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Monte dos Vendavais

1. Início
-Bom dia turma, hoje vou apresentar o livro “ O Monte dos Vendavais” um dos grandes
clássicos da literatura inglesa, publicado pela primeira vez em 1847 na Inglaterra por Emily
Jane Brontë.
-O livro que eu li é da edição “RBA Colecionáveis presença'' e tem cerca de 296 páginas.
2. Autora
-Emily Jane Brontë nasceu em Londres em 1818 e faleceu vítima de tuberculose, em 1848
com apenas 30 anos. É a irmã mais velha das escritoras Bronte, Charlotte Bronte e Anne
Bronte que cresceram numa pequena vila na Inglaterra.
- A escritora é atualmente reconhecida tanto pela sua emancipação intelectual como pela
sua audácia de se auto afirmar num século atribulado para uma nova geração de escritoras.
3. Contexto histórico
- No século 19, quando O Monte dos Vendavais foi publicado, ainda vigorava a convenção
segundo a qual os romances deviam servir para a formação moral dos leitores. Assim, a obra
de Emily Brontë foi recebida com uma certa desconfiança, pois ainda que muitos
percebessem a força que emanava dessas páginas, a história parecia desenrolar-se num
incômodo universo desprovido de princípios morais, em que a linha entre o bem e o mal é
difusa.
-Como o papel da mulher antigamente era restrito ao lar, qualquer coisa que saísse do
mundo doméstico era mal visto por toda a sociedade, ou seja uma mulher que publicasse o
seu livro expondo a sua identidade feminina, arriscava-se a ser criticada não só pela
sociedade, mas também por familiares, amigos e todo o seu círculo social. E por este motivo
várias mulheres viam-se obrigadas a recorrer ao uso de pseudônimos, como Emily Bronte
que utilizou o nome “Ellis Bell” para publicar a sua obra.
- A capacidade de Emily em caracterizar as personagens é de tal forma brilhante que a crítica
duvidou, a certo momento, da sua autoria, acusando-a de ter roubado o manuscrito ao seu
irmão porque “só um homem poderia ter escrito um romance assim”. Por este motivo,
existem diversos críticos que a consideram uma mulher demasiado evoluída para o que o
seu tempo permitia.
Resumo:
- O Monte dos Vendavais, é um romance clássico que conta a história de um amor intenso
como uma tempestade que nos agarra e desassossega desde o início até ao fim.
- A obra retrata de forma fenomenal os ideais e mentalidades das personagens da época.
São claramente visíveis valores como a religião e o temor ao juízo final, o poder do homem
sobre a mulher, e as obrigações e direitos das diferentes classes sociais, presenciando-se
com estes últimos a vingança, avareza, hipocrisia e ódio.
- A ação deste clássico decorre num ambiente rude e agreste e centra-se nos protagonistas
Heathcliff, um jovem cigano adotado por um próspero patriarca, o Sr. Earnshaw, e a sua filha
Catherine. A jovem, por sua vez, encontrará tragédia nas difíceis escolhas que terá de fazer
entre o amor incondicional por Heathcliff e as obrigações sociais que lhe são impelidas por
condição e nascimento. Trata-se de um amor tão intenso e trágico como um vendaval.
Opinião Geral:
-Li este livro durante 3 semanas e apesar de ser um livro que divide muitas opiniões , foi sem
dúvida o Clássico que mais gostei de ler. Não é um romance como os que normalmente se
lêem, em que tudo corre bem e acaba bem. É uma história que junta o amor, a vida e
personalidades que existem na realidade. Personalidades e comportamentos humanos,
espantosamente bem construídos e fiéis a si mesmos, personagens odiáveis pelo simples
facto de apresentarem características reais que se vêm a cada esquina.
- Considerei a organização da história original pela forma como é contada, alternando entre
o homem que visita a casa e a governanta da família que lhe conta o desenvolvimento da
narrativa, uma vez que viveu próxima da família. E admito, ainda, a consistência na
caracterização das personagens e a sua complexidade, levando o leitor a odiar o
temperamento e a personalidade do homem que tem uma maneira diferente de amar.

Desenvolvimento:

- A obra é predominantemente romântica, apresentando características como:

- a supervalorização dos sentimentos sobre a razão, presente na tristeza, angústia ,raiva e


felicidade sentida na relação amorosa de Heathcliff e Catherine.

→ “(...) O que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu
continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me
sentiria mais parte do universo.” (a intensidade dos sentimentos de Catherine)

-O culto da natureza que durante a obra funciona como espelho dos estados de espírito das
personagens, que normalmente tornam a natureza sombria, decadente e isolada. (locus
horrendus)

-A relação entre o amor e a morte presente no amor impossível e trágico entre Heathcliff e
Catherine, que encontram a morte como única solução para o seu amor.

-”Mas se me deixar serei morto! Querida Catherine, a minha vida está nas suas mãos! Disse
que me amava…e se amasse, não a prejudicaria. Não se vai embora, pois não, minha
generosa e terna Catherine? E talvez consinta…e ele deixar-me-á morrer consigo!”
-A obsessão com a morte que é simultaneamente temida, desejada e assumida pelas
personagens principais.

-A presença do sobrenatural na própria descrição do “Monte dos Vendavais” e na crença em


fantasmas por parte de Heathcliff.

-”Acredito, sei que têm vagueado fantasmas na Terra. Fica sempre comigo, toma qualquer
forma, enlouquece-me, mas não me deixes neste abismo onde não te posso encontrar!”

-Conclusão:

1.

- O Monte dos Vendavais é facilmente relacionado com a obra literária “Amor de Perdição”
de Camilo Castelo Branco, pois em ambas as obras as personagens principais fazem de tudo
para ficarem juntas mas no entanto são cruelmente separadas pelo destino e pela
intervenção de terceiros. Mas há algo mais poderoso que os une:uma paixão que tudo
consome e que arrasa com o que se tenta intrometer entre eles. Consumando o seu amor
através da morte.

→ “ – O Heathcliff e uma mulher estão além, no cimo do monte” (em 1802, anos após a
morte de Catherine e Heathcliff, o casal foi visto em cima de um monte, finalmente juntos e
em paz)

2.

Este clássico, carrega consigo uma magia que lhe é particular; reflete os valores do seu
tempo e, simultaneamente, ultrapassa a época em que foi escrito, tornando-se sempre
atual.

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