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VIRTUDES HUMANAS

Aula 3 - A Prudência

Bom, agora nós vamos propriamente estudar cada uma das 4 virtudes cardeais e
não poderia ser diferente. Vamos começar pela condutora das virtudes, a
prudência.
Como nós falamos.
A prudência, ela é propriamente dita uma virtude racional, uma virtude
intelectual.
Certo? Bom, racional, toda virtude é, mas vocês entenderam, na virtude
intelectual, mas ela também é uma virtude moral, certo?
Então, o que que nós precisamos primeiro, em primeiríssimo lugar, fazer? A gente
precisa desfazer uma confusão generalizada que se criou aí, com o tempo, a
respeito da prudência. Bom, normalmente a gente se refere à prudência como se
fosse a mesma coisa, que cautela ela passou a ser um sinônimo de cautela, né?
Geralmente a gente usa a expressão prudência quando a gente quer dizer que
talvez não seria bom fazer alguma coisa.
Talvez não seria bom agir. “Ah, não, não vamos fazer isso.” Certo?
Do tipo é, Temos uma certa possibilidade de fazer alguma coisa, algo que se
apresenta diante de mim e eu penso; “Não, não vou fazer não, não, não, espera
aí, você tem que ser prudente!” É como se prudência fosse aquele cuidado,
aquele; “Não cuidado...” Sabe?
Prudência se tornou quase como uma covardia existencial.
Que fracasso, né? Que destino ruim pra uma virtude tão elevada.
Mais necessária para as virtudes Morais, certo? O estereótipo do prudente hoje
vê se não é assim, é daquele sujeito que pensa muito antes de agir e, na maioria
das vezes, não age. Em última análise, ele não faz, ou seja, a reta razão não agir se
tornou a torta razão em não agir, ou seja, não tem mais nada mais distante do
que a prudência do que esse estereótipo que se criou hoje.
Tá, nada poderia estar mais distante disso.

A virtude intelectual que modera, e veja a virtude moral e intelectual, que ordena
que modera as ações humanas segundo a reta razão visando ao fim último do
homem, certo?
Ela não pode ser um simplesmente um cuidadinho que você tem com a vida e
geralmente repleto de temores burgueses, né? Não tem nada a ver com isso.
Ela tem por objeto.
Não propriamente o fim último, ou seja, ela considera o fim último.
Certo? Se a razão conhece esse fim último a vontade já deseja de padrão, mas ela
se destina a os meios necessários para atingi-lo, tá? Ela Visa ao fim último porém,
tendo como objetos próprios os meios necessários e adequados para atingi-lo.
OK?
Então a prudência é aquela que faz isso aqui, né? Lembra. A vontade não é livre
para escolher o fim último mas é livre para eleger os meios. Isso pode se desviar
ou não, a prudência ela tenta fazer isso aqui; Ordenar.
Encontrar os meios adequados para chegar no fim último. Perfeito?
Todas as virtudes dependem da prudência, certo? Hominisvirus Morales, débet s
prudentes. Ou seja, toda virtude é necessariamente prudente, prudência de certa
maneira é a virtude em cada virtude.
Ela é a forma da virtude.
Ela é a reta razão no agir e todas as outras virtudes Morais vão ser a reta razão no
agir em certas especialidades, por assim dizer.
Determinadas pelas potências e paixões que elas aperfeiçoou.
Pois bem, ela é a medida das outras virtudes. Ela é a que dá a medida certa, não
no sentido quantitativo, mas na própria qualidade da coisa. E quando eu digo ela
é a forma, ela dá a forma a todas as virtudes. É como se ela fosse, entende? O
esqueleto para padrão que vai ser preenchido das diferentes ações humanas. Em
última análise, todas deverão ser prudentes, ou seja, a justiça ela é justiça, porque
é prudente.
A temperança é temperança, porque é prudente. A Fortaleza é Fortaleza, porque
é prudente. Perfeito?
Prudente, não é cauteloso, prudente é ordenado ao bem na ação, a ação,
ordenada ao bem guiado pela reta razão. Perfeito?

A virtude moral, as outras virtudes Morais elas são a modelação do querer, olha
só que coisa interessante.
Modelação do querer, modelação, daqueles quereres, do desejo.
Modelação, perdão.
Do querer e do realizar.
O plano da motivação da intenção e o plano da ação concreta por meio da
prudência, a prudência atua em todas as virtudes e todas as virtudes participam
da prudência, na medida em que são virtudes, senão não a seriam.
Então nós podemos dizer que todas as virtudes Morais são particularizações da
prudência, são como que a prudência aplicada em circunstâncias específicas.
Perfeito?
Como que particularizadas mas as principais ações nas principais operações das
principais potências e paixões, OK?
Lembre-se, potência e paixões humanas, estamos dentro de uma antropologia
realista.
São para a realidade, não é? Seja só existem uma potência, porque existe uma
realidade a qual ela se refere.
Então vamos lá. A prudência em geral, então o progresso do homem em relação
ao seu bem essencial, lembra o bem essencial.
Reside no fato de que a razão se aperfeiçoa no conhecimento da verdade
modelar.
Certo?
A verdade modelar é aquela que vai informar interiormente o meu querer e a
minha ação. Lembre-se, lá atrás a gente falou da pedagogia da virtude. O primeiro
passo é essa adequação da razão.
Através desse conhecimento da verdade.
Se já a educação dá razão, por assim dizer, seja a retificação da razão é o primeiro
passo. Isso se dá no elemento da da prudência, no processo da prudência. Ou
seja, nesse sentido, no sentido aqui. Clássico, né? É razão, a racionalidade. Ela é a
visão da realidade. A receptividade do real, a verdade, é a descoberta e a
revelação da realidade. Ou seja, verdade ela é a adequação da minha razão com a
realidade.
Esse elemento é fundamental aqui para os atos de prudência, o padrão da
prudência é a própria realidade. A gente fala muito de instalação na realidade,
estrutura da realidade, tudo isso tem a ver com prudência, com uma razão que
conhece a verdade, conhece a realidade ontológica objetiva.
E modela em forma, interiormente, a os meus quereres e as minhas ações. De
acordo com a realidade, ou seja, existe uma primazia da realidade objetiva, certo?
O professor Olavo de Carvalho tinha um dizer clássico, que era, a realidade é
soberana, ou seja, só há vida propriamente de busca pela verdade. Na medida em
que há vida de busca, de adequação à realidade, não há luta contra a realidade.
Certo, quando você pega um instrumento musical.
Independente de você saber tocar ou não, existe algo chamado Harmonia, existe
uma combinação possível de pressões em cordas ou toques em teclas que vão
produzir sons que, ao se combinar, vão formar acordes.
Que vão combinar outros acordes vão gerar uma estrutura que vai ser harmônica
ou desarmônica, mas a Harmonia ela tá lá. Ninguém precisou inventar Harmonia
faz parte da estrutura da realidade, então a prudência tem a ver, de certa
maneira, com a harmonização, aprender a tocar esse instrumento que é a razão
que tem que estar de acordo com a Bela Harmonia da realidade externa.
Lembrem-se no livro, CEO Marillion que reproduz uma narrativa de criação.
Iluvatar, o pai de todos, toca regi uma orquestra composta pelos Anjos, e um anjo
ele resolve se rebelar, tocando uma outra melodia dissonante.
E o que Iluvatar faz?
Simplesmente conduz a orquestra.
Considerando aquela Harmonia, aquele elemento dissonante e criando ainda uma
mais Bela música.
Bom, isso foi a estrutura da realidade. Eu posso fazer o que eu quiser com uma
guitarra, um violão. Eu posso tocar de qualquer jeito, fazer um barulho esquisito
qualquer. Eu não destruí a Harmonia, sou eu que me destruí, eu me torno menor.
Na medida em que eu não correspondo à estrutura da realidade, a realidade
antológica objetiva ao ser extramental. Então existe uma primazia da realidade.
Este é o sentido próprio da expressão instalação da realidade. Vamos dizer ai
como que eu faço para mim instalar na realidade? Olha, cara pálida, seja
prudente, desenvolva a virtude da prudência.
É Ela que vai te instalar na realidade e o passo primordial é o conhecimento da
verdade das coisas, o conhecimento da realidade objetiva sobre a realidade ou de
fora o mundo sobre mim, sobre eu, sobre vocês, entendeu? Existe conhecer a
Harmonia da vida, a Harmonia da realidade.
Isso é o primeiro passo para tal da instalação na realidade, OK?
Pois bem, lembre-se, apesar da prudência, vamos lá, primeiro passo, né? É esse
conhecimento, né? Que e vai estar sempre lá.
A prudência leva em consideração este conhecimento.
Ela leva em consideração o conhecimento do fim último, mas ela tem como
aplicação mais direta, ou seja, ela visa mais diretamente, não ao fim último, mas
aos meios. Os caminhos que visam a conduzir ao fim último.
O caráter próprio da prudência é esse comprometimento no campo dos meios e
dos caminhos e no campo da realidade concreta.
Certo? Instalação na realidade, meios, caminhos, fim último.
Fim último conhecimento do fim último conhecimento das possibilidades
existenciais para atingir esse fim último, educação do querer para querer estes
meios que vão me conduzir ao fim último, seja, a prudência é a ciência, a virtude
que Visa me instalar propriamente na realidade, de maneira a me conduzir
gradativamente a perfeição e a Felicidade.
A prudência trabalha na lógica da consciência circunstancial.
A consciência circunstancial é um conceito ética clássica aqui de maneira
interessante, nós podemos recuperar como princípios da filosofia clássica, a
expressão orteguiana a máxima de Ortega y gasset que reza, né? Eu sou eu e
minha circunstância, se não a salvo, não a salvo a mim, só que aqui,
completamente entendida como um ditame da filosofia moral prática, certo?
Como um princípio que conduz o ser humano à vida plena e feliz, ou seja, a
consciência circunstancial ela promove uma adequação, uma adaptação do
conhecimento desses princípios, dessas noções gerais do conhecimento que eu
tenho da realidade da adequação.
Da minha razão, a realidade externa das coisas a cada momento a cada
circunstância, a cada situação prática, aquela frase que se que São Tomás de
Aquino diz; “Ora a lei moral ela é sempre geral.” Ou seja, o que eu devo fazer é
sempre um princípio geral, mas as situações são sempre circunstanciais, são
sempre singulares, sempre particulares. A sabedoria está justamente na
adequação.
Essa adequação se dá pela prudência, ou seja, é a prudência que faz essa
instalação. A prudência que faz esse translado entre o princípio geral e a
circunstância prática, por isso que nós dizemos que essa ética clássica, ela não é
uma ética do tipo de uma legislação casuística, né? “Oque fazer nessa tripla
situação, o que fazer naquela situação?” E eu vou tentando criar aqui um catálogo
de situações e uma resposta prévia, não! A ética clássica ela visa, ela precisa para
que você seja feliz para que você chegue ao a sua perfeição a fim último através
dos ditames da ética clássica, né?
Você veio daorientação da ética clássica, ela precisa do que se chama formação
da consciência, a formação da consciência moral ela leva, ela Visa a desenvolver,
sobretudo, esse conhecimento geral da estrutura, da realidade e saber exercer na
prática, a ação que corresponde àquele conhecimento. Isso é um são obviamente,
atos próprios da prudência perfeito. Então queremos chegar a vida plena e feliz.
Para isso. Eu preciso dessa consciência circunstancial, certo que é a lógica que a
prudência trabalha.

A prudência tem 2 direções;


Intelecção do real.
Lembra? Conhecer a realidade, receber aquilo, absorver a realidade das coisas e a
determinação do querer e do agir. Lembra aquelas pessoas que dizem:
“Ai racionalmente, eu sei, mas na prática é como se o meu sentimento tivesse
separado da minha inteligência.”
Claro, você não é prudente ainda.
A prudência ela precisa inteligir do real, é preciso extrair da realidade os
princípios que lhe são próprios. Ela precisa aprender a Harmonia do real e assim,
a partir desse conhecimento, dessa intelecção, ela aponta para a determinação
do querer e do agir.
Inteligir, querer de acordo com essa intelecção, e agir de acordo com esse querer
estar de acordo com essa intelecção. E aí eu fecho aqui. Do triângulo da
prudência. Perfeito?

A conexão se dá na medida em que a primeira direção, na medida em que a


primeira direção determina a segunda, é a intelecção do real, que vai determinar
o querer e o agir. É um querer e um agir determinado pela correta intelecção do
real.

Então veja bem.


A prudência é a reta razão no agir, ou seja, ela é a razão prática, uma virtude
intelectual e moral.
Esse saber da prudência, ele não é uma mera informação, certo? Ele não é um
estar informado das coisas.
Ele tem o sentido de que o conhecimento da realidade vai se transformar na
decisão prudente, que repercute diretamente na realização.
Sobre isso, eu queria comentar uma coisa interessante.
A gente faz, por exemplo, estamos aqui, poxa, muitos de nós empolgados com os
cursos que fazemos, os cursos do doutor Ítalo marsilli, a certificação e muitas
vezes a gente fica assim: “Ai, isso é muito bonito, né? Puxa, mas como que eu
aplico isso na prática? Cadê as ferramentas?”

Você não entendeu? A ferramenta é propriamente esse saber da prudência.


É o conhecimento da realidade que vai transformar a minha ação. Ela vai educar o
meu olhar, que é isso que a prudência faz. Ele educa o meu olhar para que esse
olhar transborde num querer e em um agir que corresponda a esse olhar. Esse
olhar é esse saber da prudência.
Que leva em consideração a intelecção do real e por isso condiciono meu querer e
meu agir, olha que coisa interessante, mesmo que de cara na prévia, eu não saiba
exatamente o que agir naquela circunstância, mas, ao tomar consciência desse
saber eu vou determinar as minhas próximas ações justamente por essa
compreensão que vai fazer com que eu tenha a atuação com base na lógica da
consciência circunstancial de que a gente falou, entendeu?
Se a consciência circunstancial, ela só vai aparecer propriamente dito na
circunstância. Apesar da gente discutir um pouquinho mais na frente que existe
um elemento de previsibilidade nisso também.

Bom, se a prudência, né, ela é a forma fundamental e mãe de toda virtude


humana, certo?
Ela é o traço específico do nosso espírito, que vai aplicar a realização do bem, o
conhecimento da realidade. Eu quero realizar o bem e eu vou pegar o
conhecimento da realidade e fazer essa transposição.
Ela inclui uma série de coisas interessantes. Ela inclui a umidade da compreensão
silenciosa, aquele aprendizado humilde, meditativo, contemplativo.
Que vai formar o meu olhar.
A fidelidade da memória.
A verdade.
A arte de saber ouvir.
A Lúcida serenidade na confusão.
A Ponderação, às vezes hesitante, o filtro da reflexão ou até a coragem que se
arrisca, lembra? Nós não estamos falando aqui de cautela burguesa, é a reta
razão no agir e às vezes é agir rápido e às vezes é tomar uma decisão irreversível.
Vou me casar com essa pessoa, mesmo sabendo que ela pode mudar, mesmo
sabendo que ela tem muito mais do que eu conheço uma decisão irrevogável,
sobriedade, retidão, abertura e simplicidade de ser.

Ora, vamos começar agora um pouco sobre as partes da prudência.


Entre as partes da prudência estão algumas das coisas que são necessárias para o
desenvolvimento e manutenção da prudência e para os atos prudentes.
E algumas que são chamadas virtudes anexas da prudência, virtudes que são
partes integrantes da prudência.
Perfeito?
Memória em primeiro lugar, interessante, não é?
A memória ela, sobretudo na antropologia clássica, ela é o receptáculo das
intenciones intensate certo que são aquelas intenções da realidade, aqueles
dados que vêm dos objetos que são que não são propriamente captados pelos
sentidos, mas que dependem dos sentidos, obviamente são os os sensíveis por
acidente, ela recebe guarda.
Por exemplo, o caráter de perigoso, o caráter de amigável.
Posso confiar? Não posso confiar?
A memória vai tendo um receptáculo disso. Ora, isso é essencial para a formação
da prudência. É uma memória fiel ao ser a conservação da verdade das coisas. Ele
é o primeiro pressuposto da prudência. Isso na ética clássica se chama
experimentum, esse receptáculo essa manutenção aqui, essa memória, ela vai
juntando esses dados de maneira que vai me dar uma experiência de vida. O
experimentum é o que a gente chama, às vezes os senhores e senhoras chamam
de experiência de vida. É o que experimentam, certo.
E aqui tanto da memória, enquanto o sentido interno em si, mas sobretudo da
memória enquanto virtude anexa certa virtude da memória que aperfeiçoa o
sentido interno da memória, a boa memória, a fiel memória.
Perfeito?
Também existe aqui o intelectus, o entendimento, a virtude que aprimora uma
certa propriedade da inteligência.
Que dá à pessoa o conhecimento do presente o conhecimento dos princípios
universais aplicados à situação particular, é parte essencial da formação da
prudência, lembra as direções da prudência?
Intelecção do real.
Modelação do querer e do agir de acordo com a intelecção.
Seja essa conexão lembra?
Consciência circunstancial depende do intelectuus, da virtude do intelecto. A
virtude do entendimento, a virtude, anexa à prudência que vai fazer com que a
pessoa pegue esse conhecimento dos princípios universais, e os aplique de modo
próprio de modo claro, de modo positivo, a situação particular.
Outra parte interessante chama ‘dotilitas’ docilidade, a docilidade ela parte do
seguinte pressuposto, óbvio, ninguém basta assim mesmo e ninguém é bom a juiz
de si mesmo, ou seja;
Ela te coloca a docilidade, ela te coloca na posição e na disposição, estável e
adequada de se deixarem instruir, de se permetir ouvir conselho.
Ouvir correção, de querer ouvir correção de querer ser corrigido, de querer ouvir
o conselho para que eu utilize da experiência, da sabedoria de alguém qualificado
não é de qualquer pessoa, obviamente, né?

Para me formar no conhecimento da verdade, na aplicação desse conhecimento,


das situações particulares que sabe o que meu pai dizia? Ele dizia:
“Olha, Hugo, o pior burro é aquele que quer aprender por experiência própria.”
Legal, né? Porque ele dizia, olha, eu estou dizendo para você, ó, eu fiz isso, aquilo
deu errado para caramba. Todas as vezes que eu tentei e dizia, a mas comigo vai
ser diferente. Aí eu vou lá e pum, da errado de novo. Então o que que ele está
dizendo? Olha, burro é aquele que não tem dotilitas que não tem docilidade.
Tem que ter docilidade, mas tem que ter óbvio aquela virtude que vai é me fazer
saber escolher essas pessoas excelentes nas quais eu pretendo confiar, lembra.
Da assembleia de vozes, seja eu vou eleger pessoas que eu vou confiar. Não é
qualquer um, é claro. Às vezes o espírito sabe para onde quer. Às vezes pode vir
um conselho, OPA, espera aí, isso veio daí, beleza, você vai ter que estar atento
para isso, mas o primeiro lugar, eu preciso ter pessoas.

Existe uma coisa interessante na, no geologia Indiana.


Sobretudo na escola do niaya, na lógica Indiana é, chama os PRA MANAS, os PRA
MANAS são os meios de conhecimento.
E é muito legal que tem um dos pra manas que se chama charrb da pra Mana
chab da pra Mana é o conhecimento a partir do testemunho fidedigno.
Seja, eles consideram como um meio de conhecimento.
Aquela, aquelas pessoas excelentes em que eu posso confiar.
Para formar que o meu entendimento, se o charb da pra mana ele corresponde
de alguma maneira, não é exatamente a mesma coisa, porque tá na clave
dagnosiologia da epistemologia e dotilita está na clave da filosofia moral.
Mas ela tem alguma correspondência uma com a outra? Sabe? A gente tem que
valorizar isso, tá? A gente não vai atingir todo o conhecimento por conta própria.
Assim existe uma uma mediação da realidade, partir do outro, uma outra que eu
acho muito interessante e quase não se fala, chama soletre-se-á. Tá soletre-se-á
em latim ou solércia. Tem uma tradução, né, que não tem em português
propriamente dito.

A Solércia é uma Clara objetividade.


Na situação crítica é saber agir bem diante do inesperado. Isso talvez seja uma
das um dos elementos mais evidente da derdadeira prudência.
Sem agir às cegas de maneira estúpida, ou seja, estou diferente de uma situação
nova, inesperada, e eu ajo igual um bocó. Ou seja, pelo amor de Deus, né? Solerse
é a capacidade de agir bem, dominando a situação. Um Belo exemplo que eu
tenho, apesar de ser um exemplo contrário, existe um filme dinamarquês, não sei,
é um filme escandinavo sobre uma sobre uma avalanche, e aí tem uma cena
nossa, a cena chega a ser triste, tem uma família um homem, uma mulher e 2
crianças estão ali naquelas estações de esqui. Aí estão ali comendo alguma coisa,
né? Estão lanchando jantando, sei lá.

E de repente, eles olham lá para a Montanha, e vê uma avalanche e vê que está


se aproximando, que que ele faz?
Ele sai correndo.
E deixa sua família lá.
E as crianças ficam assustadas, abraçam a mãe.
E a avalanche, enfim, ela suja de poeira neve e tal, o restaurante, mas não
provoca a destruição, tá? Ela só passa.
E aí ele volta.
E ele volta tudo sem graça.
“Ah, ô, nossa que sujeira e tal.”
E os filhos e a esposa só olham para ele assim, como que num ar de decepção
meu pai, meu esposo agiu como um animalzinho na hora que eu preciso contar
com ele, não posso contar. E o história do filme é sobretudo, a essa
desconstrução da imagem desse homem perante sua própria família. Ou seja, se
esse homem tivesse solércia.
Ele saberia agir, claro, tem outros elementos. É um covarde também. Não tinha a
hierarquia dos seus bens, privilegiou sua própria vida, certo? Não é um homem
digno.
Como diz o Florentino:
“Olhai e passai”

Porém.
Pela perspectiva da solésia, ela é aquela capacidade que ele teria de saber ali, o
bem propriamente dito. E olha, eu quero salvar minha família em primeiro lugar e
eu vou ter uma atitude inteligente diante dessa situação de crise.
O filósofo Joseph Piper, ele diz uma coisa interessante. O Ítalo fala muito de seja
forte, né?
O Joseph Piper fala também. Ele diz que para a soléscia é importante o
desenvolvimento da vitalidade, do vigor físico e psíquico, físico e psíquico. Porque
eu preciso saber que em determinadas situações eu vou precisar ter uma
disposição para correr, para segurar, né? Para aguentar ali a dor, preciso ser forte.

Interessante, né? Então, quer dizer, a capacidade de diante de uma situação,


utilizando a minha força psíquica, força física, agir conforme a razão certo? De
acordo com aquela hierarquia de bens.
Claro, também a capacidade, né? A habilidade de dar uma resposta sempre nova.
Há uma nova situação, saber que eu não posso simplesmente repetir uma
fórmula. Muitas vezes eu vou precisar de uma nova fórmula.

Uma outra interessante se chama ‘rácio’ razão.


Não confundam, uma coisa é a razão.
Racionalidade, né? Outra coisa é a razão particular que a cogitativa aqui é a razão.
Enquanto virtude anexa da prudência.
Proceder a partir de conhecimentos provenientes de outros conhecimentos ou
julgamentos seja eu fiz vários julgamentos, vários conhecimentos, ou eu aprendi
pela doccilidade de outras pessoas e eu vou agir a partir daí, certo? Grácio.
Providência é o contrário da solécia. De alguma forma, é essa a capacidade que eu
tenho de me antecipar, certo? Será que esse ato vai ser bom ou não? O
verdadeiro caminho para a realização do fim.
Será que no futuro eu vou ter tal ou tal problema.
Convém fazer um plano de saúde para a minha família? É um investimento
providente?
Convém comprar este carro agora?
Convém economizar dinheiro?

Providência é essa incerteza.


E tentar ali ter uma intuição sobre as melhores atitudes a tomar para lidar com as
incertezas futuras. São Tomas de Aquino, dizia:
“A certeza da prudência não pode ser tão grande que a afaste por completo a
inquietação”

Olha que interessante. Então a providência ela lida com essa inquietação.
Essa dúvida em relação ao futuro e as respostas que eu vou dando para tentar dá
conta disso agora. Precaver, entendeu?

A próxima é circunspecção aplicar o conhecimento para ação, levando em


consideração as circunstâncias.
A Circunspecção é aquela virtude anexa da prudência, que forma que aperfeiçoa a
consciência circunstancial, o saber, agir bem em uma certa circunstância.
E, por fim, obviamente, existe a cautela. A cautela é aplicar, sim, também o
conhecimento para a ação, mas tendo em vista evitar algum mal.

Ora falamos, né? Normalmente a pobreza no entendimento moderno da


prudência limitou a nossa compreensão dessa grande virtude a isso aí. Cautela.
Ora, mas a cautela é um elemento da prudência.
É essa tentativa de de evitar o mal e aplicar no meu conhecimento para evitar o
mal.
Às vezes, a resposta para o dente é uma resposta cautelosa, mas às vezes pode
ser uma resposta de uma ação irrevogável e imediata, perfeito?

Então eu espero que nós tenhamos feito bem o nosso trabalho de apresentar
prudência. Ela vai ser fundamental para que nós compreendamos cada uma das
próximas virtudes, que é o que nós vamos fazer agora nas próximas aulas.

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