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- Inês não é uma personagem tipo ( é modelada) pois ela vai evoluindo
psicologicamente ao longo da peça. No início surge como representante da rapariga ambiciosa
e rebelde que pretende pelo casamento, escapar da situação em que vive. Vivia como
prisioneira sem puder sair e “escrava” pela mãe. Revela a sua angústia e desejo de liberdade. O
primeiro casamento só lhe traz infelicidade e a atitude tirânica do Escudeiro obriga-a a mudar
de comportamento. Inês sofre e aprende a lição. Na cena final representa a mulher adúltera
que, conscientemente, é infiel ao marido e que o ridiculariza.
NOTA: Gil Vicente satiriza: mentalidade das jovens raparigas que optam por casamentos de
conveniência; escudeiros bem falantes, fanfarrões e pelintras que dizem ser o que não são;
ingenuidade e os comportamentos dos desajeitados;alcoviteiras e judeus gananciosos; clérigos
devassos e ermitões oportunistas; infidelidade conjugal; valorização das falsas aparências.
. Inês: cansa-se da vida que leva e quer casar e escolher um marido que tenha boas qualidades
(discreto e que saiba tanger). É uma jovem fantasiosa e leviana que vê no casamento uma
forma de escapar da sua vida e à sua mãe. 1º casamento- tem de acatar um conjunto de
restrições 2º casamento- por vingança e com a intenção de viver à sua vontade
-casada com pero: vinga-se do 1º marido no asno e ingénuo pero, torna-se uma figura
vingativa, infiel e fingida. Abusa da confiança do marido, dissimulada e astuta.
A moça fantasiosa e irrefletida acaba por se ver obrigada a ajustar os seus sonhos por força da
experiência que vivenciou.
. Mãe: confiante, conselheira, amiga, realista, queria que a filha tivesse segurança económica
quando casasse, exalta as qualidades da filha quando a elogia, garante o interesse de Lianor. Faz
um presságio da má escolha de Inês mostrando que cantar e tanger não mata a fome. Aconselha
Inês a casar com um homem simples que ofereça estabilidade.
. Pêro Marques: lavrador rico mas ignorante, honesto mas rude e deselegante. É generoso,
ingénuo, obediente, bom marido, respeitador, mas demasiado ingénuo (torna-se marido traído)
. Judeus: interesseiros, falsos e materialista cujo único objetivo era o negócio (lucros)
. Ermitão: servia-se da religiosidade das pessoas para atingir fins menos dignos, fazia propostas
ousadas às mulheres tentando seduzi-las, tem função de concretizar as intenções de traição da
mulher casada com pero, é uma censura aos clérigos que esqueciam os deveres e a moral
-antes de casar: gentil, discreto, bem falante, vaidoso, esperto, conquista Inês
-depois de casar: desleal, mentiroso, autoritário, cruel, egoísta, não dá liberdade a Inês
Representante da nobreza endividada, sem valores e prestígio que vive do estatuto. Era comum
a ostentação social e o culto das aparências. É o cavalo que derruba Inês, depois de a ter
enganado com as suas aparências galantes.
NOTA: Inês contrasta com Mãe/Lianor no que diz respeito à mentalidade e ao conceito de bom
casamento; Escudeiro e Pero contrastam nas maneiras e nas intenções e comportamentos.
OS TIPOS DE FALA:- Pêro Marques: expressa-se de forma rústica, singela e direta com uma
atitude sincera e leal
-Escudeiro: linguagem cheia de artifícios, cativante, falsa. É uma lingiagem de sedução que lhe
permite esconder as suas verdadeiras intenções.
-metonímia (designa uma realidade por outra realidade que lhe é próxima por contiguidade) ex:
renego deste lavrar, antes que venha o escuro, e cerra-se-m’a a garganta, de casar com parvoíce
-alegoria (expressão de uma ideia abstrata através da sua materialização, tornando-a mais clara
ex: anjoi-bem, diabo-mal, pomba branca-paz
A FARSA
. características: -ação trivial e com poucas personagens (retratam tipos sociais e
profissionais)
REPRESENTAÇÃO DO QUOTIDIANO
-oportunismo
-culto da aparência