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PROVINHA 6 – LUCAS SOARES DOS SANTOS - 9014116

Se para Marx a riqueza em uma sociedade capitalista aparece como uma imensa
coleção e mercadorias (incluindo dinheiro) precisamos antes esclarecer o que é
mercadoria.
A mercadoria é dúplice, um bem dotado de valor de uso (utilidade) e valor de
troca (preço), entretanto um tipo de utilidade que não é generalizada para todas a
mercadorias em um fator comum, apesar de o dinheiro reduzir todo o valor das
diferentes mercadorias a um denominador comum Marx está interessado no valor
intrínseco de cada uma delas que é particular e definido endógenamente.
É evitado assim o paradoxo de se definir o valor de uma mercadoria através de
outra mercadoria (o dinheiro) que Marx atinge a crítica da economia política em suas
bases fundantes. É isto que significa para Marx analisar a ontologia do sistema
econômico.
Qual a única forma de se evitar tal tautologismo argumentativo? Definindo a
mercadoria através de seu valor produtivo, do valor socialmente necessário para a sua
produção medindo este em trabalho como os outros economistas clássicos. É fundada
sua análise no momento anterior a redução das mercadorias em um fator comum via
dinheiro.
Marx se volta para o momento anterior a fusão entre valor de uso e valor de
troca, a constatação de que os valores das mercadorias não são redutíveis guia a análise
em direção ao momento anterior da troca em si. Dessa forma Marx desvia do paradoxo
da água e do diamante e simultaneamente refuta a explicação neoclássica de que a
utilidade que importa para a decisão é a utilidade marginal ao invés da utilidade total.
Os neoclássicos se referem à utilidade definindo-a como uma grandeza não
cardinal, uma quantidade associada as mercadorias e a satisfação das necessidades do
indivíuo, tal quantidade é dotada de sentido apenas no nível ordinal.
Eles querem dizer assim, que uma a utilidade de uma cesta qualquer, apesar de
ser apresentada como um valor númerico só pode ser vista em comparação a outra, mas
em si mesmo não carrega significado, ao fazer isto as cestas só podem ser preferíveis
umas às outras, mas nunca se pode afirmar nada sobre o quão preferíveis elas são
apesar de a pretensão dos resultados numéricos.
Marx toca no estágio ainda anterior à este fixando o olhar em como cada
mercadoria tem seu valor próprio. Portanto o paradoxo da água e do diamante não é
suficiente para correlacionar valor de troca imediatamente com utilidade, segundo o
autor, o valor de uso é o conteúdo material da riqueza que possui um valor de troca
associado quando um bem é produzido para o mercaado.
Já o valor de troca é uma relação social e espacial que vigora em um certo lugar
e em um certo contexto social, uma consequência natural do valor de uso em contexto.

Então define-se novamente mercadoria como um bem que passa por alguma
relação de mercado, ou seja, troca ou venda, das quais corresposnde também o
dinheiro, seguindo Adam Smith a própria mercadoria como valor de uso e valor de troca
plasmados em um bem. A mercadoria é vendida, ou seja trocada por dinheiro e é
metamorfoseada no movimento da circulação.
Valor de uso é o valor pessoal que uma pessoa atribui a um bem contrastando
com o valor de troca que é o valor determinado por outrem. Segundo Marx o circuito
da mercadoria é sua constante metamorfose entre valor de uso e valor de troca, sendo
o dinheiro também uma mercadoria que se mantem quase sempre em valor de troca.
Neste sentido o capital é o valor que se valoriza através do processo produtivo, e o
próprio processo produtivo determina o modo de produção.

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