O papel da mulher no séc XIX e o amor em orgulho e preconceito
É uma verdade universalmente reconhecida que um homem no século XIX
desfruta de uma posição de privilégios com poderes sociais, econômicos e políticos. Enquanto o papel da mulher era de submissão. Os casamentos eram movidos por interesses, onde a mulher era obrigada a se casar independente da sua vontade.
Em "Orgulho e preconceito" de Jane Austen, a história é narrada em uma
sociedade aristocrática do séc XIX em Londres, entretanto bem diferente da realidade da época a personagem principal feminina tem uma personalidade forte que desafia as convenções de seu tempo ao recusar se casar sem amor. A narrativa da autora é revolucionária principalmente levando em consideração os costumes, regras e formalidades da época. Por viver nesse período, Jane possui um conhecimento minucioso da sociedade inglesa, o que torna sua obra rica em detalhes e descrições reais de tal sociedade.
O livro começa com a chegada de um jovem solteiro e rico à vila de
Longbourn causando um grande alvoroço na família Bennet. Mr Darcy era um amigo muito próximo desse jovem, Mrs Bingley. Elizabeth e Darcy não se gostam nas primeiras vezes em que se encontram. Pelo contrário, os dois personagens trocam farpas e até ofensas. No início da história, seus encontros são marcados por mal-entendidos e preconceitos mútuos. Elizabeth julga Mr. Darcy como arrogante e orgulhoso, enquanto ele a vê como inferior. No entanto, ao longo da narrativa, começamos a ver uma transformação nesses personagens. Mr. Darcy, apesar de sua natureza reservada, demonstra um profundo cuidado por Elizabeth e sua família, intercedendo discretamente em momentos de dificuldade. Por sua vez, Elizabeth começa a questionar seus próprios preconceitos e percebe que suas primeiras impressões podem ter sido errôneas. Somente quando passam a ter um diálogo sincero é que começam a se entender e a partir daí, passam a nutrir sentimentos um ao outro.
Em resumo, “Orgulho e Preconceito” é uma crítica sutil, mas poderosa, da
sociedade e das convenções sociais de sua época. Isso é notório quando observamos a protagonista do romance, sendo uma mulher forte e autêntica que se impõe perante a todos, sempre deixando claro suas opiniões. Ter a coragem de negar pedidos de casamentos, em uma época que a mulher era invisibilizada na sociedade onde seu único papel era ser mãe e esposa. Jane Austen habilmente tece questões de orgulho, preconceito, amor e autoconhecimento em uma narrativa envolvente.
Surubi. LITERATURA, CINEMA E DIFERENTES MATERIALIDADES: O DISCURSO DE AMOR E A CONDIÇÃO DA MULHER NO SÉCULO XIX EM ORGULHO E PRECONCEITO. Goiais: Universidade estadual de goias, 2018.
FREIRE, Luana Justino. Representações paradoxais do feminino no século
XIX: uma análise comparativa entre Orgulho e preconceito, de Jane Austen e Tess, de Thomas Hairdy.- Guarabira: UEPB, 2011. 23f. Disponível: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1443/1/PDF%20-%2 0Luana%20Justino%20Freire.pdf. Acesso em: 30 março. 2021.