oaitti22, 13:11 L02%6 Presidéncia da Republica Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos LEI N° 10.246, DE 6 DE ABRIL DE 2001, Dispée sobre a protegao e os direitos das pessoas portadoras de transtomos mentais e redireciona o modelo assistencial em satide mental © PRESIDENTE DA REPUBLICA Faco saber que o Congresso Nacional decreta @ eu sanciono a seguinte Lei: Att. 12 Os direitos © a proteg3o das pessoas acometidas de transtomo menial, de que trata esta Lei, so assegurados som qualquer forma de discriminagao quanto @ raga, cor, sexo, orientagao sexual, religido, op¢ao politica, nacionalidade, idade, familia, recursos econdmicos ¢ ao grau de gravidade ou tempo de evolugdo de seu franstorno, ou qualquer outra Art. 22 Nos atendimentos em satide mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsaveis, serao formalmente cientificados dos direitos enumerados no paragrafo Unico deste artigo. Pardgrafo tinico. Sao direitos da pessoa portadora de transtorno mental: |--ter acesso ao melhor tratamento do sistema de satide, consentaneo as suas necessidades; Il- ser tratada com humanidade e respeito @ no interesse exclusivo de beneficiar sua satide, visando alcangar sua recuperacao pela insercao na familia, no trabalho e na comunidade; lil - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploragao; IV - ter garantia de sigilo nas informagées prestadas; \V - ter direito @ presenga médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou néo de sua VI-ter livre acesso aos meios de comunicagao dispor VIl- receber o malor nimero de informag6es a respelto de sua doenga e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapéutico pelos meios menos invasivos possiveis; IX ser tratada, preferencialmente, em servigos comunitarios de satide mental. ‘Art. 2° E responsabilidade do Estado 0 desenvolvimento da politica de satide mental, a assisténcia e a promogao do ages de satide aos portadores de transtomos meniais, com a devida parlicipagao da sociedade e da familia, a qual serd prestada em estabelecimento de satide mental, assim entendidas as instituig6es ou unidades que oferegam assisténcia em sauide aos portadores de transtomos mentais. Art, 42 A internagdo, em qualquer de suas modalidades, s6 serd indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. § 120 tratamento visara, como finalidade permanente, a reinsergao social do paciente em seu meio. § 22.0 tratamento em regime de internagao seré estruturado de forma a oferecer assisténcia integral & pessoa portadora de transtomos mentais, incluindo servigos médicos, de assisténcia social, psicolégicos, ocupacionais, de lazer, © outros. §3° E vedada a internagdo de pacientes portadores de transtomos mentais em instituigdes com caracteristicas, asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 22 e que no assegurem aos pacientes os direitos enumerados no paragrafo Unico do art. 2°. ‘Art. 52 © paciente ha longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situagio de grave dependéncia institucional, decorrente de seu quadro clinico ou de auséncia de suporte social, serd objeto de politica especifica de alla planejada e reabilitago psicossocial assistida, sob responsabiidade da autoridade saniléria competente e www planalto.gov-brieciv_Osleisleis_ 2001010216.htm weoartti22, 13:11 L02%6 superviséo de instancia a ser definida pelo Poder Executive, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessario. Art. 62 A internagao psiquidtrica somente sera realizada mediante laudo mé ‘0s seus motivos. circunstanciado que caracterize Paragrafo tinico. Sao considerados os seguintes tipos de internagao psiquiatrica: | -internacao voluntéria: aquela que se da com o consentimento do usuario; II internagdo involuntéria: aquela que se dé sem o consentimento do usuario e a pedido de terceiro; © lil -intemagao compulséria: aquela determinada pela Justiga, Art, 72.A pessoa que solicita voluntariamente sua intemagao, ou que a consente, deve assinar, no momento da admisso, uma declaragao de que optou por esse regime de tratamento. Paragrafo Unico. O término da intemacao voluntéria dar-se- por solicitagao escrita do paciente ou por determinagao do médico assistente. Art. 82 A intermacao voluntaria ou involuntaria somente sera autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento. § 12 A intemagao psiquidtrica involuntaria devera, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Publico Estadual pelo responsavel técnico do estabelecimento no qual tenha ocorride, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. § 22 0 término da internagio involuntaria dar-se-A por solicitagao escrita do familiar, ou responsével legal, ou quando estabelecido pelo especiaista responsdvel pelo tratamento. Art. 22 A internagdo compulséria é determinada, de acordo com a legislagao vigente, pelo juiz competente, que levard em conta as condigdes de seguranca do estabelecimento, quanto a salvaguarda do paciente, dos demais internados e funciondrios. Art. 10, Evasdo, transferéncia, acidente, intercorréncia clinica grave @ falecimento seréo comunicados pela diregao do estabelecimento de salide mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como & autoridade sanitéria responsavel, no prazo maximo de vinte e quatro horas da data da ocorréncia. Art. 11. Pesquisas cientificas para fins diagnésticos ou terapéuticos nao poderdo ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicagao aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saude. Art. 12, © Consetho Nacional de Satide, no ambito de sua atuagao, criard comissao nacional para acompanhar a implementacao desta Lei Art. 13. Esta Lel entra em vigor na data de sua publicagao. Brasilia, 6 de abril de 2001; 1802 da Independéncia e 113% da Republica. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Jose Gregori dosé Serra Roberto Brant Este texto néo substitul o publicado no D.O.U. de 9.4.2001 www planalto.govbrieciv_Osleisleis_ 2001010216.him 22