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A capoeira ou capoeiragem1 é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte,

cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos,
é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras,
além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.[carece de fontes]

Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade.
Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os
instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado
incompleto.[carece de fontes] Outras expressões culturais, como o maculelê e o samba de roda, são muito
associadas à capoeira, embora tenham origem e significados diferentes.

Origem

No século XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a
iniciação das jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n'golo (que significa "zebra" na língua
quimbunda). Dentro da cerimônia, os homens disputavam uma competição de luta animada pelo toque de
atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário. O vencedor tinha o
direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida
adulta. Com a chegada dos invasores portugueses e a escravização dos povos africanos, esta modalidade
de luta foi trazida, através do porto de Benguela, para a América, especialmente para o Brasil, onde se
fixou a maior parte dos escravos africanos trazidos à América 5 .

No Brasil, assim como no restante da América, os escravos africanos eram submetidos a um regime de
trabalho forçado. Eram também forçados à adoção da língua portuguesa e da religião católica. Como
expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os escravos passaram a praticar
a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo
que vem do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que eram
queimados ou cortados para abrir terreno para as plantações dos índios)6 .

A partir do século XVI, Portugal começou a enviar escravos para as suas colônias, provenientes
primariamente da África Ocidental. O Brasil, com seu vasto território, foi o maior receptor da migração
de escravos, com quase quarenta por cento de todos os escravos enviados através do Oceano Atlântico.
Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos grupos sudanês (composto
principalmente pelos povos Iorubá e Daomé), guineo-sudanês, dos povos Malesi e hauçá e do grupo
banto (incluindo os congos, os quimbundos e os Kasanjes), provenientes dos territórios localizados
atualmente em Angola, Congo e Moçambique.[carece de fontes]

A capoeira ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere
ao período compreendido entre o seu surgimento e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros
registros confiáveis com descrições sobre sua prática. 7 No século XVI, Portugal tinha um dos maiores
impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para suprir este
déficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas,
algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos. 8A principal
atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses
estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O escravo, vivendo em
condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar à exaustão, frequentemente sofrendo castigos
e punições físicas.8 Mesmo sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre
escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se encontravam desencorajavam
os escravos a rebelar-se. Neste meio, começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate,
surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido,
totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães do mato,
sempre armados e montados a cavalo.

O berimbau é um instrumento de corda de origem angolana1 , também conhecido como berimbau de


peito em Portugal ou como hungu em Angola1 e em grande parte do continente africano. Em Angola,
também é conhecido por m'bolumbumba e é utilizado entre os quimbundos, ovambos, nyanekas, humbis
e khoisan2 .
Este instrumento foi levado pelos escravos angolanos para o Brasil, onde é utilizado para acompanhar
uma dança/luta acrobática chamada capoeira1 .

No sul de Moçambique, tem o nome de xitende.

No Brasil, também é conhecido por urucungo, urucurgo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo,
ricungo, berimbau metalizado, gobo, marimbau, bucumbumba, bucumbunga, gunga, macungo,
matungo, mutungo, aricongo, arco musical e rucumbo. O instrumento é conhecido por ser tema de
uma canção popular de Baden Powell de Aquino, grande violonista brasileiro. A letra da música foi
escrita por Vinícius de Moraes. Considerado um dos maiores percussionistas do planeta, Naná
Vasconcelos especializou-se em instrumentos brasileiros, em especial o berimbau, inclusive expandindo a
sua técnica. Preservado na Bahia até o presente, o berimbau sempre foi um souvenir típico do estado,
vendido aos turistas muito mais como adorno que como instrumento - colorido e enfeitado, bem diferente
daquele que os capoeiristas utilizam.

Descrição

É constituído por uma vara em arco, de madeira ou verga, com um comprimento aproximado de 1,50
metros a 1,70 metros e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Na sua base, é amarrada
uma cabaça (da planta Crescentia cujete, não de Lagenaria vulgaris) com o fundo cortado que funciona
como caixa de ressonância. O tocador de hungo usa a mão esquerda para sustentar o conjunto e pratica
um movimentos de vai e vem contra o ventre, utilizando uma pedra ou uma moeda (dobrão), para
pressionar o fio. A mão direita, com uma varinha, percute a corda. É usado também o Caxixi, que é um
pequeno chocalho preso aos dedos do tocador.

Estima-se que o arco musical tenha surgido por volta de 1500 a.C.. Instrumentos derivados do arco foram
encontrados nas mais diversas regiões do mundo, como no Novo México, na Patagônia, na África e em
civilizações antigas, entre elas a egípcia, a fenícia, a hindu, a persa e a assíria.[carece de fontes] Há registos do
hungu, da forma que conhecemos hoje, desde tempos primitivos, em Angola5 .

Da África, o berimbau foi levado ao Brasil pelos escravos africanos, acabando por ser incorporado na
prática da arte marcial afro-brasileira conhecida como capoeira, na qual o som do berimbau comanda o
ritmo dos movimentos do capoeirista. Contudo, no Brasil o instrumento acabou por se disseminando para
outras manifestações culturais, como na música popular brasileira do guitarrista Baden Powell e do
compositor Vinícius de Morais.

O berimbau é um elemento fundamental na capoeira, sendo reverenciado pelos capoeiristas antes de


iniciarem um jogo. Alguns o consideram um instrumento sagrado. Ele comanda a roda de capoeira, dita o
ritmo e o estilo de jogo. São dados nomes às variações de toques mais conhecidas, e quando se toca
repetidamente um mesmo toque, diz-se que está jogando a capoeira daquele estilo. As variações mais
comuns são "Angola" e "São Bento Grande".

Na capoeira, até três berimbaus podem ser tocados conjuntamente, cada um com uma função mais ou
menos definida.

 O gunga toca a linha grave, raramente com improvisações. O tocador de berra-boi no começo
de uma roda de capoeira geralmente é seu líder, sendo seguido pelos outros instrumentos. O
tocador principal do gunga geralmente também lidera a cantoria, além de convidar os
jogadores ao "pé do berimbau" (para inciarem o jogo).

 o médio complementa o gunga. Por exemplo, enquanto o gunga toca um padrão simples de
oito unidades (xxL.H.H.), o médio pode tocar uma variação de dezesseis unidades
(xxL.xLHL|.xL.H.H.). O diálogo entre o gunga e o médio caracteriza o toque. No toque São Bento
Pequeno, o médio inverte a melodia do gunga (xxH.L...), com alguma improvisação.

 O viola toca a maioria das improvisações dentro do ritmo definido pelos outros dois. O tocador
do violinha harmoniza e quebra para acentuar as músicas.
Não há muitas regras formais no toque do berimbau na capoeira, sendo que cada mestre de roda
determina a interação entre seus músicos. Alguns preferem todos os instrumentos em uníssono, ao passo
que outros dividem os tocadores entre iniciantes e avançados, requerendo dos últimos variações mais
complexas.

A afinação na capoeira é escarçamente definida. O berimbau é um instrumento microtonal, e pode


ser afinado na mesma altura, variando apenas no timbre. A nota baixa do médio é afinada com a
nota alta do gunga, o mesmo se procedendo em relação ao violinha para com o médio. Outros
gostam de afinar o

A Técnica do Berimbau na Capoeira

Segura-se o berimbau com uma das mãos, à altura da cabaça; com a mesma mão, segura-se a moeda ou
uma pedra de areia lavada que, durante o toque do instrumento, será, várias vezes, pressionada contra o
arame, de forma a modificar o tom do berimbau. A cabaça posiciona-se à altura do abdome do tocador,
pois este modifica-lhe o som, quando aproxima ou afasta a cabaça de seu corpo. Com a vareta na outra
mão, executam-se as batidas no arame; e, na mesma mão da vareta, o tocador segura o caxixi, de forma a
preencher o som da batida da vareta com o som do caxixi: uma espécie de chocalho

mestre de roda.

Em 1826, o artista francês Jean Baptiste Debret retratou um tocador de berimbau em "Joueur
d'Uruncungo".

Notação

A maioria dos toques de capoeira deriva de uma estrutura básica de oito unidades: xxL.L.L.

Legenda

. = pausa
x = zumbido
L = tom baixo
H = tom alto
(...) = compasso de 2 ou 4 batidas, 8 a 16 subdivisões/unidades
(..|..) = dois ou mais compassos
(Nota: todos os caracteres possuem o mesmo tempo)

A Técnica do Berimbau na Capoeira

Segura-se o berimbau com uma das mãos, à altura da cabaça; com a mesma mão, segura-se a moeda ou
uma pedra de areia lavada que, durante o toque do instrumento, será, várias vezes, pressionada contra o
arame, de forma a modificar o tom do berimbau. A cabaça posiciona-se à altura do abdome do tocador,
pois este modifica-lhe o som, quando aproxima ou afasta a cabaça de seu corpo. Com a vareta na outra
mão, executam-se as batidas no arame; e, na mesma mão da vareta, o tocador segura o caxixi, de forma a
preencher o som da batida da vareta com o som do caxixi: uma espécie de chocalho

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