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NATAL / RN
2021
ROANNA FIGUEIREDO MENDONÇA DE LIMA
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Drª Luciana Conceição de Lima
DDCA/UFRN
___________________________________________
Prof. Drª Luisa Pimenta Terra
Unifal/MG
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas – SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda - CCET
Agradeço primeiramente a Deus por sempre estar presente em minha vida, por
me abençoar em todos os meus anos de desenvolvimento pessoal e nos meus
estudos. Aos meus queridos professores, pelos ensinamentos durante todo o curso,
e um agradecimento especial a minha orientadora Professora Drª Luciana Conceição
de Lima por me incentivar e acreditar em mim, quando eu estava desmotivada, meus
sinceros agradecimentos. Agradeço também a Professora Drª Luisa terra, pelo aceite
em fazer parte da banca examinadora e pelos comentários que agregaram muito ao
meu trabalho. A minha mãe, que mesmo com toda a dificuldade enfrentada nunca
mediu esforços para me proporcionar um ensino de qualidade durante todo o meu
período escolar, sempre me apoiando ao longo da minha trajetória.
“O insucesso é apenas uma oportunidade para
recomeçar com mais inteligência.”
Henry Ford
RESUMO
A pandemia da Covid-19 se tornou um evento desafiador na história recente da
humanidade por se tratar de uma emergência de saúde pública de importância
internacional. Além de atentar contra a vida ela também produz impactos sobre as
finanças de várias áreas. Com isso, esta monografia possui o objetivo de identificar
se as operadoras de saúde da modalidade medicina de grupo foram impactadas
financeiramente diante das despesas geradas pela pandemia da Covid-19. Este
trabalho se justifica pelo fato de que ainda há poucos estudos sobre os impactos da
pandemia sobre as finanças dos planos de saúde. Sendo assim, os objetivos
específicos englobam a comparação de fluxos de receitas e de despesas de 2020
com os anos de 2015 a 2019, anteriores à pandemia, como também comparar
possíveis diferenças entre receitas e despesas em 2019 e 2020 por meio de um teste
t de diferenças entre médias populacionais.
Foram estabelecidas duas hipóteses: 1) Os gastos das operadoras de saúde na
pandemia da Covid-19 não afetaram o equilíbrio financeiro em 2020 das operadoras
da modalidade medicina de grupo; 2) O índice VCMH foi negativo no ano de 2020, o
que justifica um reajuste negativo para as mensalidades das operadoras de saúde
planos individuais. Com o intuito de observar variação do custo médico hospitalar per
capita das operadoras de planos de saúde entre dois períodos consecutivos de 12
meses, analisou-se a tendência temporal do Índice de Variação do Custo Médico
Hospitalar (VCMH/IESS). A fonte das informações utilizada foi a Agência Nacional da
Saúde Suplementar (ANS) e o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS). De
um modo geral os resultados apontaram que as receitas observadas em 2020 foram
superiores quando comparadas aos anos de pré-pandemia, e as despesas inferiores
aos últimos 5 anos: em 2020 houve um aumento de mais de 1,4% no quantitativo de
beneficiários tipo de contratação individual na rede privada. Estes resultados
confirmaram a hipótese 1. Com relação às variações do custo médico hospitalar em
2020, ela resultou negativa indicando que a hipótese 2 foi confirmada. Os dados
mostram que mesmo em um cenário de pandemia em que novos procedimentos
precisaram ser adotados pela ANS para o enfrentamento de uma emergência
sanitária, as operadoras de saúde da modalidade medicina de grupo apresentaram
equilíbrio financeiro em 2020, ou seja, as receitas do primeiro ano de pandemia foram
suficientes para cobrir as despesas daquele período. E sobre a variação do VCMH,
nem todas se mantiveram negativas durante a pandemia, o que foi o caso das
internações, o que se justifica pela gravidade da Covid-19, e das terapias, que são
procedimento mais ajustáveis à Telessaúde do que consulta e exames, por exemplo.
Entre as limitações desse estudo, destaca-se o fato de a ANS não dispor dos dados
das contraprestações por grandes regiões, que podem ter apresentado perfis distintos
em relação às receitas e despesas.
Gráfico 1 – Taxa de Cobertura das operadoras de saúde por grandes regiões, Brasil
2018 a 2020................................................................................................................22
Gráfico 2 – Média da quantidade de operadoras de saúde por modalidade por grande
região, Brasil 2018 à 2020..........................................................................................23
Gráfico 3 – Distribuição percentual das Operadoras de Saúde por porte nas Grandes
Regiões do Brasil em dezembro de 2020...................................................................24
Gráfico 4 – Beneficiários das modalidades das operadoras de saúde por tipo de
contratação, Brasil, 2021............................................................................................25
Gráfico 5 – Correlação entre os tipos de receitas e despesas, Brasil 2015 a
2020............................................................................................................................34
Gráfico 6 – Componentes principais, Brasil 2015 – 2020............................................35
Gráfico 7 – Mapa fatorial Receitas e Despesas operadoras medicina de grupo, Brasil
2015 – 2020................................................................................................................35
Gráfico 8 – Contribuições das variáveis para a componente principal, Brasil 2015 –
2020............................................................................................................................36
Gráfico 9 – Diferença receita-despesa por ano simples de 2015 a 2020...................40
Gráfico 10 – Beneficiários por contratação individual/familiar modalidade medicina de
grupo Brasil, 2015 a 2020................................................................................. ..........41
Gráfico 11 – Variação percentual beneficiários medicina de grupo Brasil, 2015 a
2020....................................................................................................................................................41
Gráfico 12 – Gráfico T test das despesas de 2019 e 2020..........................................42
Gráfico 13 – Gráfico T test das receitas de 2019 e 2020.............................................43
Gráfico 14 – Variação VCMH/IESS entre janeiro de 2016 a março de 2020...............44
Gráfico 15 – Variação VCMH/IESS mensal entre janeiro de 2016 a dezembro de
2020...................................................................................................................................................44
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 19
2.1 O que é Saúde Suplementar? .................................................................... 19
2.1.2 Saúde Suplementar e as medidas para o enfrentamento da Covid-19
................................................................................................................................ 26
3 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 30
3.1 Dados e metodologia................................................................................. 30
3.1.1 Dados .......................................................................................................... 30
3.1.2 Análise de Componentes Principais....................................................... 33
3.1.3 Test t de diferença entre médias populacionais ................................... 35
3.1.4 Indicador de custo médico hospitalar: o índice VCMH ...................... 37
4 RESULTADOS ................................................................................................. 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 47
14
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Tabela 1 – Distribuição absoluta das operadoras de saúde por modalidade, Grandes Regiões,
Julho-2021
Regiao/UF Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Total
Autogestão 5 21 80 25 22 153
Cooperativa Médica 13 28 151 58 26 276
Filantropia 1 0 25 7 0 33
Medicina de Grupo 4 23 188 38 13 266
Seguradora Especializada em Saúde 0 0 8 0 0 8
Cooperativa Odontológica 6 19 56 14 6 101
Odontologia de Grupo 7 39 95 18 9 168
Administradora de Benefícios 2 7 133 11 18 171
Total 38 137 736 171 94 1176
Gráfico 1 – Taxa de Cobertura das operadoras de saúde por grandes regiões, Brasil 2018 a
2020
34,9
34,9
24,7
24,4
25
21,6
21,3
22
12,3
12,2
12,1
10,4
10,4
10,4
Gráfico 2 – Média da quantidade de operadoras de saúde por modalidade por grande região,
Brasil 2018 à 2020
14000000
Quantidade de operadoras de saúde
12000000
10000000 Autogestão
6000000
Filantropia
4000000
Medicina de Grupo
2000000
Seguradora Especializada em
0 Saúde
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro
Oeste
Regiões do Brasil
Gráfico 3 – Distribuição percentual das Operadoras de Saúde por porte nas Grandes Regiões
do Brasil em dezembro de 2020
70,00%
Percentual do quantitativo de operadoras de
60,00%
50,00%
saúde por porte
40,00%
Pequeno Porte
30,00% Médio Porte
Grande Porte
20,00%
10,00%
0,00%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste
Regiões do Brasil
Gráfico 4 – Beneficiários das modalidades das operadoras de saúde por tipo de contratação,
Brasil, 2021
12000000
10000000
8000000
6000000
4000000
2000000
0
Autogestão Cooperativa Filantropia Medicina de Seguradora
Médica Grupo Especializada em
Saúde
Tipo de contratação
3 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
3.1.1 Dados
Fonte:ANS, 2020.
1 https://www.gov.br/ans/pt-br
31
Fonte:ANS, 2021.
Das variáveis disponibilizadas nos bancos de dados de 2015 a 2020, inicialmente
permaneceram as que seriam importantes para a consecução dos objetivos
propostos:
• MODALIDADE; • DESP_AST;
• OPERADORA; • DESPESAS_C;
• RECEITA; • OUTRAS_DES.
• OUTRAS_REC;
É importante destacar que todos os bancos de dados têm a mesma
referência temporal, ou seja, os dados são acumulados até o início do quarto
trimestre do ano. Após reduzir o banco de dados para as sete variáveis
apresentadas, foi realizada uma análise nos dados das receitas e despesas para
identificar se RECEITA, OUTRAS_REC, DESP_AST, DESPESAS_C e
OUTRAS_DES permaneceriam no banco de dados. Ele contava inicialmente
com 6.796 observações, e após remover as variáveis que não seriam utilizadas
e filtrar apenas as operadoras medicina de grupo, o banco de dados, final contém
1537 casos de operadoras de plano de saúde. A análise descritiva dos dados
referente ao ano de 2020 é exibida na tabela 2.
Tabela 2 – Análise descritiva banco de dados dos tipos de receitas e despesas das operadoras
de saúde em 2020
Fonte:ANS, 2021.
33
Observa-se que todas as variáveis têm correlação positiva entre si, sendo que a
variável OUTRAS_REC tem a menor correlação entre todas as variáveis e o par
DESP_AST e RECEITAS tem correlação +1, ou seja, um perfeito positivo e
diretamente correlacionadas. Do ponto de vista prático, essa correlação positiva
34
Gráfico 8 – Contribuições das variáveis para a componente principal, Brasil 2015 – 2020
X𝐷 −μ0
𝑡= S𝐷 , df = n-1
√𝑛
caderno traz uma visão geral da saúde suplementar no Brasil sobre a demanda
por procedimentos com uma abertura dos eventos monitorados pela ANS e dos
custos assistenciais com uma menor abertura, mas suficiente para o cálculo do
índice.
Este índice varia de acordo com os 12 últimos meses, ou seja, se no fim
de deteminado período o índice foi de 10%, significa que em relação ao período
anterior os custos variaram em 10%. Ou seja, as despesas foram maiores em
10%. Em outro ponto de vista, caso termine o período em -1% significa que os
custos foram inferiores ao ano anterior em 1%. Esse índice é importante pois
apresenta a variação dos gastos por procedimento, como internação, terapias,
consultas e exames. Segundo a IESS (2021) é importante destacar que o índice
VCMH/IESS tem no seu cálculo apenas planos individuais (antigos e novos) de
operadoras de abrangência nacional, não refletindo necessariamente a variação
das despesas dos planos coletivos. No próximo capítulo serão apresentados os
resultados obtidos na monografia a fim de se responder à pergunta norteadora:
qual o impacto da pandemia de Covid-19 sobre as receitas e despesas das
operadoras de planos de saúde da modalidade medicina de grupo médico
hospitalares?
39
4 RESULTADOS
R$ 65.000.000.000,000
R$ 60.000.000.000,000
R$ 55.000.000.000,000
Receitas e despesas
R$ 50.000.000.000,000
R$ 45.000.000.000,000
R$ 40.000.000.000,000
R$ 35.000.000.000,000
R$ 30.000.000.000,000
R$ 25.000.000.000,000
R$ 20.000.000.000,000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
RECEITA DESPESA
4.250.000
Beneficiários por contratação
individual/famiiar
4.200.000
4.150.000
4.100.000
4.050.000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
2019/2020
2018/2019
2017/2018
2016/2017
2015/2016
25
15
10
-5
jul/16
jul/17
jul/18
jul/19
jul/20
out/16
out/17
out/18
out/19
out/20
jan/16
jan/17
jan/18
jan/19
jan/20
abr/16
abr/17
abr/18
abr/19
abr/20
Fonte: IESS, 2021.
Gráfico 15 – Variação VCMH/IESS mensal por item de despesa entre janeiro de 2016 a
dezembro de 2020.
40
30
Variação VCMH/IESS
20
10
0
-10
-20
-30
-40
jul/16
jul/17
jul/18
jul/19
jul/20
out/16
out/17
out/18
jan/19
out/19
out/20
jan/16
jan/17
jan/18
jan/20
abr/16
abr/17
abr/18
abr/19
abr/20
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Christopher Bunt, JB. Can physical interventions help reduce the spread of
respiratory viruses? Cochrane Clinical Answers 2020. DOI: 10.1002/cca.2965.
Disponível em https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2965/full
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carlos-dias/momento-historico-tem-inicio-vacinacao-contra-covid-19-pelo-
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NOÇÕES básicas sobre Testes-t: Para uma amostra, para duas amostras e
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https://blog.minitab.com/pt/nocoes-basicas-sobre-testes-t-para-uma-amostra-
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VEJA quais países iniciaram a vacinação contra a Covid-19; Brasil está fora. [S.
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SAÚDE suplementar: o que é e como funciona. [S. l.], [s.d.]). Disponível em:
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/saude-suplementar-o-que-
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em: https://www.scielosp.org/pdf/csp/2020.v36n7/e00149420/pt. Acesso em: 23
jul. 2021.
VARIAÇÃO dos custos médicos hospitalares e inflação geral Por que esses
índices não são comparáveis no Brasil e no mundo? IESS, [S. l.], p. 1-12, 2014.