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O CAVALEIRO DA DINAMARCA
A mulher, os filhos e os criados, que muito o estimavam, ficaram muito tristes por
essa longa ausência. Então, o Cavaleiro prometeu que, realizada a viagem, voltaria,
dali a dois anos, a tempo da noite de Natal.
O Cavaleiro partiu de barco e ao longo da sua viagem passou por várias terras, teve
muitas experiências e aventuras, durante as quais lhe foram oferecidas riquezas e
adquiriu conhecimento, ouvindo histórias e visitando lugares maravilhosos.
Chegado a Jerusalém, rezou nos Jardim das Oliveiras, banhou-se nas margens do
rio Jordão e passou a noite de Natal na gruta de Belém, demorando-se cerca de
dois meses na Palestina.
Um dia, num jantar entre amigos, o mercador contou-lhes a história de Jacob Orso e
da sua pupila Vanina, com quem o tutor queria casar um dos seus familiares. Quis
no entanto o destino que Vanina se apaixonasse, numa noite de lua cheia, por
Guidobaldo, um capitão de um navio. Este, que passava de gôndola, vendo, durante
algum tempo, Vanina pentear o seu longo cabelo dourado na varanda, elogiou-lhe a
beleza. Em agradecimento, Vanina atirou-lhe o seu pente de marfim e, mais tarde,
fugiram juntos num navio, rumo à felicidade.
Quando os abriu, viu ao longe uma claridade que pensou ser uma fogueira feita por
algum lenhador. Mais animado, prosseguiu a viagem e, ao aproximar-se, verificou
que a claridade, que se tornava cada vez mais intensa, iluminava tudo à sua volta.
Foi então que o Cavaleiro deparou, muito surpreendido, com a sua casa e com o
grande pinheiro do seu jardim iluminado, que os anjos tinham enfeitado com
milhares de estrelas para lhe mostrar o caminho.
Foi assim que nasceu a tradição do pinheiro de Natal, decorado e iluminado, que a
família do Cavaleiro, em memória daquela ajuda divina, passou a fazer todos os
anos. Da Dinamarca, este costume espalhou-se para o resto do mundo.