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Eu sinto dor,tanta dor que me dói a alma.

Te conheci num dia ensolarado,que mais


parecia desenhado a mão por um grande pintor para ser admirado pelos outros.
Naquela manhã de segunda-feira,estávamos nos dois sentados um do lado do
outro,eu senti dor,eu senti que me despedaçaria ali mesmo,e que todos as minhas
partes cairiam no chão,mas,por incrível que pareça,eu me permaneci completa e
nada despedaçada. Me mantive firme e rígida até o fim da jornada,e quando olhei
para vc e retime um sorriso de orelha a orelha,seus olhos encontraram os meus,e
eu me mantive firme,mas ainda parecia que a qualquer momento eu me romperia
em pedaços e que em toda parte onde vc estivesse,uma parte de mim estaria
perdida. Mas,não pude me conter naquele momento,pensando em perder uma
parte minha,tive que me aproximar de vc e pegar minha última parte,para
continuar completa de novo,e foi naquele momento que te toquei com suavidade
as bochechas,e olhei nos seus olhos profundos e castanhos e,no fim,não consegui
dizer as palavras certas,apenas consegui dizer que o dia estava lindo. Vc disse que
estava mesmo e se virou. Eu me senti uma idiota,agora completa,que esperava um
retorno de um amor platônico não correspondido.
Esperei,e esperei muito,mas não havia retorno,não havia contato frequente,nem
sentimentos mútuos,apenas havia o nada,não havia nada. Me tornei oca naquele
dia,e me coloquei de pé na frente de uma ponte,pensei em pular da ponte,naquela
água cristalina,porém não valia a pena tanto esforço por alguém que nem ligava
para nada. Nada mesmo. Nada do que eu sentia ou do que eu pensava,ou
mesmo,se importava com a minha pessoa.
Agora,vivo na realidade que não queria ver. A vida real que fui gerada para viver.
Tive que colaborar com isso,e me envolver com a sociedade,vender minha mão de
obra,em troca de míseros trocados,e agora,deixada de lado,o que valia estar
sozinha,triste e sem amor? Queria ser amada,mas acho melhor não ser,é melhor
não ser amado,não se machucar e nem machucar os outros. Quando não se ama
nada,nem ninguém,não há risco de machucar alguém. Quando não há mais
nada,não tem como surgir alguma coisa nova,pois quando o nada chega,essa coisa
que nos torna seres inexplicáveis e ingratos,nos tornamos meros bonequinhos,em
um mundo de marionetes,controlados por um ditador louco que busca torturar
todos e fazê-los sentir dor . Atormentando todos sem ter um motivo,e mesmo que
se tenha,essa não é uma justificava pra esse ato. É uma desnecessário,inválido e
volúvel. A dor torna tudo doloroso. A dor é a essência da vida. A dor faz parte do
viver. E quando morrermos a dor não existirá. Será maravilhoso? Ninguém nunca
voltou para nos dizer,não é mesmo? Talvez tudo se baseie nisso;na dor que
sentimos. O amor não existe. A ilusão de que alguém ama já é uma mentira que
contamos para nós mesmos para nos sentirmos parte de algo. Queremos tanto
pertencer ao outro que deixamos de querer nós mesmos. A própria companhia
devia ser cobiçada pelo seu outro eu interior,que busca a saúde mental e o amor-
próprio.
A vida é fugaz. É breve. E é passageira. Tudo passa tao rápido. As coisas acabam.
Tudo acaba . E tudo deixa de existir em algum momento para virar outra
coisa,essa coisa eu não sei,mas um dia vai virar e dar as caras para quem estiver
aqui para ver. Há tanta dor. Tanta solidão. Pouco amor. O que é amor?
Libido,talvez ? Sim,talvez. Mas ninguém diz o que realmente queremos ouvir ,e
também nunca sabemos quando estão realmente dizendo a verdade...

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