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Os animais transgênicos são aqueles que tiveram seu patrimônio

genético alterado com a introdução de genes de outras espécies que


não a sua. Isto ocorre através da introdução de um gene de interesse
no núcleo de um óvulo já fecundado. O objetivo é fazer com que o
gene exógeno se expresse neste animal "hospedeiro".

O primeiro experimento realizado com sucesso foi feito em 1982,


quando um DNA de rato foi introduzido em um camundongo. O
resultado positivo foi verificado através do aumento do tamanho
corporal verificado no camundongo.

Em janeiro de 2001 foi divulgado o nascimento do primeiro primata


transgênico. Um macaco Rhesus, denominado ANDi (inserted DNA ao
contrário) teve incluído em seu patrimônio genético um gene de
medusa. O grande impacto gerado por este novo experimento foi o de
demonstrar que é possível realizar estes procedimentos em animais
próximos à espécie humana.

Já existem linhagens de animais transgênicos produzidas para serem


utilizados em pesquisas laboratoriais. Estes animais desenvolvem
doenças humanas, tais como: diferentes formas de tumores, diabetes,
obesidade, distúrbios neurológicos, entre outros.

Outra possibilidade de utilização destes animais é na área


de xenotransplantes. Uma linhagem de porcos transgênicos, porcos
P33, foi desenvolvida com sucesso, tendo uma alta taxa de
compatibilidade com seres humanos. Estes porcos estão sofrendo um
processo de "humanização" genética. Um destes processos é o que
visa tornar o endotélio de seus vasos seja menos reativo com o
sangue humano, pela presença da alfa-galactose. Foi introuzido o
gene que permite a síntese de uma enzima que inibe a ação desta
substância. Outro processo, igualmente importante, é o que
compatibiliza o sistema de complemento. Cada uma destas alterações
foi introduzida em linhagens diferentes de porcos P33. Em janeiro de
1998 nasceram os primeiros porcos P33 com ambas características.

Os animais transgênicos também podem ser utilizados para


a produção de proteínas e outras substâncias, tais como hormônios.
Dados recentes, publicados na imprensa leiga, sobre a ovelha Polly,
demonstram que existe uma relação direta entre as pesquisas com
animais trangênicos e de clonagem. Os dados divulgados apresentam
inúmeras incorreções, desde o ponto de vista das técnicas utilizadas.
O Instituto Roslin e a empresa PPL estão realizando experimentos
utilizando camundongos, coelhos, ovelhas e vacas. O objetivo é
produzir, no leite destes animais, proteínas de interesse para
tratamentos de saúde. A ovelha Polly teve introduzido um gene para
produzir uma proteína visando o tratamento da fibrose cística, doença
também conhecida como mucoviscidose. Esta doença ocorre pela
falta de uma enzima produzida pelo pâncreas.

Muitos benefícios poderão surgir com a associação de ambas


técnicas, sendo um dos principais a possibilidade de redução de
tempo e custo na produção em série de produtos biológicos. Porém,
várias questões éticas podem ser levantadas sobre o impacto da
introdução de variantes genéticas artificialmente produzidas.

 É adequado utilizar animais em experimentos deste tipo ?


 Quais serão as consequências evolutivas e ambientais deste
tipo de manipulação  genética ?
 Qual o direito de realizar experimentos nestas áreas, alterando
definitivamente materiais genéticos, com objetivos claramente
comerciais ?
 Como fica o Princípio da Justiça, com relação aos aspectos de
acesso a este tipo de produtos, tendo em vista que o patrimônio
genético é considerado como um bem comum à toda
humanidade ?
 Uma das características fundamentais da ciência é a discussão
e a reflexão sobre o conhecimento gerado. Como ficam
preservados os aspectos científicos dos experimentos
realizados, quando a divulgação leiga ocorre simultaneamente a
publicação do relato em revistas científicas (caso Dolly), ou até
mesmo anteriormente (caso Polly) ?
 Como os profissionais da saúde poderão lidar com a ansiedade
dos pacientes e seus familiares na busca de utilizar este
recursos terapêutico ainda não disponível ?

Estas questões merecem ser amplamente discutidas por toda a


comunidade leiga e científica.
https://www.ufrgs.br/bioetica/animtran.htm

A produção brasileira de camundongos transgênicos


favorece a pesquisa
 
Os avanços da genômica, a conclusão do mapeamento do genoma
humano, a busca pela cura através da fabricação de novos
medicamentos resultaram no aumento de pesquisadores trabalhando
com modelos geneticamente modificados. Porém, o alto custo de
importação desses animais, que varia de US$ 5 mil a US$ 10 mil a
unidade, além da demora no processo de importação, reforçaram a
urgência da criação de um centro produtor de animais transgênicos
no país, capaz de atender a demanda crescente da pesquisa em
universidades e empresas privadas. O Laboratório de Animais
Transgênicos do Centro de Desenvolvimento de Modelos
Experimentais em Medicina e Biologia (Cedeme) da Escola Paulista de
Medicina (Unifesp), coordenado pelo pesquisador João Bosco
Pesquero, preparou-se para atender essa demanda.

Pesquero explica que, para o pesquisador, "uma das vantagens de


poder encomendar um animal com alterações de um determinado
gene está em obter uma cobaia com as características genéticas
específicas e essenciais para o desenvolvimento de seus estudos".
Outro diferencial de estar em contato direto com o laboratório
produtor do transgênico é facilitar o entendimento na construção do
vetor de DNA a ser utilizado para a geração do animal. Além disso, o
tempo no processo de genotipagem para determinar a presença ou
ausência do transgene em seu genoma, geralmente realizado pelo
laboratório que encomenda o animal, será muito menor.

 
Para Wirla Tamashiro, do Departamento de Microbiologia e
Imunologia da Unicamp, a produção de cobaias no país é bem vinda.
"As pesquisas para o desenvolvimento de modelos transgênicos, bem
como a sua produção em escala, deveria ser incentivada e
rapidamente implementada no país, pois se trata de um material
importante para a pesquisa biológica e evitará enfrentar a atual
maratona de tempo e burocracia". A pesquisadora trabalha com
animais transgênicos há cerca de dois anos, investigando o papel de
células dendríticas na indução e manutenção da tolerância
imunológica no decorrer do envelhecimento.

SAÚDE PÚBLICA Estima-se que, desde o século XIX, animais sejam


usados como cobaias, na busca de solucionar problemas de saúde do
homem. O primeiro experimento do gênero, realizado com sucesso,
foi feito em 1982, quando o DNA de um rato foi introduzido em um
camundongo.

O uso de animais geneticamente modificados propicia aos


pesquisadores a oportunidade de estudar e entender os mecanismos
das doenças que atingem o homem. Para a medicina, o uso de
animais portando genes humanos permite que medicamentos
desenvolvidos pela indústria farmacêutica sejam validados com
menor número de testes em humanos voluntários. Outro ponto
favorável é a utilização das cobaias transgênicas na produção de
órgãos para transplante em seres humanos, e seu uso na pesquisa
básica em medicina, onde são utilizados para a determinação da
função de genes humanos desvendados pelo projeto genoma
humano. Esses estudos agilizam o desenvolvimento de drogas para o
tratamento de doenças cujas causas ainda não são conhecidas.

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO O pesquisador da Unifesp explica que


existem, basicamente, duas maneiras de estudar a função de um
determinado gene com a técnica de transgenia: o pesquisador
aumenta a expressão do gene e, portanto, seu efeito
fisiológico/fisiopatológico; ou bloqueia totalmente sua expressão. No
primeiro caso, o modelo transgênico é chamado de "adição gênica", e
o animal apresenta várias cópias do gene de interesse em seu
genoma, como é o caso do camundongo Vítor, o primeiro
camundongo transgênico brasileiro criado para estudo de doenças
cardíacas.

O segundo modelo, no qual o gene é retirado do genoma do animal, é


denominado knock-out (nocaute). Este é o caso do camundongo
Christian, o primeiro criado com a mutação genética que provoca a
síndrome de Marfan, doença que afeta o sistema ocular e
cardiovascular, pela pesquisadora Lygia da Veiga Pereira,
coordenadora do Laboratório de Genética Molecular da USP. Os dois
modelos empregam técnicas diferentes: um adiciona genes ao
genoma do animal, aumentando sua função; o outro retira, inibindo-
a.

Vítor e dois outros camundongos nasceram de um investimento de


aproximadamente US$ 200 mil, da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp). Este montante foi utilizado para
comprar todo o equipamento necessário para o estabelecimento da
técnica de microinjeção.

Lúcia Cunha Ortiz

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
67252003000300006

Qual o objetivo da manipulação genética do camundongo?


O objetivo é fazer com que o gene exógeno se expresse neste animal
"hospedeiro". O primeiro experimento realizado com sucesso foi feito em 1982,
quando um DNA de rato foi introduzido em um camundongo.
O que é camundongos transgênicos?
Esses camundongos produzidos a partir da retirada de um gene qualquer
(modelo nocaute) ou por meio do acréscimo de um gene exógeno (modelo de
adição gênica) têm diversas aplicações científicas e biotecnológicas.
Como foi produzido no Brasil o camundongo Transgenico?
Os dois modelos empregam técnicas diferentes: um adiciona genes ao genoma
do animal, aumentando sua função; o outro retira, inibindo-a. Vítor e dois
outros camundongos nasceram de um investimento de aproximadamente US$
200 mil, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp).
Quais as vantagens é desvantagens dos animais transgênicos?

Pois a grande vantagem é a possibilidade de manipulação e estudo da célula a


ser clonada antes da produção do animal transgênico. Consequentemente,
evitando o aparecimento de anomalias e problemas gestacionais, aumentando
a taxa de sobrevivência de embriões, fetos e animais nascidos.
O que são organismos transgênicos

Os Organismos Geneticamente Modificados, também chamados Transgênicos, são


seres vivos manipulados em laboratório com a intenção de que sejam neles
incorporadas uma ou mais características encontradas naturalmente em outras
espécies
Porque alguns países proíbem os transgênicos?
De acordo com Irina Ermakova, vice presidente da Associação Nacional da
Rússia para a Segurança Genética, “tem sido provado não só na Rússia, mas
em muitos outros países do mundo, que os transgênicos são perigosos. O
consumo e produção dessa cultura podem gerar tumores, câncer e obesidade
entre os animais

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