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MEDICINA UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

CAMILA MILITÃO – TURMA LIII

BIOFÍSICA I
possuir canais iônicos seletivos. Essa diferença
é que gera a DDP = surge uma voltagem, em
termos fisiológicos você mede a resultante da
AULA 1 (18/02) participação de todos os íons.
BIOELETROGÊNESE/ MEMBRANA FLUIDO EXTRA X FLUIDO INTRA
PLASMÁTICA (BIOLÓGICAS)
Seres vivos, máquinas elétricas.
Produção e consumo de eletricidade
dependência de potencial elétrico DDP
(diferença de potencial relacionada as
propriedades da membrana plasmática).

COMPOSIÇÃO DO FLUIDO
CORPOREO
1-Por que o FLUIDO INTRACELULAR e
FLUIDO EXTRACELULAR são diferentes na
composição iônica?

Como essas diferenças são mantidas??


A membrana celular é altamente permeável à
água, mas não à maioria dos eletrólitos
Fluido plasmático e intersticial (entre as células) (membrana seletivamente permeável=seleção
são idênticos na composição iônica. A diferença característica dos canais iônicos que define
entre plasma e fluido intersticial é o conteúdo essa desigualdade de concentrações).
proteico.
EXEMPLO: essa diferença de concentrações
2-Por que o plasma contém maior quantidade gera o potencial de ação (propagação do
de proteína que o fluido intersticial? impulso nervoso em neurônios: despolarização,
repolarização).
Resposta 1:
-A membrana celular é semipermeável,
somente água e pequenas moléculas não
carregadas podem mover-se livremente entre
os compartimentos intersticial e intracelular. Íon
NÃO pode atravessar facilmente.
Resposta 2:
-A parede do capilar sanguíneo é permeável a
muitas moléculas incluindo água e eletrólitos,
exceto macromoléculas como proteínas.
***Veneno de serpente: destrói a organização
da membrana celular. Gradiente eletroquímico: elétrico equivalente a
COMPOSIÇÃO IÔNICA: é a mesma, mas as CARGA DO ÍON, químico equivalente a
proporções são diferentes, devido a membrana CONCENTRAÇÃO DO ÍON/OSMOLARIDADE.

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Concentração de dado íon: gradiente osmótico
(TENDÊNCIA NORMAL EM TERMOS
OSMÓTICOS – da região mais concentrada
para menos concentrada).
Definição: a maioria das células apresenta o
meio INTRACELULAR COM CARGA
NEGATIVA E EXTRACELULAR COM CARGA
POSITIVA DEVIDO A DIFERENÇA NA
DISTRIBUIÇÃO DOS ÍONS (tem que
decorar!!!!!!!!!!!!!!!!!).
**As setas representam os vetores.

A homeostasia (fundamental a DIFERENÇA)


existe devido aos canais iônicos e é mantida por
eles. Existem canais sempre abertos que
entra Na e sai K de forma passiva (sem gasto
energético) e tende a igualar o excesso das
concentrações dentro e fora da célula Para substâncias com carga, a direção e a
naturalmente (contra a homeostasia-diferença magnitude do fluxo resultante dependem não
necessária para que ocorra a vida). Então para só da diferença de concentração, mas também
impedir que as concentrações se igualem é do potencial elétrico através da membrana.
necessário que haja GASTO ENERGÉTICO
A direção resultante do movimento do soluto(s)
(ATP) para BOMBEAR e FORÇAR A
vai depender do:
DIFERENÇA (sair Na e entrar K contra o
gradiente), com os canais abertos ocorreria -efeito da diferença de concentração
a morte celular porque assim ela perde a sua
ou
DDP, a bomba sódio-potássio existe para gerar
essa diferença (garante a redistribuição de -efeito da diferença de potencial elétrico
Na e K e a homeostasia).

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MODELO:MOSAICO-FLUIDO

***Centro é hidrofóbico, parte de fora é


hidrofílica.
Glicocálix: adesão celular e reconhecimento
celular (propriedades imunológicas), ou seja,
possuem histocompatibilidade. Importância 2ªIMAGEM: Existem canais receptores que
nos processos de transplante e enxertos, pois a dependem de substâncias (ou estímulos
rejeição ocorre por causa da atividade do elétricos, e outros não precisam dessa
glicocálix de linfócitos. Esses tipos de glicocálix regulagem) atuando em sua ativação ou
identificam as células do órgão ou tecido desativação promovendo a comunicação dos
transplantado como estranhas, permitindo, meios intra e extracelular, esses canais
assim, a atuação dos linfócitos, que as invadem regulam diferentes funções celulares.
e destroem.

Delimitação do volume celular e


permeabilidade seletiva
Membrana plasmática
-Organela que delimita o limite externo das
células eucariontes animais.
-Determina quais substâncias irão entrar ou sair
das células, com quais quantidades e
velocidades isso vai acontecer, função de
seleção denominamos PERMEABILIDADE
SELETIVA.
-Os mecanismos que determinam a
permeabilidade seletiva são denominados
mecanismos de transporte através da
membrana (ativo, passivo).
A membrana apresenta: proteínas, lipídeos
e açúcares associados a ela.

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Bomba sódio potássio é transporte ativo


primário.
****Transporte ativo secundário é o que precisa
de energia de outra fonte energética ou de ATP
de forma indireta, ex bomba trocador sódio-
cálcio (envolvido em algumas processos
cardíacos consome energia que não vem da
hidrólise de ATP, está envolvido em câncer
também).

Equilíbrio dinâmico resultante: no Fluxo


resultante parece que nada entra e nada sai, a
resultante é zero porque não a troca efetiva,
o tanto que entra e o tanto que sai é constante
porque a bomba compensa, sabemos que
acontece porque existe diferença de potencial
devido a presença da bomba, que também
A membrana celular compartimenta a célula, garante que o meio intracelular tenha potencial
assim cada organela e cada célula de cada negativo.
sistema realiza sua função sem uma interferir
na outra e também permite a comunicação
entre os sistemas de forma regulada, a
membrana é uma BARREIRA COM
SELETIVIDADE (exemplo da casa: deve ser
compartimentada para que o que ocorra no
banheiro não ocorra na cozinha).
O organismo realiza trocas de solutos e de
solventes, seja com o meio ambiente ou entre
os compartimentos. As trocas controladas
(reguladas) garantem a operacionalidade do
meio interno e externo.
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AULA 2 (25/02) Moléculas polares maiores e moléculas
carregadas NÃO atravessam por difusão
Transporte de soluto (membrana)
simples.
Dois tipos de transporte de solutos através da
célula:
 Transporte através da membrana:
solutos atravessam a membrana através
da bicamada ou de um transportador
proteico
 Transporte em quantidade, ou em
massa: nos quais a membrana se
deforma para a passagem de partículas
que não conseguiram atravessar a
membrana
Características dos transportes através da
membrana Difusão facilitada
Para que uma substância possa atravessar a • Processo seletivo
bicamada de lipídeos deve necessariamente
ser apolar = membrana possui a porção apolar • Molécula não é capaz de dissolver-se na
(hidrofóbica), ex: água só atravessa a bicamada lipídica.
membrana através de aquaporina (canais
proteicos que aumentam a permeabilidade das • Passagem mediada por proteínas.
membranas à água. • Moléculas grandes e carregadas.
Nesse caso a substância será transportada à
• Proteínas carreadoras e canais proteicos
favor do gradiente o que implica dizer que será
do meio de maior concentração para o de
menor concentração. Características dos transportes mediados por
transportador
Os transportes através da bicamada são assim
transportes passivos. Substâncias polares não conseguem
atravessar a bicamada.
O único tipo de transporte através da
bicamada é a DIFUSÃO SIMPLES. Devem utilizar um transportador proteico para
sair ou entrar na célula.
Difusão simples
A interação do soluto que está sendo
• Processo não seletivo transportado com o transportador faz com que
os transportes mediados por transportadores
• Molécula capaz de dissolver-se na
apresentem as seguintes características:
bicamada lipídica e atravessar a membrana
plasmática • Saturação: o quanto o soluto está
concentrado no meio para ter troca
• Moléculas pequenas e relativamente
hidrofóbicas. de substâncias.
• Estereo-Especificidade: só entra se
• Moléculas pequenas carregadas e tiver o formato espacial específico
moléculas grandes como glicose não • Competição: depende de vários
passam. fatores
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Obs.: o transporte de íons utiliza canais Membrana em repouso mais permeável ao K +
iônicos que são proteínas de membrana, do que ao Na+  mais canais de K+ abertos
mas que não apresentam
necessariamente as 3 características Fluxo de K+ responsável pela manutenção do
acima. A dinâmica do transporte através potencial de membrana em repouso  -60mV.
de canais iônicos é igual a da difusão Potencial de membrana e canais iônicos
simples.
Existem 3 tipos de transportes mediados por
transportadores:
• Difusão facilitada
• Transporte ativo primário (ATP
dependente)
• Transporte ativo secundário (não
depende da hidrólise do ATP
diretamente)

AULA 3 (04/03)

CANAIS IÔNICOS
São canais proteicos, possuem propriedades
fundamentais para desempenho de suas
funções:
 Transporte extremamente rápido: Figura A: Alteração do potencial de membrana
aproximadamente de 1milhão de após estímulo. ENa e EK (força eletromotriz) =
íons/seg. Quando abre o canal os íons potenciais de equilíbrio do Na+ e K+.
fluem rapidamente através do canal.
 Altamente seletivos: seus poros ***OBS: força motriz = movimento de íons
restringem a passagem de apenas íons através da membrana. O gradiente
com tamanho e carga específicas. ELETROQUÍMICO de um íon define o seu
 Maioria não está permanente aberta. movimento através da membrana. O gradiente
ELÉTRICO e QUÍMICO = são iguais em
magnitude, mas apresentam direções opostas;
ou seja é um EQUILÍBRIO ELETROQUÍMICO –
Gradiente de íons e potencial de membrana
NÃO há passagem efetiva através da
Na+ e K+  íons que participam da transmissão membrana.
de impulsos nervosos. (bomba sódio potássio
também evita o aumento do volume celular)
Figura B: Potencial de membrana inicialmente
Na+ bombeado para fora da célula 
aumenta a medida de canais de SÓDIO
concentração maior fora do axônio
DEPENDENTE DE VOLTAGEM SE ABREM.
K+ bombeado para dentro da célula  Potencial de membrana decresce até os canais
concentração maior do lado de dentro do de Na+ serem inativados e os canais de K+
axônio controlados por voltagem serem abertos. Esses
são inativados e o potencial retorna ao seu valor
de repouso.
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CANAIS de sódio: seletividade de íons INATIVAÇÕES DE CANAIS DE SÓDIO
• Poro estreito (FILTRO POR TAMANHO) E POTÁSSIO
permite a passagem de Na+ ligado a
uma molécula de água.
• Interfere na passagem do K+ ou íons
maiores.

Após abertura controlada por voltagem, canais


de K+ e Na+ são rapidamente inativados pela
ligação de porções citoplasmáticas de cadeias
polipeptídicas ao poro.
• Canal de K+  inativação por
mecanismo de bola e cadeia.
• Canal de Na+  inativação mediada
Canais de Na+ por alças intracelulares.

 10.000 x mais permeável ao sódio do AULA 4 (11/03)


que potássio
BOMBA SÓDIO-POTÁSSIO
Canais de K+
-Transporte ativo primário: ATP dependente
 1.000 x mais permeável ao potássio do
que sódio Manutenção dos gradientes de íons através da
membrana plasmática e estabelecimento do
CANAIS de potássio: seletividade de íons
potencial negativo intracelular. FUNÇÃO:
• Estreito filtro de seletividade circundado
• Propagação de sinais elétricos em
por átomos de oxigênio da carbonila
(C=O); nervos e músculos
• Poro largo para passagem do K+ • Manutenção do balanço osmótico e do
desidratado; volume celular
• Dissociação das moléculas de água SAÍDA DE 3 Na+
devido a interação K+ e oxigênio da
carbonila; ENTRADA DE 2 K+
• Na+ muito pequeno para interagir com
oxigênio do filtro seletivo, então ATP
permanece ligado à água (complexo Presença de PROTEÍNA CARREADORA COM:
hidratado grande)
 Três sítios receptores para a fixação dos
íons sódio, na parte da proteína que se
projeta para o meio intracelular;
 Dois sítios receptores para os íons
potássio em sua parte externa
 A porção interna da proteína também
possui atividade ATPásica (próxima aos
sítios de fixação do sódio).

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Mecanismo básico (GUYTON): quando 3 íons DIFERENTES TIPOS DE CANAIS IÔNICOS
sódio fixam-se à parte interna dessa proteína (slide)
carreadora, a função ATPásica é ativada. Ela
- CANAL DE K+ (passivo) → DETERMINA O
então cliva a molécula de ATP, liberando a
POTENCIAL DE REPOUSO, comum a todas as
energia de uma ligação fosfato de alta energia.
células excitáveis ou não. É encontrado em
Essa energia é utilizada para provocar
toda a membrana plasmática.
alteração conformacional na proteína
carreadora, soltando íons sódio para o exterior - CANAL DE Na+ DEPENDENTE DE
e íons potássio para o interior. VOLTAGEM → permite fase de
DESPOLARIZAÇÃO do potencial de ação. É
Natureza eletrogênica da bomba sódio-
encontrado apenas ao longo do axônio.
potássio: o fato da bomba mover 3 íons sódio
para o exterior e 2 íons potássio para o interior, ***(GUYTON) O agente necessário para a
significa que uma carga positiva é removida do produção da despolarização e da repolarização
interior celular e levada para fora a cada ciclo da membrana neuronal é o canal de sódio
da bomba. Isso gera uma carga positiva fora da voltagem-dependente.
célula, mas deixa um déficit no seu interior, ou
seja, o interior fica com carga negativa. A - Canal de K+ dependente de voltagem →
bomba é dita ELETROGÊNICA por criar uma permite rápida REPOLARIZAÇÃO do neurônio
diferença de potencial entre as duas faces da de volta ao potencial de repouso.
membrana, por seu funcionamento. ***(GUYTON) O canal de potássio voltagem-
dependente também tem participação
ORIGEM DO POTENCIAL DE
importante na VELOCIDADE da
REPOUSO NAS CÉLULAS REPOLARIZAÇÃO da membrana.
Os dois canais voltagem-dependente (sódio e
potássio) atuam junto com a bomba e com os
canais de vazamento Na+ – K+.
- Canal de Na+ dependente de estímulo
mecânico → presente nas células receptoras
do tato.
- CANAIS DEPENDENTES DE ESTÍMULO
QUÍMICO → são abertos apenas na presença
Bases moleculares do potencial de ação de uma determinada molécula =
NEUROTRANSMISSOR.
CANAIS
-Formados por proteínas que “rasgam” a
membrana (que constituem a membrana) – OBS: A atividade elétrica nos tecidos vivos é um
PORO de passagem de íons. fenômeno que se dá em nível celular,
dependente da membrana celular. Em
CANAIS IÔNICOS SELETIVOS
-Diferentes permeabilidades da membrana praticamente todas as células vivas em que
celular das células excitáveis: isso foi medido detectou-se alguma diferença
ESPECIFICIDADE para cada íon de potencial (DDP) elétrico citoplasma e o
exterior.
CANAIS ABERTOS OU FECHADOS
Permeabilidade ao íon
-A permeabilidade é maior quanto mais canais
específicos para o íon estiverem abertos
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POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE REPOUSO = POTENCIAL DE
POTENCIAL DE AÇÃO MEMBRANA

Potencial de REPOUSO da membrana dos Valor varia para as diferentes células


nervos De -100 a -5 mV (sempre NEGATIVO)
O potencial de repouso no interior da fibra Quase sempre com o interior mais
nervosa é de - 90 mV, ou seja, esse é o valor eletronegativo que o meio exterior.
quando as fibras nervosas NÃO estão
transmitindo os sinais nervosos. O potencial no
interior da fibra é 90mV mais negativo que o Origem do potencial de repouso normal da
potencial no líquido extracelular por fora da membrana:
fibra.
Contribuição do potencial de difusão do
***TODAS as membranas celulares do corpo potássio: difusão de íons potássio pelos canais
apresentam a bomba sódio-potássio. abertos.
Depende do gradiente de concentração dos Contribuição da difusão de sódio através da
diferentes íons: (a bomba produz esses membrana neuronal: pequena permeabilidade
grandes gradientes de concentração para o da membrana neuronal aos íons sódio,
sódio e para o potássio através da membrana causada pela difusão mínima de íons sódio de
neuronal em repouso) dentro para fora da membrana pelos canais de
vazamento K+ – Na+.
• Na+ (externo) 142 mEq/L
• Na+ (interno) 14 mEq/L ***A membrana neuronal em uma fibra nervosa
• K+ (externo) 4 mEq/L normal é cerca de 100 x mais permeável ao
• K+ (interno) 140 mEq/L potássio que ao sódio.

***(GUYTON) Vazamento de íons sódio Contribuição da bomba sódio – potássio:


potássio através da membrana neuronal: bombeamento contínuo de 3 moléculas de Na+
canais de vazamento sódio-potássio. para fora e de 2 moléculas de K+ para dentro.
Importante: esses canais são muito mais Causa perda contínua de cargas positivas de
permeáveis ao potássio que ao sódio, ou seja, dentro da membrana que cria o grau adicional
o vazamento do potássio é maior que o do de negatividade no interior.
sódio. Essa diferença na permeabilidade é (slide)
importante para a determinação do valor do
potencial normal de repouso da membrana.

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POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL


DE AÇÃO
Potencial de ação NEURAL
Os sinais nervosos são transmitidos por
potenciais de ação que são variações rápidas
do potencial de membrana.
Início: alteração abrupta do potencial de
repouso, normalmente negativo, para um
potencial de membrana positivo, terminando
por retorno igualmente RÁPIDO ao potencial
negativo. Ou seja, tem um início explosivo e
uma recuperação igualmente rápida. Para
conduzir um sinal neural, um potencial de ação
se desloca, ao longo da fibra nervosa, até
atingir sua extremidade.

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Resumindo: Papel de outros íons durante o potencial de
ação
Íons permanentes com carga NEGATIVA
(ÂNIONS) no interior do axônio: dentro do
axônio existem muitos íons com carga negativa
que não podem passar pelos canais da
membrana. Incluem os ânions das moléculas
de proteína, muitos compostos fosforados,
compostos sulfatados etc. Como esses íons
não podem sair do interior do axônio, qualquer
déficit de íons positivos por dentro da
Etapas sucessivas do potencial de ação: membrana produz excesso desses íons
negativos. Assim, esses íons negativos são
Etapa de REPOUSO: corresponde ao potencial
responsáveis pela carga NEGATIVA NO
de repouso da membrana antes que comece o
INTERIOR DA FIBRA, quando existe déficit de
de ação. A membrana nesse momento está
íons potássio com carga positiva e de outros
“polarizada”, devido a presença de grande
íons positivos.
potencial negativo da membrana = –90mV.
-Moléculas proteicas
Etapa de DESPOLARIZAÇÃO: nessa etapa a
membrana fica subitamente permeável aos -Compostos fosfatados
íons sódio, permitindo o fluxo de grande
quantidade de íons sódio com carga negativa -Compostos sulfatados
para o interior do axônio (influxo). O estado ***Mantém a carga negativa se houver déficit de
“polarizado” normal ( de – 90mV) desaparece, Na+ e K+.
com o potencial variando rapidamente na
direção da positividade = despolarização. Nas ÍONS CÁLCIO: bomba de cálcio semelhante a
fibras nervosas mais grossas, o potencial de de sódio, o cálcio atua junto ou no lugar do
membrana “ultrapassa” (overshoots) o sódio para gerar o potencial de ação. A bomba
potencial zero, atingindo valor positivo. Mas em de cálcio bombeia cálcio do interior para o
algumas fibras delgadas e em muitos neurônios exterior da membrana celular (ou para dentro
do SNC, o potencial chega próximo ao potencial do reticulo sarcoplasmático), criando um
zero e não o ultrapassa, não atingindo um valor gradiente para o íon cálcio.
positivo. Além disso existem CANAIS DE CÁLCIO
Etapa de REPOLARIZAÇÃO: após a DEPENDENTES DE VOLTAGEM – esses
membrana ter ficado muito permeável aos íons canais são muito permeáveis aos íons sódio,
sódio, os canais de sódio começam a se fechar, bem como aos íons cálcio; quando abertos,
enquanto os canais de potássio se abrem mais tanto os íons cálcio como os íons sódio fluem
que o normal. Isso permite a rápida difusão de para o interior da fibra = chamados de canais
potássio para o exterior da fibra, o que Ca+ – Na+.
restabelece o potencial normal negativo de  Esses canais de cálcio tem ativação
repouso da membrana = repolarização. lenta (tempo de 10 a 20 vezes menor de
ativação que o da ativação dos canais de
sódio) = são canais lentos, os canais de
sódio são os canais rápidos.
 Canais de cálcio são muito numerosos
nos músculos cardíaco e liso.

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DESENCADEAMENTO DO fechamento/inativação dos canais de sódio e
POTENCIAL DE AÇÃO abertura dos canais de potássio, terminando
assim o potencial de ação.
1. Membrana da fibra nervosa em
repouso/imperturbável PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE
AÇÃO
(potencial de membrana = –90mV)
PRINCÍPIO DO TUDO OU NADA
2. Elevação do potencial de ação – atinge o
LIMIAR para o início = –65mV ***um evento Uma vez que o potencial de ação tenha sido
capaz de causar variação do potencial em gerado em qualquer ponto da fibra normal, o
direção a zero processo da despolarização vai trafegar por
toda a membrana, caso as condições sejam
***O limiar é gerado quando o número de íons
adequadas, ou não o fará, caso as condições
Na+ que entram na fibra for maior que o número
sejam inadequadas = princípio do tudo ou nada.
de íons K+ que saem dela.
Aplica-se a todos os tecidos excitáveis normais.
3. Abertura dos canais voltagem-
Restabelecimento do gradiente iônico após
dependentes de sódio ***a própria variação
potenciais de ação: depende da BOMBA
da voltagem fará com que muitos canais de
SÓDIO-POTÁSSIO que “devolve” sódio e
sódio voltagem-dependentes comecem a se
potássio aos seus estados originais (potencial
abrir
de repouso). A recarga da fibra nervosa é um
4. Influxo rápido de sódio e geração do processo metabolicamente ativo – usa energia
potencial de ação ***a abertura dos canais derivada do ATP. ***A fibra nervosa produz
permite o influxo rápido de sódio o que provoca excesso de calor, aumenta seu consumo de
a maior variação do potencial de membrana energia quando aumenta a frequência de
que também gera a abertura do maior número impulsos (=ATP para restabelecer o gradiente).
de canais de sódio voltagem-dependentes. É
um ciclo vicioso de feedback positivo que se for
intenso o suficiente, continua até que todos os
canais de sódio dependente de voltagem
estejam abertos (ativados).
(slide) Fatores que estimulam o influxo de sódio
e a abertura dos canais de sódio:
(excitação/produção do potencial de ação)
• Distúrbio mecânico simples (como uma
pressão mecânica sobre a pele)
• Efeito químico sobre a membrana (como
os neurotransmissores)
• Passagem de eletricidade através da
membrana (transmissão do estímulo
elétrico pelo coração)
(slide) POTENCIAL DE AÇÃO: alteração
5. Inativação dos canais de sódio e abertura transitória na diferença de potencial elétrico da
dos canais de potássio, término do membrana de neurônios (e de células
potencial de ação ***o potencial de musculares) cuja duração e amplitude são
membrana, com o valor crescente, em uma fixas.
fração de milissegundo, promove o começo do

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PLATÔ EM ALGUNS POTENCIAIS DE AÇÃO Aspectos especiais da transmissão do sinal nos
troncos nervosos
Em alguns casos a membrana excitável não
repolariza imediatamente após sua Um tronco nervoso médio apresenta de 2x mais
despolarização; pelo contrário, o potencial fibras amielínicas que mielínicas.
permanece em platô. O platô aumenta muito a
FIBRAS MIELÍNICAS: fibras mais calibrosas,
duração do período de despolarização. Esse
presença de nódulos de Ranvier onde o
tipo de potencial ocorre nas fibras do músculo
potencial de ação de fato ocorre de modo
CARDÍACO, onde o tempo de duração do platô
saltatório (“Gaps”) – a vel. da condução é de até
é o tempo de contração do músculo cardíaco.
100m/s.
CAUSAS do platô:
A condução saltatória é importante porque:
• Canais voltagem-dependentes: sódio
-acelera a vel. da transmissão neural (porque
e cálcio; esses canais permitem a
faz com que a despolarização ocorra aos saltos
difusão principalmente de íons cálcio,
pela fibra nervosa);
mas também de alguns íons sódio.
-conserva energia para o axônio, já que apenas
Canais rápidos – SÓDIO – componente do
os nodos sofrem a despolarização e perdem os
spike (POTENCIAL DE PONTA) do potencial
íons (precisa então de pequena participação do
de ação
metabolismo para restabelecer as diferenças
Canais lentos – CÁLCIO – a abertura lenta e de concentração de Na e K através da
prolongada desses canais lentos é a principal membrana após uma série de potenciais de
responsável pela parte do PLATÔ DO ação).
POTENCIAL DE AÇÃO.
Outra característica da condução saltatória:
• (segunda causa) Canais de potássio bainha de mielina  isolante térmico; o
dependente de voltagem: abertura excelente isolamento produzido pela
mais lenta que a usual, só se abrindo membrana faz com que na repolarização ocorra
suficientemente próximo ao verdadeiro pequena transferência de íons.
fim do platô. Isso retarda o retorno do
potencial de membrana a seu valor de
repouso.

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FIBRAS AMIELÍNICAS: fibras mais delgadas, Período refratário absoluto e relativo
condução contínua, velocidade de condução
OBS: enquanto a membrana estiver
menor.
despolarizada pelo potencial precedente NÃO
OCORRE novo potencial em uma fibra
excitável.
Período refratário absoluto: período no qual
NENHUM potencial de ação pode ser
produzido, mesmo com estímulos muito
intensos.
***Após o período refratário absoluto, existe o
período refratário relativo.
Período refratário relativo: durante esse período
estímulos mais intensos podem excitar a fibra.
CAUSAS:
(1) no seu decurso, alguns canais de sódio
ainda estão inativados e não se abriram;
(2) canais de potássio estão totalmente abertos
nessa fase – no geral – o que permite o fluxo
excessivo de potássio de carga positiva para
fora da célula; o que vai CONTRA um novo
estímulo (contra o início de um novo potencial
de ação)

CANALOPATIAS
****Doenças desmielinizantes: afetam a Grupo de desordens neurológicas
velocidade de transmissão do impulso. emergenciais devido a determinadas alterações
genéticas na função de canais iônicos. Seu
estudo é importante para a compreensão do
funcionamento de tecidos eletricamente
excitáveis, como coração, músculos e cérebro.

Canalopatia no coração: arritmia fatal.

Canalopatia no músculo esquelético: alterações


periódicas na contração (desde incapacidade
de contração – paralisias – à incapacidade de
relaxamento – miotonia)

Canalopatia no SNC: descarga elétrica anormal


(choque epilético)

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EQUAÇÃO DE NERST E EQUAÇÃO Potencial de equilíbrio – equação de Nernst:
DE GOLDMAN
-A equação de Nernst é uma “idealização” que
Equação de Nernst: cálculo do potencial de considera que a membrana celular é permeável
Nernst para qualquer ÍON UNIVALENTE. a apenas um tipo de íon.
Calcula o potencial eletroquímico gerado por
cargas móveis assimetricamente distribuídas. A -Sua aplicação não prevê o valor final do
grandeza desse potencial é determinada pela potencial presente na membrana celular
levando-se em consideração a ação dos
proporção entre as concentrações iônicas nas
diversos íons presentes nas regiões intra e
duas faces da membrana – quanto maior a extracelular.
proporção, maior a tendencia dos íons se
difundirem em uma direção e assim, maior é o -Ela é válida para íons monovalentes, para íons
potencial de Nernst. de outra valência é necessário dividir pela
valência do íon (z).
Potencial de Nernst  valor X de potencial
entre os dois lados da membrana que IMPEDE Potencial da membrana = –90mV
a difusão de um íon específico em qualquer
direção da membrana. PREDIZ A DIREÇÃO
DO FLUXO IÔNICO PARA UM
DETERMINADO ÍON.
É utilizada para o cálculo da diferença de
potencial elétrico necessária para a produção
de força elétrica que é igual e contrária à força
da concentração.

Equação de Goldman-Hodgkin-Katz (GHK):


permite o cálculo do potencial de membrana
vigente no interior da membrana quando há
mais íons presentes, com diferentes gradientes
de concentração. Há vários tipos de canais
DDP  determinada por três fatores: iônicos seletivos a esses íons.

1. Diferença de concentração do soluto nos • Potencial de equilíbrio depende das


dois lados da membrana; permeabilidades relativas da membrana
a esses íons. O potencial é dado pela
2. Carga elétrica (ou “valência”) da molécula equação de GHK.
solúvel;
Para uma célula permeável a K+, Na+ e Cl- a
3. Diferença de voltagem entre os dois lados
da membrana (o chamado potencial equação de GHK nos dá:
transmembrana).

15
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AULA 5 (18/03) Actina e a miosina se ligam, formam-se
pontes cruzadas que, a seguir, são desfeitas,
BASES DA BIOFÍSICA DA os filamentos finos e espessos se movem
ELETROCARDIOGRAFIA adiante um do outro e ocorre o encurtamento
para produzir tensão.
Acoplamento excitação – contração da
célula cardíaca Ciclo de pontes cruzadas continua enquanto a
CORAÇÃO: dotado de mecanismos intrínsecos concentração intracelular de Ca2+ for
que garantem a ritmicidade dos seus suficientemente alta para ocupar os locais de
ligação do Ca2+ na troponina C.
batimentos. Tem a capacidade de produzir e
transmitir potenciais de ação, que se propagam
por todo o músculo cardíaco.
O acoplamento excitação-contração define os
mecanismos pelos quais o potencial de
ação (SINAL ELÉTRICO) faz com que as
miofibrilas (miócito – células cardíacas) do
músculo cardíaco se contraiam
(CONVERSÃO DO SINAL ELÉTRICO EM
AÇÃO MECÂNICA = contração).

***(GUYTON) Quando um potencial de ação se


propaga pela membrana do músculo cardíaco
via junções comunicantes/célula a célula
(sarcolema = membrana do musc cardíaco),
esse potencial também se propaga (se espalha)
para o interior da fibra muscular cardíaca ao
longo das membranas dos túbulos
transversos (TÚBULOS T). Os potenciais de
ação nos túbulos T agem sobre as membranas
dos túbulos sarcoplasmáticos longitudinais,
produzindo liberação instantânea de ÍONS
CÁLCIO para o sarcoplasma muscular pelo
retículo sarcoplasmático.

Os íons cálcio se espalham para as miofibrilas,


onde provocam REAÇÕES QUÍMICAS e o Além dos íons Ca sendo liberados no
DESLIZAMENTO entre si dos filamentos de sarcoplasma pelo retículo sarcoplasmático,
ACTINA E MIOSINA, produzindo a grande quantidade adicional de íons Ca se
contração. (ação do Ca se ligando a troponina difunde para o sarcoplasma, vinda dos
– causa a contração ao “empurrar” o complexo TÚBULOS T durante o potencial de ação.
actina-miosina)

(slide)
Tropomiosina é movida para fora do caminho e
a interação da actina com a miosina pode
ocorrer.

16
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• Imagem: “liberação de Ca induzida por Junções GAP (comunicantes): membranas
Ca” – é a liberação de cálcio adicional celulares de células adjacentes se
pelos Túbulos T. unem/fundem umas as outras através de
• Acoplamento no músculo esquelético é junções comunicantes, que permitem a difusão
DIFERNTE do acoplamento no músculo dos íons. (são acopladas eletricamente pelas
cardíaco. junções GAP) ***são consideradas junções
abertas.
***Sem esse Ca adicional, a força da contração
muscular cardíaca seria reduzida. ***o retículo DISCOS INTERCALARES: são as áreas
sarcoplasmático do musc cardíaco é menos escuras que atravessam as fibras musculares
desenvolvido que o do musc esquelético e não cardíacas. São membranas celulares que
armazena tanto Ca suficiente para fazer a separam duas fibras musculares cardíacas
contração forte. (IMPORTÂNCIA DOS adjacentes. As fibras são “ligadas em série”.
TÚBULOS T)
Formam as junções comunicantes permeáveis
Túbulos T: Invaginam na fibra cardíaca nas (gap junction), por onde os íons movem-se com
linhas Z (induz a contração). facilidade pelos eixos longitudinais das fibras,
de modo que os potenciais de ação passem de
Ca = segundo mensageiro químico para o uma célula a outra através dos discos com
potencial de ação da célula cardíaca (além de pouca resistência.
Na e K)
Logo: CORAÇÃO É UM SINCÍCIO funcional –
MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO formado por muitas células musculares
cardíacas interligadas = se comporta como
uma ÚNICA CÉLULA (quando uma é
excitada o potencial se propaga para todas
as demais  célula a célula). Permitindo a
despolarização e a contração sincronizada.

O coração é formado por 2 sincícios: sincício


ATRIAL e VENTRICULAR.

SINSÍCIO ATRIAL: forma as paredes dos dois


átrios

SINCÍCIO VENTRICULAR: forma as paredes


dos dois ventrículos

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Os dois sincícios são separados por TECIDO Por que o potencial inicia no nó sinusal e
FIBROSO não no nó A-V ou nas fibras de Purkinje?

***Essa divisão da massa muscular do coração Resposta: a frequência de descarga no nó


em dois sincícios funcionais é o que permite sinusal (NS) é muito maior que no nó A-V e
que os ÁTRIOS CONTRAIAM PRIMEIRO, fibras de Purkinje. O nó sinusal perde sua
antes da contração ventricular – importante hiperpolarização (final do potencial de ação)
para a eficácia do bombeamento cardíaco. muito mais rápido se “recarregando”
novamente para um novo potencial, produzindo
***(GUYTON) Em condições normais, os um novo impulso mais rápido e antes da auto-
potenciais de ação só se podem ser excitação do nó A-V e f. de Purkinje.
conduzidos, do sincício atrial para o ventricular
por meio do FEIXE ATRIOVENTRICULAR Assim o nó sinusal controla os batimentos
(feixe A-V), que é um feixe de fibras condutoras do coração (MARCAPASSO NORMAL) por
especializadas. ter a frequência rítmica de descarga maior
que qualquer outra região do coração.

Existe uma : hierarquia no automatismo


cardíaco

Fibra de despolarização rápida (fibras


sinusais)  função de marcapasso cardíaco
(ritmicidade )
***Despolarizações de células marca-passo
(fibras sinusais) rapidamente espalhando pelas
células contrácteis adjacentes através das
junções gap.

• Potencial de ação

• NÓ SINUSAL: MARCAPASSO Presença de platô de 0,3s: abertura de canais


CARDÍACO de sódio rápido (ocorre primeiro) e depois os de
cálcio mais lentamente permitindo a contração
Início do estímulo elétrico – sincronizada.
DESPOLARIZAÇÃO espontânea (automatismo
cardíaco: auto-excitação das fibras); as fibras ***Acoplamento excitação-contração: a mesma
sinusais se conectam as fibras atriais, de modo entrada de Ca+2 permite deslizamento dos
que qualquer potencial de ação originado do nó filamentos (Ca +2 e troponina 
sinusal se propagada imediatamente para os actina/miosina)
átrios (aurículas) e dessas para os ventrículos. AUTOMATISMO CARDÍACO:
***Auto-excitável não precisa de estímulo MECANISMO
externo para se contrair.
NS e NAV: propriedade de auto-excitação
-potencial de repouso menos negativo Influxo de Na+: pico no início do gráfico;
registrado no músculo ventricular
-maior permeabilidade a íons Na (causa da
Influxo de Ca+2: canais transitórios de Ca+2.;
maior eletronegatividade do potencial do nó
célula atinge potencial limiar de excitabilidade.
sinusal – as fibras são mais vazantes para íons
sódio)

18
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Influxo de íons eletropositivos: Automatismo do tipo lento
potencial intracelular aproxima-se do potencial
limiar. Canais lentos de Ca2+
“Pré – potencial”: intervalo entre potencial de
repouso/PR ( em torno de – 60mV) potencial • Repolarização também lenta devido à
limiar/PL (em torno de – 40mV) gradativa diminuição da permeabilidade
ao K+.
Célula no potencial LIMIAR (PL): ***As células contráteis, tanto dos átrios quanto
dos ventrículos, bem como as fibras de
–40mV Purkinje, possuem potencial de ação rápido.

• Canais de sódio fechados/inativados: Células do NS e NAV  potencial de ação


não influenciando mais no potencial lento.
(quando o potencial de membrana fica
mais eletronegativo)
Auto-excitação das fibras de Purkinje
• Abertura de canais de CÁLCIO de
(ventrículos)
longa duração (canais lentos):
responsáveis pelo potencial de ação Abertura dos canais de Na+ - Ca++ dependentes
***Canais de cálcio-sódio ativados: causa o de potencial (PLATÔ): influxo de cargas
rápido influxo (SAÍDA) de íons cálcio e sódio, positivas para o interior da célula, sem a
gerando o potencial de ação. É o vazamento existência de pré-potencial.
das fibras do nodo sinusal aos íons sódio que
provoca a sua auto-excitação.
Transformação do potencial de ação em
produção de tensão.
Potencial ~ 0mV
 Abertura de canais de K+: repolarização Etapas do processo potencial de ação
da fibra. (maior abertura dos canais de CARDÍACO (P.A.C)
potássio, com difusão de grande
quantidade de íons positivos de potássio Inicia-se na membrana da célula miocárdica:
para fora da célula, faz com que o • despolarização se propaga para o
potencial de membrana retorne ao seu interior da célula por meio dos túbulos T.
valor de repouso)
 Gradual diminuição da permeabilidade Característica singular do PAC: presença de
da membrana aos íons K+: abertura de Platô: resulta de ↑ na condutância do canal e
canais de Ca2+ tardio; vazão de íons entrada de Ca2+ (extra para intracelular), logo
sódio, iniciando um pré- há um ↑ [Ca2+] intracelular
potencial, impede que estas fibras
sofram hiperpolarização ou que seu Não inicia contração enquanto não liberar
potencial torne-se mais negativo que –60 Cálcio
mV.
• Liberação Ca2+ dos estoques do retículo
***Não existe platô porque quando o potencial sarcoplasmático (RS) (menor
da fibra chega próximo a 0 mV os canais de quantidade ***não acumula tanto cálcio)
Ca++ se fecham. • Liberação de Ca2+ (RS) induzida por
Ca2+ (liberação maior de Ca)
• Maior ↑ da [Ca2+] intracelular (ligação
Ca2+ e troponina-C)

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POTENCIAIS DE MARCAPASSO

Células marca-passo não apresentam


POTENCIAL DE REPOUSO estável.

Membranas celulares do tecido estão sujeitas a


despolarização lenta e constante
(despolarização diastólica).

• Principal componente é a ativação de


uma corrente lenta (para dentro) devido
a entrada de Ca2+.

Atinge o limiar mais rapidamente devido a


***A grandeza da tensão desenvolvida pelas corrente de Ca2+ e Na+ para dentro, ativada
células miocárdicas é proporcional à por hiperpolarização.
concentração intracelular de Ca2+.
POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍACO
Alteração da quantidade de tensão produzida
pelas células miocárdicas: Garantir uma propagação rápida e
coordenada da “mensagem” disparando o
• Hormônios, neurotransmissores e processo de contração de forma
drogas que alterem a corrente de sincronizada em toda a câmara.
entrada de Ca2+ durante o platô de
potencial de ação Propaga-se do átrio (nodo sinusal) para os
ventrículos.
• Ou que alterem os estoques de Ca2+ do
retículo sarcoplasmático. Um ciclo de PA = Um ciclo de contração

Relaxamento Grande diversidade de morfologia em função


das regiões celulares e espécie animal.
Ca2+ é reacumulado no retículo
2+
sarcoplasmático pela ação da Ca ATPase. Sequência de excitação
Diminuição da concentração intracelular de
Ca2+ para os níveis de repouso.

Ca2+ que penetrou na célula durante o platô de


potencial de ação é eliminado da célula pela
Ca2+ ATPase e pelo trocador Ca2+-Na+
presentes no sarcolema.

Transportadores no sarcolema bombeiam Ca2+


para fora da célula contra o seu gradiente
eletroquímico, com a Ca2+ ATPase utilizando
diretamente ATP e o trocador Ca2+-Na+
utilizando a energia do gradiente do Na+.

NODO AS – NODO AV – FEIXE AV – FIBRAS


DE PURKINJE

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Canais de potássio
• Canal de K+ retificador de influxo –
Manutenção do P.R. próximo ao Peq K+.
• Canal de K+ ativado por acetilcolina –
Participação importante na determinação
do P.R. do miocardio atrial, NSA e NAV.
• Canal de K+ regulado por ATP – Pouco
sensível ao potencial de membrana.
• Canal de K+ retificador retardado –
***Despolarizações de células marca-passo
Responsável pela repolarização final;
rapidamente espalhando pelas células determinação na duração do P.A.; ativado
contrácteis adjacentes através das junções por despolarização com cinética mais
gap. lenta que o canal de Ca+2 (retardado).

CANAIS IÔNICOS NA GÊNESE DOS P.R. E • Canal de K+ : Ca+2 dependente; Na+


P.A. CARDÍACOS dependente

Canal de Sódio dependente de voltagem:


• -90mV = fechado (P.R.)
• -60mV = ativação (aberto); inativação
= ocorrência lenta, estado não condutivo
(inativa porque já está muito
eletronegativo).
• Pulso de Idesp (limiar de despolarização) = abertura
dos canais Na+.
• Influxo passivo devido ao gradiente de
potencial eletroquímico.
• Positivação do meio intracelular. NODO SUNUSAL
• Abertura de mais canais de Na+.
• Influxo Na+; > despolarização ⇒
direcionado ao Peq Na+.
• ↓ progressiva da corrente de Na+ por
inativação de canais de Na+
(progressivamente impermeantes).

Canais de Ca dependentes de voltagem:


• Tipo L (lento) – Responsável pela
principal onda despolarizante. • Canais If: (imagem c) canais de corrente
permeáveis a sódio e potássio
– Lentos nos nódulos sinusal e atrio-
ventriculares.
• Tipo T (transiente) – Responsável pela
despolarização diastólica lenta.
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Miocárdio Atrial, Ventricular e Fibras de
Purkinje

• Tabela de comparação entre os PA do


musc esquelético e musc cardíaco

AULA 6 (25/03)

BASES FISIOLÓGICAS DO ECG –


FUNDAMENTOS FÍSICOS
Fase 0 – Corrente despolarizante. Canais de
Na+ dependentes de voltagem. Rápido e Uma DDP aplicada a dois pontos no interior de
maciço influxo de Na+. Despolarização. um recipiente com solução eletrolítica gera
Fase 1 – Rápida e transitória repolarização por uma corrente elétrica em todos os sentidos
abertura de canais de K+ transiente de efluxo. possíveis do polo + ao – (sentido da
Fase 2 – Fluxo efetivo de carga é muito corrente).
pequeno. Lenta despolarização.
Fase 3 – Repolarização rápida por correntes de
efluxo de K+ pela ativação de canais de K+
retificador retardado induzida pela
despolarização da Fase 0.
Fase 4 – Potencial de repouso estável devido a
um balanço entre as correntes de efluxo e
influxo com um saldo de corrente efetivo nulo.

ONDAS DE DESPOLARIZAÇÃO E
REPOLARIZAÇÃO
-Se propagam ao longo das fibras cardíacas
-Podem ser consideradas DIPOLOS em
movimento
-Momentos dipolos variáveis
-Dipolos determinam campos elétricos variáveis
• Curso temporal do PA no coração
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-Medição da ddp através de eletrodos na VETOR DESPOLARIAÇÃO (CORAÇÃO)
superfície
Atividade elétrica: representada por um vetor
***DIPOLO com origem no CENTRO ELÉTRICO do
coração.
-Sistema formado por duas cargas elétricas
iguais Vetor do estímulo elétrico = contribuição total
das áreas ativas do coração (sentido do AD
-As cargas apresentam sinais contrários
para o VE)
-A distância entre as cargas é o comprimento
AMPLITUDE: depende da quantidade de
do dipolo
massa muscular ativa (quantidade de
-A reta que as une é o eixo do dipolo CÉLULAS CARDÍACAS/MIÓCITOS)
SENTIDO: espalhamento da frente de
despolarização

ECG
***Momento do dipolo: vetor resultante do
Registro extracelular contínuo da atividade
produto do eixo do dipolo (d) e de uma das
ELÉTRICA do coração
cargas – seus efeitos dependem da direção do
eixo e orientação das cargas Várias posições padronizadas/convencionais
para colocação dos eletrodos = DERIVAÇÕES
ELETROCARDIOGRÁFICAS
***visualização do eixo cardíaco (“câmeras”)
• DERIVAÇÕES
ELETROCARDIOGRÁFICAS
As derivações são constituídas por um par de
eletrodos ligados à superfície do corpo.
A direção do vetor entre o eletrodo negativo e o
positivo é denominado eixo da derivação
ECG NORMAL = 12 DERIVAÇÕES (6
PERIFÉRICAS/MEMBROS e 6
CAMPO ELÉTRICO PRECORDIAIS)

Originado pelo dipolo elétrico As derivações são “câmeras” = visualizam


-Linhas de corrente do positivo para o negativo ângulos diferentes para o mesmo
-Linhas equipotenciais formando ângulo de 90 fenômeno/evento elétrico cardíaco
com as linhas de corrente
A posição dos eletrodos mostram o mesmo
vetor em posições diferentes.
Derivações bipolares, unipolares, aumentadas
bipolares e precordiais

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DERIVAÇÕES BIPOLARES/CLÁSSICAS terceira a partir da SOMA VETORIAL das duas
primeiras. OBS: levar em conta os SINAIS
Derivações bipolares periféricas padrão:
POSITIVO/NEGATIVO dessas duas derivações
conexões elétricas entre os membros do
para fazer a soma.
paciente e o eletrocardiógrafo.
São chamadas de “bipolares” = combinação de
DOIS FIOS e seus eletródios para formar um
circuito completo com o eletrocardiógrafo
(aparelho).
OBS: TRIÂNGULO DE EINTHOVEN
Triângulo de Einthoven: traçado em torno da
área cardíaca. Coração ocupa CENTRO do
triângulo EQUILÁTERO.
É um meio esquemático de simbolizar os dois
braços e a perna esquerda = esses 3 pontos
formam os vértices do triângulo, circundando o
coração.
Os dois vértices na parte superior do
triângulo representam os pontos onde os dois
braços se conectam eletricamente com os
líquidos em torno do coração.
O vértice inferior é o ponto onde a perna
esquerda se conecta com esses líquidos.

DERIVAÇÕES UNIPOLARES PERIFÉRICAS


AUMENTADAS
Nesse tipo de registro, dois dos membros são
conectados, por meio de resistências, ao
Todas as derivações aparecem POSITIVAS terminal negativo do eletrocardiógrafo,
no registro do eletrocardiógrafo!!!! (por enquanto o terceiro membro é ligado ao
soma vetorial de cada ponto quando este se terminal positivo.
torna negativo em relação ao outro ponto da Terminal positivo no braço DIREITO: aVR
derivação)
Terminal positivo no braço ESQUERDO: aVL
***A lei de Einthoven: propõe que sabendo duas
derivações periféricas em um determinado Terminal positivo na PERNA ESQUERDA:
instante, é possível determinar o valor da aVF

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***São todas semelhantes às derivações DERIVAÇÕES DO PLANO HORIZONTAL OU
periféricas padrão (D1, D2, D3) – registro é TRANSVERSO
bem semelhante no ECG.
EXCEÇÃO = aVR é INVERTIDA

 Derivações precordiais: eletrodos na


superfície anterior do tórax, sobre o
EIXOS DAS DERIVAÇÕES DO PLANO coração, 6 derivações = V1, V2, V3, V4,
FRONTAL V5, V6.
 Como a superfície do coração fica
próxima a parede cardíaca, as
derivações precordiais registram
principalmente o POTENCIAL
ELÉTRICO DA MUSCULATURA
CARDÍACA imediatamente abaixo do
eletrodo.
 Anormalidades pequenas nos
ventrículos (principalmente na parede
ventricular anterior) causam alterações
acentuadas no ECG e são registradas
pelas derivações precordiais.

 Orientações das derivações em relação


ao foco dos vetores, isto é, à posição do
coração.

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(SLIDES)

ECG – Derivações plano frontal

ECG NORMAL
(slides)

ECG – Derivações plano horizontal

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AULA 7 (08/04)

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO ECG


Identificar sinais que permitam determinar
alterações: (ECG = registro gráfico das
correntes elétricas do coração que se
propagam até a superfície do corpo)
-Ritmo cardíaco
-Ativação das câmaras cardíacas
-Condução do impulso
-Volume e massa muscular das câmaras
cardíacas
ONDAS ECG (slide) -Irrigação sanguínea
-Avaliação de arritmias
-Doenças pericárdicas
-Mudanças na anatomia cardíaca
-Avaliação de terapia com drogas
-Distúrbios eletrolíticos (alterações das
bases/eixo X do tempo do complexo QRS/sofre
um alargamento, por exemplo em hipo e
hipercalemia)
-Progressão de cardiopatias
-Doenças extra-cardíacas
Observar no ECG: a morfologia das ondas;
entalhes e espessamentos; ondas P e T
achatadas e de inscrição mais lenta; medida
das durações e amplitudes.
Determinar frequência cardíaca:
-Átrios e ventrículos
-Frequência média

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1mm  1mV (quadrado pequeno)
5mm  0,5 mV (quadrado grande)
***Amplitudes das ondas no ECG normal
dependem da maneira pela qual os eletrodos
são colocados na superfície do corpo e de sua
distância ao coração.
***Em situações de CARDIOMEGALIA:
aumenta a amplitude pela maior proliferação
de células (hipertrofia muscular para
compensar a sobrecarga)
• Duração (eixo X: tempo)
Ritmo: sinusal Velocidade padrão do papel de registro:
25mm/s. ***o fluxo mais rápido do papel
Anormalidades de condução: bloqueios
aproxima os picos = impressão de taquicardia
-Condução lenta no exame
Eixo horizontal do ECG: tempo

ONDAS ELETROCARDIOGRÁFICAS 0,04s (quadrado pequeno)


0,20s (quadrado grande)

Duas características:
• Amplitude (eixo Y: voltagem)
Reflete a força elétrica da onda
Não tem relação com a força muscular da
contração ventricular ***Encurtamento do intervalo Q-T: indicativo de
DEPENDE DA QUANTIDADE DE CÉLULAS TAQUICARDIA
PARTICIPANDO DO SINAL ELÉTRICO, NÃO ***Alargamento do intervalo Q-T: indicativo de
DE FORÇA MUSCULAR bradicardia
Eixo vertical do ECG: mede a amplitude em Intervalo Q-T: DEFINE A FREQUÊNCIA
milímetros ou voltagem elétrica em milivolts CARDÍACA
(mV)

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EIXOS ELÉTRICOS • Identificar sinais de isquemia ou de
infarto:
-redução do fluxo sanguíneo coronariano
-inversão da onda T
-desnivelamento do segmento ST
-ondas Q anormais
Eixo elétrico do coração – enxerga a posição
espacial/vetorial do vetor ventricular/cardíaco ***Supra ou infradesnivelamento do segmento
ST = indicativo de infarto
Onda P, Complexo QRS e Onda T
RITMO CARDÍACO: SINUSAL
Derivações do plano frontal: D1, D2, D3, aVL,
aVR, aVR Nó/nódulo sinusal

Derivações do plano horizontal: V1, V2, V3, V4, Ondas P: positivas em D1, D2 e D3
V5, V6. -precedem o complexo QRS; tem correlação
fixa com QRS.
-despolarização ATRIAL
• Alterações do ritmo cardíaco normal:
patológico ou não patológico
Classificações: regular ou irregular AULA 8 (15/04)

Rítmica ou arrítmica MARCAPASSOS (MP) POTENCIAL (P) OU


ECTÓPICOS
Bradicardias e taquicardias
• Falha do marcapasso dominante (nodo
Supra-ventricular ou ventricular sinusal)
Paroxística ou incessante MP-P entram em ação propagando os impulsos
• Identificar sinais de hipertrofia da parede elétricos
muscular ou de crescimento de cavidade Focos ectópicos no miocárdio: assumem
cardíaca temporariamente o comando do MP cardíaco;
ocorre somente em condições emergenciais ou
patológicas
***(GUYTON) Marcapasso ectópico: ocorre
quando outra parte do coração desenvolve uma
descarga rítmica com frequência maior que a
do nodo sinusal. Isso ocorre nas fibras do nodo
AV ou nas fibras de Purkinje, quando um deles
funciona de forma anômala. O marcapasso do
coração deixa de ser o nodo sinusal e passa a
ser um desses. Sob condições mais raras, um
ponto no MÚSCULO atrial ou ventricular
desenvolve excitabilidade excessiva e passa a
***Cardiomegalia
ser o marcapasso.

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Ritmo ectópico atrial: Intervalo RR: distância entre duas ondas R
consecutivas (despolarização ventricular) 
• Ritmo gerado nas células dos átrios
sístole + diástole = CICLO CARDÍACO
• Ocorre inibição do ritmo sinusal
• Pode aparecer por ineficiência do no ***Esse intervalo pode ter a notação de
sinusal “intervalo RR’ “.
• Ondas P podem aparecer antes ou
depois do complexo QRS, positivas ou
negativas.
Localização e funções
Frequência própria e inerente: produzem
quantidade distinta de contrações por
minuto
Átrios: menos de 60/min
Área de junção do NAV: 40/min a 60/min
Ventrículos: 20 a 40/min
Nódulo sinusal (NS) ou Sinoatrial (NSA): de 60 Valores normais do ECG
a 100/min ***Átrios, área de junção NAV e
ventrículos: permanecem silenciosos porque
recebem impulsos do NSA.
• Marcapassos ectópicos funcionam
apenas em situações de emergência
• Quando o NSA FALHA = garantem o
fluxo sanguíneo necessário no sis
circulatório ***disparam potencial acima
do nó sinusal
• Presença de doenças: MP com
frequência mais rápida torna-se
dominante
Situações especiais:
Focos ectópicos podem emitir impulsos
elétricos de frequência muito alta 
contrações rápidas/ AUMENTAM A
FREQUÊNCIA CARDÍACA (150 a 300
batimentos/min)

Ciclo cardíaco normal


Registro padrão composto por: onda P,
complexo QRS, onda T, intervalo PR, intervalo
QT, segmento ST

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Interpretação eletrocardiográfica
Alteração do padrão da transmissão do impulso
cardíaco pode causar potenciais elétricos
anormais em torno do coração e,
consequentemente, alterar as formas das • Duração (D2): até 0,11s (em adultos)
ondas no ECG.
• Amplitude: até 0,25mV
***Quase todas as anormalidades graves do • Eixo: entre +30º e +70º (média de +50º)
músculo cardíaco podem ser detectadas pela • Onda P sempre deve ser positiva em D1
análise dos contornos das diferentes
derivações eletrocardiográficas.
Anormalidades do musc cardíaco =
ARRITMIAS; divididas em dois grupos:
-ocorrência da alteração de ritmo
-ocorrência da alteração da frequência cardíaca
Identificação de onda P, complexo QRS e da Onda P normal e sobrecargas
onda T

Sobrecargas  aumenta o número de células e


a amplitude  aumenta o espessamento atrial
-ONDA P: (eixo Y: AMPLITUDE – quantidade de células
participando do sinal elétrico)
• Morfologia
Ausência da onda P: arritmias (fibrilações
Arredondada monofásica e positiva atriais) – onda P indica a contração dos
ÁTRIOS (DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL; por
auto-excitação do nó sinusal)
***Onda P e onda T na derivação aVR é sempre
invertida (em pessoas normais), o eletrodo
Se estiver pontiaguda (amplitude normal): enxerga o vetor na posição invertida.
indica taquicardias; mais pontiaguda em Onda T: repolarização
crianças
50% bifásica em V1, plus-minus
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CAMILA MILITÃO – TURMA LIII
Interpretação do ECG  Arritmia sinusal: análise do ritmo
cardíaco (analisar complexo QRS);
-CALCULAR A FREQUÊNCIA TAXA de ativação do nó sinusal varia
CARDÍACA causando uma alteração no ECG
Frequência normal: entre 60 e 100 bpm
TAQUICARDIA E BRADICARDIA SINUSAL
-originada no nó sinusal

-Identificar o RITMO CARDÍACO


AULA 9 (22/04)
Ritmo sinusal: enlace A/V
PROVA M1
• Uma onda P precedendo cada QRS
• Cada QRS antecedido por uma onda P
Análise do ritmo cardíaco: analisar se os
complexos QRS são regulares. Verificar se os
intervalos RR (distância entre dois QRS) são
semelhantes. **Complexo QRS: indica a
despolarização ventricular

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