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oarttiz2, 13:10 Minist@ro da Sa@de Este testo ngo substtulo publicado no Dri OFeial da UniSo st@rio da Sagde Gabinete do Ministro PORTARIA N° 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*) Institui a Rede de Atencao Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental ¢ com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool @ outras drogas, no ambito do Sistema Unico de Saiide (sus). 0 MINISTRO DE ESTADO DA SAUDE, no uso das atribuigbes que Ine conferem os incisos | ¢ II do paragrafo Linioo do art. 87 da Consttuigdo, e Considerando a Lei n® 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispde sobre o Estatuto da Crianga e do Adolescente © 4 outras providencias; Considerando as determinagdes da Let n® 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispde sobre a proterao e os direitos. das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saide mental; Considerando a Lei n? 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui 0 auxilio-reabilltacdo psicossocial para pacientes acometidos de transtomos mentais egressos de internagoes: Considerando o Decroto n® 7.179, de 20 de maio de 2010, que insttui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas; Considerando as disposigées contidas no Decreto n° 7.608, de 28 de junho de 2011, que dispée sobre a organizagao do Sistema Unico de Saiide (SUS), 0 planejamento da sade, a assisténcia & sade e a articulagao intertederativa Considerando a Politica Nacional a Ateneo Integral a Usuarios de Alcool e outras Drogas, de 2003; Considerando a Portaria n® 336/GMIMS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta o funcionamento dos Centros de Atengao Psicossocial (CAPS); Considerando a Portaria n? 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institu, no Ambito do SUS, o Programa Nacional de Ateneo Comunitéria Integrada a Usuarios de Alcool e outras Drogas; Considerando as diretrizes previstas na Porlaria n® 1.190/GMIMS, 4 de junho de 2009, que institul Plano Emergencial de ampliacdo do Acesso ao Tralamento ¢ Prevengio em Alcool e outras Drogas (PEAD}; Considerando @ Portaria n? 4.279/GMIMS, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para a organizagao da Rede de Atengao a Saiide no ambito do SUS; Considerando a ?Portaria, n° 1.600/GMIMS, de 7 de juhho de 2011, que reformula a Politica Nacional de Atencao as Urgéncias & institu’ a Rede de Atengao as Urgéncias SUS; Considerando as recomendagées contidas no Relatério Final da IV Conferéncia Nacional de Saude Mental Intersetorial,realizada em 2010; Considerando a necessidade de que 0 SUS ofereca uma rede de servigos de sade mental integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de atengao para atender as pessoas com demandas decorrentes do consumo de alcool, crack e outtas drogas; © Considerando @ necessidade de ampliar © diversificar os servigos do SUS para a atengio as pessoas com necessidades decorrentes do consumo de alcool, crack e outras drogas ¢ suas familia, resolve: Aa. 1° Fica instituida a Rede de Atengao Psicossocial, cuja finalidade é a criagdo, ampliagdo e articulagao de pontos de atenedo a satide para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso do crack, dlcool © outras drogas, no Ambito do Sistema Unico de Saude (SUS). ‘Ast. 2° Constituem-se diretrizes para 0 funcionamento da Rede de Atencao Psicossocial; respeito aos diteitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas: hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html 8 oartti22, 13:10 Minist@ro da Sa@de Il promogao da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da sade; IIl- combate a estigmas e preconceitos; IV - garantia do acesso e da qualidade dos serviges, ofertando culdado integral e assist®neia multiprofissional, sob a légica Interdisciplinar; \V - atengio humanizada e centrada nas necessidades das pessoas VI- diversificagao das estratégias de culdado; VII - desenvolvimento de alividades no terrtério, que favoreca a incluso social com vistas & promogdo de autonomia e a0 exercicio da cidadania; Vill - desonvolvimento de estratégias de Redugdo de Danos; IX - énfase om servigos de base teritorial e comunitara, com participagao e controle social dos usuarios @ de seus familiares; X - organizagao dos servigos em rede de atencdo & satide regionalizada, com estabelecimento de agdes intersetoriais para ‘garantira integralidade do culdado; XI-- promogao de estratégias de educagao permanente; @ Xil - desenvolvimento da lagica do cuidado para pessoas com transtomos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool e outras drogas, tendo como eixo central a construgao do projeto terapéutico singular. Ar. 2° So objetivosgorais da Rede de Aengdo Psicossci |-amplar © acess0@ along psicossocial da populagio em gra I= promover 0 acesso das pessoas com tarstomos mental © com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool © Croges o sue fanfios 20 pois to ston; © IIl- garantr a articulagao @ integragao dos pontos de alengdo das redes de saiide no terttéio, qualificando © cuidado por ‘meio do acolhimento, do acompanhamento continuo e da atengao as urgéncias, Att 4° S80 objetivos especificos da Rede de Atencao Psicossocial |.- promover culdados em saide especialmente para grupos mais vulneraveis (crianga, adolescente, jovens, pessoas em situagdo de rua e populagées indigenas), II- preveniro consumo @ a dependéncia de crack, dlcool e outras drogas; IIl-reduzir danos provocados pelo consumo de crack, alcool e outras drogas; IV - promover a reabiltagSo e a reinsercéo das pessoas com transtorno mental @ com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool ¢ outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidéria; \V - promover mecanismos de formacao permanente aos profissionais de saide; VI- desenvolver agdes intersetoriais de prevengdo e redugdo de danos em parceria com organizagbes governamentais e da sociedade civil Vil produzir e ofertar informagdes sobre direitos das pessoas, medidas de prevengao e cuidado e os servigos disponiveis na rede; Vill- regular e organizar as demandas e os fuxos assistenciais da Rede de Atongdo Peicossocial:¢ 1X- monitorar ¢ avaliar a qualidade dos servigos por meio de indicadores de efetidade ¢ resoltividade da atengéo. [Al 5° A Rede de Ateneo Psicossocial é consttuida pelos seguintes componentes: | atengao basica om sade, formada pelos seguintes pontos de atengao: 4) Unidade Basica de Said: ») equipe de atencao basica para populagbes especificas: 1. Equipe de Consultéro na Rus: 2. Equipe de apoio aos servigas do componente Atengao Residencial de Cardter Transitéro; €) Centos de Convivéncia; Il-atengéo psicossocial especializada, formada pelos seguintes pontos de atengao 4) Contros do Atongéo Psicossocial,nas suas diferentes modalidades; IIl-atengao de urgéncia © emergéncia, formada pelos seguintes pontos de atengdo: hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html 218 oartti22, 13:10 Minist@ro da Sa@de a) SAMU 192; »b) Sala de Estabilzagao; ©) UPA 24 horas; 4) portas hospitalares de atengSo 8 urgéncialpronto socore 60) Unidads Basicas de Satie, entre outros; IV-- atengéo residencial de carder transit, formada pelos seguintes pontos de atengéo: 4) Unidade de Recolhimento; »b) Servigos de Atengdo em Regime Residencial V-- atengéo hospitalr,formada pelos seguintes pontos de atengao: 4) onfermaria especializada om Hospital Geral; »b) servigo Hospitalar de Referéncia para Atencio as pessoas com sofrimento ou transtomo mental © com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool e outras drogas; VI estratégias de desinstitucionalizacao, formada pelo seguinte ponto de atencao: a) Servigos Residenciais Terapéuticos; & Vil - reabiltagao psicossocia Att. 6° Sao pontos de atengao da Rede de Atengao Psicossocial na atenedo basica om sade os seguintes servos: | -Unidade Basica de Saude: servigo de sade constituide por equipe multiprofssional responsavel por um conjunto de ages de sade, de ambito incividual © coletivo, que abrange a promogao e a proterdo da saide, a prevencao de agravos, 0 diagndstico, 0 tratamento, a reabiltago, @ redugdo de danos e a manutencao da sauide com 0 objetivo de desenvolver a atengao integral que impacte na situagao de saiide e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de satide das coletividades; Il - Equipes de Atengao Basica para populagées em situagées especiticas: 4) Equipe de Consultério na Rua: equipe constituida por profissionals que atuam de forma itinerante, ofertando ages e ‘cuidados de saide para a populagéo em situagao de rua, considerando suas diferentes necessidades de saiide, sendo responsabilidade dessa equipe, no ambito da Rede de Atengao Psicossocial, ofertar cuidados em satide mental, para 1. pessoas om situagdo de rua em geral; 2. pessoas com transtornos mentais; 3, usuarios de crack, élcoal e outras drogas, incluindo agdes de redugdo de danos, em parceria com equipes de outros pontos de atengao da rede de salide, como Unidades Basicas de Sade, Centros de Atengao Psicossocial, Prontas-Socorras, entre outros; ») equipe de apoio aos servigos do componente Atengdo Residencial de Carder Transitério: oferece suporte clinico @ apoio a ‘esses pontos de atengo, coordenando 0 cuidado e prestando servicos de atencao sacide de forma longitudinal e articulada com 05 outros pontos de atengdo da rede; & Ill - Centro de Convivéncia: @ unidade piiblca, articulada as Redes de Atengao Saude, em especial a Rede de Atencio Psicossocial, onde sao oferecidos populagdo em geral espagos de sociabilidade, produgao e intervengao na cultura e na cidade. § 1° A Unidade Basica de Sade, de que trata o inciso I deste artigo, como ponto de atengao da Rede de Atengao Psicossocial tem a responsabilidade de desenvolver ages de promocao de saide mental, prevengao e cuidado dos transtomos mentais, ages de redugdo de danos e cuidado para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, élcool e outras drogas, compartihiadas, sempre que necessério, com os demais pontos da rede, § 2° 0 Niicleo de Apolo Satide da Familia, vinculado & Unidade Basica de Saude, de que trata o inciso | deste artigo, 6 constituldo por profissionais de sade de diferentes areas de conhacimento, que atuam de maneira integrada, sende responsavel por apolar as Equipes de Saude da Familia, as Equipes de Atengao Basica para populagées espectficas e equipes da academia da sade, aluando diretamente no apoio matical e, quando necessario, no cuidado compartihado junto as equipes da(s) unidade(s) na(s) qualis) 0 Nuicleo de Apoio a Sade da Familia esta vinculado, incluinde © suporte a0 manejo de situagées relacionadas ao soffimento ou transtorne mental @ aos problemas felacionados ao uso de crack, alcool e outras drogas. § 3° Quando necessério, a Equipe de Consultério na Rua, de que trata 2 alinea "a" do inciso II deste artigo, poder utlizar as instalagSes das Unidades Basicas de Saiide do territério. § 4° Os Contros de Convivéncia, de que trata 0 inciso Ill deste artigo, sdo estratégicos para a inclusao social das pessoas com transtomos mentais © pessoas que fazem uso de crack, dlcool e outras drogas, por meio da construgao de ‘espagos de convivo e sustentagao das diferengas na comunidade e em variados espagos da cidade. hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html ais oartti22, 13:10 Minist@ro da Sa@de Ait. 7° 0 ponto de atencao da Rede de Atencao Psicossocial na atengio psicossocial especialzada é o Centro de Atencao Psicossoci § 1° 0 Centro de Atengao Psicossocial de que trata 0 caput deste artigo & constituido por equipe mutiprofssional que atua sob a ética interdisciptinar e realiza atendimento as pessoas com transtornas mentais graves e persistentes © as pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool @ outras drogas, em sua drea territorial, em regime: de tratamenta intensive, semi-intensivo, e nao intensive, § 2° As atividades no Centro de Atengao Psicossocial séo realizadas priortariamente em espacos coletivos (grupos, assembleias de usuarios, reuniao didria de equipe), de forma articulada com os outros pontos de atencao da rede de sade © das demais redes. § 3° O cuidado, no ambito do Centro de Atengdo Psicossocial.é desenvolvido por intermédio de Projeto ‘Terapéutico Individual, envolvendo em sua construgao a equipe, o usudrio e sua familia, ¢ a ordenagao do cuidado estara sob a responsabilidade do Centro de Ateneo Psicossocial ou da Aten¢do Basica, garantindo permanente processo de cogestdo e acompanhamento longitudinal do caso. § 4° Os Centros de Atengo Psicossocial estéo organizados nas seguintes modalidades: |= CAPS I: atende pessoas com transtomos mentais graves e persistentes © também com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool e outras drogas de todas as faixas etérias; indicado para Municipios com populacdo acima de vinte mil habitantes; Il ~ CAPS II: atende pessoas com transtomos mentais graves © persistentes, podendo também atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool e outras drogas, conforme a organizacao da rede de sade local, indicado para Municipios com populagao acima de setenta mil habitantes; IIl- CAPS III: atende pessoas com transtorios mentais graves e persistontes. Proporciona servigos de ateneao continua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e fnais de semana, ofertando retaguarda clinica e acolhimento natumo a outros servigos de sade mental, inclusive CAPS Ad, indicado para Municipios ou regiSes com populacdo acima de dduzentos mil habitantes: IV - CAPS AD: atende adultos ou criangas @ adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da Crianga © do ‘Adolescente, com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool e outras drogas. Servico de salide mental aberto e de ccardter comunitéro, indicado para Municipios ou regides com populagao acima de setenta mil habitants: V - CAPS AD Ill: atende adultos ou criangas e adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da Crianga © do Adolescente, com necessidades de cuidados clinicos continuos. Servigo com no maximo doze leitos leltos para observagao & ‘monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo ferlados e finals de semana; indicado para Municipios ou regides com populagao acima de duzentos mil habitantes; e VI- CAPS I: atende criangas e adolescentes com transtornas mentais graves e persistentes e os que fazem uso de crack, Alcoole outras drogas. Servico aberto e de carater comunitario indicado para munie/pios ou regiées com populagao acima de Cento e cinquenta mil habitantes. Att 8° Sao pontos de atengio da Rede de Aten¢do Psicossocial na atenedo de urgéncia @ emergéncia o SAMU 192, Sala de Establizacao, UPA 24 horas, as portas hospitalares de atengdo a urgéncialpronto socorro, Unidades Bésicas de Saude, entre outros § 1° Os pontos de atengdo de urgéncia e emergéncia so responsdveis, em seu ambito de atuacao, pelo acolhimento, classificagao de risco e cuidado nas situagbes de urgéncia e emergéncia das pessoas com softimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool e outras drogas. § 2° Os pontos de atengao da Rede de Ateneo Psicossocial na atengdo de urgéncia e emergéncia deverdo se articular com os Centros de Atengio Psicossocial, os quals realizam o acolhimento @ 0 cuidado das pessoas em fase aguda do transtomo mental, seja ele decorrente ou ndo do uso de crack, alcool ¢ outras drogas, devendo nas situagoes que Inecessitem de internagao ou de servigos residenciais de cardter transitério, articular ¢ coordenar 0 cuidado, ‘Att. 9° Sao pontos de atengao na Rede de Atengao Psicossocial na atengdo residencial de cardter transitrio os seguintes servigos: ||- Unidade de Acolhimento: oferece cuidados continuos de satide, com funcionamento de vinte e quatro horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do uso de crack, dlcool @ outras drogas, de ambos 0s sexos, que apresentem acenluada vulnerabilidade social e/ou familiar © demandem acompanamento lerapéutico e protetivo de carder transitoriocujo tempo de permanéncia 6 de até sels meses; ¢ Il Servigas de Atengdo em Regime Residencial, entre os quais Comunidades Terapéuticas: servico de saide destinado a oferecer cuidados continuas de saiide, de cardter residencialtransitério por alé nave meses para adultos com necessidades Clinicas estaveis decorrentes do uso de crack, dleool e outras drogas. § 1° 0 acolhimento na Unidade de Acolhimento sera definido exclusivamente pela equipe do Centro de Atencao Psicossocial de referéncia que serd responsdvel pela elaborago do projeto terapéutico singular do. usuario, considerando a hierarquizagao do cuidado, priorizando a atengo em servigos comunitérios de sade. § 2° As Unidades de Acolhimento estao organizadas nas sequintes modalidades: | -Unidade de Acolhimento Adulto, destinados a pessoas que fazem uso do crack, alcool e outras drogas, maiores de dezoito hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html 48 oartti22, 13:10 Minist@ro da Sa@de II -Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil, destinadas a adolescentes ¢ jovens (de doze até dezoito anos completo). § 3° Os servigos de que trata o inciso Il deste artigo funcionam de forma articulada com: | -a atengdo basica, que apola e reforga 0 culdado clinico geral dos seus usurios; © Il-0 Centro de Atengao Psicossocial, que é responsdvel pela indicago do acolhimento, pelo acompanhamento especializado durante este periodo, pelo planejamento da saida e pelo seguimento do cuidado, bem como pela participagao de forma ativa da articulagao intersetoral para promover a reinsergo do usuério na comunidade, ‘Att 10. Sao pontos de atencdo na Rede de Atengdo Psicossocial na atencdo hospitalar 0s sequintes servigos: | - enfermaria especialzada para atengao &s pessoas com softimento ou transtomo mental ¢ com necessidades decorrentes: do uso de crack, alcool e outras drogas, em Hospital Geral, oferece tratamento hospitalar para casos graves relacionados aos transtornos mentais © a0 uso de alcool, crack e outras drogas, em especial de abstinéncias e inloxicagdes severas; Il - sorvigo Hospitalar de Referéncia para Aten¢ao as pessoas com sofrimento ou transtorno mental © com necessidades: decorrentes do uso de crack, éleool e outras drogas oferece suporte hospitalar, por meio de internagdes de curta duragao, para usudrios de alcool e/ou outras drogas, em situagSes assistenciais que’ evidenciarem indicativos de acorréncia de ‘comorbidades de ordem clinica e/ou psiquica, sempre respeitadas as determinagées da Lei n° 10.216, de 6 de abril de 2001, «sempre acolhendo os pacientes em regime de curtissima ou curta permanéncia, Funciona em regime integral, durante vinté «quatro horas diarias, nos sete dias da semana, sem interrupcao da continuidade entre os turnos, § 1° 0 cuidado ofertado no 4mbito da enfermaria especializada em Hospital Geral de que trata 0 inciso | deste artigo deve estar articulado com o Projato Terapéutico Individual desenvolvido pelo servigo de referéncia do usuario e a intemagdo deve ser de curta duragao até a estabilidade clinica § 2° 0 acesso acs leitos na enfermatia especializada em Hospital Geral, de que trata o inciso | deste artigo, deve ser regulado com base em crtérios clinicos © de gestao por intermédio do Centro de Atengao Psicossocial de referéncia 8, no caso do usuario acessar a Rede por meio deste ponto de alengdo, deve ser providenciado sua vinculagao © referéncia a um Centro de Atengao Psicossocial, que assumira o caso, § 3° A equipe que atua em enfermaria especializada em satide mental de Hospital Geral, de que trata 0 inciso | deste artigo, deve ter garantida composieao multdisciplinar e modo de funcionamento interaiscipinar. § 4° No que se refere ao inciso II deste artigo, em nivel local ou regional, compée a rede hospitalar de retaguarda 08 usuarios de alcool outras drogas, observando © territério, a légica da redugao de danos © oulras premissas © Principios do SUS. ‘Ast. 11. Sao pontos de atengdo na Rede de Atencdo Psicossocial nas Estratégias de Desinstitucionalizacao os Servigos Residenciais Terapéuticos, que so moradias inseridas na comunidade, destinadas a acolher pessoas egressas de internagdo de longa permanéncia (dois anos ou mais ininterruptos), egressas de hospitals psiquiatricos e hospitais de custédia, entre outros. § 1° 0 componente Estratégias de Desinstitucionalizagao & constituldo por iniciativas que visam a garantic as pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool e outras drogas, em situagao de intemagao de longa permanéncia, 0 culdado integral por meio de estratégias substitulivas, na perspectiva da garantia de direitos com a promogao de autonomia ¢ 0 exercicio de cidadania, buscando sua progressiva incluso socal § 2° 0 hospital psiquiatrico pode ser acionado para 0 culdado das pessoas com transtorno mental nas regiées de salide enquanto 0 processo de implantagao e expansdo da Rede de Atencao Psicossocial ainda ndo se apresenta Suficiente, devendo estas regides de sade priorizar a expansdo e qualificagdo dos pontos de atengdo da Rede de Ateneo Psicossocial para dar continuidade ao pracesso de substituigao dos leitos em hospitals psiquitricos. § 3° 0 Programa de Vota para Casa, enquanto estratégia de desinstitucionalizagao, ¢ uma politica pablica de incluso social que visa contribuir e fortalecer o processo de desinstitucionalizagao, insttuida pela Lei n® 10.708, de 31 de julho de 2003, que prove auxllo reabiltagao para pessoas com transtomo mental egressas de intemnagao de longa permanéncia Ad. 12. 0 componente Reabiltagao Psicossocial da Rede de Atengao Psicossocial é composto por iniciativas de geragdo de trabalho e rendalempreendimentos soldérios/cooperativas socias. § 1° As agdes de cardter intersetorial destinadas & reabiltagao psicossocial, por meio da incluso produtiva, formagao e qualificagao pera o trabalho de pessoas com transtomo mental ou com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool e outras drogas em iniciativas de geragao de trabalho e renda/empreendimentos solidérios! cooperativas, § 2° As iniciativas de geragao de trabalho e renda/empreendimentos solidérios/cooperativas saciais de que trata © § 1 deste artigo dever articular sistematicamente as redes de satde © de economia solidéria com os recursos disponiveis no terrtério para garantr a melhoria das condigbes concretas de vida, ampliagdo da autonomia, contratualidade e inclusdo social de usuarios da rede e seus familiares, ‘Act. 13, A operacionalizagao da implantagdo da Rede de Atengao Psicossocial se dard pela execugo de quatro tases: Fase | - Desenho Regional da Rede de Atengéo Psicossocial a) realizagao pelo Colegiado de Gestdo Regional (CGR) e pelo Colegiado de Gestio da Secretaria de Estado de Saiide do Distrito Federal (CGSESIDF), com 0 apoio da SES, de andlise da situagéo de salide das pessoas com sofrimento ou hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html 58 oartti22, 13:10 Minist@ro da Sa@de transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, alcool e outras drogas, com dados primairos, incluindo ddados demograficos e epidemiolégicos, dimensionamento da demanda assistencial, dimensionamento da oferta assistencial e andlise da situacdo da regulagdo, da avaliagao e do controle, da viglancia epidemialigica, do apoio diagnéstico, do transporte da auditoriae do controle externo, entre outros; b) pactuagao do Desenho da Rede de Ateneo Psicossocial no CGR @ no CGSES/DF; ©) elaboragao da proposta de Plano de Agao Regional, pactuado no CGR e no CGSESIDF, com a programagao da atengao & saiide das pessoas com sofrimento ou transtomo mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, dlcool e outras drogas, incluindo as atribuigSes, as responsabilidades e 0 aporte de recursos necessérios pela Unido, pelo Estado, pelo Distrito Federal © pelos Municipios envolvidos; na sequencia, sero elaborados os Planos de Ago Municipais dos Municipios integrantes do CGR; 4) estimulo & institugéo do Férum Rede de Atengao Psicassocial que tem como finalidade a construgao de espagos coletivos plurais, heterogéneos multiplos para partcipagao cidada na construcdo de um novo modelo de atengao as pessoas com sofimento ou transtorno mental © com necessidades decorrentes do uso de crack,dlcool e outras drogas, mediante o acompanhamento e contribuigao na implementagao da Rede de Atencao Psicossocial na Regio; II-Fase Il - adesio e diagnéstico: a) apresentacao da Rede de Atengao Psicossocial no Estado, Distrito Federal e nos Municipios; ») apresentagdo ¢ andlise da matriz diagnéstica, conforme o Anexo | a esta Portaria, na Comissao Intergestores Bipartt (CIB), no CGSESIDF eno CGR; 1) homologagdo da regido inical de implementacao da Rede de Atengao Psicossocial na CIB e CGSESIDF: d) instituigdo de Grupo Condutor Estadual da Rede de Atengao Psicossocial, formado pela SES, Conselho Nacional de ‘Secretarias Municipais de Satide (CONASEMS) e apoio institucional do Ministério da Saiide, que tera como atribuigées 1 mobilzar os dirigentes politicos do SUS em cada fase 2. apoiar a organizagao dos processos de trabalho voltados a implantagdo/implementagéo da rede; 3. identifica @ apolar a solugdo de possiveis pontos criticos em cada fase; 4, monitorar @ avaliar 0 processo de implantagaosimplementaao da rede; «) contratuaizagso dos Pontos de Atengéo; £) qualificagao dos componentes; II-Fase 3 - Contratualizagao dos Pontos de Atencéo: a) elaboragao do desenho da Rede de Atencdo Psicossocial »b) contratualizagao pela Unido, pelo Estado, pelo Distrito Federal ou pelo Municipio dos pontos de atengéo da Rede de ‘tengo Psicossocial observadas as responsablidades definidas para cada componente da Rede; ©) nstituigo do Grupo Condutor Municipal em cada Municipio que compe o CGR, com apoio institucional da SES; IV - Fase 4 - Qualficagaio dos components: a) realizagao das agdes de atengo a sade definidas para cada componente da Rede, previstas nos aris. 6° a0 12 desta Portaria; © ') cumprimento das metas relacionadas &s ages de atengdo a satide, que devergo ser definidas na matriz diagnéstica para ‘cada componente da Rede seréo acompanhadas de acordo com 0 Plano de Agao Regional e dos Planos de Agdes Municipais ‘Att. 14. Para operacionalizagao da Rede de Atengao Psicossacial cabe: | - & Unido, por intermédio do Ministério da Saiide, o apoio & implementagao, financiamento, monitoramento e avaliagéo da Rede de Alengao Psicossocial em todo terrtirio nacional: Il a0 Estado, por meio da Secretaria Estadual de Satide, apoio a implementagao, coordenacao do Grupo Condutor Estadual da Rede de Ateneo Psicossocial, financiamento, contratualizagdo com os pontos de atengao 4 saude sob sua gostao, ‘monitoramento e avaliagao da Rede de Atencao Psicossocial no teritério estadual de forma regionalizada; e IIl- 0 Municipio, por meio da Secretaria Municipal de Satide, implementagao, coordenagao do Grupo Condutor Municipal da Rede de Alengdo Psicossocial, financiamento, contratualizagao com os pontos de atengao & saide sob sua gestéo, ‘monitoramento e avaliagao da Rede De Atengao Psicossocial no terrtério municipal dt. 15. Os critérios definidos para implantagdo de cada componente e seu financiamento, por parte da Unido, sero abjetos de normas especificas a serem publicadas pelo Ministerio da Saude. Att. 16. Fica constituldo Grupo de Trabalho Tripartite, coordenado pelo Ministério da Sailde, a ser definido por Portaria especifica, para acompantiar, monitorar, avaliar e se necessério, revisar esta Portaria em alé cento e oltenta dias, hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html ae oartti22, 13:10 Minist@ro da Sa@de ‘Ast. 17. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicagao. ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA ANEXO | MATRIZ DIAGNOSTICA DA REDE DE ATENGAO PSICOSSOCIAL MATRIZ DIAGNOSTICA REDE DE ATENGAO PSICOSSOCIAL Regido: Munietpio: Populagao: COMPONENTE ——Pontode Atengao__Necessidade Existentes Déficit Parametro \. Atengo Bésica em Unidade Basica de Saude Saude Equipes de Atengao Basica para Populagées em situagdes especificas Nucleo de Apoio Saige da Familia Centro de Convivéneia Ul. Ateneo Centro de Atengao Psicossocial Psicossocial Especializada CAPS CAPS I CAPS II ‘CAPS AD ‘CAPS ADIL hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv201t/pr3088_23_12_2011_rep.html Contorme oriontagses da Politica Nacional de ‘Atencao Basica, de 21 de outubro2 011 Consultério na Rua -Portaria que define as diretrizes de ‘organizagao e funcionamento das Equipes de Consultério na Rua Equipe de apoio 208 servigos do ‘componente ‘Atencao Residencial de CardterTransitério 4- municipios com 3.ou mais CT: 1 ‘equipe para cada 3 CTs.2- municipios ‘com menos de 3 CT (menos de 80 pessoas): a atengao integralica or conta das, equipes de AB do municipio. Conforme oriontagoes da Politica Nacional de Atengdo Basica - 201 Municipios ou regiées com pop. ‘acima de 20 mil hab. Municipios ou regides com pop. ‘acima de 70 mil hab Municipios ou ragiées com pop. ‘cima de 200 mil hab Municipios ou regiées com pop. ‘acima de 70 mil hab Municipios ou regides com pop. 718 oarttiz2, 13:10, (() Republicada por ter saido, no DOU n® 24 II Atengao de Urgenciae Emergéncia IV. Atengao Residencial de CaraterTransitério V. Atengdo Hospitalar VI. Estratégias de Desinstitucionalizagao VII, Reabiltagao Psicossocial CAPS UPA/ SAMU UA ADULTO UA INFANTO- JUVENIL ‘COMUNIDADE TERAPEUTCA Lerros ENFERMARIA ESPECIALIZADA SRT Pvc ‘COOPERATIVAS Minist@ro da Sa@de ‘cima de 200 mil hab Municipios ou regides com pop. ‘cima de 150 mil ha Conforme orientagbes da Portaria da Rede de Atengao as Urgéncias, de 07 dejulho de 2011 11UA (com 15 ages) para cada 10 leitos de cenfermarias especializadasem hospital geral por municipio. Municipios com mais de 100 mil habitantes © com mais de 2500crlangas © adolescentes em potencial para uso de drogas ilicitas (UNODC,2 011) Municipios com 2500 a 5000 criangas e ‘adolescentes em potencial parauso de drogas ilictas: 1 Unidade Municipios com mais de 5000 criangas e adolescentes em potencial parauso de drogas ilicitas: 1 Unidade para cada 5000 criangas © adolescentes. 1 leito para cada 23 nil habitantes Portaria n° 1.101702 ‘A depender do n? dde municipes longamente intomades ‘A dopender do n® dde muniipes: Tongamente intemades , de 26-12-2011, Segdo 1, pigs. 230/282, com incorregdo no original (¢) Republicada por ter saldo, no DOU n? 251, de 30-12-2011, Sega 1, pags. 50/60, com incorregsio no original (¢) Republicada por ter saldo, no DOU n? 98, de 21.05.2013, Sega 1, pags. 37/38, com incorregao no original Sagde Legis - Sistema de Legislag@o da Sagde hitps:lovsms.saude.govbribvs/saudelegisigrv20"1/pr3088_23_12_2011_rep.html a8

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