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O Cavaleiro da Dinamarca

A lenda do Cavaleiro da Dinamarca conta a história de um nobre dinamarquês que vivia


na Dinamarca. Numa noite de  anunciou que tinha decidido partir em peregrinação
até Jerusalém. A longa viagem não permitiria ao Cavaleiro passar o Natal seguinte em
casa.

A mulher, os filhos e os criados ficaram muito tristes por essa longa ausência. Então, o
Cavaleiro prometeu que voltaria, dali a dois anos, a tempo da noite de Natal.

O Cavaleiro partiu de barco e ao longo da sua viagem passou por várias terras ouvindo
histórias e visitando lugares maravilhosos.

Chegado a Jerusalém, rezou nos Jardim das Oliveiras, banhou-se nas margens do rio
Jordão e passou a noite de Natal na gruta de Belém.
No regresso, conheceu um mercador de Veneza com quem fez amizade. Juntos
visitaram as maravilhosas cidades do mar Mediterrâneo e chegaram a Veneza, onde o
Cavaleiro ficou hospedado no palácio do mercador.
Um dia, num jantar entre amigos, o mercador contou-lhes a história de Jacob Orso e da
sua pupila Vanina, com quem o tutor queria casar um dos seus familiares. Quis no
entanto o destino que Vanina se apaixonasse por Guidobaldo, um capitão de um navio.
Este, que passava de gôndola, vendo, durante algum tempo, Vanina pentear o seu longo
cabelo dourado na varanda, elogiou-lhe a beleza. Em agradecimento, Vanina atirou-lhe
o seu pente de marfim e, mais tarde, fugiram juntos num navio, rumo à felicidade.

Passado alguns dias, o Cavaleiro decidiu partir e o mercador ofereceu-lhe um cavalo


que o levou pelo Norte de Itália. Visitou  Florença, onde ficou hospedado em casa do
banqueiro Averardo e onde escutou as maravilhosas histórias do pintor Giotto, do seu
mestre Cimabue e de Dante, e do amor deste por Beatriz, prematuramente falecida e que
o poeta encontrou, em sonhos, no Paraíso.

Em seguida, o Cavaleiro tentou tomar um navio em Génova, mas adoeceu antes de


chegar a esta cidade, recolhendo-se num convento, onde foi tratado pelos monges com
ervas e plantas naturais. Quando conseguiu chegar a Génova, já todos os barcos tinham
partido.
O Cavaleiro decidiu então retomar, a cavalo, a sua viagem de regresso, em direção ao
norte. Em Antuérpia, foi recebido por um banqueiro amigo de Averardo e, num jantar,
conheceu um capitão que lhe mostrou três cofres: um com pérolas, outro com ouro, e o
terceiro com pimenta, todos trazidos de uma viagem da rota dos Portugueses pela
África.

No dia seguinte, o Cavaleiro, já muito atrasado, partiu a cavalo e, no dia 24 de


dezembro, véspera de Natal, chegou à região onde ficava a sua casa. Aqueceu-se na
casa de uns lenhadores, na floresta e, quando já estava a anoitecer, partiu com intenção
de cumprir a sua promessa. Mas o escuro e a neve, que entretanto tinham caído,
apagaram todos os trilhos dos caminhos e o Cavaleiro perdeu-se. Numa noite escura,
onde apenas se distinguiam os olhos dos lobos e se ouvia o som de um urso que se
aproximava, o Cavaleiro pediu aos animais uma trégua, naquele dia santo, e eles
afastaram-se. Por isso, o Cavaleiro fechou os olhos e rezou a Deus.

Quando os abriu, viu ao longe uma claridade que pensou ser uma fogueira feita por
algum lenhador. prosseguiu a viagem e, ao aproximar-se, verificou que a claridade, que
se tornava cada vez mais intensa, iluminava tudo à sua volta. Foi então que o Cavaleiro
deparou, muito surpreendido, com a sua casa e com o grande pinheiro do seu jardim
iluminado.
Foi assim que nasceu a tradição do pinheiro de Natal que a família do Cavaleiropassou
a fazer todos os anos. Da Dinamarca, este costume espalhou-se para o resto do mundo.

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