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CAPOEIRA:
INSTRUMENTOS, VESTIMENTAS, CORDÕES
E MÚSICAS
1.1.3 Atabaque
O atabaque é um instrumento de percussão afro-brasileiro. É feito de madeira cortada em
ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diferentes diâmetros.
Constitui-se de um tambor cilíndrico ou ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta
de couro de boi,veado ou bode.
O atabaque pode ser tocado com as mãos ou com baquetas, dependendo do ritmo e do
tambor a ser tocado. É o atabaque que marca o ritmo das batidas do jogo, juntamente
com o pandeiro, é ele que acompanha o solo do berimbau.
(FIGURA 03) Instrumentos de Capoeira – Atabaque.
1.1.4 Pandeiro
O pandeiro é conhecido por muitos como panderola ou tamborim, tendo vindo
para o Brasil com os portugueses. É um instrumento de percussão, que consiste em uma
pele esticada em uma armação. São geralmente circulares, mas podem ter outros
formatos.
O pandeiro é segurado por uma das mãos, enquanto a ponta dos dedos, o
polegar e a base da outra mão são usados para tocar.
A mão direita que segura à vareta entre o polegar e o indicador, segura também o
Caxixi, com o médio e o anular, desta maneira, cada pancada da vareta sobre a corda do
berimbau é acompanhada pelo som seco do Caxixi.
1.2.2 Agogô
O agogô é um instrumento musical que foi desenvolvido na África. Os primeiros
exemplares do instrumento africano apresentam dois sinos de tamanhos muito diferentes.
Os agogôs brasileiros são confeccionados de uma maneira um pouco diferente, do
instrumento africano, eles são normalmente ligados entre si por uma peça em forma de U
de metal longa.
Os sinos ficam separados. Normalmente os dois sinos, ou até três sinos, são
tocados com uma vara de madeira.
1.2.3 Reco-reco
Conhecido também como Ganzá ou Querequexé, o Reco-reco, segundo o novo
dicionário de língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda, o Reco-reco é um
instrumento de percussão, que produz um ruído rascante e intermitente, quando duas
partes separadas são colocadas em atrito.
Para tocar, desliza-se uma baqueta de metal ou de madeira nas molas ou sucos
das caixas e tubos.
2. Estilos de Capoeira
Existem dois estilos bem específicos na capoeira: o angolano e o regional. Apesar
de possuírem a mesma filosofia, cada um deles possui suas peculiaridades e maneiras
diferentes de jogar.
2.1 Capoeira Angola
O nome ligado a este estilo é Mestre Pastinha que, em 1941, criou o Centro
Esportivo de Capoeira Angola. Esse estilo procura manter as tradições e os rituais da arte.
A Angola é o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. É
considerado muito mais uma dança do que uma luta e caracteriza-se por uma música
mais lenta, porém com movimentos rápidos perto do solo. Durante uma roda, quem está
assistindo não participa do coro.
A designação “Angola” aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos
da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram
designados na chegada ao Brasil de “Negros de Angola”.
2.2 Capoeira Regional
A capoeira Regional foi criada pelo Mestre Bimba. Ela mais recente, com
elementos fortes de artes marciais em seu jogo. Tornou-se rapidamente popular, levando
a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então
como um marginal.
Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados.
O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.
Os alunos, que usam abadás (calça e camiseta brancas), são batizados por
mestres. Os capoeiristas regionais passam por cordões de acordo com sua graduação e
nível técnico. Na roda, os assistentes podem bater palmas e também participam do coro.
3. Vestimentas
Como os capoeiristas eram encarados como marginais antigamente, as primeiras
vestimentas usadas tinham o objetivo de disfarçá-los dos senhores chamados capitão do
mato.
As primeiras vestimentas usadas eram calças folgadas, com boca de sino, que
poderiam chegar até 28cm, cobrindo o pé todo. Utilizava-se também chapéu, camisa,
gravata, e ainda um lenço de seda amarrado ao pescoço, como forma de manter a
camisa limpa do suor, e proteger o capoeira contra golpes de navalha, na medida em que
esta não consegue cortar a seda. Devido a proibição da capoeira, os capoeiristas, que em
sua maioria trabalhavam nos cais de portos, utilizavam trajes diários para não serem
identificados. Normalmente usavam calças comuns arregaçadas, camisas folgadas feitas
de saco de açúcar ou farinha de trigo, andavam normalmente descalços ou calçados com
chinelos de couro.
Muitos historiadores contam que a origem das vestimentas da capoeira é dos
marujos, pois muitos capoeiristas conviviam com eles e adotaram o hábito de usarem
calças boca de sino. Para os capoeiras, além de serem convenientes para os seus
movimentos, a calça boca de sino, servia também como forma de esconder armas
brancas, como a navalha ou a faca.
4. Cordões
Um grande problema na capoeira são os cordões, pois muitos grupos adotam
suas próprias cores, o que dificulta a identificação. A Confederação Brasileira de Capoeira
(CBC) é um dos principais sistemas que organizam e tentam unificar a graduação da
capoeira.
A graduação adotada pela CBC é feito por cordas seguindo as cores da bandeira
nacional. Funciona da seguinte forma:
- 1º Estágio - Cordão verde (aluno) permanência 1 ano;
- 2º Estágio - Cordão amarelo (aluno) permanência 1 ano;
- 3º Estágio - Cordão azul (aluno) permanência 1 ano;
- 4º Estágio - Cordão verde-amarelo (aluno) permanência 1 ano;
- 5º Estágio - Cordão verde-azul (aluno) permanência 1 ano;
- 6º Estágio - Cordão amarelo-azul (aluno Instrutor) permanência 2 anos;
- 7º Estágio - Cordão verde-amarelo-azul (aluno Formado) permanência de 2 a 3 anos;
- 8º Cordão branco-verde (Monitor) permanência de 3 a 5 anos;
- 9º Cordão branco-amarelo (Professor) Título postulado pelo trabalho realizado na
Capoeira;
- 10º Cordão branco-azul (Contra Mestre) Título postulado pelo Mestre responsável do
Grupo;
- 11º Cordão branco (Mestre) Título postulado pelo reconhecimento dos Mestres mais
antigos.
Guia do Estudante. Gangues do Rio: capoeira era reprimida no Brasil. Disponível em:
< http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/gangues-rio-capoeira-era-
reprimida-brasil-435027.shtml > Acessado em 04 de Set. de 2016.