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Biologia 

BIOLOGIA MARINHA
Por  Joice Silva de Souza
Mestre em Dinâmica dos Oceanos e da Terra (UFF, 2016)
Graduada em Biologia (UNIRIO, 2014)

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Cobrindo aproximadamente 71% da superfície terrestre,


os oceanos são considerados o ponto de partida da vida na
Terra, e abrigam uma alta diversidade de espécies até os dias
atuais. Estes organismos, e tantos outros ainda
desconhecidos, são o foco de estudo da Biologia Marinha,
ciência que compreende os seres marinhos, suas interações
entre si e com o meio ambiente.

A biologia marinha consiste no estudo dos organismos que


vivem em meio aquático salino, seja nos oceanos, estuários
ou áreas costeiras. Para tal, esta ciência adotou o uso
do método científico, a fim de reduzir possíveis erros de
pesquisadores na descoberta e avaliação de padrões naturais.
Este método consiste basicamente de três etapas: a primeira
baseia-se na caracterização de um problema, por meio de
repetidas observações na natureza; a segunda, consiste na
formulação de uma hipótese, ou seja, uma explicação teórica
sobre o padrão observado; por fim, a terceira etapa consiste
no teste de hipótese, determinando, em um grau de confiança
estipulado, se esta é válida ou não (i.e. se o padrão analisado
é o mais comum na natureza). Além dessas etapas, o método
científico também possibilita predições, ou seja, inferências
sobre possíveis desdobramentos futuros, produzidas a partir
das observações em meio natural. Tais predições geralmente
são reproduzidas em ambiente controlado (i.e. laboratório),
para que ocorra o teste de hipótese.
Diversidade de espécies marinhas. Foto: Ethan Daniels / Shutterstock.com
A observação da vida marinha ocorre por meio de diferentes
metodologias, que devem ser adequadas ao grupo que se
pretende estudar. Entre os métodos mais recorrentes, pode-
se citar o uso de redes de arrasto para captura de peixes;
redes manuais e cilindros para a coleta de plâncton; a
realização de censos visuais por mergulhadores para
investigação da flora e fauna subaquática; e, mais
recentemente, a utilização de veículos operados remotamente
(em inglês, ROV) e imagens de satélite, para mapear e
rastrear os diferentes ambientes marinhos e os organismos
que nestes habitam.

Englobando uma variedade de seres vivos, que vão desde o


microscópico plâncton até as magníficas baleias azuis, os
maiores animais do planeta, a biologia marinha consiste em
um extenso campo de estudo, dentro do qual foram criadas
várias subáreas. Dentre estas, pode-se destacar a
Microbiologia Marinha, que tem foco
nas bactérias, protozoários e pequenas algas, organismos
críticos para os processos biológicos que ocorrem nos
oceanos, especialmente para a produtividade; Recursos
pesqueiros e Aquicultura, que correspondem à criação e uso
sustentável dos peixes pela população humana; Ecologia
Marinha, que estuda as relações dos organismos marinhos
entre si e com o ambiente em que habitam; Etologia Marinha,
que estuda o comportamento dos animais em seu ambiente
natural; entre outros inúmeros campos de pesquisa, todos
com contribuição significativa para a compreensão desta
ciência.

Devido a recente atenção concedida às mudanças climáticas


globais, a biologia marinha encontra-se em expansão, visto
que é cada vez mais urgente compreender os processos que
regem os oceanos e seus organismos, devido ao impacto
direto que estes possuem na sobrevivência humana. A
qualidade do ar que respiramos, a disponibilidade de recursos
alimentares e a produção de compostos farmacêuticos, são
apenas alguns exemplos dos benefícios provenientes do
estudo desta ciência.

Referências:

Biologia Marinha. Pereira, R. C., & Soares-Gomes, A. (2002).


Rio de Janeiro: Interciência, 2, 608.

MarineBio: http://marinebio.org/oceans/marine-biology/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/biologia-marinha/

Arquivado em: Biologia, Biologia Marinha

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