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É muito fácil a gente conseguir pensar o que a gente não quer, mas para
isso existe um certo método de análise que eu quero que vocês aprendam
comigo no dia de hoje. Então pega um papel e uma caneta que nós vamos
conversar, vamos dar os primeiro passos, numa análise do que é este momento
de introspecção quando tu tem que estar contigo mesmo, pensando,
enxergando, começando a analisar a tua função no mundo, começando a
analisar a tua importância, começando a analisar o ponto que tu deve pegar a
tua responsabilidade em tuas mãos e conseguir discernir as coisas que tu tem
Então na primeira parte da nossa aula nós vamos conversar sobre esse
momento de introspecção, esse momento de encontrar o nosso chamado, a
nossa vocação, a nossa missão de vida. E o segundo que é: Como conhecer?
Como ampliar o nosso conhecimento? Quanto mais eu sei, mais eu sou. O que
eu quero, agora, que vocês prestem atenção no que nós conversaremos, no
decorrer dessa primeira aula, e se tiver algumas dúvidas ainda usem papel que
nós discutiremos num segundo momento.
Eu digo para vocês sempre: Quanto mais eu sei, mais eu sou. E eu quero,
que através do conhecimento, tu saia da tua zona de conforto. Muita gente
acha que zona de conforto é ficar em casa, com os pés para cima, ou numa
rede na praia, ou na beira do mar. Não... Zona de conforto é quando tu estás
em meio a circunstâncias que tu domina, onde tu conhece tudo, onde tudo é
muito calmo para ti, onde tudo está muito domesticado.
É dentro dessa noção de diferenças dum novo mundo que se abre diante
de nós, cada vez mais largo, cada vez mais extenso, cada vez mais brilhante que
nós temos que tomar essas novas decisões. Porque são essas novas decisões
que vão nos ajudar a parir a si mesmo. Esse homem que eu quero ser lá no
futuro já está dentro de nós. Tu já entendeu isso. Agora, como é que tu vai fazer
ele nascer? Conhecendo... Tateando... Cada vez que tu encosta nesse novo
mundo, esse bebê que tu é cresce dentro de ti. Vem a volúpia do saber, ele vai
tomando forma, ele vai criando braços novos, pernas novas. Cérebro, brilho...
Olhos que enxergam, nariz para sentir mais o perfume das coisas, diferentes
odores, novas sensações... Isso só acontece quando tu começa a trazer esse
amálgama de conhecimentos, coisas novas, sentimentos que tu nunca sentiu...
Saberes que tu nunca pensou ter, é assim que tu vai criar. Porque por mais que
tu tenhas um sonho de ser um homem diferente no teu futuro, esse homem
que tá lá, já tá dentro de ti. E cabe a ti fazer o quê? Aprender a parir-se a si
mesmo.
Mas vamos voltar aqui para nossa aula. Qual é o nosso objetivo? A gente
tá analisando esse momento de introspeção, agora esse momento de
conhecimento. Mas o mais importante aqui, e é o que eu estou procurando
fazer com vocês, é exatamente, analisar uma trajetória vitoriosa. E, no caso, é
a minha trajetória vitoriosa, né? Então, quando a gente começa a entender isso
aqui, quando eu estava trazendo para vocês, lá na primeira aula ainda, quando
Por mais que eu tivesse um senso estético apurado, amasse a arte, tivesse
ótimas referências estilísticas, vocês conseguem ver aqui a quantidade de livros
de artes que eu tenho (mostra a estante com inúmeras obras sobre artes) o
que eu precisava encontrar era o domínio da técnica. Mesmo que eu soubesse
o estilo que eu queria perseguir, que estilo de fotografia eu queria para mim,
eu tinha que buscar esse domínio técnico, a sapiência... o conhecimento
formal. E esse domínio só vem através de muito estudo, com horas de
dedicação, com muito empenho. Muita gente acha que isso é sacrifício, porque
se tu entende que tudo que tu estuda, tudo que tu pesquisa, tudo que tu
observa, tudo que tu consegue trazer para dentro da tua vida se comunica com
que tu almeja, dialoga com a tua essência, conversa com a tua vocação, então
cada segundo, cada gota de suor é um prazer. As pessoas acham que é um
O que eu quero dizer para vocês aqui é: que isso não é do dia para a noite. A
vida não caminha numa linha reta. A gente não sabe. A gente sabe que tudo vai
acontecendo aos poucos. Num momento futuro, talvez numa próxima aula, eu
conte para vocês como é que se dá esse grande labirinto da vida. E como é que
nós chegamos nessas conclusões... Mas nesse momento, o que eu quero que
vocês enxerguem é que: nesse teu controle, desde aquele momento um, do
momento da introspecção, até chegar no momento do conhecimento, tu tem
que observar onde é que quebra essa sua casquinha... onde vai nascer uma
nova vida... uma nova mudança.
Enxergar e acreditar que essa mudança existe e que isso é algo positivo é
o que te faz ir adiante. É o que te faz dar o passo. É o que te faz começar a parir
a si mesmo. É dessa forma que a gente começa a sair para fora do mundo: se
expondo, mostrando, interagindo com o mundo lá fora, sabendo dos nossos
limites e de tudo que a gente tem que melhorar. Assim se dá a nossa
transformação.
Dentro de mim, como vocês devem ter dentro de vocês, tem algumas
forças antagônicas: tem esse Conrado, que é esse cara que fala, cheio de
energia, que gesticula, e tem o Fernando, que é um ser mais tímido, que não
tem certeza de si mesmo. E essas duas pessoas, essas duas forças viviam um
combate e a fotografia teve um caráter terapêutico para mim. Por quê? Porque
toda vez que eu ia fotografar, as pessoas contratavam o Conrado e quem
fotografava era o Fernando. E as pessoas começaram a gostar das fotos,
mandar elogios e eles estavam elogiando, exatamente, aquele Fernando, que
não tinha certeza de si mesmo. E essa foi a grande mágica da fotografia para
mim. Eu acabei me tornando uma terceira pessoa: Fernando Conrado. E aí eu
comecei a escrever, comecei a me expor mais e hoje a gente tá aqui,
conversando com vocês pela internet, desse jeito, passando informação, coisa
que eu não era capaz, é para vocês verem que essas transformações de vida
têm poderes muito maiores. E o que mais interessa para tu fazer essa
transformação da tua vida é tu conseguir te reconectar com a tua essência.
Dentro dela, a gente vive essa dialética do senhor-escravo, que eu digo sempre
para vocês também, que muitas vezes as pessoas acham que está no mundo
externo, como já diria o próprio Hegel, mas ela tá dentro de nós. É nesse
momento, onde tu quer sair da tua zona de conforto, atravessar a zona de
aprendizado e chegar nesse momento desconhecido, que a gente chama de
Obviamente que hoje é muito mais legal, a gente tá num nível mais
avançado da fotografia, mais sucesso no campo profissional, mas esses foram
passos dados devagarinho. Aquele caminho de sair do cantor no chuveiro até
o Maracanã lotado, não é rápido. São passinhos de bebê, muito sólidos: é um
casamento que tinha para fazer num lugar, uma festa no outro, uma nova
pessoa que te contrata, tu começa a ser remunerado por isso, tu começa a ver
que tu pode viver disso, que tu estás pagando as tuas contas corriqueiras... Até
o momento que tu chega no ápice que tu tem que escolher, para tu chegar no
auge desse conhecimento, tu tem que abrir mão de muitas coisas. Isso não é
fácil para ninguém... Esse é o poder da transformação. Entenda que o que todo
mundo chama de transformação, chama de mudança, na realidade, tem outro
nome: é desenvolvimento. Desenvolvimento... Enxerga as coisas a partir da
seguinte perspectiva: se tu não persegue os teus sonhos, muito provavelmente,
tu vai acabar sendo pago para perseguir os sonhos dos outros. Se tu não decidir
o que tu quer da tua vida, os outros decidirão por ti. E talvez o resultado dessa
Acostuma-te a relembrar por que seguires adiante. Por que tu tem que
buscar teus objetivos? E o porquê de alcançá-los. Talvez, num primeiro
momento, tu te sinta um incompetente... É um sentimento que tá dentro de
todo mundo, quando a gente começa a observar quanto a gente tem que
crescer, quanto a gente precisa conhecer, quanto a gente precisa aprender
desse novo mundo. Isso é normal para todos os seres humanos, não se
assustem. Sócrates já dizia isso há dois mil e quinhentos anos. Eu tenho que ter
noção da minha ignorância para poder querer buscar coisas maiores. Oráculo
de Delfos dizia isso também: “Conhece-te a ti mesmo”.
É nesse ponto que nós temos que enxergar que: nós nunca nos
perderemos de nós mesmos. Se esse é o grande medo que as pessoas tem para
chegar a fazer essa mudança, fazer essa transformação, chegar nesse
momento de desenvolvimento, é estar livre de qualquer medo de perder- se a
si mesmo. É se saber maior, é mergulhar no outro, é mergulhar na adversidade,
é mergulhar no desconhecido e seguir adiante... Enfrentar a morte... É chegar
na cara do perigo e dar um tapa na cara do perigo. É chegar na cara da morte
e dar um beijo na boca da morte. Porque é vivendo essa afronta à morte que
nós temos esse elã de crescer, essa força individual, essa benção motriz que
nos faz seguir adiante. Isso é o que o senhor faz.