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DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS

GENÉTICAS – MÉTODOS DE
RASTREAMENTO
 Incidência de anomalias cromossômicas:

 10% dos SPTZ e 25% dos ovócitos maduros

 15-20% de todas as gestações reconhecidas terminam em aborto espontâneo

 50% dos abortos espontâneos têm uma anomalia cromossômica

 Incidência em embriões morfologicamente normais é de 20%.

 Cromossomos Humanos:

(A) Metacêntrico
(B) Submetacêntrico
(C) Acrocêntrico
(D) Telocêntrico*

* Telocêntrico não é observado em humanos

MÉTODOS DE RASTREAMENTO
 Uma ampla variação de técnicas é usada para a identificação de doenças genéticas.
 Todos os métodos têm vantagens e desvantagens, requerendo considerável habilidade
e experiência para serem realizados.

 Não existe uma padronização ou preferência geral por um método, mas os laboratórios
devem conhecer as limitações e sensibilidades dos métodos usados.

DOENÇAS GENÉTICAS: PADRÃO DE HERANÇA SIMPLES OU


COMPLEXO
 Autossômicas Recessivas
 Autossômicas Dominantes
 Ligadas ao Cromossomo X
 Poligênicas ou Multifatoriais

MÉTODO CITOGENÉTICO
 A observação microscópica de cromossomos normais e anormais permitiram a
construção de mapas citogenéticos do genoma de muitas espécies.
 Estes mapas mostram a localização relativa de características morfológicas dos
cromossomos (ex.: centrômeros, marcadores citogenéticos ou bandas) e lesões
cromossômicas visíveis.

Citogenética

OBTENÇÃO DOS CROMOSSOMOS HUMANOS


 Método Cultura Celular
 Sangue periférico
 Medula Óssea
 Tumores Sólidos, etc.

 Uso de meios para estudar os cromossomos


 Sangue Heparinizado
 Fitohemaglutinina
 Meio RPMI
 Glutamina
 Soro Fetal Bovino
CROMOSSOMOS HUMANOS
46, XX

ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS
Não disjunção

 n + 1 = trissomia
 Down (21)  Klinefelter (X)
 Edwards (18)  Duplo Y
 Patau (13)  Triplo X

 n – 1 = monossomia
 Turner (X)

ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS
 Numéricas: representam alteração no número de um ou mais cromossomos, sejam
autônomos, sexuais ou ambos.
 Incluem casos em que há aumento ou diminuição do número do cariótipo
normal da espécie humana.

 Estruturais: Um ou mais cromossomos apresentam alterações de sua estrutura.

ANOMALIAS NUMÉRICAS
 Aneuploidia: 3-4% de todas as gestações.
 Número anormal de cromossomos, devido a um ou mais cromossomos extras
ou faltantes.
 A maioria dos aneuplóides autossomos é letal.
 O mecanismo cromossômico mais comum da Aneuploidia é a não disjunção
meiótica.
 O impacto da não disjunção meiótica depende do momento da meiose em que
ocorre.
 A maioria dos pacientes aneuplóides apresenta trissomia ou, menos frequente,
monossomia.
 Euploidia: Alteração numérica pouco comum.
 Alteração é múltiplo exato do número haploide (n)
 A sobrevivência de um indivíduo totalmente euplóide é impossível na espécie
humana.
 Quase todos os casos de triploidia (3n) ou de tetraploidia (4n) só foram
observados em abortos espontâneos.
 Raros casos chegaram a nascer, mesmo assim eram natimortos ou tiveram
morte neonatal.
Triploidia – 69, XXX ou 69, XXY

TRISSOMIAS AUTOSSÔMICAS:
1. Trissomia do 21
2. Trissomia do 18
3. Trissomia do 13

1. TRISSOMIA DO 21 – S. DE DOWN
Achados Comuns na Síndrome de Down

Período Neonatal
Hipotonia – Sonolência – Excesso de pele na nuca

Craniofacial
Braquicefalia – pregas epicânticas – língua protusa – orelhas pequenas – fendas
palpebrais inclinadas para cima

Membros
Sulco palmar único – clinodactilia – espaço maior entre o 1º e 2º artelho

A sutura coronal se funde


prematuramente, causando o
encurtamento longitudinal do
diâmetro do crânio
Prega cutânea da pálpebra superior (que se
estende do nariz até a parte interna da
sobrancelha) cobrindo o canto interno do
olho (conthus)

Língua para fora da boca devido à hipotonia


mandibular.

Encurtamento da falange média do


5º dedo

47,
XY,
+21
 Ocorrência por translocação Robertsonianas: envolvem cromossomos acrocêntricos.

Na figura, translocação de um
dos cromossomos do par 22
para o par 21, levando a uma
trissomia (três cromossomos)

Esse cariótipo não representa um indivíduo


com síndrome de Down, mas sim um portador
de translocação, onde um cromossomo do par
21 para o par 14, ocasionando numa
monossomia do 21.
Nesse caso, houve uma translocação entre o
próprio par 21, durante os processos de divisão
celular, mantendo dois cromossomos de um dos
progenitores juntos. Ao receber o cromossomo do
segundo progenitor, o total é 3 cromossomos no
par 21.

2. TRISSOMIA DO 18 – S. DE EDWARDS
 2° trissomia autossômica mais comum em humanos

 Incidência de 1 : 7.500 RN  relação com a idade materna (mais velha, mais chance
de nascer um indivíduo com essa condição)

 95% dos conceptos são abortados (sobrevida de meses é rara)

 80% desses que sobrevivem por mais tempo são do sexo feminino, ou seja, há indícios
de sobrevivência preferencial.

 Prognóstico reservado (5-10% vivos no 1° ano de vida)


47, XX, +18

3. TRISSOMIA DO 13 – S. DE PATAU
 3° trissomia autossômica mais comum em nativivos

 Incidência de 1 : 15.000 a 1 : 25.000 RN  idade materna associada, mesma relação


das síndromes anteriores

 98% dos conceptos são abortados espontaneamente, apenas 2 % nascem

 Prognóstico reservado, rara sobrevida no 1° ano (metade morre no 1° mês)

 Características do indivíduo:
 Microcefalia
 Olhos pequenos ou ausentes
 Orelhas deformadas e com baixa implantação
 Pescoço curto
 Polidactilia
 Lábio leporino
 Palato fendido
 Retardo mental e de desenvolvimento
 Más formações graves no SNC
 Defeitos urogenitais
 ♂  criptorquidismo (ausência do deslocamento de 1 ou ambos os
testículos da cavidade abdominal para o escroto)
 ♀  útero bicórneo e ovários hipoplásico

 Defeitos cardíacos
 Defeitos renais (rins policísticos)
47, XY, +13

ANEUPLOIDIAS DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS

Sexo fenotípico masculino


S. de Klinefelter
S. XYY

Sexo fenotípico feminino


S. de Turner

1. S. DE KLINEFELTER
 Incidência de 1/1000 meninos nascidos
 1/300 abortos

 Aspectos clínicos:
 Alta estatura (membros longos)
 Hipogonadismo (baixa testosterona)
 Ginecomastia
 Problemas cognitivos
 Infertilidade
 Cromatina sexual presente

2. DUPLO Y
 Sexo masculino
 Frequência 1/1000 meninos nascidos
 Sem modificações fenotípicas aparentes
 Altos
 Hiperatividade, déficit de atenção e impulsividade (agressividade)
 Raramente déficit mental

 Embora sejam homens normais, na maioria dos casos, os primeiros estudos sugeriam
que entre eles ocorria uma frequência alta de pacientes retardados mentalmente e com
antecedentes criminais.

 Cerca de 2% dos pacientes internados em instituições penais e hospícios tinham esse


cariótipo, o que mostrava serem os indivíduos XYY internados 20 vezes mais
numerosos do que na população livre.
 Não era 1 por mil, 2% é 20 por mil

 Porém, os mesmos dados revelaram que 96% dos indivíduos XYY são normais. 
Precisa de mais estudos antes de relacionar um “cromossomo do crime”

3. S. DE TURNER
 1 : 4000 meninas nascidas

 18% dos abortos espontâneos (com cromossomopatias)

 Aspectos clínicos:
 Baixa estatura
 Pescoço alado
 Implantação baixa de cabelos
 Edemas de mãos e pés ao nascimento
 Distúrbios de comportamento
 Anomalias renais e cardiovasculares
 Cromatina sexual negativa
 Disgenesia gonadal (ovários atrofiados)

45, X
MÉTODOS USADOS PARA O
RASTREAMENTO

MÉTODO FISH
 Hibridização in situ fluorescente

 Técnica na qual se realiza o acoplamento (hibridização) de duas fitas de DNA


complementares em lâminas para microscopia

 Essa técnica permite identificar a presença, ausência ou localização de segmentos


cromossômicos específicos, por meio de sondas de DNA marcadas com fluorocromos.
 Essas sondas são segmentos cromossômicos de sequência conhecida
Técnica que usa sondas de DNA
marcadas com fluorescência para
detectar anomalias cromossômicas,
como microdeleções e rearranjos
complexos

Blue Acqua Green Yellow Orange Red


O que faz?

 Detecta sequencias específicas de ácidos nucleicos pela formação de um duplex de um


fragmento de ác nucleico de fita simples modificado (sonda) e sua sequência
complementar (sequência alvo) no espécime fixado.

 A sonda de DNA reconhece e se hibridiza com sua sequência complementar no


cromossomo.

FISH versus CISH

 Cish: Hibridação Cromogênica in situ é uma técnica citogenética que combina o método de
detecção de sinal cromogênico das técnicas de imuno-histoquímica com a hibridização in situ.

 Fish: Hibridação Fluorescente in situ consiste no anelamento específico entre uma sonda à amostra
analisada.

Microscópio Microscópio
convencional com filtro
47,XY,+21

Linfócitos T (Sangue Periférico)

47,XX,+21

FIS
H SONDA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
CÂNCER DE MAMA -----------------------------------------------------------------------

SONDA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA

ADENOCARCINOMA DE PULMÃO ---------------------------------


ALK: linfoma quinase
anaplásico

Em torno de 5% dos adenocarcinoma de pulmão


(CPCNP)
SONDA DE FUSÃO *não fumantes
Metástase SNC
TRANSLOCAÇÕES E CÂNCER – CROMOSSOMO PHILADELPHIA
 A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença clonal caracterizada pela proliferação
e acúmulo de células tumorais mielóides e seus precursores, induzida pela transformação
neoplásica de uma das células hematopoiéticas.
LMC – 15-25% de todas as leucemias

90-95% dos casos há expressão de cromossomo Philadélfia

Translocação recíproca dos braços longos dos cromossomos 9 e 22, dando origem gene quimérico BCR-ABL
--------------------------------------- TÉCNICA DE FISH ---------------------------------

SONDA DE FUSÃO
VANTAGENS DO MÉTODO FISH:
 Pode ser usado tanto em células em pró-metáfase, metáfase como em interfase.

 Pesquisas de aneuploidias com maior rapidez (não precisa de cultura)

 Tecidos preservados podem ser pesquisados:


 Fixado em formol
 Amostra de sangue
 Medula óssea
 Parafina
 Lâmina citogenética

 Identificação de microdeleções
 Visualização de rearranjos cromossômicos = de difícil interpretação como rearranjos
dentro de um cromossomo.
FISH – TIPOS DE SONDAS

 Sondas centroméricas ou alfa satélites: para sequencias de DNA repetitivo localizadas


no centrômero ou região pericentromérica.
 Adequada para diagnóstico de aneuploidias

 Sodas de sequência única para o cromossomo: sondas específicas para determinado


loco ou gene.
 Deleções e duplicações submicroscópicas

 Sondas para cromossomo inteiro “pintura cromss”/”painting”:


 Rearranjos complexos
 Identificação da origem de material cromossômico adicional (cromossomos em
anel)
Detecção de pequenos rearranjos cromossômicos constitucionais ou adquiridos (ex.:
câncer)
FISH APLICAÇÕES
---------------------------------------------------------
 Aneuploidias dos cromossomos X e Y, trissomia (13, 18, 21):
 Responsável por 90% das anomalias cromossômicas.

 Diagnóstico em poucas horas.

 Analisa linfócitos em sangue periférico, amostras de vilosidades coriônicas, líquido


amniótico ou cordocentese (pré-natal)

 Utilização de sequências únicas ou alfa satélites

 Contagem dos sinais fluorescentes na célula interfásica.

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