UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE MEDICINA DO MUCURI

LUCAS DANILO ALVES RODRIGUES

RELATÓRIO: INTERNATO DE SAÚDE COLETIVA

NANUQUE, MG
2022
 LUCAS DANILO ALVES RODRIGUES

RELATÓRIO: INTERNATO DE SAÚDE COLETIVA

Trabalho de conclusão de período apresentado

à Faculdade de Medicina do Mucuri da
Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri, como parte dos
requisitos para obtenção da aprovação do nono
período de medicina.

NANUQUE, MG
2022
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 4
COORDENAÇÃO DE ATENÇÃO BÁSICA ..................................................................................... 5
SETOR DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA ..................................................................................... 6
SETOR DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE ............................................................................................ 9
SETOR DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................................................... 11
SETOR DE REGULAÇÃO ............................................................................................................... 13
SETOR DE IMUNIZAÇÃO .............................................................................................................. 14
EVENTOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE .......................................................... 19
CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE .......................................................................................... 22
CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 23
INTRODUÇÃO
A grade curricular do internato, que compreende os dois últimos anos do curso, da
Faculdade de Medicina do Mucuri (FAMMUC) da Universidade Federal dos Vales
Jequitinhonha e Mucuri campus Teófilo Otoni (UFVJM-TO), é formada pelas cinco grandes
áreas médicas, dentre elas tem-se a Saúde Coletiva, que objetiva proporcionar aos acadêmicos
vivências práticas em setores envolvidos com o planejamento, coordenação e estruturação da
Rede de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) de municípios da macrorregião de Teófilo
Otoni conveniados a UFVJM.
O meu campo de estágio foi na cidade de Nanuque, Minas Gerais, no período entre 09
de agosto de 2.022 e 20 de dezembro de 2.022. O município de Nanuque está localizado no
Vale do Mucuri, Nordeste de Minas Gerais, à cerca de 600km de Belo Horizonte. Ela faz divisa
com cidades do sul da Bahia e do norte do Espírito Santo. Sua população estimada pelo IBGE,
em 2.021, é de 40.583 pessoas.
O sistema de saúde dessa cidade é composto por doze Unidades Básicas de Saúde
(UBS), onze Equipes de Saúde da Família (ESF) e uma equipe de atenção primária prisional,
um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), uma policlínica, um hospital pronto-socorro
e maternidade, um centro de especialidades odontológicas tipo 1, um centro de atenção
psicossocial tipo 1 e assistência farmacêutica.
Os setores em que foram realizadas as vistas técnicas foram: a coordenação da atenção
básica, farmácia de minas, setor de vigilância epidemiológica, de regulação e de imunização,
além de participar de eventos de educação permanente em saúde e da reunião do conselho
municipal de saúde.
Este documento descreverá as experiências e aprendizados em cada um dos setores
supracitados, além de conter registros em fotos de alguns desses momentos.
COORDENAÇÃO DE ATENÇÃO BÁSICA
O setor da coordenação da atenção básica (AB) é coordenado pela enfermeira Nayanna,
e mais duas colaboradoras, responsáveis pelos projetos de educação permanente em saúde.
A coordenadora relatou que sua função passa por gerir as pessoas e seus conflitos dentro
da AB, além de participar de eventos políticos, avaliar o desempenho das UBS, programar
escalas mensais de determinados profissionais, assim como buscar profissionais de saúde para
preencherem vagas remanescentes das unidades de saúde que compõe a atenção básica, sendo
elas doze UBS, um CAPS, um NASF e o setor de saúde do sistema prisional.
Segundo a Nayanna, o repasse de verbas públicas para atenção primária ocorre via
Programa Previne Brasil, criado pelo Ministério da Saúde (MS) em 2.019. Nesse programa há
três critérios para o repasse financeiro a cada município do país. Esses três critérios são a
captação ponderada, o pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas. Logo,
um dos critérios é um valor fixo, sendo a captação ponderada; e os demais serão de acordo a
capacidade do município alcançar metas estabelecidas e colocar em prática estratégias
específicas.
Para a captação pondera, o MS leva em consideração a população cadastrada nas bases
das ESF e alguns fatores para elevar o valor repassado, como o número de indivíduos abaixo
de 5 anos de idade e acima de 65 anos de idade, além do número da população em zona rural.
Em contra partida, os critérios de desempenhos por meio de indicadores de saúde devem ser
informados ao MS a cada quatro meses, dentre esses indicadores há a quantidade de pré-natal
realizado e a avaliação de condições crônicas. Para que esse critério seja alcançado é de suma
importância que o Setor de Informação em Saúde esteja integrado à AB e seja capaz de lançar
esses dados em tempo hábil em cada plataforma vinculada ao MS e com a maior fidedignidade
possível, objetivando o recebimento da verba adequado. Por fim, a ações estratégicas que fazem
parte dos critérios para o repasse financeiro é a implementação da Equipe de Atenção Básica
Prisional e a Equipe de Saúde Bucal.
Quanto ao processo de compra de matérias pela atenção básica é realizado via licitação,
esse procedimento é regulamentado pelo setor financeiro geral da prefeitura em parceria com o
setor financeiro da secretaria de saúde.
Foi possível participar de um evento para educação permanente em saúde, em que foi
proposto atualizar o fluxo de atendimentos relacionado a pacientes com suspeita diagnóstica e
quando o diagnóstico é confirmado de algumas doenças infectocontagiosas como tuberculose,
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, sífilis dentre outras. Na ocasião, participaram
médicos e enfermeiros da AB, além da coordenadora da Farmácia de Minas do município.
SETOR DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA
A assistência farmacêutica do município é estruturada por duas Farmácias de Minas
composta por treze funcionários, dentre eles um farmacêutico para cada unidade. Uma dessas
unidades é a matriz, onde é concentrada a chegada de medicamentos, atualização dos sistemas
e do estoque pelo Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (SIGAF)
e resoluções burocráticas.
As atividades da Assistência Farmacêutica são norteadas pela Política Nacional de
Medicamentos e Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Essas atividades ocorrem por
meio de ciclos, envolvendo a seleção dos medicamentos, a programação para aquisição, o seu
armazenamento e distribuição desses fármacos e sua dispensação aos usuários, como também
o acompanhamento da avaliação e supervisão das ações estabelecidas no município. Além
dessas atividades, os farmacêuticos realizam a Atenção Farmacêutica, que faz parte da
Assistência Farmacêutica, ao orientar os usuários o quanto é relevante utilizar as medicações
de forma consciente para se obter os melhores resultados após o tratamento.
A relação municipal de medicamentos é constituída pela Relação Municipal de
Medicamentos Essenciais, o REMUME, que engloba vários programas, como voltados para
doenças crônicas não transmissíveis, saúde mental, tabagismo, saúde da mulher e da gestante,
como também, outras doenças infectocontagiosas. A coordenadora da assistência farmacêutica
relatou que ao planejar a aquisição de medicações que compõe esses programas, a assitência
direciona os recursos financeiros aos fármacos que não fazem parte da lista dos medicamentos
da farmácia popular, para que sejam ofertado a população outros fármacos que não compõem
aquele programa.
O fluxo para solicitação de medicamentos de alto custo passa pelo preenchimento da
ficha “Componente Especializado da Assistência Farmacêutica” pelo médico prescritor e o
responsável farmacêutico. O processo de solicitação do medicamento de alto custo inicia ao
verificar a lista de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica,
organização de documento específicos e envio a farmácia Regional de Saúde, que a partir disso
será analisando o pedido, ao deferir a solicitação ocorre a dispensação do fármaco na Regional
de Teófilo Otoni. Como a maioria dos cerca de duzentos usuários desse programa são carentes,
não apresentando condições de se deslocarem até a regional, é confeccionado uma procuração
para algum funcionário da prefeitura realizar a retirada dos medicamentos periodicamente para
os usuários.
 Segue abaixo fotos do setor de estoque de uma das unidade das Farmácias de Minas e a
lista de documentos e exames específicos para solicitação de medicamentos de alto custo para
Asma.

Foto 01: estoque de medicações e insumos de uma das unidades da Farmácia de Minas de Nanuque (Arquivo
pessoal).

Foto 02: estoque de medicações e insumos de uma das unidades da Farmácia de Minas de Nanuque (Arquivo
pessoal).
Foto 03: Ficha para aquisição de medicamentos de alto custo (arquivo pessoal).
SETOR DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
O Setor de Vigilância em Saúde do município de Nanuque é formada pelos Setores de
Vigilância Epidemiológica, em Saúde Ambiental, Sanitária e em Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora, assim como a Política Nacional de Vigilância em Saúde de 2.018 determina.
Os Setores de Vigilância Epidemiológica, de Saúde Ambiental e de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora tem sua sede na Secretaria de Saúde do Município, já o Setor
de Vigilância Sanitária tem sua sede separada.
Realizamos visitas técnicas em todos os setores, exceto no Setor de Vigilância em Saúde
do Trabalhador e da Trabalhadora. Neste capítulo, abordarei sobre as visitas nos setores de
Vigilância Epidemiológica e em Saúde Ambiental, visto que a visita ao Setor de Vigilância
Sanitária foi relatada em um capítulo a parte.
No Setor de Vigilância Epidemiológica, apresentaram-nos os profissionais que atuam
conjuntamente nesse setor, dentre eles, há um enfermeiro responsável pelo Núcleo
Epidemiológico Hospitalar, que foi implantado recentemente no município, que tem a função
de investigar os diagnósticos que são realizados no hospital da cidade, assim como orientar as
condutas frente a determinados agravos de importância epidemiológica, como os casos de
acidentes com animais peçonhentos, desses cerca de 90% é por escorpião, segundo os
profissionais desse setor, isso ocorre devido a cultura da população do município, que mantém
entulhos em lotes vagos e lixo nas ruas, apresentando, assim, um desafio tanto para o setor de
vigilância, quanto para o setor de obras do município. Esse profissional, nos relatou um caso
específico em que foi, inicialmente, diagnosticado Dengue Hemorrágica, mas que no decorrer
da investigação clínica, o diagnóstico final foi de Febre Maculosa. Além dessas apresentações,
foi apresentado a lista nacional de doenças de notificação compulsória e a lista estadual, que
contém, por exemplo a notificação de perda auditiva devido ao trabalho, juntamente com o
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAM) que eles utilizam para registrar as
notificações compulsórias realizadas, assim como realizar o acompanhamento do caso, que será
investigado, além da realização de busca ativa dos contactantes, quando indicado, e por fim
encerrar o caso com o desfecho final. Além disso, foi exemplificado os tipos de notificação
compulsória, que são a notificação negativa, imediata e não-imediata. A notificação negativa é
um indicador de eficiência, pois ela contém algumas condições que devem ser informadas a
ausência de diagnóstico em cada Unidade Básica de Saúde; já a notificação imediata deve ser
realizada em um intervalo de até 24 horas após a suspeita clínica; por fim a notificação não-
imediata pode ser informada am até sete dias após suspeita diagnóstica.
 No Setor de Vigilância em Saúde Ambiental, conhecemos a repartição responsável pelo
Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) e pelo demais quadros de zoonoses. Uma
colaboradora é responsável por colher os dados relacionados ao PNCD, que abrange a vigilância
no controle do vetor Aedes aegypti, consequentemente, as doenças transmitidas por ele,
Dengue, a Chikungunya e Zika do município, consolidar e realizar o lançamento no Sistema do
Programa de Controle da Dengue (SISPNCD). Esse programa contém um cronograma anual
próprio pré-determinado pelo Ministério da Saúde para colher informações relacionadas ao
vetor e gerar boletins, que serão enviados a Superintendência Regional de Saúde de Teófilo
Otoni. Esse cronograma, atualmente, é subdividido em seis ciclos em que agente de endemias
realizam visitas domiciliares nas vinte uma área do município, além de dezoito momentos para
realizar levantamentos de índice rápido em estabelecimentos estratégicos como cemitério,
borracharias e garagens.
SETOR DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
O setor de Vigilância Sanitária do Município de Nanuque é formado por sete
colaboradores, sendo uma enfermeira, uma técnica em nutrição e uma assistente social, os
demais têm nível médio com especialização em vigilância sanitária. Essa equipe é coordenada
pela enfermeira Hélen. O papel dessas autoridades sanitárias é coordenar as ações de emissão
de alvarás sanitários, fiscalizar e orientar os estabelecimentos da cidade, com foco na educação
e abrir processos administrativos quando há permanência de irregularidades com base no Plano
Diretor de Vigilância Sanitárias (PDVISA). É válido destacar que as autoridades sanitárias tem
o pode de polícia administrativa, desde que sejam concursados, caso os estabelecimentos não
estejam em conformidade com as normas técnicas exigidas pela Vigilância Sanitária.
As pactuações estabelecidas pelo município para esse setor perpassa pela adesão da
Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios
(REDESIM), monitorização da qualidade da água do município pelo Programa Nacional de
Vigilância de Qualidade da Água para o Consumo Humano (VIGIAGUA), mas a coordenadora
relata que os processos burocráticos da licitação do município está retardando a aquisição de
um cloridrômetro para adequada monitorização da água do município. Além dessas pactuações,
deve realizar inspeção de todos os estabelecimentos da cidade, manter o Cadastro Nacional de
Estabelecimento de Saúde (CNES) sempre atualizado, por fim monitorar o Sistema Integrado
de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (SIGASF).
Antes de emitir o alvará sanitário para funcionamento de um estabelecimento comercial,
nos casos em que será realizado uma nova construção, deve haver avaliação da secretaria de
obras e meio ambiente do município, após abertura do processo e validação por esses setores,
a Vigilância Sanitária avaliará os projetos arquitetônicos dessa nova estrutura ou de uma
estrutura já pré-existente, como também checa as condições potenciais para agravos da saúde
do trabalhador e condições de interesse à saúde de acordo as normas regulamentadoras, como
também orienta os responsáveis pelo estabelecimento o que é necessário ser adequado. Dentre
os programas que fazem parte desse processo, há o Programa de Resíduo de Saúde (PGRSS)
vinculado ao interesse à saúde, que alguns estabelecimentos devem adotar, como farmácias e
drogarias que contém sala de vacina; além do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) relacionado a vigilância aos potencias agravos a saúde do trabalhador.
Os estabelecimentos de comerciais de interesse para a saúde no âmbito da Vigilância
Sanitária são academias, clínicas, setores que manipulam alimentos, farmácias, hospitais,
Unidade de Terapia Intensiva Móvel, ambulâncias, dedetizadoras e seus automóveis, funerárias
e seus automóveis, cemitérios, automóveis para transporte de medicações, escolas, hotéis,
rodoviárias, dentre outros estabelecimentos.
SETOR DE REGULAÇÃO
O Setor de Regulação do município de Nanuque realiza suas atividades com base na
Programação Pactuada e Integrada (PPI) e via Consórcio Intermunicipal de Saúde entre Vales
do Mucuri e Jequitinhonha, para que sejam atendidas as necessidades de serviços de saúde que
não são prestados pela Rede de Atenção em Saúde da cidade. A regulação abrange a referência
e contrarreferência de atendimentos ambulatoriais, cirurgias eletivas e exames complementares
de alta complexidade.
O PPI é uma parceria entre municípios em que um município encaminhará um paciente,
que necessita de um serviço indisponível, a outro município que atenda essa demanda, via
secretarias de saúde. As cidades referências para Nanuque, geralmente, são Teófilo Otoni,
Governador Valadares e Belo Horizonte. Quando a cidade adota esse programa, são destinado
recursos financeiros estaduais predeterminados em áreas da saúde específicas a serem
utilizados. O município que receberá o paciente encaminhado, receberá o repasse de verba
diretamente do município que o encaminhou.
Já o Consórcio Intermunicipal de Saúde é financiado por recursos próprios de cada
cidade participante, com foco em consultas de médicos especialistas. Teoricamente, o médico
regulador do município que determinaria para onde o paciente seria encaminhado e se seria via
PPI ou Consórcio, mas o município de Nanuque não tem em sua equipe um médico regulador
há cerca de oito anos.
A referência se inicia pelo preenchimento da ficha para o Tratamento Fora de Domicílio
(TFD), pelo médico da unidade de saúde em que o paciente é, inicialmente, atendido. Ocorre a
definição onde será a cidade em que ele será encaminhado pelo Setor de Regulação, que,
também, discute com a Secretaria de Transporte do município a forma que esse paciente será
transportado; além de definir o valor da ajuda de custo que ele recebe, garantida por lei. Ao
finalizar o serviço de saúde no município de referência, ocorre a contrarreferência; a Secretaria
de Transporte deve organizar a logística para que esse paciente retorne a Nanuque, em seguida
será reavaliado pela unidade de saúde de origem.
Os sistemas utilizados pelo Setor de Regulação são o Sistema de Informação
Ambulatorial (SAI/SUS) e o Sistema de Informação Hospitalar (SIHD) que alimentam a base
de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
SETOR DE IMUNIZAÇÃO
O Setor de Imunização do município segue as orientações do Programa Nacional de
Imunização e da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni, de acordo a cada
campanha de vacinação estabelecida pelo Ministério da Saúde. Há várias campanhas de
vacinação anualmente, dentre elas, tem-se contra meningite, COVID-19, sarampo, poliomielite
e influenza.
Para que as metas de vacinação sejam alcançadas, o município lança mão das campanhas
de multivacinação, de mídias, como carro de som, rádio, televisão e redes sociais; além da busca
ativa do usuário pelas agentes comunitárias de saúde, realização do dia D, em que define um
sábado no mês, em que as unidades básicas de saúde realizaram vacinação durante o dia inteiro;
por fim, a secretaria de saúde firma parcerias com escolas públicas, para que solicitem
comprovante de vacinação dos alunos para que haja a matrícula seja realizada.

Foto 04: Ficha para declaração de vacina atualizado que os pais devem apresentar as escolas no momento da
matrícula de seus filhos (arquivo pessoal).
Mensalmente, a secretaria de saúde do município disponibiliza um automóvel com
motorista e técnico de enfermagem para se deslocaram a Superintendência Regional de Saúde,
com o objetivo de receberem os imunizantes destinados a cidade de Nanuque. Ao chegar no
município, o Setor de Imunização confere todos os imunizantes que chegaram via nota fiscal,
armazena os materiais nas câmaras frias instaladas dentro da secretaria de saúde; nos dias
seguintes, será encaminhado a cada unidade básica de saúde do município os imunizantes.
Foto 05: Geladeira com bobinas utilizadas nas caixas térmicas para transporte dos imunizantes (arquivo pessoal).

Foto 06: Geladeira do Setor de Imunização com estoque de vacinas (arquivo pessoal).
 Foto 07: Controle de temperatura diário da câmara fria para imunizantes (arquivo pessoal).
O Sistema de Informação de Insumos e Estratégicos (SIES) é utilizado para que haja o
controle dos estoques de vacina no município, assim como para solicitar novos imunizantes
mensalmente. Todo dia útil do mês, todos as vacinadoras do município realizam o inventário
de vacinas no estoque de sua respectiva unidade básica, para que elas solicitem novos
imunizantes. Nos casos de campanhas de vacinação, a Superintendência Regional de Saúde
encaminha as vacinas sem a necessidade dessa solicitação prévia.
Nos casos, em que os pacientes portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV) que necessitam de vacinas específicas, que não estão disponíveis, normalmente nas
salas de vacinas ou idosos com indicação para receberem vacinas especiais, como a pneumo
23, dentre outros casos específicos, o Setor de Imunização deve preencher um processo para
solicitação dessas vacinas ao Centro de Referência a Imunobiológicos Especiais (CRIE), onde
médico e enfermeiro responsáveis pela unidade básica de saúde relatam o histórico do
paciente e assinam esse documento. Por fim, após aplicação do imunizante especial, deve ser
preenchido uma declaração para cada dose aplicada.
Foto 08: Ficha para solicitação de imunobiológicos especiais (arquivo pessoal).

Foto 09: Ficha para solicitação de imunobiológicos especiais (arquivo pessoal).

Foto 10: Declaração de dose aplicada de imunobiológicos especiais (arquivo pessoal).
EVENTOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Durante o período de visitas técnicas fomos convidados a participar de três eventos
preparados por setores da Secretaria Municipal de Saúde do município de Nanuque.
O primeiro evento foi sobre atualizações de fluxogramas de doenças infecciosas, já o
segundo sobre tratamento de feridas e coberturas. Essas duas ações foram organizadas pela
coordenação da Atenção Primária e setor de educação permanente em saúde e foi direcionado
a médicos (as) e enfermeiros (as) da atenção primária à saúde. A última atividade foi o Primeiro
Encontro Municipal da Vigilância em Saúde da cidade de Nanuque, organizada pelo Setor de
Vigilância em Saúde.
Os fluxogramas referentes a Sífilis, a Hanseníase, a Tuberculose, a Toxoplasmose em
Gestante, a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e as Hepatites virais foram
atualizados aos profissionais da atenção básica do município, para que as condutas sejam de
acordo o Ministério da Saúde preconizam. Foi interessante participar deste momento, pois pude
presenciar a busca ativa dos gestores do município em manter os protocolos clínicos sobre essas
patologias, que são muitas das vezes negligenciadas, atualizados. Dentre as orientações, em
casos de sífilis, foi disponibilizados os locais ondem seriam adquiridos os antibióticos e os
locais de aplicação, além dos documentos que comprovem a aplicação no local de referência,
além de documentos para acompanhamento mensal da Sorologia do VDRL para gestante e
trimestral para os demais pacientes.

Foto 11: Ficha para acompanhamento das gestantes diagnosticada com Sífilis (arquivo pessoal).
 Foto 12: Ficha para registro de doses aplicadas no tratamento da Sífilis (arquivo pessoal).
A prefeitura de Nanuque proporcionou aos profissionais da atenção primária um curso
sobre tratamento de feridas e coberturas, na ocasião fomos convidados a participar desse evento.
Nesse curso, foi abordado os tipos de feridas, as fases e fatores associados a cicatrização. Além
disso, foram abordadas as formas de abordagem terapêutica das feridas de acordo sua fase,
casos em que há tecido necrosado é necessário realizar desbridamento, que pode ser enzimático,
mecânico, cirúrgico e instrumental cortante. Além disso, foram explanados os diversos tipos de
pomadas existentes, suas indicações e efeitos colaterais, como no caso da Papaína de 8 a 10%
que é uma ótima opção para desbridamento de feridas superficiais com necrose de coagulação,
mas não deve ser utilizada em pacientes com alergia ao látex, assim como pode desencadear
dores intensas no local e prurido, devendo suspender seu uso nesses casos.

Foto 13: Certificado de participação do Curso “Tratamento de Feridas e Curativos” (arquivo pessoal).
 Por fim, o Setor de Vigilância em Saúde realizou o Primeiro Encontro Municipal de
Vigilância em Saúde do município, em que foi abordado temas relacionados a Doenças e
Agravos de Notificação Compulsória. Teve a participação de autoridades do município, como
Delegado da Polícia Civil e Policial Militar, que abordaram sobre a sensibilização no
atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica, além de professores universitários que
apresentaram sobre Leishmaniose Visceral e Leptospirose, o ciclo de vida dos patógenos
envolvidos e suas apresentações clínicas. Por fim, foi apresentado a situação vacinal do
município e os planos para buscar atingir as metas preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Foi muito gratificante participar desses eventos, pois pude relembra e aprender novos
conceitos, como o de feridas, que muitas vezes é abordado pelos enfermeiros, mas que na
verdade todos os profissionais da atenção primária, devem estar cientes das condutas que podem
ser tomadas em benefício dos usuários, assim como vivenciar na prática as ações que o
município busca colocar em vigor com o objetivo de fortalecer a saúde coletiva e individual da
população em geral.

Foto 14: Mensagem anexada a lembrancinha distribuída aos participantes do Primeiro Encontro municipal da
Vigilância em Saúde de Nanuque.
CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE
A reunião do Conselho Municipal de Saúde do município de Nanuque ocorreu no dia
13 de dezembro de 2.022, as 15 horas. Contou com a participação dos conselheiros que
representam os usuários, os profissionais da saúde, os prestadores de serviço e o atual governo
municipal.
Deu-se o início com as boas-vindas aos conselheiros e aos acadêmicos de medicina, em
seguida foi realizado a leitura da ata referente a última reunião, para que fosse aprovada e
assinada pelos conselheiros que estavam presente nessa última reunião.
Em seguida, a coordenadora da atenção básica apresentou as novas ações
implementadas na APS no município, como a adoção de novos tipos de curativos para feridas
e seus resultados; além de outras estratégias adotadas, como a liberação de um eletrocardiógrafo
às comunidades mais distantes, para que facilite o rastreio dos pacientes naquelas comunidades,
reduzindo o tempo de esperar para realização de eletrocardiogramas. Posteriormente, uma
gestora do hospital e pronto socorro municipal Renato Azeredo, apresentou dados sobre as
cirurgias eletivas realizadas no município durante a atual gestão municipal, e foi
complementado pelo secretário de saúde os valores investidos durante esse período. Durante
essas apresentações, houve participação dos demais conselheiros, indagando questões pontuais
e oferecendo possíveis soluções para os próximos desafios que a secretaria de saúde do
município irá enfrentar.
Antes de finalizar a reunião, foi apresentado o plano municipal de saúde quadrienal, a
ser analisado pelos conselheiros até a próxima reunião, para que aprovem ou sugestionem
mudanças. Esse plano se refere ao que buscará ser colocado em prática em relação a saúde do
município com base nas suas especificidades, sua população, fatores de riso para a saúde,
condições de saúde, dentre outros aspectos.
Nessa visita, pude perceber a importância do conselho municipal de saúde, pois é um
ambiente em que a população, representada pelos seus conselheiros, é informada sobre o que
está sendo feito para a saúde dos usuários, os planos a serem realizados; assim como apresentar
soluções para a gestão do município. Isso permite que a democracia seja colocada em prática,
fortalecendo o Sistema Único de Saúde
CONCLUSÃO
Durante o internato de Saúde Coletiva foi realizado visitas técnicas a vários setores que
compõe a Secretaria de Saúde do município de Nanuque com o objetivo de identificar suas
funções, estruturas e fluxos de trabalho. Esse objetivo foi alcançado com êxito, ao entender toda
a dinâmica que está ocorrendo paralelamente aos serviços médicos que são oferecidos à
população na Rede de Atenção à Saúde. Isso permite ter uma dimensão do que é produzir saúde,
do quanto o Sistema Único de Saúde é grande e os locais em que ele se encontra, que muitas
vezes passa desapercebidos. Todo esse processo foi importante, também, para minha formação
acadêmica e profissional, visto que, em um futuro próximo, poderei estar inserido nessa rede e
ao ter todas essas informações e conhecimentos, será mais tranquilo exercer o papel esperado
nesse contexto.
Fomos recebidos muito bem pelos profissionais de cada setor, que se dispuseram do seu
tempo para nos passar seus conhecimentos e suas obrigações, que foi de extrema importância
para a construção do nosso conhecimento.
Ainda que foram realizados inúmeras visitas, setores ficaram sem visitas técnicas, como
a coordenação de atenção secundária e de planejamento. Por conta disso, devo buscar
informações sobre esses setores em uma segunda oportunidade para que entenda suas
dinâmicas.