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1.2.

Gametogénese e fecundação

Como aprendeste no ano anterior, o Homem tem um ciclo de vida diplonte em que a meiose e a fecundação são processos essenciais.

Todas as células do corpo humano com exceção dos gametas são células diploides e para a formação dos gametas é necessário que
ocorra a meiose. A fecundação origina o ovo, célula diploide que contém informação dos dois progenitores. O número de cromossomas
na nossa espécie é 46, sendo 23 oriundos da mãe e 23 do pai.

OOGÉNESE

A oogénese ocorre em 4 fases: multiplicação, crescimento, repouso e


maturação.

    Fase da multiplicação -  inicia-se ainda no ovário do feto em que células


germinativas – OOGÓNIAS - se multiplicam por mitoses sucessivas. Estas
células são diploides, ou seja têm 23 pares de cromossomas, característica do
cariótipo humano.

    Fase do crescimento – em cada célula formada na fase anterior, existe síntese
proteica, duplicação do DNA e dá-se inicio à meiose I que se desenrola até à
prófase I. As oogónias passam a oócitos I (oócitos primários). À volta destas
células surgem as células foliculares, folículos primordiais. À medida que o
feto se desenvolve, muitas destas células degeneram, restando à nascença
cerca de 2000 milhões, número este que vai descendo para cerca de 300 mil
com 7 anos de idade.

    Fases de repouso- Os oócitos I envolvidos pelos folículos primordiais


permanecem em repouso até à puberdade, altura em que a rapariga retomará
a gametogénese, tornando-se fértil.

    Fase da maturação – todos os meses um oócito primário dará origem a um


gameta que poderá ser fecundado. As células foliculares primordiais
desenvolvem-se, formam uma camada regular e passa a chamar-se células
foliculares primárias, com a proliferação destas células forma-se a granulosa e
entre esta e o oócito aparece um revestimento transparente que envolve e
protege o gameta – zona pelúcia, e ainda se diferencia outra camada externa
à zona pelúcia, a teca. O folículo passa a secundário.

As camadas das células foliculares continuam a aumentar e aparecem


cavidades com líquido e o folículo passa a terciário.

Estas cavidades continuam a crescer e vão-se unindo umas às outras até


formarem apenas uma cavidade, a cavidade folicular. Esta cavidade continua
a aumentar porque continua a haver multiplicação das células foliculares e
forma-se assim o folículo maduro, ou de GRAAF.
O oócito I, continua a crescer e completa a meiose I (citocinese), dando
origem a duas células haploides, uma maior que a outra pela desigual
distribuição de citoplasma. Por mês apenas um oócito I completa a meiose I.

A maior célula é o oócito II e a menor a designa-se por primeiro glóbulo


polar. O oócito II entra na segunda divisão da meiose e esta para na
metáfase II. É precisamente nesta altura que ocorre a ovulação e o oócito II
irá passar para o exterior do ovário.

O folículo maduro (Graaf) contacta com a parede do ovário e através de


enzimas proteolíticas que contém destrói a parede do ovário e rompe a
camada de células foliculares, fazendo com que o oócito II seja captado pelas
franjas do pavilhão da trompa, deslocando-se até ao útero. Se não ocorrer a
fecundação, esta célula degenerará.

Se ocorrer a fecundação o espermatozoide atinge a célula que parou na


metáfase II e esta completará de imediato a meiose II. Formar-se-á duas
células, o óvulo (gameta feminino) e o segundo glóbulo polar que irá
degenerar dado que findou a sua função (dar mais citoplasma ao óvulo que
necessita de mais reservas citoplasmáticas para assegurar a formação de um
novo ser e garantir a formação de uma célula haploide, dado que se não
tivesse havido citocinese o óvulo seria diploide).

A parede do ovário irá cicatrizar e o resto do folículo de Graaf que passa a


chamar-se corpo amarelo ou corpo lúteo, degenera se não existir fecundação
e se a houver, o folículo ainda dura algum tempo.

Pelo facto de o oócito I permanecer em repouso durante muito tempo e


porque a formação de gametas envolve divisões celulares, estas podem, gerar
alterações na estrutura e número dos cromossomas, aumentando a frequência
para casos em que o oócito I é amadurecido mais perto da menopausa.
Estima-se que ao longo da vida a mulher, desde a puberdade à menopausa, possa formar cerca de 400 a 500 oócitos maduros o que
significa que estas são das células do corpo humano que têm maior longevidade.

A formação de um gameta feminino completo, ou seja o óvulo, depende da existência da fecundação, se existir então o oócito II
acaba a meiose II, se não ocorrer fecundação a meiose fica no estádio da metáfase II.

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