Aluna: Filipa Alexandra Santos Pimentel. Nº 2018287624
Para se entender a diferença entre as Ciências da Natureza e as
Ciências do Espírito é necessário conhecer os três grandes ciclos da evolução do conceito de Ciência. O 1º ciclo os fenómenos eram explicados através da razão, recusando a intervenção de figuras mitológicas, assim como todos os elementos materiais são responsáveis pela existência do mundo. O conceito de ciência na filosofia de Aristóteles é compreendido como uma atividade superior, procurando a essências das coisas. O conhecimento surge através da leitura das diversas obras, podendo este ser hierarquizado em memória e experiência. O 2º ciclo prende-se com a intervenção de astrónomos como Copérnico, Galileu e Kepler, cujos esforços levaram ao surgimento do primeiro grande conceito para o entendimento da lei. Toda a natureza obedece a leis que devem ser consideradas como resposta aos diversos fenómenos observados. O 3º ciclo surge com a intervenção do homem na natureza, o desenvolvimento da técnica e a criação de áreas de especialização. O desenvolvimento da filosofia como o racionalismo o empirismo e a critica da razão pura levaram à discussão do estatuto das ciências do espírito e a sua relação com as ciências da natureza. O facto de se observar que as ciências do espírito são diferentes das ciências naturais está fixa na autoconsciência humana, pois antes se preocuparem em investigar a origem do espírito humano, a autoconsciência atua no sentido de propor uma responsabilidade de ação. Neste âmbito verifica-se uma diferença entre o homem e a natureza- o objetivo de produzir acontecimentos espirituais. As ciências do espírito fundamentam-se no uso combinado de sentidos e de factos resultantes da experiência. Os processos originados pela anterior experiência são formados a partir de expressões fornecidas na experiência interna, mas compostos através do predomínio de fatores externos, como os sentidos, podendo ser concedidos por analogia. A experiência interior desloca-se assim em factos espirituais para o mundo exterior. Por um lado, a natureza e a sua composição intervêm na vida humana e faz com que recebam, através do sistema nervoso, estímulos do curso geral da natureza, afetando-o com sensações, representações, sentimentos e desejos que por outro lado afetam o seguimento da natureza na medida da ação e dos propósitos. Estes propósitos do mundo humano têm, obviamente, as suas repercussões. No âmbito desta dupla influência, podemos combinar o conhecimento de como a natureza ajusta os seres humanos com uma visão e como esta lhe fornece material para a ação. As ciências da natureza terão sido as primeiras a ser consideradas, logo os estudos da humanidade seriam ocupados por estas. No entanto, o aparecimento das ciências do espírito ocupou o lugar das anteriores ao tornar possível a compreensão das experiências vividas pelo homem e a forma como este se manifesta. Na minha opinião a convecção de vivência, expressão e compreensão constituem um método mais próprio para encontrar o objeto das ciências do espirítico que, no fundo, é o ser humano, pela sua objetividade e como agente e pelas suas intenções.