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monges com ervas e plantas naturais. Quando conseguiu chegar a Génova, já todos os
barcos tinham partido. O Cavaleiro decidiu então retomar, a cavalo, a sua viagem de
regresso, em direcção ao norte. Em Antuérpia, foi recebido por um banqueiro amigo de
Averardo e, num jantar, conheceu um capitão que lhe mostrou três cofres: um, com
pérolas, outro, com ouro, e outro, com pimenta, cofres trazidos de uma viagem da rota
dos Portugueses pela África. No dia seguinte, o Cavaleiro, já muito atrasado, partiu a
cavalo e, no dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, chegou à região onde ficava a sua
casa. Aqueceu-se na casa de uns lenhadores, na floresta e, quando já estava a anoitecer,
partiu com intenção de cumprir a sua promessa. Mas o escuro e a neve, que entretanto
tinham caído, apagaram todos os trilhos dos caminhos e o Cavaleiro perdeu-se. Numa
noite escura, onde apenas se distinguiam os olhos dos lobos e se ouvia o som de um
urso que se aproximava, o Cavaleiro pediu aos animais uma trégua, naquele dia santo, e
eles afastaram-se. Por isso, o Cavaleiro fechou os olhos e rezou a Deus. Quando os
abriu, viu ao longe uma claridade que pensou ser uma fogueira feita por algum
lenhador. Mais animado, prosseguiu a viagem e, ao aproximar-se, verificou que a
claridade, que se tornava cada vez mais intensa, iluminava tudo à sua volta. Foi, então,
que o Cavaleiro deparou, muito surpreendido, com a sua casa e com o grande pinheiro
do seu jardim iluminado, que os anjos tinham enfeitado com milhares de estrelas para
lhe mostrar o caminho. A família correu para os seus braços e o Cavaleiro, feliz por ter
cumprido a sua promessa, sentou-se à lareira a tempo da consoada de Natal.
Foi assim que nasceu a tradição do pinheiro de Natal, decorado e iluminado, que a
família do Cavaleiro, em memória daquela ajuda divina, passou a fazer todos os anos.
Da Dinamarca, este costume espalhou-se para o resto do mundo.