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SEM2 - 1: A Língua Portuguesa II. / 2.

O português, língua de
colonização, dominação e unidade nacional
As políticas linguísticas coloniais
1-Fiz a leitura do ficheiro F1 que fala sobre colonização lingüística portuguesa à economia
neoliberal, percebi que no século XIX, nas colónias africanas, apenas uma pequena elite
oriunda da realeza recebeu educação escolar junto com os colonizadores portugueses os
considerados “assimilados”, apesar de manter a diversidade linguistica por muito tempo.
apesar de ter sido educada para preencher papéis da administração colonial, a elite
colonizadora, foi aos poucos rebelando- se contra o colonialismo e usando o português como
língua da rebelião.

Em relação a língua nacional e teorizar sobre a internacionalização das línguas indígenas


brasileiras e africanas após os processos de descolonização, considerando como pano de fundo
os efeitos da violência simbólica da colonização lingüística bem como a heterogeneidade
lingüística constitutiva das nações, é discutir a trajetória sócio-política das línguas e das idéias
lingüísticas, é discutir também a história do sempre conflituoso percurso da construção de
identidades lingüísticas nacionais, por um lado, e dos conflitos político-lingüísticos
internacionais, por outro. Com a colonização lingüística inevitavelmente há o início de um
enorme trabalho na(s) língua(s), um trabalho posto em prática pelos sujeitos.

A colonização do Brasil e de territórios africanos não se efetuou da mesma forma assim como
os processos de independência também não seguiram os mesmos caminhos. Além do espaço
temporal de mais de um século entre a independência do Brasil (1822) e a de Moçambique
(1975), há que se considerar também a política lingüística portuguesa, que se efetivou
diferentemente em relação às colônias. Essas diferenças, porém, não impedem uma
comparação da trajetória da política de línguas organizada por Portugal durante o período
colonial e os efeitos decorrentes dessas políticas durante a descolonização. Da mesma
maneira, guardadas as inúmeras diferenças históricas, é interessante apresentar e comparar as
políticas lingüísticas internas observadas por Brasil e Moçambique após a independência. No
que diz respeito ao período colonial, um primeiro aspecto a ser considerado é a imposição dos
sentidos que legitimam a língua portuguesa como língua do poder real frente às línguas
indígenas e africanas.

2- Fazendo uma comparação e ao mesmo tempo escrevendo sobre as políticas linguísticas


internas no Brasil e em Moçambique após a independência de ambos :

MOÇAMBIQUE

No século XX, é bom recordar que entre 1974 e novembro de 1975, o império colonial
português se desfaz e dele surgem cinco novos Estados nacionais que se vão constituir na
contradição aberta entre o passado colonial e um futuro incerto e fruto das guerras de
libertação (ENDERS, 1977). Em termos comparativos dessa trajetória pós-colonial, a história
lingüística de Moçambique apresenta aspectos bastante diferenciados do que se passou no
Brasil, pois o fato de a Língua Portuguesa ter sido elevada ao posto de língua oficial pelos
revolucionários não garantiu seu uso em todo o território nem sua hegemonia de fato. Assim
como o que ocorreu no Brasil até meados do século XIX, nas colônias africanas, apenas uma
pequena elite oriunda da realeza recebeu educação escolar junto com os colonizadores
portugueses. Por outro lado, sobretudo em Moçambique, a diversidade lingüística manteve-se
muito forte uma vez que a Língua Portuguesa era falada por uma elite muito restrita.

O português brasileiro tem influência de línguas indígenas e dos idiomas dos imigrantes, como
árabes e italianos. Em Moçambique, o português é marcado por 20 línguas locais.

BRASIL

Na significação dessa unidade lingüística nacional, só muito recentemente, com a


Constituição Federal de 1988, os povos indígenas sobreviventes e as 180 línguas indígenas
ainda faladas passaram a ser reconhecidos como parte integrante do Estado. Diz o artigo 231
que “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições”. tal reconhecimento, por outro lado, não encontra um respaldo em termos de uma
política permanente e incentivadora voltada para o estudo das línguas. A ausência de tal
política, porém, não impede um crescente estudo das línguas indígenas brasileiras e sua
crescente gramatização vem possibilitando o incremento de uma educação escolar bilíngüe
que não apaga as diferenças culturais.

3- Fiz a leitura do ficheiro F2 que faz uma abordagem sobre - Processo de transformação do
Português no contexto pós-colonial de Moçambique- compreendi que o colonialismo
português chega ao fim em Moçambique, a língua portuguesa era parte do repertório
linguístico de um grupo minoritário de moçambicanos, residentes principalmente nos centros
urbanos. Para muitos desses falantes, o Português era uma línguasegunda, aprendida
formalmente na escola e usada frequentemente em domínios institucionais. Por outro lado,
simbolicamente marcava prestígio e ascensão social. A escolha do Português como língua
oficial e da unidade nacional foi uma consequência previsível dada a história do seu uso em
Moçambique, o tipo de diversidade linguística prevalecente no país, as premissas ideológicas
relacionadas com o tipo de sociedade concebida para o país, bem como a necessidade de co-
optar as elites na estrutura do poder e nas instituições burocráticas para se garantir o
funcionamento do novo estado.
As primeiras indicações do desenvolvimento de tal quadro ideológico foram dadas durante a
luta armada anti-colonial para a libertação de Moçambique, quando o movimento nacionalista
FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) decidiu adoptar a língua portuguesa com a
finalidade de preservar a unidade entre os moçambicanos, de diferentes origens, envolvidos
na sublevação. Esta decisão politicamente estratégica, que lembra o mito de Caliban, assinalou
a primeira apropriação do Português e a consequente expurgação das suas conotações
coloniais. O Português, que era visto pelos moçambicanos como língua colonial, estava agora a
servir propósitos claramente anti-coloniais.

Segundo alguns participantes na epopeia anti-colonial, apesar de que a maior parte dos
membros da FRELIMO não o conheciam ou simplesmente não o usavam, o Português era entre
eles entendido como a língua de consenso que poderia nivelar as diferenças linguísticas e
ajudar a manter a unidade dentro do movimento, bem como ajudar a conhecer o inimigo
comum (Ganhão 1979).

4- Os principais desafios que o uso do Português como língua oficial e símbolo de unidade
nacional encerra à política linguística nacional de Moçambique:

É num símbolo unificador poderoso que encoraje o envolvimento de todos os cidadãos no


sistema nacional; garantir padrões de comunicação que possibilitam um funcionamento
efectivo das instituições nacionais, principalmente às do Estado; assegurar igual possibilidade
de participação no sistema nacional; acilitar a vida normal do cidadão em todas as suas
necessidades.

Possui vários aspectos relacionados com o percurso social e histórico desta língua. Os subsídios
que darão sustentação ao argumento de que a língua portuguesa, pela forma simbólica e
instrumental no seu uso, e em consonância com a dinâmica da Nação-Estado moçambicana,
foi e está sendo nacionalizada, ou seja moçambicanidade. Contudo, far-se-á notar que a
nacionalização e a oficialização do Português é, em si, um processo contraditório. Isto deve-se
condução na projecção de uma Nação-Estado unificada, ao mesmo tempo que acaba tendo
efeitos de exclusão social, face às características da diversidade linguística prevalecente em
Moçambique.

5-Assisti o vídeo da Inocência Mata e Inês Machungo na RDM, percebi que as políticas
linguísticas são necessárias para promover o desenvolvimento social dum país, sobretudo na
educação. Refere a importância das políticas linguísticas se dá para instruir a população que,
durante e após a colonização, está dividida entre as línguas locais, quotidianas e maternas e a
língua do colonizador. Em Moçambique não existe crioulo moçambicano, porque há muita
desnecessariedade, as pessoas se expressam nas suas próprias línguas. E muitas pessoas
desprezam as línguas moçambicanas, correndo para a língua portuguesa, porque é a língua
oficial que pode lhes facilitar a ter informações.

6- Terminada a tarefa enviei as minhas anotações para o tutor.

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