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Aula 5 - A Fortaleza
Pois bem.
Agora nós chegamos no ponto em que vamos falar das virtudes que moderam
diretamente, porque as outras, de alguma maneira, moderavam de maneira
indireta as paixões humanas, que são aqueles que são aqueles movimentos
oriundos da nossa parte mais apetitiva propriamente afetiva mesmo, tá? E a
primeira que nós vamos falar é a virtude da Fortaleza. Para isso nós vamos
conversar um pouquinho sobre alguns possíveis impedimentos. Dá vontade, que é
o que, em última análise, vai guiar os atos humanos, lembra.
A vontade pode ser impedida de seguir a reta razão de 2 maneiras.
Primeira maneira: Quando um bem deleitável um bem simples, um bem
prazenteiro, certo? Atrai a vontade para fora do domínio da reta razão.
Quem suprime esse impedimento é a temperança.
Mas tem uma outra maneira, quando sobrevêm uma dificuldade que afasta a
vontade do campo, da racionalidade, uma dificuldade uma coisa difícil, dura.
Certo? Que vai fazer com que a vontade desista de ir em direção ao bem que lhe
é própria, que lhe é próprio.
Afastando-a do campo da racionalidade.
Para eliminar este impedimento, é necessária a virtude da Fortaleza da alma, que
vai resistir a este tipo de dificuldade e é Ela que nós vamos estudar agora.
E parece bem simples falar que a vontade, perdão, de que o sujeito da Fortaleza,
ou seja, aonde a Fortaleza mora, onde ela reside, é o apetite irascível.
Vamos recapitular. O apetite irascível é aquela paixão humana, é aquele apetite, é
aquele movimento da nossa alma em direção ao mundo certo, aquele vetor da
alma em relação ao mundo. Quem me dirige aos chamados bens árduos e aqui eu
preciso explicar um pouquinho uma coisa, existe uma compreensão muito
equivocada sobre os bens árduos que rola por aí, tá?
Acompanha comigo.
São Tomás diz que há 2 espécies de prazer.
Uma delas é o prazer físico que é produzido por excelência, pelo tato corporal e o
outro é o psíquico, produzido pela apreensão da alma, o forte não encontra
prazer físico na ação de Fortaleza. Dói? Mas ele se deleita, segundo o prazer
psíquico. O ato de virtude em si mesmo é o de seu fim, perfeito em si mesmo e de
seu fim.
É a própria satisfação psíquica, o próprio ato de virtude e o fim dele.
Ainda que ao mesmo tempo apareça uma certa tristeza na alma é igual aquela
coisa; “Pô, acordava todo dia para estudar para concurso e tal.” O cara dói, pô,
claro que dói.
Mas existe uma satisfação naquilo.
Lembra?
Voltando aqui, a psicologia positiva de Martin Seligman, que que ele diz ora,
existe o prazer e existe a gratificação, no ato de Fortaleza não existe prazer
propriamente dito, mas existe a gratificação que é vamos dizer como, por
exemplo, flow de mihight six and mih. É aquela... “Nossa cara! A virtude é
gostosa.” Entendeu?
Tão forte ele se deleita na sua própria força, na sua ação de Fortaleza, mas é um
prazer psíquico que convive, inclusive com uma certa tristeza da alma.
Mas supera.
A Fortaleza se manifesta sobretudo, lembra lá, lembra daquele caso lá do
covardão da avalanche, Lembra ele. Ali eu usei como exemplo da falta de solésia,
mas é, sobretudo um exemplo de falta de Fortaleza, porque a Fortaleza se
manifesta, principalmente os casos repentinos, ou seja, é quando eu não tinha
como planejar e sobrevêm uma situação que me causa um temor, real e terrível
ali, no caso, é um temor de morte. Eu tenho que saber ser forte para enfrentar
aquele temor e é sobretudo nesses casos em que eu me demonstro
particularmente forte.
Perfeito?
Então veja bem, assim como no geral, reconhecemos o virtuoso, sobretudo como
nos seus atos de justiça dentro da Fortaleza reconhecemos, sobretudo, o forte
nos seus atos de Fortaleza repentina diante de uma situação inesperada,
perfeito?