Você está na página 1de 51

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

DEIVISON RODRIGUES DA SILVA

CINZA DE BIOMASSA DE PALMA DE ÓLEO: CARACTERIZAÇÃO,


ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUÇÃO DE ALFACE

BELÉM
2020
DEIVISON RODRIGUES DA SILVA

CINZA DE BIOMASSA DE PALMA DE ÓLEO: CARACTERIZAÇÃO,


ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUÇÃO DE ALFACE

Dissertação apresentada à Universidade Federal


Rural da Amazônia, como parte das exigências do
Programa de Pós-graduação em Agronomia, para
a obtenção do título de Mestre.
Linha de pesquisa: Manejo e Conservação de
Recursos Ambientais
Orientador: Prof. Antonio Rodrigues Fernandes.

BELÉM
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

R696c Rodrigues da Silva, Deivison


Cinza de biomassa de palma de óleo: Caracterização, alterações nos atributos do solo e
produção de alface / Deivison Rodrigues da Silva. - 2020.
50 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA), Campus


Universitário de Belém, Universidade Federal Rural Da Amazônia, Belém, 2020.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Rodrigues Fernandes

1. Resíduo agroindustrial. 2. Fertilidade do solo. 3. Condicionador de solo. I.


Rodrigues Fernandes, Antonio, orient. II. Título

CDD 630
RESUMO
A cinza de palma de óleo (CPO) é um resíduo agroindustrial proveniente da incineração de
resíduos durante o processo de extração do óleo. Seu descarte inadequado pode causar danos
ambientais como poluição do solo, água e ar, porém o uso racional pode melhorar o
condicionamento do solo. Para tanto há necessidade da caracterização e definição das
quantidades que poderão ser utilizadas para melhorar a fertilidade do solo e aumentar a
produtividade agrícola. Foram estudadas as características de duas CPOs (C1 – produzida da
combustão de fibras do mesocarpo em temperaturas de 400 a 500 oC, e C2 – produzida da
combustão de fibras e cascas de amêndoas em temperaturas de 800 a 1000 oC) e o efeito de
doses (1, 3 e 5%) na fertilidade do solo e no crescimento da alface (Lactuca sativa L.). Os
resultados foram submetidos à análise de variância e, quando significativos, comparados pelo
teste de Tukey (p < 0,05) e avaliados por regressão. O pH e a condutividade elétrica foram
similares entre C1 e C2, enquanto C1 apresentou maior capacidade de troca catiônica (CTC)
e C2 maior densidade de partículas. O PCZ das duas cinzas foram de 7,3 e 7,8 para C1 e C2,
respectivamente. A microscopia eletrônica de varredura (MEV) mostrou uma estrutura
porosa e com grãos irregulares. Foram encontrados altos teores totais de fósforo (P), potássio
(K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), manganês (Mn), molibdênio (Mo), cobre (Cu), zinco (Zn)
e boro (B) em ambas as CPOs, com destaque para o P, sendo a C2 foi mais rica em nutrientes.
Também foi encontrado elementos traço, sendo o titânio (Ti), estrôncio (Sr) e cromo (Cr) em
maiores quantidades. O fracionamento do P das CPO mostrou quantidades consideráveis na
forma solúvel, lábil e associado a minerais. Ambas as cinzas apresentaram poder de
neutralização do Al trocável, aumentaram o pH e reduziram a acidez potencial. Houve
aumento do carbono inorgânico e orgânico e a C1 elevou a CTC do solo. As CPOs
incrementaram a concentração de P, K, Ca e Mg no solo. O fracionamento de P no solo
mostrou que a adição de CPO provocou aumento de P solúvel e P associado a minerais. No
solo tratado com as CPO foi encontrado valores de Fe, Mo, Hg e Pb, Cr, Cu, Mn e Ni acima
dos Valores de Referência de Qualidade do solo (VRQs) estabelecidos para o estado do Pará,
porém inferiores aos Valores de Prevenção (VP). Ambas as cinzas melhoraram o crescimento
da cultura da alface, com incrementos de altura, diâmetro, número de folhas, área foliar e
matéria fresca e seca da parte aérea e raízes com a aplicação de até 3%. As maiores respostas
foram obtidas com a aplicação de C2 e as doses de máxima eficiência agronômica variaram
de 3,3 a 4% para a C1 e 3,6 a 5,1% para a C2.
Palavras-chave: Resíduo agroindustrial, fertilidade do solo, condicionador de solo.
ABSTRACT
Palm oil ash (POA) is an agro-industrial residue from the incineration of waste during the oil
extraction process. Improper disposal can cause environmental damage such as pollution of
soil, water and air, but rational use can improve soil conditioning. Therefore, there is a need
to characterize and define the quantities that can be used to improve soil fertility and increase
agricultural productivity. The characteristics of two POA (C1 - produced from the
combustion of mesocarp fibers at temperatures of 400 to 500 °C, and C2 - produced from the
combustion of fibers and almond skins at temperatures from 800 to 1000 °C) and the effect
of doses were studied. (1, 3 and 5%) in soil fertility and growth of lettuce (Lactuca sativa
L.). The results were subjected to analysis of variance and, when significant, compared using
the Tukey test (p <0.05) and evaluated by regression. The pH and electrical conductivity
were similar between C1 and C2, while C1 had a higher cation exchange capacity (CTC) and
C2 a higher particle density. The PCZ of the two ashes were 7.3 and 7.8 for C1 and C2,
respectively. Scanning electron microscopy (SEM) showed a porous structure with irregular
grains. High total levels of phosphorus (P), potassium (K), calcium (Ca), magnesium (Mg),
manganese (Mn), molybdenum (Mo), copper (Cu), zinc (Zn) and boron (B) were found in
both POA, especially P, with C2 being richer in nutrients. Trace elements were also found,
with titanium (Ti), strontium (Sr) and chromium (Cr) in greater quantities. The fractionation
of P of the POA showed considerable amounts in the soluble, labile and mineral-associated
form. Both ashes showed the neutralization power of the exchangeable Al, increased the pH
and reduced the potential acidity. There was an increase in inorganic and organic carbon and
C1 increased the CTC of the soil. The POA increased the concentration of P, K, Ca and Mg
in the soil. The fractionation of P in the soil showed that the addition of POA caused an
increase in soluble P and P associated with minerals. In the soil treated with POA, Fe, Mo,
Hg and Pb, Cr, Cu, Mn and Ni values were found above the Reference Quality Values of the
soil (VRQs) established for the Pará state, but below the Prevention Values (VP). Both ashes
improved the growth of the lettuce crop, with increments of height, diameter, number of
leaves, leaf area and fresh and dry matter of the aerial part and roots with the application of
up to 3%. The greatest responses were obtained with the application of C2 and the doses of
maximum agronomic efficiency ranged from 3.3 to 4% for C1 and 3.6 to 5.1% for C2.
Keywords: Agro-industrial waste, fertility, soil conditioner.
SUMÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................... 6
1 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................................... 7
1.1 Latossolos na região amazônica: distribuição e características ............................. 7
1.2 Uso de cinza de biomassa no solo............................................................................... 8
1.3 Cinza de palma de óleo ............................................................................................. 11
1.4 Alface e sua importância .......................................................................................... 12
REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 13
CINZA DE BIOMASSA DE PALMA DE ÓLEO: CARACTERIZAÇÃO,
ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUÇÃO DE ALFACE .......... 21
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 21
2 HIPÓTESE ....................................................................................................................... 22
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 23
3.1 Coleta das cinzas ....................................................................................................... 23
3.2 Caracterização das cinzas ........................................................................................ 23
3.3 Experimento em casa de vegetação ......................................................................... 25
3.3.1 Análises do solo após a aplicação das CPOs ...................................................... 26
3.3.2 Cultivo e avaliação das plantas ........................................................................... 27
3.4 Análise estatística ...................................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 28
4.1 Caracterização das CPO .......................................................................................... 28
4.2 Alteração nos atributos do solo e no crescimento de alface com a aplicação de
CPO .................................................................................................................................. 33
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 41
REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 42
CONTEXTUALIZAÇÃO

O Brasil é o 9º maior produtor mundial de palma de óleo. Possui uma produção de


1,676 milhões de toneladas de cachos de palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.) (FAO,
2019), sendo o estado do Pará responsável por 97% dessa produção (IBGE, 2019). A partir
do processamento dos frutos da palma de óleo obtêm-se óleo de palma bruto, óleo de
palmiste, torta de palmiste, cachos vazios, fibras, cascas, cinzas e efluentes líquidos. Dentre
os resíduos, as cinzas de palma de óleo (CPO) são os materiais de mais difícil manejo e de
maior risco ambiental, sobretudo em virtude da sua baixa densidade de partículas.
A CPO é um resíduo agroindustrial proveniente de usinas de extração de óleo,
originado da incineração de fibras do mesocarpo, cascas dos frutos e de sementes, em
caldeiras de combustível para geração do vapor, utilizado no processo de aquecimento dos
cachos frescos e, em alguns casos, na geração de energia elétrica. O Brasil tem aumentado a
produção de óleo de palma nos últimos anos, implicando em geração significativa de cinzas,
o que aumenta os riscos de danos ambientais em casos de manejo inadequado desses resíduos.
Não existem estimativas oficiais sobre a quantidade de CPO produzida no estado do
Pará. Estimativas das empresas produtoras de óleo sugerem que mais de 11 mil toneladas de
cinzas são produzidas anualmente. Embora parte desse conteúdo seja reutilizado pelas
empresas nos plantios (sem embasamento científico) ou pela agricultura familiar (praticada
próximo aos polos produtores de óleo de palma), parte das cinzas é armazenada a céu aberto
ou descartada em aterros da própria agroindústria, podendo causar poluição dos recursos
naturais e afetar a saúde humana, via inalação de cinzas, pois são constituídas por partículas
pequenas, de fácil transporte pelo vento, e ricas em elementos solúveis lixiviáveis e/ou
erodíveis.
A necessidade de reciclagem de nutrientes através da reincorporação nos sistemas
agrícolas, associada ao interesse pela definição de um destino adequado aos resíduos
produzidos na agroindústria, demanda pesquisas que caracterizem o potencial desses
resíduos como condicionantes do solo. Todavia, são escassos os estudos sobre as
características das CPOs e recomendações sobre doses, formas e taxas de aplicação para a
produção agrícola, assim como se os EPT’s presentes nas CPO podem ser acumulados pelas
culturas cultivadas nos solos tratados. Essas cinzas por serem ricas em nutrientes podem
apresentar potencial de condicionamento de solos para produção vegetal, desde de que seja

6
definida a quantidade a ser aplicada, o que reduziria a deposição no ambiente e possíveis
danos aos solos cultivados, e consequentemente o risco pelo consumo dos produtos.
A hipótese é que as cinzas de palma de óleo melhoram a fertilidade do solo,
incrementam matéria orgânica e a CTC do solo, possibilitando o cultivo das culturas sem
riscos ao consumo humano. Foi estudado as características das cinzas e o efeito da aplicação
de cinzas de caldeiras na cultura da alface (Lactuca sativa L.), bem como a influência nos
atributos do solo.

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 Latossolos na região amazônica: distribuição e características


Os Latossolos cobrem mais de 60% do território brasileiro, e ocorrem em associação
com outros solos. Eles são solos tipicamente profundos e altamente intemperizados,
dominados por minerais de argila 1:1 de baixa atividade e oxi-hidróxidos de Fe e Al, com
proporções variáveis desses minerais, dependendo do material de origem e da intensidade do
intemperismo (SCHAEFER et al., 2008).
Na Amazônia, predominam os Latossolos e os Argissolos, que são solos altamente
intemperizados, com características físicas adequadas ao uso agrícola, mas com fortes
limitações nutricionais (SILVA et al., 2006). No estado do Pará, os tipos de solos
predominantes são Latossolos e Argissolos, que representam mais de 74% do solo do estado.
Quando considerado apenas as áreas alteradas ou em uso agrícola, os Latossolos e Argissolos
ocupam cerca de 35,6% e 44,7% da área respectivamente (SOUZA et al., 2018).
Os Latossolos Amarelos encontram-se espalhados em muitas áreas do Brasil. Sua
maior expressividade e continuidade de área encontra-se nos platôs litorâneos e amazônicos,
onde normalmente desenvolvem-se a partir de sedimentos do Grupo Barreiras e Formação
Alter do Chão (KER, 1997). Estes solos ocupam cerca de 24,9% da área alterada no estado
do Pará, ficando atrás apenas do Argissolo Vermelho Amarelo que ocupa cerca de 30,9%
dessas áreas. São solos profundos, amarelos e textura com extremos de argila que vão de 15
a 95% (RODRIGUES, 1996; KER, 1997), cauliníticos, podendo apresentar teores superiores
a 80% na fração argila. Apresentam teores de Fe 2O3 do ataque sulfúrico entre 1,5 a 7%, e Ki
geralmente maior que 1,5, refletindo sua natureza caulinítica (RODRIGUES, 1996; KER,
1997; PRAGNARA et al., 2016). São solos com caráter coeso entre os horizontes A e B, com

7
baixos teores de Fe2O3 (< 7%) e a ausência virtual de gibbsita, com estrutura em blocos
subangulares fracamente desenvolvida e de pouca estabilidade em água (KER, 1997).
Em função da sua elevada acidez e baixa fertilidade, principalmente deficiência de
fósforo (MALAVOLTA, 1980; LOPES et al., 2012) esses solos são limitantes a produção
agrícola. Portanto, para a obtenção de elevadas produtividades é necessário corrigir a sua
acidez e ainda aplicar uma grande quantidade de fertilizante (BALIGAR; BENNETT, 1986;
SANCHEZ; UEHARA, 1980).

1.2 Uso de cinza de biomassa no solo


As cinzas de biomassa possuem um grande potencial agrícola e melhoram o meio
para crescimento de plantas e recuperação de áreas degradadas, mas estudos são necessários
para modelar as funções de concentração, absorção, dosagem e resposta entre o solo tratado
com esses resíduos e as plantas (ANSARI et al., 2011; RITCHEY et al., 2012).
A cinza de biomassa é constituída, principalmente, por elementos minerais (nutrientes
e não nutrientes) exportados pelas culturas, carbono não queimado e partículas de solo que
entram nas caldeiras com a biomassa (ZHANG et al., 2002). A constituição desse material
varia, entre outros fatores, conforme as características da matéria prima, parte da planta,
temperatura e pressão da caldeira, eficiência de combustão, fração e tipo de cinza, sendo
geralmente de 50 a 60% de SiO 2 e 2 a 4% de Al 2O3 (VASSILEV et al., 2010).
Consequentemente, é difícil generalizar sobre a composição das cinzas ou seus efeitos no
meio ambiente.
Altos teores de potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) são encontrados em cinzas
volantes (granulometria < 0,15 mm), principalmente na forma de carbonatos, pois durante a
combustão da biomassa, em alta temperatura, os compostos orgânicos são mineralizados e
os cátions básicos são oxidados, lentamente hidratados e, posteriormente, carbonatados sob
condições atmosféricas (OCHECOVA et al., 2014).
Além disso, essas cinzas possuem pH elevado e alta capacidade de troca catiônica
(CTC), atribuindo potencial para esse material como condicionador de solos, podendo
solucionar problemas agrícolas de natureza química e física (JAYASINGHE; TOKASHIKI,
2012; NWAGA et al., 2014; PEREIRA et al., 2016).
As cinzas alcalinas podem aumentar o pH do solo e, consequentemente, a
produtividade das culturas, em virtude do incremento de nutrientes como fósforo (P), K, Ca,
Mg, zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn) (FEITOSA et al., 2009; GUPTA et al., 2007;

8
KISHOR et al., 2010), o que corrobora com a possibilidade de adoção desse material na
substituição dos adubos minerais ou como suplementação da adubação mineral e orgânica
(CACURO; WALDMAN, 2015).
Diversas culturas, tais como tomate, sorgo, milho, milheto, alfafa, feijão, cenoura,
cebola, batata, aveia, azevém, eucalyptus, entre outros, apresentam resposta positiva a
aplicação de cinzas de biomassa como condicionador do solo (AITKEN et al., 1984; BASU
et al., 2009, KISHOR et al., 2010; ARRUDA et al., 2016).
Os efeitos positivos sobre a produção das plantas devem-se principalmente as
melhorias da fertilidade do solo, como aumento da disponibilidade de nutrientes (K, Ca, P,
etc) e elevação do pH em solos ácidos, além de aumentar a capacidade de troca catiônica do
solo (ARRUDA et al., 2016). No entanto, a aplicação de cinzas pode promover deficiência
de micronutrientes, como o Fe, Cu, Zn e Mn quando elevam o pH do solo de forma excessiva
(MAEDA et al., 2008). Excessos de nutrientes podem também causar problemas devido ao
desbalanço entre eles na cinza, portanto é fundamental estabelecer as concentrações dos
elementos para determinar as taxas corretas de aplicação, evitando assim o excesso de um ou
mais elementos.
As propriedades do solo variam em função da aplicação de diferentes doses de cinzas
e do tempo de aplicação deste material. Por exemplo, KISHOR et al. (2010) verificaram
alteração da condutividade elétrica do solo, pH, fósforo disponível, matéria orgânica e
carbono orgânico aumentam com doses crescentes e são influenciados pelo tempo de
aplicação.
No entanto, existem indícios de que parte significativa desses nutrientes,
principalmente o P, estejam em formas insolúveis em água, indisponíveis devido a
complexação em sílica, silicatos e compostos de ferro e alumínio (VASSILEV et al., 2010),
ou ligado ao cálcio na forma de fosfato (OCHECOVA et al., 2014; PANDEY; SINGH,
2010). Além disso, há baixa disponibilidade de nitrogênio (N) e enxofre (S), que passa
facilmente por oxidação em componentes gasosos durante a combustão (VASSILEV et al.,
2013).
As caldeiras de queima de biomassa não possuem eficiência definida de combustão,
principalmente em virtude da umidade da matéria prima. Na indústria da cana de açúcar, por
exemplo, a eficiência média é de 60 a 70%, ou seja, a combustão do bagaço é incompleta, o
que gera cinzas com altas concentrações de carbono não queimado (LADO et al., 2016).

9
Essa combustão incompleta resulta em carbono remanescente parcialmente oxidado,
geralmente na forma de carvão (KARLTUN et al., 2008). O carvão ou biocarvão, também
conhecido como carbono pirogênico tem sido utilizado como condicionador do solo em todo
o mundo (NOVOTNY et al., 2015). Este material tem disso utilizado para melhorar a
fertilidade do solo e aumentar o desenvolvimento e produção de plantas em diversas partes
do mundo com grande eficiência (DING et al., 2016).
A resposta à aplicação das cinzas depende das características do solo, das plantas
cultivadas (EICHLER-LËOBERMANN et al., 2008; LOPEZ et al., 2009) e, principalmente,
das características das cinzas. A lenta solubilização libera gradativamente os nutrientes para
as plantas, o que é uma característica desejável (HARRISON et al., 2003). Aumento
significativo da disponibilidade de Ca e Mg foi observado no solo após a aplicação de até 10
t ha-1 de cinza de madeira até o quinto ano de crescimento de Pinus radiata (SOLLA-
GULLÓN et al., 2008).
A eficiência na liberação de nutrientes pode ser comprometida quando a combustão
é incompleta, pois o biocarvão pode atuar como um meio de liberação lenta de nutrientes
contidos na sua estrutura ou matriz de carbono (DING et al., 2016), enquanto os nutrientes
contidos nas cinzas podem ser totalmente liberados pela sua dissolução (PITMAN, 2006).
Diversos estudos têm demostrado o potencial de cinzas em reparar a estrutura,
diminuir a densidade aparente, aumentar a capacidade de retenção e condutividade de água
e melhorar a porosidade do solo (BASU et al., 2009; KISHOR et al., 2010; MIZOBATA et
al., 2016; PANDEY; SINGH, 2010; SAHU et al., 2017; SILVA et al., 2013). No entanto a
densidade do solo pode aumentar quando as cinzas são aplicadas em elevadas quantidades
em até 14% (CHANG et al., 1997; BASU et al., 2009). A aplicação de cinzas em proporções
maiores que 40% aumentou a porosidade do solo em 10% e a capacidade de retenção de água
em 16% (SINGH et al., 1997; BASU et al., 2009).
As propriedades biológicas do solo também são afetadas. Geralmente são observados
efeitos negativos nas propriedades biológicas do solo, como redução da respiração
microbiana, atividade enzimática e redução da ciclagem de nitrogênio (BASU et al., 2009;
KISHOR et al., 2010). O efeito adverso sobre a biologia do solo ocorre em função da
presença excessiva de sais solúveis e da presença de elementos tóxicos, além disso a elevada
alcalinidade de alguns materiais também pode ser causa desses efeitos negativos (BASU et
al., 2009; KISHOR et al., 2010). Porém resultados positivos podem ser observados, como
por exemplo nos trabalhos de ARRUDA et al. (2016); KNAPP; INSAM (2011); SAHANA;

10
JOY (2016), não verificaram efeito negativos sobre a comunidade microbiana, verificando
ainda um aumento na população de fungos.
No entanto as cinzas podem conter elementos potencialmente tóxicos como arsênio
(As), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cromo (Cr) e entre outros elementos que podem causar
contaminação ambiental (JAMES et al., 2012; FLUES et al., 2013; NZIHOU; STANMORE,
2013; CRUZ-PAREDES et al., 2016; MASCHOWSKI et al., 2016; BEESLEY et al., 2019;
RODRÍGUEZ et al., 2019). Esses elementos tendem a concentrar-se nas partículas mais finas
das cinzas, a qual pode ser enriquecida ou concentrada durante a combustão em cerca de 3 a
10 vezes os teores desses metais (FLUES et al., 2013; NZIHOU; STANMORE, 2013).
Esses metais podem ser facilmente lixiviados das cinzas quando aplicados ao solo, e
se em elevadas concentrações nas cinzas podem poluir o solo e contaminar o lençol freático,
além de serem tóxicos as plantas e ao ser humano em caso de consumo de partes de plantas
contaminadas (JAMES et al., 2012; FLUES et al., 2013; BEESLEY et al., 2019;
RODRÍGUEZ et al., 2019). O potencial tóxico desses metais depende da sua concentração
na matéria prima, além do tipo e pH do solo ao qual foi aplicado (NZIHOU; STANMORE,
2013).
O uso das cinzas de caldeira em grandes quantidades pode ocasionar efeitos negativos
no ambiente, como salinização e alcalinização dos solos, desbalanço nutricional e podridão
radicular, podendo comprometer a produtividade das culturas, além das perdas por erosão e
lixiviação de nutrientes, causando problemas na qualidade do solo e das águas (CACURO;
WALDMAN, 2015). Nesse sentido, estudos que explorem o potencial desse material na
agricultura são indispensáveis, visando uma melhor gestão desses resíduos e a
sustentabilidade dos ecossistemas.

1.3 Cinza de palma de óleo


No Brasil a CPO é um resíduo agroindustrial proveniente de usinas de extração de
óleo, originado da incineração de fibras, cascas dos frutos e de sementes, com proporções
variáveis, em caldeiras cuja temperatura de queima que varia de 450 ºC a 1000 ºC, como
combustível para geração do vapor utilizado no processo de aquecimento dos cachos frescos
e, em alguns casos, a geração de energia elétrica (FURLAN JUNIOR, 2006).
Nos países asiáticos o uso de cachos vazios para alimentar as caldeiras também é
muito comum (MAMAT; MAILABARI, 2016). Nesses países também se tem o costume de
incinerar as fibras e os cachos excedentes para diminuir o volume e massa dos resíduos, o

11
que facilita o descarte, mas tem gerado grandes problemas ambientais como contaminação
do solo, recursos hídricos e arraste pelo vento (UDOETOK, 2012).
A cinza de fibra contém entre 1,7 e 6,6% de P, 17 a 25% de K e 7% de Ca, além de
uma grande quantidade de fibra e lignina (FAISAL; TALEB, 2013). A quantidade de cinzas
gerada equivale a cerca de 4% da massa inicial das fibras (OLIVEIRA et al., 2006). A
combustão do material varia consideravelmente de acordo com a técnica de queima, regime
de temperatura e estruturas de gaseificação, sendo um dos fatores que interferem na qualidade
final da cinza, como granulometria e carvão residual (CHINDAPRASIRT et al., 2008;
MAMAT; MAILABARI, 2016).
Os países tropicais têm aumentando continuamente a produção de óleo de palma e,
consequentemente, a quantidade de resíduos como as CPO, as quais geram um grande
passivo ambiental. Definir o uso adequado de resíduos da agroindústria pode contribuir de
maneira significativa com a sustentabilidade, especialmente através da redução do uso de
insumos. Incorporar esses resíduos em sistemas agrícolas é fundamental para a diminuição
dessa pressão ambiental (SAFIUDDIN et al., 2011), mas são necessários estudos para
definição do potencial de uso e possíveis riscos associados.
Alguns trabalhos têm mostrado que a CPO pode aumentar o pH do solo, a
disponibilidade de bases e liberar P dos complexos de Al e Fe, com o aumento do pH,
tornando-o disponível para uso em plantas subsequentes cultivadas em rotação, porém sem
aumentar significativamente a produtividade do milho doce (AWUDIN et al., 2007; SUAN
et al., 2017), o rendimento de grãos de feijão guandú (ADJEI-NSIAHA et al., 2018),
berinjela, pimenta e quiabo (ADJEI-NSIAHA; OBENG, 2013), arroz (ADJEI-NSIAHA,
2012) porém ainda assim, as doses precisam ser melhor definidas de acordo com cada tipo
de solo e cultura.

1.4 Alface e sua importância


O consumo de hortaliças folhosas tem aumentado principalmente com a crescente
preocupação em se obter uma alimentação mais saudável e pouco calórica (MARTINS et al.,
2009; GUIMARÃES et al., 2011). Dentre as hortaliças a alface é a folhosa mais popular e
consumida do mundo, sendo a mais importante cultura desse grupo (OLIVEIRA et al., 2004;
SOUSA et al., 2007; GUIMARÃES et al., 2011).
As plantas de alface são exigentes em nutrientes, apresentando valores de referência
de concentração de macronutrientes no tecido foliar de 30-50, 4-7, 50-80, 15-25, 4-6 g kg-1

12
de N, P, K, Ca e Mg e de micronutrientes 7-20, 30-150 e 30-100 mg kg-1 de Cu, Mn e Zn,
respectivamente (RAIJ et al., 1996; SILVA, 1999).
O agronegócio da alface atingiu aproximadamente R$ 19,03 bilhões de dólares no
ano de 2017 (CNA, 2017), sendo uma importante cultura para o PIB agropecuário. Além da
importância econômica, a alface é uma cultura importante do ponto de vista social, já que é
cultivada na grande maioria por pequenos produtores no Brasil (BOAS et al., 2004).
Apesar de não ser uma cultura exclusiva da culinária regional, tem produção
expressiva no polo de olerícolas da região metropolitana de Belém e do nordeste paraense,
em função de sua grande demanda no mercado (FAPESPA, 2015; SEDAP, 2020).
A cultura da alface é uma olerícola muito exigente em nutrientes. Observa-se que a
sua resposta à adição de cinza de biomassa varia em função do tipo de solo e tipo de cinza
(LOPEZ et al., 2009; SOUZA et al., 2013; TERRA et al., 2014). Nos estudos citados as doses
ótimas variam de 6 a 12,4 t ha -1. Isso afirma a importância de estudos que avaliem o
desenvolvimento dessa cultura em cada condição de solo de acordo com os tipos de cinzas
para que se tenha recomendações mais assertivas.

REFERÊNCIAS
ADJEI-NSIAH, S.; AHIAKPAB, J. K.; ASAMOAH-ASANTE, G. Productivity of
pigeonpea genotypes as influenced by palm bunch ash and NPK fertiliser application and
their residual effects on maize yield. Annals of Agricultural Sciences, v. 63, n.1, p. 83-89,
2018.
ADJEI-NSIAH, S.; Obeng, C. B. Effect of Palm Bunch Ash Application on Soil and Plant
Nutrient Composition and Growth and Yield of Garden Eggs, Pepper and Okra.
International Journal of Plant & Soil Science, v. 2, n.1, p. 1-15, 2013.
ADJEI-NSIAH, S. Response of Maize (Zea mays L.) to Different Rates of Palm Bunch Ash
Application in the Semi-deciduous Forest Agro-ecological Zone of Ghana. Applied and
Environmental Soil Science, v. 2012, 5 p. 2012. (Article ID 870948)
AITKEN, D. C.; CAMPBELL, D. J.; BELL. L. C. Properties of Australian fly ash relevant
to their agronomic utilization. Australian Journal of Soil Research, v. 22, p. 443-453, 1984.
ANSARI, F. A.; GUPTA, A. K.; YUNUS, M. Fly-ash from coal-fed thermal power plants:
bulk utilization in horticulture - A long-term risk management option. International Journal
of Environmental Research, v. 5, n. 1, p. 101-108, 2011.

13
ARRUDA, J. A.; AZEVEDO, T. A. O.; FREIRE, J. L. O.; BANDEIRA, L. B.; ESTRELA,
J. W. M.; SANTOS, S. J. A. Uso da cinza de biomassa na agricultura: efeitos sobre atributos
do solo e resposta das culturas. Revista Principia, divulgação científica e tecnológica do
IFPB, n. 30, p. 1-13, 2016.
AWUDIN, M. A.; OJENIYI, S. O.; ADEBOYE, A.; ODEDINA, A. S. Effect of oil palm
bunch ash on soil and plant nutrient composition and yield of maize. American-Eurasian
Journal of Sustainable Agriculture. v. 1, p. 50-54. 2007.
BALIGAR, V. C.; BENNETT, O. L. Outlook on fertilizer use efficiency in the tropics.
Fertilizer Research, v. 10, p. 83–96, 1986.
BASU, M.; PANDE, M.; BHADORIA, P.B.S.; MAHAPATRA, S.C. Potential fly-ash
utilization in agriculture: A global review. Progress in Natural Science, v. 19, p. 1173–
1186, 2009.
BEESLEY, L.; HOUGH, R; DEACON, C. M.; NORTON, G. J. The impacts of applying
metal(loid) enriched wood ash to soils on the growth and elemental accumulation of rice.
Exposure and Health, v11, p. 311–324, 2019.
BOAS, R. L. V.; PASSOS, J. C.; FERNANDES, D. M.; BULL. L. T.; CEZAR, V. R. S.;
GOTO, R. Efeito de doses e tipos de composto orgânicos na produção de alface em dois solos
sob ambiente protegido. Horticultura Brasileira, v. 22, p. 28-34, 2004.
CACURO, T.; WALDMAN, W. R. Cinzas da Queima de Biomassa: Aplicações e
Potencialidades. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 6, p. 2154-2165, 2015.
CHANG, A. C.; LUND, L. J.; PAGE, A. L.; WARNEKE, J. E. Physical properties of fly ash
amended soils. Journal of Environment Quality, v. 6, p. 267-270, 1997.
CHINDAPRASIRT, P.; RUKZON, S.; SIRIVIVATNANON, V. Effect of carbon dioxide on
chloride penetration and chloride ion diffusion coefficient of blended Portland cement
mortar. Construction and Building Materials, v. 22, p. 1701–1707, 2008.
CNA. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Mapeamento e qualificação da
cadeia produtiva das hortaliças no Brasil. Brasília: CNA, 2017. 79 p.
CRUZ-PAREDES, C.; LÓPEZ-GARCÍA, A.; RUBÆK, G. H.; HOVMAND, M. F.;
SØRENSEN, P.; KJØLLER, R. Risk assessment of replacing conventional P fertilizers with
biomass ash: Residual effects on plant yield, nutrition, cadmium accumulation and
mycorrhizal status. Science of The Total Environment, v. 575, p. 1168-1176, 2016.

14
DING, Y.; LIU, Y.; LIU, S.; LI, Z.; TAN, X.; HUANG, X.; ZENG, G.; ZHOU, L.; ZHENG,
B. Biochar to improve soil fertility. A review. Agronomy for Sustainable Development, v.
36, article 36, 2016.
EICHLER-LEOBERMANN, B., SCHIEMENZ, K., MAKADI, M., VAGO, I.; KOPPEN,
D.; Nutrient cycling by using residues of bioenergy production - II Effects of biomass ashes
on plant and soil parameters. Cereal Research Communications, v. 36, p. 1259-1262; 2008.
FAISAL, M.; TALEB, M. Biomass residue from palm oil mills in aceh province: a potential
usage for sustainable energy. International Journal on Advanced Science Engineering
Information Technology, v. 3, n. 3, p. 32-38, 2013.
FUNDAÇÃO AMAZÔNIA DE AMPARO A ESTUDOS E PESQUISAS DO PARÁ –
FAPESPA. Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015. Belém, n. 1, julho, 2015. 38 f.
FEITOSA, D. G.; MALTONI, K. L.; SILVA, I. P. F. Avaliação da cinza, oriunda da queima
do bagaço da cana de açúcar, na substituição da adubação química convencional para
produção de alimentos e preservação do meio ambiente. Revista Brasileira de
Agroecologia, v. 4, p. 2412-2415, 2009.
FLUES, M.; SATO, I. M.; SCAPIN, M. A.; COTRIM, M. E. B.; CAMARGO, I. M. C. Toxic
elements mobility in coal and ashes of Figueira coal power plant, Brazil. Fuel, v. 103, p.
430–436, 2013.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS.
FAOSTAT online statistical service. 2018. Disponível em: <http://faostat.fao.org/>.
Acesso em: 5 nov. 2019.
FURLAN JÚNIOR, J. Dendê: manejo e uso dos subprodutos e dos resíduos. Belém:
Embrapa Amazônia Oriental, 2006. 40p. (Embrapa Amazônia Oriental. Documento, 246).

GUIMARÃES, M. A.; MANDELLI, M. S.; SILVA, D. J. H. Seleção de genótipos de Lactuca


sativa L. para a produção com adubação orgânica. Revista Ceres, v. 58, n.2, p. 202-207, 2011.
GUPTA, A. K.; DWIVEDI, S.; SINHA, S.; TRIPATHI, R. D.; RAI, I. N.; SINGH, S. N.
Metal accumulation and growth performace of Phaseolus vulgaris grown in fly ash amended
soil. Bioresource Technlogy, v. 98, p. 3404-3407, 2007.
HARRISON, R. B.; GUERRINI, A. I.; HENRY, C. L.; COLE, D. W. Reciclagem de
resíduos industriais e urbanos em áreas de reflorestamento. São Paulo: Instituto de
Pesquisas e Estudos Florestal (IPEF), 2003. p.1-20. Circular técnica, n.198.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção agrícola
municipal. 2018. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 5 nov. 2019.

15
JAMES, A. K.; THRING, R. W.; HELLE, S.; GHUMAN, H. S. Ash Management Review—
Applications of Biomass Bottom Ash. Energies, v. 5, p. 3856-3873, 2012.
JAYASINGHE, G. Y.; TOKASHIKI, Y. Influence of coal fly ash pellet aggregates on the
growth and nutrient composition of Brassica campestris and physicochemical properties of
grey soils in Okinawa, Japan. Journal of Plant Nutrition, v. 35, n. 3, p. 453-470, 2012.
KARLTUN, E.; SAARSALMI, A.; INGERSLEV, M.; MANDRE, M.; ANDERSSON, S.;
GAITNIEKS, T.; OZOLINČIUS, R.; VARNAGIRYTE-KABASINSKIENE, I. Wood ash
recycling – possibilities and risks. In: RÖSER, D.; ASIKAINEN, A.; RAULUND-
RASMUSSEN, K.; STUPAK, I. (Eds). Sustainable Use of Forest Biomass for Energy: A
Synthesis with Focus on the Baltic and Nordic Region, p. 79–108, 2008.
KER, J. C. Latossolos do Brasil: uma revisão. Geonomos, v.5, n. 1, p.17-40, 1997.
KISHOR, P.; GOSH, A. K.; KUMAR, D. Use of flyash in agriculture: a way to improve soil
fertility and its productivity. Asian Journal of Agricultural Research, v. 4, n. 1, p. 1-14, 2010.
KNAPP, B. A.; INSAM, H. Recycling of biomass ashes – current technologies and future
research needs. In: INSAM, H.; KNAPP, B. A. (eds) Recycling of biomass ashes. Springer,
Heidelberg, pp 1–16.
LADO, J. J.; ZORNITTA, R. L.; CALVI, F. A.; TEJEDOR, M. I. T.; ANDERSON, M. A.;
RUOTOLO, L. A. M. Study of sugar cane bagasse fly ash as electrode material for capacitive
deionization. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 120, p. 389-398, 2016.
LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G.; RAMOS, S. J. The saga of the agricultural
development of the brazilian cerrado. International Potash Institute, Research Findings,
v. 32, p. 29–56, 2012.
LOPEZ, R.; PADILLA, E.; BACHMANN, S.; EICHLER-LOEBERMANN, B. Effects of
biomass ashes on plant nutrition in tropical and temperate regions. Journal of Agricultural
Rural Development in the Tropics and Subtropics, v. 110, n. 1, p. 51-60, 2009.
MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de planta. São Paulo: Agronômica
Ceres. 1980. 251pp.
MAEDA, S.; SILVA, H. D.; CARDOSO, C. Resposta de Pinus taeda à aplicação de cinza de
biomassa vegetal em Cambissolo Húmico, em vaso. Pesquisa Florestal Brasileira, n. 56, p.
43-52, 2008.
MAMAT, O., MAILABARI, R. J. Characterization and production of conductive filler from
oil palm ash and its performance in epoxy matrix. International Journal of Engineering
and Technology, v. 8, n. 2, p. 966-973, 2016.

16
MARTINS, C. M.; MEDEIROS, J. F.; LOPES, W. A. R.; BRAGA, D. F.; AMORIM, L. B.
Curva de absorção de nutrientes em alface hidropônica. Revista Caatinga, v.22, n.4, p.123-
128, 2009.
MASCHOWSKI, C.; ZANGNA, M. C.; TROUV, G.; GIERE, R. Bottom ash of trees from
Cameroon as fertilizer. Applied Geochemistry, v. 72, p. 88-96, 2016.
MIZOBATA, K. K. G. S.; SANTOS, C. M.; MALTONI, K. L.; FARIA, G. A.;
CASSIOLATO, A. M. R. Growth of Hymenaea stigonocarpa as a function of the addition
of residues in degraded soil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.20,
n.3, p.223–229, 2016.
NOVOTNY, E. H.; MAIA, C. M. B. F.; CARVALHO, M. T. M.; MADARI, B. E. Biochar:
pyrogenic carbon for agricultural use – a critical review. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v. 39, p. 321-344, 2015.
NWAGA, D.; BOUGNOM, B, P.; MEGUENI, C.; MOUNA, J. Potential of cattle manure
ash to improve soil fertility and groundnut (Arachis hypogea L.) growth in the Adamawa
region (Cameroon). Global Journal of Agricultural Innovation, Research &
Development, v. 1, n. 2, p. 39-44, 2014.
NZIHOU, A.; STANMORE, B. The fate of heavy metals during combustion and gasification
of contaminated biomass-A brief review. Journal of Hazardous Materials, v. 256, p. 56-
66, 2013.
OCHECOVA, P.; TLUSTOS, P.; SZAKOVA, J. Wheat and Soil Response to Wood Fly Ash
Application in Contaminated Soils. Agronomy, Soils & Environmental Quality, v, 106, n.
3, p. 995-1002, 2014.
OLIVEIRA, A. C. B.; SEDIYAMA, M. A. N.; PEDROSA, M. W.; GARCIA, N. C. P.;
GARCIA, S. L. R. Divergência genética e descarte de variáveis em alface cultivada sob
sistema hidropônico. Acta Scientiarum, v. 26, p. 211-217, 2004.
OLIVEIRA, R. F.; FURLAN JÚNIOR, J.; TEIXEIRA, L. B. Composição química de
cinzas de caldeira da agroindústria do dendê. Embrapa, Comunidado Técnico 155, Belém,
2006. 4p.
PANDEY, V. C.; SINGH, N. Impact of fly ash incorporation in soil systems. Agriculture,
Ecosystems & Environment, v. 136, n. 1-2, p. 16–27. 2010.
PEREIRA, M. T. J.; SILVA, T. J. A.; BONFIM-SILVA, E. M.; MAZZINI-GUEDES, R. B.
Applying wood ash and soil moisture on gladiolus (Gladiolus grandiflorus) cultivation.
Australian Journal of Crop Science, v. 10, n. 3, p. 393-401, 2016.

17
PITMAN, R. M. Wood ash use in forestry – a review of the environmental impacts. Forestry,
v. 79, n. 5, p. 563 - 588, 2006.
PRAGANA, R. B.; SOUZA JUNIOR, V. S.; MOURA, R. S.; SOARES. Characterization of
yellow latosols (oxisols) of serra do quilombo, in Piauí state savanna woodlands – Brazil.
Revista Caatinga, v. 29, n. 4, p. 832 – 840, 2016.
RAIJ, B. V.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendações
de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico
& Fundação IAC, 1996. 285 p.
RODRIGUES, T. E. Solos da Amazônia. In: ALVAREZ, V. H. V.; FONTES, L. E. F.;
FONTES, M. P. F. eds. Os solos nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o
desenvolvimento sustentado. Viçosa, SBCS/UFV, 1996. p. 16-60.
RODRÍGUEZ, Y.; MAUDIER, B.; ZAGAL, E.; HERNÁNDEZ, P. Effects of wood ash on
nutrients and heavy metal(oid)s mobility in an ultisol. International Journal of
Environment Research and Public Health, v. 16, article 1246, 2019.
RITCHEY, K. D.; NORTON, L. D.; HASS A.; GONZALEZ J. M.; SNUFFER D. Effect of
selected soil conditioners on soil properties, erosion, runoff, and rye growth in nonfertile acid
soil. Journal of Soil And Water Conservation, v. 67, n. 4, p. 264-274, 2012.
SAFIUDDIN, M.; ABDUS SALAM, M.; JUMAAT, M. Z. Utilization of palm oil fuel ash
in concrete: a review. Journal of Civil Engineering and Management, v. 17, n. 2, p. 234-
247, 2011.
SAHANA, A.; JOY, V. C. Short-term biochemical impacts in Cyphoderus javanus Borner
(collembola) as potential biomarkers of fly ash and heavy metal pollution in tropical
lateritic soil. Journal of Environmental Protection, v. 7, p. 1-13, 2016.
SAHU, G.; BAG, A. G.; CHATTERJEE, N.; MUKHERJEE, A. K. Potential use of flyash in
agriculture: A way to improve soil health. Journal of Pharmacognosy and
Phytochemistry, v. 6, n. 6, p. 873-880, 2017.
SANCHEZ, P. A.; UEHARA, G. Management Considerations for Acid Soils with High
Phosphorus Fixation Capacity, in: KAMPRATH, F.E., SAMPLE, E.C., KAMPRATH, E.J.
(Eds.), The Role of Phosphorus in Agriculture. American Society of Agronomy, Inc. Crop
Science Society of America, Inc. Soil Science Society of America Inc., pp. 471–514, 1980.
SCHAEFER, C. E. G. R.; FABRIS, J. D.; KER, J. C. Minerals in the clay fraction of Brazilian
Latosols (Oxisols): a review. Clay Minerals, v. 43, p. 137–154, 2008.

18
SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO E DA PESCA – SEDAP.
Pará Produtivo: Polo de olerícolas da região metropolitana de Belém e do nordeste paraense.
2020. Disponível em: http://sedap.pa.gov.br/par%C3%A1-produtivo. Acesso em:
11/08/2020
SILVA, F. R.; ALBUQUERQUE, J. A.; GATIBONI, L. C. COSTA, A. Use of ash forest
biomass combustion as acidity correction and fertility of an Humic Cambisol. Revista de
Ciências Agroveterinárias. v.12, n.3, p. 304-313, 2013.
SILVA, F.C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Embrapa
Solos, Embrapa Informática Agropecuária; SILVA, F.C (org.). Brasília: Embrapa
Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. 370p.
SILVA, G. R.; SILVA Jr., M. L.; MELO, V. S. Efeitos de diferentes usos da terra sobre as
características químicas de um Latossolo Amarelo do Estado do Pará. Acta Amazônica, v.
36, n. 2, p. 151 – 158, 2006.
SINGH, B.; SINGH, B. P.; COWIE, A. L. Characterisation and evaluation of biochars for
their application as a soil amendment. Aust J Soil Res, 48:516e25, 2010.
SINGH, S. N.; KULSHERSHTHA, K.; AHMAD, K. J. Impact of fly ash soil amendment on
seeed germination, seedling growth and metal composition of Victa faba L. Ecological
Engineering, v. 9, p. 203-208, 1997.
SOLLA-GULLÓN, F; SANTALLA, M.; RODRÍGUEZ-SOALLEIRO, R. J.; MERINO, A.
Nutritional status and growth of a young Pseudotsuga menziesii plantation in a temperate
region after application of wood-bark ash. Forest Ecology and Management, v. 237, n. 1-
3, p. 312–321, 2006.
SOUSA, C. S.; BONETTI, A. M.; GOULART FILHO, L. R.; MACHADO, J. R. A.;
LONDE, L. N.; BAFFI, M. A.; RAMOS, R. G.; VIEIRA, C. U.; KERR, W. E. Divergência
genética entre genótipos de alface por meio de marcadores AFLP. Bragantia, v. 66, p.11-16,
2007.
SOUZA, E. S.; FERNANDES, A. R.; BRAZ, A. M. S.; OLIVEIRA, F. J.; ALLEONI, L. R.
F.; CAMPOS, M. C. C. Physical, chemical, and mineralogical attributes of a representative
group of soils from the eastern Amazon region in Brazil. Soil, v. 4, p. 195–212, 2018.
SOUZA, R. A.; MONÇÃO, O. P.; SOUZA, H. B.; OLIVEIRA, J. S.; REIS, T. C. Efeito da
cinza de caldeira sobre as características químicas de um solo do Cerrado baiano e
produtividade da alface. Cultivando o Saber, v. 6, n. 4, p. 60-73, 2013.

19
SUAN, J. D. K.; DATTA, A.; SALAM, P. A. Effect of oil palm fly ash on soil properties
and yield of sweet corn in the tropical zone of Thailand. Communications in Soil Science
and Plant Analysis, v. 48, n. 2, p. 236-244, 2017.
TERRA, M. A.; LEONEL, F. F.; SILVA, C. G.; FONSECA, A. M. Cinza vegetal na
germinação e no desenvolvimento da alface. Revista Agrogeoambiental, v. 6, n. 1, p. 11-
17, 2014.
UDOETOK, I. A. Characterization of ash made from oil palm empty fruit bunches (OEFB).
International Journal of Environmental Sciences. v.3 n.1. p. 518-524.
VASSILEV, S. V.; BAXTER, D.; ANDERSEN, L. K.; VASSILEVA, C. G. An verview of
the chemical composition of biomass. Fuel, v. 89, n. 5, p. 913–933, 2010.
VASSILEV, S. V.; BAXTER, D.; ANDERSEN, L. K. VASSILEVA, C. G. An overview of
the composition and application of biomass ash. Part 1. Phase–mineral and chemical
composition and classification. Fuel 105, p. 40-73, 2013.
ZHANG, F. S.; YAMASAKI, S.; NANZYO, M. Waste ashes for use in agricultural
production: Liming effect, contents of plant nutrients and chemical characteristics of some
metals. Science of the Total Environment, v. 284, p. 215–225, 2002.

20
CINZA DE BIOMASSA DE PALMA DE ÓLEO: CARACTERIZAÇÃO,
ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUÇÃO DE ALFACE

1 INTRODUÇÃO
A cinza de biomassa da palma de óleo é um resíduo agroindustrial, proveniente
principalmente de caldeiras termelétricas que usam biomassa como substituto de
combustíveis fósseis, geralmente ofertado em grande quantidade, livre de custos e com um
grande potencial de uso na agricultura (VASSILEV et al., 2013).
A aplicação de cinza de biomassa ao solo (como fonte de nutrientes) é uma prática
que contribui com a gestão ambiental de resíduos sólidos (ROY et al., 2016), além disso tem
potencial para uso na correção da acidez dos solos e diminuir a demanda por fertilizantes
comerciais fontes de P, K, Ca e Mg (OCHECOVA et al., 2014; VASSILEV et al., 2013) e
aumentar os teores de Fe, Zn, Cu, Mn e Ni, no entanto metais tóxicos como Cd podem ser
liberados ao solo (GUPTA et al., 2007).
Há relatos que a aplicação de cinzas pode promover deficiência de micronutrientes,
como o Fe, Cu, Zn e Mn quando elevam o pH do solo de forma excessiva ou antagonismo
na absorção de nutrientes (MAEDA et al., 2008).
No estado do Pará, região norte do Brasil, a cinza de biomassa de palma de óleo
(CPO) é um material de grande oferta, gerado a partir da combustão de resíduos no processo
de cogeração de energia e produção de vapor, durante a extração do óleo. A quantidade
gerada de cinzas equivale a cerca de 4% da massa inicial da matéria prima, que nas empresas
da região pode ser tanto as fibras do fruto quanto a casca do palmiste (OLIVEIRA et al.,
2006). Em alguns países, o uso de cachos vazios também é muito comum (MAMAT;
MAILABARI, 2016).
Embora parte da CPO produzida seja reutilizado nos plantios das empresas ou por
produtores de olerícolas situados próximo aos polos produtores de óleo de palma, parte das
cinzas é armazenada a céu aberto ou descartada nos aterros da própria agroindústria, o que
pode causar problemas de poluição dos recursos naturais e afetar a saúde da população
exposta por inalação, tendo em vista que as cinzas são compostas por partículas pequenas,
de fácil transporte pelo vento e ricas em elementos solúveis lixiviáveis e/ou erodíveis
(CACURO; WALDMAN, 2015; NWAGA et al., 2014; UDOETOK, 2012). Essas cinzas
podem apresentar potencial de condicionamento de solos para produção vegetal, o que

21
reduziria a deposição no ambiente e possíveis danos aos ecossistemas e a saúde humana
(ADJEI-NSIAHA et al., 2018; AWUDIN et al., 2007; SUAN et al., 2017).
O consumo de hortaliças folhosas tem aumentado com a crescente preocupação com
uma alimentação saudável e pouco calórica (GUIMARÃES et al., 2011). Dentre as hortaliças
a alface é a folhosa mais popular e consumida do mundo, sendo a mais importante cultura
desse grupo (OLIVEIRA et al., 2004; SOUSA et al., 2007; GUIMARÃES et al., 2011).
Além da importância econômica, a alface é uma cultura importante do ponto de vista
social, já que no Brasil é cultivada na grande maioria por pequenos produtores (BOAS et al.,
2004), um exemplo disso é o polo de olerícolas da região metropolitana de Belém e do
nordeste paraense que tem produção expressiva em função de sua grande demanda no
mercado (FAPESPA, 2015; SEDAP 2020), essa localização geográfica coincide com o polo
de produção de óleo de palma do nordeste paraense, o que viabiliza economicamente o uso
das cinzas nas lavouras da região, porém o uso das CPO tem sido feito sem embasamento
técnico e requer atenção.
As plantas de alface são exigentes em nutrientes, apresentando valores de referência
de concentração de macronutrientes no tecido foliar de 30-50, 4-7, 50-80, 15-25, 4-6 g kg-1
de N, P, K, Ca e Mg e de micronutrientes 7-20, 30-150 e 30-100 mg kg-1 de Cu, Mn e Zn,
respectivamente (RAIJ et al., 1996; SILVA, 1999). Portanto como as cinzas são fonte da
maioria desses nutrientes, ela pode apresentar potencial para uso como fertilizante para essa
cultura.
Ainda são escassos os estudos sobre a qualidade química das CPO, bem como
recomendações de doses, formas e taxas de aplicação nas lavouras, assim como se os EPT’s
presentes nas CPO podem ser acumulados pelas culturas cultivadas. O objetivo foi
caracterizar e avaliar o potencial de duas CPOs na melhoria da qualidade de um Latossolo
Amarelo Distrófico e avaliar o desenvolvimento da cultura da alface (Lactuca sativa L.) em
solo tratado com as CPO.

2 HIPÓTESE
As cinzas de palma de óleo possuem o potencial de melhorar a fertilidade do solo,
aumentando a concentração de P e de cátions básicos e incremento de matéria orgânica no
solo, em níveis suficientes para o estabelecimento da cultura da alface.

22
3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Coleta das cinzas


As CPO foram coletadas em duas usinas de extração de óleo de palma (Elaeis
guineensis Jacq.), sendo: C1 - produzida da combustão de fibras do mesocarpo em caldeira
de baixa pressão com temperatura de combustão entre 400 e 600 ºC, em uma indústria
localizada no município de Santo Antônio do Tauá, Pará (1°11'29.3"S; 48°07'19.4"W); e C2
- originada da combustão de fibras e casca de palmiste em caldeira de alta pressão, com
combustão em temperaturas que variam de 800 a 1000 ºC, em uma indústria localizada no
município de Tailândia, Pará (2°31'33.3"S; 48°47'52.1"W). As amostras foram coletadas
antes de irem para o pátio de armazenamento, a fim de evitar contaminação ou perda de
elementos por ação da chuva ou do vento.

3.2 Caracterização das cinzas


Após coletadas nas usinas, as cinzas foram secas em estufa de circulação forçada de
ar a 105 ºC, durante 24 h, para a retirada da umidade e posteriormente foram maceradas e
passadas em peneira de 100 mesh (0,149 mm) para homogeneizar as partículas antes das
análises.
O pH e a condutividade elétrica (CE) foram medidos utilizando a proporção de 1:3
(cinza:água deionizada). A mistura foi aquecida e agitada durante 3 min para assegurar a
diluição apropriada da amostra (APHA, 1985). A densidade de partículas dos grãos das
cinzas foi obtida determinada pelo método do picnômetro conforme Blake; Hartge (1986),
substituindo a água deionizada e desareada por álcool etílico (C2H5OH 1M) em virtude do
caráter hidrofóbico das CPO (VIANA et al., 2017). A morfologia das CPO foi analisada por
microscopia eletrônica de varredura (MEV).
A capacidade de troca catiônica (CTC) das cinzas foi determinada pelo método de
extração de acetato de amônio (NH4OAC) (SONG; GUO, 2012). As cinzas foram lavadas
com HCl 0,1 M para a retirada do excesso de sais (UCHIMIYA et al., 2011). Posteriormente,
0,1 g de cinza foi agitado durante 20 min com 25 mL de acetato de amônio (NH4OAC 1 M)
em tubos de 50 mL, seguido de filtragem. O extrato foi lavado e filtrado com 20 mL de
isopropanol, seguido de 20 mL de KCl 1 M. O NH4+ contido na solução de KCl foi
quantificado utilizando o método colorimétrico de salicilato (HAGEMANN et al., 2017),
adicionando 1 mL de ácido salicílico (C 7H6O3 5%), 1 mL de nitroprussiato de sódio

23
(Na 2[Fe(CN)5NO]·2H2O 0,1%) e 1 mL de hipoclorito de sódio (NaOCl 0,15%), sendo a
quantificação feita em espectrofotômetro (697 nm). As análises foram feitas em triplicata e
a CTC foi calculada normalizando a quantidade de NH4+ com a massa de cinza (0,1 g).
O ponto de carga zero (PCZ) foi determinado pelo método de desvio do pH, conforme
Uchimiya et al. (2004). Foram pesados 60 mg de CPO e adicionados 20 mL de 0,01 M L−1
CaCl2, que foi previamente aquecido para remover o CO2, foram misturados a diferentes
valores iniciais de pH da solução, sendo 2, 4, 6, 8 e 10, ajustados por 1 M L−1 HCl e 1,0 M
L−1 NaOH. A mistura foi agitada por 24 h em um agitador horizontal e o potencial de
equilíbrio foi medido e comparado ao pH inicial.
Os teores totais de elementos nas cinzas foram extraídos por digestão ácida em forno
de micro-ondas. Foi colocado 0,5 g do material em tubos de teflon e digeridos com ácido
clorídrico (HCl) e nítrico (HNO3) na proporção de 1:3 (USEPA, 1994). A leitura foi feita por
espectrometria de emissão de massa com fonte de plasma indutivamente acoplado (ICP-MS)
(ZHAO et al., 2013). As amostras foram analisadas em triplicata e uma amostra em branco e
uma amostra certificada com material de referência (ERM® CC-141) foram incluídas.
Foi realizado o fracionamento do fósforo presente nas CPO em diferentes extratores.
As amostras foram extraídas em triplicatas sequencialmente por Água Milli-Q, NaHCO3 0,5
M, NaOH 0,1M e HCl 1M, cada um na proporção de 1:50 sólido/solução (QIAN; JIANG,
2014). Em cada etapa de extração sequencial, o sólido/solução foi continuamente agitado a
130 rpm a temperatura ambiente por 24 h e centrifugado a 3000 rpm por 30 min para separar
a solução em sobrenadante. O sobrenadante foi filtrado e colocado em tubos de 50 mL; após
cada extração foi retirado o sobrenadante e foi se adicionando uma nova solução extratora.
O extrato foi aumentado em 5 vezes com água Milli-Q e analisado para concentrações de P
total solúvel (P TS)H2O, P lábio (P Lab)NaHCO3, P adsorvido (PAd)NaOH, P associado aos
minerais (PM)HCl e P residual (PR). O P remanescente foi obtido pela diferença de todas as
frações subtraídas do P total digerido pelo método EPA 3051A (USEPA, 1997), e tratadas
como P residual (não lábil, não biodisponível). O NaHCO3 e os extratos de NaOH foram
ajustados para pH 8, adicionando HCl (QIAN; JIANG, 2014). Os teores dos extratos
sequenciais foram quantificados pelo método do azul de fosfomolibdato (WANG et al.,
2015). As provas em branco sem adição de extrato foram incluídas.

24
3.3 Experimento em casa de vegetação
O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal Rural
da Amazônia, campus Belém, sob as coordenadas 1°27'13.0"S e 48°26'33.6"W e altitude de
21 m. O clima é do tipo Af tropical superúmido (KÖPPEN, 1936), com temperatura média
de 26,4 ºC e umidade relativa do ar média de 89% durante o período do experimento
(INMET, 2020).
A alface (Lactuca sativa L. cv. ‘Mônica SF FI’) foi utilizada como cultura indicadora
por ser amplamente cultivada nas áreas de agricultura familiar próximas à região
metropolitana de Belém, onde a CPO é usada rotineiramente para fertilização das lavouras.
As plantas foram cultivadas em vasos contendo 1 dm3 de solo, em esquema fatorial 2x3
distribuído em delineamento inteiramente casualizado, com 4 repetições, sendo os fatores: 2
CPO (C1 e C2) e três volumes de CPO (1, 3 e 5% em relação ao volume de solo), com um
tratamento controle (sem adição de cinzas) (Tabela 1).

Tabela 1 - Identificação para os tratamentos de acordo com o tipo de CPO e o volume de


CPO utilizado.
Tratamento Identificação
Solo sem adição de cinza Controle
Solo + 1% de C1 C1V1
Solo + 3% de C1 C1V3
Solo + 5% de C1 C1V5
Solo + 1% de C2 C2V1
Solo + 3% de C2 C2V3
Solo + 5% de C2 C2V5

O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Amarelo Distrófico


(SANTOS et al., 2018), coletado em área de vegetação remanescente (capoeira), na
profundidade de 0-0,2 m. Após coletado, o solo foi seco, peneirado e uma amostra foi
coletada para caracterização química e granulométrica (Tabela 2), conforme Teixeira et al.
(2017).

Tabela 2 – Atributos químicos e granulométricos do solo antes da aplicação dos tratamentos.


pH P K+ Ca 2+ Mg2+ Al3+ H+Al SBa tb Tc

25
H2O CaCl2 mg dm-3 cmolc dm-3
4,15 3,31 6 0,03 0,1 0,08 1,58 6,14 0,21 1,79 6,35
Vd me MO f Areia Silte Argila
% (g kg-1)
3,3 88,27 12,6 538 132 330
a
Soma de bases; bCapacidade de troca catiônica efetiva; cCapacidade de troca catiônica potencial (pH 7,0);
d
Saturação por bases; eSaturação por alumínio; fMatéria orgânica.

Inicialmente foi realizado uma calagem em todos os tratamentos com o objetivo de


elevar a saturação por bases de 3,3 para 50%. A necessidade de calcário correspondeu a 1,56
g de calcário (PRNT = 95%) em cada unidade experimental. Optou-se por não aplicar as
CPO juntamente com o calcário, afim de evitar contato direto entre esses dois materiais.
Portanto, após a aplicação do calcário o solo foi incubado durante 30 dias e com o término
desse período os tratamentos das CPO foram aplicados e o solo passou por mais 60 dias de
incubação, totalizando 90 dias de incubação.
Durante todo o período de incubação o solo permaneceu em sacos plásticos, à
temperatura ambiente e revolvimento semanal. A umidade foi mantida em 70% da
capacidade de campo, sendo monitorada por meio da pesagem da massa de solo
semanalmente. A capacidade de campo do solo foi medida antes da incubação e com o solo
totalmente seco, onde se determinou o volume de água necessário para saturar uma massa de
solo conhecida e o resultado foi estimado para 70% de 1 dm 3 de solo.

3.3.1 Análises do solo após a aplicação das CPOs


Após o período de incubação uma amostra de cada tratamento foi retirada para se
avaliar o efeito da aplicação das cinzas, sobre: pH em água e em CaCl 2, Al trocável, acidez
potencial (H+Al), concentrações de bases disponíveis (K, Ca e Mg) e P disponível, foram
analisados conforme a metodologia proposta por Teixeira et al. (2017), em triplicata. O pH
foi determinado em potenciômetro, na proporção solo:água e solo:sal (CaCl 2 0,1 M) de 1:2,5
após agitação e 60 min de repouso. O P e o K foram extraídos com solução de Mehlich 1
(HCl 0,05 M + H2SO4 0,0125 M), sendo o P determinado por espectrofotometria de
ultravioleta visível e o K por fotometria de chama. A extração dos teores trocáveis de Ca, Mg
e Al foi feita com KCl 1 M L-1 e a determinação por titulometria. A extração da acidez
potencial (H+Al) foi feita com acetato de cálcio (C 4H6O4Ca 0,5 M L-1) e a titulação com

26
solução de hidróxido de sódio (NaOH 0,1 M L-1), utilizando a fenolftaleína (C 20H16O4) como
indicador.
O carbono orgânico total (CO) foi estimado pela perda em combustão do solo à
temperatura de 450 °C, enquanto o carbono inorgânico (CI), na temperatura de 950 °C
durante 4 h (HOUBA et al., 1995). As amostras, em triplicata, foram secas em estufa a 105
°C para se retirar a umidade. A diferença entre os pesos de 450 e 105 °C representou a perda
do teor de COT. O CI foi obtido observando a perda de massa entre 450 e 950 °C.
A CTC e as frações do fósforo do solo tratado com as cinzas foram determinados pelo
mesmo método utilizado nas CPO (SONG; GUO, 2012; QIAN; JIANG, 2014), sendo o
cálculo normalizando a quantidade de reagentes com a massa de solo utilizada. Também foi
realizado uma análise de teores totais de EPTs nos solos que receberam os tratamentos,
seguindo a mesma metodologia utilizadas para as CPOs.

3.3.2 Cultivo e avaliação das plantas


O semeio foi feito diretamente nos vasos contendo 1 dm 3 de solo e as mudas foram
avaliadas aos 50 dias após o plantio. A altura foi obtida através da medição das plantas com
fita métrica, o diâmetro do caule foi medido com a utilização de um paquímetro digital, o
número de folhas através da contagem das folhas (a primeira folha do ápice foi
desconsiderada), a área foliar foi obtida através da leitura de todas as folhas da planta com
um integrador (marca LI-COR®, modelo LI 3100). As folhas, caule e raízes frescas foram
pesadas para a obtenção da massa fresca e, em seguida, foram acondicionadas em estufa de
circulação forçada a 65 ºC durante 72 h. Cada componente da planta foi pesado
separadamente para obtenção da matéria seca.

3.4 Análise estatística


Os resultados foram submetidos à análise de variância e, quando significativa
comparados pelo teste de Tukey (p < 0,05). Foi realizada análise de regressão em função dos
volumes de CPO para os resultados de fertilidade e crescimento da alface. Utilizou-se o
software SISVAR (FERREIRA, 2019) nas análises. Para expressar a resposta dos volumes
de cinza, foram testados os modelos linear e quadrático, sendo selecionado o modelo que
melhor expressou a resposta das variáveis avaliadas. A dose de máxima eficiência
agronômica (DMEA) foi obtida a partir da derivada da equação de regressão polinomial de
cada variável biométrica (RAIJ, 1991).

27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Caracterização das CPO


As CPOs apresentaram pH alcalino (Tabela 3), devido a formação de carbonatos e
bicarbonatos produzidos em altas temperaturas de combustão (VASSILEV et al., 2010).

Tabela 3 – Atributos das cinzas de biomassa de palma de óleo.


pH CE CTC PCZ Dp
CPO
H2O CaCl2 mS cm-1 cmol g-1 - g cm-3
C1 10,50 9,12 3,88 2250,9 7,3 0,219
C2 10,30 9,23 3,56 1022,5 7,8 0,377
C1: cinza de fibras, produzida em caldeira de baixa pressão e temperaturas entre 400 e 600 ºC; C2: cinza de
fibras+casca da amêndoa, produzida em caldeira de alta pressão e temperatura entre 800 e 1000 ºC; CE:
Condutividade elétrica; CTC: Capacidade de troca catiônica; Dp: Densidade de partículas.

A condutividade elétrica (CE) é o indicador de cargas catiônicas e aniônicas presentes


nas duas cinzas (SMIDER; SINGH, 2014). A CE das CPO deste estudo é menor do que as
obtidas em outros estudos de cinzas de resíduos de palma de óleo, realizados na Nigéria
(EJIKEME; ANYANWU, 2016) e na Tailândia (WISAWAPIPAT et al., 2017). A menor CE
neste estudo pode ser atribuída às proporções e diferenças entre a biomassa utilizada nas duas
caldeiras e a eficiência da combustão (VASSILEV et al., 2010).
A C1 apresentou CTC 120% maior que a C2. Os principais grupos funcionais
presentes em cinzas de biomassa que compõem a CTC são grupos como silanol (Si-O-),
aluminol (Al-OH-), hidroxila (OH-), grupos carboxílicos (-COOH), oriundos da matéria
orgânica e da reorganização das partículas durante a combustão (WU et al., 2012).
Temperaturas mais elevadas podem promover a perda de parte desses grupos, contribuindo
para menor CTC da C2 (SINGH et al., 2010).
O PCZ das CPOs foi encontrado em pH próximo ao neutro. O PCZ é o valor de pH
nos quais os componentes da carga superficial do grão de cinza se tornam iguais a 0, isso não
significa que a superfície não possui carga no PCZ, mas sim que há quantidades iguais de
cargas positivas e negativas (SPOSITO, 1981). Como as CPO apresentam PCZ de 7,3 (C1)
e 7,8 (C2), significa que nas condições normais de pH do solo (pH entre 5 e 6,5), as CPOs

28
apresentam componentes positivos na carga superficial, o que favorece a adsorção de ânions
nessas condições de pH (ALLEONI et al., 2009; BAKATULA et al., 2018).
As CPO apresentaram baixa densidade (Dp), o que confere um alto potencial de
arraste pelo vento, resultando em poluição de áreas adjacentes e problemas respiratórios em
populações que residem próximo aos locais de depósito do material (UDOETOK, 2012). A
Dp de C1 é 58% menor que a Dp de C2, o que pode ser explicado pela maior temperatura de
combustão da C2, que confere a esta cinza a formação de partículas fortemente ligadas a uma
estrutura sólida com superfície lisa, enquanto temperaturas mais baixas conferem a formação
de partículas mais porosas e, portanto, menos densas (CHIN et al., 2015). Além disso, a casca
de amêndoa que é usada na caldeira que origina a C2 é um material mais denso que as fibras,
o que contribui para um material residual também mais denso. A baixa densidade das cinzas
é considerada como uma das limitações do uso em larga escala na agricultura, pois materiais
leves demandam um grande volume de aplicação e dificultam uma aplicação uniforme
(PODE, 2016).
As CPOs apresentaram morfologia diferentes, em relação ao tamanho de partículas
(Figura 1). A C2 possui partículas de tamanho médio superiores (2.000 μm) às partículas de
C1 (500 μm). Isso pode ser explicado pela presença das cascas de amêndoa no processo de
produção da C2, material que origina partículas maiores. Por outro lado, as cinzas deste
estudo são semelhantes morfologicamente a outras cinzas caracterizadas em outros estudos
(FOO; HAMEED, 2009; MAMAT; MAILABARI, 2016; YIN et al., 2008), apresentando
uma estrutura esponjosa e porosa, cujos principais componentes estão na forma irregular,
com uma fração considerável apresentando texturas celulares.
As CPOs são compostas principalmente por partículas de material orgânico, também
conhecido como “unburned carbono” ou carbono não queimado, resíduo de materiais
lignocelulósicos, um indicador da baixa eficiência da incineração e/ou elevada umidade das
fibras (MAROTO et al., 2001; WIERZCHOWSKI et al., 2020). Desta forma, além das
características dos materiais, o teor de umidade influencia a morfologia das cinzas.

Figura 1. Imagens de Microscopia Eletrônica por Varredura (MEV) das CPO estudadas nas
ampliações de 500, 100, 50 e 20 μm.

29
C1: cinza de fibras, produzida em caldeira de baixa pressão e temperaturas entre 400 e 600 ºC; C2: cinza de
fibras+casca da amêndoa, produzida em caldeira de alta pressão e temperatura entre 800 e 1000 ºC.

Ressalta-se que não foi observado estruturas angulares típicas de materiais com
presença de silicatos, dióxido de silício (SiO 2) ou de partículas agregadas (cenosferas) típicas
de materiais com presença de espécies de óxidos de metais como por exemplo K2O, MgO,
P2O5 e CaO, conforme foi relatado por Chindaprasirt et al. (2008) e Tangchirapat et al.
(2007), os quais caracterizaram cinzas de fibras, cascas da amêndoa e de frutos vazios
produzidas em moinhos da Tailândia.
As cinzas apresentam na sua composição variados elementos químicos, de interesse
agronômico (Tabela 4). Dentre os macronutrientes, K e Ca foram os elementos com maior
teor total. Os teores totais dos principais elementos nas duas CPO seguiram a sequência K >
Ca > P > Mg > Al > S > Na em C1, e K > Ca > Mg > Al > P > S > Na em C2. Quanto aos
micronutrientes, Fe, Mn e Mo são os elementos de maior teor e o Ni, o de menor teor nas
cinzas. Os teores totais dos micronutrientes nas duas CPO seguiram a sequência: Fe > Mo >
Mn > Cu > B > Zn > Ni em C1, e Fe > Mn > Mo > Cu > Zn > B > Ni em C2.

Tabela 4 – Teores totais dos elementos presentes nas CPO.


P K Ca Mg Na S Al Fe Mn Mo Cu Zn B Ni
CPO
g kg-1 mg kg-1
C1 6,3 20,1 18,3 5,5 0,6 2,1 2,5 7,5 187 271 76,9 35 40 13,6

30
C2 10,0 38,8 34,5 16,9 0,1 3,1 14,2 1,8 544 157 155,5 75 70 14,8
As Cd Ce Cr Ga La Nb Pb Rb Se Sr Ti V Y
CPO
mg kg-1
C1 2,1 0,02 1,81 30 0,77 1 0,31 1,1 27,8 0,8 119 180 13 0,37
C2 2 0,04 3,52 32 2,8 2,1 1,4 1,7 46,8 1,8 203 1310 23 2,09
C1: cinza de fibras, produzida em caldeira de baixa pressão e temperaturas entre 400 e 600 ºC; C2: cinza de
fibras+casca da amêndoa, produzida em caldeira de alta pressão e temperatura entre 800 e 1000 ºC.

O alto teor de K, Ca, Mg e P nas cinzas está de acordo com os estudos que apontam
estes nutrientes como os de maiores demandas nutricional pela palma de óleo, com destaque
para o K, que é o nutriente de maior teor em todos os tecidos vegetais e, consequentemente
de maior exigência pela cultura (CHIN et al., 2013; CHIN et al., 2018; KOURA et al., 2017).
A variação nos teores totais de elementos entre as duas CPO, principalmente do K,
Ca e Mg, pode ser explicada pelas diferentes matérias-primas que originam as duas cinzas.
Enquanto C1 é originada a partir da combustão de fibras do mesocarpo, C2 possui uma parte
da sua matéria prima composta por cascas de amêndoa. A casca da amêndoa possui em sua
composição teores de K, Ca, Mg, Fe, Cu e Zn superiores à fibra do mesocarpo
(EVBUOMWAN et al., 2013).
Os teores totais de P, K, Ca e Mg encontrados nas CPO se encontram em quantidades
inferiores a teores comumente encontrados em cinza de madeira (INGERSLEV et al., 2014;
SAARSALM et al., 2006), porém os teores de K, Ca e Mg foram superiores aos encontrados
em cinza de bagaço de cana-de-açúcar (ALVAREZ-CAMPOS et al., 2018; SOEGIANTO et
al., 2017) e de casca de arroz por (GRUPTA et al., 2018). Portando, assim como as cinzas
citadas, a CPO também apresenta potencial de uso na agricultura.
Avaliando os teores totais dos elementos traço, foi quantificado um alto teor de Ti nas
CPOs. Estes elementos seguiram a sequência: Ti > Sr > Cr > Rb > V > As > Ce > Pb > La >
Se > Ga > Y > Nb > Cd em C1, e Ti > Sr > Rb > Cr > V > Ce > Ga > La > Y > As > Se > Pb
> Nb > Cd em C2. A ocorrência de As, Cr, Pb e Cd tem sido relatada em CPO (CHIN et al.,
2013; YIN et al., 2008), porém pouco se sabe sobre as concentrações e disponibilidade destes
e dos demais elementos.
Os teores totais de As, Cd, Cr, Cu, Pb encontrados nas CPOs deste estudo estão acima
dos valores encontrados em outros estudos (YIN et al., 2008; UDOETOK, 2012; SUAN et
al., 2017), no entanto atendendo as especificações para fertilizantes e compostos orgânicos

31
(FAO, 2020). As diferenças nos teores desses elementos estão relacionadas as características
dos materiais genéticos cultivados entre os países, bem como as variações nas concentrações
dos metais/metaloides no solo, também características de cada país. Por outro lado, os valores
mais elevados obtidos neste estudo para As, Cd, Cr, Cu, Pb pode não representar riscos ao
ambiente pelo uso das cinzas na atividade agrícola. O risco estará relacionado não somente
a quantidade aplicada, mas a disponibilidade e potencial de lixiviação desses elementos em
longo prazo (YIN et al., 2008).
Devido a sua importância nos solos tropicais, foi realizado o fracionamento do P nas
CPO (Figura 2). Frações consideráveis do P total presente nas cinzas estão na forma
assimilável pelas plantas (frações solúvel e lábil), com 3 g kg-1 (C1) e 4,1 g kg-1 (C2),
representando 47,6% do P total da C1 e 41,4 % do P total da C2.

Figura 2 – Fracionamento do fósforo (P) nas cinzas.

*PTS: P total solúvel; PLab: P lábio; PAd: P adsorvido; PAM: P associado aos minerais; PR: P residual; C1:
cinza de fibras, produzida em caldeira de baixa pressão e temperaturas entre 400 e 600 ºC; C2: cinza de
fibras+casca da amêndoa, produzida em caldeira de alta pressão e temperatura entre 800 e 1000 ºC.

A extração sequencial de P também evidenciou que a C2 possui relativamente mais


P associado aos minerais do que nas demais frações (39%). Os fosfatos em cinzas de
biomassa são formados em temperaturas acima de 500 ºC, nas quais diversas espécies de
fosfatos passam a comporem estruturas cristalinas e semicristalinas, como fosfato de
alumínio (DEMEYER et al., 2001; PETTERSSON et al., 2008) e apatitas (BOSTROM et al.,
2012; TAN; LAGERKVIST, 2011; VASSILEV et al., 2013).

32
4.2 Alteração nos atributos do solo e no crescimento de alface com a aplicação de CPO
A aplicação das CPO incrementou carbono orgânico (CO) e inorgânico (CI) no solo
(Figura 3). O maior incremento de CO foi observado na aplicação do volume de 5%, quando
se aplicou a C1, em torno de 29% superior à C2. Quanto ao CI foi observado um incremento
de 47,9% no solo tratado com as cinzas em relação ao tratamento controle, porém sem
diferenças entre os volumes crescentes aplicados e nem entre as duas CPO. As cinzas foram
mais eficientes em incorporarem CI, independente da dose aplicada.

Figura 3 – Carbono orgânico (A) e carbono inorgânico (B) após a aplicação das cinzas no
solo.

Colunas com letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). *Significativo (p < 0,05);
**Significativo (p < 0,01). C1: cinza de fibras, produzida em caldeira de baixa pressão e temperaturas entre 400
e 600 ºC; C2: cinza de fibras+casca da amêndoa, produzida em caldeira de alta pressão e temperatura entre 800
e 1000 ºC.

O sistema de combustão da C1 favorece a queima parcial das fibras de palma de óleo.


Dessa forma, C1 é um resíduo rico em material orgânico que pode ser utilizado de forma
estratégica em solos degradados, com baixo teor de matéria orgânica, onde o foco é o
aumento do CO do solo. A menor contribuição de CO pela C2 é justificada por ser uma cinza
de combustão mais completa (maior temperatura), isso resulta em menor quantidade de
material orgânico residual (VASSILEV, 2010).
A aplicação da C1 no solo incrementou a CTC na ordem de 55,7%, diferentemente
da C2, que não diferiu do controle (Figura 4). Tal resultado requer um estudo mais
aprofundada a respeito da quantidade, tipos de grupos funcionais e persistência da C2 no
solo. De outra forma pode-se inferir que os grupos tenham baixa persistência no solo, sendo

33
degradados rapidamente ou os volumes de C2 aplicados não foram suficientes para aumentar
os sítios de troca no solo.

Figura 4 – Variação da CTC do solo em função da aplicação de 2 tipos de CPO.

Colunas com letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). C1: cinza de fibras, produzida em
caldeira de baixa pressão e temperaturas entre 400 e 600 ºC; C2: cinza de fibras+casca da amêndoa, produzida
em caldeira de alta pressão e temperatura entre 800 e 1000 ºC.

A característica alcalina das CPO confirmou o poder de correção da acidez do solo,


elevando o pH (Figura 5). Os maiores valores de pH foram observados quando se aplicou o
volume de 5% das CPO, sendo que a C2 condicionou valores de pH superiores em todos os
volumes aplicados. O comportamento do pH em solução salina em função dos níveis de CPO,
acompanhou os valores do pH em água, indicando que a aplicação dos volumes crescentes
de CPO não foram suficientes para interferir no PCZ do solo.

Figura 5 – Variação do pH do solo em água e solução de CaCl2 em função da aplicação de


níveis de dois tipos de CPO.

34
**Significativo (p < 0,01).

As CPOs possuem pH semelhante, mas quando aplicadas no solo a C2 proporcionou


valores mais elevados de pH. Tal resultado pode ser explicado porque a temperatura de
combustão da C1 favorece a formação de carbonatos, enquanto a temperatura de combustão
da C2 favorece a formação de óxidos (PARK et al., 2005; SKRIFVARS et al., 2004,
VAMVUKA; ZOGRAFOS, 2004), constituintes de poder de neutralização superior à ação
dos carbonatos (ALCARDE; RODELLA, 1996). Complementarmente a isso, a C2 é mais
rica em K, Ca e Mg, e parte desses elementos se encontram normalmente na forma de óxidos
como K2O, CaO e MgO (VASSILEV, 2013), o que promovem aumentos nos valores de pH.
A adição das CPOs ao solo também fornece carbonatos, óxidos e hidróxidos
suficientes para neutralizar o Al trocável (Figura 6A), o que reduz a sua toxidade (BRASIL;
CRAVO, 2020). Não foi observado variação em função dos volumes, e 1% das duas CPOs
foram suficientes para corrigir o Al tóxico. O poder de neutralização das CPO é causado pela
presença de carbonatos, óxidos e hidróxidos que ao reagirem no solo, com presença de água,
tem como produtos finais o íon de hidroxila (OH-), componente responsável pela
neutralização do H+ em solução, formando água, e pela hidrólise do alumínio, formando o
composto insolúvel Al(OH) 3 (NOVAIS et al., 2007).

Figura 6 – Alumínio trocável (A) e acidez potencial (B) no solo, em função dos volumes
das cinzas.

35
Colunas com letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey (p < 0, 05); **Significativo (p < 0,01).

Houve redução também da acidez potencial (Figura 6B), sendo mais significativa
quando se aplicou 5% de cinzas. Isso indica que o poder neutralizante das CPOs foi suficiente
para corrigir parte dos íons de H e Al ligados mais fortemente aos sítios de troca do solo,
compartimento responsável pelo poder tamponante do solo (NOVAIS et al., 2007). Tal
comportamento sugere que as CPOs são bons condicionantes químicos de solo, pois corrigem
a principal limitação dos Latossolos para o uso agrícola (BRASIL et al., 2020)
A incorporação das CPOs no solo aumentou a disponibilidade de nutrientes de forma
linear (Figura 7). A C2 proporcionou os maiores incrementos de P, K e Mg, enquanto C1
resultou em maior incremento de Ca no solo. A C2 possui maiores teores totais de P, K e Mg,
o que justifica os maiores teores no solo. O menor aumento do Ca trocável pela aplicação de
C2, mesmo tendo um teor quase 100% superior ao teor encontrado na C1, pode ter ocorrido
devido a maior parte do Ca se encontrar na composição estrutural de moléculas orgânicas
residuais (VASSILEV et al., 2013) ou na forma compostos mais insolúveis, como silicatos e
alguns fosfatos e sulfatos (OCHECOVA et al., 2014; PANDEY; SINGH, 2010; VASSILEV
et al., 2010).

36
Figura 7 – Disponibilidade de P (A) e K (B), e Ca (C) e Mg (D) trocável em função da
aplicação das cinzas.

**Significativo (p < 0,01).

A aplicação de 3% de C2 foi o valor estimado para elevar o teor de P disponível ao


nível de suficiência da demanda nutricional da cultura da alface (MANTOVANI et al., 2014).
O volume de C1 estimado para elevar o teor de P ao nível de suficiência foi de 3,3%.
A aplicação de 1% de ambas as CPOs foi suficiente para elevar o K para teores acima
do nível crítico estabelecidos para a cultura da alface (RAIJ et al., 1996), porém nenhum dos
volumes de CPOs aplicados elevaram o teor de Ca para o nível crítico para o cultivo da alface,
sendo que o teor ótimo de Mg foi atingido apenas quando se aplicou 5% de C2, conforme as
recomendações de Raij et al. (1996) e Silva, (1999).
O fracionamento do P nos solos tratados com as CPOs (Figura 8) demonstrou que
ambas aumentaram todos os pools de P, inclusive o P lábil, fração importante para considerar
o P que pode passar para a solução do solo e suprir a planta a longo prazo. Incrementos de P
na fração lábil também foram encontrados por Wisawapipat et al. (2017) em experimento
com CPO originada da combustão de fibras do mesocarpo e da casca da amêndoa.

37
Os resultados dos teores totais de EPTs nos solos que receberam as CPO estão
disponíveis na Tabela 5, assim como os Valores de Referência de Qualidade (VRQ)
estabelecidos para os solos do estado do Pará (FERNANDES et al., 2018).

Tabela 5 - Teores de Elementos Potencialmente Tóxicos (EPTs) em solo tratato com CPO e
Valores de Referência de Qualidade (VRQ) para os solos do estado do Pará.
Tratamentos
Elemento Unidade VRQ*
Controle C1V1 C1V3 C1V5 C2V1 C2V3 C2V5
Al g kg-1 5 4,8 5,1 5,7 6,7 6,9 6,8 9,5
Fe g kg-1 6,6 6,8 7,2 7,5 6,8 8,7 10 6,5
As mg kg-1 1,4 1,3 1,3 1,5 1,5 1,6 1,6 2,1
Ba mg kg-1 <10 <10 <10 <10 <10 <10 <10 17,3
Cd mg kg-1 0,02 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,01 0,4
Cr mg kg-1 13 13 14 15 14 19 19 15,6
Cu mg kg-1 2,4 3,5 5,9 8,1 3,6 9 10,1 6,1
Hg mg kg-1 0,04 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,4
Mn mg kg-1 13 14 16 21 17 44 65 42,8
Mo mg kg-1 0,38 0,4 0,38 0,38 0,46 0,82 0,84 0,3
Ni mg kg-1 0,9 1,1 0,7 0,9 0,9 4 3,7 3,3
Pb mg kg-1 4,5 4,5 3,9 4,3 5 4,7 4,3 4,0
Zn mg kg-1 5 8 5 6 7 12 9 12,0
* FERNANDES et al., (2013). C1: cinza de fibras, produzida em caldeira de baixa pressão e temperaturas entre
400 e 600 ºC; C2: cinza de fibras+casca da amêndoa, produzida em caldeira de alta pressão e temperaturas entre
800 e 1000 ºC; V1: Volume de 1%; V3: Volume de 3%; V5: Volume de 5%.

A aplicação de proporcionou valores de Fe, Mo, Hg e Pb acima dos VRQs, assim


como a aplicação de 5% de C1 e 3 e 5% de C2 elevou os valores de Cr, Cu, Mn e Ni para
teores acima do VRQ. Contudo, tais resultados são inferiores aos Valores de Prevenção (VP)
estabelecidos (CONAMA, 2009).
Apesar de parte dos elementos pode estar associada a constituintes de menor
mobilidade, como óxidos e matéria orgânica (YIN et al., 2008), há a necessidade de estudos
que avaliem o fracionamento químico e biodisponibilidade desses metais, sobretudo em áreas
com histórico de uso das cinzas.
A aplicação de CPO no solo proporcionou efeito positivo nas variáveis observadas
nas plantas de alface. O modelo de resposta polinomial quadrático foi selecionado para

38
expressar todas as variáveis biométricas analisadas na cultura da alface, com melhores
respostas em função da aplicação dos níveis de CPO da C2 em relação à C1 (Figura 8).
Houve um incremento de aproximadamente 20% na altura das plantas com a
aplicação de 1% das CPO em relação ao tratamento controle. De acordo com a equação de
regressão, foram encontradas as DMEA de 3,6 e 3,7% de C1 e C2, respectivamente. Quanto
ao diâmetro das plantas, a maior resposta foi obtida na aplicação de 5% de C2, porém a
DMEA encontrada foi no volume de 4,3%, enquanto para a C1 foi de 3,3%.
A maior variação na produção de folhas foi observada entre o tratamento controle e a
aplicação de 1% de CPO. Para os níveis seguintes, o incremento ocorreu em menor
proporção. As DMEA estimadas para essa variável foram de 4 e 3,6%, de C1 e C2,
respectivamente.
As plantas responderam melhor em área foliar com a aplicação de C2. Para esta
variável, as DMEA foram de 3,5 e 3,9% de C1 e C2, representando um aumento de cerca de
411,1% (C1) e 533,5% (C2) em relação ao tratamento controle.
A maior produção de matéria fresca (MFPA) e seca (MSPA) da parte aérea foi
encontrada em resposta ao volume de 5% de C2 ao solo, enquanto as DMEA para as duas
variáveis foram de 3,5% de C1 e 4% de C2.
Quanto à produção de massa fresca (MFR) e seca de raízes (MSR), a maior resposta
também foi em resposta à aplicação de 5% de C2 no solo. As DMEA calculadas foram de
4,5 e 3,6% de C1 e 4,9 e 5,1% de C2 para MFR e MSR, respectivamente.

39
Figura 8 – Altura de plantas (A), diâmetro do caule (B), número de folhas (C), área foliar
(D), massa fresca da parte aérea (E), massa seca da parte aérea (F), massa fresca de raízes
(G) e massa seca de raízes (H) de plantas de alface cultivadas em volumes de CPO.

*Significativo (p < 0,05); **Significativo (p < 0,01).

40
A melhoria do crescimento das plantas de alface pode ser explicada pela correção da
acidez do solo e aumento disponibilidade de nutrientes proporcionados pelas CPOs, o que
também foi observado por Lopez et al. (2009) com a aplicação de 6 t ha-1 de cinza de bagaço
de cana e por Souza et al. (2013) com cinza de madeira, sendo os melhores resultados obtidos
com as doses de 11,35 e 12,4 t ha -1.
Além disso, a dose máxima utilizada nesse experimento não prejudicou o crescimento
da planta. De outro modo, Terra et al. (2014) verificaram que a mistura de solo e cinza na
proporção 1:1 foi extremamente prejudicial, tanto para a germinação quanto para o
desenvolvimento das plantas de alface, afetando principalmente a produção de raízes.

Figura 10 – Parte aérea e raízes das plantas de alface cultivadas em diferentes volumes de
CPO.

5 CONCLUSÕES
A aplicação de cinzas de biomassa de palma de óleo aumenta a disponibilidade de
nutrientes, reduz a acidez e incrementa carbono orgânico e inorgânico. Sendo que A C1
proporciona maior disponibilidade de Ca, maior CO e CTC.
As duas cinzas aumentaram o crescimento da alface, principalmente a C2.
As DMEA das cinzas variaram de 3,3 a 4% para a C1 e 3,6 a 5,1% para a C2.

41
REFERÊNCIAS
ADJEI-NSIAH, S.; AHIAKPAB, J. K.; ASAMOAH-ASANTE, G. Productivity of
pigeonpea genotypes as influenced by palm bunch ash and NPK fertiliser application and
their residual effects on maize yield. Annals of Agricultural Sciences, v. 63, n.1, p. 83-89,
2018.
ADJEI-NSIAH, S. Response of Maize (Zea mays L.) to Different Rates of Palm Bunch Ash
Application in the Semi-deciduous Forest Agro-ecological Zone of Ghana. Applied and
Environmental Soil Science, v. 2012, 5 p. 2012.
AITKEN, D. C.; CAMPBELL, D. J.; BELL. L. C. Properties of Australian fly ash relevant
to their agronomic utilization. Australian Journal of Soil Research, v. 22, p. 443-453, 1984.
ALCARDE, J.C.; RODELLA, A.A. O equivalente em carbonato de cálcio dos corretivos da
acidez dos solos. Scientia Agricola, v. 53 n. 2-3, 1996.
ALLEONI, L. R. F.; MELLO, J. W. V.; ROCHA, W. S. D. Eletroquímica, adsorção e troca
iônica no solo. In: MELO, V. F.; ALLEONI, L. R. F. editores. Química e mineralogia do
solo: Parte I - Conceitos básicos. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do solo;
2009. p. 505-72.
ALVAREZ-CAMPOS, O.; LANGA, T. A.; BHADHAA, J. H.; MCCRAYB, J. M.; GLAZC,
B.; DAROUBA, S. H. Biochar and mill ash improve yields of sugarcane on a sand soil in
Florida. Agriculture, Ecosystems & Environment, v. 253, p. 122-130, 2018.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA). Standard Methods for the
Examination of Water and Waste Water, 15th Edition. 1985.
BAKATULA, E. N.; RICHARD, D.; NECULITA, C. M.; ZAGURY, G. J. Determination of
point of zero charge of natural organic materials. Environmental Science and Pollution
Research, v. 25, n. 8, p. 7823–7833, 2018.
BLAKE, G. R.; HARTGE, K. H. Bulk density. In: KLUTE, A. (Ed.). Methods of soil
analysis. Part 1. Physical and mineralogical methods. 2nd. ed. Madison: Wisconsin,
American Society of Agronomy, Soil Science Society of America, 1986. p. 363-375.
(Agronomy Series, 5)
BOAS, R. L. V.; PASSOS, J. C.; FERNANDES, D. M.; BULL. L. T.; CEZAR, V. R. S.;
GOTO, R. Efeito de doses e tipos de composto orgânicos na produção de alface em dois solos
sob ambiente protegido. Horticultura Brasileira, v. 22, p. 28-34, 2004.

42
BOSTROM, D., SKOGLUND, N.; GRIMM, A.; BOMAN, C.; OHMAN, M.; BROSTROM,
M et al. Ash transformation chemistry during combustion of biomass. Energy Fuels, v. 26,
p. 85–93, 2012.
BRASIL, E. C.; CRAVO, M. S. Interpretação dos resultados da análise do solo. In: BRASIL,
E. C.; CRAVO, M. S.; VIÉGAS, I. J. M. (Ed.) Recomendações de calagem e adubação
para o estado do Pará. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa, 2020.
BRASIL, E. C.; CRAVO, M. S.; VIÉGAS, I. J. M. (Ed.) Recomendações de calagem e
adubação para o estado do Pará. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa, 2020.
CACURO, T.; WALDMAN, W. R. Cinzas da Queima de Biomassa: Aplicações e
Potencialidades. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 6, p. 2154-2165, 2015.
CHANG, A. C.; LUND, L. J.; PAGE, A. L.; WARNEKE, J. E. Physical properties of fly ash
amended soils. Journal of Environment Quality, v. 6, p. 267-270, 1997.
CHINDAPRASIRT, P., RUKZON, S., SIRIVIVATNANON, V. Resistance to chloride
penetration of blended Portland cement mortar containing palm oil fuel ash, rice husk ash
and fly ash. Construction and Building Materials, v. 22, n. 5, p. 932–938, 2008.
CHIN, K. L.; H’NG, P. S.; CHAI, E. W.; TEY, B. T.; CHIN, M. J.; PARIDAH, M. T.;
LUQMAN, A. C.; MAMINSKI, M. Fuel characteristics of solid biofuel derived from oil
palm biomass and fast growing timber species in Malaysia. Bioenergy Research, v. 6, p.
75–82, 2013.
CHIN, K. L.; H’NG, P. S.; PARIDAH, M. T.; SZYMONA, K.; MAMINSKI, M.; LEE, S.
H.; LUM, W. C.; NURLIYANA, M. Y.; CHOW, M. J.; GO, W. Z. Reducing ash related
operation problems of fast growing timber species and oil palm biomass for combustion
applications using leaching techniques. Energy, v. 90, n. 1, p. 622–630, 2015.
CHIN, K. L.; H’NGA, P. S.; MAMINSKIC, M.; GOB, W. Z.; LEEA, C.L.; RAJA-
NAZRINA, R. A.; KHOOA, P. S.; ASHIKINB, S. N.; HALIMATUNA, I. Additional
additives to reduce ash related operation problems of solid biofuel from oil palm biomass
upon combustion. Industrial Crops & Products, v. 123, p. 285–295, 2018.
CNA. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Mapeamento e qualificação da
cadeia produtiva das hortaliças no Brasil. Brasília: CNA, 2017. 79 p.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Brasil, 2009. Resolução N° 420/2009.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=620, Acesso
em: 15 outubro 2020.

43
DEMEYER, A.; VOUNDI NKANA, J. C.; VERLOO, M. G. Characteristics of wood ash and
influence on soil properties and nutrient uptake: an overview. Bioresource Technologie, v.
77, p. 287–95, 2001.
EJIKEME, A.; ANYANWU, D. I. An investigation of presumptive synergism of oil palm
bunch ash and sawdust amendments in remediation of crude oil spiked soil. Journal of
Applied Sciences and Environmental Management, v. 20, n. 1, p. 73-80, 2016.
FERNANDES, A. R.; SOUZA, E. S.; SOUZA BRAZ, A. M.; BIRANI, S. M.; ALLEONI,
L. R. F. Quality reference values and background concentrations of potentially toxic elements
in soils from the Eastern Amazon, Brazil. Journal of Geochemical Exploration, 190, p.
453–463, 2018.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. AGP
Fertilizer Specifications. 2018. Disponível em: < http://www.fao.org/agriculture/crops/
thematicsitemap/theme/spi/plant nutrition/fertspecs/en/>. Acesso em: 5 jun. 2020.
FOO, K. Y.; HAMEED, B. H. Value-added utilization of oil palm ash: A superior recycling
of the industrial agricultural waste. Journal of Hazardous Materials, n. 172, p. 523–531,
2009.
FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer analysis system to fixed effects split plot type designs.
Revista Brasileira de Biometria, [S.l.], v. 37, n. 4, p. 529-535, 2019.
HAGEMANN, N.; KAMMANN, C. I.; SCHMIDT, H. P.; KAPPLER, A. BEHRENS, S.
Nitrate capture and slow release in biochar amended compost and soil. PLoS ONE, v. 2, n.
12, p. 1-16, 2017.
HOUBA, V.J.G., VAN DER LEE, J.J., NOVOZAMSKY, I. Soil and Plant Analysis, a
Series of Syllabi. Part 5B: Soil Analysis Procedures, Other Procedures. Department of
Soil Science and Plant Nutrition, Agricultural University, Wageningen, The Netherlands.
1995.
GUIMARÃES, M. A.; MANDELLI, M. S.; SILVA, D. J. H. Seleção de genótipos de Lactuca
sativa L. para a produção com adubação orgânica. Revista Ceres, v. 58, n.2, p. 202-207,
2011.
GUPTA, A. K.; DWIVEDI, S.; SINHA, S.; TRIPATHI, R. D.; RAI, I. N.; SINGH, S. N.
Metal accumulation and growth performace of Phaseolus vulgaris grown in fly ash amended
soil. Bioresource Technlogy, v. 98, p. 3404-3407, 2007.

44
INGERSLEV, M.; HANSEN, M.; PEDERSEN, L. B.; SKOV, S. Effects of wood chip ash
fertilization on soil chemistry in a Norway spruce plantation on a nutrient-poor soil. Forest
Ecology and Management, n. 334, p. 10–17, 2014.
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia, Disponível em
<http/www.inmet.gov.com.br>. Acesso em 10 de maio de 2020.
KÖPPEN. W. Dasa geographi SC system der kli-mate. In: KÖPPEN. W., GEIGER, R.
Handbuch der klimatologia. Berlim: Gerdrulier Borntraeger, v. 1. part. c, p. 1-40. 1936.
KOURA, T. W.; DAGBENONBAKIN, G. D.; KINDOMIHOU, V. M.; SINSIN, B. A. Palm
oil mill solid waste generation and uses in rural area in Benin Republic: Retrospection and
future outlook. In: MIHAI, F. (Ed.) Solid Waste Management in Rural Areas, Rijeka:
Croatia, IntechOpen, 2017. 189p.
LOPEZ, R.; PADILLA, E.; BACHMANN, S.; EICHLER-LOEBERMANN, B. Effects of
biomass ashes on plant nutrition in tropical and temperate regions. Journal of Agricultural
Rural Development in the Tropics and Subtropics. v. 110, n. 1, p. 51-60, 2009.
MAEDA, S.; SILVA, H. D.; CARDOSO, C. Resposta de Pinus taeda à aplicação de cinza de
biomassa vegetal em Cambissolo Húmico, em vaso. Pesquisa Florestal Brasileira, n. 56, p.
43-52, 2008.
MAMAT, O., MAILABARI, R. J. Characterization and production of conductive filler from
oil palm ash and its performance in epoxy matrix. International Journal of Engineering and
Technology, v. 8, n. 2, p. 966-973, 2016.
MANTOVANI, J. R.; OLIVEIRA, I. A. C.; MARQUES, D. J.; SILVA, A. B.; LANDGRAF,
P. R. C. Phosphorus levels in soil and lettuce production due to phosphorus fertilization.
Ciências Agrárias, v. 35, n. 4, p. 2369-2380, 2014.
MAROTO - VALER, M. M.; TAULBEE, D. N.; HOWER, J. C. Characterization of differing
forms of unburned carbon present in ash separated by density gradient centrifugation. Fuel,
v. 80, n. 6, p. 795-800.
MARTINS, C. M.; MEDEIROS, J. F.; LOPES, W. A. R.; BRAGA, D. F.; AMORIM, L. B.
Curva de absorção de nutrientes em alface hidropônica. Revista Caatinga, v.22, n.4, p.123-
128, 2009.
NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., V.H.; BARROS, N.F.; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI,
R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.) Fertilidade do Solo. Viçosa: SBCS, 2007. 1017 p.
NWAGA, D.; BOUGNOM, B, P.; MEGUENI, C.; MOUNA, J. Potential of cattle manure
ash to improve soil fertility and groundnut (Arachis hypogea L.) growth in the Adamawa

45
region (Cameroon). Global Journal of Agricultural Innovation, Research &
Development, v. 1, n. 2, p. 39-44, 2014.
OCHECOVA, P.; TLUSTOS, P.; SZAKOVA, J. Wheat and soil response to wood fly ash
application in contaminated soils. Agronomy, Soils & Environmental Quality, v. 106, n.
3, p. 995-1002, 2014.
OLIVEIRA, J. B.; CUNHA, T. J. F. Sistema Srasileiro de Classificação de Solos. 5. ed.
rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2018. Disponível em:
<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/181234/1/SiBCS-2018-
ISBN9788570358172.epub>. Acesso em: 10 set. de 2020.
OLIVEIRA, R. F.; FURLAN JÚNIOR, J.; TEIXEIRA, L. B. Composição química de
cinzas de caldeira da agroindústria do dendê. Embrapa, Comunidado Técnico 155, Belém,
2006. 4p.
PANDEY, V. C.; SINGH, N. Impact of fly ash incorporation in soil systems. Agriculture,
Ecosystems & Environment, v. 136, n. 1-2, p. 16–27. 2010.
PARK. B. B.; YANAI, R. D.; SAHM, J. M.; LEE, D. K.; ABRAHAMSON, L. P. Wood ash
effects on plant and soil in a willow bioenergy plantation. Biomass Bioenergy, n. 28, 355–
65, 2005.
PETTERSSON, A.; ZEVENHOVEN, M.; STEENARI, B-M.; AMAND, L-E. Application
of chemical fractionation methods for characterisation of biofuels, waste derived fuels and
CFB co-combustion fly ashes. Fuel, v. 87, p. 3183–93, 2008.
PODE, R. Potential applications of rice husk ash waste from rice husk biomass power plant.
Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 53, p. 1468-1485, 2016.
QIAN, T. T.; JIANG, H. Migration of phosphorus in sewage sludge during different thermal
treatment processes. ACS - Sustainable Chemistry and Engineering, v. 2, n. 6, p. 1411–
1419, 2014.
RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Agronômica Ceres, Associação
Brasileira para a Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1991. 343p.
RAIJ, B. V.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendações
de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico
& Fundação IAC, 1996. 285 p.
ROY, E. D.; RICHARDS, P. D.; MARTINELLI, L. A.; COLETTA, L. D.; LINS, S. R, M.;
VAZQUEZ, F. F.; WILLIG, E.; SPERA, S. A.; VANWEY, L. K.; PORDER, S. The

46
phosphorus cost of agricultural intensification in the tropics. Nature Plants, v. 2, n. 43, p. 1-
6, 2016.
SANTOS, H. G.; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C.; OLIVEIRA, V. A.;
LUMBRERAS, J. F.; COELHO, M. R.; ALMEIDA, J. A.; ARAÚJO FILHO J. C.;
OLIVEIRA, A. C. B.; SEDIYAMA, M. A. N.; PEDROSA, M. W.; GARCIA, N. C. P.;
GARCIA, S. L. R. Divergência genética e descarte de variáveis em alface cultivada sob
sistema hidropônico. Acta Scientiarum, v. 26, p. 211-217, 2004.
SAARSALM, A.; KUKKOLA, M.; MOILANEN, M.; AROLA, M. Long-term effects of ash
and N fertilization on stand growth, tree nutrient status and soil chemistry in a Scots pine
stand. Forest Ecology and Management, v. 235 p. 116–128, 2006.
SILVA, F.C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Embrapa
Solos, Embrapa Informática Agropecuária; SILVA, F.C (org.). Brasília: Embrapa
Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. 370p.
SINGH, B.; SINGH, B. P.; COWIE, A. L. Characterisation and evaluation of biochars for
their application as a soil amendment. Aust J Soil Res, 48:516e25, 2010.
SINGH, S. N.; KULSHERSHTHA, K.; AHMAD, K. J. Impact of fly ash soil amendment on
seed germination, seedling growth and metal composition of Victa faba L. Ecological
Engineering, v. 9, p. 203-208, 1997.
SKRIFVARS, B-J.; LAUREN, T.; HUPA, M.; KORBEE, R.; LJUNG, P. Ash behaviour in
a pulverized wood fired boiler – a case study. Fuel, 83:1371–9, 2004.
SMIDER, B.; SINGH, B. Agronomic performance of a high ash biochar in two contrasting
soils. Agriculture, Ecosystems & Environment, Amsterdam, v. 191, p. 99-107, June 2014.
SOEGIANTO, H.; MA’AS, A.; NURUDIN, M.; HIDAIAY, S. N.; UTAMI, N. H. The
Effects of Filter Cake and Bagasse Ash to Growth and NPK Uptake by Sugarcane
(SaccharumOfficinarum L.) at Ultisols in Tulang Bawang, Lampung, Indonesia. Ilmu
Pertanian (Agricultural Science), v.2, n.3, p. 112-118, 2017.
SONG, W.; GUO, M. Quality variations of poultry litter biochar generated at different
pyrolysis temperatures. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis. v. 94 p. 138-145,
2012.
SOUSA, C. S.; BONETTI, A. M.; GOULART FILHO, L. R.; MACHADO, J. R. A.;
LONDE, L. N.; BAFFI, M. A.; RAMOS, R. G.; VIEIRA, C. U.; KERR, W. E. Divergência
genética entre genótipos de alface por meio de marcadores AFLP. Bragantia, v. 66, p.11-16,
2007.

47
SOUZA, R. A.; MONÇÃO, O. P.; SOUZA, H. B.; OLIVEIRA, J. S.; REIS, T. C. Efeito da
cinza de caldeira sobre as características químicas de um solo do Cerrado baiano e
produtividade da alface. Cultivando o Saber, v. 6, n. 4, p. 60-73, 2013.
SPOSITO, G. The operational definition of the zero-point of charge in soils. Soil Sci Soc Am
J, v. 45, n. 2, p. 292–297, 1981.
SUAN, J. D. K.; DATTA, A.; SALAM, P. A. Effect of oil palm fly ash on soil properties
and yield of sweet corn in the tropical zone of Thailand. Communications in Soil Science
and Plant Analysis, v. 48, n. 2, p. 236-244, 2017.
TANGCHIRAPAT, W., SAETING, T., JATURAPITAKKUL, C., KIATTIKOMOL, K.,
SIRIPANICHGORN, A. Use of waste ash from palm oil industry in concrete. Waste
Management, v. 27, n.1, p. 81–88, 2007.
TAN, Z.; LAGERKVIST, A. Phosphorus recovery from the biomass ash: a review. Renew
Sust Energy Ver, v. 15, p. 3588–602, 2011.
TEIXEIRA, P. C.; DONAGEMMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. (Ed.).
Manual de métodos de análise de solo. 3. ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2017.
573 p.
TERRA, M. A.; LEONEL, F. F.; SILVA, C. G.; FONSECA, A. M. Cinza vegetal na
germinação e no desenvolvimento da alface. Revista Agrogeoambiental, v. 6, n. 1, p. 11-
17, 2014
UCHIMIYA, M.; KLASSON, K.T.; WARTELLE, L.H.; LIMA, I.M. Influence of soil
properties on heavy metal sequestration by biochar amendment: 1. Copper sorption isotherms
and the release of cations. Chemosphere 82, 1431–1437. 2011
UCHIMIYA M.; WARTELLE, L. H.; KLASSON, K. T; FORTIER, C. A.; LIMA, I. M.
Influence of pyrolysis temperature on biochar property and function as a heavy metal sorbent
in soil, Journal of Agricultural and Food Chemistry. v.59, p. 2501-2510, 2011.
UDOETOK I. A. Characterization of ash made from oil palm empty fruit bunches (OEFB).
International Journal of Environmental Sciences. v.3 n.1. p. 518-524.
USEPA, 1994. Microwave assisted acid digestion of sediments, sludges, soils, and oils
[WWW Document]. United States Environmental Protection Agency. Disponível em:
https://www.epa.gov/sites/production/files/2015-12/documents/3050b.pdf. Acessado em
17/07/2020.
VAMVUKA, D.; ZOGRAFOS, D. Predicting the behaviour of ash from agricultural wastes
during combustion. Fuel, v. 83, 2051–7, 2004.

48
VASSILEV, S. V.; BAXTER, D.; ANDERSEN, L. K.; VASSILEVA, C. G. An verview of
the chemical composition of biomass. Fuel, v. 89, n. 5, p. 913–933, 2010.
VASSILEV, S. V.; BAXTER, D.; ANDERSEN, L. K. VASSILEVA, C. G. An overview of
the composition and application of biomass ash. Part 1. Phase–mineral and chemical
composition and classification. Fuel 105, p. 40-73, 2013.
VIANA, J. H. M.; TEIXEIRA, W. G.; DONAGEMMA, G. K. Densidade de partículas. In:
TEIXEIRA, P. C.; DONAGEMMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. (Ed.).
Manual de métodos de análise de solo. 3. ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2017.
573 p.
WANG, Y.; LIN, Y.; CHIU, P. C.; IMHOFF, P. T.; GUO, M. Phosphorus release behaviors
of poultry litter biochar as a soil amendment. Science of the Total Environment, v. 512–
513, p. 454–463, 2015.
WIERZCHOWSKI, K.; BIALECKA, B.; MOSZKO, J. C.; KLUPA, A. Characterization of
unburned carbon separated from power plant slag. Int. J. Environ. Sci. Technol. v. 17, p.
2499–2510, 2020.
WISAWAPIPAT, W.; CHAROENSRI, K.; RUNGLERTTRAKOOLCHAI, J. Solid-phase
speciation and solubility of phosphorus in an acid sulfate paddy soil during soil reduction
and reoxidation as affected by oil palm ash and biochar. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v, 65, p. 704−710, 2017.
WU, W.; YANG, M.; FENG, Q.; MCGROUTHER, K.; WANGB, H.; LUA, H.; CHEN, Y.
Chemical characterization of rice straw-derived biochar for soil amendment. Biomass and
Bioenergy, v. 47, p. 268-276, 2012.
YIN, C. Y.; KADIR, S. A. S. A.; LIM, Y. P.; SYED-ARIFFIN, S. N.; ZAMZURI, Z. An
investigation into physicochemical characteristics of ash produced from combustion of oil
palm biomass waste in a boiler. Fuel Processing Technology, v. 89, n. 1, p. 693-696, 2008.
ZHAO, L.; CAO, X.; MAŠEK, O.; ZIMMERMAN, A. Heterogeneity of biochar properties
as a function of feedstock sources and production temperatures. Journal of Hazardous
Materials, v. 256–257, p. 1–9, 2013.

49

Você também pode gostar