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Família bennet – marido, mulher, 5 filhas (Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia)

- Elizabeth Bennet (protagonista)- jovem bela, orgulhosa, de personalidade forte e


vanguardista para o seu tempo, Lizzie, como é chamada pelos íntimos, carrega dentro de
si inquietações com as convenções sociais do seu tempo. É sensata, com opinião
própria, expondo o seu desagrado em relação à classe hierarquia de sua época. Não se
subjuga à ordem social, decidindo casar apenas por amor. Uma das características
centrais da personagem é o forte senso de independência que possui. Ao contrário das
mulheres da sua geração, ela não persegue um casamento promissor achando que vai
encontrar num homem a solução para os seus problemas financeiros e sociais. Elizabeth
luta contra uma sociedade conservadora e machista. Era uma mulher que lutava pela
independência não se opondo ao casamento, mas sim, aos motivos que moviam as
mulheres a procurarem um marido abastado. Tem traços fortes dotada da capacidade de
pensar e tomar suas atitudes de acordo com suas próprias convicções.

- Mãe- ao assistir às opiniões e atitudes da filha, considera-a um caso perdido em


relação à possibilidade de conseguir um casamento e como tal um marido que a sustente
e lhe permita ter uma bela vida sem preocupações.

Contexto histórico

Vale lembrar que na Inglaterra, durante esse período histórico, o único papel social da
mulher era ser mãe e esposa, não possuindo qualquer hipótese de ambição
profissional.Em termos sociais, as mulheres valiam tão pouco que, em caso de
falecimento do patriarca, o patrimônio deixado deveria seguir para o filho varão e, caso
não houvesse, a fortuna seria encaminhada para o homem herdeiro mais próximo da
família. Observamos também, aolongo do texto, a forte importância dada ao dinheiro e
o preconceito das personagens em relação à origem das famílias dos indivíduos.

Jane Austen tece uma forte crítica à sociedade da sua época, regida pelas ambições
econômicas e por relações construídas a partir do interesse.

“É uma verdade universalmente reconhecida que um homem


solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma
esposa.” (introduz o tema de casamento e o tom de ironia que a autora usará durante
todo o romance. A ironia é uma das suas características mais importantes, fazendo uso
de tal recurso para criticar a sua sociedade contemporânea.Dessa maneira, Jane Austen
ressalta sua crítica ao casamento por conveniência fá-lo de forma irônica e cômica)

Os casamentos são vistos como meros acordos comerciais e de beneficência, e vemos ao


longo das páginas, como o interesse permeia as relações humanas. No caso da família
Bennet, como se tratava de cinco filhas, não havia um filho varão que herdasse as
propriedades.Ou seja, segundo as normas da época, apesar de haver descendência direta,
os bens deveriam seguir para o parente mais próximo do sexo masculino. Por vezes
estes casamentos serviam apenas para garantir um bom futuro, não havendo sequer
afinidade entre os noivos. Na família Bennet, o patrimônio não seria herdado nem pela
mulher nem pelas filhas, e sim por Mr.Collins, um primo afastado. É a essa organização
social que Austen dirige as suas maiores críticas. O casamento era a única maneira de
garantir um lar para as filhas.

Resumo

Este romance desenrola-se com a chegada de dois jovem solteiros afortunados na região
(Mr.Bingley e Mr.Darcy). A mãe das irmãs Bennet vê no aparecimento dos rapazes uma
excelente oportunidade para resolver os problemas da família, ou seja, arranjar marido
para as suas filhas pondo em prática os seus dotes de casamenteira.

Mr.Bingley, um homem muito sóbrio e distinto, apaixona-se por Jane Bennet, a mais
velha das irmãs. Caroline Bingley, irmã de Mr. Bingley, mostra-se, porém contra esta
relação devido à classe social da rapariga.

Mr.Bingley se aproxima de Jane e vai contra a opinião da irmã. No entanto, o jovem


subitamente desaparece da cidade, deixando Jane sem qualquer explicação. Elizabeth
mais tarde chega a saber que foi Darcy o culpado por esta separação. Depois da
ausência de ambos, Elizabeth torna-se chegada a Mr Wickham.

Num primeiro encontro entre o amigo de Bingley, Mr. Darcy, e Elizabeth Bennet,
ambos formam impressões pouco favoráveis. Elizabeth acha Darcy um homem
arrogante, orgulhoso e frio, que carrega um ar de superioridade, repudiando. Parte
destes sentimentos resultam da recusa de Darcy em dançar com ela por a considerar de
origem humilde e classe social baixa. Por sua vez Darcy revela-se um homem orgulhoso
e de má índole devido ao seu preconceito em relação a Elizabeth, chegando a criticá-la
injustamente nos primeiros encontros de ambos. Elizabeth por sua vez faz uma
avaliação prévia do carácter de Darcy que nada tem haver com a sua verdadeira
personalidade, visto que ele feriu o seu orgulho. Embora num primeiro encontro Darcy
de recuse a assumir os sentimentos que tinha pela rapariga, à medida que vão surgindo
mais encontros entre ambos, a opinião de Darcy acerca de Elizabeth muda. Darcy
apercebe-se que Elizabeth é uma mulher inteligente e com um espírito perspicaz,
acabando por se enamorar pelas características da nossa heroína. Darcy demonstra por
isso flexibilidade e bom senso, deixando de ser tão crítico e duro com Elizabeth. Esta
mudança, permite a Darcy reconhecer que Elizabeth poderia vir a ser uma boca mulher
e companheira, apesar do seu estatuto social. Darcy deixa de lado o seu orgulho e
preconceito possibilitando a abertura de um caminho para a sua futura felicidade.
Contudo, Elizabeth mantém-se fiel ao seu orgulho e preconceito contra Darcy, mesmo
depois de repetidos incidentes que testam a credibilidade do seu carácter, demonstrando
uma incaracterística falta de inteligência e juízo. Age com parcialidade, não
alimentando boas impressões por Darcy,visto que primeiro encontro de ambos ele foi
desagradável e deselegante com ela.A relação entre os dois é, portanto, pautada pelo
preconceito, pela atração, pela paixão e pela raiva. Um misto de sentimentos
completamente discrepantes.

O primeiro pedido de casamento:

Quando Darcy se apercebe dos seus sentimentos por Elizabeth, toma coragem e pede-a
em casamento, contudo esta proposta é inadequada, pois além de orgulhosa, visto que
ele não tem dúvidas de que ela iria aceitar, também desrespeita Elizabeth, uma vez que
esta pensa que foi ele o motivo da separação de Jane e de Bingley. Mantendo-se fiel ao
seus ideais, Elizabeth recusa o pedido uma vez que o considera um homem prepotente e
inescrupuloso.

Mais tarde Elizabeth recebe uma carta a explicar o sucedido entre Jane e Bingley e
apercebe-se de que por detrás da fachada de orgulho, Darcy é uma pessoa bondosa e que
se preocupa com os outros. Admite que o seu orgulho a impediu avaliar o verdadeiro
carácter de Darcy. Depois de ambos superarem o seu orgulho e preconceito, Darcy
acaba por reiterar o pedido de casamento e Elizabeth finalmente aceita.

Lição

A maior lição que podemos retirar deste livro, é que para uma boa relação é necessária a
a doação de nós próprios para a conquista do outro, ou seja, manter as nossas
identidades e ser capaz de abraçar a identidade alheia, respeitando-a. Neste caso,
Elizabeth manteve-se fiel à sua própria natureza, conquistando no final, não só um
verdadeiro amor mas também a liberdade de decisão sobre a sua felicidade. Darcy
apesar do seu orgulho e preconceito permitiu-se ver as verdadeiras qualidades de
Elizabeth.

Para além disso, o amor ou ódio à primeira vista acabam por ser formas rápidas e fáceis
de julgar os outros. Elizabeth despreza a arrogância de Darcy, sem se aperceber de que
ele usa esta característica como um escudo contra o amor. Por sua vez Darcy despreza
Elizabeth pois ela é uma ameaça ao seu conforto e sentimentos. Contudo ambos são, no
seu orgulho e preconceito, personagens exatamente iguais.

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