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É sabido que o câncer de mama, assim como a maioria dos cânceres, faz parte de um
grupo de doenças conhecidas como multifatoriais, nas quais fatores etiológicos múltiplos
– genéticos e ambientais – interagem, de formas variadas e ainda não totalmente
conhecidas, para produzi-las. O principal fator genético envolvido na carcinogênese
mamária é a alteração de genes supressores de tumor (BRCA1, BRCA2 e p53). Mesmo
que o número de pacientes que apresentam uma predisposição hereditária ao câncer
seja pequeno, existe um potencial tanto para detecção precoce quanto para terapia
que justifica o investimento nesta área da medicina. A identificação de famílias, bem
como uma triagem cuidadosa para mutações genéticas conhecidas, deverá permitir o
aconselhamento genético de indivíduos afetados e a definição do alvo de testes de
triagem adequados. Os testes para a detecção de mutações em genes de suscetibilidade
genética trouxeram consigo inúmeras implicações médicas, sociais e éticas, e a
definição da realização ou não de um teste genético preditivo deve contemplar a
preparação de todos os envolvidos (indivíduo, família e equipe médica) para todas as
repercussões de um resultado positivo, negativo ou mesmo não conclusivo.
1
Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2
Serviço de Mastologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Correspondência: Dra. Ana Cristina Costa Bittelbrunn, Rua Gonçalo de Carvalho 409/22, CEP 90035-170,
Porto Alegre, RS, Brasil. Fone: +55-51-3311-2298; e-mail: dgo@famed.ufrgs.br