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APOSTILA DE ARMAMENTO E TIRO

1.1. CONCEITO

Dispositivo que impele um ou vários projéteis através de um cano pela


pressão de gases em expansão produzidos por uma carga propelente em
combustão.

1.2. CLASSIFICAÇÃO

1.2.1. Quanto à alma do cano

A alma é a parte oca do interior do cano de uma arma de fogo, que vai
geralmente desde a culatra até a boca do cano, destinada a resistir à pressão dos
gases produzidos pela combustão da pólvora e outros explosivos e a orientar o
projétil. Pode ser lisa ou raiada, dependendo do tipo de munição para o qual a arma
foi projetada.

Alma raiada

A alma é raiada quando o interior do cano tem sulcos helicoidais dispostos no


eixo longitudinal, destinados a forçar o projétil a um movimento de rotação.

Alma lisa

É aquela isenta de raiamentos, com superfície absolutamente polida, como,


por exemplo, nas espingardas. As armas de alma lisa têm um sistema redutor
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(choque), acoplado ao extremo do cano, que tem como finalidade controlar a
dispersão dos bagos de chumbo.

1.2.2. Quanto ao tamanho

Armas Curtas:

Pistolas – Podemos conceituar pistola como arma curta, raiada, portátil,


semi-automática ou automática, de ação simples, ação dupla, com câmara no cano,
a qual utiliza o carregador como receptáculo de munição. Existem pistolas de
repetição que não dispõem de carregador e cujo carregamento é feito manualmente
pelo atirador.

Revólveres – Arma curta de alma raiada ou lisa, portátil, de repetição, na


qual os cartuchos são colocados em um cilindro giratório (tambor) atrás do cano,
podendo o mecanismo de disparo ser de ação simples ou dupla.

Armas Longas – Alma Raiada:

Rifles – Termo muito comum, de origem inglesa, que significa o mesmo que
fuzil. Arma longa, portátil que pode ser de uso militar/policial ou desportivo; de
repetição, semi-automática ou automática.
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Carabina (Carbine) – Geralmente uma versão mais curta de um fuzil de
dimensões compactas, cujo cano é superior a 10 polegadas e inferior a 20
polegadas (geralmente entre 16 e 18 polegadas).

Armas Longas – Alma Lisa:

Espingardas - Arma longa, de alma lisa, que utiliza cartuchos de projéteis


múltiplos ou de caça.

Quanto ao sistema de carregamento

Antecarga – Qualquer arma de fogo que deva ser carregada pela boca do cano.

Retrocarga – Arma de fogo carregada pela parte de trás ou extremidade da culatra.

Quanto ao sistema de funcionamento

Repetição – Arma capaz de ser disparada mais de uma vez antes que seja
necessário recarregá-la, as operações de realimentação são feitas pela ação do
atirador. Pode ser equipada com carregador, tambor ou receptáculo (tubo).

Semi-automático – Sistema pelo qual a execução do tiro se dá pela ação do


atirador (um acionamento da tecla do gatilho para cada disparo); as operações de
extração, ejeção e realimentação se darão pelo reaproveitamento dos gases
oriundos de cada disparo.

Automático – Sistema pelo qual a arma, mediante o acionamento da tecla do


gatilho e enquanto esta estiver premida, atira continuamente, extraindo, ejetando e
realimentando a arma até que se esgote a munição de seu carregador ou cesse a
pressão sobre o gatilho.

Quanto ao sistema de acionamento

Ação simples – No acionamento do gatilho apenas uma operação ocorre, o disparo;


sendo que a operação de armar o conjunto de disparo já foi feita antes.

Ação dupla – No acionamento do gatilho ocorrem duas operações, a primeira é o


armar do conjunto de disparo e a segunda é o disparo propriamente dito.

Dupla ação – Sistema onde se faz possível a execução do tiro tanto em ação
simples, como em ação dupla.

SÃO CONSIDERADAS ARMAS DE USO PERMITIDO, CONFORME LEGISLAÇÃO


EM VIGOR:

1. Armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição


comum tenha, na saída de cano, energia de até trezentas libras-pé ou
quatrocentos e sete joules e suas munições, como por exemplo os calibres:
22 LR, 25 AUTO, 32 AUTO, 32 S&W, 38 SPL e 380 auto.
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Armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas, cuja


munição comum tenha, na saída de cano energia de até mil libras-pé ou mil
trezentos e cinqüenta e cinco joules e suas munições, como por exemplo os
calibres: 22 LR, 32-22, 38-40 e 44-40;

2. Armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automática, calibre 12 ou


inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que 24 polegadas ou
seiscentos milímetros e suas munições de uso permitido;

3. Armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com
calibre igual ou inferior a 6 milímetros e suas munições de uso permitido;

4. Armas que tenham por finalidade dar partida em competições desportivas,


que utilizem cartuchos contendo exclusivamente pólvora.

PARTES DA ARMA DE FOGO

Revólver
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Pistola

ESPINGARDA PUMP
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CANO

CARREGADOR
TUBULAR
JANELA DE
EJEÇÃO E
CABEÇA
DO FELHO GUARDA-
MÃO

GUARDA-MATO
E GATILHO

CORONHA E SOLEIRA

ESPINGARDA DOIS CANOS MOCHA

TRAVA DE
FECHAMENTO
CANOS DUPLOS
PARALELOS
TRAVA DE
SEGURANÇA

GATILHOS DUPLOS
E GUARDA-MATO

CORONHA
E
SOLEIRA
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ESPINGARDA COMUM

CÃO
CANO

GUARDA-MÃO

CORONHA
E SOLEIRA
GATILHO E
GUARDA-MATO

CARABINA DE REPETIÇÃO

MASSA DE
MIRA

CANO

CARREGADOR
TUBULAR
ALÇA DE MIRA

CÃO

JANELA DE
ALIMENTAÇÃO

ALAVANCA
DE ARMAR
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RIFLE SEMI-AUTOMÁTICO

MASSA DE
MIRA COM
PROTETOR

ALÇA DE
MIRA
CANO

ALAVANCA
DE ARMAR
E FERROLHO CARREGADOR

LIBERADOR DO
CORONHA CARREGADOR
E
SOLEIRA
GATILHO E
GUARDA-MATO

RIFLE DE FERROLHO (BOLT ACTION)

FERROLHO

GUARDA-MATO E
GATILHO CANO

CORONHA
E SOLEIRA
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Fundamentos do Tiro

Base

A base deve ser feita com as pernas ligeiramente abertas e um pouco flexionadas, a fim de
permitir uma posição estável para o disparo, observando-se sempre o centro de gravidade do
corpo. Pernas juntas e corpo muito ereto devem ser evitados.

Quanto aos braços, esses podem ficar estendidos formando um triângulo isóceles, onde em
um dos vértices estará a arma, ou o braço que esta empunhando a arma ficará estendido e o
braço da mão “fraca” (mão de apoio) um pouco flexionado, ou ainda, os dois braços semi ou
flexionados.

Empunhadura: a empunhadura deve ser “alta”, ou seja, as mãos devem estar posicionadas
o mais alto possível, a fim de minimizar a ação do ferrolho durante os disparos.

A mão forte deverá envolver o punho da arma, firmemente. Porem, com força adequadamente
dosada, uma vez que o uso de muita força pode fazer a arma tremer e pouca força pode
permitir que ela salte na mão com o recuo. O atirador deverá manter o dedo indicador ao
longo da armação, que servirá apenas para o acionamento do gatilho, evitando assim fazer
força lateralmente, já o dedo polegar apenas descansa sobre a trava de segurança, caso ela
exista.

Visada: A visada consiste no perfeito alinhamento do aparelho de contaria com o alvo. O


aparelho de pontaria de uma arma de mira não eletrônica é composto de alça de mira (parte
de trás) e a massa de mira (parte da frente). Na realidade, a visada correta é o perfeito
alinhamento entre alça – massa e alvo (AMA).

Aqui vale citar que nossa visão composta por dois olhos, funciona de maneira tal em que um
dos olhos se especializa em foco e o outro em profundidade, e os neurônios existentes no
aparelho ótico que regulam automaticamente as imagens sobrepostas.

Acionamento da tecla do gatilho: O dedo que irá acionar o gatilho (indicador da mão forte)
não auxilia a empunhadura, como citado acima, tampouco encosta na armação da arma,
apenas mantém alinhado. Apenas a falange, ou a junta desta com a falangeta, no caso de
mãos grandes, toca na tecla do gatilho que é feito de forma gradativa e com pressão
uniforme e contínua, evitando oscilações ou solavancos na arma, tipo a já conhecida
“gatilhada”.

Esta execução destina-se ao tiro de defesa ou rápido, e não ao tiro de precisão. Também, o
aluno/atirador ao acionar o gatilho não poderá se descuidar do alinhamento da “AMA”,
uma vez que a visada e o arrasto da tecla do gatilho são fundamentos que praticamente
andam de “mão dadas”.

Respiração: a execução da respiração no tiro de defesa pessoal e segurança privada são


quase impercebíveis, em face da característica do tiro, ser um tiro rápido, o que mais se
enfatiza é que o aluno/atirador não deixe de respirar naturalmente durante tal momento.

1. Posição ou base do tiro estável;


2. Saque e empunhadura correta;
3. Visada correta e respiração adequada;
4. Acionamento da tecla do gatilho perfeita, resultado:
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Munição é o artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma.

Os componentes dos cartuchos (munições) de armas de fogo modernas são construídos com
a utilização de vários componentes, que são: projétil ou ponta, cápsula ou estojo, propelente
ou pólvora e por último a espoleta.

Como já dito, os projéteis podem ser divididos em três grandes grupos: Chumbo, encamisado
e especial.

Os de chumbo são aqueles constituídos por chumbo, em geral, com adição de


antimônio e/ou estanho para aumentar a dureza. Podem se fabricados por fundição ou
prensagem e possuem grandes variedades de formatos das pontas, sendo as mais comuns, a
ogival, a canto - vivo e a semicanto-vivo.

Os projéteis encamisados também chamados de jaquetados possuem um núcleo quase


sempre de chumbo, recoberto por uma capa externa chamada camisa ou jaqueta. Essa
camada é, geralmente, fabricada por composto de ligas metálicas (cobre/níquel, as mais
utilizadas são as com alto teor de cobre). Embora as formas construtivas dos projéteis
encamisados possam variar bastante, é conveniente que, didaticamente, se faça uma divisão
de três subgrupos:

1. Projéteis que possuem camisa fechada na ponta e aberta na base, para introdução do
núcleo, são conhecidos por totalmente encamisados (FMJ-full metal jacket ou FMC-
full metal case);

2. Projéteis que possuem a camisa fechada na base e aberta na ponta, identificados


como semi-encamisados, e

3. Projéteis cuja camisa se estende até a ponta são chamados de encamisados.

Todos os projéteis com núcleo exposto na ponta são genericamente conhecidos por
expansivos, pois, com o impacto, apresentam maior (ponta oca) ou menor deformação
(ponta plana).
fechados).

. As espoletas podem ser de três tipos: boxer, berdan e bateria.

Espoleta boxer: a espoleta boxer caracteriza-se por possuir uma bigorna montada
dentro da cápsula que contém a mistura. A bigorna dá apoio ao percussor da arma, que
comprime e esmaga a mistura, provocando chamas que passam pelo evento (pequeno furo
para saída da chama) do estojo da munição. Dessa forma, tem início a queima da pólvora.

A espoleta tipo boxer é montada no bolso dos estojos tipo boxer que não possuem
bigorna.
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Espoleta berdan: a espoleta berdan é constituída apenas por uma cápsula com a
mistura iniciadora. Ela é utilizada apenas nos estojos do tipo berdan, isto é, estojo com
bigorna. Sua iniciação ocorre no momento em que o percussor da arma amassa o culote da
cápsula da espoleta contra a bigorna existente no estojo.

Espoleta bateria: a espoleta bateria caracteriza-se por ser constituída por cápsula,
bigorna e estojo próprio, com evento (pequeno furo). A espoleta do tipo bateria é montada no
alojamento existente nos cartuchos de caça.

Observação: a espoleta do tipo boxer possui bigorna colocada na própria espoleta enquanto
a bigorna do tipo berdan é parte integrante do estojo.

Tipos de munições

As munições modernas podem ser divididas nos seguintes tipos:

Fogo central: é o cartucho composto de projétil, estojo, propelente e espoleta. A espoleta fica
localizada na base do cartucho, exatamente no centro de seu diâmetro, onde ocorre a
percussão.

Figura 12: munição de fogo central.


12

Fogo circular: é o cartucho composto, assim como o cartucho de fogo central, de


projétil, estojo, propelente e espoleta mistura iniciadora (explosivo).

Entretanto, a espoleta não é um elemento independente. A mesma é parte integrante


do cartucho, não estando situada no centro deste, mas sim, concentrada internamente, em
toda a extensão da extremidade de sua borda, como um círculo.

O composto iniciador está depositado nas áreas externas do aro, como um círculo. (O
cartucho de fogo circular é percutido quando o percussor da arma atinge qualquer parte de
sua borda).

Figura 13: munição de fogo


circular.

Cartucho de caça: é um cartucho similar ao de fogo central, porém possuindo


características internas que o diferenciam deste por ser destinado para o uso em armas de
cano não raiado. É composto, geralmente, por projéteis múltiplos, uma bucha plástica
(utilizada para separar o propelente dos projéteis), propelente e espoleta. Este tipo de
cartucho pode conter apenas um único projétil (balote).

Funcionamento de um cartucho de arma de fogo

Para se entender corretamente o funcionamento de uma arma de fogo, é necessário


observar a seguinte seqüência de eventos, conforme as figuras ilustrativas abaixo 1:
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Ao se acionar o gatilho de uma arma de fogo, libera-se um conjunto de mecanismos
que fará com que uma peça metálica, de forma semelhante a uma agulha, chamada de
percussor, atinja a espoleta do cartucho.

O percussor, por sua vez, deflagra a espoleta iniciando a combustão da pólvora.

Os gases expandem-se emergindo velozmente da pólvora em queima.

A pressão e a temperatura na câmara da arma aumentam muito rapidamente.

Ao atingir uma pressão de 2 a 10 mil PSI (pounds per square inch), o projétil começa
a se mover, deixando o estojo ou alojamento inicial.

O projétil então se encrava no raiamento (note-se as marcas no projétil em si),


causando uma resistência ao movimento inicial, que por sua vez aumenta a pressão atrás do
projétil.

Devido à pressão e temperatura muito altas, a taxa de combustão da pólvora aumenta


rapidamente.

O movimento do projétil aumenta, assim como o volume de gases dentro da câmara.


Esses gases tendem a se expelir pelo lado que oferece menos resistência, que é o lado do
projétil...
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O raiamento do cano força a rotação do projétil. A pressão máxima ocorre logo após
a entrada do projétil no raiamento.

O projétil é expelido, juntamente com os gases, deixando o cano em altíssima


velocidade.

Figura 18: projétil sendo expelido.

Poder de Parada (Stopping Power)

Poder de parada é a capacidade que uma arma tem de interromper ou


neutralizar as ações ofensivas de um adversário, em seu curso de ataque, colocando-o
fora de combate, sem a intenção de ocasionar sua morte e gerando sua imediata e
momentânea incapacitação, com um só disparo, ou mais se necessário, em decorrência
da combinação ideal entre calibre e munição.

Não é relevante se tal disparo ocasiona a morte ou não. O que é significativo é o poder
de interromper as ações do oponente antes que este cause danos ou lesões.

Ele é conhecido no meio policial como “stopping power”, é um conceito bastante


difundido na literatura policial, tendo ensejado uma série de estudos e discussões,
principalmente após a publicação nos estados Unidos das pesquisas realizadas por Evan P.
Marshall, que coletou dados oriundos de combates reais para definir padrões de eficiência de
munições.

Ao final do século XIX, a indústria bélica desenvolveu um projétil de ponta oca


(hollow point) que possui propriedades de expandir-se no momento em que atinge um corpo,
reduzindo a penetração e maximizando o poder de parada, em virtude da maior transferência
de energia gerada pela expansão do projétil após o choque.

Fatores e Variáveis

Há de se considerar, entretanto, que existe muitos fatores que compõem as variáveis


dessa complicada equação chamada poder de parada.
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Abaixo, relacionam-se alguns dos fatores que interferem diretamente nessa questão:

Ponto de impacto do projétil;

Quantidade de energia dissipada no corpo;

Condições físicas do oponente;

Condições psíquicas do oponente;

Conhecimento, por parte do oponente, dos efeitos de um disparo com arma de fogo;

Calibre utilizado, e

Tipo de projétil utilizado.

Observa-se que, em situações de confronto, com altos índices de adrenalina, as pessoas


atingidas por tiros, geralmente, não sentem absolutamente nada, referindo-se ao fato como um
pequeno ardor de queimadura.

Agressores drogados e alcoolizados, muitas das vezes possuem suas funções normais
comprometidas sendo possível que levem tiros e ainda permaneçam efetuando um ataque.

Sugerimos que o mais sensato nessas hipóteses é selecionar um calibre médio, passível
de ser controlado com precisão, adicionado a uma munição que seja eficaz e capaz de exibir
um “desempenho” adequado e ideal.

NORMAS DE SEGURANÇA

1. Somente aponte sua arma, carregada ou não, para onde pretenda atirar;

2. NUNCA engatilhe a arma se não for atirar;

3. A arma NUNCA deverá ser apontada em direção que não ofereça segurança;

4. Trate a arma de fogo como se ela SEMPRE estivesse carregada;

5. Antes de utilizar uma arma, obtenha informações sobre como manuseá-la


com um instrutor credenciado;

6. Mantenha seu dedo estendido ao longo do corpo da arma até que você e
esteja realmente apontando para o alvo e pronto para o disparo;

7. Ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o SEMPRE com o dedo estendido ao


longo da arma;

8. SEMPRE se certifique de que a arma esteja descarregada antes de qualquer


limpeza;

9. NUNCA deixe uma arma de forma descuidada;


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10. Guarde armas e munições separadamente e em locais fora do alcance de


crianças;

11. NUNCA teste as travas de segurança da arma, acionando a tecla do gatilho;

12. As travas de segurança da arma são apenas dispositivos mecânicos e não


substitutos do bom senso;

13. Certifique-se de que o alvo e a zona que o circunda sejam capazes de


receber os impactos de disparos com a máxima segurança;

14. NUNCA atire em superfícies planas e duras ou em água, porque os projéteis


podem ricochetear;

15. NUNCA pegue ou receba uma arma, com o cano apontado em sua direção;

16. SEMPRE que carregar ou descarregar uma arma, faça com o cano apontado
para uma direção segura;

17. Caso a arma “negue fogo”, mantenha-a apontada para o alvo por alguns
segundos. Em alguns casos, pode haver um retardamento de ignição do
cartucho;

18. SEMPRE que entregar uma arma a alguém, entregue-a descarregada;

19. SEMPRE que pegar uma arma, verifique se ela está realmente descarregada;

20. Verifique se a munição corresponde ao tamanho e ao calibre da arma;

21. Quando a arma estiver fora do coldre e empunhada, NUNCA a aponte para
qualquer parte de seu corpo ou de outras pessoas ao seu redor, só a aponte
na direção do seu alvo;

22. Revólveres desprendem lateralmente gases e alguns resíduos de chumbo na


folga existente entre o cano e o tambor. Pistolas e Rifles ejetam estojos
quentes lateralmente; quando estiver atirando, mantenha as mãos livres
dessas zonas e as pessoas afastadas;

23. Tome cuidado com possíveis obstruções do cano da arma quando estiver
atirando. Caso perceba algo de anormal com o recuo ou com o som da
detonação, interrompa imediatamente os disparos, descarregue a arma e
verifique cuidadosamente a existência de obstruções no cano; um projétil ou
qualquer outro objeto deve ser imediatamente removido, mesmo em se
tratando de lama, terra, graxa, etc., a fim de evitar danos à arma e/ou ao
atirador;

24. SEMPRE utilize óculos protetores e abafadores de ruídos quando estiver


atirando;

25. NUNCA modifique as características originais da arma, e nos casos onde


houver a necessidade o faça através armeiro profissional qualificado;
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26. NUNCA porte sua arma quando estiver sob efeito de substâncias que
diminuam sua capacidade de percepção (álcool, drogas ilícitas,
medicamentos);

CONDUTA NO ESTANDE DE TIRO

1. O SILÊNCIO é fator preponderante para segurança e deverá ser observado


rigorosamente na linha de tiro;

2. No estande de tiro a arma permanecerá SEMPRE DESMUNICIADA E


GUARDADA salvo sob comando expresso do instrutor;

3. Todo procedimento de carregar, sacar, descarregar, inspecionar e colocar a


arma no coldre será SOB COMANDO DO INSTRUTOR, sempre com o cano
apontado para direção segura a critério do instrutor;

4. SEMPRE obedeça ao comando do instrutor, fazendo tudo o que for ordenado,


NUNCA antecipe a execução de comando ou faça qualquer coisa não
comandada;

5. Em caso de qualquer incidente, permaneça DE FRENTE PARA O ALVO com


a arma apontada SEMPRE em direção ao alvo e levante o braço oposto para
que o instrutor possa atendê-lo;

6. No caso de haver mais de um candidato realizando a prova ao mesmo tempo,


mantenha SEMPRE o alinhamento com os outros atiradores.

LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição,


sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM, define crimes e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da


Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

Art. 2o Ao Sinarm compete:


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III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;

IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras


ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no


Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além
de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de


antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e
de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão
ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de


residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o


manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos


os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
indicada, sendo intransferível esta autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre


correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o


território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses,
ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo
o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida
após autorização do Sinarm.
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o
§ 2 A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá
automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em
estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição,
de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior
de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde
que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de
18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor


responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou
outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e
em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em


suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não
tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito


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Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de


arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la


equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com


numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,


acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a


qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
autoridade competente:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição


de armas de fogo de uso restrito.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de


fogo.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,


espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma
do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.
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