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Mudança II

A aula de hoje é sobre mudança de vida. Muitas pessoas sonham com


essa grande transformação no seu dia-a-dia, na sua vida, mas não conseguem
enxergar quais são os passos necessários que devem ser tomados para alcançar
esse objetivo. Na aula de hoje, nós vamos fazer uma análise através de uma
conversa informal, como a gente está tendo, e alguns momentos mais didáticos,
mais professorais. O que eu vou trazer para vocês aqui hoje é: uma análise de
como eu fiz a mudança na minha vida para que vocês enxerguem que passos
vocês têm que dar na vida de vocês... Como vocês têm que fazer essa análise,
no seu dia-a-dia, das suas ambições, de onde tu quer chegar.

É muito fácil para a gente analisar o nosso dia-a-dia, o presente, vendo as


coisas que a gente gosta e as coisas que a gente não gosta; ou até mesmo
analisando o nosso passado, as coisas que a gente gostou e que não gostou de
fazer. Mas enxergar o futuro é algo mais difícil, porque muitas vezes é sombrio...
Existe uma grande bruma no que a gente quer.

É muito fácil a gente conseguir pensar o que a gente não quer, mas para
isso existe um certo método de análise que eu quero que vocês aprendam
comigo no dia de hoje. Então pega um papel e uma caneta que nós vamos
conversar, vamos dar os primeiro passos, numa análise do que é este momento
de introspecção quando tu tem que estar contigo mesmo, pensando,
enxergando, começando a analisar a tua função no mundo, começando a
analisar a tua importância, começando a analisar o ponto que tu deve pegar a
tua responsabilidade em tuas mãos e conseguir discernir as coisas que tu tem

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controle e as coisas que tu não tem controle para assim tu consiga enfrentar as
vicissitudes do destino e tome as melhores decisões.

Então na primeira parte da nossa aula nós vamos conversar sobre esse
momento de introspecção, esse momento de encontrar o nosso chamado, a
nossa vocação, a nossa missão de vida. E o segundo que é: Como conhecer?
Como ampliar o nosso conhecimento? Quanto mais eu sei, mais eu sou. O que
eu quero, agora, que vocês prestem atenção no que nós conversaremos, no
decorrer dessa primeira aula, e se tiver algumas dúvidas ainda usem papel que
nós discutiremos num segundo momento.

Sejam todos bem-vindos!


Mudança de vida: Na aula de hoje, eu vou apresentar para vocês caminhos
para tu parir a si mesmo. O que nós conversamos no ponto anterior foi
exatamente o poder da introspecção, desse momento do ser humano parar e
começar a ouvir esse chamado da vida, essa sua essência, a sua virtude e começar
a entender o poder das vicissitudes do destino, da fortuna. Se nós observarmos,
todos os grandes pensadores da humanidade sempre falaram sobre isso,
principalmente, no caso, como eu falei para vocês da fortuna e da virtude:
Maquiavel. Mas não só ele: Schopenhauer falou sobre isso, Nietzsche falou sobre
isso. Na aula anterior nós conversamos: o Nietzsche diz: “De tanto procurar, eu
aprendi a encontrar”. Aristóteles fala sobre isso, quando ele fala do mero viver.
Platão fala sobre isso, no próprio mito da caverna, dessa pessoa que conhece e
vive essa dor de viver diante da ignorância das outras pessoas. Espinosa fala sobre
isso no momento que ele discute o livre-arbítrio. Todos esses caras, todos esses
grandes gênios, falaram sempre as mesmas coisas e nós, ignorantes,
irresponsáveis, nunca obedecemos.
Faz três mil anos que todo mundo começou a discutir, exatamente, o
poder que nós temos de ouvir a nossa virtude, entender qual é a nossa essência,
entender qual é a nossa vocação. O que é vocação? Vocação é, exatamente,
quando tu tem esse chamado, essa voz que te chama de uma maneira imperial
para tu agir em direção ao teu destino. E esses são os dois conceitos que eu quero
que tu tenhas bem claro: a tua essência e as vicissitudes do destino. A nossa
segunda lição mais importante, agora, é, exatamente, conhecimento. Se lá,
naquele primeiro ponto, a gente colocou sendo a introspecção, agora é outra
coisa... É o conhecimento. E Aristóteles já dizia, isso eu converso constantemente
com vocês, porque eu quero que vocês entendam essa percepção, eu quero que
vocês tenham introjectado, em nível de inconsciente esse conceito de

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conhecimento para Aristóteles.
Como é que ele dizia que a gente pode ter o conhecimento? A partir de duas
coisas: a Prudência e a Sapiência. A Sapiência é o conhecimento formal, é o
conhecimento que a gente tem baseado nos livros, na leitura, nos cursos.
Conhecimento que se dá de uma maneira continuada. Já a Prudência é o
conhecimento baseado na experiência, baseado nos teus passos empíricos, no
que tu vive, como tu toca a própria vida. E eu quero que tu entenda que esse
é o grande motivo de eu ter criado esse sistema de aulas para vocês,
exatamente, para que tu tenha conhecimento.

Eu digo para vocês sempre: Quanto mais eu sei, mais eu sou. E eu quero,
que através do conhecimento, tu saia da tua zona de conforto. Muita gente
acha que zona de conforto é ficar em casa, com os pés para cima, ou numa
rede na praia, ou na beira do mar. Não... Zona de conforto é quando tu estás
em meio a circunstâncias que tu domina, onde tu conhece tudo, onde tudo é
muito calmo para ti, onde tudo está muito domesticado.

Sejam elas coisas agradáveis ou não. Enfrentar diariamente


engarrafamentos para ir ou para voltar do teu trabalho. Muita gente diz: “Bah,
isso é uma coisa que eu não gosto”. Mas tu tá acostumado. Essa é a tua zona
de conforto. E por que é a tua zona de conforto? Porque tu conhece. Aguentar
brigas de colegas, esporro do chefe também é tua zona de conforto. Por quê?
Porque são coisas que tu conhece, é o que tu vive no dia a dia, tu tá
acostumado... Discutir a tua relação com o teu cônjuge ou talvez viver um
momento de alegria com teu cônjuge também é tua zona de conforto. Por quê?
Porque também é o que tu conhece, é o que tu tá acostumado... Eu quero que
tu enxergue que teus hábitos, as tuas rotinas, o teu conhecimento, as tuas
atitudes, teu comportamento, tudo isso é tua zona de conforto. E o que eu
quero, agora nessa aula de hoje, é que tu entenda que o aumento do
conhecimento vai ampliar a tua vida, vai ampliar a tua existência, vai poder
colocar mais perto da tua essência, da tua missão, da tua vocação. E por quê?
Porque é o observar, é o comparar, é o aprender, é ter novas sensações...
Modificar teus hábitos, conhecer novas culturas, interagir com novas pessoas.
São essas coisas que vão fazer com que tu amplie os limites da tua existência.

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Isso tudo o que eu falo para vocês, está onde? Está além da tua zona de
conforto. E qual é o nome do lugar que a gente fala? Qual é esse lugar além de
uma zona de conforto? É a Zona de Aprendizagem. Eu quero que vocês
enxerguem, a todo momento quando eu falo para vocês aqui, aquela expressão
que eu utilizo, cotidianamente: Quanto mais eu sei, mais eu sou. Quando tu dá
o passo adiante, dentro desse lugar de conhecimento, teu mundo cresce.
Quando tu rompe a tua zona de conforto e entra na zona de aprendizagem,
nasce uma fagulha dentro de ti. Dispara dentro de ti uma engrenagem da vida...
E ela começa a funcionar, novamente, em teu organismo. Tu brilha... Teu
coração dispara, tu te ilumina... Tu sente um poder maior dentro de ti, o poder
do conhecimento.

Tem muitas pessoas que sentem ansiedade, ficam apavoradas, sentem


angústias. Mas muitas outras sentem o quê? O orgulho da compreensão.
Quando tu pega um livro, Il Príncipe, do Maquiavel, tu lê, tu vê os conceitos que
ele tá falando e tu entende isso, te dá aquele orgulho... Bah! A vaidade do
saber. E que é realmente uma paixão, né? Pathos... é uma loucura. E nesse
momento de sentir esse ardor, essa loucura toda, essa força dentro de ti, essa
fagulha incandescente, é nesse momento que algumas pessoas ficam com
medo, ficam angustiadas e recuam para dentro da sua zona de conforto. E
algumas, por outro lado, fazem o quê? Dão um passo adiante. Fica claro que o
pouco que sabem não pode ser o limite do seu conhecimento. Eles começam a
entender que o saber é infinito. Eu digo para vocês: o nosso HD é infinito. A
gente tem que ter o quê? Um processador bom, um cérebro bom e buscar uma
memória infinita. Aprender novos conhecimentos. É o famoso ensinamento do
Sócrates: “Só sei que nada sei”. Ou até mesmo aquele famoso ensinamento do
Oráculo de Delfos: Nosce te ipsum, “Conhece a ti mesmo”. É conhecendo a si
mesmo, tocando o universo, descobrindo o que tu gosta ou o que tu deixa de
gostar, descobrindo o que te traz prazer ou não te traz prazer, descobrindo o
que se comunica com a tua essência, através de uma experimentação, através
da tentativa, através do empirismo, ou seja, através da prudência aristotélica
que tu vai começar a viver essa grande vida dentro de ti. Os passos que tu vai
dando começam a ser cada vez mais largos, porque no desconhecido o homem
caminha mais devagar, os passos são mais curtos, ele tem medo de bater em
algumas coisas. Mas assim como tu vai ganhando a centelha da vida dentro de

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ti, a centelha do conhecimento vai abrindo os teus horizontes. Vai
desanuviando o que tu enxerga, vai deixando tudo cada vez mais claro.
Claridade... A diferença do preto e do branco, tudo fica mais nítido pra ti e tu
começa a tomar decisões melhores. Essa é a importância do conhecimento.
Essa é a importância de nós darmos o passo adiante e não temermos. Porque
a gente começa a ter dentro disso duas grandes tensões: uma tensão
emocional e uma tensão criativa. A tensão emocional te empurra pra dentro
da tua zona de conforto. A tensão criativa quer te levar adiante. E dentro disso
a gente começa a ver o quê? Uma crise. Uma crise existencial. Que era o início
da nossa conversa lá, na nossa última aula. O que é crise existencial? O que é
uma crise? Crise é quando o passado ainda não foi embora e o futuro ainda não
chegou.

É dentro dessa noção de diferenças dum novo mundo que se abre diante
de nós, cada vez mais largo, cada vez mais extenso, cada vez mais brilhante que
nós temos que tomar essas novas decisões. Porque são essas novas decisões
que vão nos ajudar a parir a si mesmo. Esse homem que eu quero ser lá no
futuro já está dentro de nós. Tu já entendeu isso. Agora, como é que tu vai fazer
ele nascer? Conhecendo... Tateando... Cada vez que tu encosta nesse novo
mundo, esse bebê que tu é cresce dentro de ti. Vem a volúpia do saber, ele vai
tomando forma, ele vai criando braços novos, pernas novas. Cérebro, brilho...
Olhos que enxergam, nariz para sentir mais o perfume das coisas, diferentes
odores, novas sensações... Isso só acontece quando tu começa a trazer esse
amálgama de conhecimentos, coisas novas, sentimentos que tu nunca sentiu...
Saberes que tu nunca pensou ter, é assim que tu vai criar. Porque por mais que
tu tenhas um sonho de ser um homem diferente no teu futuro, esse homem
que tá lá, já tá dentro de ti. E cabe a ti fazer o quê? Aprender a parir-se a si
mesmo.

Mas vamos voltar aqui para nossa aula. Qual é o nosso objetivo? A gente
tá analisando esse momento de introspeção, agora esse momento de
conhecimento. Mas o mais importante aqui, e é o que eu estou procurando
fazer com vocês, é exatamente, analisar uma trajetória vitoriosa. E, no caso, é
a minha trajetória vitoriosa, né? Então, quando a gente começa a entender isso
aqui, quando eu estava trazendo para vocês, lá na primeira aula ainda, quando

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a gente enxergava esse momento: do que é importante, quais são os passos
que foram importantes, por que eles foram importantes? A gente volta a
entender o quê? Que eu fotografava como sendo um mero hobby. Eu já fazia
isso lá na infância, quando eu tive aquele momento de introspecção, lá na praia,
a minha essência começou a brotar. Eu não esperava. Olha só quantos anos!,
vale deixar claro isso aí, isso não foi do dia para a noite. Isso aconteceu num
caminho, veio aquela ideia: “Pô, isso tá muito longe de eu conseguir. Eu não
vejo como vou fazer essa coisa acontecer”. Eu mesmo me boicotava,
inconscientemente.

Aí acontece, o acaso do destino, eu compro uma câmera e a partir dali eu


sinto que o destino se comunicou comigo, que as estrelas estão falando
comigo. Começo a entender que esse é um chamado da vida... parece que a
vida queria isso, que Deus queria isso...

E o que eu passo a fazer desde então? Vou buscar o conhecimento


técnico. A prudência da fotografia, que era aprender com seus próprios erros,
isso eu já tinha. Eu vivia fotografando, mas logo eu cheguei num limite, minha
criatividade não podia ir além. Por quê? Porque eu não tinha sapiência, que é
o conhecimento técnico, nesse caso, conhecimento técnico da fotografia. Aí
então, eu fui atrás de boas referências, boas informações e escolhi o meu
primeiro curso.

Por mais que eu tivesse um senso estético apurado, amasse a arte, tivesse
ótimas referências estilísticas, vocês conseguem ver aqui a quantidade de livros
de artes que eu tenho (mostra a estante com inúmeras obras sobre artes) o
que eu precisava encontrar era o domínio da técnica. Mesmo que eu soubesse
o estilo que eu queria perseguir, que estilo de fotografia eu queria para mim,
eu tinha que buscar esse domínio técnico, a sapiência... o conhecimento
formal. E esse domínio só vem através de muito estudo, com horas de
dedicação, com muito empenho. Muita gente acha que isso é sacrifício, porque
se tu entende que tudo que tu estuda, tudo que tu pesquisa, tudo que tu
observa, tudo que tu consegue trazer para dentro da tua vida se comunica com
que tu almeja, dialoga com a tua essência, conversa com a tua vocação, então
cada segundo, cada gota de suor é um prazer. As pessoas acham que é um

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sofrimento, porque eles não fazem, não enxergam o link com o que eles
realmente almejam. Esse é o orgulho da compreensão. É se enxergar maior, é
ter certeza e visualizar que teu mundo cresce. É o prazer intelectual. Tu sente
como se tu tivesse chegado na barreira do conhecimento, na barreira do
mundo, na barreira da tua existência, empurrando mais um pouco adiante. Tu
te enche de alegria, te enche de entusiasmo, eu falo sempre: in theos, “cheio
da presença de Deus”. Te dá força, te dá tesão, é um brilho nos olhos. Tu sente,
tu entende que cada passo que tu não está dando em direção à tua essência é
um segundo desperdiçado. Cada passo que tu não está dando, nesse exato
momento, na busca da tua essência, na busca da tua missão, no caminho da
tua vocação, no caminho do teu propósito, como muita gente menospreza esse
conceito, é um segundo desperdiçado. É a tua vida desperdiçada. E entrar
nesse fluxo de conhecimento é um sentimento mágico. Mágico... Quando eu
aprendo, eu internalizo esse conhecimento técnico, a sapiência, eu começo a
entender que cada dia eu estou fotografando melhor, que cada dia eu estou
criando mais, que cada dia eu estou dominando mais a técnica fotográfica, que
tudo isso era uma novidade para mim. Eu trabalhar com equipamentos novos,
com lentes novas, com câmeras novas, entender a fotografia enquanto ciência,
ela deixa de ser um hobby e passa a ser algo maior. Vocês entendem? Eu quero
que tu traga isso pro teu dia a dia. Eu tô falando, aqui, de fotografia, mas pode
ser qualquer coisa que tu começou a tocar no mundo, viu que se comunicava
contigo, tu começa a aprender e aí tu vai dando um passo adiante, começa a
entender esse fulgor que começa a brilhar dentro de ti. Essa vontade de saber...
Essa alegria... Esse orgulho da compreensão, essa vaidade intelectual. E
pensem bem: isso que eu estou narrando para vocês, eu ainda sou um
advogado. Nessa trajetória que eu conto para vocês, que eu comecei a
fotografar, eu ainda sou um advogado. Eu tô no escritório mais alto da cidade,
meu escritório é todo de rádica italiana, coisa mais linda do mundo, eu faço
muito sucesso nisso aí. Só que em algum momento a fotografia começa a tomar
conta da minha vida. Primeiramente, com brincadeiras, eu começo a
fotografar, começo a colocar fotos nas redes sociais. Até que um dia chega um
e-mail, muito legal até... Agora eu já contei o final da história, mas não tem
problema. Chega pra mim um e-mail dizendo o seguinte: “Olá Fernando, soy
directora de arte da VIP, una revista masculina de lifestyle, me gustó muitíssimo
tus fotos, estamos preparando una nota sobre Punta, me gostaria de utilizar-

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le-as, dar-les créditos.” Eu não falo nada de espanhol, é o meu portunhol se
comunicando com vocês. E aí quando chega esse e-mail pra mim, eu digo: “Ok,
eles vão querer usar alguma foto minha, que alguém pegou na internet”. Tô
pensando eu que é uma foto de paisagem, uma foto espontânea, vão botar
num cantinho em alguma matéria de uma revista e eu digo: “Ah, podem usar,
só me mandem um exemplar da revista”. E aí eu descubro que a tal revista era
a revista VIP, que é uma revista conhecida do Brasil, eles me informam que é
uma revista da Editora Abril, daí quando eles me informam isso eu penso: “Não,
péra aí, a diretora de arte de uma revista importante dessas, a Editora Abril tem
diversos fotógrafos lá, nenhuma foto deles foi utilizável? Eles vão para a
internet buscar, onde tem bilhões de fotos? Ela escolhe uma minha? Eu devo
estar muito bom nesse negócio”. E aí, nesse momento, que eu acho que tô
muito bom nesse negócio, eu começo a fazer o quê?: Coloco no meu Facebook:
“Fotografo pra fora”. Eu começo a entender que eu posso levar a sério aquilo
ali. E eu faço essa constatação e daí começam a vir trabalhos para mim. Eu
começo a tocar o mundo. Entenderam? Eu começo a levar mais a sério.

Vocês entendem que tem aquele momento de introspecção e que eu


começo a entender, começo a quebrar essa casquinha das coisas que tão
acontecendo. Eu chego até esse momento limítrofe de achar: “Opa, agora isso
vai virar uma vida profissional”. E nesse momento eu começo a trabalhar e a
levar as duas vidas juntas: a vida de advogado e a vida de fotógrafo. Até chegar
o momento onde não é mais suportável fazer as duas coisas. Por quê? Porque
quando tu quer ficar bom numa coisa, tu não tem como servir a dois patrões.
Tu tem que dedicar todo aquele conhecimento, toda a tua garra, todo o teu afã
para tu conseguir dar o passo adiante e tu encontrar um nível de excelência
nessa tua área. Mas o que eu quero que vocês observem aqui é que tem muitas
pessoas que querem sair direto, e talvez quando eu digo isso aqui eu precise
deixar mais claro que é o que eu vou fazer agora; tem muitas pessoas que
querem sair direto de cantar no chuveiro para cantar no Maracanã lotado. A
vida não funciona assim. As coisas são aos poucos. Alguns amigos pediam para
eu fazer fotos deles, eu fazia, alguns amigos pediram para eu fazer fotos dos
seus casamentos, eu fazia, alguns pediam para fazer fotos deles grávidas, eu
fazia. Aí quando alguns estranhos começaram a me chamar, eu comecei a
cobrar. E ali foi dado o passo adiante, até chegar esse momento onde eu

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consigo ter certeza de mim mesmo. Esse momento principal, quando tu
consegue enxergar qual é esse momento limítrofe que faz tu dar o passo
adiante, que faz tu querer mudar de vida, que faz essa transformação, essa
grande mudança...

O que eu quero dizer para vocês aqui é: que isso não é do dia para a noite. A
vida não caminha numa linha reta. A gente não sabe. A gente sabe que tudo vai
acontecendo aos poucos. Num momento futuro, talvez numa próxima aula, eu
conte para vocês como é que se dá esse grande labirinto da vida. E como é que
nós chegamos nessas conclusões... Mas nesse momento, o que eu quero que
vocês enxerguem é que: nesse teu controle, desde aquele momento um, do
momento da introspecção, até chegar no momento do conhecimento, tu tem
que observar onde é que quebra essa sua casquinha... onde vai nascer uma
nova vida... uma nova mudança.

Enxergar e acreditar que essa mudança existe e que isso é algo positivo é
o que te faz ir adiante. É o que te faz dar o passo. É o que te faz começar a parir
a si mesmo. É dessa forma que a gente começa a sair para fora do mundo: se
expondo, mostrando, interagindo com o mundo lá fora, sabendo dos nossos
limites e de tudo que a gente tem que melhorar. Assim se dá a nossa
transformação.

Então, observa os momentos importantes: aquela vez no retiro espiritual,


lá na praia, quando eu penso: “Pô, eu gosto de escrever, eu visualizo imagens,
narrativas, mas como é que eu vou sair dessa vida de advogado e vou virar
outra coisa?” Que eu nem sabia que ia ser fotógrafo. Daí tem aquela situação
da revista VIP, que eu contei para vocês. E nesse ponto a gente começa a ver
um retorno às origens da estratégia, da inclinação primordial. Eu contei pra
vocês que eu fotografava antes, quando eu era criança, que eu tinha isso
dentro de mim, essa paixão que era um hobby. Agora até que ponto não tem
um movimento atávico, nisso tudo? Um movimento que tudo começa a
retornar para a minha vida. Isso aí vocês vão ver também, porque quando tu é
criança, quando tu não tem essas proteções da vida social, quando tu não tem
essas armaduras da vida social, essas carapaças da vida social, tu consegue
sentir melhor a vida. E para ser um mestre em uma área indispensável é

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importante tu amá-la e sentir uma profunda conexão com ela. Tu tem que
sentir que aquilo ali tá vivendo para ti. E olhem que loucura dessa grande
mudança: eu achava que era a fotografia a minha grande mudança, mas não.
A fotografia foi apenas um meio que eu encontrei para começar a me
expressar, para ter certeza de mim mesmo.

Dentro de mim, como vocês devem ter dentro de vocês, tem algumas
forças antagônicas: tem esse Conrado, que é esse cara que fala, cheio de
energia, que gesticula, e tem o Fernando, que é um ser mais tímido, que não
tem certeza de si mesmo. E essas duas pessoas, essas duas forças viviam um
combate e a fotografia teve um caráter terapêutico para mim. Por quê? Porque
toda vez que eu ia fotografar, as pessoas contratavam o Conrado e quem
fotografava era o Fernando. E as pessoas começaram a gostar das fotos,
mandar elogios e eles estavam elogiando, exatamente, aquele Fernando, que
não tinha certeza de si mesmo. E essa foi a grande mágica da fotografia para
mim. Eu acabei me tornando uma terceira pessoa: Fernando Conrado. E aí eu
comecei a escrever, comecei a me expor mais e hoje a gente tá aqui,
conversando com vocês pela internet, desse jeito, passando informação, coisa
que eu não era capaz, é para vocês verem que essas transformações de vida
têm poderes muito maiores. E o que mais interessa para tu fazer essa
transformação da tua vida é tu conseguir te reconectar com a tua essência.

O grande medo que a gente tem quando a gente começa a enxergar,


aquilo que nós falávamos há pouco, sobre a zona de conforto e da zona de
aprendizado, é que, além de zona de conforto e da zona de aprendizado, tem
a zona de pânico, onde a gente nem sabe o que existe lá, onde as pessoas têm
este medo mortal de enfrentá-la. Porque lá dentro pode estar a sua morte, esse
grande medo de se perder, ou essa zona mágica, que é onde toda a ousadia,
onde toda a genialidade começa a saltar.

Dentro dela, a gente vive essa dialética do senhor-escravo, que eu digo sempre
para vocês também, que muitas vezes as pessoas acham que está no mundo
externo, como já diria o próprio Hegel, mas ela tá dentro de nós. É nesse
momento, onde tu quer sair da tua zona de conforto, atravessar a zona de
aprendizado e chegar nesse momento desconhecido, que a gente chama de

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Zona de Pânico, muitas pessoas vão começar a tirar esse seu ardor. Por quê?
Porque ninguém chegou lá até então. Muita gente vai te dizer: “Oh, tu vai te
dar mal. Oh, tu vai falir. Oh, isso aí não vai dar certo”. E por que que essas
pessoas falam isso? Porque pouca gente alcançou esse lugar mágico. Muitas
pessoas têm medo de sair da sua zona de conforto por terem medo do
desconhecido... Porém elas tendem a entender que a zona de aprendizado logo
se torna uma zona de conforto. Vocês entendem? No momento que tu tá na
tua zona de conforto e tu começa a caminhar para tua zona de aprendizado,
logo, logo, a tua zona de aprendizado começa a ser a tua nova zona de conforto.
E o grande medo dessas pessoas em dar o passo adiante é que muitas acham
que o medo do desconhecido, na realidade, sabe o que é? É o medo de perder.
Perder o que se tem, perder o que já conquistaram e pior ainda, perder o que
realmente elas são. As pessoas têm medo de perder a si mesmo. As pessoas
têm medo de mudar: “Pô, a vida está tão boa. Pra que vou mexer em time que
está ganhando?” É o que tu vê muitas vezes as pessoas falando sobre isso.

O que as pessoas não entendem é que o que nós chamamos de mudança


é, na realidade, desenvolvimento. Desenvolvimento... E aí tu começa a viver
naquele drama, que eu falava para vocês. A gente vê essa nossa crise, né? Que
é quando o passado ainda não foi embora e o futuro ainda não chegou. Tu vive
no meio desse dilema do senhor-escravo de si mesmo, eu digo isso aqui a todo
momento. Tu vive uma guerra... uma crise, um dilema entre a tensão
emocional e a tensão criativa. E essa tensão emocional e essa tensão criativa
operam como duas forças opostas. A tensão emocional te puxa, novamente,
para a tua zona de conforto e a tensão criativa te empurra, te joga, te faz
avançar rumo ao exterior. E aqui o combate é bem claro: a tua motivação tem
que vencer os teus medos. E eu quero que tu entenda que a felicidade infinita
está apenas um passo além dos teus medos. Novamente... Eu quero que tu
entenda que a felicidade infinita está apenas a um passo além dos teus medos.
E é por isso que o senso de descoberta de essência somado ao senso força do
destino é tão importante. É a Virtude e a Fortuna do próprio Maquiavel. As
pessoas sofrem com o medo do que os outros dirão. As pessoas sofrem com
medo de falhar, com medo do ridículo, com medo da vergonha. Esquecem do
poder, da gana de conhecer o mundo, da gana de ter mais tempo livre para ti,
gana de viver melhores e maiores amores consigo mesmo, com tua parceira,

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com teu parceiro, com a tua família, com teus filhos. E para muita gente esse
sofrimento, esse downgrade social, do que eu posso perder, eu vivi isso na
própria pele.

Quando saí de advogado e passei a ser fotógrafo eu sofri um downgrade social.


Só que essa dor, desse downgrade social era, exatamente, em mim mesmo. As
pessoas pouco se importavam. Quando eu fui chamado para fazer o meu
primeiro casamento, eu tinha alguns amigos meus que fotografavam e me
chamaram para fazer um casamento no Rio de Janeiro. Quando eu chego lá a
noiva era gaúcha. Quando eu chego lá, nesse casamento no Rio de Janeiro, eu
tinha vergonha de dizer que eu era fotógrafo, porque eu era advogado...
empolado... Antes eu era o playboy, tomando champanhe e depois eu passei a
ser o cara de joelhos fotografando o playboy que tomava champanhe. Esse era
um problema que eu vivia. Chegava em cada lugar olhando: “Bah, será que
alguém vai me descobrir aqui ou não?” Era assim que eu fotografava. Quando
eu cheguei, logo de cara, nesse casamento, lá no Rio de Janeiro, aconteceu o
quê? Eram os meus amigos, todos daqui do Sul, que estavam lá como
convidados: “Conrado, tu virou fotógrafo? Como assim?”. E aí eu vi que aquela
preocupação que eu tinha, não existia deles em relação a mim.

Obviamente que hoje é muito mais legal, a gente tá num nível mais
avançado da fotografia, mais sucesso no campo profissional, mas esses foram
passos dados devagarinho. Aquele caminho de sair do cantor no chuveiro até
o Maracanã lotado, não é rápido. São passinhos de bebê, muito sólidos: é um
casamento que tinha para fazer num lugar, uma festa no outro, uma nova
pessoa que te contrata, tu começa a ser remunerado por isso, tu começa a ver
que tu pode viver disso, que tu estás pagando as tuas contas corriqueiras... Até
o momento que tu chega no ápice que tu tem que escolher, para tu chegar no
auge desse conhecimento, tu tem que abrir mão de muitas coisas. Isso não é
fácil para ninguém... Esse é o poder da transformação. Entenda que o que todo
mundo chama de transformação, chama de mudança, na realidade, tem outro
nome: é desenvolvimento. Desenvolvimento... Enxerga as coisas a partir da
seguinte perspectiva: se tu não persegue os teus sonhos, muito provavelmente,
tu vai acabar sendo pago para perseguir os sonhos dos outros. Se tu não decidir
o que tu quer da tua vida, os outros decidirão por ti. E talvez o resultado dessa

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jornada não chegue aonde tu pretendia.

Portanto, crer em ti é o principal conselho.

Ao questionar corretamente os teus medos, crescerá dentro de ti o que


se convencionou chamar de autoestima, que te dará uma nova visão de
mundo, cheia de oportunidades. E assim tu poderá escolher melhor quais
encaixam de maneira mais adequada aos teus objetivos: e ter claro quais são
os teus objetivos é a principal força dentro de ti. Tu começa a olhar para trás,
para o teu ponto de partida e olha novamente para frente, para onde tu quer
chegar e aí muitas pessoas titubeiam. Por quê? Porque tu achas esse caminho
muito distante, muito árido, muito sofrido. Tu te dá conta do quanto falta
aprender, quanto falta conhecer, quanto falta estudar para alcançar os teus
objetivos. E é nesse momento que tu tem que te lembrar quais são as tuas
origens, quais são os teus valores, quais são os teus princípios. Tu tem que
refletir sobre qual é a tua missão, como tu te completa, perseguir a tua
essência.

Como é bom sentir que a gente está caminhando em direção da nossa


vocação. E assim tu vai continuar cheio de ganas, cheio de tensão criativa e não
cederá à tensão emocional.

Acostuma-te a relembrar por que seguires adiante. Por que tu tem que
buscar teus objetivos? E o porquê de alcançá-los. Talvez, num primeiro
momento, tu te sinta um incompetente... É um sentimento que tá dentro de
todo mundo, quando a gente começa a observar quanto a gente tem que
crescer, quanto a gente precisa conhecer, quanto a gente precisa aprender
desse novo mundo. Isso é normal para todos os seres humanos, não se
assustem. Sócrates já dizia isso há dois mil e quinhentos anos. Eu tenho que ter
noção da minha ignorância para poder querer buscar coisas maiores. Oráculo
de Delfos dizia isso também: “Conhece-te a ti mesmo”.

Encontre os teus limites, veja esse caminho que tu tiveste desde o


momento da introspeção, desde a busca do conhecimento. Esses passinhos de
bebê que tu colocaste em direção ao teu desenvolvimento. Se te desesperar,

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volta para a tua zona de conforto. Tu vai te sentir muito mais inteligente
quando tu volta para lá. E por que tu vai te sentir mais inteligente? Porque tu
já masterizou aquele aprendizado, tu já sabe aquele conhecimento, tu vai te
sentir mais forte, mais capaz. Tu vai estudar um pouco mais, vai elaborar um
pouco mais, vai treinar um pouco mais e tu sente que tu está avançando em
direção à tua essência. Então, com confiança nos teus objetivos, com mais
preparação, uma reanálise da tua estratégia, tu parte para uma nova tentativa
com muito mais certeza de si.

É nesse ponto que nós temos que enxergar que: nós nunca nos
perderemos de nós mesmos. Se esse é o grande medo que as pessoas tem para
chegar a fazer essa mudança, fazer essa transformação, chegar nesse
momento de desenvolvimento, é estar livre de qualquer medo de perder- se a
si mesmo. É se saber maior, é mergulhar no outro, é mergulhar na adversidade,
é mergulhar no desconhecido e seguir adiante... Enfrentar a morte... É chegar
na cara do perigo e dar um tapa na cara do perigo. É chegar na cara da morte
e dar um beijo na boca da morte. Porque é vivendo essa afronta à morte que
nós temos esse elã de crescer, essa força individual, essa benção motriz que
nos faz seguir adiante. Isso é o que o senhor faz.

O escravo faz o contrário.

O escravo tem medo de enfrentar o desconhecido, tem medo de


enfrentar o que ele não sabe, tem medo de enfrentar a escuridão e assim ele
vive morto dentro da própria morte. Ele aceita não atacar e no momento que
ele aceita não atacar o mundo dele se subsumi, baixa, derruba-se. Então, o que
a gente conversa aqui é que mesmo diante dessas grandes adversidades,
dessas tensões criativas contra tensões emocionais, tu tem que colocar toda a
tua gana de crescer sobrepujando os teus medos, porque só assim tu
conseguirá dar o passo adiante.

Essa é a grande mágica da transformação, essa é a grande mágica da


mudança. Enxergar esses passos: Como tu tem que crescer? O que te chama?
Quais são os objetivos da tua vida? Qual é a tua missão? Qual é a tua virtude?
Encontrar que diante desse mundo, muitas vezes injusto, muitas vezes escuro,

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tu terá o destino diante de ti. Parir a si mesmo significa ter essa força individual,
ter essa força motriz dentro do teu coração, que faz com que tu siga adiante,
nesse mundo escuro, nesse mundo de trevas, nesse mundo de desespero...
Nesse mundo incerto onde todos vão apontar o dedo para ti e dizer que tu não
pode mudar, onde todo mundo vai apontar o dedo para ti e tentar transferir os
seus medos para a tua existência. E tu tem que ser forte, tu tem que manter
essa potência criativa dentro de ti, com que a tua força, a tua missão, a tua
gana de vencer sejam maiores que os teus medos. É assim que a gente pari a si
mesmo. É assim que tu vai te transformar naquele homem que tu quer ser lá
no futuro. Dentro de ti, tem que pulsar esse calor, tem que pulsar esse brilho.
É a única forma de tu crescer, de tu te desenvolver, de tu fazer essa grande
mudança e essa grande transformação.

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