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MEDICINA UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

GENÉTICA MÉDICA I
AULA 1 (22/02)

Introdução: idade materna e a relação com aumento


da probabilidade de desenvolvimento de síndromes
de Down (anáfase I ou II).

Organização do Material Genético:


Genes, Cromossomos e Genoma
O núcleo de uma célula única contém TODA a
informação genética de um ser vivo. Essa
informação está contida nos cromossomos
(empacotamento).
****HISTONAS: proteínas que envolvem o DNA
para formar o cromossomo (processo de
compactação).
Genoma: conjunto de toda a informação
genética de um organismo.
Existem genomas virais, bacterianos (circular
único + plasmídeo), eucarióticos (múltiplos)

Centrômero:
• Funções conservadoras
• Formação do cinetócoro
• Pareamento das cromátides
• Ciclo celular

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***Telômeros e a relação com câncer: GrupoC: submetacêntricos, 15 cromossomos


enzimas reparadoras de DNA (telomerases), no homem, e 16 na mulher (cromossomo X –
encurtamento do DNA através da divisão sexual – está nesse grupo, por isso a mulher
celular através da perda da extremidade, as tem um a mais), impossível identificar os pares.
telomerases completam com as trincas e ela
GrupoD: acrocêntricos, pares 13, 14 e 15.
entraria em autólise, já que os telômeros iriam
encurtar, mas isso não ocorre no câncer, então GrupoE: submetacêntricos, pares 16, 17 e 18.
esse fenômeno da reparação em tumores é
muito desenvolvido, assim o câncer utiliza as GrupoF: pares 19 e 20, indistinguíveis, são os
telomerases para se manter. Nobel de 2009! menores metacêntricos.
GrupoG: acrocêntricos pequenos, pares 21 e
Morfologia e Número dos Cromossomos
22.
Artigo “Paradigm Lost: The Human
Num cariótipo os cromossomos sexuais são
Chromosome Story”, número de cromossomos
sempre os últimos.
da espécie humana de 48 para 46.
Classificação dos cromossomos de acordo com
a posição do centrômero:
Metacêntrico (meio), submetacêntrico (um curto
e um longo), acrocêntrico (um longo e um muito
pequeno na região satélite, rica em RNAr
existem sequencias de RNA que fabricam
RNAr, fundamental para a síntese de
ribossomos); na espécie humana só
encontramos esses 3 tipos de cromossomos.
Cariótipo: conjunto de cromossomos cujos
números são característicos de cada espécie e
de seus gametas. De maneira organizada
podemos diagnosticar anomalias genéticas Em termos técnicos, o braço P refere-se à
relacionados ao número, morfologia. porção menor do cromossomo e o braço Q ao
IDIOGRAMA E BANDEAMENTO mais longo. Essa terminologia é usada pra
identificar as regiões e facilitar o pareamento
dos cromossomos. Cromossomos se encontra
em metáfase.

GrupoA: grandes cromossomos


metacêntricos, pares 1, 2 e 3.
GrupoB: submetacêntricos, pares 4 e 5.
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Reconhecimento da posição: ex p222, foca nos centrômeros e as cromátides


geralmente se ignora a banda (p22), refere-se claras; cromossomo Y tem seu braço maior
ao albinismo ocular. destacado.

Banda Q ou R: muito usada para identificar


cromossomo Y. Bandeamento: CLASSIFICAÇÃO e
DISTINÇÃO DOS CROMOSSOS, para
diagnosticar de forma correta o cariótipo do
paciente, cada bandeamento verifica uma
determinada estrutura.
Curiosidade: o genoma humano é altamente similar
ao de primatas “Apes” – gorilas e chimpanzés.

Recombinação Genética e MUTAÇÃO


2ª lei de Mendel: segregação independente
dos gametas + crossing-over + fertilização =
geram variabilidade genética!
Meiose

Heterocromatina: escura
Eucromatina: clara
Banda C: cromossomos tratados com solução
alcalina, renaturados e corados com Giemsa;
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Espermatogênese (meiose)

Diferença da meiose de homens e mulheres


na espécie humana é a explicação inicial do
porquê mulheres mais velhas correm o risco de
ter crianças com trissomias.
Homem: espermatogônias são sempre novas e
originarão espermatozoides novos, isso é
constante durante toda a vida do homem,
sempre estará produzindo novas
espermatogônias.
Mulher: ovogônias já estão produzidas e
formadas quando a mulher nasce (o
desenvolvimento inicia ainda durante a
gestação), ela fica estagnada na meiose I,
prófase I e só é maturada após a fecundação –
ovócito I. Menstruação: liberação de ovócitos
I, só se torna II se ocorrer a fecundação,
terminando assim sua maturação.
Menopausa: não tem mais óvulos I para
menstruar.
***ERRO NA ANÁFASE I OU II: criança com
trissomia, que aumenta a probabilidade com
o aumento da idade da materna – chance de
ocorrer um erro na divisão aumenta já que o
ovócito tem a idade da mãe, problema da
não disjunção na gametogênese feminina.

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AULA 2 (01/03)

Introdução: Qual fenômeno bioquímico


explica o aumento da probabilidade de
mulheres mais velhas terem maiores chances
de terem crianças com trissomia??
Artigo: “Guardian spirit blesses meiosis” –
O guardião do espírito abençoa a meiose
During egg and sperm production, the two
copies of a duplicated chromosome must be
bound together until it is time for their
separation. A protein that protects this
chromosomal glue has now been discovered.
It is estimated that about 20% of human eggs
have an abnormal number of chromosomes,
and it is well known that the incidence of fetuses
with three copies of some chromosomes —
rather than the usual two — increases markedly
with the age of the mother1,2. The fact that
human eggs can arrest in the early stages of
their creation for up to 45 years is clearly a
factor. For this entire period, to prevent
abnormal chromosome numbers, the two
copies of a duplicated chromosome (‘sister
chromatids’) need to remain tethered to each
other, and the chromosome needs to be
connected to its opposite number, until they are
told to separate.
Chromosome segregation at anaphases I and II
involves two regulated bursts of a specific
protein-degrading activity, called separase.
Explicação de como o fenômeno da não-
disjunção ocorre a nível molecular,
relacionado a proteínas.

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• Mitose após a duplicação dos degrada apenas na telófase I, assim as


cromossomos produz pares de cromátides permanecem juntas também na
cromátides irmãs. meiose II.
• As cromátides são mantidas juntas pelo
******Se a Sgol não é degradada elas
complexo cohesin que contém a proteína
permanecem juntas e a separase puxa as duas
Rad21.
cromátides para a mesma célula, e não
• Quando as fibras do fuso se ligam aos consegue separar, OU a separasse não
centrômeros (metáfase) o sistema fica dissolve a REQ8 (ou cromátides ou
sobre tensão, isso ATIVA A ENZIMA cromossomos homólogos); com o avanço da
SEPARASE idade a proteína pode perder sua ação
• Esta enzima cliva a Rad21, resultando protetora e não ser degradada. ****hipóteses
na liberação da coesão e separa as
cromátides. Mutações Cromossômicas
Cromossômicas: 2 tipos
Numéricas – euploidia (mudança no conjunto
total de cromossomos, INCOMPATÍVEL COM
A VIA HUMANA – haploidia, tertaploidia etc.),
aneuploidia (trissomia, nulissomia,
monossomia – foco da primeira parte da
matéria).
Estruturais – deficiência (perda de um pedaço
do cromossomo), translocações (troca entre
pedaços de cromossomos não homólogos),
• Na meiose I os centrômeros de um par
duplicação (repetição de uma parte), inversões
de cromátides irmãs estão conectados
(rotação de 180º de um pedaço cromossômico)
as fibras do fuso (mantêm as cromátides
juntas pelo centro). Gênicas: substituição, adição ou deleção de
• O complexo Cohesin contendo a bases nitrogenadas.
proteína Rec8 mantém as cromátides
**Abortos espontâneos: alterações
irmãs juntas no centrômero e ao
cromossômicas provocam o aborto espontâneo
longo dos braços (ficam conectadas
pois dependendo do cromossomo afetado é
por inteiro).
impossível de haver a vida. EX: uma alteração
• A anáfase I desencadeada pela clivagem
no cromossomo 1 é tão grave que ocorre no
(DIVISÃO) da Rec8 das cromátides
início (não aparece nos gráficos de aborto), pois
homólogas pelas SEPARASE,
o cromossomo 1 é o primeiro (grupo A) é o
permitindo a separação dos
maior de todos, com maior quantidade de
cromossomos homólogos.
genes, uma alteração nele é incompatível com
POR QUÊ AS CROMÁTIDES NÃO SE a vida.
SEPARAM E PERMANECEM JUNTAS (em
*****Trissomias compatíveis com a vida são as
caso de trissomia)?
trissomias do cromossomo 21 (Down), 18
Existem uma proteína chamada Sgol (guardião (Edward), 13 (Patau – poucas/horas de vida
do espírito) que protege a Rec8 dos caso nasça vivo, muito fatal) e a de
centrômeros durante a anáfase I mantendo as cromossomos sexuais (Turner, Klinefelter).
cromátides juntas e ocasionando a não
degradação da Rec8 na anáfase. A Sgol é

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Sistema Internacional de Nomenclatura dos • dup (duplicação).


Cromossomos Humanos (ISCN)
• ins (inserção).
• Descrição dos Cromossomos Humanos:
• rcp (translocação recíproca).
- Número de cromossomos da célula ou do
• rec (translocação recombinante).
indivíduo, cromossomos sexuais e
anormalidades cromossômicas devem ser • rob (translocação robertsoniana).
separadas por vírgulas.
• tan (translocação em tandem).
▫ Exemplo: 46, XX ou 46, XY.
• : (quebra sem junção dos fragmentos).
- Número de cromossomos envolvidos nos
rearranjos estruturais e pontos de quebras nos • :: (quebra e junção)
arranjos estruturais envolvendo mais de um AULA 3 (08/03)
cromossomo devem ser separados por ponto e
vírgula. Diagnósticos pré-natal de mutações
cromossômicas numéricas
▫ Exemplo: 46, XX, t(2;4)(q21; q34).
Principais síndromes numéricas
• Descrição de um cariótipo humano pela ISCN
depende da banda: Características de expressão de aberrações
cromossômicas autossômicas:
- Banda: segmento cromossômico distinguível
do segmento anexo. Retardo do desenvolvimento estatural intra-
uterino e pós-natal
▫ Os cromossomos são distinguíveis por bandas
claras e escuros não há interbandas. Dismorfologias: faciais, genitais e de regiões
distais dos membros, onde encontram-se
▫ Os braços dos cromossomos são separados
multimalformações
em regiões delimitadas por locais específicos.
Estes locais são importantes para identificação Comprometimento intelectual
dos cromossomos.
História familiar de abortos de repetição ou
• A – G (grupos cromossômicos). neomortos multiformados
• 1 – 22 (número de autossomos). Insuficiência placentária, sangramentos
durante o primeiro e o segundo trimestre de
• X, Y (cromossomos sexuais).
gravidez.
• / (separar as linhagens celulares).
• + ou - (indica se o cromossomo foi adicionado
ou perdido; indica ganho ou perda no braço
cromossômico).
• ? (identificação questionável do cromossomo
ou da estrutura cromossômica).
• * (indica que o cromossomo ou a estrutura
deve estar explicada no rodapé.
• ace (acêntrico).
• dei (deleção).
• der (cromossomo derivativo).
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Diagnóstico das principais CARIOTIPAGEM: DIAGNÓSTICO


cromossomopatias Pulsão Biópsia de Vilocorial: células do
TESTES DE RASTREAMENTO E tecido fetal – 20mg de vilosidades coriônicas,
DIAGNÓSTICO: entre 10 e 20 semanas faz recente (entre 10 e 11 semana) diagnóstico
precoce, tem risco de aborto: sangramento,
Translucência Nucal (T.N.) lesões cervicais infecção fetal e intrauterina,
risco de aborto de 0,5% a 1%. A principal
Entre 10 e 14 semanas
vantagem da CVS comparada à amniocentese
Alterado quando >2,5mm (muito líquido de meio trimestre é que a CVS permite que os
indicativo de trissomia) resultados estejam disponíveis em uma fase
mais inicial da gravidez, reduzindo, desse
Sensibilidade associada a idade materna de
modo, o período de incertezas e permitindo que
80%, falso 5% e positivo 30%
a interrupção da gestação, se for o caso, seja
realizada no primeiro trimestre.
A CVS (Chorionic Villus Sampling)envolve a
biópsia do tecido das vilosidades do córion por
via transcervical ou transabdominal, geralmente
entre a 10ª e 13ª semana de gestação. As
vilosidades coriônicas são derivadas do
trofoblasto, a parcela extraembrionária do
blastocisto, e são fontes de tecido fetal para
biópsia.

***Alteração hidrodinâmica das células:


dificulta a absorção dos tecidos do feto.
(acúmulo de fluidos na nuca do feto para o
desenvolvimento)
Marcadores bioquímicos
Beta HCG
Alfa1-fetoproteína (AFP)
Estradiol
SOD 1 para trissomia de 21
Entre 15 e 20 semanas
***Sensibilidade associada a idade materna de
60 a 70%

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Amniocentese: coleta de líquido amniótico A principal complicação associada à


com células de descamação do feto, a partir da amniocentese de meio trimestre entre a 16ª e a
15/16 semana, utilizado para exames 20ª semanas de gestação é o risco de um em
bioquímicos, menor risco de aborto. 300 a um em 500 de indução de aborto, além
do risco basal de perda da gravidez de
aproximadamente 1% a 2% para qualquer
gravidez neste estágio de gestação. Outras
complicações são raras, incluindo perda de
líquido amniótico, infecção e lesão no feto
causada pela agulha da punção. A
amniocentese precoce realizada entre a 10ª e
14ª semana não é mais recomendada pelo alto
risco de perda de líquido amniótico, um risco
três vezes maior de aborto espontâneo e um
risco de seis a sete vezes maior de talipes
equinovarus (pé torto) acima do risco
populacional de 0,1 a 0,3%. A amniocentese
precoce foi agora substituída pela amostragem
de vilosidades coriônicas
Microquimerismo materno-fetal

A amniocentese refere-se ao
procedimento de introduzir uma agulha no saco
amniótico e extrair uma amostra de líquido
amniótico por via transabdominal. O líquido
amniótico contém células de origem fetal que
podem ser cultivadas para testes diagnósticos.
Antes da amniocentese, o escaneamento por
ultrassonografia é utilizado rotineiramente para
avaliar a viabilidade fetal, a idade gestacional Na gravidez, células fetais conseguem
(pela determinação de parâmetros biométricos atravessar a barreira da placenta e incorporar
variados, como circunferência da cabeça, nos tecidos da mãe, em várias localizações
circunferência abdominal e comprimento do possíveis do seu corpo, da mesma forma, as
fêmur), o número de fetos, o volume do líquido células da mãe podem ser encontradas nos
amniótico, a normalidade das estruturas filhos. Em ambos os casos, essas células
anatômicas do feto, e a posição do feto e da podem ser encontradas décadas após a
placenta para possibilitar a melhor posição para gravidez.
inserir a agulha. A amniocentese é executada
em uma base ambulatorial normalmente entre
a 16ª e 20ª semana após o primeiro dia do
último período menstrual.

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Principais cromossomopatias fenótipo. Por isso pacientes mosaicos são


NUMÉRICAS menos afetados pela trissomia. Essa forma de
síndrome de Down NÃO TEM RELAÇÃO COM
Autossômicas: Down 21, Patau 13 e Edward A IDADE MATERNA, O PROBLEMA FOI NO
18. ZIGOTO.
Alossômicas (sexuais): SÍNDROME DE EDWARD
Klinefelter 47 XXY: atrofia testicular, A gravidade depende se houve
infertilidade e ginecomastia comprometimento cardiovascular e respiratório.
Turner 45 XO: baixa estatura, ovários É a de maior dificuldade de diagnóstico no pós
rudimentares e infantilismo sexual – parto.

Duplo Y – 47 XYY: homens férteis com Alguns sinais clínicos: pés mata-borrão (grande
distúrbios comportamentais convexidade plantar), pescoço curto, hipertonia
muscular, boca pequena, atrofia cortical,
Triplo X – XXX: mulheres férteis e que não hipertonia com as mãos serradas, apneia,
apresentam qualquer manifestação clínica defeitos cardíacos, mal formação renal, etc.
SÍNDROME DE DOWN SÍNDROME DE PATAU
Down por Translocação Robertsoniana: Ao Letalidade precoce, 95% morrem no primeiro
contrário da trissomia do 21 típica, a síndrome semestre de vida. Sinais clínicos evidentes:
de Down por translocação não apresenta microcefalia, microftalmia, fissura lábio-palatal
nenhuma relação com a idade materna, mas bilateral completa (abertura acentuada,
tem um risco relativamente alto de recorrência pior/maior que lábio leporino), surdez, presença
em famílias quando um progenitor, de proboscis, apneia, cardiopatias congênitas,
especialmente a mãe, é portador de problemas pulmonares, polidactilia, anomalia
translocação. Por essa razão, a cariotipagem de polegares, etc.
dos pais e possivelmente de outros parentes é
essencial para que um aconselhamento TRIPLO X
genético acurado seja fornecido.
Maioria dos casos: não disjunção materna
Na translocação o cromossomo 21 está ligado (aumenta com a idade materna).
a outro (geralmente o cromossomo 14), o
Apresentam esterilidade, irregularidade
cariótipo nesse caso apresenta 46
menstrual, retardo mental brando, anomalias
cromossomos e a translocação é representada
físicas raramente são vistas.
por t (14;21) ou t (14q21q). A letra q = braço
longo dos cromossomos envolvidos. Diagnóstico: análise de corpúsculo de Barr (vão
ter dois)/pesquisa de cariótipo.
MOSAICISMO DO 21
DUPLO Y
Indivíduos com dois tipos de células: normais
(46) e outro com 47 devido a trissomia do 21, Alta estatura, comprometimento intelectual e
“Down por mosaico”. alterações cognitivas, apresentam
hiperatividade e fertilidade normal, alterações
A principal causa é a não disjunção do 21
dermatoglíficas evidentes.
durante a mitose do ZIGOTO. Quando ocorre
em uma célula, todas as derivadas serão
trissômicas. Assim gera uma proporção entre
células normais e trissômicas, quanto menor o
número de trissômicas menos acentuado é o
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ESTUDOS (livro) 10/03 polipeptídeo codificado. Primeiramente, o RNA


é sintetizado a partir do molde de DNA por um
O produto de genes codificadores de
processo conhecido como transcrição. O
proteínas é uma proteína, cuja estrutura por fim
RNA, que carrega a informação codificada sob
determina as suas funções específicas na
a forma chamada de RNA
célula. Mas se houvesse uma simples
mensageiro (RNAm), é então transportado do
correspondência de um para um entre genes e
núcleo para o citoplasma, onde a sequência de
proteínas, poderíamos ter no máximo cerca de
RNA é decodificada, ou traduzida, para
20.000 proteínas diferentes. Esse número
determinar a sequência de aminoácidos na
parece insuficiente para dar conta da vasta
proteína que está sendo sintetizada.
gama de funções que ocorre em células
A tradução ocorre nos ribossomos, que são
humanas ao longo da vida. A resposta para
organelas citoplasmáticas com locais de
esse dilema é encontrada em duas
ligação para todas as moléculas de interação,
características da estrutura e função gênicas.
incluindo o RNAm, envolvido na síntese
Em primeiro lugar, muitos genes são capazes
proteica. Os ribossomos são compostos de
de gerar vários produtos diferentes, não apenas
muitas proteínas estruturais diferentes em
um. Esse processo é efetuado através do uso
associação com tipos especializados de
de segmentos de codificação alternativos nos
RNA conhecidos como RNA ribossômicos
genes e de modificações bioquímicas
(RNAr). A tradução envolve ainda um terceiro
subsequentes da proteína codificada; essas
tipo de RNA, o RNA de transferência (RNAt),
duas características dos genomas complexos
que fornece a ligação molecular entre o código
resultam em uma amplificação substancial do
contido na sequência de bases de cada RNAm
conteúdo de informações. Na verdade, estima-
e a sequência de aminoácidos da proteína
se que, dessa maneira, os 20.000 genes
codificada por tal RNAm.
humanos podem codificar muitas centenas de
milhares de proteínas diferentes, coletivamente Monossomias são mais deletérias que
chamadas de proteoma. Em segundo lugar, trissomias. As monossomias completas
proteínas individuais não funcionam sozinhas. geralmente não são viáveis, exceto para a
Elas formam redes elaboradas, envolvendo monossomia do cromossomo X. As trissomias
muitas proteínas diferentes e RNAs completas são viáveis para os cromossomos
reguladores que respondem de maneira 13, 18, 21, X e Y.
coordenada e integrada a muitos diferentes
É notável que esses autossomos (13, 18
sinais genéticos, ambientais ou de
e 21) são os três que possuem menor número
desenvolvimento. A natureza combinatória das
de genes, a trissomia dos autossomos com
redes de proteínas resulta em uma diversidade
maior número de genes é letal na maioria dos
ainda maior de possíveis funções celulares.
casos. A monossomia em um cromossomo
Para genes localizados nos autossomos, inteiro quase sempre é letal; uma importante
existem duas cópias de cada gene, uma no exceção é a monossomia do cromossomo X,
cromossomo herdado da mãe e uma no como observado na síndrome de Turner.
cromossomo herdado do pai. Para a maioria
As causas de aneuploidia não sejam
dos genes autossômicos, ambas as cópias são
completamente compreendidas, o mecanismo
expressas e geram um produto.
cromossômico mais comum é a não disjunção
A informação genética está armazenada meiótica. Ela refere-se à falha na separação
no DNA do genoma por meio de um código correta de um determinado par cromossômico
(o código genético, discutido adiante), no qual durante uma das duas divisões meióticas,
a sequência de bases adjacentes por fim geralmente durante a meiose I. As
determina a sequência de aminoácidos no consequências genômicas da não disjunção
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durante a meiose I e a meiose II são diferentes.


Se o erro ocorrer durante a meiose I, o gameta
com 24 cromossomos conterá ambos os
membros cromossômicos, paterno e materno,
do par. Se ele ocorrer durante a meiose II, o
gameta com o cromossomo extra conterá
ambas as cópias do cromossomo materno ou
paterno.
A não disjunção também pode ocorrer
durante uma divisão mitótica após a formação
do zigoto. Se isso acontece nas divisões iniciais
de clivagem, pode resultar
em mosaicismo clinicamente significativo. Em
algumas linhagens de células malignas e
algumas culturas de células, a não disjunção
mitótica pode levar a cariótipos muito anormais.
MOSAICISMO
Quando uma pessoa possui uma
anomalia cromossômica, seja numérica ou
estrutural, a anomalia está normalmente
presente em todas as suas células. Algumas
vezes, no entanto, dois ou mais complementos
cromossômicos diferentes estão presentes no
mesmo indivíduo; essa situação é
denominada mosaicismo. O mosaicismo é
usualmente detectado pela cariotipagem
convencional, mas também pode ser
suspeitado com base na análise de FISH em
interfases ou nos microarranjos
cromossômicos.
Uma causa comum de mosaicismo é a
não disjunção nas divisões mitóticas pós-
zigóticas iniciais. Por exemplo, um zigoto com
um cromossomo 21 adicional pode perder esse
cromossomo extra em uma divisão mitótica e
continuar se desenvolvendo como mosaico
46/47,+21. Os efeitos do mosaicismo no
desenvolvimento variam em função do
momento em que ocorre o evento de não
disjunção, da natureza da anomalia
cromossômica, da proporção dos diferentes
complementos cromossômicos presentes e dos
tecidos afetados. Acredita-se frequentemente
que indivíduos que são mosaicos para uma
determinada trissomia, como o mosaico da
síndrome de Down ou da síndrome de Turner,
são menos severamente afetados do que
indivíduos não mosaicos.

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AULA 4 (15/03) Ex: Síndrome de Prader-Willi e Síndrome de


Algeman (ambas do cromossomo 15, um de
SÍNDROME DE WARKANY OU
origem materna A, outro paterna PW)
TRISSOMIA DO 8
Classificação de dissomia uniparental:
Causas e tipos:
ISODISSOMIA: cromossomos idênticos em
A trissomia do 8 em mosaico resulta de um duplicata (duplicou, mas não separou –
evento pós-zigótico (erro na segregação do cromátides irmãs idênticas), causas: não
cromossomo durante a mitose num feto com disjunção na meiose II, mesmas informações
um cariótipo normal). gênicas.
A trissomia 8 completa 06é causada por um HETERODISSOMIA: ambos os homólogos de
erro na segregação do cromossomo durante a um progenitor, causas: não disjunção da
meiose e resulta em aborto espontâneo durante meiose I, informações gênicas diferentes.
o primeiro trimestre. Quando o feto sobrevive,
apresenta o mesmo fenótipo de trissomia em • Síndrome de Prader-Willi
mosaico (não há relatos de uma pessoa com
Caracterizada por: hipotonia neonatal seguida
trissomia do 8 total: aborto, não sobrevive; só
de obesidade, hábitos alimentares excessivos e
há casos de mosaicos, mais leve).
indiscriminados, mãos e pés pequenos, baixa
Achados clínicos: características dismorficas estatura, hipogonadismo e deficiência
facial ligeiras, alongamento do crânio intelectual.
(escafocefalia), fronte proeminente, nariz largo
IMPRINTING GENÔMICO
e antevertido, hipertelorismo (grande
afastamento dos olhos), atraso mental ligeiro. Mecanismo que ocorre em algumas regiões
Sexo masculino mais afetado que feminino. gênicas em alguns cromossomos, cuja
expressão de alguns genes depende da origem
SÍNDROME DO OLHO DO (paterna ou materna).
GATO/TRISSOMIA DO 22
Dois genes inativados
Causa comum de abortamentos espontâneos
nos primeiro trimestre de gravidez, em casos
raros a gestação ocorre até o sexto mês. São
raros também os casos de nascimento de
bebês portadores da trissomia do 22
(geralmente morrem no primeiro ano de vida).
Aspectos clínicos: obstrução anormal do ânus,
coloboma da íris (“olho de gato”, defeito
congenital, malformação do olho), retardo
mental, baixa estatura, mandíbula atrofiada etc.

DISSOMIA UNIPARENTAL
Ocorre quando uma pessoa recebe duas cópias
de um cromossomo ou parte de um
cromossomo de um dos pais e nenhuma cópia
do outro (tem os dois cromossomos só da mãe
ou só do pai) – recebe ambas as cópias de
cromossomo do mesmo progenitor.

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TIPOS DE REARRANJOS ESTRUTURAIS


CROMOSSÔMICOS
NÃO EQUILIBRADOS/BALANCEADOS: há
ganho ou perda efetiva e material genético
importante (presença de material adicional ou
ausente). Fenótipo provavelmente será
MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS anormal: deleção ou duplicação de genes;
ESTRUTURAIS geram uma ampla gama de fenótipos. Grandes
rearranjos estruturais que envolvem o
Durante a prófase I da meiose geralmente desequilíbrio de, pelo menos, algumas
ocorrem quebras e trocas de cromossomos, megabases podem ser detectados em nível de
durante os rearranjos ocorrem falhas e pedaços bandeamento cromossômico de rotina,
de cromossomos são trocados ou perdidos. incluindo a cariotipagem de alta resolução. A
detecção de alterações menores, no entanto,
Alterações no arranjo dos genes no
geralmente requer análise de maior resolução,
cromossomo = alterações estruturais.
envolvendo FISH ou análise de microarranjos
-Diagnosticadas por técnicas especiais de cromossômicos. Exemplos: deleção,
microscopia (FIV consegue rastrear se houver duplicação, cromossomo em anel,
mutação estrutural no embrião fertilizado). isocromossomos.
TIPOS: EQUILIBRADOS/BALANCEADOS: não há
ganho ou perda efetiva de material genético,
• Translocação recíproca;
apenas reorganização, genoma com material
• Translocação robertsoniana; completo. Mesmo quando os rearranjos
• Deleção; estruturais balanceados podem representar
• Inversão; uma ameaça às gerações subsequentes,
• Duplicação; porque os portadores são mais suscetíveis a
• Inserção; produzir uma frequência significativa de
• Cromossomo em anel; gametas desbalanceados e, portanto, têm um
• Isocromossomo; risco aumentado de ter uma prole anormal com
cariótipos desbalanceados; dependendo do
rearranjo específico, esse risco pode variar de
1% a 20%. Também existe a possibilidade de
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que uma das quebras cromossômicas porque perdeu o local onde as fibras do fuso se
interrompa um gene, levando a uma mutação. ligam a ele.
Especialmente com o uso do sequenciamento
 Síndromes
de genoma completo para examinar a natureza
aparentemente balanceada dos rearranjos em Síndrome de Wolf-Hirschhorn: características
pacientes que apresentam fenótipos craniofaciais típicas, deficiência no crescimento
significativos, esta é uma causa de distúrbios pré e pós-natal, atraso mental etc. Deleção 4p
cada vez mais bem documentada em e Monossomia 4p.
portadores de translocações balanceadas; tais
translocações podem fornecer pistas úteis na Síndrome do miado do gato (Cri Du Chat):
identificação do gene responsável por um choro característico, microcefalia, olhos
determinado distúrbio genético. Exemplos: amendoados, hipertelorismo (olhos muito
translocação e inversão. separados), fenda palpebral. Monossomia 5p
(46XX del/deleção 5p).
MUTAÇÕES ESTRUTURAIS
Síndromes de microdeleção e deleção
DEFICIÊNCIA OU DELEÇÃO: quebra em duas
regiões do cromossomo sendo que o pedaço se Síndromes de deleção são visíveis na
perde e o cromossomo se solda: deleção cariotipagem por possuírem uma dimensão
intercalar. Gera uma MONOSSOMIA PARCIAL. maior ( >5 megabases)
Um portador de deleção cromossômica (com Síndromes de microdeleção envolvem
um homólogo normal e um homólogo com segmentos menores e não são muito visíveis,
deleção) é monossômicos para a informação dificulta o diagnóstico (de 1 a 3 megabases)
genética no segmento correspondente do
homólogo normal. As consequências clínicas Síndrome gênica contígua: deleção de
refletem haploinsuficiência (literalmente, a múltiplos genes não relacionado (são deletados
incapacidade de uma única cópia do material por estarem próximos no cromossomo). O
genético realizar a função normal fenótipo é frequentemente atribuível a cópias
desempenhada pelas duas cópias), e, quando extras ou deficientes de múltiplos genes
examinado, sua severidade reflete o tamanho contíguos, dentro da região deletada ou
do segmento ausente e o número e a função duplicada. Para outros distúrbios como esse, no
dos genes específicos que foram excluídos. entanto, o fenótipo é aparentemente causado
Uma deleção pode ocorrer na extremidade do por deleção ou duplicação de apenas um único
cromossomo (terminal, pontas se juntam e gene no interior da região, apesar de ser
dão origem ao cromossomo em anel, tipicamente associado a uma anomalia
raramente observadas porque um cromossômica que engloba vários genes.
cromossomo sem telômero se degenera) ou EXEMPLOS DE SÍNDROMES:
ao longo do braço de um cromossomo
(intersticial). As deleções podem se originar Síndrome de Prader-Willi (deleção 15p11):
pela simples quebra cromossômica e perda do obesidade, comportamento obsessivo
segmento acêntrico. Numerosas deleções têm compulsivo).
sido identificadas durante o diagnóstico pré- DUPLICAÇÃO: gera uma TRISSOMIA
natal ou na investigação de pacientes PARCIAL. Em geral, a duplicação parece ser
dismórficos ou de pacientes com deficiência menos prejudicial do que a deleção. Entretanto,
intelectual. uma vez que a duplicação em um gameta
*****Se a deleção ocorrer no centrômero: resulta em um desbalanço cromossômico (i.e.,
cromossomo não realiza a divisão celular trissomia parcial), e uma vez que a quebra
cromossômica que o gerou pode interromper
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genes, a duplicação frequentemente leva a descritos isocromossomos para vários


alguma anomalia fenotípica. autossomos, o isocromossomo mais comum
envolve o braço longo do cromossomo X —
Pode ser duplicação direta ou invertida.
designado i(X)(q10) — em uma proporção de
Trissomia parcial 1p: microcefalia, ptose indivíduos com síndrome de Turner. Os
palpebral (queda das pálpebras), atraso mental. isocromossomos são também encontrados
frequentemente em cariótipos de tumores
Duplicação recíproca: segmento gênico deleto sólidos e neoplasias hematológicas malignas.
e duplicado (exemplo trissomia 4p), gera:
prognatismo (queixo pra frente), hipoplasia dos Síndromes de Pallister-Killian (SPK): anomalia
ossos do nariz, glabela proeminente, pescoço do isocromossomo 12, tetrassomia 12p.
curto etc. manchas hipopigmentares da pele, alopecia,
retardo mental, convulsões, cardiopatias
CROMOSSOMOS EM ANEL: cromossomos gênicas, face dismórfica.
muito pequenos, não identificáveis, chamados
de cromossomos marcadores, são INVERSÕES: duas ou mais quebras no
ocasionalmente observados em preparações cromossomo durante a intérfase, o segmento
de cromossomos, com frequência em um que fica entre os dois pontos de quebra é
estado de mosaico. Eles estão geralmente reparado em posição inversa a original. São
adicionados ao complemento cromossômico rearranjos equilibrados, NÃO OCORRE
normal e são, portanto, referidos como PERDA OU GANHO de material genético; é um
cromossomos supranuméricos ou rearranjo balanceado.
cromossomos extras estruturalmente anormais.
Tipos de inversão:**boomerang no celular
Muitos marcadores cromossômicos perdem o
telômero e constituem cromossomos em Paracêntrica: quebras no mesmo braço. Na
anel, que são formados quando o cromossomo Inversão Paracêntrica Heterozigota todos os
sofre duas quebras e as extremidades produtos são viáveis. ***imagem no celular
cromossômicas quebradas reúnem-se numa
Pericêntrica: fragmento invertido incluir o
estrutura em anel. Alguns desses anéis
centrômero. Pode ser mais fácil identificar as
experimentam dificuldades durante a mitose,
inversões pericêntricas citogeneticamente
quando as duas cromátides-irmãs tornam-se
quando elas mudam a proporção dos braços
entrelaçadas durante sua tentativa de disjunção
cromossômicos, bem como o padrão de
na anáfase. Nesses casos, podem acontecer
bandeamento. Um simples cruzamento desse
quebras do anel seguidas de fusão, e anéis
tipo de inversão gera um cromossomo normal,
maiores e menores podem ser gerados. Devido
um cromossoma invertido e dois cromossomos
a essa instabilidade mitótica, não é incomum
recombinantes que tem duplicações e
encontrar cromossomos em anel em apenas
deficiências. ***imagem no celular
uma proporção das células.
Consequências das inversões: malformações
ISOCROMOSSOMOS: é um tipo de duplicação
na prole, abortos de repetição, diminuição da
(NÃO CONFUNDIR COM CROSSING-OVER)
fertilidade (maior número de gametas
um cromossomo no qual um dos braços está
inviáveis), prole fenotipicamente e
ausente e o outro é duplicado em forma de
cariotipicamente normal, prole normal porém
imagem espelhada. Uma pessoa com 46
portadora da mesma inversão do progenitor.
cromossomos carregando um isocromossomo,
portanto, tem uma cópia única do material TRANSLOCAÇÃO: um segmento
genético de um braço (monossomia parcial) e cromossômico troca de posição com o
três cópias do material genético do outro braço segmento de outro cromossomo
(trissomia parcial). Embora já tenham sido (intercromossômica) ou trocas dentro do
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mesmo cromossomo (intracromossômica). vídeo mostrado pelo professor + imagem no


NÃO É PERMUTAÇÃO, trocas são entro celular.
cromossomos NÃO HOMÓLOGOS.
(LIVRO)
Tipos de translocação: ***imagem no celular
A existência de translocações apresenta
Translocação não recíproca desafios para o processo de pareamento e
recombinação dos cromossomos homólogos
Translocação recíproca ou balanceada (mais
durante a meiose. Quando os cromossomos de
frequente): resulta de quebra ou de
um portador de uma translocação recíproca
recombinação envolvendo cromossomos não
balanceada pareiam-se na meiose eles devem
homólogos, com troca recíproca dos
apresentar uma formação quadrivalente para
segmentos quebrados ou recombinados,
assegurar o alinhamento apropriado das
assim, o número total de cromossomos não é
sequências homólogas (em vez das formações
alterado. (LIVRO) Tais translocações
bivalentes típicas vistas nos cromossomos
geralmente não possuem efeito fenotípico; no
normais). Na segregação típica, dois dos quatro
entanto, como ocorre em outros rearranjos
cromossomos na formação quadrivalente
estruturais balanceados, elas estão associadas
migram para cada polo da anáfase; no entanto,
a um maior risco de gametas desbalanceados
os cromossomos podem segregar-se de
e progênie anormal. Elas ficam aparentes
diferentes maneiras a partir dessa
durante o diagnóstico pré-natal ou quando os
configuração, dependendo de qual dos
pais de uma criança clinicamente anormal com
cromossomos vai para cada polo.
translocação desbalanceada são
A segregação alternada, o tipo usual de
“cariotipados”. As translocações balanceadas
segregação meiótica, produz gametas
são mais comumente encontradas em casais
balanceados que têm tanto o complemento
que tiveram dois ou mais abortos espontâneos
cromossômico normal como dois cromossomos
e em homens inférteis do que na população em
recíprocos. Outros padrões de segregação, no
geral.
entanto, sempre produzem gametas
Como nas inversões, nas translocações não desbalanceados.
ocorre perda ou ganho de material genético.
Assim, não há consequências fenotípicas
quando for homozigoto. Se o ponto de quebra
ocorrer dentro de um GENE pode ocorrer
mutação.
Consequências da translocação na MEIOSE:
-Ocorre na prófase
Homozigotos apresentam meiose normal;
Cromossomos homólogos pareiam
normalmente, permutação não apresenta
problemas.
Translocações Robertsonianas. As
*****Entretanto, translocação na meiose pode translocações robertsonianas são o tipo mais
ser um problema heterozigotos: durante o comum de rearranjo cromossômico observado
pareamento, os cromossomos podem ser na espécie humana e envolvem dois
visualizados na forma de cruz. A disjunção cromossomos acrocêntricos que se fundem
pode ocorrer de 3 maneiras, 2 dessas próximo à região do centrômero, com perda dos
produzem gametas anormais. ***lembrar do braços curtos. Tais translocações são não

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recíprocas e resultam num cariótipo com CROMOSSOMO PHILADELPHIA:


apenas 45 cromossomos, incluindo o translocações podem resultar em desordens
cromossomo translocado, o qual, na prática, é celulares, mesmo não havendo perda ou ganho
formado pelos braços longos dos dois de material, o ponto de quebra e troca pode
cromossomos acrocêntricos. Devido ao fato de alterar a regulação de um gene.
os braços curtos de todos os cinco pares de
cromossomos acrocêntricos consistirem É séria se a alteração (ponto de quebra/troca)
basicamente em várias classes de DNA- ocorrer em genes que participam da regulação
satélite, bem como em centenas de cópias de da divisão celular. A ausência dessa regulação
genes de RNA ribossômico, a perda dos braços (oncogene) resulta em CÂNCER.
curtos de dois cromossomos acrocêntricos não
é deletéria; dessa forma, o cariótipo é Cromossomo PHILADELPHIA (translocação
considerado como sendo balanceado, apesar entre os cromossomos 9 e 12): duplica um
de ter apenas 45 cromossomos. As gene importante na síntese de glóbulos
translocações robertsonianas são tipicamente, brancos, essa translocação é responsável por
embora nem sempre, pseudodicêntricas, 90% dos casos de leucemia mieloide
refletindo a localização do ponto de quebra em crônica.***imagem no celular
cada cromossomo acrocêntrico.
Embora as translocações robertsonianas Existem diversos casos de cânceres por
possam envolver todas as combinações de modificações estruturais, exemplos:
cromossomos acrocêntricos, duas —
designadas rob(13;14)(q10;q10) e Linfoma de Burkitt: causado em 90% dos casos
rob(14;21)(q10;q10) — são relativamente por translocação entre os cromossomos 8 e 14,
comuns. As translocações envolvendo 13q e ou suas variantes.
14q são encontradas em uma a cada 1.300
Ganho de todo ou parte de cromossomos tais
pessoas e são, portanto, de longe, o rearranjo
como +8, +21.
cromossômico mais comum em nossa espécie.
Foram descritos indivíduos raros com duas Perda de todo ou parte de cromossomos tais
cópias do mesmo tipo de translocação como -5,-7, -X, -Y.
robertsoniana; esses indivíduos
fenotipicamente normais possuem apenas 44 Inversões tais como inv(3), inv(16).
cromossomos e carecem de cópias normais
dos acrocêntricos envolvidos, substituídos ***Estes são exemplos do fenômeno: EFEITO
pelas duas cópias dos translocados. DE POSIÇÃO, o fenótipo observado não
Embora um portador de uma translocação depende de apenas um alelo em um gene
robertsoniana seja fenotipicamente normal, particular, mas também da posição deste gene
existe um risco de gametas desbalanceados e, em um cromossomo em particular.
portanto, de prole desbalanceada. O risco para
uma prole desbalanceada varia de acordo com
a translocação robertsoniana em particular e o ESTUDOS (livro)
sexo do progenitor portador; mulheres
portadoras em geral têm maior risco de Mecanismos de anomalias cromossômicas e
transmitir a translocação para uma criança desequilíbrio genômico
afetada. A principal importância clínica desse
tipo de translocação é que portadores de Segregação cromossômica anormal: NÃO
translocações robertsonianas envolvendo o DISJUNÇÃO – exemplos: Aneuploidia (Down e
cromossomo 21 estão sob risco de terem uma Klinefelter) e Dissomia Uniparental
criança com síndrome de Down por
Síndromes cromossômicas recorrentes:
translocação.
Recombinação em duplicação segmentares –
exemplos: Duplicação/deleção e variação no
número de cópias.
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Anomalias cromossômicas idiopáticas:


pontos de quebra variáveis – exemplo: Cri du
chat “miado do gato” e deleção de 1p36
Síndromes envolvendo IMPRINTING
GENÔMICO: qualquer evento que revela
genes imprintados – exemplo: Prader-Willi e
Algeman.
Inativação do cromossomo X (questão de prova
potencial – envolve Turner)
O princípio da inativação do X é que em células
somáticas em mulheres normais (mas não em
homens normais), um cromossomo X é
inativado no início do desenvolvimento,
equalizando assim a expressão de genes
ligados ao X nos dois sexos. No
desenvolvimento normal do sexo feminino, pelo
fato da escolha de qual cromossomo X tem de
ser inativado ser uma escolha aleatória que em
seguida é mantida por clonagem, as mulheres
são mosaico no que diz respeito à expressão
gênica ligada ao X .
Existem muitas características epigenéticas
que distinguem os cromossomos X ativos e
inativos em células somáticas. Essas
características podem ser úteis no diagnóstico
para identificar o(s) cromossomo(s) X inativo(s)
no material clínico. Em pacientes com
cromossomos X extras (seja homem ou
mulher), qualquer cromossomo X em excesso é
inativado. Assim, todas as células somáticas
diploides tanto em homens como em mulheres
têm um único cromossomo X ativo,
independentemente do número total de
cromossomos X ou Y presentes.

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