológica:
hormonais e compensatórias.
Hiperplasia não fisiológica:
estimulação hormonal excessivo
ou do efeito de fatores de
crescimento no tecido alvo

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Hiperplasia
Hiperplasia fisiológica: hormonal (estrogênio)

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Hiperplasia
Hiperplasia fisiológica compensatórias

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Hiperplasia
Hiperplasia não fisiológica: estimulação hormonal excessivo ou
do efeito de fatores de crescimento no tecido alvo

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Como diferenciar uma hiperplasia de uma


neoplasia?

• Na hiperplasia o tecido retorna ao seu tamanho normal após a remoção do


estímulo causador do aumento.

• Na neoplasia ocorre um aumento no número de células que não regride após a


remoção do estímulo indutor.

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Metaplasia

Resultado de irritações
persistentes que acaba
levando ao surgimento de
um tecido mais resistente

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Metaplasia
• Transformação reversível de um tipo de tecido em outro. Tentativa de adaptação aos
estímulos ambientais inadequados.
• Pode ocorrer no tecido epitelial e em outros tipos de tecido.
• Exemplos:
- Em pessoas que fumam o epitélio pseudoestratificado ciliado dos brônquios pode ser
transformar-se em epitélio estratificado pavimentoso.
- Em pessoas com deficiência crônica de vitamina A os tecidos epiteliais presentes nos
brônquios e bexiga urinária são substituídos gradualmente por epitélio estratificado
pavimentoso.

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Metaplasia

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Displasia

É caracterizada pelo crescimento celular desordenado de um tecido específico ao resultar


em células que variam de tamanho, forma e organização. Displasia está fortemente
implicada como precursora de câncer.

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Estímulo nocivo / Agressão

Etiopatogênese Geral das Lesões: Lesões e doenças são provocadas por


causas (agressões) muito diversas. Dependendo da intensidade, do tempo de
ação e da constituição do organismo (capacidade de reagir), qualquer
estímulo da natureza pode produzir lesão. As causas de lesões podem ser:

Exógenas Endógenas
São representadas por agentes físicos, Estão relacionadas com o patrimônio genético, os
químicos e biológicos e pelos desvios da mecanismos de defesa do organismo contra
nutrição; agressões.

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Agressão por Agentes físicos (Exógena)

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Agressão por Agentes biológicos (Exógena)

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Agressão por Agentes químicos (Exógena)

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Agressão por distúrbios de nutrição (Exógena)

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Agressão por Patrimônio genético (Endogéna)

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Mecanismos da Lesão celular

➢Diminuição de ATP
➢Redução na disponibilidade de O2 às células = desequilíbrio
eletrolítico
➢Radicais livres
➢Anormalidades em ácidos nucleicos (DNA e RNA)e proteínas
➢Resposta imunitária

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Diminuição de Adenosina Trifosfato - ATP

Robbins & Cotran, 2005


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Hipóxia e anóxia
Diminuição na oferta de O2 às células ou interferência na sua
utilização. Redução no fornecimento de O2 é chamada hipóxia,
enquanto sua interrupção é denominada anóxia.
A diminuição do 02 faz com que ocorra um desequilíbrio
hidroeletrolítico ocorrendo o ↑NA e ↓ K e no espaço intracelular, isto
atrai moléculas de agua por difusão simples e então ocorre o acúmulo
sódio e agua dentro da célula = edema celular

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Radicais livres
Os radicais livres são moléculas que apresentam um elétron não emparelhado no
orbital externo, o que as torna, geralmente, muito reativas com outras moléculas.
Quando formado os radicais livres podem iniciar reações em cadeia que levam à
formação de novos radicais, amplificando a sua capacidade de produzir lesões.
O Reticulo endoplasmático, mitocôndria e peroxissomo produzem radicais livres se
ligam a macromoléculas que oxidam e forma uma reação em cascatas que degrada
todos os lipídeos e as células vão morrendo, os radicais livres também quebram a
fita do DNA que pode desencadear processo de lesão irreversível.

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Reação imunitária

Como a resposta imunitária é capaz de destruir ou eliminar agentes


vivos, ela também agride células e tecidos normais. Alterações para
mais ou para menos na função do sistema imunitário originam
doenças: quando ele está deficiente, surgem doenças infecciosas; se
atua de forma desregulada para mais, aparecem doenças por
autoagressão.

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Lesão Reversível

Caracterizada por um estimulo nocivo


leve que promove pequenas alterações
funcionais e morfológicas passíveis de
correção pela célula. Podem ser
observados dois padrões de lesão
celular reversível sob o microscópio:
infiltração e degeneração.

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Degeneração é a lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que


resultam em acúmulo (deposição) de substâncias no interior de células.
Causada por infecções, doenças febris, intoxicações, frio ou
calor excessivos, anóxia (02 reduzido), má oferta nutricional e
perturbações circulatórias.
Degeração hidrópica
(Agua e eletrólitos) Síndrome de Batter (hipopotassemia intensa)

Representa um conjunto de transtornos renais


hereditários que causam desequilíbrios nos níveis de
potássio, sódio, cloro e outros íons no corpo.
Em geral, os órgãos aumentam de peso e volume
Doença autossômica recessiva, surgimento na
e a coloração é mais pálida, porque as células infância.
degeneradas, que ficam aumentadas de volume, Aumento de renina que resulta em aumento do
comprimem os capilares e diminuem a volume celular (causando a degeneração
hidrotópica)
quantidade de sangue no órgão. Ao microscópio,
as células são tumefeitas. Brasileiro Filho, 2016

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Degeneração é a lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que


resultam em acúmulo (deposição) de substâncias no interior de células.

Degeneração lipídica
(gordura)

Esteatose: Designa qualquer acúmulo anormal de gordura


nas células parenquimatosas e indica uma lesão celular
grave, que pode preceder a morte da célula que a apresenta.
Os órgãos mais afetados são o fígado, rins e o coração.

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Degeneração é a lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que


resultam em acúmulo (deposição) de substâncias no interior de células.
Normalmente ocorre durante condições de diabetes mellitus

Degeneração glicogênica Os acúmulos (vacúolos) de glicogênio aparecem


normalmente nos rins e no fígado em quadros de
(glicose) diabetes mellitus, isso se dá devido a glicose excessiva
na urina e no sangue.

O acúmulo anormal de glicogênio das células hepáticas e


musculares indica uma alteração metabólica do equilíbrio
entre a utilização da glicose celular e o estoque.

Legenda: Fígado com infiltração glicogênica

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Lesão Irreversível

Caracterizado por um estimulo nocivo que ultrapassa, irreparável,


acarretando em dano permanente e morte celular.
- Formação de bolhas na superfície (destacamento da membrana do
citoesqueleto)
- Ruptura: enfraquecimento decorrente da redução da síntese protéica e
alteração nos ácidos graxos dos fosfolipídeos
- Junções intercelulares frouxas ou desaparecem (alterações estruturais da
membrana).

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Robbins & Cotran, 2005


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Apoptose

É a morte limpa/programada da célula danificada e


envelhecida, pois tudo que esta dentro da célula
não é extravasado para o espaço extra celular,
controlando a regeneração dos tecidos.

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Morte celular programada é provocada por


várias causas:

1. Remoção de células na embriogênese.


2. Eliminação de células em tecidos com alta taxa de renovação (epitélio
intestinal).
3. Destruição de células infectadas por vírus pelos linfócitos T citotóxicos.
4. Eliminação de células com danos no DNA (ciclo celular).
5. Eliminação de células neoplásicas.
6. Morte de células nervosas em doenças neurodegenerativas (Alzheimer).

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Características morfológicas na Apoptose


• Encolhimento celular: o tamanho da célula fica diminuído, o citoplasma denso, e as
organelas ficam agrupadas.
• Condensação da cromatina: a cromatina se agrega na periferia, sob a membrana nuclear,
em massas densas de várias formas e tamanhos.
• Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos: extensa formação de bolhas
na sua superfície que depois sofrem fragmentação, formando corpos apoptóticos ligados
à membrana.
• Fagocitose das células apoptóticas ou corpos celulares, geralmente pelos macrófagos: os
corpos apoptóticos são rapidamente degradados nos lisossomos e as células saudáveis
migram e proliferam para substituir o espaço ocupado pela célula apoptótica eliminada.

OBS: A rápida fagocitose dos corpos apoptóticos impede a ocorrência de resposta inflamatória.
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APOPTOSE

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Necrose

A necrose é um processo desordenado de


morte celular é a morte acidental de células. O
processo de necrose provoca a perda da integridade
da membrana celular e a degradação enzimática de
partes da célula e desencadeia um processo
inflamatório. A necrose interfere na regeneração
dos tecidos. Um dos tipos de necrose é de
liquefação, de coagulação e a caseosa.

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Necrose – Alterações
morfológicas

• Edema celular
• Aumento de volume de organelas
• Rompimento das células
• Conteúdo celular liberado no espaço extracelular
• Inflamação

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Necrose por liquefação


Liquefação enzimática do tecido
necrótico, observado
frequentemente no cérebro,
suprarrenal e mucosa gástrica;
também ocorre em áreas de
infecção bacteriana (purulentas).
As zonas de necrose adquire
consistência mole, semifluida ou
mesma liquefeita.

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Necrose de coagulação
Massa firme e acinzentada. Durante
a necrose de coagulação,
desenvolve-se acidose, que
desnatura as enzimas e proteínas
estruturais da célula. Este tipo de
necrose é característica de lesão
hipóxica e irrigação sanguínea e é
observada em regiões infartadas.

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Gangrena

A gangrena representa um tipo de necrose


de coagulação. A parte afetada seca e se
retrai, a pele mostra vincos e sua
coloração muda para marrom escuro ou
preto. A irritação causada pelo tecido
morto produz uma linha de reação
inflamatória (linha de demarcação) entre o
tecido morto da área gangrenosa e o
tecido saudável.

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Necrose caseosa

Material caseoso por infiltração de


substâncias como gorduras. A área
necrosada assume o aspecto
macroscópico de massa branca ou
amarelada, divide características da
necrose coagulativa e liquefativa,
característica muito comum de foco de
tuberculose.

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Necrose Gomosa
• Tecido morto, firme e gomoso (elástico).
• O tecido forma uma massa proteinácea que desconfigura sua arquitetura
original (fica parecendo uma borracha).
• Comum na sífilis.

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Necrose Hemorrágica

- Tecidos mortos contendo


hemácias extravasadas
(hemorragia).
- Decorrente do bloqueio da
drenagem venosa em um
tecido.

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Necrose gordurosa
- Tecido adiposo morto
- Focos de material amarelo consistente (lesão em pingos de vela)
- Observada na pancreatite devido à liberação de lipases dos ácinos
pancreáticos.

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Necrose fibrinóide

- É usada para descrever a aparência


histológica de artérias em casos de
vasculite e hipertensão.
- Depósitos de fibrina na parede do
vaso danificado.

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Memorizando

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Estresse celular
Adaptação celular e seus tipos

Descreva Tipos de estímulos nocivos


e Mecanismo da lesão celular
explique: Lesão reversível
Lesão irreversível
Apoptose
Necrose celular e seus tipos

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