RESUMO

A capoeira é uma das principais expressões culturais afro-brasileiras sendo uma das
maiores marcas da nossa cultura. A história da capoeira está intimamente ligada à
história dos negros no Brasil, iniciando no começa século XVI, quando os colonizadores
trouxeram os negros da África para serem escravizados. Como os escravos africanos
não possuíam armas para se defender dos inimigos eles começam a desenvolver uma
nova arte marcial que utiliza apenas o corpo como arma aproveitaram ainda suas
manifestações culturais trazidas da África, suas danças cantigas e movimento. Dessa
forma, no ritmo e nos movimentos de suas danças africanas adaptou-se a um tipo de
luta e surgindo a capoeira. Nas variações dos estilos de capoeira, a capoeira Angola e
Regional são as mais comuns, sendo a primeira um estilo mais lento com movimentos
mais próximos ao solo, mais sutil e seu mestre e criador Vicente Ferreira Pastinha
conhecido como Mestre Pastinha e a segunda, é um estilo que originalmente era
chamado de luta regional baiana, ela surgiu de uma antiga luta existente na Bahia
chamada batuque da capoeira tendo Manoel dos Reis Machado mais conhecido como
mestre Bimba, respectivamente. A ginga é a base da capoeira, é um movimento ritmado
que mantém o corpo relaxado e o centro de gravidade em constante deslocamento. A
partir do gingado surgem os outros movimentos de ataque e contra-ataque. Em 26 de
novembro de 2014, a Unesco Organização das Nações Unidas para Educação Ciência
e Cultura declarou a roda de capoeira como sendo um Patrimônio imaterial da
Humanidade. De acordo com a organização a capoeira representa a luta e a resistência
dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de
nossa história.
 Sumário
1. CAPOEIRA ANGOLA E REGIONAL ............................................................................................ 5
1.1. Fundamentos ........................................................................................................................... 5
1.1.1. Capoeira Angola ................................................................................................................5
1.1.2. Capoeira Regional.............................................................................................................6
1.2. Mestres ...................................................................................................................................... 6
1.2.1. Capoeira Angola ................................................................................................................6
1.2.2. Capoeira Regional.............................................................................................................6
1.3. Movimentos .............................................................................................................................. 7
1.3.1. Capoeira Angola ................................................................................................................7
1.3.2. Capoeira Regional.............................................................................................................7
1.4. Musicalidadade ........................................................................................................................7
1.4.1. Capoeira Angola ................................................................................................................8
1.4.2. Capoeira Regional.............................................................................................................8
1.5. Graduação ................................................................................................................................. 8
1.5.1. Capoeira Angola ................................................................................................................8
1.5.2. Capoeira Regional.............................................................................................................8
1.6. Vestimentas .............................................................................................................................. 9
1.6.1. Capoeira Angola ................................................................................................................9
1.6.2. Capoeira Regional.............................................................................................................9
2. CONCLUSÃO ..................................................................................................................................10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 11
1. CAPOEIRA ANGOLA E REGIONAL
A capoeira é uma das principais expressões culturais afro-brasileiras, caracterizando
uma das maiores marcas da nossa cultura. A história da capoeira está intimamente
ligada à história dos negros no Brasil, iniciando no começa século XVI, quando os
colonizadores trouxeram os negros da África para serem escravizados, principalmente
nos engenhos do nordeste brasileiro. Vindos da região de Angola, também colônia
Portuguesa, ao chegarem ao Brasil os africanos escravizados perceberam a
necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e a repressão dos
colonizadores brasileiros já que eram constantemente alvos de práticas violentas e
castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas eram perseguidos
pelos capitães-do-mato que tinham uma maneira de captura muito cruel e violenta, como
os escravos africanos não possuíam armas para se defender dos inimigos eles
começam a desenvolver uma nova arte marcial que utiliza apenas o corpo como arma
e associaram as suas manifestações culturais trazidas da África, suas danças, cantigas
e movimento. Assim os negros criam e praticam uma luta de auto-defesa e de libertação.
Devido a proibiam dos escravos de praticar qualquer tipo de luta, utilizavam o ritmo e os
movimentos de suas danças africanas adaptando a um tipo de luta surgindo a capoeira.
Uma arte marcial disfarçada de dança, foi um instrumento importante da resistência
cultural e física dos escravos brasileiros. A prática da capoeira ocorria em terreiros
próximos as senzalas que eram os galpões onde os escravos dormiam, muitas vezes
as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos chamados na época de capoeira
ou capoeirão, assim, do nome deste lugar surgiu o nome da luta.
1.1. Fundamentos
1.1.1. Capoeira Angola
Acredita-se que o nome Capoeira Angola surge a partir da origem dos escravos que
a praticava vindos da Angola. Entretanto, há especulações que o seu termo surge para
diferenciar os diferentes estilos da capoeira, principalmente a Regional. Como foi uma
arte marcial criada por negros escravizados é fácil entender que a capoeira era
fortemente perseguido. Em 1890 a capoeira foi considerada fora-da-lei pelo antigo
Código Penal da República, existiam capítulo que falava sobre os Vadios e Capoeiras e
o artigo 402 trazia a penalidade de dois a seis meses de prisão a quem ousasse praticar
capoeira. Assim, muitos registros da capoeira foram incendiados e as informações de
hoje são registros orais que podem ter controvérsias. No ritual da roda, a capoeira
Angola tem início com Ladainha, depois vem as quadras e os corridos. Os capoeristas
aguardam a finalização da Ladainha para iniciarem a vadiação. As “chamadas” são
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formas em que os capoeristam usam com o objetivo de descansar ou enganar o
adversário. Além disso, quando há o contato dois jogadores, principalmente no contato
das mãos “Passo à Dois”.
1.1.2. Capoeira Regional
A capoeira Regional é idealizada a partir da união dos movimentos da capoeira
Angola com os da luta chamada Batuque. É considerado o estilo contemporâneo de
capoeira, possuindo características de outas artes-maciais na sua prática. Possui
características que deixam a prática com um aspecto mais agressivo, rápido e arrojado.
Caracterizada pela “Sequência de Ensino” é realizada em dupla, com 08 partes,
utilizando 17 movimentos, tendo como objetivo manter a distância do adversário e cair
corretamente em situações adversas. Além disso, há também a “Cintura Desprezada”
uma seqüência de golpes ligados e balões, também conhecidos como movimentos de
projeção da capoeira.
1.2. Mestres
1.2.1. Capoeira Angola
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, mais conhecido como mestre Pastinha,
descendente de espanhol e brasileira (5 de abril de 1889 – 13 de novembro de 1981)
nascido em Salvador – BA é o grande representante da Capoeira Angola. Iniciou-se na
capoeira através de influência de um africano que lhe ensinara a se defender. Em 1952
fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola – CECA, com a responsabilidade de
manter as tradições e fundamentos da capoeira Angola. A famosa academia de mestre
Pastinha ficava localizada no Centro Histórico de Salvador, no Pelourinho numero 19.
Além do Mestre Pastinha pode-se citar alguns outros mestres da Capoeira Angola:
Aberrê, Noronha, Totonho Maré, Bilusca, João Grande, João Pequeno, Siri de Mangue,
Bom Cabrito, Paulo dos Anjos, Gigante, Bobo, Livino, Canjiquinha, Cobrinha Verde,
Manduca da praia, Besouro cordão de Ouro, Samuel Querido de Deus, Nascimento,
Valdemar da Liberdade, Caiçara, Gato preto, Leopoldina, Brasília, Curió, Gildo Alfinete,
Camafeu.
1.2.2. Capoeira Regional
Manoel dos Reis Machado (23 de novembro de 1900 – 5 de fevereiro de 1974)
nascido em de Salvador – BA, mais conhecido como Mestre Bimba. Ainda novo, iniciou
na capoeira, tendo um africano como seu grande mestre. Após ensinar e praticar a
Capoeira Angola, mestre Bimba introduziu novos aspectos a Capoeira Angola trazendo
mais rapidez, movimentos arrojados e eficientes que serviam como defesa pessoal,
trazendo aspectos do Batuque. Em 1928, mestre Bimba idealiza a capoeira Regional,
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metodizando criando novos movimentos, ritmo e músicas próprias e o teste de
admissão, o batizado, a formatura e a especialização. Logo, a Capoeira Regional foi se
expandindo nacionalmente, atraindo adeptos a “nova” modalidade. Além do Mestre
Bimba outros mestres conhecidos da Capoeira Regional são: Atenilo, Itapoan, Decanio,
Jair Moura, Formiga, Luisinho, Acordeon, Nenel, Camisa Roxa, Salário Mínimo, Onça
Tigre, Onça Negra, Osvaldo, Deputado, Baiano Anzol, Ezequiel, Pombo de Ouro,
Vermelho, Suassuna, Carlos Senna, Xareu.
1.3. Movimentos
1.3.1. Capoeira Angola
Os movimentos em que se pratica a Capoeira Angola são caracterizados por serem
mais lentos, composto de movimentos furtivos e executados de modo rasteiro, de modo
que consiga enganar o oponente no combate.Os principais golpes são: Cabeçada,
Rasteira, Rabo de Arraia, Chapa de frente, Chapa de Costas, Meia Lua e Cutilada de
Mão.
1.3.2. Capoeira Regional
Os Golpes da Capoeira Regional têm classificação e nomenclatura próprias e estão
divididos em movimentos fundamentais, básicos, traumatizantes, desequilibrantes, de
projeção e ligados. Possuindo atributos de outras artes-marciais em sua prática. Alguns
dos principais golpes são: Aú, cocorinha, negativa, rolê, armada, asfixiante, baú,
bochecho, cabeçadas, chibata, chapéu de couro, calcanheira, cotovelada, chave,
godeme, joelhada, leque, martelo, mortal, meia lua de compasso, meia lua de frente,
ponteira, palma, queixada, escorão, esporão, forquilha, galopante, sapinho, queda rins,
suicídio, telefone, voo de morcego, apanhada, arrastão, balão de lado, banda de costas,
benção, crucifixo, dentinho, gravata baixa, tesouras, arqueado, baiana, balão cinturado,
banda traçada, cruz, cruzilha, gravata alta, rasteiras, vingativa.
1.4. Musicalidadade
Os instrumentos tradicionais são berimbau, pandeiro, reco-reco, agogô atabaque e
o caxixi. O berimbau é um instrumento feito de uma velha de madeira tradicionalmente
à deriva com arame de aço e a caixa de ressonância é chamada de cabaça. O pandeiro
é um instrumento de percussão e na capoeira é utilizado mais responder do couro fino,
não só por causa da tradição dos velhos capô eles, mas também pelo som que ele
produz. O reco-reco é um instrumento de som primitivo fez combo é feito gomo de
bambu com sucos transversais sobre o qual se passeia uma haste de metal. A agogô,
é um instrumento musical de percussão e é feito de ferro e foi introduzido no Brasil por
via africana. O atabaque instrumentos de percussão feito de couro é utilizado em
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cerimônias afro-brasileiros e eles também são frequentemente encontrados nas rodas
de capoeira. O caxixi é um pequeno chocalho, feito de palha trançada com a base da
cabaça e cortado em forma circular e a parte superior é reta, terminando com uma alça
dessa mesma palha, normalmente o caxixi é tocado com a mão que segura a baqueta
juntamente com a pessoa que está tocando berimbau.
1.4.1. Capoeira Angola
A formação da orquestra na capoeira Angola, seria nesta disposição da esquerda
para a direita: atabaque, berimbau gunga, berimbau médio, berimbau viola, pandeiro,
agogô e reco reco. Os toques de Berimbau mais utilizados na capoeira Angola são:
Angola, São Bento Pequeno de Angola, São Bento Grande de Angola, Idalina, Santa
Maria, Amazonas.
1.4.2. Capoeira Regional
A orquestra da capoeira Regional é formada por dois pandeiros e um berimbau. Os
toques de Berimbau utilizados na roda são: O São Bento Grande de Regional, que é o
toque principal - a Banguela, que é o toque lento, a Iúna, que é o toque para alunos
formados, com a obrigação de realizar pelo menos um movimento da cintura desprezada
e os outros toques comuns como a Cavalaria, Amazonas, Idalina etc. O hino da capoeira
Regional é o toque de Apanha a laranja no chão Tico-Tico.
1.5. Graduação
1.5.1. Capoeira Angola
Não existe graduação em forma de cordões na capoeira Angola
1.5.2. Capoeira Regional
Consiste em lenços amarrados no pescoço pela madrinha usados somente em
época de formatura. Os lenços eram azuis, para os formados: vermelho e amarelo, para
os especializados e finalmente o lenço branco para o mestre.

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 1.6. Vestimentas
1.6.1. Capoeira Angola
Em homenagem ao mestre Pastinha, os angoleiros usam a calça preta e camisa
amarela. Cores do time Ypiranga que era a paixão do mestre.
Foto 01: Capoeira Angola

Fonte: TodaBahia, 2016.

1.6.2. Capoeira Regional
O uniforme usado é calça branca e camisa branca sem o calçado.
Foto 02: Capoeira Regional

Fonte: TodaMateria, 2008.

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2. CONCLUSÃO
Símbolo de resistência, a capoeira mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e
música, engrandecendo a história brasileira e dos seus povos.
Popularmente conhecida, têm duas grandes referências Mestre Pastinha e Bimba
que são reconhecidos pela capoeira Angola e Regional, respectivamente. Esses dois
modos de se praticar capoeira apresentam diferentes formatos, desde os seus
movimentos, misticimos/religiosidade, forma de praticar, ritmos, musicidade, vestimenta
e símbolos de graduação..
Dessa forma, a capoeira se sagra como uma modalidade esportiva que possibilita a
integralização dos seus conteúdos indicando um grande instrumento de educação e
integração social, para os mais diferentes tipos de público (homens, mulheres, crianças,
adultos, idosos). Possibilitando uma apropriação cultural e a criação de laços com a
história de nossos antepassados de forma única e diversificada.

“A Capoeira é luta de bailarinos. É dança de gladiadores. É duelo de camaradas. É jogo, é bailado, é

disputa – simbiose perfeita de força e ritmo, poesia e agilidade. Única em que os movimentos são
comandados pela música e pelo canto. A submissão da força ao ritmo. Da violência à melodia. A
sublimação dos antagonismos. Na Capoeira, os contendores não são adversários, são ‘camaradas’.
Não lutam, fingem lutar. Procuram – genialmente – dar a visão artística de um combate. Acima do
espírito de competição, há neles um sentido de beleza. O capoeirista é um artista e um atleta, um
jogador e um poeta ao mesmo tempo”.
Dias Gomes

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 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Helio José Bastos Carneiro de. Capoeira na escola. EDUFBA, 2001.

MATTOS, Carmem Lúcia Altomar et al. Capoeira na escola. Virtú. Abril, 2010.
Disponível em: http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/04/artigo-2a36.pdf.

OLIVEIRA, J. P., and LEAL, L. A. P. Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a

história social da capoeira no Brasil [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, 200 p.
ISBN: 978-85-232-1726-6. Available from: doi: 10.7476/9788523217266. Also available
in ePUB from: http://books.scielo.org/id/96v9g/epub/oliveira-9788523217266.epub

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