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- O LOUCO A loucura advém


nos intervalos de silencio,
Não há padrão, nos mistérios da inconsciência;
o paradoxo é vivo, nas obviedades da consciência.
irrefutável a loucura,
Um conservando dois. Choro & riso, esculpidos
entre as vênus de mil anos,
Coração & cérebro,
o masculino adentra na voz,
na falta de padrão,
o feminino dá o tom.
no florescer da paixão,
alquimia de ambos, o louco.
Ingenuidade & inovação,
o eixo que faz o arco girar,
A loucura nunca é indiferente à realidade.
O louco adentra, culto ao delírio desvenda
não se importa: o véu que esconde o sol.
porta/janela & olhos/lábios.
Paradoxo do não-delicado,
O louco segue faminto, os que são, vêm os que não,
a sua própria sina, quem não apresentar ser,
um caminho escolheu dar, na maioria das vezes é, sem saber.
e no delírio irá seguir.
A loucura que viu
O vulgar vê a loucura por inóspita.
formas cósmicas,
A loucura tudo absorve,
segue sem rumo,
reage ao sistema
a vagar usa pé & olho. animalesco.

O destino segue sem Hipocrisia social,


nunca se lembrar de si. obscura os conceitos,
O louco renasce na manhã, mata os preceitos,
a noite transita entre mundos. rebeldia iluminará.

A loucura faz do abismo Onde brota a consciência coletiva,


um ser dançante,
qual hino louva a loucura,
jamais um amontoado
o que um reconhece no outro,
orgânico, numerável.
de qual nação pertence à margem.
A intensa canção
produz paz , O louco vive a ideia,
quem é vivo, não deixa o espirito pesar,
o destino faz sagaz. grilhões a todo lugar,
só quem tem asas vai se safar.
O caminho escolhido,
faz a loucura um individuo, Os sábios que voam,
qualquer um junto ao trilho, batem asas por virtudes,
solitário em meio a nevoa. a flor do intelecto,
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a loucura de ousar saber. só quem caminha sozinho,


descobre o próprio caminho.
Alma verdadeira,
manifesta o presente, O puro vê a beleza invisível,
assim é o futuro, o que transcende o corpo,
e recorda do passado. é absorvido ao olho da alma.
Louco que tudo metaboliza.
O vulgar faz da vida a finalidade,
o louco sabe que é passageira, A ignorância diz demência,
o amor & o louco é irrefutável tudo porem vibra.
por simples impermanência. loucura que vê invisíveis
feridas abertas na pele do mundo.
Liberdade é loucura preservada,
sem padrão, o que vier enriquece, Massa vibrante que faz brilhar
do principio da estrada o distraído & leviano,
a loucura sempre faz sala. cantando as injurias das musas,
compartilhando o saber erótico de viver.
A loucura da mudança vem,
quem subdivide será expurgado,
a geração de profetas & poetas, O julgamento limitado
vagamundos loucos & eternos. não treme a sensatez do louco,
chaves & percepções indescritíveis
Os loucos são profetas, abrem caminhos incontáveis.
a essência, consciência humana,
a religião da arte, Formular o presente,
profetas do sexto sentido. é a maior loucura do amor,
sabor do que manifesta,
Criativo poder consciência vem brotar.
emancipa da loucura,
completa a realidade, Enamorado pelas escolhas,
é o suspiro da leveza. entre os traços da vida,
no movimento do estradar,
Lírica loucura, o astro faz a vida circular.
completa a profecia:
o invisível não o é, O orientado louco,
aos olhos do visionário. continua sempre a vagar,
sabe bem onde esta,
O louco nasce flor, o abençoado nunca anda perdido.
com tempo floresta,
tudo metaboliza, Sem jamais batalhar,
de luz vive, sagrado alimento. nada vence, tudo ganha,
a quem sabe criar sem violência,
O guia solitário, sorri tem o dom, qualquer fera rende-se.
sorrateiro ao passageiro,
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Liberdade indescritível, Profecia dos dois universos,


visível a emancipar, mundo externo & interno,
da estampada loucura, no meio do paradoxo,
aos videntes de suas personagens. deitada esta a santa loucura.

Entre o baralho sistemático, Desses encontros,


e seus naipes quadrados, a dança da destruição
o coringa é a presença declamar poemas eternos,
da loucura a margem. loucura a própria impermanência.

Luz & sombra, Nunca com medo do passageiro,


o deslumbre do meio, a presença solar,
da forma, sem tocar o extremo loucura incandescente,
não se chega ao raio perfeito. o mundo verá.

Nas frestas da ignorância,


a alienação cresce presente,
a loucura faz frente, sábio
é o louco & revolucionário.

A lei do equilíbrio
faz do louco divino,
no caminho do frio,
anda o quente.

A objetividade da razão,
a subjetividade da emoção,
dilacera o ignorante,
projeta a loucura ofegante.

Quando há alquimia na alma,


o corpo não é animalesco.
A queda do ego, faz crescer
o deslumbre de viver.

A loucura de quem vive


diante a vida e a morte,
toda tarde se põe, todo dia
renasce novo, único, efêmero.

Ninguém pode julgar


a historia do louco.
se nasceu luz,
ou fez-se em trevas.

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