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Com uma boa intenção,

mas perdido!
Mateus 26:31-35
Pr. Jesús Hanco Torres

INTRODUÇÃO
1. Saudação

2. Frase alusiva: O título da mensagem de hoje é: Com uma boa

intenção, mas perdido! Considerando que o principal objetivo da vida

cristã é a salvação, qual o papel das boas intenções no contexto da

salvação?

3. Texto: Vamos ler o texto que está em Mateus 26:31-35. Era quinta-

feira, a última semana antes que Jesus fosse crucificado. E rodeado pelos

seus discípulos, depois de sair do cenáculo, Jesus, em um ambiente mais

familiar, quis ensinar a Simão Pedro uma das lições mais importantes da

vida cristã, uma lição que poderia ter livrado o discípulo de muitas

lágrimas.

4. Proposta: Deus espera que todo cristão possa entender que a vida

cristã consiste na total dependência de Cristo e em uma morte diária da

autossuficiência e do orgulho.

5. Pergunta para desenvolvimento: Qual é a primeira característica da

vida cristã? Qual o papel das boas intenções em uma pessoa “que diz ser

cristã”, mas que não depende de Jesus Cristo no seu viver diário?

6.Frase para desenvolvimento: Para desenvolver esse tema, vamos

analisar esses versículos e apresentar as características de Jesus e as de

Pedro no momento da provação.

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I. I.JESUS E AS PROVAS DO CRISTÃO
(MT 26:31, 32)

1. Lição: O verdadeiro cristão busca fundamentar a sua vida na Palavra

de Deus. Nos momentos de provação ele se apega às promessas divinas

encontradas na Bíblia com todas as suas forças.

2. Texto bíblico: Jesus e seus onze discípulos saiam do cenáculo em

direção ao Monte das Oliveiras, no Jardim do Getsêmani. E enquanto

caminhavam em direção ao monte, Jesus se dirigiu aos seus discípulos

com a mais profunda tristeza (O Desejado de Todas as Nações, p. 476)

e declarou com ênfase: vocês “todos” se escandalizarão comigo, serão

separados, e tropeção por minha causa.

3. Jesus mostrou com tristeza profecias

que aconteceriam com os seus discípulos,

não somente com um, mas com TODOS,

apenas alguns momentos depois. Aqueles

que um dia prometeram segui-lo, naquela

noite seriam dispersados, separados e se

escandalizariam dele. Aqueles que antes

tinham orgulho de estar com Jesus, nessa

noite considerariam uma vergonha e um

risco de morte. Por isso o Mestre

enfatizou: “Todos vós vos escandalizareis

comigo”.

4. Contudo, como Jesus viu essa situação

decepcionante e traidora de seus onze

discípulos? Reclamou da covardia deles?

Os repeliu? Talvez até poderia ser

justificável que Jesus qualificasse os seus

discípulos como “inaptos” ou “covardes”.

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5. No entanto, Jesus não se decepcionou com o

comportamento de seus discípulos. Pelo

contrário, Ele viu nessa situação

“decepcionante” o cumprimento das Escrituras.

E mesmo tendo grandes expectativas com os

seus seguidores e desejando que nesse

momento seus discípulos pudessem estar ao

Seu lado orando e apoiando os seus braços,

Jesus entendia pelas Escrituras que esse

momento Ele teria que passar “sozinho”. O

cálice amargo Ele teria que beber “sozinho”.

6. Jesus lembrou das palavras do profeta Zacarias (Zc 13:7). “Desperta, ó

espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro,

diz o Senhor dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas”.

Essa profecia mostrava o abandono que o Messias sofreria, pois até o seu

próprio Pai se voltaria contra Ele. Como substituto do homem pecador,

Jesus sofreria a justiça divina, sentiria o que significa a justiça de Deus

contra o pecado. Jesus passaria “pelo vale da morte” sozinho. Quando o

abandono, a traição e a solidão impactaram Jesus nos momentos cruciais

do seu ministério, Cristo fixou os seus olhos na Palavra de Deus, e isso

permitiu que Ele tivesse a certeza de que mesmo na escuridão e na dor,

sua vida estava nas mãos de Deus.

7. E ali mesmo Jesus fez uma promessa aos

seus discípulos, apesar do abandono que eles

mostrariam. Sem dúvida, o amor de Deus é

grande e imensurável. Jesus não os

condenaria ou trocaria por outros discípulos;

o amado Mestre continuaria acompanhando e

iria adiante deles: “Mas depois que

ressuscitar, irei adiante de vós para a

Galileia”. O Mestre lhes fez uma promessa

“irei adiante de vós”. Na escuridão e na

tristeza o escândalo duraria pouco tempo,

porque Jesus mesmo estaria diante deles.

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8. Ilustração: Marcos, é um líder de igreja,

batizado há 15 anos. Ele, sua esposa e filhos

eram reconhecidos por sua fidelidade. No

entanto, um dia, um grupo de quatro policiais

chegou à sua casa e em meio a uma

comoção, Marcos foi levado para a delegacia

de polícia acusado de narcotráfico. Enquanto

isso, os familiares de sua esposa, que não

eram cristãos, rapidamente se aproveitaram

dessa situação para acusar Marcos por viver

em falsidade e engano. Além disso, alguns

membros da igreja, contrariados, mostraram o

seu desgosto diante dessa situação, e Marcos

acabou sendo alvo de críticas. A maioria dos

membros tentava se distanciar dele e de sua

família por temer se envolver com um

“suposto” narcotraficante. Quando o pastor

da igreja foi visitar Marcos, ele estava

bastante desanimado e decepcionado, pois

nesses momentos de dificuldade, esperava

que seus amigos cristãos lhe visitassem para

levar palavras de ânimo e orar. No entanto,

sentia que havia sido abandonado. Alguns

dias depois, quando foi confirmado que a

acusação contra Marcos era uma informação

falsa, muitos membros da igreja foram visitar

Marcos. Mas ele não queria mais que o

visitassem, pois sentia que a igreja o havia

abandonado no momento que ele mais

precisou.

9. Aplicação: Muitas vezes passaremos por situações difíceis na vida

cristã, uma doença, um acidente, uma crise familiar, situações reais

que nos levam a ficar escandalizados, a nos separar e nos fazer duvidar

de Jesus Cristo e de sua igreja.

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10. No entanto, são nesses momentos quando nos sentimos decepcionados

com a igreja e com a fé que professamos é que precisamos levantar os

olhos e ver Cristo nos dizendo “todos vós vos escandalizareis”, nos

advertindo que na vida cristã também passaremos por situações difíceis e

talvez muito terríveis.

11. Mas lembre-se, Ele não nos deixou

sozinhos, nosso Mestre nos deixou a sua

Palavra, a Bíblia Sagrada, aquela que

temos em nossa biblioteca, em nossa

mochila, na bolsa e até em nosso celular.

Que a cada mensagem que lermos,

possamos encontrar nela esperança, e

que ao ouvi-la, possamos crescer na fé,

com a certeza plena de que não estamos

sozinhos, pois nossa vida está nas mãos

de Deus.

12. É na Bíblia, a Palavra de Deus, que

encontramos as maiores promessas de

Deus, promessas que podem nos levantar

nos momentos mais difíceis da vida.

Promessas que nos mostram que

podemos estar caídos, mas não vencidos.

Ali podemos encontrar promessas como

aquelas declaradas por Ele mesmo,

Cristo Jesus, que disse mais uma vez:

“depois da minha ressurreição, irei

adiante de vós”. Jesus diz hoje: “Eu irei

adiante de ti”. Amigos, por meio do

Espírito Santo Jesus faz ressoar a

promessa: “Irei adiante de ti”. Mesmo em

situações difíceis que podem estar

acontecendo agora, levante os olhos

para o Céu e ouça a promessa do único

que nunca falha, que toma a sua mão, o

levanta e diz: “Irei adiante de ti”.

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II.PEDRO, A AUTOSSUFICIÊNCIA E AS
BOAS INTENÇÕES (MT 26:33-35)

1. Lição: A autossuficiência é um perigo latente em todo cristão que

tenha passado um tempo com Cristo, mostrando uma aparente força e

capacidade, experiência ou habilidade que possa ter obtido, enquanto

rejeita a dependência de Cristo. No entanto, em tempos de provação,

ela facilmente se quebra e o cristão mergulha em total vergonha.

2. Texto bíblico: As declarações de Jesus realmente atingiram o

orgulho de Pedro, um pescador forte, que havia acompanhado Jesus em

seu ministério, que havia deixado tudo por Cristo. Pedro não podia ficar

calado. E exclamou: “Ainda que venhas a ser um tropeço para todos,

nunca o serás para mim”.

3. Pedro aceitou a declaração de Jesus;

para Pedro, os discípulos se

escandalizariam, isso se cumpriria com os

outros, mas não com ele. Pedro enfatizou

com veemência a diferença entre ele e o

restante dos discípulos; “eu” exclamou,

enfatizou e sublinhou, “nunca farei isso”.

4. No cenáculo, Pedro havia declarado:

“minha vida darei a ti”. Sem dúvida, Pedro

mostrava uma grande força e confiança,

mas, surpresa! Essa aparente força não

tinha a base em Cristo, mas em “suas

próprias forças e suficiência”.

5. Em seu grande amor por seu discípulo e

conhecedor da grande provação que ele

teria, Jesus tentou mostrar o que

aconteceria se ele continuasse com sua

autossuficiência. Assim, Jesus repetiu a

declaração que há algumas horas lhes

havia dito enquanto estavam no cenáculo:

“Em verdade te digo que, nesta mesma

noite, antes que o galo cante, tu me

negarás três vezes”.

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6. Jesus tentou fazer o seu discípulo reagir, desejava poupá-lo desse

sofrimento. Se ao menos Pedro tivesse prestado mais atenção às

palavras de Jesus e houvesse clamado como no mar da Galileia

quando estava por afundar: “Senhor, salva-me”! Entretanto, as

declarações de Jesus só aumentaram a sua obstinação.

7. Como as palavras de Jesus aumentaram a

sua autossuficiência, ele dizia mais

tenazmente: “Ainda que me seja necessário

morrer contigo, de nenhum modo te negarei”.

Pedro declarou com muita segurança algo que

saía do mais profundo do seu coração. Pedro

tinha a firme intenção de nunca negar a Jesus.

8. “Quando Pedro disse que seguiria seu

Senhor à prisão e à morte, era sincero em

cada palavra proferida; mas não se conhecia

a si mesmo” (O Desejado de Todas as Nações,

p. 477).

9. Pedro sentiu que Jesus desconfiava dele e achava que isso não estava

certo, porque ele estava realmente disposto a dar tudo por Jesus. Pedro

ficou desconfortável e foi persistente em sua autoconfiança. Na

confiança que tinha em si mesmo, ele negou as palavras Daquele que

sabe tudo. Sem dúvida, não estava preparado para o momento de

provação.

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10. Ilustração: Há alguns anos, certo pastor

lidou com um caso de adultério de um

membro na comissão da igreja; a pessoa era

casada e havia se relacionado com uma das

irmãs da igreja. De repente um dos membros

se colocou em pé indignado e declarou que o

adúltero não só deveria ser excluído, mas

também castigado pelo sério impacto que

havia causado às duas famílias da igreja. Isso

se tornou uma discussão na comissão, e

piorou quando outro líder aconselhou: “Irmão,

devemos agir assim como o Senhor

recomendou, excluindo e ajudando-o a

assumir a sua responsabilidade. Porque esse

fato pode acontecer com qualquer um de

nós”. Imediatamente o primeiro membro

exclamou irado: “Talvez você, meu irmão,

tenha essa possibilidade, mas eu jamais

cairia em semelhante vergonha”.

Não se passaram nem seis meses, e uma senhora não cristã visitou o

escritório daquele pastor e lhe contou com tristeza que não podia

continuar com tamanho peso na consciência, pois há poucos meses

havia cometido o erro de iniciar um romance com um dos membros da

igreja, que era casado, e aquele senhor insistia para terem intimidades.

Ela começou a sentir culpa, pois a esposa e os filhos desse membro

eram muito próximos a ela, além da vergonha que isso traria. Depois

que o pastor a aconselhou sobre o que fazer, ficou abismado ao ouvir o

nome do “membro” da igreja. E que triste coincidência, o envolvido era

nada mais nada menos que aquele que havia declarado “eu jamais

cairia em semelhante vergonha”. Sem dúvida, ele não podia acreditar.

Como isso era possível?

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11. No entanto, está escrito na Bíblia, em Provérbios 16:18: “A soberba

precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda”.

12. Por isso, a lição que Cristo quer nos deixar neste texto é de suma

importância, porque quase todos nós caminhamos um certo trecho com

Jesus e corremos o risco de cair na autossuficiência, demostrada em

declarações como: “Eu jamais cairei”; “Isso acontece somente com os

fracos”; “Eu nunca ficarei nessa situação”.

13. Pode ser que exista a boa

intenção de nunca cair, de nunca

defraudar Jesus, de poder cumprir

com cada um dos mandamentos, de

poder ser fiel a Deus, aos pais, à

esposa. Mas precisamos entender

que as boas intenções não são

suficientes. As boas intenções

podem nos levar à autossuficiência,

e quando tivermos mais tempo na fé,

isso se transformará em altivez de

espírito; terminaremos assim sendo

soberbos, e depois disso vem a

queda. Por isso Salomão também

declarou: “A soberba precede a

ruína, e a altivez do espírito, a

queda”.

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14. Jesus quer nos lembrar que o nosso coração é enganoso, é perverso e

mesmo nós não podemos reconhecê-lo (Jr 17:9). Em nosso coração há

elementos ruins, tendências que, à medida que vivemos situações e

tentações, aparecerão.

15. A admoestação solene de Cristo foi

um convite para esquadrinhar nosso

próprio coração. Precisamos desconfiar

de nós mesmos e ter uma fé mais

aprofundada em Cristo. Não precisamos

dizer: “eu nunca falharei”, mas clamar:

“Senhor, me ajude, “Senhor, salva-me de

mim mesmo”. E precisamos clamar

humildemente a cada dia: “Senhor, tenha

piedade de mim, porque sou pecador”.

CONCLUSÃO E CHAMADO

1. Recapitulação: A história de hoje nos mostrou duas maneiras de nos

prepararmos para enfrentar as circunstâncias difíceis e as provações. A

primeira é nos apegar com todas as nossas forças às promessas divinas

encontradas na Bíblia, desconfiando de nós mesmos. E a segunda é

acreditar que nossa experiência, nossa habilidade, nossa capacidade

desenvolvida ao longo de nossa vida cristã, e nossas boas intenções e

autossuficiência são suficientes para vencer a tentação e nos fazer fortes

em tempos de provação. Dessas duas, a primeira nos levará à salvação, e

a segunda nos conduzirá à vergonha, ruína e perdição.

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2. Chamado: Não sei quantas vezes você fez promessas ao Senhor,

promessas como “de agora em diante serei mais obediente”, “Senhor,

agora eu serei um pai melhor”. Porque não mudar essa declaração e dizer

primeiro: “Senhor, ajuda-me a colocar a tua Palavra no lugar que deveria

estar em minha vida, ajuda-me a me preparar para enfrentar as provações

lendo e esquadrinhando cada uma de suas promessas encontradas na

Bíblia”, para que quando todos falharem, quando as pessoas falharem

comigo, quando os meus amigos me decepcionarem, eu possa encontrar

esperança na leitura da Bíblia, encontrar força em suas promessas”. E em

segundo lugar: “Senhor ajuda-me”, Senhor, salva-me”, “Senhor, faça de

mim um bom esposo”, “Senhor faça de mim um bom administrador”,

“Senhor, faça de mim um bom pai”. Há alguém que queira dizer isso ao

Senhor hoje? Levante sua mão e juntos vamos orar.

3. Oração

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