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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

ALUNA: LUSAN SILVA PAIVA


PROFESSOR: FERNANDO SCHERER
RESUMOS DOS TEXTOS
1- KANT: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES

A filosofia grega antiga era dividida em três partes: a ciência física, a ética e a
lógica. A física e a ética tinham um aspecto empírico, aplicável e que diziam
respeito ao mundo externo. Já a lógica não tinha necessariamente uma
realidade empírica e uma aplicação de mundo externo.
Kant tenta mostrar que de um lado existe uma realidade filosófica que se atem
a condição pratica empírica, no pensamento antigo existia um espaço
destinado para a filosofia e para aquilo que se dava no campo da abstração.
Para Kant, a metafisica dos costumes está situada numa condição interna de
motivação do sujeito. Essa metafisica se manifesta na vontade humana na
última instancia, porque quando não há reflexões externas de cunho moral, a
partir de Kant, pensa-se que a reflexão dele se volta, sobretudo, à vontade
humana porque as coisas no mundo externo por si só, não são nem boas, nem
ruins e não possuem valores. Quem atribui valor as coisas e as atitudes é o
próprio humano. Mais do que a ação, o que interessa à metafisica kantiana é a
intenção, pois de algum modo, para Kant, essa intencionalidade que nos move
determinadas ações têm um caráter a priori não porque necessariamente ela já
esteja ditando um conjunto de regras prontas, mas porque é uma condição que
emerge da razão e que basicamente nos permite chegar a determinadas
conclusões que são racionais e que não dependem de uma condição externa.
Kant também afirma que só tem valor moral as ações realizadas por dever. Isto
porque, embora as ações realizadas conforme ao dever estejam de acordo com
aquilo que devemos fazer, não são motivadas pelo sentido do dever, porque
são motivadas por interesses pessoais, pela obediência ou pela compaixão. Ou
seja, quando temos atitudes realizadas conforme ao dever, cuja motivação
pode ser por interesse pessoal, que se dá no âmbito egoísta e não motivado
profundamente por uma boa razão. As ações realizadas por dever, são
realizadas por atitudes internas.

2- NIETZSCHE: VERDADE E MENTIRA

Para Nietzsche, o pensamento nasce a partir de uma necessidade. Ele começa o


texto tentando dizer como nós, seres humanos pequenos, diante da grandeza
do universo, criamos o nosso intelecto, e que ele é mais uma parte do nosso
corpo, ou seja, que o nosso pensamento está subordinado a vida.
Nietzsche nos faz compreender que para o nosso pensamento ser entendido
por outra pessoa, é necessário que tenhamos alguma coisa em comum. É
preciso que a palavra que eu fale se refira a uma coisa minimamente
semelhante para que possamos nos comunicar. As palavras, por exemplo, não
foram inventadas por nós; nós aprendemos a dizer essas palavras (coisas) se as
outras pessoas tiverem um referencial parecido. Ou seja, nós não temos
pensamentos individuais. Eles são pensados a partir de palavras que foram
criadas coletivamente. Nós pensamos com palavras que foram herdadas do
passado.
Para Nietzsche, a palavra é a reprodução de um estimulo nervoso em sons.
Ocorre um estimulo sensorial na nossa cabeça e a partir daí, criamos imagens
que transformamos em sons e passam a virar palavras. As palavras também
não são iguais as coisas. Uma coisa são as coisas em si, outra coisa são as coisas
que falamos. As palavras nunca são a realidade. Primeiro temos que construir
uma imagem mental, que depois vai virar sons e palavras. Ou seja, as palavras
não se referem as coisas. As palavras se referem as nossas relações com as
coisas. Diz respeito da relação antropocêntrica com o mundo. É como se o
nosso pensamento fosse metaforizado.
A verdade e a mentira é como se fossem uma convenção. Toda verdade e toda
mentira tem algo de convenção. São convenções necessárias para nós
existirmos. A verdade e a mentira são menos coisas metafisicas e muito mais
coisas morais; escolhas para vivermos em sociedade. É como se a verdade fosse
um mecanismo, um desejo de preservação ou uma designação válida de acordo
comum, sendo mentiroso quem faz uso de forma não correspondente.
A verdade é o resultado de uma metáfora repetida por longos períodos que
passou a ser entendida como verdade colonizada. Da mesma forma, uma
mentira que não traga consequências desagradáveis poderá ser bem recebida
pelas pessoas. O que não podemos aceitar é o prejuízo, seja com a verdade ou
com a mentira.
Nietzsche dá a definição de conceito. Para Nietzsche, a função de conceito é
igualar os desiguais. Criar semelhanças nos dissemelhantes. Ele cita o exemplo
da folha, onde uma nunca vai ser igual a outra. Cada folha é ímpar. Todas as
folhas de todas as arvores são diferentes. Quando criamos a palavra folha,
unificamos a todas elas e assim, nasce um conceito. Ou seja, um conceito é
aquilo que nos faz esquecermos as diferenças.

3- DESCARTES: PRIMEIRA MEDITAÇÃO

Na primeira meditação, o Descartes fala principalmente do que pode ser dito


através do aspecto negativo filosófico. Ele inicia por recusar tudo aquilo que
anteriormente era dado como verdadeiro, porque aquilo tudo era duvidoso e,
portanto, poderia ser falso. O objetivo desse texto é mudar o intelecto da
mente humana de tudo aquilo que foi dado como verdade, pois o Descartes
não estava certo se aquelas coisas eram verdades, de fato. Esse filosofo
utilizava um método para saber o que era verdade.
A primeira meditação é conduzida principalmente pela resolução de Descartes
de duvidar; porque ao colocar nossas opiniões que antes eram tidas como
verdades, que agora possamos duvidar delas e examinar se detemos delas
algum conhecimento verdadeiro, que anteriormente eram tidos como tais.
Para Descartes, aquilo que é duvidoso pode ser falso, e, portanto, será
assumido como falso. Então, ele não precisará demonstrar que uma opinião
filosófica anteriormente aceita como verdadeira, é falsa. Bastará duvidar,
apenas, para ser falsa.
Para Descartes, o principio primeiro, é eliminar da mente humana tudo aquilo
que foi estabelecido, de modo firme, permanente e estável. A partir da dúvida,
Descartes pretende encontrar um novo fundamento ou um ponto de apoio
para o conhecimento humano. Basta duvidar para negar o assentimento a uma
crença; basta que elas sejam duvidosas para que a gente negue o
assentimento. Nós, seres humanos, estamos a todo momento confundindo
sonhos com realidade, o que altera a nossa percepção do que possa ser real e
tudo o que aprendemos até agora foi através dos sentidos, e estes, geralmente
nos enganam, por isso, é prudente termos cautela com nossas observações
acerca do que que é real e irreal. Porém, há coisas que não podemos duvidar,
como o fato de estar aqui e agora, o presente. Contudo, há sonhos que nos
fazem pensar a todo momento em coisas irreais, mas que no conteúdo do
sonho possui elementos reais, como as cores, extensão, quantidade e lugar que
ocupa no espaço; porque são coisas que já vimos algo parecido antes.

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