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Natal - RN
2022
DAYANE DE MOURA NASCIMENTO
Natal/RN
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
BANCA EXAMINADORA
BANCA EXAMINADORA
Natal/RN
2022
AGRADECIMENTOS
Venho por meio deste prestar os meus mais sinceros votos de agradecimento.
Agradeço à Deus em primeiro lugar, pela minha vida, por todas as vezes que me
levantou quando tudo parecia ruir, pela força para conseguir trilhar essa jornada.
Agradeço aos meus Pais, o Sr. Francisco, mais conhecido como nenê de Grandão e a
Dona Davinete, meu maior exemplo de vida. Sem estudos e com poucas condições financeiras,
criou a mim e os meus irmãos, dando tudo que podia. Devo tudo a eles, a pessoa em me tornei,
todas as conquistas que alcancei e a que ainda vou alcançar.
Agradeço ao meu esposo Wellington Silva, pela paciência, compreensão nos momentos
de ausência, por ter acreditado em mim quando até eu mesmo deixei de acreditar ao longo
desses 10 anos de casados.
Agradeço a família que me acolheu com filha, Dona Zeneide e o Sr. Assis, e Irmãos
Fernanda, Humberto, Charles, Dalton e Priscila, obrigada pela preocupação, pelo cuidado e por
me fazer sentir querida e amada diante da ausência dos meus pais e irmãos de sangue.
Agradeço a minha orientadora, Jislene Medeiros, pela dedicação hercúlea, pela sua
calmaria, por me tranquilizar diante de algumas, e por compartilhar seu conhecimento e por
toda contribuição ao longo da realização desta pesquisa.
Agradeço a todos que fazem a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em nome
do competente Corpo Docente e dos servidores do Departamento de Ciências Contábeis.
Agradeço ainda aos bons amigos feitos nesta trajetória, dos quais nomino: Fernanda,
Giovana, Izadora, Eloisa, Nelson, Matheus, sabedor de que tantos outros amigos e amigas me
marcaram pelo dom da amizade e tornaram este imenso desafio, que é a graduação, em algo
mais leve.
Em suma, agradeço a todos que, de alguma maneira, fizeram parte da minha formação.
RESUMO
The tax legislation allows companies to adopt tax planning practices to reduce or avoid the
payment of taxes, which reduces the outflow of financial resources from the company's assets.
As Brazil and the world have recently been facing the consequences of the covid-19 pandemic
and many companies have had their activities affected due to measures to combat and contain
the spread of the virus, the adoption of strategies to reduce the tax burden is one of the available
ways. for the maintenance of financial resources in companies, for this reason this research aims
to investigate the influence of the COVID-19 pandemic on the level of fiscal aggressiveness of
Brazilian companies. The study sample is composed of 2,049 observations from 326 non-
financial companies listed on the Brazilian capital market from 2010 to 2021. The metrics used
to calculate the level of tax aggressiveness of the companies in the sample were the ETR and
CashETR, which indicate, respectively, the current tax rate and the percentage of taxes on profit
paid in the period in relation to earnings before taxes (LAIR). Through Student's and Mann-
Whitney's t tests, it was found that the level of fiscal aggressiveness in the pre-pandemic period
(years 2010 to 2019) is different from the pandemic period (years 2020 and 2021). From the
results of the multiple linear regression analysis there was a negative and significant
relationship between the metrics of fiscal aggressiveness and the variable that indicates the post-
pandemic period of covid-19, indicating that in the period pandemic (years 2020 and 2021) the
level of fiscal aggressiveness of the companies in the sample was higher than in previous years.
In this way, it is concluded that in the pandemic period, companies more intentionally adopted
tax planning strategies to reduce or postpone tax payments, resulting in a higher level of fiscal
aggressiveness in the period.
1.1 13
1.2 14
1.2.1 14
1.2.2 14
1.3 15
2. 16
2.1 16
2.2 18
2.3 19
3. 26
3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA 26
3.2 DADOS, POPULAÇÃO E AMOSTRA 26
3.3 MÉTRICAS DE AGRESSIVIDADE FISCAL E VARIÁVEIS DE CONTROLE 26
3.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE 27
4. 29
5. 34
REFERÊNCIAS 35
13
1. INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A Pandemia da COVID-19, no atual cenário que estamos vivenciando trouxe
consigo incalculáveis perdas, um vírus de rápida propagação que atingiu o mundo de
forma inesperada. Cabe citar que o primeiro caso da pandemia pelo SARS-CoV2 (em
que no ser humano pode desenvolver a doença conhecida como Covid-19) foi detectado
na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Desde então, os casos começaram
a se espalhar rapidamente pelo mundo: primeiro pelo continente asiático, e depois em
novos países. Sendo decretada como pandemia em 11 de março de 2020, pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com o novo cenário global empresas precisaram se adequar ao novo normal,
analisar custos e despesas e tentar se alinhar para se adequar ao melhor regime tributário.
Essa pesquisa tem como objetivo investigar o efeito da pandemia da covid-19 na
agressividade fiscal das empresas, visto que o nível de planejamento tributário teve alta
considerável durante a pandemia porque para muitos a revisão de custos, despesas
aumento de caixa e adequação tributária foi utilizado como ferramenta importantíssima
pelas empresas para permanecerem de portas abertas em meio à crise mundial que tem
sido a pandemia da Covid -19.
Empresas de todos os setores da economia foram afetadas, seja ela primária,
secundária ou terciárias, sem exceção, algumas destas tiveram suas atividades reduzidas
e consequentemente do fluxo de caixa gerado, em que a redução (ou postergação) do
pagamento de tributos torna-se uma via para empresas reter caixa para cumprir suas
obrigações. O presente trabalho vem expor a correlação da pandemia do COVID-19 e as
estratégias utilizadas pelas empresas visando a redução da carga tributária e maior
flexibilização destes.
Para Da Silva et al. (2021). em sua análise afirma que impactos causados pela
pandemia são dinâmicos e maiores alterações podem ocorrer nas contas das empresas.
Consequentemente, a redução da capacidade de gerar caixa para honrar com os
compromissos de curto prazo, pode acarretar a necessidade de maior financiamento de
capital de terceiros nos próximos períodos, impactando ainda mais nos índices de liquidez
e rentabilidade das referidas empresas.
14
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
voltado para agilidade e flexibilidade para venda e compra de diversos produtos, fazendo
empresas e comerciantes informais usarem as redes sociais e plataformas de vendas
online para divulgar seus trabalhos, vendas e entrega de produtos.
O Governo Federal por meio da Medida provisória Nº 1.045 de 27 de abril de
2021, primeira MP publicada em âmbito nacional teve como objetivo: preservar o
emprego e a renda; garantir a continuidade das atividades laborais e empresariais; e
reduzir o impacto social decorrente das consequências da emergência de saúde pública
de importância internacional decorrente do coronavírus. O tempo máximo de redução
proporcional de jornada e de salário e de suspensão temporária do contrato de trabalho,
ainda que sucessivos, não poderia ser superior a cento e vinte dias, com reduções que
variava de 25%;50% ou 70%.
Outra maneira encontrada pelos pequenos empresários para não interromper o
funcionamento foi implementar um rodízio de funcionários. Essa opção foi adotada por
15,3% das empresas. Já a implementação de um sistema de drive thru foi a alternativa
para 5,9% delas. (SEBRAE, 2020).
Para Vasconcelos & Vasconcelos (2020) tem sido desafiador traçar estratégias
antes, durante e pós-covid-19 sobre pequenas, medias e pequenas empresas no Brasil. Em
pesquisa apresentada a Revista Interdisciplinar de Direito os autores informam que
se preparar e planejar em períodos considerados normais é fator fundamental para
sobrevivências das mesmas em períodos de crise, momento esse a qual está sendo
vivenciado pelo mundo.
Diante desse novo cenário nos estudos De Lima e Fretas (2020), ele evidencia que
a crise econômica do Covid-19 pode ser vista também como oportunidade para que o país
consiga melhorar o ambiente de negócios, bem como tornar a máquina pública mais
eficiente, reduzindo os gastos públicos em áreas não essenciais. É notório que a pandemia
mudou hábitos das pessoas, das firmas os modelos de negócio, visando a atrair
consumidores para o ambiente físico e tendo que competir com o mercado digital, e do
governo que deverá agir diante dessa nova realidade.
Vieira e Pio Borel (2021), em seu estudo buscou analisar os resultados
econômicos – financeiros da Magazine Luiza S.A no período de 2018 a 2020,
identificando impactos sofridos pela companhia, porém devido a um processo que a
companhia já vem se tornando digital há alguns anos o terceiro trimestre apresentou-se
como um dos melhores durante o período analisado, evidenciando que impactos sofridos
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pela companhia foram durante o primeiro semestre do ano, graças ao uso de tecnologias
em seu processo a companhia conseguiu reverter os resultados em suas demonstrações
contábeis.
10 maiores empresas em termos de valor de mercado do setor óleo e gás, com ações
negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), verificou-se que os tópicos mais
recorrentes e que foram objeto de mais divulgações entre as empresas da amostra são
relacionados ao teste ao valor recuperável de ativos, às avaliações sobre a continuidade
operacional e às incertezas trazidas pela pandemia, já por outro lado, observa-se também
pouca quantidade de divulgações relacionadas aos impactos da pandemia nos termos de
contratos de arrendamentos e nas taxas de depreciação de ativos imobilizados.
Por sua vez, outra análise evidenciada agora no setor Aéreo nacional, setor este
considerado um dos mais estratégicos da economia brasileira através de Bernardes da
Silva et al. (2021) vem mostrar impactos da pandêmica do novo coronavírus nos
resultados das empresas do setor. A pesquisa pretende identificar como alguns
indicadores financeiros e operacionais se comportaram devido à redução de demanda
decorrente do período de quarentena global instaurado pela pandemia do novo
coronavírus, iniciada no primeiro trimestre de 2020. Foi obtido resultados como
dificuldades de cunho econômico-financeiro das empresas em análise, além da
necessidade de estímulos financeiros para evitar possível quebra sistêmica no setor em
questão. Estas apresentaram significativa variação nos indicadores de liquidez corrente,
no grau de endividamento, no índice de retorno sobre o ativo total e no indicador de
retorno sobre o patrimônio líquido. O resultado é explicado pela concomitante queda nas
receitas e aumentos significativos nas contas de empréstimos e financiamentos, assim
como despesas de variação cambial.
Para empresas de porte pequeno como as MPEs que tiveram suas atividades
paradas, e muitas destas empresas não conseguiram retomar e tiveram que fechar.
Segundo Caldas et al. (2021) analisam em sua pesquisa os efeitos da Covid-19 nas
constituições e extinções das micro e pequenas empresas no Brasil, partindo de uma
análise temporal de ano de 2015 a 2020. Ao comparar período de 2015 a 2020, notou-se
que a pandemia da Covid-19 não impactou tanto quanto os anos de 2015, 2018, 2019
onde houveram mais extinções de empresas naqueles anos do que em 2020 e que as
medidas do governo também auxiliaram as MPEs, permitindo o acesso ao crédito e a
redução das demissões, com subsídios para manutenção dos empregos, visto que são as
MPEs que geram mais postos de trabalho no país, foi notório que as micro e pequenas
empresas não tiveram medo de se reinventar e se readaptar ao novo normal e que o
comércio virtual veio para estabelecer novos parâmetros de consumo e um novo tipo de
22
consumidor, o cliente-seguidor, pois foi através das redes sociais que os empreendedores
conseguiram um canal de comunicação mais efetivo, tornando esse campo uma
verdadeira plataforma de vendas.
Já Chegosk e De Andrade (2021) objetiva identificar os principais reflexos
tributários e econômicos da pandemia às Microempresas, Pequenas e Médias Empresas
(MPEs), sob a perspectiva de arrecadação do Simples Nacional. Em suas análises os
autores cita a pesquisa realizada pela OCDE em 2020, que acerca das medidas tributárias
utilizadas para o enfrentamento da pandemia pelos países, apurou-se 866 ações fiscais
neste levantamento, onde cita também as medidas com maior incidência: prorrogação de
prazos para pagamentos de impostos/entrega de declarações, isenções fiscais,
parcelamentos mais flexíveis, ampliação das restituições de tributos, ampliação das
compensações de prejuízos no que resultou em uma extrema relevância na economia,
trazendo mais flexibilidade maior a classe empresária.
Em pesquisa realizada por Nascimento e Cavalcanti (2020) onde se propor
medidas práticas para incentivar as empresas a aumentarem doações em prol do combate
ao Covid-19. Neste trabalho os autores sugerem a criação, por parte do Estado, de uma
compensação fiscal às empresas não só pelas doações, mas também levando-se em
consideração a contribuição para com os serviços públicos. Com isso conclui-se que a
disponibilização de incentivo fiscal para doações durante a pandemia estimularia um
maior número de doações das empresas, em conjunto com um trabalho de divulgação
mais assertivo do programa e dos demais já existentes.
Os impactos causados pela pandemia são dinâmicos e maiores alterações podem
ocorrer nas contas das empresas. Consequentemente, a redução da capacidade de gerar
caixa para honrar com os compromissos de curto prazo, pode acarretar a necessidade de
maior financiamento de capital de terceiros nos próximos períodos, impactando ainda
mais nos índices de liquidez e rentabilidade das referidas empresas, segundo Da Silva et
al. (2021). Já no estudo de Pessoa (2022) ao analisar o papel da contabilidade gerencial
como suporte para as empresas nas suas tomadas de decisão durante a Pandemia da
Covid-19, evidenciou que além das variadas formas de trabalho para amenizar os
impactos de demissões e um aumento de busca por relatórios gerencias.
As implicações econômicas são amplas e incertas, com diferentes efeitos
principalmente nas empresas financeiras, que apresentam maior agressividade na prática
de evasão fiscal, mas também nos mercados de trabalho e na economia mundial. Os
23
efeitos econômicos negativos podem variar de acordo com a sequência das medidas de
distanciamento social (por exemplo, lockdown e políticas relacionadas), sua duração de
implementação e o grau de conformidade. É necessário um planejamento de médio e
longo prazo para que a economia seja reequilibrada após esta crise (GOMES; LELES;
KRUGER; VERAS; 2021). Na pesquisa de Periger e Lupion (2020) ele visa analisar o
impacto das incertezas geradas pela pandemia do covid-19 nos contratos empresariais,
propondo-se a examinar os contratos empresariais e o ambiente empresarial sob enfoque
da existência (ou não) de um dever de cooperação entre os contratantes, pois em situações
atípicas como a pandemia da Covid -19 não havendo assim uma fórmula mágica mais
deverá ser levado em consideração deveres de colaboração recíprocos e estruturada sob
uma lógica de tempo e disponibilidade de espaço. Podendo ser avaliada e considerada
qualquer possiblidade de reabertura das renegociações com custos de transação inferiores
aos da judicialização
Periger e Lupion (2020) visa analisar o impacto das incertezas geradas pela
pandemia do covid-19 nos contratos empresariais, propondo-se a examinar os contratos
empresariais e o ambiente empresarial sob enfoque da existência (ou não) de um dever
de cooperação entre os contratantes.
Martinez e Dalfior (2016) ao investigar a relação existente entre o nível de
agressividade fiscal das empresas Controladoras e de suas Controladas nas companhias
abertas listadas na BM&F Bovespa no período de 2009 a 2013, verificaram que o
Controlador tem uma agressividade tributária mais elevada, enquanto as Controladas são
menos agressivas tributariamente, concluindo que as empresas de capital aberto
brasileiras possuem fortes incentivos econômicos para implementação de estratégias
tributárias de income shifting.
Hanlon e Heitzman (2010), a agressividade fiscal é definida como uma redução
explícita na carga tributária sobre o lucro, para Martinez e Martins (2016) em sua pesquisa
evidencia a conformidade entre a agressividade fiscal corporativa e a alavancagem
financeira nas empresas com ações na bolsa de valores de São Paulo – BM&FBOVESPA
no período entre 2010 a 2014 com o intuito de identificar um potencial nível de
endividamento de uma empresa a qual apontou-se que as empresas mais agressivas têm
presença relevante em sua estrutura de capital a utilização de recursos de terceiros.
Em estudo parecido Martinez e Silva (2017) trouxe um parecer a influência da
agressividade fiscal no custo da dívida nas companhias abertas na BM&FBOVESPA no
24
período entre 2009 e 2014 fundamentando a percepção de riscos dos credores em face das
práticas de planejamento tributário, concluindo que quanto menor o nível de
planejamento tributário maior o custo da dívida.
Por sua vez, Da Silva e Martinez (2017) ao relacionar restrições financeiras e
agressividade fiscal nas empresas brasileiras de capital aberto, trouxe evidência em sua
pesquisa que essas empresas se encontram em estado de restrição financeira são as que
tem mais probabilidade de adotar o planejamento tributário tanto em tributos sobre o lucro
quanto nos tributos sobre o faturamento, realizando isso, essas empresas geram caixa
adicional e assim solucionam seus problemas de dificuldades financeiras. Esses
resultados estão em paralelo como o de Shevlin, Edwards e Schwab (2013), onde foram
encontradas evidências arquivísticas sobre o valor do caixa, previsto que, a medida as
restrições financeiras aumentam, as empresas tomam medidas para aumentar os fundos
gerados internamente por meio de planejamento tributário com o fim de se evitar o estado
de insolvência.
Primóla, Nascimento e Campos (2021) quando em debate para a Revista
Catarinense da Ciência Contábil investigou a potencial relação entre a liquidez acionária
e a agressividade fiscal no mercado de capitais brasileiro no período de 2010 a 2019.Para
os autores não foi pertinente a inclusão do ano de 2020, por ter sido um ano atípico devido
à crise da covid-19, em contrapartida esse estudo mesmo não sendo analisado do período
pandêmico traz resultados que apontaram uma relação estatisticamente significante e
economicamente positiva entre a proxy de agressividade fiscal e a liquidez acionária.
Observados indícios de que a liquidez de ações influencia práticas de agressividade fiscal
e que as empresas que possuem ações mais líquidas adotam práticas mais agressivas de
planejamento tributário. Esse comportamento é contrário aos encontrados por Cao e Wan
(2014) e Chen et al. (2019). Sua contribuição foi de extrema valia para demonstrar a
importância das divulgações sobre planejamentos tributários, a fim de que os agentes de
mercado possam adequadamente apreçar os ativos financeiros.
Segundo Chen et al. (2010), a agressividade fiscal é a diminuição do lucro fiscal
por meio de planejamento tributário, este planejamento tanto pode ser realizado por meio
de ações legais, quanto ilegais, entretanto, o objetivo é sempre o de pagar menos tributos.
SOUSA et al. (2020) fez uma associação a agressividade fiscal e a maturidade da dívida
corporativa na América Latina. Ao analisar as informações financeiras das empresas
latino-americanas, dos exercícios financeiros de 2010 a 2017. Identificando que houve
25
associação positiva da agressividade fiscal com as dívidas concentradas a curto prazo nas
empresas analisadas. Sendo assim a pesquisa corrobora com os estudos de Platikanova
(2015) e Kubick e Lockhart (2016), que apontam que a agressividade fiscal influencia a
maturidade da dívida.
Seguindo na mesma linha de estudo sobre a agressividade fiscal, Marques, Vagner
Antônio et al. Fez uma análise do efeito da agressividade tributária sobre o nível de
investimentos, a eficiência produtiva e a rentabilidade das empresas brasileiras listadas
na B3. No período de 2008-2017. Observou-se que a ETR – Effective Tax Rate tem um
efeito negativo e significativo sobre o Nível de Investimentos e a Eficiência Produtiva,
entretanto, não se verificou efeitos estatisticamente significativos sobre o ROE – Return
on Equity e o ROA – Return on Assets. Os resultados da pesquisa reforçam a importância
do Planejamento Tributário como forma de se otimizar os recursos da firma apresentando
evidências de que as principais proxies de agressividade tributária utilizadas na literatura
estrangeira são consistentes no contexto nacional.
Todos esses estudos apresentam, de certa forma, questões que evidenciam a
importância do planejamento tributário atribuída a empresas de diversos setores da
economia, trazendo novas visões a este assunto.
26
3. METODOLOGIA
contribuição social sobre o lucro (CSLL), pelo lucro antes dos impostos (LAIR). Portanto,
a ETR é a taxa de imposto efetiva, que é medida usada para se avaliar a efetiva carga
tributária das empresas (MARTINEZ; DALFIOR, 2016).
Para empregar maior robustez aos resultados, foi utilizada uma segunda métrica
para medir o nível de agressividade das empresas listadas no mercado de capitais do
Brasil que é a CashETR, que é calculada por meio da divisão do imposto de renda pessoa
jurídica (IRPJ), e da contribuição social sobre o lucro (CSLL) pago no período, pelo lucro
antes dos impostos (LAIR).
Além das métricas de agressividade fiscal, para estimar o efeito da pandemia do
covid-19 no nível de agressividade fiscal na análise de regressão, no estudo também
foram utilizadas as seguintes variáveis de controle apresentadas no Tabela 1.
Teste de
N Teste t de
Período Média Mediana Mann-
(2.049) Student
Whitney
Pré-pandemia 1.654 0,2835 0,2288
ERT 1,6299* 2,380**
Pós-pandemia 395 0,2511 0,1913
Pré-pandemia 1.654 0,2942 0,2246
CashETR 3,0582*** 3,987***
Pós-pandemia 395 0,2243 0,1688
*, ** e *** indicam significância a 10%, 5% e 1%, respectivamente.
Pandemi
ETR CashETR TAM ALAN ROA BIG4
a
ERT 1
0.7177
CashETR 1
***
32
0.0555
TAM 0.0108 1
***
0.0951 0.0736 0.1789
ALAN 1
*** *** ***
-0.0478 -0.0446
ROA -0.0285 0.0053 1
** **
0.3829 0.0941 0.0763
BIG4 -0.0029 -0.0119 1
*** *** ***
Pandemi -0.0360 -0.0674 0.1070 -0.0468
0.1122 -0.0081 1
a * *** *** **
*, ** e *** indicam significância a 10%, 5% e 1%, respectivamente.
ETR CashETR
Coeficient p-valor Coeficiente p-valor
e
TAM 0,0273 0,005 0,0076 0,532
ALAN 0,1607 0,002 0,1610 0,007
ROA -0,1011 0,146 -0,2035 0,029
BIG4 -0,0328 0,083 -0,0276 0,201
Pandemia -0,0668 0,032 -0,1172 0,000
Intercepto 0.1959 0,000 0,2768 0,000
Descrição
Número de 2.049 2.049
Observações
F (p-valor) 3,04 (0,000) 2,80 (0,000)
R2 0,0231 0,0200
foi menor do que nos anos de 2010 a 2019, ou seja, que a ETR e a CashETR dos anos
pós-pandemia foram menores do que as do período pré-pandemia. Logo, conclui-se que
no período pandêmico houve um maior nível de agressividade fiscal das empresas não
financeiras do mercado de capitais brasileiro do que o do período anterior.
Além do mais, em relação ao modelo que tem como variável dependente a ETR,
os coeficientes das variáveis tamanho (TAM) e alavancagem (ALAN) foram positivos e
significantes a 1%. Dessa forma, infere-se que quanto maior e mais alavancada menor e
nível de agressividade das empresas da amostra. Contudo, como a variável BIG4, que
sinaliza as empresas auditadas por uma das 4 maiores empresas de auditoria do mundo,
apresentou coeficiente negativo e significante a 10%, evidencia-se que o fato da empresa
ser auditada por uma big four não inibe a adoção de estratégias mais agressivas de redução
da carga tributária.
Analisando os resultados para o modelo que tem como variável dependente a
CashETR, ou seja, que considera a relação entre os tributos sobre o lucro pagos e o lucro
antes do imposto de renda do período, constata-se um relacionamento positivo e
significante a 1% entre as variáveis CashETR e a ALAN e negativo e significante entre
CashETR e ROA. Portanto, quanto maior o nível de dívida menor é o nível de
agressividade fiscal das empresas da amostra e quanto maior é a rentabilidade sobre o
ativo maior a agressividade fiscal das empresas.
34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS