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RA:20417
Introdução
Como bibliografia de apoio aos textos principais tenho em mente Trecos, troços e
coisas Estudos antropológicos sobre a cultura material do autor Daniel Miller, Estar vivo:
ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição de Tim Ingold e A centralidade da
cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo de Stuart Hall, mostrando o
impacto material, tanto na antropologia quanto na sociologia, auxiliando nos pontos comuns
entre os dois temas.
A discussão
A “antropologia da arte”, tem como objetivo, de acordo com o autor, analisar até que
ponto a ideia de arte pode ser vinculada a culturas que muitas vezes não possuem um
conceito tão ocidental como arte/artista, e quando exposta como tal no ocidente existe uma
necessidade de buscar um significado ou possuir algum vínculo com um padrão de beleza
jamais estipulado, como mencionado por Coote e Morphy e a instituição analisada pela
sociologia, o capitalismo artista.
Um ponto curioso para esta discussão se encontra no texto de Daniel Miller Trecos,
troços e coisas, em que sugere uma antropologia dos artefatos e objetos criados por humanos,
de uma forma surpreendente, o autor nos mostra que dentro de uma sociedade de consumo
em massa que é o capitalismo, os trecos que produzimos e que consumimos têm com eles
significados particulares e universais. Ao mesmo tempo que abrange o artigo de Gell, uma
vez que, nem tudo que vimos em sociedades não-ocidentais e que nos apresenta certa beleza,
necessariamente nasceu com o propósito de ser arte.
Portanto, assim como vemos necessidade em catalogar objetos não ocidentais e aderir
a eles significados religiosos ou funcionais, catalogamos a nós mesmos e a nossos troços sem
a consciência de que são vistos de formas diferentes em outros locais. Assim como
mencionado pelo autor, "A ampliação simultânea de particularidade e universalidade é uma
maneira de definir o mundo moderno” (MILLER, Daniel. 2010. p.14) também é debatido por
Stuart Hall em a centralidade da cultura em que seu ponto principal do texto gira em torno
da discussão sobre a universalização de uma cultura única com a expansão da tecnologia e da
globalização, em que Hall afirma que essa expansão na verdade causaria um efeito de novas
identificações tanto globais quanto locais.
“Até os museus devem ser administrados como empresas, pôr em prática políticas de
comercialização e de comunicação, aumentar o número de visitantes, encontrar novas fontes
de receita. No capitalismo artista, as obras são julgadas muito mais em função de seus
resultados comerciais e financeiros do que quanto às suas características propriamente
estéticas.” (LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. 2015. p.47).
Conclusão
Como forma de finalizar este projeto, não tenho o objetivo de demonstrar um lado
certo ou errado, e sim utilizar-me das particularidades de cada autor como forma de mostrar
as convergências dos temas. Assim como Gell menciona, mesmo a antropologia da arte
possuindo seu foco em interações interpessoais imediatas e suas consequências, ou como
Miller menciona, “Defino o antropólogo como alguém que busca demonstrar as
consequências do universal para o particular e do particular para o universal mediante
devoção igual à compreensão e à abrangência empáticas de ambos.” (MILLER, Daniel.
2010. p.18).
Bibliografia