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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


FACULDADE DE MEDICINA

INTRODUÇÃO À GENÉTICA, GRIFFITHS, 11ª EDIÇÃO


CAPÍTULO 17: ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS

DENIS ANTÔNIO NASCIMENTO DA COSTA

Criado: 08/06/2022
Atualizado: 20/12/2022
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SUMÁRIO
ALTERAÇÕ ES NO NÚ MERO DE CROMOSSOMOS................................................................................. 3
Aneuploidia.................................................................................................................................................... 3
Nã o disjunçã o............................................................................................................................................ 3
Monossô micos (2 n−1 ).......................................................................................................................... 3
Trissô micos (2 n+1)................................................................................................................................ 3
ALTERAÇÃ O NA ESTRUTURA DOS CROMOSSOMOS.......................................................................... 4
Deleçõ es........................................................................................................................................................... 4
Duplicaçõ es..................................................................................................................................................... 4
Inversõ es......................................................................................................................................................... 4
Translocaçõ es Recíprocas........................................................................................................................ 5
Translocaçõ es Robertsonianas............................................................................................................... 5
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ALTERAÇÕES NO NÚMERO DE CROMOSSOMOS

Aneuploidia

Não disjunção
 Causa da maior parte das aneuploidias;
 Diz respeito a nã o segregaçã o natural dos cromossomos ou das cromá tides
homó logas na meiose ou na mitose;
 Quando ocorre na mitose, partes do corpo serã o aneuploides (setores
aneuploides);
 Quando ocorre na meiose, seja na primeira ou na segunda etapa, ocorre a
produçã o de gametas n−1 e n+1, os quais, quando fertilizados, dã o origem a
zigotos monossô micos (2 n−1 ) e zigotos trissô micos (2 n+1);
 Há maior probabilidade de nã o disjunçã o na meiose I, visto que ela é mais
complexa;
 O crossing-over é um mecanismo que, aparentemente, auxilia a disjunçã o ocorrer,
já que foi constatado experimentalmente que, em casos de trissomia humana, o
cromossomo adicional era nã o recombinante;

Monossômicos (2 n−1 )
 Em seres humanos, os monossô micos em relaçã o a qualquer dos autossomos
morrem in útero;
 Muitos monossô micos do cromossomo X morrem in útero, mas alguns sã o
viá veis;
 A Síndrome de Turner é caracterizada pela ausência de 1 cromossomo X nas
mulheres (X0). O fenó tipo dessas mulheres é a esterilidade, baixa estatura e com
frequência apresentam uma frouxidã o da pele;
 Frequência de nascidos: 1 a cada 5000;

Trissômicos (2 n+1)
 Os trissô micos contêm uma có pia extra de um cromossomo, o que pode resultar
na morte ou em anormalidade;
 Podem ser férteis;
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 Considere um genó tipo trissô mico A/ a/a, entã o a razã o gamética será A , a,
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A /a e a/a;
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 A Síndrome de Klinefelter é caracterizada pela presença de 1 cromossomo X a
mais em homens (XXY). O fenó tipo desses indivíduos é de magreza, QI levemente
comprometido e esterilidade;
 Nos casos de XYY e XXX, os indivíduos sã o férteis e a os seus gametas segregam-
se normalmente, ou seja, X/Y e X/X, respectivamente, nã o transmitindo essa
condiçã o a progênie;
 Frequência de nascidos: 1 a cada 1000;
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 A Síndrome de Down é a trissomia mais conhecida. Apresenta uma frequência de


0,15 % dos nascidos vivos. A maioria das pessoas apresenta 1 có pia extra do
cromossomo 21. Em alguns casos o genitor pode transmiti-la (translocaçã o) e em
outros ela é causada pela nã o disjunçã o do cromossomo 21;
 A Síndrome de Patau (cromossomo 13 e expectativa de vida de 130 dias) e a
Síndrome de Edwards (cromossomo 18 e expectativa de vida de poucas semanas)
sã o os ú nicos outros casos de trissomias autossô micas humanas que os fetos
sobrevivem até o nascimento;

ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DOS CROMOSSOMOS

Deleções

 É a perda de um braço cromossô mico;


 O fragmento deletado nã o apresenta um centrô mero, por isso nã o pode ser
puxado pelos microtú bulos e é perdido;
 As deleçõ es intragênicas sã o pequenas o suficiente para se confundirem com
mutaçõ es nulas e apenas o inativam;
 As deleçõ es multigênicas dizem respeito à quelas deleçõ es nas quais muitos genes
sã o perdidos. Se essa deleçã o ocorre em homozigose por endogamia (ambos os
cromossomos possuem a mesma deleçã o), a combinaçã o será letal. Além disso,
esse tipo de deleçã o pode “revelar” alelos recessivos;
 A Síndrome de cri du chat é causada pela deleçã o heterozigota da extremidade do
braço curto do cromossomo 5 (bandas 5p15.2 e 5p15.3);
 A Síndrome de Williams é causada pela deleçã o de 1,5Mb em um homó logo do
cromossomo 7;

Duplicações

 A duplicaçã o em tandem é quando as có pias extras estã o localizadas adjacentes


entre si;
 A duplicaçã o insercional é quando as có pias extras estã o localizadas em outro
local do genoma;
 As duplicaçõ es segmentares sã o duplicaçõ es que variam de 10kb a 50kb e
abrangem genes inteiros e a regiã o entre eles. A maioria está dispersa, mas
existem casos em tandem;

Inversões

 As inversõ es paracêntricas sã o inversõ es que estã o fora do centrô mero;


 As inversõ es pericêntricas sã o inversõ es que abrangem o centrô mero;
 Na meiose, um cromossomo, caso invertido, se torce nas extremidades da
inversã o, formando uma alça para parear com o seu homó logo nã o torcido,
formando uma alça de inversã o;
 Em uma inversã o paracêntrica, o crossing-over na alça de inversã o durante a
meiose conecta os centrô meros homó logos em uma ponte dicêntrica (a qual se
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rompe aleatoriamente devido a tensã o no momento de segregaçã o) enquanto


também produz um fragmente acêntrico, o qual é perdido por nã o conseguir se
parear, formando 2 cromossomos com deleçõ es terminais que sã o inviá veis;

Figura 1: exemplo de crossing-over ocorrendo na inversã o paracêntrica.


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 Um cromossomo balanceador é aquele que contém inú meras inversõ es, com o
intuito de produzir produtos inviá veis no crossing-over e, por conseguinte, o
produto gênico dos pais é integralmente passado para a prole, isto é, sem trocar
de alelos;
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Translocações Recíprocas

 Ocorre quando há uma permuta de fragmentos acêntricos criados por 2 quebras


cromossô micas simultâ neas;
 A segregaçã o adjacente 1 é quando há a segregaçã o de 1 cromossomo
estruturalmente normal (N) com 1 cromossomo translocado (T). Esse produto é
inviá vel, pois em T está faltando a informaçã o e no seu lugar há informaçã o
duplicada de N;
 A segregaçã o alternada é quando há a segregaçã o de N com N e de T com T.
Assim, nã o há perde de informaçã o genética e ela é viá vel;
 Essas segregaçõ es ocorrem simultaneamente quando se trata da segregaçã o de
um heterozigoto cujos cromossomos passaram por translocaçã o recíproca. Nesse
caso, metade dos gametas será viá vel e a outra metade inviá vel, configurando a
semiesterelidade;

Figura 2: exemplo de segregaçã o entre cromossomos de um heterozigoto afetado pela translocaçã o


recíproca.

 A pseudoligaçã o é caracterizada pela aparente ligaçã o dos genes normalmente


conhecidos por estarem em cromossomo nã o homó logos separados;
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Translocações Robertsonianas

 Produz progênie que carrega uma có pia extra quase completa do cromossomo
21;
 Um agente causador da Síndrome de Down, na qual os genitores nã o possuem a
trissomia no cromossomo 21, mas, pelo acaso, ocorre a translocaçã o nesse
cromossomo, e a informaçã o genética é quase toda repassada à prole. Isso é
muito raro de ocorrer;

Figura 3: exemplo de translocaçã o Robertsoniana.

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