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Orgulho e preconceito

Um livro caricato, um clássico se assim o posso chamar. Orgulho e


Preconceito de Jane Austen é o livro sobre o qual venho escrever
hoje.

Jane Austen (1775-1817) foi uma escritora inglesa, considerada uma


das maiores romancistas da literatura inglesas do século XIX, autora
de clássicos como "Orgulho e Preconceito" e "Razão e
Sensibilidade".
Na obra Orgulho e Preconceito, Jane mostra como o amor entre os
protagonistas era capaz de superar barreiras de orgulho e
preconceito, da diferença social entre eles e do escasso poder de
decisão concedido à mulher na sociedade da época.
Na obra, predomina o diálogo refletindo a criatividade e a capacidade
de captação psicológica da escritora.

Apesar de nunca ter sido reconhecida durante a sua vida, a sua


popularidade começou a aumentar em 1869 até que no século XX foi
reconhecida como a segunda figura mais importante da literatura
inglesa (a seguir de Shakespeare), graças à sua capacidade de
fundir o romantismo e o realismo na mesma narrativa.

“Orgulho e Preconceito” tem como cenário a burguesia inglesa do


início do século XIX. Um facto interessante é que originalmente, a
obra foi intitulada “First Impressions”, mas após a revisão da sua
obra, Jane Austen denominou o romance como atualmente o
conhecemos “Pride and Prejudice”.

A história passa-se na zona de Longbourn, na Inglaterra onde


Elizabeth Bennet e a sua família residem.

Após a notícia de que um jovem rico, Mr. Bingley estava a caminho


da cidade para arranjar uma esposa, Mr. E Mrs. Bennet criam
esperanças que essa esposa pudesse ser a sua filha mais velha
Jane. Nesta parte da história há uma critica social à forma como
casar as filhas, com alguém rico e bem formado, era o mais
importante para sua mãe. Outra critica é a dependência da mulher do
homem, pois só com um homem rico a mulher ficaria “bem entregue”
isso vê-se particularmente na conversa mais à frente entre Mr. Collins
e Mrs. Bennet quando ela deseja que as suas filhas fiquem bem
casadas tal como Mr. Collins assim o diz.
Num baile, quando Mr. Bingley é apresentado às raparigas Bennet,
ele encanta-se por Jane. Este vem acompanhado por Mr. Darcy, que
também é apresentado, mas é introduzido como um homem calado,
introvertido e indiferente com as pessoas da cidade.

Mesmo tendo ficado encantado com Jane, Mr. Bingley acaba por sair
da cidade sem dar nenhuma explicação a ela.

Enquanto isso, Mr. Darcy vai-se apaixonando por Elizabeth Bennet,


mas nega o seu sentimento. Ao mesmo tempo em que Lizzie o acha
arrogante e o repudia.

Num dia, Lizzie, descobre que a atitude de mr. Bingley que causou
toda a infelicidade de sua irmã, foi provocada pelo concelho de Mr.
Darcy por considerar um cansamento desvantajoso.

No meio desta reviravolta toda, Mr. Darcy declara-se a Elizabeth e


pede-a em casamento. Contudo, fiel aos seus ideias, Elizabeth
recusa o pedido explicando que o motivo é por ele ter sido o causador
da infelicidade de sua irmã quando Mr. Bingley partira. Além disso,
ela considera-o prepotente.

Após a fuga da irmã mais nova Lydia, com um rapaz, mr. Darcy ajuda
a encontra-los e contribui financeiramente para que Lydia e o rapaz
se casem. Também ajuda reparando o seu comportamento ao ter
afastado Mr. Bingley de Jane e ajuda a que eles se casem, também.

Aos poucos, os sentimentos de Elizabeth vão mudando em relação


a ele. Começa a ser descrito como um homem de noa índole e que
não tem medo de expressar os seus sentimentos. Mas Mr. Darcy já
não tinha esperanças de se casar com Elizabeth devido à inicial
recusa de seu pedido.

Após os rumores de que Mr. Darcy estaria interessado em Elizabeth,


a tia de Darcy, Lady Catherine, visita a família Bennet para confrontá-
la.

Ameaçada por Lady Catherine a não aceitar a proposta de Mr. Darcy,


Elizabeth recusa-se a obedecer. Isto faz com que a esperança de Mr.
Darcy se reacenda.

Numa visita, Mr. Darcy declarasse novamente a Elizabeth e pede-a


de novo em casamento. Por fim Elizabeth aceita o pedido.
No último capítulo do livro, Elizabeth e Mr. Darcy passam a viver em
Pemberley e Jane e Mr. Bingley em Netherfield.

Neste romance existe uma preocupação explicita em retratar cada


detalhe dos hábitos e valores morais da sociedade inglesa da época.

Como já referi, há uma grande preocupação de casar as filhas com


um homem rico e bem formado. Não é importante o amor, mas sim o
dinheiro. Há, portanto, uma critica bem forte às ambições e relações
contruídas por meio do interesse e do dinheiro em que os
casamentos eram vistos como um negócio comercial.

É possível verificar no episódio de Mr. Collins uma critica à lei do


morgadio, que se baseia na organização familiar a partir da ideia de
linhagem. Ou seja, a herança da família só deveria ser transmitida ao
primogénito masculino. Nessa organização familiar, a única forma de
sobrevivência que as mulheres tinham, era através do casamento.

Para terminar, não poderia não falar sobre a personagem principal


deste romance, Elizabeth Bennet.

Elizabeth Bennet é uma jovem que se difere das suas


contemporâneas. Ela não procura um casamento por meio do
interesse ou do dinheiro, pois ela não acreditava que a solução para
os seus problemas sociais e financeiros seriam por meio do
casamento.

Ela é considerada atualmente, uma mulher que luta contra a


sociedade machista e conservadora ao se revelar contra o
matrimonio por conveniência e por querer a sua independência (facto
evidenciado quando ela se desloca a pé até casa de Mr. Bingley só
para ver sua irmã). Elizabeth é uma mulher marcada pelo que
chamamos atualmente de feminismo e que se casou por amor, sem
medos e não por dinheiro.

Jane Austen conseguiu numa só narrativa conjugar sátira, crítica e


romance e com estas três peças contruiu uma obra notável e não
precisou de criar um romance cheio de beijos e cenas “escaldantes”
para apaixonar o leitor.

Apesar da conclusão da história poder ser um pouco precipitada e


compactada em poucos capítulos, isso é compensado pela
construção das personagens que é algo, na minha opinião,
particularmente extraordinário. A forma como elas se vão
desdobrando ao longo da história mostra a genialidade de Jane
Austen e faz com que a leitura seja mais prazerosa e cativante.

“Orgulho e Preconceito” é intemporal e faz-nos pensar na evolução


drástica da sociedade mas também nos problemas que mesmo
assim ainda se estão por resolver.

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