Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de plantas:
controle genético, químico
e biológico, nas perspectivas
acadêmica e empresarial
Editores:
Humberson Rocha Silva
Larissa Cavalcante Almeida
Jonas Alberto Rios
Sami Jorge Michereff
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Agronomia
Sobre a Obra
Conselho Editorial: Prof. Humberson Rocha Silva, Ms. Larissa Cavalcante Almeida, Prof. Jonas Alberto Rios e
Prof. Sami Jorge Michereff
Projeto Editorial e Diagramação: @juliana.dias.designer - Juliana Dias
Imagem da Capa: Prof. Sami Jorge Michereff, Louise Larissa May De Mio e Leonardo Silva Boiteux
Apoio Financeiro: Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE, Proc.
ARC-0343-5.01/22)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Manejo de doenças de plantas [livro eletrônico] : controle genético, químico e biológico, nas
perspectivas acadêmica e empresarial / Humberson Rocha Silva...[et al.]. -- 1. ed. -- Recife, PE : Ed.
dos Autores, 2023. PDF.
Outros autores: Larissa Cavalcante Almeida, Jonas Alberto Rios, Sami Jorge Michereff. Bibliografia.
ISBN 978-65-00-60413-9
23-141622 CDD-635.9
Editores
Editores e Autores
Editores David Ferreira Duarte, Doutorando.
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Humberson Rocha Silva, Professor Dr. Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia, Recife,
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, PE, Brasil.
Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, E-mail: david.duarte.ferreira18@gmail.com
Recife, PE, Brasil. Delson Laranjeira, Professor Dr.
E-mail: humbersonrs@gmail.com UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia, Recife,
Larissa Cavalcante Almeida, Doutoranda. PE, Brasil.
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, E-mail: delson.laranjeira@ufrpe.br
Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade,
Recife, PE, Brasil. Edson Ampélio Pozza, Professor Dr.
E-mail: laris_almeida@yahoo.com.br UFLA - Universidade Federal de Lavras, Departamento
de Fitopatologia, Lavras, MG, Brasil.
Jonas Alberto Rios, Professor Dr. E-mail: edsonpozza@gmail.com
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, Elineide Barbosa de Souza, Professora Dra.
Recife, PE, Brasil. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco,
E-mail: jonasufrpe@gmail.com Departamento de Biologia, Área de Microbiologia, Reci-
fe, PE, Brasil.
Sami Jorge Michereff, Professor Dr. E-mail: elineide.souza@ufrpe.br
UFCA - Universidade Federal do Cariri, Centro de Ciên-
cias Agrárias e da Biodiversidade, Crato, CE, Brasil. Elliot Watanabe Kitajima, Professor Dr.
E-mail: sami.michereff@ufca.edu.br USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Fitopatologia e Nematologia, Piracicaba, SP, Brasil.
E-mail: ewkitaji@usp.br
Marco Aurélio Siqueira da Gama, Professor Dr. Tiago Silva Jorge, Doutorando.
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, UnB – Universidade de Brasília, Programa de Pós-Gra-
Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, duação em Fitopatologia, Brasília, DF, Brasil.
Recife, PE, Brasil. Email: tiagosiljorge@outlook.com
E-mail: marco.gama@ufrpe.br
Wagner Vicente Pereira, Dr.
Maria Esther de Noronha Fonseca, Pesquisadora Dra. UFPR – Universidade Federal do Paraná, Departamento
Embrapa Hortaliças, Empresa Brasileira de Pesquisa de Fitossanidade, Curitiba, PR, Brasil.
Agropecuária, Brasília, DF, Brasil. E-mail: wvpereira@hotmail.com
E-mail: maria.boiteux@embrapa.br
Welica Zaiana Bastos Rocha, Mestranda.
Maria Geane Fontes, Dra. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco,
UnB – Universidade de Brasília, Programa de Pós-Gra- Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia, Recife,
duação em Fitopatologia, Brasília, DF, Brasil. PE, Brasil.
E-mail: geane_fontes@yahoo.com E-mail: welica.bastos@gmail.com
Sumário
CAPÍTULO 1
CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO,
CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE
TO ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
CAPÍTULO 2
USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES
DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI
COMO ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
CAPÍTULO 3
FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL:
PASSADO, PRESENTE E FUTURO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
CAPÍTULO 4
MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO
COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
CAPÍTULO 5
PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO
DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CAPÍTULO 6
PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO
DE FITOBACTERIOSES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
CAPÍTULO 7
LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO
AOS PRODUTOS BIOLÓGICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
CAPÍTULO 8
USO DE MICRORGANISMOS ANTAGONISTAS NO MANEJO
DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
CAPÍTULO 9
PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO
DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
1
CAPÍTULO 1
CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF
TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
1. Introduction
As molecular parasites, curative methods are not effective for the control of plant
viruses such as the orthotospoviruses. In addition, there is an overall lack of efficiency
in cultural methods as well as chemical control strategies of the orthotospovirus vec-
tors. The unique biological properties of these plant viruses demand the implementa-
tion of preventive strategies to avoid pathogen establishment as well as to minimize di-
sease onset and development. In this scenario, genetic resistance to orthotospoviruses
and/or their vectors emerges as the most practical, efficient, and sustainable method
of control. A list of terms employed in the study of plant-virus interactions and plant
resistance to viruses is presented in Box 1.
7
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
Effectors: Pathogen molecules that alter host cell structure and function,
enabling colonization, infection, and systemic invasion via suppression of host
immunity component(s).
Effector-Triggered Immunity (ETI): The defense response based on the
recognition of the pathogen effectors, frequently culminating in a hypersensi-
tivity response.
Gene introgression: Transfer of genetic factors via either regular hybri-
dization or via cell biology techniques across close taxonomically related host
species/genera.
Gene silencing: Systems of host plant defense against viruses, which in-
volves the silencing of viral genes that are crucial to the infection process. These
mechanisms have been used in biotech strategies aiming to develop transgenic
plants with virus resistance.
Hypersensitive Responses (HR): Histological and biochemical modifica-
tions of a given plant tissue, resulting in localization and/or spatial restriction
of the challenging pathogen. HR is a type of programmed cell death. Phenotypic
expression of HR is usually characterized by local lesions and it is dependent
on multiple factors (e.g., cultivar, viral isolate, and environmental conditions).
Immunity: An absolute state of suppression of the viral infection. The vi-
rus cannot be detected in the plant cells after successive inoculations and/or
exposure to viruliferous vectors. Viral replication and/or translocation are not
detected, even in protoplast cells.
Isolate: A sample of the viral population taken and purified from either the
host plant or directly from the vector using biological and/or molecular strate-
gies for pathogen characterization and purification.
PAMP (Pathogen-Associated Molecular Pattern): Conserved molecular
patterns representing structural components of different etiological agents
(bacteria, fungi, viruses, and nematodes) which may be identified as elicitors
by the defense system of a given plant species.
PAMP-Triggered Immunity (PTI): System that plays a pivotal role as the
first layer of basal defense by preventing the colonization/invasion of a poten-
tial plant host by yet non-adapted pathogens.
Pathotype: A subdivision of viral variants in terms of their ability to infect
a given group of hosts (cultivars or related species), including host cultivars (=
differential cultivars) with well-characterized resistance factors.
Pattern-recognition receptors (PRRs): Cellular components able to de-
tect potential invasion and injuries induced by pathogens. Plant PRRs are either
surface-localized receptor kinases (RKs) or receptor-like proteins (RLPs) con-
taining various ligand-binding ectodomains that perceive PAMPs and DAMPs.
Resistance: The ability of accessions of a given host plant species to su-
ppress, reduce, or delay the injuries and damages caused by viruses. There are
degrees and/or levels of resistance, with immunity representing the strongest
phenotypic expression of this trait.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 8
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 9
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
receptors and protein-like receptors (Dodds & Rathjen, 2010; Box 1). Virus-derived
nucleic acid PAMPs may also elicit the Nuclear Shuttle Protein-Interacting Kinase
1 (NIK1)-mediated antiviral signaling pathway, suppressing global host translation
(Teixeira et al., 2019). Beside this, during PTI, the production of a series of defense
compounds can occur, which in synchronic combination with the expression of a
wide array of other resistance-related genes contribute to very effective defense
responses. However, throughout the co-evolutionary process, pathogens have
developed an arsenal of strategies to circumvent and/or suppress PTI, including
the synthesis of effector proteins (Box 1) that can alter the physiological state of the
host plant in their favor. On the other hand, natural genetic mutations in the host
plants have generated a specific set of effector recognition systems, activating ETI,
which is the second layer of plant defense (Box 1). ETI is based upon specific cellular
recognition of effector proteins of host-adapted pathogens. An effector-coding gene
(or its corresponding gene product) when detected by the host ETI is named as Avr
gene corresponding to the ones described in gene-for-gene systems (Jones & Dangl,
2006). Hormones are pivotal players in plant-virus interactions modulating viral
movement, replication, and systemic infection. Abscisic acid, salicylic acid, jasmonic
acid, ethylene, gibberellic acid, cytokinin, and brassinosteroids are examples of
phytohormones associated with plant response to pathogens (Zhao & Li, 2021). RNA
interference (RNAi) – Plants also developed a recognition system of nucleic acids of
their pathogens. During infection by both RNA and DNA viruses, Dicer-like proteins
detect double-stranded RNAs, cleaving them into fragments of 21-24 nucleotides.
These fragments named microRNAs (miRNA) or small interfering RNAs (siRNA) are
carried to argonaut proteins, forming the RNA-induced silencing complex (RISC) or
RNA-induced transcriptional silencing complex (RITS). The RISC complex recognizes
and cleaves the target sequence and triggers the post-transcriptional gene silencing
process, while the RITS complex either compresses (via histones) or methylates
DNA, triggering transcriptional gene silencing (Calil & Fontes, 2016). Counteracting
this resistance, plant viruses may encode viral suppressors of RNAi (VSRs) that can
disturb the plant RNA silencing pathway, overcoming this host defense. Some of these
silencing suppressors have been extensively studied in different viral species (e.g.,
NSs protein in Orthotospovirus; see sections below). Loss-of-susceptibility mutations
– As molecular parasites, all viruses require host factors for their infection (= “host
susceptibility factors”). Natural mutations in this subset of pivotal genes for virus
infection may also confer resistance to a wide range of viruses and their pathotypes.
Such natural sources of resistance are very interesting from the breeding standpoint
since they are often monogenic recessive and, in general, stable and durable (Pavan
et al., 2010).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 10
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 11
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
A B
C D
Figure 1. Transmission electron micrographs of foliar tissues of different host plants infected with
orthotospoviruses. A = tomato (Solanum lycopersicum L.) infected by tomato spotted wilt orthotos-
povirus (TSWV); B = Leaf chicory (Cichorium intybus L., Asteraceae) infected with groundnut ringspot
orthotospovirus – GRSV (Jorge et al., 2022); C = Chicory (Cichorium endivia L., Asteraceae) infected
by GRSV (Jorge et al., 2021), and D = bell-pepper (Capsicum annuum L.) infected with chrysanthe-
mum stem necrosis orthotospovirus – CSNV. Arrows indicate orthotospoviruses particles. (Source:
Elliot Watanabe Kitajima).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 12
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 13
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
Figure 2. Foliar and fruit symptoms induced by orthotospoviruses in tomatoes (left panel), in Capsi-
cum species (central panel), and in lettuce (right panel). (Sources: Mirtes F. Lima, Tiago S. Jorge and
Leonardo S. Boiteux).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 14
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
The syndrome known as “spotted wilt” is one of the most destructive viral dise-
ases of tomatoes and major outbreaks have been reported since 1930s in Brazil (Ki-
tajima, 2020). The predominant species causing “spotted wilt” are GRSV, TSWV, and
TCSV. Several sources of genetic resistance have been found in Solanum (Lycopersicon
section), especially in the germplasm of the wild tomato species S. peruvianum (Gordillo
et al., 2008; Dianese et al., 2011). The major resistance source thus far is the dominant
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 15
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
8.1.2. Viral outbreaks, germplasm screening, and classical tomato breeding in Brazil
The initial breeding efforts for orthotospovirus resistance in tomatoes were carried
out by the Instituto Agronômico de Campinas (IAC) in the 1970s with a focus on the de-
velopment of resistant fresh-market cultivars (Nagai, 1975; Lourenção et al., 1999). In
the early 1990s, a series of orthotospovirus outbreaks caused a great economic and in-
frastructural crisis in the tomato processing industry sector in the Brazilian Northeast.
In an attempt to minimize this crisis, Embrapa Vegetable Crops (CNPH) and the Instituto
Agronômico de Pernambuco (IPA) established a joint breeding program, which resulted
in the release of ‘Viradoro’, the first Orthotospovirus resistant cultivar for processing in
the country (Giordano et al., 2000). Despite its unquestionable utility, the Sw-5b gene
displays some significant limitations viz.: (1) resistance expression may be adversely af-
fected under high virus pressure or it does not express fully in regions with drastic fluc-
tuations between day and night temperatures; (2) phenotypic expression does not show
complete penetrance; and (3) some virus isolates may breakdown this resistance. For
these reasons, a search for new sources of broad-spectrum resistance genes has been
carried out (Dianese et al., 2011). Alternatively, strategies of artificial evolution used in
the Sw-5b gene lead to an improved resistance response to TSWV in tomatoes. The iden-
tification of key amino acid residues in the NSm protein followed by specific mutations
improved defense against resistance-breaking TSWV isolates (Huang et al., 2021).
Thus far, only the dominant Sw-5b gene confers resistance to GRSV isolates. A com-
prehensive set of analyses of differentially expressed genes (DEGs) was carried out du-
ring a compatible interaction between S. lycopersicum ‘Santa Clara’ and GRSV aiming to
elucidate the mechanisms of GRSV pathogenesis. These DEGs were grouped into three
major categories: “biological processes”, “molecular functions”, and “cellular com-
ponents”. DEGs involved in RNA silencing pathway as well as in association with cell
signaling, photosynthetic processes (chloroplasts, thylakoids, and photosystems), en-
doplasmic reticulum, Golgi complex, plasmodesmata, elongation factors, and cellular
detoxification were identified (Fontes, 2017).
The locus encompassing the Sw-5b gene on chromosome 9 was map-based cloned
and it was found to reside within a cluster of five analogous copies of the same ancestral
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 16
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
gene, named from Sw-5a to Sw-5e (Brommonschenkel, Frary & Tanksley, 2000; Spasso-
va et al., 2001). The Sw-5b gene belongs to the class of resistance genes termed CC-(NB-
-ARC)-LRR (Brommonschenkel, Frary & Tanksley, 2000). A comprehensive set of analy-
ses was also carried out demonstrating that Sw-5b is the single copy responsible for the
resistance phenotype (Spassova et al., 2001; Oliveira et al., 2018). Studies carried out to
elucidate the interaction of Sw-5b with viral proteins have shown that NSm (movement
protein) is the Avr-determinant of Sw-5b gene (Hallwass et al., 2014; Peiro et al., 2014).
The genomic information encompassing the Sw-5b locus enabled the development of a
functional, locus-specific, and codominant molecular marker system that has been used
in MAS worldwide (Figure 3; Dianese et al., 2010).
Figure 3. Left Panel: Agarose gel displaying the amplicon profiles of a codominant marker system
for the Sw-5b locus in tomato; IPA-5 (susceptible cultivar; sw-5b/sw-5b), ‘Duradoro’ (heterozygous
hybrid; Sw-5b/sw-5b) and ‘Tospodoro’ (homozygous dominant; Sw-5b/Sw-5b); M = 100 bp size
marker. Right Panel: Sequence alignment encompassing the region of Sw-5b locus amplified by the
PCR primers reported by Dianese et al. (2010). Nucleotides in red are conserved across 14 distinct
tomato accessions; whereas nucleotides in the white boxes are mutations and (-) signals are indi-
cating nucleotide deletions. The susceptible allele displays a large number of INDELs in comparison
with the genomic region of the resistant accessions (the first four lines in the top of the panel).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 17
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
TSWV and GRSV also induce severe symptoms in all Capsicum species, causing
serious economic losses. The first formal breeding initiative to develop Capsicum lines/
cultivars with resistance to Orthotospovirus species in Brazil was initiated in the 1980s
at Embrapa (Beek, 1987). Sources of resistance were identified in field and greenhouse
screenings (Beek, 1987; Boiteux et al., 1993). Capsicum chinense ‘PI 159236’ displayed
a typical HR with large local lesions upon mechanical inoculation with TSWV isolates
(Figure 4). Inheritance studies indicate that a dominant allele (named Tsw) controls
this HR only against TSWV isolates (Boiteux & Avila, 1994). However, the Tsw-mediated
resistance was not effective to GRSV and TCSV isolates upon mechanical inoculation
assays (Boiteux, 1995). In addition, the Tsw gene has its effectiveness compromised
when continuously exposed to temperatures above 32° C and plants heterozygous for
the Tsw locus have lower levels of resistance in comparison with homozygous lines
(Moury et al., 1998).
A B
Fonte: Leonardo S. Boiteux
Figure 4. Mechanical inoculation of the accession Capsicum chinense ‘PI 159236’ with tomato spot-
ted wilt orthotospovirus (TSWV) and groundnut ringspot orthotospovirus (GRSV) isolates. The ac-
cession ‘PI 159236’ is the source of the dominant allele Tsw, which controls a typical hypersensitive
response with large local lesions upon mechanical inoculation with TSWV isolates (left plant in the
Panel A and Panel B). However, the Tsw-mediated resistance is not effective against GRSV and to-
mato chlorotic spot orthotospovirus (TCSV) isolates, displaying systemic infection (right plant in the
Panel A).
8.2.2. Isolation and marker-assisted selection (MAS) of the Tsw gene in Capsicum
The Tsw allele was mapped to the distal portion of chromosome 10 and closely
linked molecular markers were identified (Jahn et al., 2000). Later, the Tsw gene was
map-based cloned and structural analyses indicated that it belongs to the class CC-
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 18
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
-NB-ARC-LRR of typical R-genes (Kim et al., 2017). Despite the similar action against
orthotospoviruses (especially TSWV), the Tsw and Sw-5b genes display substantial evo-
lutionary differences with a very low amino acid identity (<15%). Moreover, Tsw can
detect a distinct Avr factor, which is the NSs protein (de Ronde et al., 2013).
As mentioned, the Tsw gene is not effective against GRSV and TCSV isolates, being
highly effective only against Brazilian isolates of TSWV (Figure 4; Boiteux, 1995).
However, many TSWV isolates that are able to overcome the Tsw-mediated resistance
have been reported around the world (Kwon et al., 2021). The emergence of pathotypes
that suppress Tsw-mediated resistance might be explained by positive selection in NSs
protein as well as reassortment of one or more genomic segments (Kwon et al., 2021).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 19
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
species the accessions were exposed in those assays. Fontes et al. (2019) mechanically
inoculated lettuce seedlings of ‘PI 342444’ with seven isolates (three TSWV and four
GRSV isolates). Severe symptoms and positive serological results were obtained for the
susceptible lettuce control (cultivar ‘Vanda’), whereas ‘PI 342444’ plants did not exhi-
bit symptoms after inoculation with TSWV isolates. In contrast, all GRSV-inoculated ‘PI
342444’ plants displayed early onset of severe symptoms, indicating that this resistance
is not effective against this viral species. Therefore, an additional search for sources
of genetic resistance in lettuce germplasm effective against GRSV isolates is a major
breeding priority under Brazilian conditions since it is currently the predominant let-
tuce-infecting orthotospovirus in the country.
Natural sources of genetic resistance to GRSV were not identified in lettuce germ-
plasm thus far. Therefore, innovative approaches are necessary to solve this problem.
One promising genetic strategy is identifying and editing pivotal “host susceptibility
genes” utilized by this virus during infection. These host genes acting as facilitators
during the infection process can be recognized by their altered levels of expression in
RNAseq analyses (Puyam & Kaur, 2020), and can be targets of gene editing strategies
(see below). A similar set of analyses is now underway in the lettuce-GRSV pathosystem.
9.1. Transgenic approaches
Viral genes have been widely used in the development of resistant transgenic
plants (= “pathogen-derived resistance”) and have been effective in different pathosys-
tems (Goldbach, Bucher & Prins, 2003). Constructs with viral genes encoding the RNA-
-dependent RNA polymerase, protease, movement protein, satellite, and defective
RNAs in addition to non-coding regions of the viral genome have also been used with
varying degrees of success. Initially, viral gene expression was presumed to be neces-
sary for resistance to be effective. However, several results in recent years have shown
that post-transcriptional gene silencing (PTGS) may occur, which does not require full
gene expression.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 20
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
9.3. Cisgenic strategy
The mobilization of genes using genetic engineering techniques, both between
different accessions/cultivars from a single species and across related species (= ‘cis-
genesis’), may also be an interesting approach for controlling viral diseases (Jacobsen
& Schouten, 2007). Resistance genes against pathogens with a wide host range (such as
orthotospoviruses) can be transferred across host varieties, wild species, or even from
phylogenetically more distant taxonomic groups. For example, Picoli et al. (2006) used
this strategy with success to transfer Sw-5b gene from tomato to the eggplant, genera-
ting plants with resistance to TCSV.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 21
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
10. Final considerations
Resistance to orthotospoviruses and/or Thysanoptera vector species, when availa-
ble, is the most feasible disease control strategy. Therefore, significant research effort
has been devoted to this field. Great advances have been achieved using classical and
molecular breeding, however, the biggest obstacle for the breeding programs is yet to
identify and incorporate, on a large scale, multiple and/or large-spectrum resistance
factors into elite lines of these vegetable crops and in order to anticipate potential pro-
blems with a novel, emerging orthotospovirus-induced diseases.
11. References
ADAMS, M.J. et al. Changes to taxonomy and the International Code of Virus Classification and
Nomenclature ratified by the International Committee on Taxonomy of Viruses. Archives of
Virology, v. 162, p. 2505–2538, 2017.
ARAGÃO, F.; FARIA, J. First transgenic geminivirus-resistant plant in the field. Nature Biotech-
nology, v, 27, p. 1086–1088, 2009.
BEEK, M. A. Breeding for Resistance to Diseases in Horticultural Crops. Instituto Interameri-
cano de Cooperación para la Agricultura (IICA)/CATIE, 1987.
BEZERRA, I.C. et al. Increase of tospoviral diversity in Brazil with the identification of two new
tospovirus species, one from chrysanthemum and one from zucchini. Phytopathology, v. 89,
p. 823–830, 1999.
BOITEUX, L.S, et al. Sources of resistance to Tomato spotted wilt virus (TSWV) in cultivated and
wild species of Capsicum. Euphytica, v. 67, p. 89–94, 1993.
BOITEUX, L.S. Allelic relationships between genes for resistance to tomato spotted wilt virus in
Capsicum chinense. Theoretical and Applied Genetics, v. 90, p. 146–149, 1995.
BOITEUX, L.S.; GIORDANO, L.B. Genetic basis of resistance against two Tospovirus species in to-
mato (Lycopersicon esculentum). Euphytica, v.71, p. 151–154, 1993.
BOITEUX, L.S; DE ÁVILA, A.C. Inheritance of a resistance specific to tomato spotted wilt tospovi-
rus in Capsicum chinense ‘PI 159236’. Euphytica, v. 75, p. 139–142, 1994.
BOLLER, T.; FELIX, G.A. Renaissance of elicitors: Perception of microbe-associated molecular
patterns and danger signals by pattern-recognition receptors. Annual Review of Plant Bio-
logy, v. 60, p. 379–406, 2009.
BROMMONSCHENKEL, S.H., FRARY, A., TANKSLEY, S.D. The broad-spectrum tospovirus resis-
tance gene Sw-5 of tomato is a homolog of the root-knot nematode resistance gene Mi. Mole-
cular Plant-Microbe Interactions, v. 13, p. 1130–1138, 2000.
BUTKOVIĆ, A.; GONZÁLEZ, R.; ELENA, S.F. Revisiting Orthotospovirus phylogeny using full-geno-
me data and testing the contribution of selection, recombination and segment reassortment
in the origin of members of new species. Archives of Virology, v. 166, p. 491–499, 2021.
CALIL, I.P; FONTES, E.P.B. Plant immunity against viruses: Antiviral immune receptors in focus.
Annals of Botany, v. 119, p.711–723, 2016.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 22
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
CHO, J.J. et al. Conventional breeding: Host-plant resistance and the use of molecular markers
to develop resistance to Tomato spotted wilt virus in vegetables. Acta Horticulturae, v. 431,
p. 367–378, 1996.
CHOI, H.W.; KLESSIG, D.F. DAMPs, MAMPs, and NAMPs in plant innate immunity. BMC Plant
Biology, v. 16, p. 1–10, 2016.
COLARICCIO, A. et al. Tomato chlorotic spot virus (TCSV) in hydroponic-grown lettuce in São
Paulo state, Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 29, p.307–311, 2004.
COOPER J.I.; JONES, A.T. Responses of plant to viruses: Proposals for the use of terms. Phytopa-
thology, v. 73, p. 127–128, 1983.
DE RONDE, D. et al. Tsw gene‐based resistance is triggered by a functional RNA silencing su-
ppressor protein of the Tomato spotted wilt virus. Molecular Plant Pathology, v. 14, p. 405–415,
2013.
DE RONDE, D.; BUTTERBACH, P.; KORMELINK, R. Dominant resistance against plant viruses.
Frontiers in Plant Science, v. 5, p. 307, 2014.
DIANESE, E.C. et al. Development of a locus-specific, co-dominant SCAR marker for assisted-se-
lection of the Sw-5 (Tospovirus resistance) gene cluster in a wide range of tomato accessions.
Molecular Breeding, v. 25, p. 133–142, 2010.
DIANESE, E.C. et al. Search in Solanum (section Lycopersicon) germplasm for new sources of broa-
d-spectrum resistance to four Tospovirus species. Euphytica, v. 180, p. 307–319, 2011.
DODDS P.N.; RATHJEN, J.P. Plant immunity: Towards an integrated view of plant–pathogen inte-
ractions. Nature Review Genetics, v. 11, p. 439–548, 2010.
FONTES, M.G. Estudo da interação tospovírus–tomateiro: análise transcritômica, espectro
da resistência no acesso ‘PI 203230’ e identificação de novas hospedeiras de groundnut
ringspot virus (GRSV). 2017. Tese (Doutorado em Fitopatologia), Universidade de Brasília.
FONTES, M.G. et al. Phenotypic expression and species-specific reaction of Lactuca sativa ‘PI
342444’ to groundnut ringspot virus (GRSV) and tomato spotted wilt virus (TSWV) isolates.
European Journal of Plant Pathology, v. 155, p. 231–238, 2019.
FRASER, R.S.S. The genetics of resistance to plant viruses. Annual Review of Phytopathology,
v. 28, p. 179–200, 1992.
GARCIA-RUIZ, H. Susceptibility genes to plant viruses. Viruses, v. 10, p. 484, 2018.
GHILDIYAL, M.; ZAMORE, P.D. Small silencing RNAs: An expanding universe. Nature Review
Genetics, v. 10, p. 94–108, 2009.
GILBERTSON, R.L. et al. Role of the insect supervectors Bemisia tabaci and Frankliniella occiden-
talis in the emergence and global spread of plant viruses. Annual Review of Virology, v. 2, p.
67–93, 2015.
GIORDANO, L.B. et al. ‘Viradoro’: A tospovirus-resistant processing tomato cultivar adapted to
tropical environments. HortScience, v. 35, p.1368–1370, 2000.
GOLDBACH, R.; BUCHER, E.; PRINS, M. Resistance mechanisms to plant viruses: An overview.
Virus Research, v. 92, p. 207–212, 2003.
GÓMEZ, P. et al. Genetic resistance for the sustainable control of plant virus diseases: breeding,
mechanisms and durability. European Journal of Plant Pathology, v. 125, p. 1–22, 2009.
GORDILLO, L.F. et al. Screening two Lycopersicon peruvianum collections for resistance to tomato
spotted wilt virus. Plant Disease, v. 92, p. 694–704, 2008.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 23
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
HADIDI, A. et al. Next-generation sequencing and genome editing in plant virology. Frontiers in
Microbiology, v. 7, p. 1325, 2016.
HALLWASS, M. et al. The tomato spotted wilt virus cell‐to‐cell movement protein (NSm) triggers
a hypersensitive response in Sw‐5‐containing resistant tomato lines and in Nicotiana bentha-
miana transformed with the functional Sw‐5b resistance gene copy. Molecular Plant Patho-
logy, v. 15, p. 871–880, 2014.
HOU, S. et al. Damage-associated molecular pattern-triggered immunity in plants. Frontiers in
Plant Science, v. 10, p. 646, 2019.
HUANG, H. et al. Stepwise artificial evolution of a Sw-5b immune receptor extends its resistance
spectrum against resistance-breaking isolates of Tomato spotted wilt virus. Plant Biotechnolo-
gy Journal, v. 19, p. 2164–2176, 2021.
JACOBSEN, E; SCHOUTEN, H. Cisgenesis strongly improves introgression breeding and induced
translocation breeding of plants. Trends in Biotechnology, v. 25, p. 219–223, 2007.
JAHN, M. et al. Genetic mapping of the Tsw locus for resistance to the Tospovirus Tomato spotted
wilt virus in Capsicum spp. and its relationship to the Sw-5 gene for resistance to the same pa-
thogen in tomato. Molecular Plant Microbe Interactions, v. 13, p. 673–682, 2000.
JONES, J.; DANGL, J. The plant immune system. Nature, v. 444, p. 323–329, 2006.
JORGE, T.S. et al. First report of Cichorium endivia (Asteraceae) as a natural host of groundnut
ringspot orthotospovirus in Brazil. Plant Disease, v. 105, p. 714, 2021.
JORGE, T.S. et al. Natural infection of Cichorium intybus (Asteraceae) by groundnut ringspot virus
(Genus Orthotospovirus) isolates in Brazil. Plant Disease, v. 106, p. 2005, 2022.
KIM, S.B. et al. Divergent evolution of multiple virus-resistance genes from a progenitor in Capsi-
cum spp. New Phytologist, v. 213, p. 886–899, 2017.
KING, A.M. et al. Virus taxonomy: Ninth report of the International Committee on Taxonomy
of Viruses. Elsevier, 2011.
KITAJIMA, E.W. An annotated list of plant viruses and viroids described in Brazil (1926-2018).
Biota Neotropica, v. 20, p. e20190932, 2020. DOI 10.1590/1676-0611-BN-2019-0932.
KORMELINK, R. et al. The Bunyavirales: The plant-infecting counterparts. Viruses, v. 13, p. 842,
2021.
KWON, S.J. et al. Resistance-breaking tomato spotted wilt virus variant that recently occurred
in pepper in South Korea is a genetic reassortant. Plant Disease, v. 105, p. 2771–2775, 2021.
LIMA, M. et al. Doença vira-cabeça em alface: Sintomatologia, transmissão, epidemiologia e me-
didas de controle. Embrapa Hortaliças-Circular Técnica, 2016.
LIU, S-R et al. MicroRNA-mediated gene silencing in plant defense and viral counter-defense.
Frontiers in Microbiology, v. 8, p. 1801, 2017.
LOURENÇÃO, A.L. et al. Resistência de linhagens avançadas de tomateiro a tospovírus. Bragan-
tia, v. 58, p. 293–303, 1999.
MOURY, B. et al. High temperature effects on hypersensitive resistance to tomato spotted wilt
tospovirus (TSWV) in pepper (Capsicum chinense Jacq.). European Journal of Plant Patholo-
gy, v. 104, p. 489–498, 1998.
NAGAI, H. Resistência ao vírus de vira-cabeça em tomateiro derivado do cruzamento entre Lyco-
persicon esculentum e L. peruvianum. Revista de Olericultura, v. 15, p. 22–23, 1975.
NAGAI, H. PI 342517, uma introdução de alface com resistência ao vírus de vira cabeça. Horti-
cultura Brasileira, v. 7, p. 66, 1989.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 24
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
OLIVEIRA, A.S. et al. Characterization of bean necrotic mosaic virus: a member of a novel evolu-
tionary lineage within the genus Tospovirus. PLoS One, v. 7, e38634, 2012.
OLIVEIRA, A.S. et al. The Sw-5 gene cluster: Tomato breeding and research toward orthotospovi-
rus disease control. Frontiers in Plant Science, v. 9, p. 1055, 2018.
O’MALLEY, P.J; HARTMANN R.W. Resistance to tomato spotted wilt virus in lettuce. HortScience,
v. 24, p. 360–362, 1989.
PAPPU, H.R.; JONES, R.A.C.; JAIN, R.K. Global status of tospovirus epidemics in diverse cropping
systems: Successes achieved and challenges ahead. Virus Research, v. 141, p. 219–236, 2009.
PAVAN, S. et el. Loss of susceptibility as a novel breeding strategy for durable and broad-spec-
trum resistance. Molecular Breeding, v. 25, p. 1–12, 2010.
PAVAN, M.A. et al. Virus diseases of lettuce in Brazil. Plant Viruses, v. 2, p. 35–41, 2008.
PEIRO, A. et al. The movement protein (NSm) of Tomato spotted wilt virus is the avirulence de-
terminant in the tomato Sw-5 gene-based resistance. Molecular Plant Pathology, v. 15, p.
802–813, 2014.
PENG, Y.; VAN WERSCH, R.; ZHANG, Y. Convergent and divergent signaling in PAMP-triggered
immunity and effector-triggered immunity. Molecular Plant-Microbe Interactions, v. 31, p.
403–409, 2018.
PICOLI, E.A.T. et al. Resistance gene Sw-5 of tomato confers resistance to TCSV in Solanum melon-
gena. International Journal of Horticultural Sciences, v.12, p. 41–47, 2006.
PUYAM, A.; KAUR, K. Exploiting RNA interference mechanism in plants for disease resistance.
In: HAQ, I.U.; IJAZ, S. (ed.). Plant disease management strategies for sustainable agricul-
ture through traditional and modern approaches. Singapore: Springer, 2020. p. 217–236
QI, S. et al. Natural resources resistance to tomato spotted wilt virus (TSWV) in tomato (So-
lanum lycopersicum). International Journal of Molecular Sciences, v. 22, e10978. 2021.
REYES-CHIN-WO, S. et al. Genome assembly with in vitro proximity ligation data and
whole-genome triplication in lettuce. Nature Communications, v.8, e14953, 2017.
DOI 10.1038/ ncomms14953.
ROSELLÓ, S.; DÍEZ, M.J.; NUEZ, F. Genetics of tomato spotted wilt virus resistance coming from
Lycopersicon peruvianum. European Journal of Plant Pathology, v.104, p. 499–509, 1998.
ROTENBERG, D.; WHITFIELD, A.E. Molecular interactions between tospoviruses and thrips vec-
tors. Current Opinion in Virology, v. 33, p. 191–197, 2018.
RYBICKI, E.P.A. Top ten list for economically important plant viruses. Archives of Virology, v.
160, p. 17–20, 2015.
SIMKO, I.; RICHARDSON, C.E.; WINTERMANTEL, W.M. Variation within Lactuca spp. for resistan-
ce to impatiens necrotic spot virus. Plant Disease, v. 102, p. 341–348, 2018.
SPASSOVA, M.I. et al. The tomato gene Sw5 is a member of the coiled coil, nucleotide binding,
leucine-rich repeat class of plant resistance genes and confers resistance to TSWV in tobacco.
Molecular Breeding, v.7, p. 151–161, 2001.
STEVENS, M.R.; SCOTT, S.J.; GERGERICH, R.C. Inheritance of a gene for resistance to tomato
spotted wilt virus (TSWV) from Lycopersicon peruvianum Mill. Euphytica, v. 59, p. 9–17, 1992.
TEIXEIRA, R.M. et al. Virus perception at the cell surface: revisiting the roles of receptor‐like ki-
nases as viral pattern recognition receptors. Molecular Plant Pathology, v. 20, p. 1196–1202,
2019.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 25
CAPÍTULO 1 - CLASSICAL AND BIOTECHNOLOGICAL BREEDING OF TOMATO, CAPSICUM, AND LETTUCE FOR RESISTANCE TO
ORTHOTOSPOVIRUSES IN BRAZIL
VAN ZIJL, J.J.B.; BOSCH, S.E.; COETZEE, C.P.J. Breeding tomatoes for processing in South Africa.
Acta Horticulturae, v. 194. p. 69–76, 1985.
ZHAO, S.; LI, Y. Current understanding of the interplays between host hormones and plant viral
infections. PLoS Pathogens, v. 17, e1009242, 2021.
ZIPFEL, C. Pattern-recognition receptors in plant innate immunity. Current Opinion in Immu-
nology, v. 20, p. 10–16, 2008.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 26
2
CAPÍTULO 2
USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE
RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO
ESTUDO DE CASO
1. Introdução
A população mundial mais do que dobrou nos últimos 50 anos e estima-se que
passará de nove bilhões em 2050 (FAO 2022). O crescente aumento populacional exige
um aumento constante da produção agrícola, a qual vem sendo dificultada pelas alte-
rações climáticas e o surgimento de novas doenças, assim como alterações genéticas
nos patógenos, resultando na perda de fontes de resistência anteriormente eficazes. O
Brasil é um dos maiores produtores mundiais de grãos. Na safra 2020/2021 foram pro-
duzidas aproximadamente 246.150 mil toneladas, em uma área de 66.364 mil ha, Com
destaque para produção de soja e o milho, que juntos produziram mais de 225.000 mil
ha (CONAB, 2022). Apesar da elevada produção de grãos, fatores bióticos e abióticos
ainda causam grandes perdas na produtividade e, consequentemente, na produção
final. Em escala global, pragas e doenças de plantas são responsáveis por reduzirem a
produção das cinco principais culturas alimentares (trigo, arroz, milho, batata e soja)
de 10% a 40% (Savary et al., 2019).
A resistência genética é uma estratégia de controle eficaz para o controle de do-
enças de plantas. Em alguns casos, o uso de cultivares resistentes é a única medida de
controle de doenças disponível. Além disso, o uso de cultivares com resistência genéti-
ca apresenta baixo custo, menor impacto ambiental e de fácil utilização pelos agricul-
tores (Lopes & Boiteux, 2012).
Resistência é definida como a capacidade que uma planta possui de suprimir, re-
tardar ou prevenir, a penetração e desenvolvimento de um patógeno em seus tecidos
(Ribeiro do Vale, Parlevliet & Zambolim, 2001). Atualmente, diversos termos têm sido
empregados para definir a resistência (horizontal, raça não específica, multigênica,
quantitativa, qualitativa, parcial, genes de efeito menor, vertical, raça específica, genes
de efeito maior). Geneticamente, esta variação de termos pode ser simplificada pelo
agrupamento em dois termos genéricos: raça específica (gene de efeito principal) e
raça não específica. Assim, a resistência raça específica é governada por poucos ge-
nes de efeito maior, sendo geralmente associada ao paradigma da teoria gene-a-gene
(Flor, 1956). Por outro lado, a resistência não específica (efetiva contra todas as raças
do patógeno), pode ser considerada multigênica, sendo governada por vários genes de
efeito menor (Parlevliet, 1993). A resistência vertical ou de raça específica é qualitativa
27
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 28
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
3. Bancos de germoplasmas
Germoplasma é o material genético de um indivíduo que pode ser transmitido,
sexualmente ou somaticamente, de uma geração para outra. De um modo geral, o ger-
moplasma pode representar uma espécie, população, indivíduo nativo, híbrido ou cul-
tivar. A conservação de germoplasma pode assumir muitas formas, mas geralmente é
classificada como “in situ”, em áreas naturais ou manejadas, ou “ex situ”, em bancos
de sementes, repositórios de tecidos ou jardins botânicos. Ele deve ser coletado, arma-
zenado e gerenciado para que mantenha sua utilidade, ou seja, viabilidade, quantida-
de e diversidade para o uso pretendido. Os objetivos da conservação de germoplasmas
vegetais são variados e incluem o melhoramento de plantas para a agricultura, bem
como a restauração de habitats danificados (Offord, 2017).
Os bancos ou coleções de germoplasmas podem ser classificados em “bancos de
base” ou em “bancos ativos”. Os primeiros são aqueles em que se conserva o germo-
plasma em câmaras frias (conservação de 1 °C até -20 °C), “in vitro” (conservação de
partes vegetais em meio de cultura de crescimento) ou em criopreservação (conser-
vação em nitrogênio líquido a -196 °C), por longos prazos, podendo até mesmo ficar
longe do local de trabalho do melhorista genético. São considerados “ativos” aqueles
que estão próximos ao pesquisador, nos quais ocorre o intercâmbio de germoplasma
e plantios frequentes para caracterização, o que proporciona a conservação apenas a
curto e médio prazos. Essas coleções visam garantir a diversidade genética, de multi-
plicá-las, distribuí-las aos usuários, e promover sua caracterização por diferentes me-
todologias. Os Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) apresentam acessos de uma ou
de poucas culturas, não sendo viável o armazenamento de acessos de muitas espécies
(Engelmann, 2012; Priyanka et al., 2021).
4. Germoplasmas crioulos
Germoplasmas crioulos são aqueles que não sofreram alteração genética através
de técnicas de melhoramento genético tradicional. Entretanto, estes materiais vêm
passando por modificações por meio de cruzamentos e seleções naturais, e são esco-
lhidos de forma natural pelos agricultores, por causa das características morfológica
das plantas e dos grãos, e de suas características de culinária (Dwivedi et al., 2016; Ca-
sañas et al., 2017). Esses germoplasmas são genótipos rústicos de uma planta adapta-
da ao agroecossistema ou ambiente agrícola do seu local de origem, e estão associados
a sistemas agrícolas tradicionais, onde foram utilizadas e guardadas por agricultores
ao longo do tempo (Fonseca et al., 2015).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 29
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
5.1. Importância do feijão-caupi
O feijão-caupi, também conhecido como caupi, feijão-de-corda, feijão-fradinho
ou feijão-macassar (Freire Filho, Cardoso & Araújo, 1983), é uma planta dicotiledônea,
que pertence à ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae, tribo Phaseo-
leae, subtribo Phaseolinea, gênero Vigna e espécie Vigna unguiculata (L.) Walp. e subes-
pécie unguiculata (Freire Filho et al., 2011). Originado do continente africano, foi intro-
duzido no Brasil no século XVI pelos colonizadores portugueses, mais precisamente
no estado da Bahia, de onde passou a ser cultivado em todo país (Freire Filho, 1988).
A cultura do feijão-caupi é considerada estratégica para muitas regiões tropicais
e subtropicais no mundo, pois apresenta alta rusticidade e adaptação às condições ad-
versas, como baixa disponibilidade de água e solos de baixa fertilidade natural (Freire
Filho & Costa, 2020).
O feijão-caupi possui alto valor nutricional, exercendo papel importante na ali-
mentação de muitas famílias de baixa renda, em regiões da África, Ásia e América do
Sul. No Brasil, esta cultura apresenta grande importância nas regiões Norte e Nordes-
te. Os grãos são ricos em proteína e carboidratos, contém todos os aminoácidos essen-
ciais, além de possuir baixo teor de gordura (Frota, Soares & Arêas, 2008; Santos et al.,
2009). Os grãos de feijão-caupi, secos ou verdes, podem ser consumidos “in natura”,
na forma de conserva ou desidratado. Além disso, as plantas podem ser utilizadas na
alimentação animal ou como adubo verde na agricultura (Dutra & Teófilo, 2007; Santos
et al., 2017).
Dados disponíveis apontam o continente africano como o maior produtor mun-
dial de grãos de feijão-caupi, sendo responsável por aproximadamente 96,8 % da pro-
dução, seguido pela Ásia, América do Sul e Europa (FAO, 2022). No Brasil, o feijão-cau-
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 30
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
pi é cultivado principalmente nas regiões Norte e Nordeste, porém, nos últimos anos
tem sido cultivado na região Centro-Oeste no período de safrinha, com uma grande
produção no estado de Mato Grosso (Freire Filho et al., 2011; Silva, Rocha & Menezes
Júnior, 2016). Na safra 2021/2022, o Brasil produziu 716,9 mil toneladas de feijão-
-caupi, em área de 1.357,4 mil hectares (ha), com produtividade de 528 kg/ha. O Nor-
deste brasileiro é a principal região produtora de feijão-caupi do país, com 426,8 mil
toneladas produzidas em 1.068 mil ha e produtividade de 400 kg/ha. O estado do Ce-
ará se destacou como o principal estado produtor de feijão-caupi na safra 2020/2021,
com área cultivada de 386,2 mil ha, produção de 118,9 mil toneladas e produtividade
de 308 kg/ha (CONAB, 2022).
No Brasil, o feijão-caupi geralmente é cultivado em monocultivo ou em consórcio.
No consórcio do feijão-caupi, existem várias culturas podem ser utilizadas. A mais co-
mum é milho, mas também é consorciado com sorgo, arroz, algodão herbáceo e man-
dioca. Os consórcios também podem ser realizados com plantas perenes, desde que
dentro de um arranjo sustentável, como cajueiro, citros, mangueira e bananeira (Car-
doso, Ribeiro & Câmara, 2017).
O potencial produtivo do feijão-caupi para o Nordeste brasileiro é indiscutível,
mas a produtividade é baixa quando comparada ao obtido nas regiões Norte (722 kg/
ha) e Centro-Oeste (1.095kg/ha) (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, 2022). Vários fatores
contribuem para essa baixa produtividade, destacando-se a instabilidade pluviomé-
trica, o baixo emprego de tecnologia, a utilização de cultivares com potencial genético
reduzido e a ocorrência de doenças e pragas (Pereira et al., 2001; Athayde Sobrinho,
2016; Silva, Rocha & Menezes Junior, 2016).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 31
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 32
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 33
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
sofreram pouca seleção, podem apresentar uma base genética mais ampla e contribu-
írem substancialmente com o melhoramento da espécie (Carvalho et al., 2017).
O feijão-caupi possui enorme variedade de germoplasmas dentro da sua espécie,
desde cultivares comerciais a germoplasmas crioulos. Muitos desses germoplasmas
são conservados em bancos de germoplasmas, que preservam essa diversidade, sen-
do utilizados com fontes de novas características desejadas em estudos de melhora-
mento de plantas, como exemplo, novas fontes de resistência a patógenos de plantas
(Freire Filho et al., 2011).
O Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA), localizado na Nigéria, é
responsável por manter um dos maiores bancos de germoplasma de feijão-caupi do
mundo. Alguns estudos indicam que o banco de germoplasma do IITA abriga mais de
17.000 acessos de feijão-caupi, contribuindo de forma ativa com o melhoramento de
cultivares dessa leguminosa (Kouakou et al., 2022). No Brasil, existem bancos de ger-
moplasmas de feijão-caupi na Embrapa Meio-Norte (CPAMN, Teresina, PI), em univer-
sidades federais, em instituições estaduais de pesquisa agropecuária e em casas de
sementes mantidas por agricultores (Teófilo et al., 2013; Santos et al., 2016; Santana
et al., 2019).
Em se tratando de melhoramento quanto à resistência as doenças, os programas
dão atenção a essas características, mas não como objeto principal de seleção (Freire
Filho et al., 2011). Isso pode ocorrer porque as doenças não apresentam distribuição
generalizada nas regiões produtoras (Athayde Sobrinho, 2016). No entanto, o comple-
xo de patógenos habitantes do solo e causadores de doenças radiculares, dentre os
quais o gênero Macrophomina, merece maior destaque nos programas de melhoramen-
to devido à sua grande importância (Freire Filho, Lima & Ribeiro, 2005).
Alguns estudos foram realizados para a identificação de fontes de resistência à M.
phaseolina em feijão-caupi (Rodrigues et al., 1997; Athayde Sobrinho, 2004; Noronha et
al., 2012; Oladimeji, Balogun & Busayo, 2012; Lima et al., 2017), mas todos avaliaram
cultivares comerciais ou linhagens em estádios avançados de melhoramento genéti-
co, não constatando materiais com elevados níveis de resistência ao patógeno. Estes
estudos evidenciaram a dificuldade de obtenção de fontes genéticas resistentes à M.
phaseolina em cultivares comerciais ou linhagens avançadas. Nesse contexto, a pros-
pecção de fontes de resistência em germoplasmas crioulos de feijão-caupi pode ser
uma alternativa.
Até o momento, somente um estudo foi realizado para prospecção de fontes de
resistência à podridão cinzenta do caule em germoplasmas crioulos de feijão-caupi
(Silva, 2021). Nesse estudo, foi avaliada a reação de 65 germoplasmas tradicionais e
sete cultivares comerciais de feijão-caupi a três isolados de M. phaseolina. Os germo-
plasmas crioulos foram coletados em feiras livres, casas de sementes e proprieda-
des rurais em municípios localizados nas regiões semiáridas dos estados de Ceará e
Pernambuco, e preservados no Banco de Germoplasmas do Laboratório de Recursos
Genéticos Vegetais da Universidade Federal do Cariri (UFCA, Crato, CE). As cultivares
avaliadas são recomendadas para o Nordeste brasileiro (Rocha, Damasceno-Silva &
Menezes Junior, 2017). Os três isolados de M. phaseolina foram selecionados previa-
mente como mais agressivos e a inoculação foi realizada pelo método de infestação do
solo com seis grãos de arroz colonizados com o patógeno.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 34
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
As plantas foram avaliadas aos 20 dias após a inoculação com o auxílio de uma
escala de notas de 0 a 5, em que: 0 = ausência de sintomas e 5 = sementes não germi-
nadas e tombamento de plântulas (Noronha et al., 2012). Com os dados de severidade
foi calculada a reação média de cada genótipo pela soma das notas de cada planta e di-
visão pelo número total de plantas avaliadas. Esse valor foi utilizado para discriminar
os germoplasmas em cinco classes de reação aos isolados do patógeno: 0 = semelhante
à imune (SI); 0,1-1,0 = altamente resistente (AR); 1,1-2,0 = medianamente resistente
(MR); 2,1-3,0 = medianamente suscetível (MS); 3,1-4,0 = suscetível (SU); 4,1-5,0 = alta-
mente suscetível (AS) (Noronha et al., 2012).
Os níveis de resistência dos germoplasmas variaram conforme o isolado do pató-
geno, sendo que quatro germoplasmas crioulos (FI02, FI44, FI63 e FI66) e uma cultivar
comercial (BRS Guariba) foram altamente resistentes a pelo menos um isolado de M.
phaseolina. Essa reação diferencial dos germoplasmas de feijão-caupi aos isolados de
M. phaseolina pode sugerir que os germoplasmas possuem diferentes mecanismos de
resistência ou que os diferentes isolados do patógeno utilizam diferentes mecanismos
para subverter a resistência do hospedeiro (Willbur et al., 2017).
Os resultados obtidos foram relevantes pelo fato deste ser o primeiro relato de
fontes de resistência a M. phaseolina em germoplasmas crioulos de feijão-caupi. A
identificação desses germoplasmas resistentes permite que os mesmos possam ser
recomendados no manejo da doença, pois já são cultivados por agricultores do semi-
árido brasileiro, bem como proporcionam alternativas de genitores em programas de
melhoramento genético visando a obtenção de cultivares resistentes ao patógeno.
O melhoramento de espécies autógamas, como o feijão-caupi, é baseado, princi-
palmente, na seleção de parentais seguida de hibridação para formação de uma popu-
lação base e avanço de geração, com seleção simultânea para mais de uma caracterís-
tica (rendimento, porte, resistência a pragas e doenças e qualidade do grão) (Bertini et
al., 2010).
O melhoramento genético visando obter cultivares resistentes contempla três
etapas básicas: a) identificação de fontes de resistência; b) estudo a herança da resis-
tência e introgressão ou acúmulo dos alelos de resistência; e c) avaliação dos candi-
datos a cultivares em diferentes condições edafoclimáticas da região de cultivo. Outro
aspecto que merece destaque é qual estratégia deve ser utilizada para tornar a resis-
tência mais durável (Nunes et al., 2021).
Uma vez identificado a fonte de resistência é de fundamental importância obter
informações sobre a herança da resistência uma vez que o controle genético depende
da própria fonte e do cruzamento utilizado em estudos dessa natureza. Estes estudos
permitem elucidações sobre o número de genes, interações alélicas, interações gêni-
cas, variância aditiva, herdabilidade e outras. O conhecimento da herança da resis-
tência orienta sobre a melhor estratégia que deve ser utilizada pelo melhorista para
introgressão ou acúmulo dos alelos de resistência (Nunes et al., 2021).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 35
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
6. Considerações finais
Apesar dos avanços do melhoramento de plantas visando resistência a patógenos,
a busca por novas fontes de resistência e novas estratégias de melhoramento devem
ser temas constantes em programas de pesquisa, tendo em vista que os patógenos e
seus respectivos hospedeiros estão em constante coevolução.
A podridão cinzenta do caule é uma das principais doenças do feijão-caupi e o uso
de germoplasmas resistentes constitui uma das únicas medidas efetivas de controle.
No entanto, a disponibilidade de cultivares comerciais de feijão-caupi com elevados
níveis de resistência ao patógeno é limitado, havendo a necessidade da prospecção de
novas fontes de resistência.
A prospecção de fontes de resistência ao patógeno em germoplasmas crioulos de
feijão-caupi pode ser uma opção, mas ainda é pouco explorada, motivo pelo qual no-
vos estudos de prospecção precisam ser realizados.
Há também a necessidade de se realizar estudos de herança da resistência dos
germoplasmas crioulos que se destacarem, para uma melhor compreensão do nú-
mero de genes, interações alélicas, interações gênicas e herdabilidade, entre outras
características, pois essas informações são fundamentais para a elaboração e refina-
mento de estratégias genéticas de manejo da resistência à podridão cinzenta do caule
em feijão-caupi.
7. Referências bibliográficas
ARAÚJO, E.R. et al. Principais doenças do feijão-caupi. Cadernos do Semiárido, n. 17, p. 45-54,
2020.
ARAÚJO, L.B.R et al. Agronomic potential and genetic diversity of landraces of cowpea of the
state of Ceará. Revista Caatinga, Mossoró, v. 32, p. 698-708, 2019.
ATHAYDE SOBRINHO, C. Patossistema caupi x Macrophomina phaseolina: método de detecção
em sementes, esporulação e controle do patógeno. 2004. Tese (Doutorado em Agronomia)
– Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
ATHAYDE SOBRINHO, C. Doenças fúngicas. In: CARDOSO, M.J. (ed.). Feijão-caupi: o produtor
pergunta, a Embrapa responde. Brasília: Embrapa, 2017. p. 149-161.
ATHAYDE SOBRINHO, C. Principais doenças do feijão-caupi no Brasil. In: BASTOS, E.A. (ed.). A
cultura do feijão-caupi no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2016. p. 44-66.
ATHAYDE SOBRINHO, C.; VIANA, F.M.P.; SANTOS, A.A. Doenças fúngicas e bacterianas. In: FREI-
RE FILHO, F.R.; LIMA, J.A.A.; RIBEIRO, V.Q. (ed.). Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasília:
Embrapa Informação Tecnológica, 2005. p. 461-484.
BERTINI, C.H.C.M. et al. Análise multivariada e índice de seleção na identificação de genótipos
superiores de feijão-caupi. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 32, p. 613-619, 2010.
CARDOSO, M.J.; RIBEIRO, V.Q.; CÂMARA, J.A.S. Cultivo consorciado. In: CARDOSO, M.J. (ed.). Fei-
jão-caupi: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: Embrapa, 2017. p. 139-147.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 36
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
CARVALHO, J.M.F.C.; SILVA, M.M.A.; MEDEIROS, M.J.L.E. Perda e conservação dos recursos ge-
néticos vegetais. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2009.
CARVALHO, M. et al. European cowpea landraces for a more sustainable agriculture system and
novel foods. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 97, p. 4399-4407, 2017.
CASAÑAS, F. et al. Toward an evolved concept of landrace. Frontiers in Plant Science, v. 8, n. 1,
p. 1-7, 2017.
CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIEMENTO). Acompanhamento da safra brasi-
leira grãos: Safra 2021/2022 – 12º levantamento. Brasília: CONAB, 2022. Disponível em: ht-
tps://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos.
DALLAGNOL, L.J.; DORNELES, K.R. Resistência genética da planta a agentes patogênicos. In:
RIOS, J.A.; ALMEIDA, L.C.; SOUZA, E.B. (ed.). Resistência de plantas a patógenos. Recife: Uni-
versidade Federal Rural de Pernambuco, 2021. p. 8-45.
DUTRA, A.S.; TEÓFILO, E.M. Envelhecimento acelerado para avaliar o vigor de sementes de fei-
jão-caupi. Revista Brasileira de Sementes, v. 29, p. 193-197, 2007.
DWIVEDI, S.L. et al. Landrace germplasm for improving yield and abiotic stress adaptation.
Trends in Plant Science, v. 21, p. 31-42, 2016.
EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO. Dados conjunturais da produção de feijão comum (Phaseolus vul-
garis L.) e caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) no Brasil (1985 a 2021): área, produção e ren-
dimento. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2022. Disponível em: http://www.
cnpaf.embrapa.br/socioeconomia/index.htm.
ENGELMANN, F. Germplasm collection, storage, and conservation. In: ALTMAN, A.; HASEGAWA,
P.M. (ed.). Plant biotechnology and agriculture - Prospects for the 21st Century. Amsterdam:
Elsevier, 2012. p. 255–267.
FAO (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION). FAOSTAT. Rome: FAO, 2022. Disponível em:
http://faostat3.fao.org/browse/Q/QC/E.
FLOR, H. H. The complementary genic systems in flax and flax rust. Advanced Genetics, v. 8, p.
29-54, 1956.
FONSECA, M.A. et al. Ferramentas participativas para diagnóstico da agrobiodiversidade e iden-
tificação de agricultores guardiões. Cadernos de Agroecologia, v. 10, p. 1-5, 2015.
FREIRE FILHO, F.R. Origem, evolução e domesticação do caupi. In: ARAÚJO, J.P.P.; WATT, E.E.
(org.). O caupi no Brasil. Brasília: IITA: EMBRAPA, 1988. p. 26-46.
FREIRE FILHO, F.R.; CARDOSO, M.J.; ARAÚJO, A.G. Caupi: nomenclatura científica e nomes vul-
gares. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 18, p. 1369-1372, 1983.
FREIRE FILHO, F.R.; COSTA A.F. Feijão-caupi: classificação botânica e importância. Cadernos do
Semiárido, n. 17, p. 17-20, 2020.
FREIRE FILHO, F.R. et al. Feijão-caupi no Brasil: produção, melhoramento genético, avanços e
desafios. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2011.
FREIRE FILHO, F.R.; LIMA, J.A.A.; RIBEIRO, V.Q. (ed.). Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasí-
lia, DF: Embrapa/IITA, 2005.
FROTA, K.M.G.; SOARES, R.A.M.; ARÊAS, J.A.G. Composição química do feijão caupi (Vigna un-
guiculata L. Walp), cultivar BRS-Milênio. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 28, p. 470-
476, 2008.
GIMÉNEZ-IBÁNEZ, S. Designing disease-resistant crops: From basic knowledge to biotechnolo-
gy. Mètode Science Studies Journal, v. 11, p. 47-53, 2021.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 37
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 38
CAPÍTULO 2 - USO DE GERMOPLASMAS CRIOULOS COMO FONTES DE RESISTÊNCIA A FITOPATÓGENOS: O FEIJÃO-CAUPI COMO ESTUDO DE CASO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 39
3 CAPÍTULO 3
FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL:
PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Fernando Gilioli
Edson Ampélio Pozza
1. Introdução
Ao longo da história da humanidade, todos(as) almejam o cultivo de plantas sem
o emprego de agroquímicos ou pesticidas. Em tempos atuais, o mundo globalizado so-
licita tanto nas mídias sociais quanto em eventos presenciais, a sustentabilidade am-
biental, com preservação da natureza, principalmente das florestas tropicais. Porém,
a maioria das culturas agrícolas, fontes de carboidrato e de proteína, são suscetíveis ao
menos a uma doença capaz de causar perdas acentuadas na produção. Sendo assim,
necessário a aplicação de pesticidas ou popularmente o remédio para curar a doença
das plantas. Entre elas, cita-se a batata, o trigo, o milho, o arroz e a soja, entre ou-
tras. São culturas plantadas em grandes áreas, a pleno sol, em monoculturas, para ali-
mentar os quase 8 bilhões de habitantes no planeta que habitamos. Se essas doenças
ocorrem, quando o ambiente é favorável, o hospedeiro é suscetível e o patógeno está
presente, tal como é recomendado em consultórios médicos, os(as) agrônomos(as) ou
os(as) técnicos(as) agrícolas, fazem a recomendação do remédio para essa planta ou
hospedeiro. Essa recomendação, ensinada nas escolas de nível superior ou técnicas, é
feita para controlar a doença, aplicados no momento certo, na dose correta, sendo um
veneno para o patógeno ou microrganismo causador da doença, um remédio para a
planta e ainda procurando, nessas condições, evitar a contaminação ambiental e for-
necer alimentos seguros, sem resíduos ou respeitando o máximo permitido por lei. Do
remédio para o veneno, apenas a dose é alterada e em alguns casos também a formu-
lação do agroquímico ou pesticida. Muitas vezes, essa dose na agricultura é dezenas de
vezes menor do que aquela recomendada para humanos, que também os encontram
na prateleira das farmácias ou até em shampoos anticaspa no supermercado. Entre
os produtos de grupos químicos idênticos ou até de moléculas iguais às da agricul-
tura, encontrados nas drogarias, cita-se por exemplo, aqueles para controlar vermes
parasitas (thiabendazol e ivermectina), caspa no cabelo e micoses (cetoconazol e clo-
trimazol), piolhos e sarna (deltametrina) ou uma simples azia (omeprazol). Utilizados
em altas doses e por uma grande porcentagem da sociedade, também são eliminados
em esgotos urbanos e muitas vezes chegam aos rios e mananciais de água. Porém,
poucos citam esse tipo de uso e descarte. Entre esses compostos, muitos deles com
efeitos sistêmicos nos vegetais, encontram-se os grupos químicos dos benzimidázois,
as carboxamidas e os triazóis. Ainda se reitera que, embora também utilizados na me-
dicina, não se justifica seu mau uso na agricultura. Devem ser aplicados na dose certa,
no momento correto e respeitando o período de carência e o limite máximo de resí-
duos recomendado nos alimentos e descritos tanto nas normas e leis do Brasil quanto
40
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
2. Fungicidas triazóis
Os fungicidas triazóis têm esse nome por possuírem 3 radicais azóis em sua es-
trutura química (Moreira, 2010). São classificados de acordo com o número de átomos
de nitrogênio do anel azol, portanto um composto heterocíclico orgânico (Figura 1)
(Catalán & Montejo, 2006; Sheppard & Lampiris, 2008).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 41
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 42
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Triazol ( 3 N ) Tetrazol ( 4 N )
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 43
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
níveis do medicamento muito baixos para eficácia ou muito altos para boa tolerabi-
lidade ou segurança. Isso torna esses agentes os principais candidatos para o moni-
toramento de drogas terapêuticas (TDM) capazes de perder o efeito ou da seleção de
isolados resistentes (Lass-Flörl, 2011).
Outro composto conhecido é o pirazol. Os pirazoles são heterociclos de cinco
membros, constituindo a classe de compostos particularmente úteis na síntese orgâ-
nica. Eles são do grupo de compostos mais estudados da família dos azóis. Na verda-
de, uma grande variedade de métodos de síntese e análogos sintéticos foi relatada ao
longo dos anos. A presença do núcleo pirazol em diferentes estruturas leva a aplica-
ções diversificadas em diferentes áreas como tecnologia, medicina e agricultura. Em
particular, eles são descritos como inibidores da glicação de proteínas, agentes anti-
bacterianos, antifúngicos, anticâncer, antidepressivos, antiinflamatórios, antitubercu-
lose, antioxidantes e também antivirais. Hoje em dia, os pirazóis, como biomoléculas,
têm atraído mais atenção devido a suas propriedades farmacológicas. Esse azol pode
ser rastreado nos medicamentos pertencentes a diferentes categorias com diversas
atividades terapêuticas. O pirazol é composto heterociclo aromático com excesso de
radicais livres com carga negativa. As reações de substituição eletrofílica ocorrem pre-
ferencialmente na posição 4 e os ataques nucleofílicos nas posições 3 e 5 (Karrouchi
et al., 2018).
Estrutura do pirazol:
Estrutura do tetrazol:
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 44
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 45
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
5.1. Ciproconazole
Nome comum: cyproconazole (ciproconazol) - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C15H18ClN3O]
Nome químico: (2RS,3RS;2RS,3SR)-2-(4-chlorophenyl)-3-cyclopropyl-1-(1H-
1,2,4-triazol- 1-yl)butan-2-ol
Utilizado para os cultivos de beterraba açucareira, café e cereais (Ehr & Kemmitt,
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 46
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
5.2. Difenoconazole
Nome comum: difenoconazole (difenoconazol) - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C19H17Cl2N3O3]
Nome químico: cis-trans-3-chloro-4-[4-methyl-2-(1H-1,2,4-triazol-1-
ylmethyl)-1,3- dioxolan-2-yl]phenyl 4-chlorophenyl ether
5.3. Epoxiconazole
Nome comum: epoxiconazole (epoxiconazol) - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C17H13ClFN3O]
Nome químico: (2RS,3SR)-1-[3-(2-chlorophenyl)-2,3-
epoxy-2-(4-fluorophenyl)propyl]-1H- 1,2,4-triazole
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 47
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
5.4. Flutriafol
Nome comum: flutriafol - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C16H13F2N 3O]
Nome químico: (RS)-2,4′-difluoro-α-(1H-1,2,4-triazol-1-ylmethyl)
benzhydryl alcohol
5.5. Propiconazole
Nome comum: propiconazole (propiconazol) - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C15H17Cl2N3O2]
Nome químico: cis-trans-1-[2-(2,4-dichlorophenyl)-4-propyl-1,3-dioxolan-2-
ylmethyl]-1H1,2,4-triazole
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 48
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
5.6. Tebuconazole
Nome comum: tebuconazole (tebuconazol) - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C16H22ClN3O]
Nome químico: (RS)-1-p-chlorophenyl-4,4-dimethyl - 3 - (1H-1,2,4-triazol-1-
ylmethyl)pentan-3-ol
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 49
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
5.7. Tetraconazole
Nome comum: tetraconazole (tetraconazol) - código FRAC: 3
Fórmula molecular: [C13H11Cl2F4N3O]
Nome químico: (RS)-2-(2,4-dichlorophenyl) - 3 - (1H-1,2,4-triazol-1-yl)propyl
1,1,2,2- tetrafluoroethyl ether
5.8. Triadimenol
Nome comum: triadimenol - código FRAC: 3
Formula molecular: [C14H18ClN3O2]
Nome químico: (1RS,2RS;1RS,2SR)-1-(4-chlorophenoxy) - 3,3 - dimethyl-
-1-(1H-1,2,4- triazol-1-yl)butan-2-ol
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 50
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 51
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
sempre de drogas mais potentes, aumento de doses, descoberta de novos grupos quí-
micos, para a cura dos pacientes (Coutinho et al., 2005).
Também há uma lista crescente de mutações associadas a resistência azólica em
Aspergillus fumigatus, na maioria dos seus isolados, com mecanismos de resistência ain-
da desconhecidos. Isso limita o uso de técnicas de PCR e exigiria o desenvolvimento de
novas ferramentas, como as baseadas em sequenciamento. Foi demonstrada a resis-
tência em pacientes com aspergiloma e doença pulmonar cavitária tratados com azóis.
A patogênese envolve a presença do paciente infectado com isolado de A. fumigatus
suscetível a azóis, posteriormente se tornando resistente devido à pressão azólica, ou
seja, a ministração consecutiva de drogas azólicas. De pacientes recebendo tratamen-
to com azol de longo prazo, a resistência ao azol em isolados de A. fumigatus foram, de
fato, descritos como contendo numerosas mutações pontuais, incluindo aquelas nos
códons 54 e 220 de cyp51A. Isso confirma o pensamento geral dos mecanismos de re-
sistência serem obtidos sob alta pressão azólica no paciente nesses ensaios (Kleinkauf
et al., 2013). Essa alta pressão, também pode ser exercida na agricultura, seguindo a
mesma hipótese para resistência.
A agricultura moderna depende cada vez mais da aplicação de fungicidas para
mitigar perdas de safras relacionadas a fungos e cumprir esse objetivo. Os inibidores
da biossíntese de esterol têm sido o grupo de fungicidas predominante no controle de
doenças fúngicas. Nesse grupo, os inibidores de demetilação (DMI; FRAC grupo G1)
provaram ser particularmente eficazes contra a ampla gama de patógenos fúngicos,
assim como na medicina e na veterinária. O desenvolvimento de fungicidas sistêmi-
cos levou a mudança no paradigma de controle porque seu movimento sistêmico na
planta criou a aplicação de fungicida orientada para o limite, usando vários modelos
de risco em apoio à otimização do tempo (Russell, 2005). Após a introdução dos benzi-
midazóis na década de 1960, a chegada dos fungicidas DMI’s pode ser vista como a se-
gunda grande onda de sistêmicos. A lista de ingredientes ativos pertencentes ao grupo
dos azóis é longa e reflete o fato do desenvolvimento ocorrendo em todas as grandes
empresas químicas presentes na época, principalmente na área médica. Apesar das
grandes semelhanças entre os diferentes azóis, cada composto tem seu próprio espec-
tro de atividade específica em patógenos de plantas alvo. Alguns azólicos são usados no
tratamento de sementes, outros apenas como produtos. Além de seu efeito fungicida,
certos azóis também compartilham propriedade reguladora do crescimento. Também
são usados na preservação da madeira. Como um dos primeiros azólicos, o imazalil
foi registrado no final da década de 1970 como tratamento de sementes amplamente
utilizado em cereais e na proteção de batatas semente ou tubérculos destinados ao
plantio. Também, foram amplamente utilizados no tratamento pós-colheita de frutas
cítricas, pomóideas e bananas, incluindo o controle de doenças de armazenamento,
como Penicillium na produção de citros. Vários outros azólicos entraram no mercado
(por exemplo, triadimefon, triadimenol ou propiconazol) durante o final dos anos 1970
e início dos anos 1980 em termos de controle de doenças foliares na produção de cere-
ais e frutas (Russell, 2005). No início da década de 1980, o procloraz foi introduzido e
rapidamente adotado na Europa para controlar a mancha ocular em cereais (Oculima-
cula yallundae), sendo o grande desafio na época devido ao aumento da resistência aos
fungicidas ao benzimidazol (Griffin & King, 1985).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 52
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 53
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
7. Referências bibliográficas
BRAGANÇA, C.A.D. Sensibilidade de isolados de Hemileia vastatrix a azoxistrobina e tebucona-
zol. 2010. Tese (Doutorado em Fitopatologia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
BRENT, K; HOLLOMON, D.H. Sensitivity baselines in fungicide resistance research and man-
agement. Brussels: CropLife International, 2007.
CAÑAS-GUTIÉRREZ, G. P., et al. Analysis of the CYP51 gene and encoded protein in propi-
conazole-resistant isolates of Mycosphaerella fijiensis. Pest Management Science, v. 65, p. 892-
899, 2009.
CATALÁN, M.; MONTEJO, J.C. Antifúngicos sistêmicos. Farmacodinamia y farmacocinética / Sys-
temic antifungals. Pharmacodynamia and pharmacokinetics. Revista Iberoamericana de
Micologia, v. 23, p. 39-49, 2006.
CHONG, A.P.A. et al. A world-wide analysis of reduced sensitivity to DMI fungicides in the banana
pathogen Pseudocercospora fijiensis. Pest Management Science, v. 77, p. 3273-3288, 2021.
COUTINHO, H.D.M. et al. Características gerais da ação, do tratamento e da resistência fúngica ao
fluconazole. Scientia Medica, v. 15, p. 189-197, 2005.
DIAZ-TRUJILLO, C. et al. A new mechanism for reduced sensitivity to demethylation inhibitor
fungicides in the fungal banana BLSD pathogen Pseudocercospora fijiensis. Molecular Plant
Pathology, v. 19, p.1491-1503, 2008.
DORIGAN, A.F. et al. Resistance to triazole fungicides in Pyricularia species is associated with in-
vasive plants from wheat fields in Brazil. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 41, e39332, 2019.
DOI: 10.4025/actasciagron.v41i1.39332
EHR, R.J.; KEMMITT, G. Periodic table of the fungicides. Indianapolis: Dow Agrosciences. 2002.
EUROPEAN AND MEDITERRANEAN PLANT PROTECTION ORGANIZATION. Fungicide resis-
tance and use of terms. Bulletin OEPP/EPPO Bulletin, v. 18, p. 569-571, 1988.
FORCELINI, C.A. Fungicidas inibidores da síntese de esteróis. I. triazoles. Revisão Anal de Pato-
logia de Plantas, v. 2, p. 335-355, 1994.
GRIFFIN, M.J.; KING, J.E. Benzimidazole resistance in Pseudocercosporella herpotrichoides: results
of ADAS random surveys and fungicide trials in England and Wales, 1982-1984. Bulletin
OEPP/EPPO Bulletin, v. 15, p. 485-494, 1985.
ISHII, H. et al. Cross-resistance to the new fungicide mefentrifluconazole in DMI-resistant fungal
pathogens. Pesticide Biochemistry and Physiology, v. 171, e104737, 2021. DOI: 10.1016/j.
pestbp.2020.104737.
JORGENSEN, L.N., HEICK, T.M. Azole use in agriculture, horticulture, and wood preservation - is
it indispensable? Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, v. 11, e730297, 2021.
DOI: 10.3389/fcimb.2021.730297.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 54
CAPÍTULO 3 - FUNGICIDAS TRIAZÓIS NA AGRICULTURA TROPICAL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
JULIATTI, F. et al. Fungicidas de A a Z: Por que e como utilizá-los. Uberlândia: Composer, 2016.
KARROUCHI, K., et al. Synthesis and pharmacological activities of pyrazole derivatives: a re-
view. Molecules, v. 23, e134, 2018. DOI: 10.3390/molecules23010134.
KLEINKAUF, N., et al. Risk assessment on the impact of environmental usage of triazoles
on the development and spread of resistance to medical triazoles in Aspergillus species.
Stockholm: European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), 2013. 22p.
LASS-FLÖRL, L.C. Triazole antifungal agents in invasive fungal infections. Drugs, v. 71, p. 2405-
2419, 2011.
MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO). Agrofit: Sistema de
agrotóxicos fitossanitários. Brasília: MAPA, 2022. Disponível em: http://agrofit.agricultura.
gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons.
MOREIRA, M.I.M.C.G. Azóis: farmacologia e interacções medicamentosas. 2010. Monografia
(Licenciatura em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Fernando Pessoa, Cidade do Porto.
MUELLER, D.S. et al. Fungicides for field crops. St. Paul: APS Press, 2013.
RODRIGUES, M.A.T. Avaliação do efeito fisiológico do uso de fungicidas na cultura da soja.
2009. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, Piracicaba.
RUSSELL, P.E. A century of fungicide evolution. Journal of Agricultural Science, v. 143, p. 11-
25, 2005.
SAAG, M.S.; DISMUKES, W.E. Azole antifungal agentes: emphasis on new triazoles. Antimicrobi-
al Agens and Chemotherapy, v. 32, p. 1-8, 1988.
SANTOS, L.A. et al. Sensibilidade de isolados de Cercospora coffeicola a azoxistrobina. Summa
Phytopathologica, v. 48, p. 36-36, 2022.
SHEPPARD D.; LAMPIRIS, H.W. Agentes antifúngicos. In: KATZUNG, B.G.; TREVOR, A.J. (Eds.).
Farmacologia básica e clínica. São Paulo: McGraw Hill, 2008. v. 10, p.707-714.
STROBEL, D. et al. Mefentrifluconazole (Revysol the first isopropanol-azole). In: DEISING, H.B. et
al. Modern fungicides and antifungal compounds IX. Braunschweig: Deutsche Phytomedi-
zinische Gesellschaft, 2020. p. 259-264.
TOMLIN, C.D.S. The pesticide manual: a world compendium.12 ed. Surrey: British Crop Protec-
tion Council, 2002.
VAGHEFI, N., et al. genotypic diversity and resistance to azoxystrobin of Cercospora beticola on
processing table beet in New York. Plant Disease, v. 100, p. 1466-1473, 2016.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 55
4 CAPÍTULO 4
MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO
COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
1. Introdução
O controle químico tem sido fundamental na prevenção de perdas por doenças
de plantas, principalmente com o desenvolvimento de inúmeros fungicidas de ação
específica desde a década de 1960. Esses produtos são elemento crítico em programas
de manejo de doenças e muitos, por serem específicos, têm propriedades protetoras e
curativas com ação sistêmica, dando aos usuários janelas de aplicação flexíveis (Kni-
ght et al., 1997; Morton & Staub, 2008). Dessa forma, o principal objetivo do controle
químico é proteger as culturas do ataque de pragas e doenças mantendo-as com a sa-
nidade em um nível aceitável.
Neste capítulo, a podridão parda de frutíferas de caroço servirá como um estudo
de caso para discorrermos sobre o monitoramento, mecanismos de ação e manejo da
resistência de fungos a fungicidas (May De Mio et al., 2008; Fischer et al., 2017; Angeli,
May De Mio & Amorim, 2017; Pereira et al., 2019). No Brasil, a doença é frequentemen-
te causada por Monilinia fructicola (Wint.) Honey que pode ocasionar severos danos,
tanto no período de colheita, quanto na pós-colheita (Keske, Amorim & May De Mio,
2011; Alves et al., 2021). Normalmente a doença inicia a partir da infecção das flores,
com posterior necrose das anteras e pistilos (Ritchie, 2000). Nos frutos, o patógeno
pode penetrar durante todas as fases de desenvolvimento, ficando latente e expres-
sando sintomas destas infecções ao longo do armazenamento e comercialização (Tho-
mazi-Kleina et al., 2022). Inicialmente os frutos apresentam pequenas lesões casta-
nhas que evoluem para manchas marrons e, com o passar do tempo, ficam cobertos
por uma massa de esporos, tornando-os mumificados devido a desidratação dos teci-
dos (Ogawa, Zehr & Biggs, 1995). A infecção das flores e frutos (Figura 1) é altamente
dependente da duração da umidade e da temperatura. A doença é mais severa nas re-
giões Sul e Sudeste do Brasil por possuírem condições adequadas ao desenvolvimento
do patógeno.
56
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Figura 1. Sintomas de queima das flores e de podridão parda dos frutos em pessegueiro.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 57
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
fatores que afetam a seleção para resistência aos fungicidas e estratégias de manejo
antirresistência.
2.1. Fungicidas IDMs:
Particularmente, os inibidores da desmetilação listados no grupo G, classe IBE 1
do Comitê de Ação à Resistência de Fungicidas (FRAC), tem como sítio específico de
ação a enzima C14α desmetilase (enzima Cyp51) do citocromo P450, que catalisa pro-
cessos oxidativos necessários na formação do ergosterol (Shapiro, Robbins & Cowen,
2011; FRAC, 2016). Os fungicidas azóis inibidores da C14α desmetilase agem por meio
de um átomo livre de nitrogênio localizado no anel heterocíclico N-2 (imidazol) ou N-3
(triazol) que se liga ao átomo de ferro-hêmico da enzima do citocromo P450, inibindo
o acesso aos substratos necessários para sua função (Oliver & Hewitt, 2014). A partir
desta inibição, ocorre um acúmulo de esteróis tóxicos do grupo 14α-metilo (lanosterol
e 14α-metil-3-6-diol), produzidos pela Δ-5,6-desaturase, interferindo com as funções
do ergosterol como componente predominante da membrana celular (Lupetti et al.,
2002). Sendo assim, o estresse causado na membrana da célula resulta no aumento de
sua permeabilidade, causando o extravasamento de conteúdos intracelulares e, con-
sequentemente, limitando o crescimento fúngico (Reis, Reis & Carmona, 2010).
2.2. Fungicidas IQes:
Os inibidores da quinona externa apresentam amplo espectro de ação, alta fungi-
toxicidade inerente, longo período residual, além de baixa toxicidade ambiental (Sie-
rotzki, 2015). A classe dos inibidores da quinona externa engloba os seguintes grupos
químicos: estrobilurinas, famoxadona, fenamidona e pyribencarb (Leadbeater, 2012).
Por interferir no metabolismo primário, essa classe de fungicidas apresenta amplo es-
pectro de ação sobre diferentes filos do reino Fungi, como Basidiomycota e Ascomyco-
ta (Sierotzki, 2015). Dentro do grupo das estrobilurinas há diferentes princípios ativos
produzidos por diferentes fabricantes: azoxistrobina, piraclostrobina, trifloxistrobina
e cresoxim-metílico. Essas moléculas atuam em um processo específico da respiração
fúngica, pois ligam-se ao sítio da quinona oxidase externa do citocromo b (complexo
III) e inibem o transporte de elétrons na mitocôndria, impedindo a formação de ATP
(Leadbeater, 2012).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 58
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
2.3. Fungicidas MBCs:
Os fungicidas MBCs atuam como inibidores específicos ligando-se às moléculas
de tubulina, interrompendo a divisão da célula (FRAC, 2016). As tubulinas são prote-
ínas globulares que compõem os microtúbulos que são constituídos principalmente
por duas cadeias polipeptídicas de estruturas semelhantes, a alfa (α) e a beta-tubulina
(β). Os microtúbulos são responsáveis pela manutenção da forma e da organização ce-
lular e estão diretamente envolvidos na formação do fuso mitótico e consequentemen-
te na segregação de cromossomos durante a divisão celular em eucariontes (Mckean,
Vaughan & Gull, 2001).
Para a formação dos microtúbulos ocorre a ligação entre GTP (guanosina trifosfa-
to) e os dímeros de tubulina, estabilizando assim a forma polimérica. Os microtúbulos
estão em constante reorganização, crescendo em uma extremidade devido à polimeri-
zação dos dímeros de tubulina e diminuindo na outra extremidade em decorrência da
despolimerização (Junqueira & Carneiro, 1997).
Devido à ação específica desses fungicidas existe maior propensão à resistência
para estes compostos químicos, ao contrário do que ocorre em fungicidas que atuam
em vários pontos do metabolismo. Em fungicidas sítio-específicos, como benzimi-
dazóis e tiofanatos, uma única mutação pode levar a incapacidade do fungicida em
se ligar ao ponto de ação nos fungos (McGrath, 2004). Mutações no gene da beta-tu-
bulina, que resultam em sequências alteradas de aminoácidos nos sítios de ligação
ao MBC, vêm sendo associadas à resistência aos MBCs em diversos microrganismos,
dentre eles, fungos do gênero Monilinia (Malandrakis, Markoglou, & Ziogas, 2012;
Chen et al., 2014).
3.1. Fungicidas IDMs:
A resistência de fungos fitopatogênicos aos fungicidas azóis é de natureza quanti-
tativa, apresentando uma distribuição unimodal da sensibilidade que eventualmente
muda devido ao aumento da frequência de fenótipos/genótipos resistentes na popula-
ção (Linhares & Ghini, 2001; Reis, Reis & Carmona, 2010). Sua natureza é poligênica,
resultante de uma interação positiva de vários genes, contribuindo para diferentes ní-
veis de resistência (Lupetti et al., 2002). Tipicamente, o aumento da dose do fungicida
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 59
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
ou sua substituição por produtos de maior atividade intrínseca são muitas vezes sufi-
cientes para obter novamente o controle em situações de sensibilidade reduzida (Holb
& Schnabel, 2007).
Em M. fructicola, o mecanismo mais conhecido de resistência aos triazóis é a su-
perexpressão do gene MfCyp51 que codifica a enzima C14α desmetilase, alvo deste fun-
gicida. Estudos demonstraram que a presença de uma inserção de 65-pb (elemento
Mona) na região montante deste mesmo gene promove o aumento do número de có-
pias da enzima alvo para triazóis (Luo et al., 2008). O elemento Mona foi encontrado
em vários isolados de M. fructicola em importantes regiões produtoras de pêssegos nos
Estados Unidos, sendo importante monitorá-lo na genotipagem de isolados resisten-
tes para estas populações (Villani & Cox, 2011; Chen et al., 2013). No Brasil, o elemento
Mona não está relacionado aos fenótipos resistentes de M. fructicola ao fungicida tebu-
conazol (Lichtemberg et al., 2017). Entretanto, foi notado aumento da expressão do
MfCyp51 após indução subletal de tebuconazol em micélio de M. fructicola e identificada
mutação pontual G461S no gene MfCYP51 que confere resistência de populações brasi-
leiras de M. fructicola ao tebuconazol.
A alteração do alvo de ação ou superexpressão genética por mutação é um po-
deroso mecanismo de resistência aos fungicidas (Oliver & Hewitt, 2014), mas nem
sempre resultam em correspondente troca de aminoácidos ligados aos fenótipos re-
sistentes (Parker et al., 2006; Cox, Bryson & Schnabel, 2007). Na China, isolados de
M. fructicola com fenótipos resistentes ao fungicida IDM SYP-Z048 (derivado do oxazol)
foram relacionados aos genótipos contendo a mutação Y136F da MfCyp51, causando a
substituição do aminoácido tirosina pela fenilalanina (Chen et al., 2012).
As proteínas do ABC (do inglês ATP-binding cassete transporter) e maiores facili-
tadores (do inglês major facilitator - MF) representam as duas classes mais importan-
tes de transportadores de drogas envolvidos na resistência de fungos aos azóis. Apesar
de essas classes utilizarem a energia do ATP para sua ativação, o MF age pelo efluxo
de substâncias através das membranas, enquanto as proteínas ABC incluem ambos os
mecanismos de bombeamento, influxo e efluxo (Shapiro, Robbins & Cowen, 2011). A
resistência a algumas drogas pode estar associada com a regulação ascendente de ge-
nes codificando o efluxo de substâncias da célula (Lupetti et al., 2002). Este mecanis-
mo foi estudado nas leveduras Candida albicans, C. glabrata, e Saccharomyces cerevisiae,
e fungos Aspergillus nidulants, Magnaphorte grisea, e Mycosphaerella graminicola, servindo
de referência para estudos em M. fructicola (Theodoulou, 2000; Lupetti et al., 2002; Sch-
nabel, Dai & Paradkar, 2003; de Waard et al., 2006; Shapiro, Robbins & Cowen, 2011).
Com a clonagem do gene MfABC1 (4,380-pb) em M. fructicola, Schnabel, Dai & Pa-
radkar (2003) demonstraram que fenótipos com sensibilidade reduzida aos triazóis
miclobutanil e propiconazol apresentam maiores números de cópias deste gene do
que isolados sensíveis, ambos tratados com doses crescentes dos fungicidas. Além dis-
so, esse estudo revelou que o transporte de drogas em M. fructicola é mediado pela pro-
teína ABC do gene MfABC1, a partir da identificação de sequências de aminoácidos e
sua similaridade com sequências codificadas por gene similares em outros patógenos
(Schnabel, Dai & Paradkar, 2003). Sendo assim, além do gene MfCyp51, o gene MfABC1
passou a ser um considerado como um dos mecanismos de resistência para M. fructi-
cola (Schnabel, Dai & Paradkar, 2003; Luo & Schnabel, 2008). No Brasil, o gene MfABC1
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 60
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
3.2. Fungicidas IQes:
O principal mecanismo relacionado com resistência de fungos a fungicidas de sí-
tio-específico, como as estrobilurinas, é a alteração (mutação) no sítio de ação. A maior
parte dos relatos de isolados resistentes a estrobilurinas indica que a mutação é mo-
nogênica (Bolton, Rivera & Secor, 2013). As mutações em um único ponto no gene do
citocromo b (cyt b) são os mecanismos mais associados com a resistência às estrobilu-
rinas. A mutação que resulta em maior fator de resistência (completa ou qualitativa),
associada à total falta de controle da doença no campo, corresponde à mudança de
glicina para alanina no códon 143 (G143A). Essa mutação não produz efeito negativo
na atividade enzimática e, consequentemente, na adaptabilidade dos isolados (Gisi et
al., 2002; Leadbeater, 2012).
Outras substituições, como a fenilalanina para leucina no códon 129 (F129L) e
de glicina para arginina no códon 137 (G137R), são relatadas no cyt b, mas expressam
moderada (parcial) resistência, de tal forma que os patógenos com este tipo de muta-
ção são controlados com as doses recomendadas de estrobilurina (Fernández-Ortuño
et al., 2008).
Além das mutações, há outros mecanismos associados à redução na sensibili-
dade dos patógenos às estrobilurinas (resistência quantitativa), os quais podem não
conferir a condição de resistência prática (Köller et al., 2004), como a via alternativa
de respiração (via AOX) e o efluxo do fungicida, entre outros (Dowling, 2015). Esses
mecanismos necessitam de mais estudos, principalmente em patógenos que possuem
o íntron tipo I, imediatamente após o códon 143 no cyt b. Nesses patógenos, a substitui-
ção do nucleotídeo no códon 143 impede que ocorra o splicing para a formação do RNA
mensageiro (Sierotzki, 2015). Como consequência, ocorre deficiência no processo de
síntese de proteína, a qual é letal ao fungo e a resistência não se desenvolve (Fernán-
dez-Ortuño et al., 2008).
No Brasil. isolados de M. fructicola apresentaram o íntron do tipo I após o códon
143 do gene cyt b (Primiano et al., 2017). Essa característica parece ser frequente na
espécie M. fructicola, pois também foi descrita em isolados dos Estados Unidos, China,
Austrália e Nova Zelândia (Luo et al., 2010; Miessner & Stammler, 2010; Hily et al.,
2011). Assim como notado em outras regiões do mundo, os isolados de M. fructicola
brasileiro apresentam uma região intrônica após o códon 143 do gene cyt b. Por terem
essa característica, tudo leva a crer que a mutação G143A não seja importante para a
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 61
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
3.3. Fungicidas MBCs:
No grupo dos fungicidas MBCs as mutações que ocorrem no gene da beta-tubuli-
na levam a alterações nas sequências de aminoácidos modificando os sítios de ligação
das proteínas. Essas mutações reduzem ou impedem a ligação dos fungicidas benzi-
midazóis e tiofanatos a beta-tubulina.
Em Monilinia, mutações no gene beta-tubulina estão correlacionadas à resistên-
cia aos MBCs. Substituições de nucleotídeos nos códons 6 e 198 foram associadas com
diferentes padrões de resistência em M. fructicola (Ma, Yoshimura & Michailides, 2003).
No códon 6, a substituição de uma de citosina por timina (CAT → TAT) codifica o amino-
ácido tirosina (TAT) no lugar de histidina (CAT), conferindo o fenótipo de baixa resis-
tência (Low resistance - LR). No códon 198, a troca de adenina por citosina (GAA → GCA)
resulta em alanina (GCA) ao invés de ácido glutâmico (GAA), caracterizando o padrão
de alta resistência (High resistance – HR). A partir destas observações foi desenvolvida
uma PCR específica para diferenciar os dois padrões de resistência. Fenótipos sensí-
veis apresentam os nucleotídeos CAT e GAA nos códons 6 e 198, respectivamente. Em
LR, observa-se no códon 6 a sequência TAT, enquanto em HR, no códon 198 existe a
sequência GCA. Na população brasileira foram identificados indivíduos com padrões
de resistência e mutações já descritas nos códons 6 e 198, com maior frequência de
isolados com baixa resistência (2,5% em HR e 35,9% LR) (May De Mio et al., 2008).
A mutação E198A no gene da beta-tubulina em isolados de M. fructicola foi des-
crita na da Carolina do Sul nos Estados Unidos (Zhu et al., 2010). A mesma mutação
foi igualmente descrita em isolados da China (Chen et al., 2014) e na Europa (Weger et
al., 2011). Ma et al. (2005), em estudo com isolados da Califórnia, relataram que uma
mutação no códon 240 em M. laxa leva a substituição de uma leucina por fenilalanina,
conferindo baixa resistência a benomil. Em M. laxa de pomares das regiões central e
norte da Grécia, mutação no códon 198 foi relacionada a alta resistência (Malandrakis,
Markoglou, & Ziogas, 2011).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 62
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 63
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 64
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 65
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 66
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 67
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 68
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 69
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
-se altamente sensível a este fungicida, e o sólido desempenho deste princípio ativo no
controle da doença já foi demonstrado em campo (Dutra, Pereira & May De Mio, 2019).
Trabalhos mais recentes e ainda não publicados verificaram isolados com sen-
sibilidade reduzida aos MBCs. Diante disso, uma eventual reintrodução de tiofanato
metílico poderia ser considerada. No entanto, deve-se recomendar um número res-
trito de aplicações e programas de manejo de resistência intercalando fungicidas de
diferentes grupos químicos e fungicidas multissítios.
7. Referências bibliográficas
ALVES, G. et al. Relationships between blossom blight and brown rot incidence at postharvest
vary within seasons, peach cultivars and maturation period. Acta Horticulturae, v. 1304, p.
347-354, 2021.
ANGELI, S.; MAY DE MIO, L.L.; AMORIM, L. Comparative analysis of Monilinia fructicola and M.
laxa isolates from Brazil: monocyclic components of peach brown rot. Ciência Rural, v. 47,
e20160300-0, 2017.
BARTLETT, D.W. et al. The strobilurin fungicides. Pest Management Science, v. 58, p. 649-662,
2002.
BOLTON, M.D.; RIVERA, V.; SECOR, G. Identification of the G143A mutation associated with QoI
resistance in Cercospora beticola field isolates from Michigan, United States. Pest Management
Science, v. 69, p. 35-39, 2013.
CHEN, F.; LIU, X.; SCHNABEL, G. Field Strains of Monilinia fructicola Resistant to Both MBC and
IDM Fungicides Isolated from Stone Fruit Orchards in the Eastern United States. Plant Dis-
ease, v. 97, p. 1063-1068, 2013.
CHEN, F. et al. Characterization of Monilinia fructicola strains resistant to both propiconazole and
boscalid. Plant Disease, v. 97, p. 645-651, 2013.
CHEN, F. et al. Baseline sensitivity of Monilinia fructicola from China to the IDM fungicide SYP-Z048
and analysis of IDM-resistant mutants. Plant Disease, v. 96, p. 416-422, 2012.
CHEN, S. et al. Sensitivity of Monilinia fructicola from peach farms in China to four fungicides and
characterization of isolates resistant to carbendazim and azoxystrobin. Plant Disease, v. 98,
p. 1555-1560, 2014.
COX, K.; BRYSON, P.; SCHNABEL, G. Instability of propiconazole resistance and fitness in Monilin-
ia fructicola. Phytopathology, v. 97, p. 448-453, 2007.
DE WAARD, M.A. et al. Impact of fungal drug transporters on fungicide sensitivity, multidrug
resistance and virulence. Pest Management Science, v. 62, p. 195-207, 2006.
DEKKER, J. Development of resistance to modern fungicides and strategies for its avoidance. In:
LYR H, (ed.). Modern selective fungicides: Propeties, applications and mechanism of action.
New York: Longman Scientific & Technical, 1987. p. 39-52.
DELP, C.J. Coping with resistance to plant disease. Plant Disease, v. 64: , p. 52-657, 1980.
DOWLING, M.E. Influence of repeated field applications of azoxystrobin on population diver-
sity of Monilinia fructicola. 2015. Dissertation (Master of Science Plant and Environmental
Sciences) – Clemson University, Clemson.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 70
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
DUTRA, P.S.S; PEREIRA, W.V.; MAY DE MIO, L.L. Brazilian isolates of Monilinia fructicola from
peach do not present reduced sensitivity to iprodione. European Journal of Plant Pathology,
v. 153, p. 325-330, 2019.
DUTRA, P.S.S. et al. Cross-resistance among demethylation inhibitor fungicides with Brazilian
Monilinia fructicola isolates as a foundation to discuss brown rot control in stone fruit. Plant
Disease, v. 104, p. 2843-2850, 2020.
EGÜEN, B.; MELGAREJO, P.; DE CAL, A. Sensitivity of Monilinia fructicola from Spanish peach or-
chards to thiophanate-methyl, iprodione, and cyproconazole: fitness analysis and competi-
tiveness. European Journal of Plant Pathology, v. 141, p. 789-801, 2015.
FERNÁNDEZ-ORTUÑO, D. et al. Mechanisms of resistance to QoI fungicides in phytopathogenic
fungi. International Microbiology, v. 11, p. 1-9, 2008.
FISCHER, J.M.M. et al. Characterization of Monilinia species associated with brown rot in stone
fruit in Brazil. Plant Pathology, v. 66, p. 423-436, 2017.
FRAC. Frac code list 2016: Fungicides sorted by mode of action (including Frac code number-
ing). Disponível em: http://www.frac.info/
FORTES, J.F.; MARTINS, O.M. Sintomatologia e controle das principais doenças. In: MEDEIROS,
C.A.B.; RASEIRA, M.C.B. (ed.). A cultura do pessegueiro. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1998. p.
243-264
GHINI, R.; KIMATI, H. Resistência de fungos a fungicidas. Jaguariuna:Embrapa Meio Ambi-
ente, 2000.
GISI, U. et al. Mechanisms influencing the evolution of resistance to Qo inhibitor fungicides. Pest
Management Science, v. 58, p. 859-867, 2002.
GRÜNWALD, N.J. et al. Selection for fungicide resistance within a growing season in field popu-
lations of Phytophthora infestans at the center of origin. Phytopathology, v. 96, p. 1397-1403,
2006.
HILY, J.M. et al. Characterization of the cytochrome b (cyt b) gene from Monilinia species causing
brown rot of stone and pome fruit and its significance in the development of QoI resistance.
Pest Management Science, v. 67, p. 385-396, 2011.
HOLB, I.J; SCHNABEL, G. Differential effect of triazoles on mycelial growth and disease measure-
ments of Monilinia fructicola isolates with reduced sensitivity to IDM fungicides. Crop Protec-
tion, v. 26, p. 753-759, 2007.
HOLLOMON, D.W.; BUTTERS, J.A.; KENDALL, SJ. Mechanism of resistance to fungicides. In: SJUT,
V.J. (ed.). Molecular mechanisms of resistance to agrochemicals. Berlin: Springer, 1997, p.
1-20.
JOSEPH‐HORNE, T.; HOLLOMON, D.W. Molecular mechanisms of azole resistance in fungi. FEMS
Microbiology Letters, v. 149, p. 141-149, 1997.
JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Biología celular e molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 1997.
KARAOGLANIDIS, G.; LUO, Y.; MICHAILIDES, T.J. Competitive ability and fitness of Alternaria al-
ternata isolates resistant to QoI fungicides. Plant Disease, v. 95, p. 178-182, 2011.
KESKE, C.; AMORIM, L.; MAY DE MIO, L.L. Peach brown rot incidence related to pathogen infec-
tion at different stages of fruit development in an organic peach production system. Crop
Protection, v. 30, p. 802–806, 2011.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 71
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
KNIGHT, S.C. et al. Ratio-nale and perspectives on the development of fungicides. Annual Re-
view of Phytopathology, v. 35, p. 349–372, 1997.
KÖLLER, W.; SCHEINPFLUG, H. Fungal resistance to sterol biosynthesis inhibitors: a new chal-
lenge. Plant Disease, v. 71, p. 1066-1074, 1987.
KÖLLER, W. et al. A two-phase resistance response of Venturia inaequalis populations to the QoI
fungicides kresoxim-methyl and trifloxystrobin. Plant Disease, v. 88, p. 537-544, 2004.
LEADBEATER, A. Resistance risk to QoI fungicides and anti-resistance strategies. In: THIND, T.S.
(ed.). Fungicide resistance in crop protection: risk and management. Oxfordshire: CAB In-
ternational, 2012. p. 141-154.
LICHTEMBERG, P.S.F. et al. Fitness costs associated with G461S mutants of Monilinia fructicola
could favor the management of tebuconazole resistance in Brazil. Tropical Plant Pathology,
v. 44, p. 140–150, 2019.
LICHTEMBERG, P.S. et al. The point mutation G461S in the gene is associated with tebuconazole
resistance in populations in Brazil. Phytopathology, v. 107, p. 1507-1514, 2017.
LICHTEMBERG, P.S.F. et al. A fitness study of different Alternaria alternata genotypes resistant
to SDHI fungicides: a classical and biochemical approach. Phytopathology, v. 110, p. S2.38,
2020.
LINHARES, A.I.; GHINI, R. Resistência de fungos fitopatogênicos a fungicidas inibidores da
demetilação (IDM): uma revisão. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2001.
LUO, C.X.; SCHNABEL, G. The cytochrome P450 lanosterol 14α-demethylase gene is a deme-
thylation inhibitor fungicide resistance determinant in Monilinia fructicola field isolates from
Georgia. Applied and Environmental Microbiology, v. 74, p. 359-366, 2008.
LUO, C.X. et al. Occurrence and detection of the DMI resistance-associated genetic element
‘Mona’ in Monilinia fructicola. Plant Disease v. 92, p. 1099-1103, 2008.
LUO, C.X. et al. An intron in the cytochrome b gene of Monilinia fructicola mitigates the risk of
resistance development to QoI fungicides. Pest Management Science, v. 66, p. 1308-1315,
2010.
LUPETTI, A. et al. Molecular basis of resistance to azole antifungals. Trends in Molecular Med-
icine, v. 8, p. 76-81, 2002.
MA, Z.; YOSHIMURA, M.A.; MICHAILIDES, T.J. Identification and characterization of benzimid-
azole resistance in Monilinia fructicola from stone fruit orchards in California. Applied and
Environmental Microbiology, v, 69, p. 7145-7152, 2003.
MA, Z. et al. Characterization and PCR‐based detection of benzimidazole‐resistant isolates of
Monilinia laxa in California. Pest Management Science, v. 61, p. 449-457, 2005.
MALANDRAKIS, A.A.; MARKOGLOU, A.N.; ZIOGAS, B.N. Molecular characterization of benzim-
idazole-resistant B. cinerea field isolates with reduced or enhanced sensitivity to zoxamide
and diethofencarb. Pesticide Biochemistry and Physiology, v. 99, p. 118-124, 2011.
MALANDRAKIS, A.A.; MARKOGLOU, A.N.; ZIOGAS, B.N. PCR-RFLP detection of the E198A mu-
tation conferring resistance to benzimidazoles in field isolates of Monilinia laxa from Greece.
Crop Protection, v. 39, p. 11-17, 2012.
MARTINI, C.; GUIDARELLI, M.; MARI, M. Study of resistance to tebuconazole and tiophanate
methyl on italian strains of Monilinia fructicola and M. laxa. Journal of Plant Pathology, v. 94,
p. S4.57-S54.84, 2012.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 72
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
MAY DE MIO, L.L.; GARRIDO, L.; UENO, B. Doenças de fruteiras de caroço. In: MONTEIRO L.B. et
al. (ed.). Fruteiras de caroço: Uma visão ecológica. Curitiba: UFPR, 2004, p. 169-222.
MAY DE MIO, L.L. et al. Infecção de Monilinia fructicola no período da floração e incidência de
podridão parda em frutos de pessegueiro em dois sistemas de produção. Tropical Plant Pa-
thology, v. 33, p. 227-234, 2008.
MAY DE MIO, L.L.; LUO, Y.; MICHAILIDES, T.J. Sensitivity of Monilinia fructicola from Brazil to tebu-
conazole, azoxystrobin, and thiophanate-methyl and implications for disease management.
Plant Disease, v. 95, p. 821-827, 2011.
MCGRATH, M.T. What are fungicides? St. Paul: The American Phytopathological Society, 2004.
Disponível em: http://www.apsnet.org/edcenter/intropp/topics/Pages/fungicides.aspx.
MCKEAN, P.G; VAUGHAN, S.; GULL, K. The extended tubulin superfamily. Journal of Cell Sci-
ence, v. 114, p. 2723-2733, 2001.
MIESSNER, S.; STAMMLER, G. Monilinia laxa, M. fructigena and M. fructicola: Risk estimation of
resistance to QoI fungicides and identification of species with cytochrome b gene sequences.
Journal of Plant Diseases and Protection, v. 117, p. 162-167, 2010.
MORTON, V.; STAUB, T. A short history of fungicides. St. Paul: The American Phytopathological
Society, 2008. Disponível em: https://www.apsnet.org/edcenter/apsnetfeatures/Pages/Fungi-
cides.aspx.
OGAWA, J.M.; ZEHR, E.I.; BIGGS, A.R. Part I. Infectious diseases, diseases caused by fungi. In:
OGAWA, J.M. et al. (ed.). Compendium of stone fruit diseases. St. Paul: The American Phyto-
pathological Society, 1995. p. 7-10.
OLIVER, R.P.; HEWITT, H.G. Fungicides in crop protection. Oxfordshire: CAB International,
2014.
PARIAUD, B. et al. Aggressiveness and its role in the adaptation of plant pathogens. Plant Pathol-
ogy, v. 58, p. 409-424, 2009.
PARKER, D.M. et al. Polymorphism of 14 alpha-demethylase gene (CYP51) in brown rot pathogen
Monilinia fructicola from a resistant orchard in New York State. Phytopathology, v. 96, p. S90,
2006.
PEREIRA, W.V. et al. Reduced sensitivity to azoxystrobin of Monilinia fructicola isolates from Bra-
zilian stone fruits is not associated with previously described mutations in the cytochrome b
gene. Plant Disease, v. 101, p. 766-773, 2016.
PEREIRA, W.V. et al. Discontinuance of tebuconazole in the field restores sensitivity of Monilinia
fructicola in stone fruit orchards. Plant Pathology, v. 69, p. 68-76, 2019.
PRIMIANO, I.V. et al. Reduced sensitivity to azoxystrobin is stable in Monilinia fructicola isolates.
Scientia Agricola, v. 74, p. 169-173, 2017.
PRIMIANO, I.V. et al. Fitness of Monilinia fructicola isolates with different levels of sensitivity to
azoxystrobin. Acta Horticulturae, v. 1304, p. 321-326, 2021a.
PRIMIANO, I.V. et al. Methods to assess competitive ability of Monilinia fructicola isolates with re-
duced sensitivity to azoxystrobin. Acta Horticulturae, v. 1304, p. 327-332, 2021b.
REIS, E.M.; REIS, A.C.; CARMONA, M.A. Manual de fungicidas: guia para controle químico de
doenças de plantas. Passo Fundo: UPF, 2010.
RITCHIE, D.F. Brown rot of stone fruits. St. Paul: The American Phytopathological Society, 2001.
Disponível em: https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/fungalasco/pdlessons/Pages/
BrownRotStoneFruits.aspx.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 73
CAPÍTULO 4 - MECANISMOS DE AÇÃO E MANEJO PARA ESTUDOS DE CASO COM RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS
SANGLARD, D. et al. Multiple resistance mechanisms to azole antifungals in yeast clinical iso-
lates. Drug Resistance Updates, v. 1, p. 255-265, 1998.
SCHNABEL, G.; DAI, Q.; PARADKAR, M. Cloning and expression analysis of the ATP-binding cas-
sette transporter gene MfABC1 and the alternative oxidase gene MfAOX1 from Monilinia fructi-
cola. Pest Management Science, v. 59, p. 1143-1151, 2003.
SHAPIRO, R.S.; ROBBINS, N.; COWEN, L.E. Regulatory circuitry governing fungal development,
drug resistance, and disease. Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 75, p. 213-
267, 2011.
SIEROTZKI, H. Respiration Inhibitors: Complex III. In: ISHII, H.; HOLLOMON, D.W. (ed.) Fungi-
cide resistance in plant pathogens: Principles and a guide to practical management. Tokyo:
Springer, 2015. p. 119-143.
SILVA, S. et al. Apropriação tecnológica da produção integrada de pêssego na região de Pelotas
no estado do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, v. 41, p. 1667-1673, 2011.
THEODOULOU, F.L. Plant ABC transporters. Biochimica et Biophysica Acta - Biomembranes,
v. 1465, p. 79-103, 2000.
THOMAZI-KLEINA, H. et al. High inoculum of Monilinia fructicola is a threat to peach production
in the tropics due to fruit susceptibility at all development stages. Plant Pathology, v. 71, p.
1131– 1141, 2022.
VILLANI, S.M.; COX, K.D. Characterizing Fenbuconazole and Propiconazole Sensitivity and Prev-
alence of ‘Mona’in Isolates of Monilinia fructicola from New York. Plant Disease, v. 95, p. 828-
834, 2011.
WEGER, J. et al. First report of the β-tubulin E198A mutation conferring resistance to methyl
benzimidazole carbamates in European isolates of Monilinia fructicola. Plant Disease, v. 95, p.
497-497, 2011.
ZEHR, E.I. et al. Reduced sensitivity in Monilinia fructicola to propiconazole following prolonged
exposure in peach orchards. Plant Disease, v. 83, p. 913-916, 1999.
ZHAN, J.; MCDONALD, B. Experimental measures of pathogen competition and relative fitness.
Annual Review of Phytopathology, v. 51, p. 131-153, 2013.
ZHU, F. et al. First report of the β-tubulin E198A allele for fungicide resistance in Monilinia fructi-
cola from South Carolina. Plant Disease, v. 94, p. 1511-1511, 2010.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 74
5
CAPÍTULO 5
PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE
AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
1. Introdução
A agricultura é definida como a atividade de cultivo do solo com ações que bus-
cam produzir vegetais consumíveis, ou para serem usados como matérias-primas na
indústria com a junção de procedimentos, métodos e técnicas próprios dessa atividade
(Ferreira & Anjos, 2009).
A Revolução Verde, justificada pela necessidade de serem alcançadas maiores
produtividades na agricultura, surgiu do grande capital imperialista monopolista do
pós Segunda Guerra mundial. Grandes empresários perceberam que um dos cami-
nhos do lucro permanente eram os alimentos. Possuindo grandes sobras de material
de guerra (indústria química e mecânica), direcionaram tais sobras para a agricultura
(Zamberlam & Fronchet, 2001). A Revolução Verde provocou mudanças radicais nos
sistemas de produção agrícola, tendo como alicerces a utilização intensiva de semen-
tes melhoradas geneticamente, agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e mecanização
agrícola (Serra et al., 2016).
No Brasil, o uso dos agrotóxicos começou a ser difundido em meados da década de
1940. No final da década de 1960, o consumo de agrotóxicos teve grande aceleração de
uso em função da isenção de impostos a esses produtos e da vinculação entre o acesso
ao crédito agrícola subsidiado e a compra de agrotóxicos (Soares, 2010).
A intensificação do uso dos agrotóxicos no Brasil impulsionou o aumento da produ-
ção agrícola e, consequentemente, promoveu a expansão do agronegócio. Estes produ-
tos químicos, entretanto, acarretam sérios agravos ao meio ambiente e à saúde humana,
em especial, a do trabalhador rural, que tem contato direto com as substâncias tóxicas
(Belchior et al., 2014; Bombardi, 2017). Nesse contexto, estudos de percepção dos riscos
do uso de agrotóxicos são fundamentais para subsidiar o enfrentamento de problemas
surgidos na interface entre saúde, desenvolvimento e ambiente, como as exposições hu-
manas a agrotóxicos, em particular nas áreas de intensa atividade agrícola (Belo, 2014).
Diante disso, esse capítulo tem como objetivo realizar uma revisão sobre a per-
cepção dos agricultores em relação os riscos do uso de agrotóxicos, traçando um perfil
mundial, nacional e regional.
75
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
2. Definição de agrotóxicos
A Lei Federal nº 7.802, de 11 de julho de 1989, define os agrotóxicos como: “Pro-
dutos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos se-
tores de produção, no armazenamento e no beneficiamento de produtos agrícolas, nas
pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas e de outros ecossistemas e
de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição
da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados
nocivos, bem como substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecan-
tes, estimuladores e inibidores do crescimento das plantas” (Brasil, 1989).
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 1997) define os agrotóxicos como
produtos químicos com as seguintes características:
• Inseticidas: utilizados no combate de insetos;
• Fungicidas: utilizados no combate de fungos;
• Herbicidas: utilizados no combate de ervas daninhas.
Apesar da definição ampla utilizada na legislação brasileira (Brasil, 1989), nesse
estudo o termo agrotóxico será utilizado de maneira mais restrita, como adotado pela
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 1997).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 76
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 77
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 78
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 79
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 80
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 81
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 82
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Número de
País Cultivo(s) Referência
entrevistados
Grécia Algodão 148 Damalas & Hashemi, 2010
Guinê, Mali,
Mauritânia, Niger, Diversos 1704 Jepson et al., 2014
Senegal
Arroz, cana de
100 Mohanty et al., 2013
Índia açúcar
Maçã, hortaliças 100 Kumari & Sharma, 2018
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 83
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Número de
Estado* Município(s) Cultivo(s) Referência
entrevistados
Diversos
AC Rio Branco 42 Gregolis, Pinto & Peres, 2012
Diversos
AL Maragogi 60 Silva et al., 2011
CE Mauriti Não informado Não informado Lacerda, Lacerda & Souza, 2006
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 84
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Número de
Estado* Município(s) Cultivo(s) Referência
entrevistados
*AC = Acre, AL = Alagoas, CE = Ceará, DF = Distrito Federal, GO = Goiás, MA = Maranhão, MG = Minas Gerais,
MS = Mato Grosso do Sul, MT = Mato Grosso, PA = Pará, PB = Paraíba, PE = Pernambuco, PI = Piauí, PR =
Paraná, RJ = Rio de Janeiro, RN = Rio Grande do Norte, RO = Rondônia, RS = Rio Grande do Sul, SC = Santa
Catarina.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 85
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
visualizado como única solução para boas safras, induzindo o trabalhador a fazer um
discurso de negação do risco como instinto de defesa.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 86
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 87
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
o local de depósito era fora da moradia (75%), queimava as embalagens (71%), sentiu
algum mal estar após a aplicação (46%), já ouviu falar em equipamentos de proteção
individual - EPI (61%), principalmente máscara (45%) e luvas (44%), dispõe desses
EPIs (54%) e usa na aplicação (53%), nunca participou de um curso de capacitação
sobre uso de agrotóxicos e riscos ocupacionais (88%) e gostaria de participar (74%).
O quinto estudo foi realizado nos municípios de Barbalha, Crato e Juazeiro do
Norte, onde foram efetuadas visitas a 32 propriedades produtoras de hortaliças. Em
cada propriedade foi entrevistado um agricultor e usado um questionário, envolvendo
aspectos relacionados ao perfil demográfico do participante, perfil da produção rural
e percepção sobre os riscos ocupacionais do uso de agrotóxicos. A maioria dos entre-
vistados era do sexo masculino (93,8%), com idade entre 41 e 50 anos (53,1%), com
ensino fundamental incompleto (59,4%), residente do meio rural (87,5%), proprietá-
rio da área 24-26 de agosto de 2021 Brasília - DF (53,1%), trabalhava com produção
de hortaliças há mais de 20 anos (62,5%), plantava hortaliças em até 1 hectare 56,3%),
a principal hortaliça produzida era alface (68,8%), a produção era vendida na feira da
cidade (90,6%), não fazia parte de associação/cooperativa (59,4%),e não recebia as-
sistência técnica (78,1%). Quanto aos agrotóxicos, para a maioria o termo significava
veneno (75%), não sabia a diferença entre fungicidas, inseticidas e herbicidas (78,1%),
o local de depósito era fora da moradia (96,9%), queima as embalagens vazias (68,8%),
já sentiu algum mal estar após a aplicação (53,1%), já ouviu falar em equipamentos de
proteção individual - EPI, principalmente máscara e luvas (68,8%), dispõe desses EPIs
(62,5%) e usa na aplicação (59,6%), nunca participou de um curso de capacitação so-
bre uso de agrotóxicos e riscos ocupacionais (84,4%) e gostaria de participar (77,8%).
7. Considerações finais
Estudos de percepção dos agricultores sobre os riscos do uso de agrotóxicos têm
despertado grande interesse em nível mundial.
Foram realizados diversos estudos no Brasil sobre o uso de agrotóxicos, e basea-
do nos resultados obtidos nas análises de percepção dos agricultores, a desinformação
predomina no meio rural, principalmente de pequenos agricultores, tornando o uso
de agrotóxicos uma atividade de elevado risco para a saúde do trabalhador rural.
Muitos agricultores têm percepção do risco do uso de agrotóxicos, mas muitas
práticas adotadas pelos mesmos são inconsistentes com essa percepção.
Além de estudos regionais sobre a percepção dos agricultores, há necessidade de
promover a conscientização dos agricultores sobre os riscos associados aos usos de
agrotóxicos, considerando que se trata de uma questão de saúde pública.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 88
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
8. Referências bibliográficas
ABANG, A.F. et al. Vegetable growers perception of pesticide use practices, cost, and health ef-
fects in the tropical region of Cameroon. International journal of Agronomy and Plant Pro-
duction, v. 4, p. 873-883, 2013.
ABDELBAGI, A.O. et al. Knowledge of eggplant farmers on the proper use of pesticides in Khar-
toum State, Sudan. Journal of Agricultural Extension, v. 26, p. 59-70, 2022.
ABREU, P.H.B.; ALONZO, H.G.A. O agricultor familiar e o uso (in)seguro de agrotóxicos no mu-
nicípio de Lavras/MG. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 41, e18, 2016. DOI
10.1590/2317-6369000130015.
AENDA (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS DEFENSIVOS GENÉRICOS). As 20 maiores empresas
agroquímicas brasileiras em 2017. São Paulo: AENDA, 2017. Disponível em: https://www.
aenda.org.br/midias_post/as-20-maiores-empresas-agroquimicas-brasileiras-em-2017/.
AHMED, N. et al. Perception of pesticide use by farmers and neighbors in two periurban areas.
Science of the Total Environment, v. 412-413, p. 77-86, 2011.
AKTER, M. et al. Vegetable farmers’ behaviour and knowledge related to pesticide use and rela-
ted health problems: A case study from Bangladesh. Journal of Cleaner Production, v. 200,
p. 122-133, 2018.
ALI, J.; YUSOF, N.; AZIZ, F.S.A. Factors influencing farmer’s perceptions and behavior toward
pesticide use in Malaysia. International Journal of Social Economics, v. 45, p. 776-792, 2018.
ALVARES, C.A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift,
Berlin, v. 22, p. 711-728, 2013.
ALVES, J.D.N. Percepção de riscos no uso de agrotóxicos na cultura da laranja pela comunida-
de do Cubiteua, município de Capitão Poço – PA. Enciclopédia Biosfera, v. 9, p. 3594-3602,
2013.
ANDRADE, F.C. Percepção de risco do uso de agrotóxicos entre agricultores feirantes e estu-
dantes do curso de Gestão Ambiental na região do Médio Jequitinhonha. 2016. Disserta-
ção (Mestrado em Saúde, Sociedade e Ambiente) – Universidade Federal dos Vales do Jequiti-
nhonha e Mucuri, Diamantina.
ANIAH, P. et al. Vegetable farmers’ knowledge on pesticides use in Northwest Ghana. Environ-
ment, Development and Sustainability, v. 23, p. 7273–7288, 2021.
ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA). Regularização de produtos
– agrotóxicos. Brasília: ANVISA, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/
setorregulado/regularizacao/agrotoxicos/monografias.
ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA). Resolução RDC n° 296, de 29 de
julho de 2019. Dispõe sobre as informações toxicológicas para rótulos e bulas de agrotóxi-
cos, afins e preservativos de madeira. Brasília: ANVISA, 2019. Disponível em: https://www.
legisweb.com.br/legislacao/?id=381123.
ARÃO, R.I. Percepção por trabalhadores rurais dos municípios de Rio Verde e Catalão de ris-
cos ambientais e à saúde em relação a defensivos agrícolas. 2009. Dissertação (Mestrado
em Ciências Ambientais e Saúde) – Universidade Católica de Goiás, Goiânia.
ARÉVALO, C.A.; BACCA, T.; SOTO, A.G. Diagnóstico del uso y manejo de plaguicidas en fincas
productoras de cebola junca Allium fistulosum em el município de Pasto. Revista Luna Azul,
v. 38, p. 132-145, 2014.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 89
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
BAGHERI, A. et al. Pesticide handling practices, health risks, and determinants of safety beha-
vior among Iranian apple farmers. Human and Ecological Risk Assessment, v. 24, p. 2209-
2223, 2018.
BARBOSA, C.F. et al. Análise do conhecimento e uso de agrotóxicos por agricultores nas áreas de
cultivo de hortaliças no município de Cametá - PA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMI-
CA, 51., 2011, São Luís – MA. Trabalhos ... Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Química,
2011. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2011/trabalhos/13/13-622-10910.
BELCHIOR, D.C. et al. Impactos de agrotóxicos sobre o meio ambiente e a saúde humana. Cader-
nos de Ciência & Tecnologia, v. 34, p. 135-151, 2014.
BELO, M.S.S.P. Comunicação de riscos relacionada a agrotóxicos no Pólo Floricultor de Nova
Friburgo/RJ. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Nacional de Saúde pública
Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.
BELO, M.S.S.P. Contribuições dos estudos de percepção de risco para a análise e o gerencia-
mento de exposições humanas a agrotóxicos: o caso de Lucas do Rio Verde, MT. 2014. Tese
(Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.
BELO, M.S.S.P. et al. Percepção de riscos sobre o uso de agrotóxicos no município de Lucas do Rio
Verde/MT. Revista UNIANDRADE, v. 16, p. 59-72, 2015.
BENTLEY, J.; ANDREWS, K. Through the roadblocks: IPM and Central American smallholders.
London: International Institute for Environment and Development, 1996. 18p.
BERNI, I. et al. Understanding farmers’ safety behavior regarding pesticide use in Morocco. Sus-
tainable Production and Consumption, v. 25, p. 471-483, 2021.
BHANDARI, G. et al. Factors affecting pesticide safety behaviour: The perceptions of Nepalese
farmers and retailers. Science of the Total Environment, v. 631-632, p. 1560-1571, 2018.
BLANCO, C. Encuestas y estadísticas: métodos de investigación cuantitativa en ciências socia-
les y comunicación. Córdoba: Brujas, 2011.
BLANCO-MUÑOZ, J.; LACASAÑA, M. Practices in pesticide handling and the use of personal pro-
tective equipment in Mexican agricultural workers. Journal of Agromedicine, v. 16, p. 117-
126, 2011.
BOHNER, T.O.L. et al. Reflexões sobre os efeitos dos agrotóxicos no meio ambiente e na saú-
de humana: uma análise sobre a conscientização dos agricultores de Chapecó, SC. Revista
Educação Ambiental em Ação, n. 46, 2014. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.
php?idartigo=1730.
BOMBARDI, L.M. Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia.
São Paulo: FFLCH-USP, 2017.
BRASIL. Lei Federal nº 7.802 de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimen-
tação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comerciali-
zação, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos
resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de
agrotóxicos, seus componentes e afins. Brasília: Casa Civil, 1989. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L7802.htm.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Experiências exitosas em vi-
gilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos no Brasil. Brasília: Ministério da
Saúde, 2019. v. 2.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 90
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 91
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
ESCALADA, M.M.; HEONG, K.L. Methods for research on farmers’ knowledge, attitudes, and
practices in pest management. In: HEONG, K.L.; ESCALADA, M.M. (ed.). Pest management of
rice farmers in Asia. Los Baños: International Rice Research Institute, 1997. p. 1-34.
ESPÍNDOLA, E.A. Análise da percepção de risco do uso de agrotóxicos em áreas rurais: um
estudo junto aos agricultores no município de Bom Repouso (MG). 2011. Tese (Doutorado
em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, São Carlos.
FAO (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS). FAOSTAT: Pesti-
cides indicators. Rome: FAO, 2018. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/EP/
metadata.
FERREIRA, L.C.R.P. et al. Percepção ambiental dos agricultores quanto ao uso de agrotóxicos nas
hortas comunitárias, Teresina, PI. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL, 5.,
2014, Belo Horizonte – MG. Resumos ... Belo Horizonte: Instituto Brasileiro de Estudos Am-
bientais, 2014. p. 1-4.
FERREIRA, M.B.; ANJOS, M. (coord.). Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4. ed. Curi-
tiba: Positivo, 2009.
FONSECA, M.G.U. et al. Percepção de risco: maneiras de pensar e agir no manejo de agrotóxicos.
Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, p. 39-50, 2007.
FOSU-MENSAH, B.Y.; OKOFFO, E.D.; MENSAH, M. Assessment of farmers’ knowledge and pes-
ticides management in cocoa production in Ghana. International Journal of Advanced and
Applied Sciences, v. 9, p. 100-110, 2022.
FUNCEME (FUNDACAO CEARENSE DE METEOROLOGIA E RECURSOS HIDRICOS). Levanta-
mento de reconhecimento de média intensidade dos solos - Mesorregião do Sul Cearense.
Fortaleza: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, 2012.
GABER, S.; ABDEL-LATIF, S.H. Effect of education and health locus of control on safe use of pes-
ticides: a cross sectional random study. Journal of Occupational Medicine and Toxicology,
v. 7, 2012. DOI: 10.1186/1745-6673-7-3.
GESESEW, H.A. et al. Farmer’s knowledge, attitudes, practices and health problems associated
with pesticide use in rural irrigation villages, Southwest Ethiopia. PLoS ONE, v. 11, e0162527,
2016. DOI: 10.1371/journal.pone.0162527.
GONÇALVES, G.M.S. Agrotóxicos, saúde e ambiente na etnia Xukuru do Ororubá – Pernam-
buco. 2008. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Maga-
lhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife.
GONÇALVES, R.R. et al. Percepção e conhecimento dos produtores de feijão-caupi sobre os ris-
cos ocupacionais do uso de agrotóxicos no cariri cearense. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
FITOPATOLOGIA, 52., 2021, Online. Anais ... Brasília: Sociedade Brasileira de Fitopatologia,
2021. p. 393.
GREGOLIS, T.B.L.; PINTO, W.J.; PERES, F. Percepção de riscos do uso de agrotóxicos por traba-
lhadores da agricultura familiar do município de Rio Branco, AC. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, v. 37, p. 99-113, 2012.
HASHEMI, S.M. et al. Pesticide use and risk perceptions among farmers in southwest Iran. Hu-
man and Ecological Risk Assessment, v. 18, p. 456-470, 2012.
HENRY, D.; FEOLA, G. Pesticide-handling practices of smallholder coffee farmers in Eastern Ja-
maica. Journal of Agriculture and Rural Development in the Tropics and Subtropics, v.
114, p. 59-67, 2013.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 92
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
HUNT, D. P. The concept of knowledge and how to measure it. Journal of Intellectual Capital, v.
4, p. 100-113, 2003.
IBAMA (INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS).
Relatórios de comercialização de agrotóxicos. Brasília: IBAMA, 2017. Disponível em: http://
www.ibama.gov.br/agrotoxicos/relatorios-de-comercializacao-de-agrotoxicos#boletinsanuais.
IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Resultados preliminares cen-
so agropecuário 2017. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em https://sidra.ibge.gov.br/
pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2017#caracteristicas-estabelecimentos.
IPECE (INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ). Sistema de infor-
mações geossocioeconômicas do Ceará - Perfil regional. Fortaleza: IPECE, 2022. Disponível
em: http://ipecedata.ipece.ce.gov.br/ipece-data-web/module/perfil-regional.xhtml.
ISTRININGSIH et al. Farmers’ knowledge and practice regarding good agricultural practices
(GAP) on safe pesticide usage in Indonesia. Heliyon, v. 8, e08708, 2022. DOI 10.1016/j.he-
liyon.2021.e08708.
ISSA, Y. et al. Pesticide use and opportunities of exposure among farmers and their families:
cross-sectional studies 1998-2006 from Hebron governorate, occupied Palestinian territory.
Environmental Health, v. 9, e63, 2010. DOI: 10.1186/1476-069X-9-63.
JEPSON, P.C. et al. Measuring pesticide ecological and health risks in West African agriculture to
establish an enabling environment for sustainable intensification. Philosophical Transac-
tions of the Royal Society B, v. 369, e20130491, 2014. DOI: 10.1098/rstb.2013.0491.
KHAN, M.; DAMALAS, C.A. Farmers’ knowledge about common pests and pesticide safety in con-
ventional cotton production in Pakistan. Crop Protection, v. 77, p. 45-51, 2015.
KUMARI, S.; SHARMA, H.R. Farmers’ perception on environmental effects of pesticide use, cli-
mate change and strategies used in mountain of Western Himalaya. International Journal of
Agricultural Science and Research, v. 8, p. 57-68, 2018.
LACERDA, J.R.M.; LACERDA, M.R.M.; SOUZA, M.M.A. Percepção do agricultor sobre a utilização
do agrotóxico em São Miguel, Mauriti-CE. Cadernos de Cultura e Ciência, v. 1, p. 2-10, 2006.
LEITE, K.C.; TORRES, M.B.R. O uso de agrotóxicos pelos trabalhadores rurais do assentamento
Catingueiro Baraúna-RN. Mossoró. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sus-
tentável, v.3, p. 6-28, 2008.
LEKEI, E.E.; NGOWI, A.V.; LONDON, L. Farmers’ knowledge, practices and injuries associated
with pesticide exposure in rural farming villages in Tanzania. BMC Public Health, v. 14, e389,
2014. DOI: 10.1186/1471-2458-14-389.
LIMA, L.B. et al. Uso de agroquímicos na produção de hortaliças em Farias Brito – CE. Applied
Research & Agrotechnology, v. 8, p. 87-92, 2015.
LOBATO, S.M.R. O silêncio como metáfora: O uso de agrotóxicos e a saúde de agricultores no
município de Igarapé-Açu / Pará. 2013. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável
do Trópico Úmido) – Universidade Federal do Pará, Belém.
LONDRES, F. Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida. Rio de Janeiro: AS-P-
TA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, 2011.
MAGALHÃES, M.A.S. Exposição a agrotóxicos na atividade agrícola: um estudo de percepção
de riscos à saúde dos trabalhadores rurais no distrito de Pau Ferro, Salgueiro-PE. 2010.
Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação
Oswaldo Cruz, Recife.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 93
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
MARCOLIN, G. et al. Percepção dos agricultores expostos aos agrotóxicos em seu ambiente de
trabalho no municipío de Serranópolis do Iguaçu-PR. Revista Ibero-Americana de Humani-
dades, Ciências e Educação, v. 8, e5787, 2022. DOI 10.51891/rease.v8i5.5787.
MASCARENHA, T.K.S.F. Percepção de risco do uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais no
Brasil. 2014. Dissertação (Mestrado em Sistemas Agroindustriais) – Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande.
MENDES, S.A.F.; SILVA JÚNIOR, M.F. Percepção de risco no uso de agrotóxicos na produção de
tomate do distrito de Nova Matrona, Salinas, Minas Gerais. Caminhos de Geografia, v. 12, p.
226-244, 2011.
MOHANTY, M.K. et al. Knowledge attitude and practice of pesticide use among agricultural
workers in Puducherry, South India. Journal of Forensic and Legal Medicine, v. 20, p. 1028-
1031, 2013.
MORAES, R.F. Agrotóxicos no Brasil: padrões de uso, política da regulação e prevenção da cap-
tura regulatória. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2019.
MOURA, N.N. Percepção de risco do uso de agrotóxicos: o caso dos produtores de São José de
Ubá/RJ. 2005. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) – Insti-
tuto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica.
MUBUSHAR, M. et al. Assessment of farmers on their knowledge regarding pesticide usage and
biosafety. Saudi Journal of Biological Sciences, v. 26, p. 1903-1910, 2019.
NEUMAN, W.L. Social research methods: qualitative and quantitative approaches. 7. ed. Essex:
Pearson, 2014.
NGUYEN, T.M. et al. Pesticide use in vegetable production: a survey of Vietnamese farmers’
knowledge. Plant Protection Science, v. 54, p. 203-214, 2018.
OESTERLUND, A.H. et al. Pesticide knowledge, practice and attitude and how it affects the health
of smallscale farmers in Uganda: a cross-sectional study. African Health Science, v. 14, p.
420-433, 2014.
OLIVEIRA, R.A. et al. Nível de conhecimento de agricultores familiares em relação ao uso de
agrotóxicos em um município do interior da Bahia. Revista Saúde.Com, v. 17, p. 2254-2266,
2021.
OPAS (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE). Manual de vigilância da saúde de popu-
lações expostas a agrotóxicos. Brasília: Organização Pan-americana da Saúde, Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância Sanitária. 1997.
ÖZTAS, D. et al. Knowledge level, attitude, and behaviors of farmers in Çukurova Region regar-
ding the use of pesticides. BioMed Research International, v. 2018, p. 1-7, 2018.
PASIANI, J.O. et al. Knowledge, attitudes, practices and biomonitoring of farmers and residents
exposed to pesticides in Brazil. International Journal of Environmental Research and Pu-
blic Health, n. 9, p. 3051-3068, 2012.
PEREIRA, R.A.; SILVA, R.M.; MARINHO, J.A. O uso de agrotóxicos por pequenos agricultores no
município de Porto Velho/RO. In: SIMPÓSIO SOBRE REFORMA AGRÁRIA E QUESTÕES RU-
RAIS, 6., 2014, Araraquara – SP. Trabalhos ... Araraquara: Centro Universitário de Araraqua-
ra, 2014. p. 1-25.
PEREIRA, R.V.M. et al. O uso de agrotóxicos pelos agricultores familiares em comunidades rurais
de Paço do Lumiar – MA. Cadernos de Agroecologia, v. 13, p. 1-4, 2018.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 94
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
PERES, F.; MOREIRA, J.C. Saúde e ambiente em sua relação com o consumo de agrotóxicos em
um polo agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v. 23, p.
S612-S621, 2007.
PERES, F.; ROZEMBERG, B.; LUCCA, S.R. Percepção de riscos no trabalho rural em uma região
agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil: agrotóxicos, saúde e ambiente. Cadernos de Saú-
de Pública, v. 21, p. 1836-1844, 2005.
PIGNATI, W.A. et al. Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para
a Vigilância em Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 3281-3293, 2017.
PORTO, M.F.S. Análise de riscos nos locais de trabalho: conhecer para transformar. São Paulo:
Instituto Nacional de Saúde do Trabalho, 2000.
RAHMOUNE, H. et al. Utilisation des pesticides et perception des risques chez les agriculteurs
de la région de Biskra (Sud Est d’Algérie). International Journal of Environmental Studies,
v. 77, p. 82-93, 2020.
RAKSANAM, B. et al. Health risk behaviors associated with agrochemical exposure among rice
farmers in a rural community, Thailand: a community-based ethnography. Asia-Pacific Jour-
nal of Public Health, v. 26, p. 588-595, 2014.
RAMBOW, C. et al. Risco: a percepção da comunidade ribeirinha do Rio dos Sinos em relação ao
uso de defensivos agrícolas. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambien-
tal, v. 18, p. 796-802, 2014.
RECENA, M.C.P.; CALDAS, E.D. Percepção de risco, atitudes e práticas no uso de agrotóxicos entre
agricultores de Culturama, MS. Revista de Saúde Pública, v. 42, p. 294-301, 2008.
REMBISCHEVSKI, P. Estatísticas de uso e de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola no
Brasil. [online]. Brasília: Universidade de Brasília, 2018. Disponível em: https://www.toxicolo-
gia.unb.br/?pg=desc-noticias_foco&id=47&nome=Estat%EDsticas%20de%20uso%20e%20
de%20intoxica%E7%E3o%20por%20agrot%F3xicos%20de%20uso%20agr%EDcola%20
no%20Brasil.
RICHARTZ, A. et al. Percepção de uma população rural sobre o uso de agrotóxicos. Cuidado é
Fundamental, v. 13, p. 1179-1185, 2021.
RÍOS-GONZÁLEZ, A.; JANSEN, K.; SÁNCHEZ-PÉREZ, J.H. Pesticide risk perceptions and the di-
fferences between farmers and extensionists: towards a knowledge-in-context model. Envi-
ronmental Research, v. 124, p. 43-53, 2013.
SANTANA, C.M. et al. Exposição ocupacional de trabalhadores rurais a agrotóxicos. Cadernos de
Saúde Coletiva, v. 24, n. 3, p. 301-307, 2016.
SANTOS, M.E.O.; SANTOS, H.C.; DANTAS, H.J. O uso indiscriminado de agrotóxico na agricultu-
ra familiar no assentamento Aroeira no município de Santa Terezinha-PB. In: CONGRESSO
NORTE E NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7., 2012, Palmas – TO. Trabalhos ... Pal-
mas: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Tocantins, 2012. Disponível em:
http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/4672/3051.
SÃO PAULO. Intoxicações: manual de vigilância - programa municipal de prevenção e controle
das intoxicações. São Paulo: Prefeitura da Cidade de São Paulo / Coordenação de Vigilância
em Saúde / Centro de Controle de Doenças, 2012.
SCHEID, M.W. Percepção dos agricultores do município de Cerro Largo/RS sobre a exposição
a agrotóxicos em sua atividade ocupacional. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Licen-
ciatura em Ciências Biológicas) – Universidade Federal da Fronteira Sul, Cerro Largo.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 95
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
SEN, L.T.H; DUNG, N.T.; HASAN, M.M. Perceptions and practices of pesticides safety measures
of rice farmers in the central region of Vietnam. Journal of Agriculture and Rural Develop-
ment in the Tropics and Subtropics, v. 123, p. 121-130, 2022.
SERRA, L.S. et al. Revolução Verde: reflexões acerca da questão dos agrotóxicos. Revista do
CEDS, n. 4, p. 1-25, 2016.
SHAHBAZ, P. et al. Land tenure status based pesticide use knowledge of vegetable farmers. In-
ternational Journal of Vegetable Science, 28, p. 247-258, 2022.
SHRESTHA, P.; KOIRALA, P; TAMRAKAR, A.S. Knowledge, practice and use of pesticides among
commercial vegetable growers of Dhading District, Nepal. Journal of Agriculture and Envi-
ronment, v. 11, p. 95-100, 2010.
SILVA, C.E.A. et al. Percepção dos agricultores sobre os riscos ocupacionais do uso de agrotóxi-
cos na produção de hortaliças na Região Metropolitana do Cariri. In: CONGRESSO BRASILEI-
RO DE FITOPATOLOGIA, 52., 2021, Online. Anais ... Brasília: Sociedade Brasileira de Fitopa-
tologia, 2021. p. 387.
SILVA, F.M. et al. Percepção de risco no uso de agrotóxicos em cinco comunidades rurais no mu-
nicípio de Pombal – PB. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.
9, p. 1-9, 2014.
SILVA, J.J. A estrutura agrária da região do Cariri cearense - Brasil: histórico e características
atuais. In: ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA, 14., 2013, Lima - Peru. Anais
... 20 p.
SILVA, M.N.; SOUSA, G.P. Percepção Ambiental quanto ao risco de contaminação por agrotóxicos
na comunidade agrícola de Marabá-PA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 53., 2013,
Rio de Janeiro – RJ. Trabalhos ... Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Química, 2013. Dis-
ponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2013/trabalhos/5/2286-15740.html.
SILVA, P.S.L. et al. Reflexão sobre o senso de percepção de risco no uso de agrotóxicos pelos pe-
quenos agricultores no Assentamento Samba no município de Maragogi – Alagoas. PUBVET,
v. 5, p. 1065-1071, 2011.
SILVA, T.; MOREIRA, A. Agrotóxicos: um estudo acerca dos conhecimentos de agricultores sobre
o uso dos agrotóxicos utilizados nos municípios de Parelhas-RN e Equador-RN para o cultivo
do tomate. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 52., 2012, Recife – PE. Trabalhos ...
Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Química, 2012. Disponível em: http://www.abq.org.
br/cbq/2012/trabalhos/5/801-10817.html.
SKALISZ, R.O.; POLACK, S.W. Agrotóxicos: sintomas e tratamento. Curitiba: Secretaria da Agri-
cultura do Estado do Paraná, 1991.
SOARES, W.L. Uso dos agrotóxicos e seus impactos à saúde e ao ambiente: uma avaliação
integrada entre a economia, a saúde pública, a ecologia e a agricultura. 2010. Tese (Dou-
torado em Ciências) – Escola Nacional de Saúde pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo
Cruz, Rio de Janeiro.
SOUSA, J.A. et al. Percepção dos produtores rurais quanto ao uso de agrotóxicos. Revista Brasi-
leira de Agricultura Irrigada, v. 10, p. 976-989, 2016.
SOUZA, C.S.; SOUZA, C.C.S.; VOSGERAU, M.Z.S. Conhecimento e práticas na utilização de agrotó-
xicos e seu impacto na saúde de assentados de Jardim Alegre/PR. Divers@ Revista Eletrôni-
ca Interdisciplinar, v. 6, p. 1-73, 2013.
STACHIW, R.T.S. Percepção de trabalhadores rurais quanto aos efeitos toxicológicos do uso e
exposição a agrotóxicos. Nature and Conservation, v. 12, p. 11-18, 2019.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 96
CAPÍTULO 5 - PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES SOBRE OS RISCOS DO USO DE AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO
VAIDYA, A. et al. Changes in perceptions and practices of farmers and pesticide retailers on safer
pesticide use and alternatives: impacts of a community intervention in Chitwan, Nepal. Envi-
ronmental Health Insights, v, 11, p. 1-12, 2017.
VARGAS, Y. Exposicion a agroquimicos y creencias asociadas a su uso en la cuenca hidrografica
del Rio Morote, Guanacaste, Costa Rica: un estudio de casos. Ciencia & Trabajo, v. 17, p. 54-
68, 2015.
VASCONCELOS, M.V.; FREITAS, C.F.; SILVEIRA, C.A. Caracterização do uso de agrotóxicos entre
trabalhadores rurais. Revista Saúde, v. 40, p. 87-96, 2014.
WAHLBRINCK, M.G.; BICA, J.B.; REMPEL, C. Percepção dos agricultores do município de Imi-
grante (RS) sobre os riscos da exposição a agrotóxicos. Revista Brasileira de Ciências Am-
bientais, v. 44, p. 72-84, 2017.
WENG, C.-Y.; BLACK, C. Taiwanese farm workers’ pesticide knowledge, attitudes, behaviors and
clothing practices. International Journal of Environmental Health Research, v. 25, p. 685-
696, 2015.
WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION). Exposure to highly hazardous pesticides: a major
public health concern. Geneva: World Health Organization, 2010.
WIEDEMANN, P.M. Introduction risk perception and risk communication. Jülich: Programme
Group Humans / Environment, Technology (MUT) / Research Centre Jülich, 1993.
YAMASHITA, M.G.N. Análise de rótulos e bulas de agrotóxicos segundo dados exigidos pela
legislação federal de agrotóxicos e afins e de acordo com parâmetros de legibilidade ti-
pográfica. 2008. Dissertação (Mestrado em Desenho Industrial) – Faculdade de Arquitetura,
Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista, Bauru.
YAP, S.M.S.; DEMAYO C.G. Farmers’ knowledge and understanding of pesticide use and field
spraying practices: A case study of rice farmers in the municipality of Molave, Zamboanga del
Sur, Philippines. Advances in Environmental Biology, v. 9, p. 134-142, 2015.
ZAMBERLAM, J.; FRONCHETI, A. Agricultura ecológica: preservação do pequeno agricultor e
do meio ambiente. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 97
6 CAPÍTULO 6
PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA
O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
1. Introdução
As bactérias fitopatogênicas se caracterizam como fatores limitantes à produ-
ção agrícola mundial, pois podem reduzir e até limitar o cultivo de culturas essen-
ciais à alimentação humana. Diversas espécies bacterianas são conhecidas por cau-
sarem danos em culturas economicamente importantes, estando a maioria delas
alocadas nos gêneros Acidovorax, Agrobacterium, Burkholderia, Clavibacter, Erwinia,
Pantoea, Pectobacterium, Pseudomonas, Ralstonia, Streptomyces, Xanthomonas e Xylella
(Rajesh-Kannan, Kurtulus-Bastas & Antony 2016; Khan et al., 2020). As fitobacte-
rioses, como também são denominadas as doenças de plantas causadas por bacté-
rias fitopatogênicas, possuem difícil controle devido à fatores como alta diversida-
de genética intrínseca desses microrganismos, rápida disseminação em condições
ambientais favoráveis, diferentes formas de dispersão e de sobrevivência, além da
pouca disponibilidade de cultivares resistentes, produtos químicos e biológicos
(Kado, 2010).
Dentre os métodos empregados para o controle de fitopatógenos, o controle quí-
mico tem sido intensivamente utilizado desde 1960 (Samada & Tambunan, 2020).
Entretanto, a crescente demanda por alimentos mais saudáveis tem aumentado o
desenvolvimento de estratégias de manejo mais sustentáveis para produção agrí-
cola (Farooq et al., 2022). Nesse contexto, o controle biológico surgiu como alter-
nativa a fim de minimizar o uso de produtos químicos, reduzir resíduos presentes
em produtos alimentares, além de gerar baixo impacto ao meio ambiente (He et al.,
2021). Os agentes de biocontrole influenciam nas interações planta-patógeno e seus
ambientes, interferindo com a capacidade dos patógenos em causar doença, resis-
tência dos hospedeiros e o funcionamento ecológico do agroecossistema (Barratt et
al., 2018). Além disso, a ativação de mecanismos de defesa das plantas através de
indutores de resistência e crescimento de plantas, bem como uso de antibióticos e
a da integração de produtos químicos e biológicos também se caracterizam como
estratégias importantes que podem ser utilizadas no manejo integrado das fitobac-
terioses (Obradovic & Jones, 2004).
98
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 99
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 100
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 101
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 102
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 103
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
turas (algodão, cana-de-açúcar, café, cevada, feijão e soja) e frutíferas (citros, manga e
maracujá) (AGROFIT, 2022).
É importante salientar que concentrações elevadas de íons de cobre se tornam
nocivas às bactérias devido a sua interação com ácidos nucleicos, interrupção de sítios
ativos de enzimas, interferência no sistema de transporte de energia e comprometi-
mento da integridade de membranas celulares (Silva-Júnior & Behlau, 2018). Dessa
forma, são necessárias várias aplicações destes produtos até que se alcance o controle
adequado das doenças (Meneguim et al., 2007). Por outro lado, a resistência a pro-
dutos cúpricos também tem sido detectada nesses microrganismos. Este fenômeno
foi relatado pela primeira vez no ano de 1983, em isolados de Xanthomonas vesicatoria
associados a mancha bacteriana em pimentão (Marco & Stall, 1983), e a partir de en-
tão, tem sido observado em isolados de diferentes espécies bacterianas (Araújo et al.,
2003; Griffin et al., 2017). Assim sendo, é essencial a utilização racional desses produ-
tos, respeitando sempre as recomendações técnicas de cada fabricante e realizando o
monitoramento dos campos de produção para detecção de isolados resistentes.
Antibióticos: Antibióticos são compostos químicos produzidos por microrganis-
mos capazes de inibir ou matar outros microrganismos, em baixas concentrações e
com alto nível de especificidade (McManus & Stockwell, 2001; Silva-Júnior & Behlau,
2018). Os antibióticos mais empregados no manejo de fitobacterioses são estreptomi-
cina, casugamicina e oxitetraciclina, os quais são produzidos por actinobactérias, um
grupo de bactérias que apresenta crescimento filamentoso, dentre outras característi-
cas. Estes antibióticos bloqueiam o complexo iniciante da síntese de proteínas, inter-
rompendo a sequência normal de tradução, resultando na produção de enzimas não-
-funcionais, ocasionando a morte da célula bacteriana (Silva-Júnior & Behlau, 2018).
No Brasil, são registrados dois antibióticos que têm como único ingrediente ativo
a casugamicina, isoladamente ou em associação com oxicloreto de cobre, para con-
trole de 11 espécies de fitobactérias que infectam hortaliças (alho, abóbora, abobri-
nha, batata, berinjela, cebola, cenoura, chuchu, jiló, maxixe, melancia, melão, pepino,
pimenta, pimentão e quiabo), cereais (aveia, centeio, cevada, milho, trigo e triticale)
e café (AGROFIT, 2022). No entanto, é recomendável utilizar antibióticos com caute-
la, visto que além do risco de desenvolvimento de resistência em diferentes isolados,
também há um elevado custo de aplicação, degradação no meio ambiente (Silva-Jú-
nior & Behlau, 2018) e risco de fitotoxidez às plantas (Theodoro & Maringoni, 2000).
Indutores de resistência: A indução de resistência representa uma forma de
controle alternativo capaz de evitar ou atrasar a entrada ou subsequente infecção do
patógeno no tecido das plantas, mostrando-se efetiva também contra fitobacterioses
(Resende et al., 2007). A resistência sistêmica é uma forma natural de defesa da plan-
ta, que oferece uma proteção duradoura contra uma ampla gama de microrganismos.
Este tipo de resistência pode ser ativado quimicamente com a aplicação de induto-
res de resistência, os quais não atuam diretamente sobre o patógeno, mas na ativação
dos mecanismos de resistência bioquímicos e estruturais da planta, o que impede ou
dificulta a colonização dos tecidos vegetais pelo fitopatógeno (Silva-Júnior & Behlau,
2018). A resistência pode persistir na planta por diversos meses, contudo, com o pas-
sar do tempo, é necessário reaplicar o produto para reativar a indução. Por ser ines-
pecífica e parcial, este método não promove pressão de seleção ao patógeno, o que
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 104
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 105
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Organismo Mecanismo de
Patógeno Alvo Doença Cultura Produto
Antagonista ação
Xanthomonas
Mancha
vesicatoria; Em qualquer
bacteriana; Bio-Imune*
Pseudomonas cultura com
Mancha- Multi-Attack* Bacillus subtilis Diversos
syringae pv. ocorrência do
aureolada; Pinta Multi-Guard*
garcae; alvo biológico
bacteriana
P. syringae.
Streptomyces
Sarna-comum;
scabies; Batata; Berinjela, B. subtilis Antibiose e
Mancha
X. vesicatoria; Jiló, Pimenta, Serenade* linhagem QST resistência
bacteriana;
X. citri subsp. Tomate e Citrus 713 induzida
Cancro cítrico
citri
Tomate,
X. campestris Mancha-
Berinjela, Jiló, B.
pv. campestris; bacteriana; Duravel* Competição
Pimenta e amyloliquefaciens
S. scabies Sarna comum
Pimentão
Rhizobium
Rhizobium Frutíferas,
radiobacter
radiobacter (sin. plantas Antibiose e
Galha da coroa NOGALL® K1026 (sin.
Agrobacterium ornamentais e competição
Agrobacterium
tumefaciens) noz
radiobacter)
Pectobacterium
carotovorum,
Erwinia Antibiose e
Diversas Kodiak® B. subtilis GBO3
tracheiphila, P. competição
syringae e X.
campestris
Competição
Queima Aureobasidium
E. amylovora Pera e Maçã Blossom Protect por espaço e
bacteriana pullulans
nutrientes
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 106
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Organismo Mecanismo de
Patógeno Alvo Doença Cultura Produto
Antagonista ação
Cereja, Maçã,
Pera, Amêndoa, Pseudomonas
Queima
E. amylovora Pêssego, BlightBan® A560 fluorescens Competição
bacteriana
Tomate, Batata A506
e Morango
Antibiose,
Bacillus competição
P. syringae pv. Bacteriose-
amyloliquefa- por espaço
actinidiae; E. PSA; Queima Kiwi e Macieira Amylo – X WG
ciens subsp. e nutrientes
amylovora bacteriana
plantarum D747 e resistência
induzida
Tomate, Batata,
Morango,
Damasco,
Pseudomonas
Queima Amêndoa,
E. amylovora Frostban B fluoroscens Competição
bacteriana Blueberry,
A506
Pêssego,
Nectarina, Maçã,
Pera e Cereja
X. campestris Mancha Tomate e
AgriPhage XCV Bacteriófago Parasitismo
pv. vesicatoria bacteriana Pimenta
AgriPhage-
X. citri pv. citri Cancro cítrico Citrus Bacteriófago Parasitismo
Citrus Canker
P. syringae pv. Tomate e
Pinta bacteriana AgriPhage PST Bacteriófago Parasitismo
tomato Pimenta
Clavibacter
michiganensis Cancro
Tomate AgriPhage CMM Parasitismo
subsp. bacteriano
michiganensis
Queima AgriPhage-Fire
E. amylovora Maçã e Pera Bacteriófago Parasitismo
bacteriana Blight
Bactérias
causadoras de Podridão mole Batata Biolyse-BP Bacteriófago Parasitismo
podridão mole
Queima
E. amylovora Maçã Erwiphage Bacteriófago Parasitismo
bacteriana
Doença de Coquetel de
Xylella fastidiosa Videira XylPhi-PD Parasitismo
Pierce da videira bacteriófagos
* Produtos registrados no Brasil
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 107
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
le via indução de mecanismos de defesa da planta contra patógenos (Figura 1). Além
desses mecanismos, a promoção de crescimento de plantas é considerada um quinto
mecanismo, o qual pode contribuir para o controle de doenças pela melhoria da ab-
sorção de nutrientes e interferência nas vias hormonais das plantas. Entretanto, al-
guns pesquisadores não consideram esse efeito como um mecanismo de biocontrole
(Stenberg et al., 2021).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 108
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 109
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 110
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 111
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 112
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
5. Perspectivas futuras
A agricultura tem sofrido pressão ao redor do planeta para que todas as etapas
de produção de alimentos apresentem níveis razoáveis de sustentabilidade. Nesse
contexto, as aplicações de produtos químicos devem ser utilizadas de forma racional,
em um sistema de manejo integrado, visando a redução dos danos e perdas provoca-
dos pelas fitobacterioses, e promovendo o menor impacto ambiental possível. Portan-
to, a adoção de estratégias que permitam a diminuição desses impactos, bem como
o surgimento de isolados bacterianos resistentes, caracterizam-se como essenciais
para a utilização desses produtos. Dentro desse escopo, o controle biológico desponta
como técnica valiosa para toda cadeia econômica da agricultura mundial, pois per-
mite que níveis consideráveis de controle sejam alcançados, tanto pelo seu uso isola-
do em alguns casos, quanto pela sua utilização em conjunto com produtos químicos
e outras técnicas de controle, auxiliando consideravelmente na redução dos impac-
tos causados pelas fitobacterioses e oferecendo alternativas ao uso exclusivo de pro-
dutos químicos. Também é preciso ressaltar que devido a sua imensa diversidade, o
Brasil apresenta um enorme potencial para a bioprospecção de microrganismos em
seus biomas singulares, os quais podem ser explorados amplamente para aumentar
a gama de microrganismos e produtos comerciais disponíveis em território nacional.
Diante desse panorama, investimentos e incentivos em pesquisas científicas visando
a busca de agentes de biocontrole, a determinação dos modos de ação, formas ade-
quadas de produção, aplicação e armazenamento de produtos biológicos, bem como
visando a avaliação de estratégias de aplicação em conjunto com produtos químicos
e com outras técnicas de controle, são essenciais para o sucesso do manejo integrado
das fitobacterioses e desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e menos
agressiva ao meio ambiente.
6. Referências bibliográficas
ABD-EL-KHAIR, H. et al. Biological control of Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum, the
causal agent of bacterial soft rot in vegetables, in vitro and in vivo tests. Bulletin of the Natio-
nal Research Centre, v. 45, p. 1-9, 2021.
AGROFIT (Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento). AGROFIT, 2022. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/
principal_agrofit_cons.
ÁLVAREZ, B.; LÓPEZ, M.M.; BIOSCA, E.G. Biocontrol of the major plant pathogen Ralstonia sola-
nacearum in irrigation water and host plants by novel waterborne lytic bacteriophages. Fron-
tiers in Microbiology, v. 10, p. 2813, 2019.
ANVISA. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Reclassificação toxicológica. ANVISA,
2019. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa.
ARAÚJO J.S.P. et al. Resistência ao cobre em estirpes brasileiras de Xanthomonas campestris pv.
viticola. Fitopatologia Brasileira, v. 28, p. 339-340, 2003.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 113
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 114
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
FAROOQ, T. et al. Deploying viruses against phytobacteria: potential use of phage cocktails as a
multifaceted approach to combat resistant bacterial plant pathogens. Viruses, v. 14, p. 171,
2022.
FAN, H. et al. Biocontrol of bacterial fruit blotch by Bacillus subtilis 9407 via surfactin-mediated
antibacterial activity and colonization. Frontiers in Microbiology, v. 8, p. 1973, 2017.
FLORES, O. et al. Characterization of bacteriophages against Pseudomonas syringae pv. actinidiae
with potential use as natural antimicrobials in kiwifruit plants. Microorganisms, v. 8, p. 974,
2020.
FRAC (Comitê de ação a resistência a fungicidas). Modo de ação de fungicidas. Jaguariúna:
FRAC, 2022. Disponível em: https://www.frac-br.org/.
FRIEDRICH, L. et al. A benzothiadiazole derivative induces systemic acquired resistance in to-
bacco. The Plant Journal, v. 10, p. 61-70, 1996.
FUJIWARA, A. et al. Biocontrol of Ralstonia solanacearum by treatment with lytic bacteriophages.
Applied and Environmental Microbiology, v. 77, p. 4155-4162, 2011.
GRIFFIN, K. et al. Copper-tolerance in Pseudomonas syringae pv. tomato and Xanthomonas spp. and
the control of diseases associated with these pathogens in tomato and pepper. A systematic
literature review. Crop Protection, v. 96, p. 144-150, 2017.
GUIMARÃES, R.A.; SILVA, J.C.P.; MEDEIROS, F.H.V. Mercado de produtos biológicos: uma visão
atual da aplicação no território brasileiro. In: International Symposium on Plant Disease Ma-
nagement Plant Health in Tropical Agribusiness: The Numbers of the Giant, 19, 2019. Anais…
Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2019. p. 162-170.
GUO, Y. et al. Sustainable management of soil-borne bacterium Ralstonia solanacearum in vitro
and in vivo through fungal metabolites of different Trichoderma spp. Sustainability, v. 13, p.
1491, 2021.
HE, D.C. et al. Biological control of plant diseases: An evolutionary and eco-Economic considera-
tion. Pathogens, v. 10, p. 1311, 2021.
HORUZ, S.; AYSAN, Y. Biological control of watermelon seedling blight caused by Acidovorax ci-
trulli using antagonistic bacteria from the genera Curtobacterium, Microbacterium and Pseudo-
monas. Plant Protection Science, v. 54, p. 138-146, 2018.
HUANG, T.P. et al. DNA polymorphisms and biocontrol of Bacillus antagonistic to citrus bacterial
canker with indication of the interference of phyllosphere biofilms. PloS One, v. 7, p. E42124,
2012. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0042124.
INGOLE, O. V.; PATIL, B.R.; GADE, R.M. Chemical and biological management of bacterial blight
of cotton caused by Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum. Journal of Cotton Research and
Development, v. 25, p. 88-90, 2011.
ISLAM, M.N. et al. Biocontrol of citrus canker disease caused by Xanthomonas citri subsp. citri
using an endophytic Bacillus thuringiensis. The plant pathology journal, v. 35, p. 486, 2019.
ISLAM, M. et al. Characterization and biocontrol measures of Pseudomonas syringae pv. syringae
associated with citrus blast disease. Vegetos, v. 33, p. 555-569, 2020.
JENSEN, D.F.; KARLSSON, M.; LINDAHl, B.D. Fungal–fungal interactions: from natural ecosys-
tems to managed plant production, with emphasis on biological control of plant diseases. In:
DIGHTON, J.; WHITE, J. F. (ed.). The fungal community – its organization and role in the
ecosystem. Boca Raton: CRC Press, 2017. p. 549-562.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 115
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
JIANG, C-H. et al. Study on screening and antagonistic mechanisms of Bacillus amyloliquefaciens
54 against bacterial fruit blotch (BFB) caused by Acidovorax avenae subsp. citrulli. Microbiolo-
gical Research, v. 170, p. 95-104, 2015.
JONES, J.B. et al. Considerations for using bacteriophages for plant disease control. Bacterio-
phage, v. 2, p. e23857, 2012. DOI: https://doi.org/10.4161/bact.23857.
JUNGKHUN, N. et al. Isolation and characterization of bacteriophages infecting Burkholderia glu-
mae, the major causal agent of bacterial panicle blight in rice. Plant Disease, v. 105, p. 2551-
2559, 2021.
KADO, C.I. Epidemiology and control of bacterial plant diseases. In: KADO, C. I. (ed.). Plant bacte-
riology. St. Paul, MN: American Phytopathological Society, 2010. p. 277-294.
KARIUKI, C.K.; MUTITU, E.W.; MUIRU, W.M. Effect of Bacillus and Trichoderma species in the ma-
nagement of the bacterial wilt of tomato (Lycopersicum esculentum) in the field. Egyptian Jour-
nal of Biological Pest Control, v. 30, p. 1-8, 2020.
KHAN, R.A.A. et al. Bioactive secondary metabolites from Trichoderma spp. against phytopatho-
genic bacteria and root-knot nematode. Microorganisms, v. 8, p. 401, 2020.
KOCH, E. et al. Biocontrol of plant diseases is not an unsafe technology! Journal of Plant Disea-
ses and Protection, v. 125, p. 121-125, 2018.
KOHL, J.; KOLNAAR, R.; RAVENSBERG, W.J. Mode of action of microbial biological control agents
against plant diseases: relevance beyond efficacy. Frontiers in plant science, v. 10, p. 845,
2019.
KONAPPA, N. et al. Efficacy of indigenous plant growth-promoting rhizobacteria and Trichoder-
ma strains in eliciting resistance against bacterial wilt in a tomato. Egyptian Journal of Bio-
logical Pest Control, v. 30, p. 1-13, 2020.
LEE, G. et al. Foliar application of the leaf-colonizing yeast Pseudozyma churashimaensis elicits sys-
temic defense of pepper against bacterial and viral pathogens. Scientific reports, v. 7, p. 1-13,
2017.
LIU, B. et al. Screening, identification of bio-control endophytic bacterium against citrus canker
and stability of its bioactive metabolites. Acta Agriculturae Zhejiangensis, v. 27, p. 2152-
2158, 2015.
MACIAG, T. et al. The great five-an artificial bacterial consortium with antagonistic activity
towards Pectobacterium spp. and Dickeya spp.: Formulation, shelf life, and the ability to prevent
soft rot of potato in storage. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 104, p. 4547-4561,
2020.
MCMANUS P.S.; STOCKWELL, V.O. Antibiotic use for plant disease management in the United
States. Plant Health Progress, v. 2, n. 1, p. 14, 2001.
MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). AGROFIT: Consulta aberta. MAPA,
2022. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br.
MARCO, G.M.; STALL, R.E. Control of bacterial spot of pepper initiated by strains of Xanthomonas
campestris pv. vesicatoria that differ in sensitivity to copper. Plant Disease, v. 6797, p. 779-781,
1983.
MEDEIROS, F.H.V. et al. Management of melon bacterial blotch by plant beneficial bacteria. Phy-
toparasitica, v. 37, p. 453-460, 2009.
MELO, E.A. et al. Efficacy of yeast in the biocontrol of bacterial fruit blotch in melon plants. Tro-
pical Plant Pathology, v. 40, p. 56-64, 2015.
MENEGUIM, L. et al. Sensibilidade de Xanthomonas axonopodis pv. citri ao cobre e mancozeb. Fito-
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 116
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 117
CAPÍTULO 6 - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PARA O MANEJO DE FITOBACTERIOSES
SANTOS, E.R. et al. Biocontrol of bacterial fruit blotch of melon by bioactive compounds produ-
ced by Bacillus spp. Summa Phytopathologica, v. 32, p. 376-378, 2006.
SCHWARCZINGER, I. et al. Characterization of Myoviridae and Podoviridae family bacteriopha-
ges of Erwinia amylovora from Hungary-potential of application in biological control of fire bli-
ght. European Journal of Plant Pathology, v. 149, p. 639-652, 2017.
SEVIC, M. et al. Integration of biological and conventional treatments in control of pepper bacte-
rial spot. Crop Protection, v. 119, p. 46-51, 2019.
SILVA-JÚNIOR, G.J.; BEHLAU, F. Controle químico. In: AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGA-
MIN-FILHO, A. (Org.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 5ª. ed. Ouro Fino:
Agronômica Ceres, 2018. p. 239-260.
SOLTANI, J.; MOGHADDAM, M.S.H. Diverse and bioactive endophytic Aspergilli inhabit Cupressa-
ceae plant family. Archives of Microbiology, v. 196, p. 635-644, 2014.
STENBERG, J.A. et al. When is it biological control? A framework of definitions, mechanisms, and
classifications. Journal of Pest Science, v. 94, p. 665-676, 2021.
STOCKWELL, V.O.; JOHNSON, K.B.; LOPER, J.E. Compatibility of bacterial antagonists of Erwinia
amylovora with antibiotics used to control fire blight. Phytopathology, v. 86, p. 834-840, 1996.
THAPA, S.; BABADOOST, M. Effectiveness of chemical compounds and biocontrol agents for ma-
nagement of bacterial spot of pumpkin Caused by Xanthomonas cucurbitae. Plant Health Pro-
gress, v. 17, p. 106-113, 2016.
THEODORO, G.F.; MARINGONI, A.C. Ação de produtos químicos in vitro e in vivo sobre Clavibacter
michiganensis subsp. michiganensis, agente causal do cancro bacteriano do tomateiro. Scientia
Agricola, v. 57, p. 439-443, 2000.
TERRY, L.A.; JOYCE, D.C. Elicitors of induced disease resistance in postharvest horticultural
crops: a brief review. Postharvest Biology and Technology, v. 32, p. 1-13, 2004.
TRIAS, M.R. et al. Lactic acid bacteria from fresh fruit and vegetables as biocontrol agents of phy-
topathogenic bacteria and fungi. International Microbiology, v. 11. p. 231-236, 2008.
VIEIRA, G. et al. Terrestrial and marine Antarctic fungi extracts active against Xanthomonas citri
subsp. citri. Letters in applied microbiology, v. 67, p. 64-71, 2018.
WANG, X. et al. Phage combination therapies for bacterial wilt disease in tomato. Nature Biote-
chnology, v. 37, p. 1513-1520, 2019.
WEI, C. et al. Developing a bacteriophage cocktail for biocontrol of potato bacterial wilt. Virologi-
ca sinica, v. 32, n. 6, p. 476-484, 2017.
YAN, L.; KHAN, R.A.A. Biological control of bacterial wilt in tomato through the metabolites pro-
duced by the biocontrol fungus, Trichoderma harzianum. Egyptian Journal of Biological Pest
Control, v. 31, p. 1-9, 2021.
YOUDKES, D. et al. Potential control of potato soft rot disease by the obligate predators Bdellovi-
brio and like organisms. Applied Environmental Microbiology, v. 86, p. e02543-19, 2020.
DOI: https://doi.org/10.1128/AEM.02543-19.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 118
7 CAPÍTULO 7
LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO
AOS PRODUTOS BIOLÓGICOS
1. Leveduras na Fitopatologia
Os microrganismos eucarióticos e unicelulares, pertencentes aos filos Ascomy-
cota e Basidiomycota, que se reproduzem por fissão binária ou brotamento, que não
apresentam corpo de frutificação e apresentam características e hábitos similares
aos de bactérias são chamadas de leveduras (Fuentefria, 2007). Esses organismos são
abundantes em diversos tipos de substratos, podendo ser comumente encontrados na
microbiota epifítica e/ou endofítica de folhas, cascas, frutas, flores, tecidos necróticos,
solos e na rizosfera (Bello et al., 2008; Grondin et al., 2015).
O histórico das leveduras acompanha a história humana com a prática de fer-
mentação de bebidas, por exemplo, ocorre desde as primeiras civilizações. Mesmo
desconhecendo a existência dos microrganismos fermentativos e não compreenden-
do os mecanismos envolvidos nesses processos, as civilizações aprimoraram, ao longo
dos anos, a utilização de leveduras para a produção e beneficiamento de alimentos.
Atualmente, esses microrganismos são empregados nos mais diversos setores como
os alimentícios, medicinais, biotecnológicos e agrícolas.
Tratando-se das aplicações agrícolas e fitossanitárias de organismos biocontro-
ladores, leveduras possuem características fundamentais necessárias, a saber: são fa-
cilmente cultivadas em condições in vitro; podem ser melhoradas biotecnologicamen-
te a fim de potencializar sua utilização e eficácia; são facilmente adaptáveis a diversas
condições nutricionais mesmo as mais desfavoráveis; apresentam alta capacidade de
proliferação, mesmo em baixas temperaturas; são excelentes colonizadoras em dife-
rentes tipos de substratos por longos períodos, incluindo tecidos de plantas (Robiglio
et al., 2011). Em síntese, esse conjunto de atributos proporcionam às leveduras van-
tagens admiráveis como agentes biocontroladores e, diferentemente dos fungos fila-
mentosos, leveduras não produzem esporos alergênicos ou micotoxinas (Qing & Shi-
ping, 2000).
Mesmo apresentando tantas características favoráveis, quando comparamos os
volumes de pesquisas acerca de leveduras, relacionando o potencial de aplicação e
obtenção de produtos nas áreas de biotecnologia, micologia médica e fitopatologia,
percebemos que nessa última, o conhecimento sobre leveduras ainda é pouco explo-
rado e os produtos resultantes que podem ser utilizados de forma efetiva são escassos.
A agricultura moderna enfrenta grandes desafios para manter os volumes pro-
dutivos com baixo impacto ambiental e garantia da segurança alimentar (Lamichha-
ne et al., 2016). Na busca por caminhos alternativos ao uso de produtos químicos,
119
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
a aplicação de leveduras BCA’s (Biological Control Agents) emerge como uma pos-
sível alternativa.
Em meados de 1991, foram publicados os resultados dos mecanismos de ação
desempenhados por Pichia guilliermondii, atual Meyerozyma guilliermondii, sobre o fito-
patógeno Botrytis cinerea (Wisniewski et al., 1991). Desde então, nos últimos 30 anos,
extensas pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de reconhecer as estraté-
gias desempenhadas por leveduras como BCA’s contra fitopatógenos, principalmente
aqueles que afetam frutos em pré e pós-colheita.
Os produtos resultantes de todos esses anos de pesquisas, a respeito do uso de
leveduras como agentes de biocontrole não foram suficientes para esclarecer os pro-
cessos envolvidos na expressão dos mecanismos antagônicos, tampouco os efeitos da
ação biocontroladora, desempenhados por leveduras BCA’s, sobre os componentes
que compõem um patossistema. Todas essas interrogações e desafios impulsionam
novas pesquisas na esperança de que tão logo possamos empregar adequadamente
esses microrganismos na agricultura.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 120
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 121
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 122
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
3.2. Antibiose
A antibiose ocorre pela ação antimicrobiana de substâncias que podem ser solú-
veis em água ou voláteis, secretadas naturalmente pelas leveduras ou ainda por ação
de metabólitos específicos ativos, secretados por indução, após a interação do antago-
nista com os tecidos vegetais (Droby et al., 2009).
Pouco se conhece sobre a diversidade e a natureza da maioria das substâncias
antibióticas produzidas por leveduras, no entanto, sabe-se que compostos dessa natu-
reza desempenham um papel importantíssimo no estabelecimento e manutenção de
comunidades de leveduras em seus substratos. Isolados de Pichia anomala (E.C. Hansen
Kurtzman 1984) foram relatados como importantes antagonistas que podem atuar por
antibiose. Por meio da produção de acetato de etila, esses isolados foram capazes de
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 123
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 124
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
3.5. Expressão enzimática
Outro importante mecanismo antagônico é a produção de enzimas que contribui
positivamente no desempenho do mecanismo antagônico, como a amilase (BASTOS,
et al., 2015), beta-glucosidase, protease, lipase (Nogueira et al., 2012) e beta-galacto-
sidase (Heidtmann et al., 2012). Esse mecanismo tem ganhado destaque, tornando-se
alvo de pesquisas frequentes, uma vez que os avanços das ferramentas biotecnológi-
cas e moleculares tornaram possível a identificação e o isolamento dessas enzimas de
interesse fitossanitários e agronômicos.
Muitas dessas enzimas podem apresentar efeitos antioxidantes, aumentando a
tolerância do hospedeiro a estresses abióticos (Chi et al., 2015). Entre as enzimas mais
estudadas, destacam-se a quitinase e a β-glucanase. Essas enzimas apresentam ampla
capacidade de inibição de fungos como Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Penicillium
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 125
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 126
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 127
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 128
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 129
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
6. Referências bibliográficas
ANGELINI, R.M.M. et al. Global transcriptome analysis and differentially expressed genes in gra-
pevine after application of the yeast-derived defense inducer cerevisane. Pest Management
Science, v.75, p. 2020-2033, 2019.
BALLESTER-TOMÁS, L. et al. The Antarctic yeast Candida sake: Understanding cold metabolism
impact on wine. International Journal of Food Microbiology, v. 245, p. 59-65, 2017.
BARROS, J.D. et al. Kodamaea (Pichia) ohmeri fungemia in a pediatric patient admitted in a public
hospital. Sabouraudia, v. 47, n. 7, p. 775-779, 2009.
BASTOS, C.M.S., et al. Efeito das condições de cultivo na produção de amilase por duas linhagens
de leveduras. Revista Brasileira de Biociências, v. 13, n. 3, p. 1679-2343, 2015.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 130
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
BAUTISTA-ROSALES, P.U. et al. Action mechanisms of the yeast Meyerozyma caribbica for the con-
trol of the phytopathogen Colletotrichum gloeosporioides in mangoes. Biological Control, v. 65,
n. 3, p. 293-301, 2013.
BELLO, G.D. et al. Biocontrol of postharvest grey mould on tomato by yeasts. Journal of Phyto-
pathology, v. 156, p. 257-263, 2008.
BERTINI, A. et al. Comparison of Candida parapsilosis, Candida orthopsilosis, and Candida metapsilo-
sis adhesive properties and pathogenicity. International Journal of Medical Microbiology, v.
303, n. 2, p. 98-103, 2013.
BOLLER, T.; HE, S.Y. Innate Immunity in Plants: An Arms Race Between Pattern Recognition Re-
ceptors in Plants and Effectors in Microbial Pathogens. Science, v. 324, n. 5928, p. 742-744,
2009.
BOURGUET, D.; GUILLEMAUD, T. The hidden and external costs of pesticide use. Sustainable
agriculture reviews, v. 19, p. 35-120, 2016.
CAMPOS-MARTÍNEZ, A. et al. Antagonistic yeasts with potential to control Colletotrichum gloeos-
porioides (Penz.) Penz. & Sacc. and Colletotrichum acutatum J.H. Simmonds on avocado fruits.
Crop Protection, v. 89, p. 101-104, 2016.
CARVALHO, F.P. Pesticides, environment, and food safety. Food and Energy Security, v. 6, n. 2,
p. 48-60, 2017.
CHEN, X. et al. Control of postharvest radish decay using a Cryptococcus albidus yeast coating for-
mulation. Crop Protection, v. 41, p. 88-95, 2012.
CHI, M. et al. Increased activity of antioxidant enzymes, stress tolerance and biocontrol efficacy
of Pichia kudriavzevii with the transition from a yeast-like morphology to biofilm. Biological
Control, v. 90, p. 113-119, 2015.
CUI, H.; TSUDA, K.; PARKER, J.E. Effector-triggered immunity: from pathogen perception to ro-
bust defense. Annual Review of Plant Biology, v. 66, p. 487-511, 2015.
DE PAULA JÚNIOR, T.J. et al. Regulamentação e uso de produtos à base de agentes biológicos
para o controle de doenças de plantas e pragas no Brasil. Embrapa Meio Ambiente, v. 34, n.
276, p. 50-57, 2013.
DORIA, A.C.O.C., et al. Estudo comparativo de hemoculturas e cateteres positivos para leveduras
do gênero Candida de origem hospitalar. Revista Univap, n. 38, p. 46-55, 2016.
DROBY, S. Twenty years of postharvest biocontrol research: is it time for a new paradigm? Pos-
tharvest Biology and Technology, v.52, p.137–145, 2009.
FESEL, P.H.; ZUCCARO, A. β-glucan: crucial component of the fungal cell wall and elusive MAMP
in plants. Fungal Genetics and Biology, v. 90, p. 53-60, 2016.
FREIRE JÚNIOR, M.; SOARES, A.G. Orientações quanto ao manuseio pré e pós-colheita de fru-
tas e hortaliças visando a redução de suas perdas. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria
de Alimentos, 2014.
FREIMOSER, F.M. et al. Biocontrol yeasts: mechanisms and applications. World Journal of Mi-
crobiology and Biotechnology, v. 35, n.10, p.1-19, 2019.
FUENTEFRIA, A.M. Bioprospecção de leveduras killer com potencial para aplicação em bio-
tipagem de microrganismos patogênicos humanos. 2007. (Doutorado em Biologia Celular e
Molecular) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul.
GRAMISCI, B.R. et al. Enhancing the efficacy of yeast biocontrol agents against postharvest pa-
thogens through nutrient profiling and the use of other additives. Biological Control, v. 121,
p. 151-158, 2018.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 131
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
GRONDIN, E. et al. A comparative study on the potential of epiphytic yeasts isolated from tropi-
cal fruits to produce flavoring compounds. International Journal of Food Microbiology, v.
203, p. 101-108, 2015.
HEIDTMANN, R.B. et al. Caracterização cinética e termodinâmica de β-galactosidase de Kluyve-
romyces marxianus CCT 7082 fracionada com sulfato de amônio. Brazilian Journal of Food
Technology, v. 15, n. 1, p. 41-49, 2012.
HERNÁNDEZ-LAUZARDO, A.N. Antagonistic yeasts with potential to control Colletotrichum gloe-
osporioides (Penz.) Penz. & Sacc. and Colletotrichum acutatum J.H. Simmonds on avocado fruits.
Crop Protection, v. 89, p. 101-104, 2016.
HILBER-BODMER M. et al. Competition assays and physiological experiments of soil and phyllos-
phere yeasts identify Candida subhashii as a novel antagonist of filamentous fungi. BMC Micro-
biol, v. 17, n. 4, p. 1-15, 2017.
HONG, S.H. et al. Antifungal activity and expression patterns of extracellular chitinase and β-1,
3-glucanase in Wickerhamomyces anomalus EG2 treated with chitin and glucan. Microbial pa-
thogenesis, n. 110, p. 159-164, 2017.
HU, H. et al. Biocontrol activity of a cold-adapted yeast from Tibet against gray mold in cherry
tomato and its action mechanism. Extremophiles, v. 21, p. 789–803, 2017.
HUANG, R. et al. Control of postharvest Botrytis fruit rot of strawberry by volatile organic com-
pounds of Candida intermedia. Phytopathology, v. 101, p. 859–869, 2011.
JONES, J.D.G.; DANGL, J.L. The plant immune system. Nature, v. 444, p. 323-329, 2006.
KARABULUT, O.A. et al. Near-harvest applications of Metschnikowia fructicola, ethanol, and so-
dium bicarbonate to control postharvest diseases of grape in central California. Plant Disea-
se, v. 87, p. 1384–1389, 2003.
KHALDI, N. et al. Genomic mapping of fungal secondary metabolite clusters. Fungal Genetic
and Biology, v. 47, n. 9, p. 736-741, 2010.
KLEIN, M.N.; KUPPER, K.C. The production of biofilm by Aureobasidium pullulans improves bio-
control against acid rot in citrus. Food Microbiology, v. 69, p. 1-10. 2018.
KONSUE, W.; DETHOUP, T.; LIMTONG, S. Biological control of fruit rot and anthracnose of pos-
tharvest mango by antagonistic yeasts from economic crops leaves. Microorganisms, v. 8, n.
3, 317, 2020. DOI: https://doi.org/10.3390/microorganisms8030317.
LAMICHHANE, J.R., et al. Toward a reduced reliance on conventional pesticides in European
agriculture. Plant Disease, v. 100, n. 1, p. 10-24, 2016.
LANGER, L.T.A. et al. Biofilmes em infecção por Candida: uma revisão da literatura. Revista In-
terdisciplinar em Ciências da Saúde e Biológicas, v. 2, n. 2, p. 1-15, 2018.
LIU, P.; LUO, L.; LONG, C.A. Characterization of competition for nutrients in the biocontrol of Peni-
cillium italicum by Kloeckera apiculata. Biological Control, v. 67, n. 2, p. 157-162, 2013.
LIU, J. et al. Utilization of antagonistic yeasts to manage postharvest fungal diseases of fruit. In-
ternational Journal of Food Microbiology, v. 167, n. 2, p. 153-160, 2013.
LOPES, M.R. et al. Saccharomyces cerevisiae: a novel and efficient biological control agent for Col-
letotrichum acutatum during pre-harvest. Microbiological Research, v. 175, p.93–99, 2015.
LUTZ, M.C. et al. Efficacy and putative mode of action of native and commercial antagonistic
yeasts against postharvest pathogens of pear. International Journal of Systematic and Evo-
lutionary Microbiology, v. 164, p. 166–172, 2013.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 132
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
MANSO, T.; NUNES, C. Metschnikowia andauensis as a new biocontrol agent of fruit postharvest
diseases. Postharvest Biology and Technology, v. 61, 1, p. 64-71, 2011.
MARQUINA, D.; SANTOS, A.; PEINADO, J. Biology of killer yeasts. International Microbiology, v.
5, n. 2, p. 65-71, 2002.
MEDINA-CÓRDOVA, N. et al. Biocontrol activity of the marine yeast Debaryomyces hansenii against
phytopathogenic fungi and its ability to inhibit mycotoxins production in maize grain (Zea
mays L.). Biological Control, v. 97, p. 70-79, 2016.
MEERTS, M. et al. The effects of yeast metabolites on the rheological behaviour of the dough ma-
trix in fermented wheat flour dough. Journal of Cereal Science, v. 82 p. 183-189, 2018.
MENG, X-H; QIN, G-Z; TIAN, S-P. Influences of preharvest spraying Cryptococcus laurentii combi-
ned with postharvest chitosan coating on postharvest diseases and quality of table grapes in
storage. LWT – Food Science and Technology, v. 43, n. 4, p. 596-601, 2009.
NALLY, M.C. et al. Antifungal modes of action of Saccharomyces and other biocontrol yeasts against
fungi isolated from sour and grey rots. International Journal of Food Microbiology, v. 204,
p. 91-100, 2015.
NOGUEIRA, F.A.M. et al. Atividade enzimática de leveduras isoladas na fase final de fermentação
natural de azeitonas de mesa da região de Trás-os-Montes. Actas Portuguesas de Horticul-
tura-VI Simpósio Nacional de Olivicultura, n. 21, p. 315-321, 2012.
NUNES, C.A. Biological control of postharvest diseases of fruit. European Journal of Plant Pa-
thology, v.133, p.181–196, 2012.
O’BRIEN, P.A. Biological control of plant diseases. Australasian Plant Pathology, v. 46, p. 293-
304, 2017.
OWNLEY, B.H.; GWINN, K.D.; VEGA, F.E. Endophytic fungal entomopathogens with activity
against phytopathogens: ecology and evolution. BioControl, v. 55, p. 113-128, 2010.
PAIVA, E. et al. Combined effect of antagonistic yeast and modified atmosphere to control Pe-
nicillium expansum infection in sweet cherries cv. Ambrunés. International Journal of Food
Microbiology, v. 241, p. 276-282, 2017.
PARAFATI, L. et al. Biocontrol capacity and mechanism of action of yeast strains isolated in food
against Botrytis cinerea causing post-harvest rot of table grapes. Food microbiology, v. 47, p.
85-92, 2015.
PIANO, S. Biocontrol capability of Metschnikowia pulcherrima against Botrytis postharvest rot of
apple. Postharvest Biology and Technology, v.11, p.131–140, 1997.
PUJARI, J.D., YAKKUNDIMATH, R.; BYADGI, A.S. Image processing based detection of fungal di-
seases in plants. Procedia Computer Science, v. 46, p. 1802-1808, 2015.
QIN, X. et al. Biocontrol of gray mold in grapes only with the yeast Hanseniaspora uvarum and in
combination with salicylic acid or sodium bicarbonate. Postharvest Biology and Technolo-
gy, v. 100, p. 160-167, 2015.
QING, F.; SHIPING, T. Postharvest biological control of Rhizopus rot of nectarine fruits by Pichia
membranefaciens. Plant Disease, v. 84, n. 11 p. 1212–1216, 2000.
RAHMAN, S.F.S. et al. Emerging microbial biocontrol strategies for plant pathogens. Plant Scien-
ce, v. 267, p. 102-111, 2018.
ROBERT, V.; CARDINALI, G.; CASADEVALL, A. Distribution and impact of yeast thermal tolerance
permissive for mammalian infection. BMC Biology, v. 13, n. 18, p. 1-14, 2015.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 133
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 134
CAPÍTULO 7 - LEVEDURAS NA FITOPATOLOGIA: DA PROSPECÇÃO AOS PRODUTOS
TURKEL, S., KORUKLUOGLU, M., YAVUZ, M. Biocontrol activity of the local strain of Metschnikowia
pulcherrima on different postharvest pathogens. Biotechnology Research International, v.
2014, p. 1-6, 2014.
WILLAERT, R. G. Adhesins of yeasts: protein structure and interactions. Journal of Fungi, v. 4,
n. 4, p. 119, 2018.
USALL, J.; TORRES, R.; TEIXIDO, N. Biological control of postharvest diseases on fruit: a suitable
alternative?. Current Opinion in Food Science, v. 11, p. 51-55, 2016.
VALDEBENITO‑SANHUEZA, R.M. Leveduras para o biocontrole de fitopatógenos. In: MELO, I.S.
de; AZEVEDO, J.L. (ed.). Controle biológico. 2000. p.41‑55.
VILLALBA, M.L. et al. Purification and characterization of the killer toxin of Saccharomyces
eubayanus: Efficacy of biocontrol against wine spoilage yeasts. International Journal of Food
Microbiology, v. 331, 108714, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2020.108714.
WEISS, A.; MÖGEL, G.; KUNZ, S. Development of “Boni-Protect”- a yeast preparation for use in the
control of post-harvest diseases of apples. In: BOOS, M. (ed.). 12th International conference
on cultivation technique and phytopathologtical problems in organic fruit-growing. 2006.
Weinsberg, p 113–117, 2006.
WILLAERT, R.G. Adhesins of yeasts: protein structure and interactions. Journal of Fungi, v. 4, n.
4, p. 119, 2018.
WISNIEWSKI, M. et al. Mode of action of the postharvest biocontrol yeast, Pichia guilliermondii
I. Characterization of the attachment to Botrytis cinerea. Physiological and Molecular Plant
Pathology, v. 39, n. 4, p. 245–258, 1991.
ZHANG, W.J.; WOPKE, V.D.W.; PANG, Y. A simulation model for vegetable-insect pest-insect nu-
cleopolyhedrovirus epidemic system. Journal of Environmental Entomology, v. 33, n. 3, p.
283-301, 2011.
ZHANG, X. et al.et al. Antagonistic yeasts: a promising alternative to chemical fungicides for con-
trolling postharvest decay of fruit. Journal of Fungi, v.6, n.3, p. 158, 2020b.
ZHANG, X. et al. Postharvest biological control of Rhizopus rot and the mechanisms involved
in resistance induced to diseases of peaches by Pichia membranefaciens. Postharvest Biology
and Technology, v. 163, p. 111146, 2020a.
ZHAO, S. et al. Expression of flagellin at yeast surface increases biocontrol efficiency of yeast
cells against postharvest disease of tomato caused by Botrytis cinerea. Postharvest Biology
and Technology, v. 162, p. 111112, 2020. DOI: 10.1016/j.postharvbio.2019.111112.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 135
8 CAPÍTULO 8
USO DE MICRORGANISMOS ANTAGONISTAS NO MANEJO DE
DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
1. Introdução
A demanda mundial por frutas frescas vem crescendo significativamente nos úl-
timos anos, especialmente em função da conscientização da população sobre a impor-
tância de uma alimentação saudável, o reconhecimento de sua participação na pre-
venção de várias doenças e o aumento da população mundial. Segundo a Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção mundial de
frutas vem aumentando gradativamente desde o ano 2000 (FAO, 2022).
De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da
FAO, o consumo diário de frutas e hortaliças para um homem adulto dever ser de no
mínimo 400g (Ministério da Saúde, 2008). Entretanto, apesar de todo o conhecimento
sobre os benefícios do consumo de frutas, no Brasil é muito baixo o índice de pessoas
que mantém uma alimentação regular em relação a ingestão de frutas. Ainda de acor-
do com a OMS, apenas 24,1% dos brasileiros consumem a quantidade adequada de
frutas e hortaliças (Ministério da Saúde, 2012).
O Brasil se destaca mundialmente na produção de frutas, com produção anual de
39,9 milhões de toneladas de frutas, sendo responsável por 4,6% do volume colhido
(DERAL, 2020). No cenário mundial, além do Brasil, que é o terceiro maior produtor
de frutas, destacam-se a China e a Índia como os maiores produtores, assim como os
EUA e México. No Brasil, a fruticultura caracteriza-se pela ampla diversidade de frutas
produzidas, desde frutas de espécies adaptadas às regiões de clima tropical, assim
como de clima temperado. Entre as principais frutas produzidas no país, pode-se ci-
tar: laranja, banana, abacaxi, coco, mamão, cacau, uva, maçã, manga, limão, melão,
melancia, tangerina, maracujá e goiaba (FAO, 2022).
A fruticultura está presente em todas as regiões do Brasil, entretanto as maiores
áreas cultivadas encontram-se nas regiões Nordeste e Sudeste. O Nordeste é respon-
sável por exportações de frutas frescas que atingem valores acima de 100 milhões de
dólares (Vidal, 2021). Como destaque, temos o Vale de São Francisco, localizado na
zona semiárida do Nordeste, que vem ganhando destaque, tanto nacionalmente quan-
to internacionalmente, por sua produção de frutas. Das grandes culturas frutíferas
produzidas na região, destaca-se o cultivo de videira e mangueira (Lopes et al., 2009).
Apesar do potencial produtivo, a fruticultura brasileira enfrenta diversos de-
safios, principalmente aqueles relacionados às etapas de pós-colheita. Para muitas
frutas, o tempo de prateleira é um fator limitante para sua comercialização, princi-
136
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 137
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Antibiose
A antibiose refere-se à produção, por um agente de controle biológico de subs-
tâncias inibitórias ou tóxicas ao patógeno, tais como antibióticos, toxinas killer e en-
zimas que são capazes de degradar a parede celular ou moléculas sinalizadoras de
quórum necessárias para expressar a virulência do patógeno (Janisiewicz, 2010). Os
antibióticos são substâncias de baixo peso molecular capazes de inibir o crescimen-
to e provocar a morte de um microrganismo (Vero et al., 2016).
Diversos gêneros bacterianos, como Bacillus, Pseudomonas, Streptomyces, Burkhol-
deria, Pantoea, Lysobacter e Enterobacter estão predominantemente envolvidos no con-
trole biológico através da produção de antibióticos (Dukare et al., 2019). Como exem-
plo, a produção de pirrolnitrina por isolado de Pseudomonas cepacia, diminuindo a
severidade de podridões em pós-colheita de citros e maçã causadas por Penicillium
italicum (Janisiewicz, 1991).
Competição
Oriundo do comportamento de dois ou mais grupos microbianos que ocupam o
mesmo nicho alimentar (aminoácidos, vitaminas, minerais e carboidratos) e de espa-
ço, no qual aquele mais efetivo em ocupar esse nicho acaba reduzindo a atividade do
outro (Janisiewicz et al., 2000).
Este modo de ação é descrito para vários microrganismos fúngicos, bacterianos
e leveduras como Pantoea agglomerans contra Penicillium digitatum e P. italicum em fru-
tos de laranja (Poppe, Vanhoutte & Hofte, 2003), Serratia plymuthica no manejo de P.
digitatum e P. italicum em citros (Meziane et al., 2006), Aureobasidium pullulans contra
Penicillium expansum (Bencheqroun et al., 2007), Metschnikowia pulcherrima atuando no
controle de Botrytis cinerea, Alternaria alternata e P. expansum em maçãs (Saravanaku-
mar et al., 2008), Debaryomyces hansenii contra P. digitatum (Taqarort et al., 2008) e Cryp-
tococcus laurentii contra Geotrichum citri-aurantiiin em citros (Liu et al., 2013).
Parasitismo
O parasitismo consiste na utilização do patógeno como alimento por seu anta-
gonista (Vero et al., 2016). Wisniewski et al. (1991) relataram a capacidade de algu-
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 138
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Indução de resistência
Tem-se evidenciado que microrganismos utilizados para controle biológico em
pós-colheita, além de competirem por espaço e nutrientes, são capazes de induzir re-
sistência no hospedeiro. A indução de resistência a estresses bióticos ou abióticos está
associado ao acúmulo de barreiras estruturais e elicitação de respostas bioquímicas
e estruturais, incluindo sinalização de proteína quinase (MAPK), espécies reativas de
oxigênio (EROS), biossíntese de terpenóides, produção de fitoalexinas e proteínas rela-
cionadas a patogêneses, acumulação aumentada de compostos fenólicos, lignificação
na infecção local e fortalecimento da parede celular do hospedeiro pela formação de
glicoproteínas, lignina, calose e outros polímeros fenólicos (Shoresh, Harman & Mas-
touri, 2010; Lloyd et al., 2011).
Estudo conduzido por Ippolito et al. (2000) demonstrou que a aplicação de isola-
do de A. pullulans foi capaz de induzir a produção de enzimas (quitinases, glucanases e
peroxidases) em ferimentos de maçã.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 139
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 140
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 141
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 142
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 143
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 144
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Figura 1. Efeito, in vitro, da inibição do crescimento micelial de Aspergillus ochraceus (A – 2); A. niger
(B – 2); F. semitectum (C – 2); A. flavus (D – 2) após sete dias de exposição aos compostos voláteis
emitidos por Induratia sp.. Controle ( 1 ).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 145
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
3. Referências bibliográficas
AGROFIT - Sistema de agrotóxicos fitossanitários (consulta aberta). 2022. Disponível em http://
agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Consultado em 20 de agosto
de 2022.
ALVINDIA, D.; NATSUAKI, K. Biocontrol activities of Bacillus amyloliquefaciens DGA14 isolated
from banana fruit surface against banana crown rot-causing pathogens. Crop Protection, v.
28, p. 236-42, 2009.
ARREBOLA, E.; JACOBS, R.; KORSTEN, L. Iturin A is the principal inhibitor in the biocontrol ac-
tivity of Bacillus amyloliquefaciens PPCB004 against postharvest fungal pathogens. Journal of
Applied Microbiology, v. 108, p. 386-395, 2010.
BABYCHAN, M.; JOJY, E.T.; SYRIAC, G.M. Biocontrol agents in management of post-harvest dise-
ases. Life Sciences International Research Journal, v. 4, n. 1, p. 51-55, 2017.
BAKER, K. F.; COOK, R. C. Biolological Control of Plant Pathogens. San Francisco: Freeman.
1974. p. 433.
BATTA, Y. A. Control of postharvest diseases of fruit with an invert emulsion formulation of Tri-
choderma harzianum Rifai. Postharvest Biology and Technology, v. 43, p. 143-150, 2007.
BENCHEQROUN, S.K. et al. In vitro and in situ study of postharvest apple blue mold biocontrol by
Aureobasidium pullulans: Evidence for the involvement of competition for nutrients. Posthar-
vest Biology and Technology, v. 6, p. 128-135, 2007.
BENHAMOU, N. Potential of the mycoparasite, Verticillium lecanii, to protect citrus fruit against
Penicillium digitatum, the causal agent of green mold: A comparison with the effect of chitosan.
Phytopathology, v. 94, p. 693-705, 2004.
BORDBAR, F. T. et al. Control of postharvest decay of apple fruit with Trichoderma virens isolates
and induction of defense responses. Journal of Plant Protection Research, v. 50, p. 146-152,
2010.
CAÑAMÁS, T. P. et al. Field applications of improved formulations of Candida sake CPA-1 for con-
trol of Botrytis cinerea in grapes. Biological Control, v. 56, p. 150-158, 2011.
CHALUTZ, E.; C. L. WILSON. Postharvest biocontrol of green and blue mold and sour rot of citrus
fruit by Debaryomyces hansenii. Plant Disease, v. 74, p. 134-137,1990.
CHANCHAICHAOVIVAT, A.; RUENWONGSA, P.; PANIJPAN, B. Screening and identification of ye-
ast strains from fruits and vegetables: potential for biological control of postharvest chilli an-
thracnose (Colletotrichum capsici). Biological Control, v. 42, p. 326-335, 2007.
CHANDRASHEKARA K.N. et al. Eco-friendly Innovative Approaches in Plant Disease Manage-
ment. p. 147-166, 2012.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 146
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 147
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
IPPOLITO, S. et al. Control of postharvest decay of apple fruit by Aureobasidium pullulans and in-
duction of defense responses. Postharvest Biology and Technology, v. 19, n. 3, p. 265-272,
2000.
IRTWANGE, S.V. Application of biological control agents in pre-and postharvest operations.
Agricultural Engineering International: CIGR Journal, 2006.
JAMALIZADEH M.; ETEBARIAN H.R.; AMINIAN, H.; ALIZADEH A.A review of mechanisms of ac-
tion of biological control organisms against post-harvest fruit spoilage. EPPO Bulletin, v. 41,
n. 1, p. 65-71, 2011.
JANISIEWICZ, W.J. Biological control of postharvest fruit diseases. In: ARORA, D.K. (Ed.). Han-
dbook of applied mycology. Volume 1: soil and plants. New York: Marcel Dekker, 1991. p.
301-325.
JANISIEWICZ, W. J. Biocontrol of postharvest diseases of apples with antagonist mixtures. Phy-
topathology, v. 78, n. 2, p. 194-198, 1988.
JANISIEWICZ, W.J. Quo vadis of biological control of postharvest diseases. In: PRUSKY, D.;
GULLINO, M. L. (Ed.). Post-harvest pathology: plant pathology in the 21st century. Dordre-
cht: Springer, 2010. v. 2. p. 137-148.
JANISIEWICZ, W.J.; TWORKOSKI, T.J.; SHARER, C. Characterizing the mechanism of biological
control of postharvest diseases on fruits with a simple method to study competition for nu-
trients. Phytopathology, v. 90, n. 11, p. 1196-1200, 2000.
KIM, Y. S.; BALARAJU, K.; JEON, Y. Biological control of apple anthracnose by Paenibacillus
polymyxa APEC128, an antagonistic rhizobacterium. Plant Pathology Journal, v. 32, p. 251-
259, 2016.
KORSTEN, L. et al. Mode of action of Bacillus subtilis as a biocontrol agent of fruit diseases. IOBC
WPRS Bulletin, v. 30, p. 107-111, 2007.
KOTA, V. R., S. KULKARNI; Y. R. HEGDE. Postharvest diseases of mango and their biological ma-
nagement. Journal of Plant Disease Science. v. 1, n. 2, p. 186-188, 2006.
KUPPER, K.C. et al. Evaluation of antagonistic microorganisms. Saccharomyces cerevisiae and Ba-
cillus subtilis for control of Penicillium digitatum. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 35, p.
425-436, 2013.
LASSOIS, L.; DE BELLAIRE ,L.; JIJAKLI, M. H. Biological control of crown rot of bananas with Pi-
chia anomala strain K and Candida oleophila strain. Biological Control, v. 45, p. 410-418, 2008.
LEELASUPHAKUL, W.; HEMMANEE, P.; CHUENCHITT, S. Growth inhibitory properties of Bacillus
subtilis strains and their metabolites against the green mold pathogens (Penicillium digitatum
Sacc) of citrus fruit. Postharvest Biology and Technology, v. 48, p. 113-121, 2008.
LI, Q. L. et al. Fumigant activity of volatiles of Streptomyces globisporus JK-1 against Penicillium itali-
cum on Citrus microcarpa. Postharvest Biology and Technology, v. 58, p. 157-165, 2010.
LIU, J. et al. Effect of heat shock treatment on stress tolerance and biocontrol efficacy of Metschni-
kowia fructicola. FEMS microbiology ecology, v. 76, p. 145-155, 2011.
LIU, J. et al. The potential role of PR-8 gene of apple fruit in the mode of action of the yeast antago-
nist, Candida oleophila, in postharvest biocontrol of Botrytis cinerea. Postharvest Biology and
Technology, v. 85, p. 203-209, 2013.
LIU, J. et al. Review: utilization of antagonistic yeasts to manage postharvest fungal diseases of
fruit. International Journal of Food Microbiology, v. 167, p. 153-160, 2013.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 148
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
LLOYD, A.J. et al. Metabolomic approaches reveal that cell wall modifications play a major role
in ethylene mediated resistance against Botrytis cinerea. The Plant Journal, v. 67, p. 852–868,
2011.
LOPES, R.B. A indústria no controle biológico: produção e comercialização de microrganismos
no Brasil. In W. Bettiol & M. A. B. Morandi (Eds.), Biocontrole de doenças de plantas: uso e
perspectiva. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente. 2009. p. 15-28.
LORITO, M. et al. Translational research on Trichoderma: from ‘omics to the field. Annual Review
of Phytopathology, v. 48, p. 395-417, 2010.
LUTZ, M.C. et al. Efficacy and putative mode of action of native and commercial antagonistic ye-
asts against postharvest pathogens of pear. Internacional Journal of Food Microbiology, v.
164, n. 2-3, p. 166-172, 2013.
MA, X. et al. Microencapsulation of Bacillus subtilis B99-2 and its biocontrol efficiency against Rhi-
zoctonia solani in tomato. Biological Control, v. 90, p. 31-41, 2015.
MARI, M. et al. Biocontrol of apple postharvest decay by Aureobasidium pullulans. Postharvest
Biology and Technology, v. 73, p. 56-62, 2012.
MARIKAR, F.; SIVAKUMAR, D.; WIJERATHNAM, R. S. W. Biological control of rambutan posthar-
vest anthracnose (Colleotrichum gloeosporioides) by combined treatment of Trichoderma harzia-
num-trh40 culture filtrates and calcium salts. Food Biotechnology, v. 22, p. 326-337, 2008.
MEZIANE, H. et al. Control of green and blue mould on orange fruit by Serratia plymuthica strains
IC14 and IC1270 and putative modes of action. Postharvest Biology and Technology, v.39,
n. 2, p. 125–133, 2006.
MIKANI, A. et al. Biological control of apple gray mold caused by Botrytis mali with Pseudomonas
fluorescens strains. Postharvest Biology and Technology, v. 48, p. 107-112, 2008.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde - coordenação-geral da política de alimen-
tação e nutrição. Guia alimentar para população brasileira: promovendo a alimentação
saudável. Brasília. 2008.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2011: Vigilância de fato-
res de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília. 2012
MONTE, E.; BETTIOL, W.; HERMOSA, R. Trichoderma e seus mecanismos de ação para o controle
de Doenças de plantas. In: MAYER, M.C.; MAZARO, S.M; DA SILVA, J.C. Trichoderma: uso na
agricultura. Brasília: EMBRAPA Soja – Livro científico, 2019. p. 181-199.
MORALES, H. et al. Effect of biocontrol agent Candida sake and Pantoea agglomerans on Penicillium
expansum growth and patulin accumulation in apples. International Journal of Food Micro-
biology, v. 122, p. 61-67, 2008.
NUNES, C. New developments in alternative methods to control postharvest fruit decay. Envi-
ronmentally friendly and safe technologies for quality of fruit and vegetables, p. 131-143,
2010.
NUNES, C.A. Biological control of postharvest diseases of fruit. European Journal of Plant Pa-
thology, v. 133, n. 1, p. 181-196, 2012.
OLIVEIRA, T.A.S. et al. Biocontrole de doenças pós-colheita de frutas. 2015.
PANDIN, C. et al. Should the biofilm mode of life be taken into consideration for microbial biocon-
trol agents? Microbial Biotechnology, v. 10, n. 4, p. 719-734, 2017.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 149
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
PARISI, M.C.M.; HENRIQUE, C.M.; PRATI, P. Pesquisa & Tecnologia. Doenças pós-colheita: um en-
trave na comercialização. 2015. Disponível em: http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-
-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2015/julho-dezembro-3/1667-doencas-pos-colheita-
-um-entrave-na-comercializacao/file.html.
PENA, L.C. et al. Muscodor brasiliensis sp. nov. produces volatile organic compounds with activity
against Penicillium digitatum. Microbiological research, v. 221, p. 28-35, 2019.
PITT, J.; HOCKING, A. Fungi and food spoilage. 2nd Edition. Blackie Academic and Professional,
London. 1997 doi:10.1007/978-1-4615-6391-4.
PLATANIA, C. et al. Efficacy of killer yeasts in the biological control of Penicillium digitatum on Ta-
rocco orange fruits (Citrus sinensis). Food microbiology, v. 30, p. 219-225, 2012.
PLAZA, P. et al. Effect of water activity and temperature on competing abilities of common pos-
tharvest citrus fungi. International Journal of Food Microbiology, v. 90, p. 75-82, 2004.
POPPE, L.; VANHOUTTE, S.; HOFTE, M. Modes of action of Pantoea agglomerans CPA-2, an an-
tagonist of postharvest pathogens on fruits. European Journal Plant Pathology. v. 109, p.
963–973, 2003.
PUSEY, P. L.; WILSON, C. Postharvest biological control of stone fruit brown rot by Bacillus subtilis.
Plant Disease, v. 68, p. 753-756, 1984.
RAMADA, M.H.S.; LOPES, F.A.C.; ULHOA, C.J. Trichoderma: Metabólitos secundários. In: MAYER,
M.C.; MAZARO, S.M; DA SILVA, J.C. Trichoderma: uso na agricultura. Brasília: EMBRAPA Soja
– Livro científico, 2019. p. 201-218.
RODRIGUES, P.L. et al. Potencial de biocontrole das leveduras em pós-colheita de citros pela pro-
dução da enzima β-1, 3-glucanase e atividade killer: uma revisão. Citrus Research & Tech-
nology, v. 41, p. 1-18, 2020.
ROMANAZZI, G. et al. Recent advances on the use of natural and safe alternatives to conventional
methods to control postharvest gray mold of table grapes. Postharvest Biology and Techno-
logy, v. 63, n. 1, p. 141-147, 2012.
SALIGKARIAS, I.D.; GRAVANIS, F.T.; EPTON, H.A.S. Biological control of Botrytis cinerea on tomato
plants by the use of epiphytic yeasts Candida guilliermondii strains 101 and US 7 and Candida
oleophila strain I-182: II. A study on mode of action. Biological Control, v. 25, n. 2, p. 151-161,
2002.
SANTOS, L.A.L. et al. Biocontrole da antracnose em frutos de mamoeiro por bactérias epifíticas
formadoras de biofilme. Summa Phytopathologica, v. 47, p. 45-53, 2021.
SARAVANAKUMAR, D. et al. Metschnikowia pulcherrima strain MACH1 outcompetes Botrytis cine-
rea, Alternaria alternata and Penicillium expansum in apples through iron depletion. Posthar-
vest Biology and Technology, v. 49, n. 1, p. 121-128, 2008.
SCHENA, L.; IPPOLITO, A.; NIGRO, F. Control of postharvest diseases of fresh fruit and vegetables
by preharvest application of antagonistic microorganisms. In: NISKANEN, D. R.; JAIN, R. Crop
management and postharvest handling of horticultural products Vol. IV: Diseases and
disorders of fruit and vegetables, Enfield, USA: SM Science Publishers Inc, 2004, p. 1-30.
SHARMA, R.R.; SINGH, D.; SINGH, R. Biological control of postharvest diseases of fruits and ve-
getables by microbial antagonists: A review. Biological Control, v. 50, p. 205-222, 2009.
SHORESH, M.; HARMAN, G.E.; MASTOURI, F. Induced systemic resistance and plant responses
to fungal biocontrol agents. Annual Review of Phytopathology, v. 48, p. 21–43, 2010.
SIVAKUMAR, D. et al. Antagonistic effect of Trichoderma harzianum on post-harvest pathogens of
rambutans. Acta Horticulturae, v. 553, p. 389-392, 2001.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 150
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
SPADARO, D. et al. Effect of culture media and pH on the biomass production and biocontrol effi-
cacy of a Metschnikowia pulcherrima strain to be used as a biofungicide for postharvest disease
control. Canadian Journal of Microbiology, v. 56, p. 128-137, 2010.
SPADARO, D.; DROBY, S. Development of biocontrol products for postharvest diseases of fruit:
The importance of elucidating the mechanisms of action of yeast antagonists. Trends in Food
Science & Technology, v. 47, p. 39-49, 2016.
STROBEL, G.A. et al. Volatile antimicrobials from Muscodor albus, a novel endophytic fungus. Mi-
crobiology, v. 147, n. 11, p. 2943-2950, 2001.
SUWANNARACH, N. et al. Evaluation of Muscodor suthepensis strain CMU‐Cib462 as a postharvest
biofumigant for tangerine fruit rot caused by Penicillium digitatum. Journal of the Science of
Food and Agriculture, v. 96, n. 1, p. 339-345, 2016.
TAQARORT, N. et al. Screening and identification of epiphytic yeasts with potential for biological
control of green mold of citrus fruits. World Journal of Microbiology & Biotechnology, v. 24,
p. 3031–3038, 2008.
TEIXIDÓ, N. et al. Biological control of postharvest diseases in fruit and vegetables. In: Protective
cultures, antimicrobial metabolites and bacteriophages for food and beverage biopreser-
vation. Woodhead Publishing, 2011. p. 364-402.
TORRES, R. et al. Application of Pantoea agglomerans CPA-2 in combination with heated sodium
bicarbonate solutions to control the major postharvest diseases affecting citrus fruit at seve-
ral Mediterranean locations. European Journal of Plant Pathology, v. 118, p. 73-83, 2007.
VALDEBENITO-SANHUEZA, R. M. Possibilidades do controle biológico de Phytophthora em ma-
cieira. In: BETTIOL, W. (Ed.) Controle Biológico de Doenças de Plantas. Jaguariúma. Embra-
pa-CNPMA. 1991, p. 303-305.
VENTURA, J. A.; REZENDE, J. A.M. Doenças do Mamoeiro. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZEN-
DE, J.A.M; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Ed.). Manual de Fitopatologia: doenças
das plantas cultivadas. 5. ed. São Paulo: Ceres, 2016. v. 2.
VERO, S. et al. Controle Biológico de Doenças em Pós-Colheita. In: VIEIRA, B.A.H. et al (ed.). De-
fensivos agrícolas naturais usos e Perspectivas. Brasília, DF: Embrapa, 2016. p. 261-294
VIDAL, M. F. Produção comercial de frutas na área de atuação do BNB. Escritório Técnico de
Estudos Econômicos do Nordeste - ETENE 2021. p. 1-14. Disponível em < https://www.bnb.
gov.br › 2021_CDS_168>
VILLARREAL-DELGADO, M.F. et al. El género Bacillus como agente de control biológico y sus im-
plicaciones en la bioseguridad agrícola. Revista mexicana de fitopatología, v. 36, n. 1, p. 95-
130, 2018.
WEI, Y.; MAO, S.; TU, K. Effect of preharvest spraying Cryptococcus laurentii on postharvest decay
and quality of strawberry. Biological Control, v. 73, p. 68-74, 2014.
WILLIAMSON, S. M. et al. Evaluation of Pseudomonas syringae strain ESC-11 for biocontrol of crown
rot and anthracnose of banana. Biological Control, v. 46, p. 279-286, 2008.
WILSON, C.L.; WISNIEWSKI, M. Biological control of postharvest diseases of fruits and vegeta-
bles: an emerging technology. Annual Review Phytopathology, v. 27, p. 425-441, 1989.
WISNIEWSKI, M. et al. Mode of action of the postharvest biocontrol yeast, Pichia guilliermondii.
I. Characterization of the attachment to Botrytis cinerea. Physiological and Molecular Plant
Pathology, v. 39, n. 4, p. 245-258, 1991.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 151
CAPÍTULO 8 - USO DE MICRORGANISMOS ANTAGÔNICOS NO MANEJO DE DOENÇAS EM PÓS-COLHEITA DE FRUTAS
WISNIEWSKI, M. et al. Postharvest biocontrol: new concepts and applications. In: VINCENT, C.;
GOETTEL, M.S.; LAZAROVITS, G. (Ed.). Biological control: a global perspective. Wallingford:
CABI, 2007. p. 262-273.
WITTIG, H. P. P.; JOHNSON, K. B.; PSCHEIDT, J. W. Effect of epiphytic fungi on brown rot blossom
blight and latent infections in sweet cherry. Plant Disease, v. 81, n. 4, p. 383-387, 1997.
YANEZ-MENDIZABAL, V. et al. Potential of a new strain of Bacillus subtilis CPA-8 to control the ma-
jor postharvest diseases of fruit. Biocontrol Science and Technology, v. 21, p. 409-426, 2011.
ZHANG, D. et al. Cloning, characterization, expression and antifungal activity of an alkaline se-
rine protease of Aureobasidium pullulans PL5 involved in the biological control of postharvest
pathogens. International Journal of Food Microbiology, v. 153, p. 453-464, 2012.
ZHAO, Y. et al. Inhibitory effect of Bacillus subtilis B10 on the diseases of postharvest strawberry.
Journal of Fruit Science, v. 24, p. 339-343, 2007.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 152
9 CAPÍTULO 9
PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO
MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
1. Introdução
A bananeira (Musa spp.) é cultivada em todos os estados brasileiros e tem grande
importância social e econômica pelo importante papel que desempenha na fixação
do homem no campo. No entanto, a produção de banana é severamente afetada por
várias doenças causadas por fungos, dentre as quais se destaca o mal do Panamá. A
doença é economicamente importante por afetar diferentes cultivares de bananeira,
podendo levar até 100% a perda da produção (Cordeiro, Matos & Haddad, 2016).
Atualmente, no manejo do mal do Panamá da bananeira são utilizados métodos
físicos e químicos, sendo os primeiros ineficientes e os fungicidas químicos resultam
em muitos efeitos negativos para a poluição ambiental e a saúde humana (Dong et al.,
2019). Nesse contexto, o controle biológico é considerado uma alternativa para reduzir
os danos causados pela doença (Bubici et al., 2019).
O objetivo dessa revisão é mostrar o panorama dos estudos de controle biológico
do mal do Panamá em nível mundial e no Brasil, bem como alertar sobre os fatores que
podem influenciar na eficácia desse método de controle.
2. Importância da bananicultura
A bananicultura tem grande importância em nível mundial, o que gera estímu-
los ao plantio e ao desenvolvimento tecnológico (Jones & Daniells, 2019). A bananeira
pode se adaptar de forma eficiente para produzir altos rendimentos sob uma grande
variedade de solos e diferentes condições climáticas (Robinson & Saúco, 2010; Alves et
al., 2016), mas é cultivada principalmente em regiões tropicais e subtropicais, estando
presente em mais de 120 países e ocupando área superior a 20 milhões de hectares
cultivados (Jones & Daniells, 2019).
153
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
3. Doenças da bananeira
As doenças podem ser graves problemas para os produtores de banana que não
conseguem manejá-las com práticas integradas, pois afetam todas as partes da planta,
incluindo raiz, rizoma, pseudocaule, folhas e frutos (Ploetz, Thomas & Slabaugh, 2003;
Ploetz, Kema & Ma, 2015; Cordeiro et al., 2017). As principais doenças da bananeira
no Brasil são as manchas foliares [Sigatoka amarela (Pseudocercospora musae (Zimm)
Deighton, teleomorfo Mycosphaerella musicola, Leach) e Sigatoka negra (Paracercospo-
ra fijiensis (Morelet) Deighton, teleomorfo Mycosphaerella fijiensis Morelet)], as murchas
vasculares [mal do Panamá (Fusarium oxysporum f.sp. cubense (E.F. Smith) W. C. Snyder
& Hansen) e moko (Ralstonia solanacearum Smith)], as viroses [mosaico da bananeira
(Cucumber mosaic vírus – CMV) e estrias da bananeira (Banana streak virus – BSV)], as ne-
matoses [(Radopholus similis (Cobb) Thorne, Pratylenchus coffeae Goodey, Helicotylenchus
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 154
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
4. Mal do Panamá
O mal do Panamá é um dos grandes problemas da bananicultura mundial, tendo
em vista as mudanças que foram impostas pela ocorrência da doença (Cordeiro, Matos
& Kimati, 2016; Dita et al., 2018). No Brasil, o problema é ainda mais grave em função
das cultivares plantadas, suscetíveis em sua maioria. Quando ocorre em cultivares al-
tamente suscetíveis, como a ‘Maçã’, a doença provoca perdas de 100% na produção
(Cordeiro, Matos & Haddad, 2016).
Como sintomas externos da doença, as plantas apresentam amarelecimento pro-
gressivo das folhas mais velhas para as mais novas, iniciando nos bordos do limbo e
com evolução no sentido da nervura principal. Posteriormente, as folhas murcham,
secam e se quebram junto ao pseudocaule. Em consequência, ficam pendentes, o que
dá à planta a aparência de um “guarda-chuva fechado”. É comum as folhas centrais da
bananeira permanecerem eretas mesmo após a morte das mais velhas. Além disso, é
possível observar rachadura do pseudocaule, próximo ao solo. Internamente, o corte
transversal ou longitudinal do pseudocaule permite a observação de uma descolora-
ção pardo-avermelhada provocada pela presença do patógeno nos vasos. Em estádios
mais avançados, os sintomas de descoloração vascular podem ser observados tam-
bém na nervura principal das folhas. O corte transversal do rizoma mostra intensa
descoloração pardo-avermelhada na área do câmbio vascular, onde o estelo se junta
ao córtex (Cordeiro, Matos & Kimati, 2016) (Figura 1).
Fonte: Os autores.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 155
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
O mal do Panamá tem sido tradicionalmente relatado como causado pelo fungo
Fusarium oxysporum f. sp. cubense (Cordeiro et al., 2017; Dita et al., 2018). No entanto,
foi sugerido que mais de uma espécie de Fusarium pode estar envolvida com a doença
e a espécie F. odoratissimum N. Maryani, L. Lombard, Kema & Crous foi indicada para
descrever uma das linhagens de F. oxysporum capazes de causar a doença (Maryani et
al., 2019). A taxonomia de F. odoratissimum está em debate e a nomenclatura tradicio-
nal é mais amplamente aceita (Torres-Bedoya, Bebber & Studholme, 2021).
Em nível mundial, são relatadas três raças (1, 2 e 4) de F. oxysporum f. sp. cubense
causando mal do Panamá em bananeira, sendo a raça 4 dividida em subtropical (ST4)
e tropical (TR4). A raça TR4 é considerada a mais destrutiva atualmente, pois ataca
as cultivares do subgrupo Cavendish (Nanica, Nanicão e Grande Naine), amplamente
cultivadas e exportadas em nível mundial (Dita et al., 2018). A raça TR4 ainda não foi
registrada no Brasil (Gasparotto et al., 2020).
O agente causal do mal do Panamá é um fungo habitante do solo, que apresenta
capacidade de sobrevivência na ausência da planta hospedeira devido à formação
de estruturas de resistência denominadas clamidósporos, que podem permanecer
viáveis por 30 anos no solo (Cordeiro, Matos & Haddad, 2016; Dita et al., 2018). O pa-
tógeno tem sido detectado em associação com plantas invasoras, dentre elas capim
angola (Brachiaria purpurascens (Forsk) Stapf ), trapoeraba (Commelina diffusa Burm.f.),
grama batatais (Paspalum spp.) e caruru (Amaranthus spp.), todos de ocorrência co-
mum em bananais (Cordeiro, Matos & Kimati, 2016).
A principal forma de disseminação da doença é o uso de material propagativo
proveniente de plantios contaminados (Dita et al., 2018). O contato dos sistemas radi-
culares de plantas sadias com esporos liberados por plantas doentes também é uma
importante forma de disseminação. O fungo também é disseminado por água de ir-
rigação, assim como pelo homem, por animais e equipamentos (Cordeiro, Matos &
Kimati, 2016).
As medidas recomendadas para o controle do mal do Panamá incluem: seleção
de áreas de plantio, evitando áreas com histórico da doença; correção do pH do solo,
mantendo próximo da neutralidade; utilização de mudas comprovadamente sadias;
manutenção de uma fertilização equilibrada, com níveis ótimos de cálcio e magné-
sio; manutenção de nematoides e broca do rizoma sob controle, pois a interação do
fungo com nematoides é um dos principais problemas que afetam o uso de varieda-
des resistentes; realização da roçagem do mato em substituição às capinas manuais
ou mecânicas, que além da preservação do solo reduz a disseminação do patóge-
no, prevenindo consequentemente novas infecções (Cordeiro, Matos & Kimati, 2016;
Cordeiro et al., 2017).
Em áreas já infestadas pelo patógeno, é recomendado o plantio de cultivares
resistentes. As cultivares do subgrupo Prata (Prata, Prata Anã e Pacovan) são susce-
tíveis às raças de F. oxysporum f. sp. cubense registradas no Brasil (1 e 2), enquanto as
cultivares do subgrupo Cavendish (Nanica, Nanicão e Grande Naine) são resistentes
a essas raças (Cordeiro, Matos & Haddad, 2016).
É essencial a erradicação total das plantas doentes, incluindo o sistema radi-
cular, com a retirada das partes da área de cultivo e aplicação de herbicida. Na área
erradicada deve ser aplicado calcário ou cal hidratada e matéria orgânica (Cordeiro,
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 156
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
Matos & Haddad, 2016; Dita et al., 2018). Após a erradicação, deixar a área em des-
canso por pelo menos seis meses. A área deve ser utilizada para plantio de outras
espécies de plantas que não sejam hospedeiras do patógeno, ou para o plantio de
cultivares de bananeira resistentes às raças do patógeno (Cordeiro, Matos & Had-
dad, 2016).
Existe somente um produto registrado no Brasil para o controle dessa doença,
que tem na composição extrato de Melaleuca alternifolia L., sendo indicada a aplica-
ção foliar dirigida nas plantas filhas de plantas mães sintomáticas. O produto não
deve ser utilizado como única ferramenta de controle da doença (MAPA, 2022).
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 157
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
fungicidas não sistêmicos, agentes de biocontrole não endofíticos, etc.); (c) pode ser
disseminado por material de propagação vegetativa de bananeiras, pelo solo aderido
a trabalhadores e máquinas, água de irrigação, etc.; e (d) a monocultura da bananeira
facilita a propagação do patógeno (Dita et al., 2018; Bubici et al., 2019). Essas dificulda-
des, associadas às preocupações econômicas, ambientais e de segurança decorrentes
do uso de agrotóxicos (Bubici et al., 2019), têm despertado grande interesse no contro-
le biológico do mal do Panamá da bananeira (Xue et al., 2015; Fu et al., 2016; Bubici et
al., 2019; Sun et al., 2022).
Os agentes de controle biológico podem atuar diretamente ou indiretamente so-
bre F. oxysporum f. sp. cubense. O antagonismo direto pode ser devido à antibiose (por
exemplo, antibióticos, enzimas líticas, compostos, etc.), parasitismo ou competição
(por espaço e/ou nutrientes). Indução de resistência local/sistêmica da planta, promo-
ção do crescimento da planta, ou mudanças da microbiota do solo/planta a favor de
táxons microbianos mais benéficos são mecanismos típicos que atuam indiretamente
contra o patógeno, ou pelo menos contribuem para reduzir as infecções ou a doença
(Bubici et al., 2019).
O controle biológico do mal do Panamá vem sendo estudado há quase 80 anos
(Thaysen & Butlin, 1945). Na Tabela 1 são apresentados alguns exemplos de estudos
realizados em nível mundial envolvendo o controle biológico do mal do Panamá.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 158
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
Raça
Microrganismo(s) País Referência
Foc*
Bacillus amyloliquefaciens China Wang, Zhao & Ruan (2015)
Trichoderma asperellum Costa Rica Chaves, Staver & Dita (2016)
T. viride e P. fluorescens Índia Pushpavathi et al. (2017)
T. asperellum 4 China Qin et al. (2017)
P. fluorescens e B. subtilis 1 Índia Kavino & Manoranjitham (2018)
Bacillus velezensis 4 China Huang et al. (2019)
Streptomyces sp. 4 China Jing et al. (2020)
Burkholderia sp. 4 China Xu et al (2020)
Pseudomas simiae 4 Espanha Cabanás et al. (2021)
B. amyloliquefaciens e B. subtillis 4 China Fan et al. (2021)
Streptomyces sp. 4 China Wang et al. (2022)
Serendipita indica e Dictyophorae
4 China Cheng et al. (2022)
echinovolvata
B. subtilis 1 e 4 China Sun et al. (2022)
* Fusarium oxysporum f. sp. cubense.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 159
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 160
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
como agentes de biocontrole, pois produzem endósporos, fazendo com que tolerem
estresses ambientais adversos, como calor e dessecação. Além disso, os custos de pós-
-processamento de Bacillus são fáceis de controlar e as condições de armazenamento
e transporte necessárias podem ser facilmente atendidas. Por outro lado, a aplicação
de outros microrganismos agentes de biocontrole, como F. oxysporum não patogênico
e Trichoderma spp., tem demonstrado resultar em alto custo de produção, armazena-
mento e transporte.
b) Obstáculos à colonização inicial de antagonistas: a eficácia do agente de biocon-
trole depende, em grande parte, da capacidade dos microrganismos antagonistas de co-
lonizar a raiz da planta e a rizosfera, e produzir substâncias que inibam patógenos. A
colonização de microrganismos antagonistas é dificultada por várias barreiras naturais.
Obstáculos à colonização inicial referem-se ao primeiro conjunto de barreiras naturais
encontradas pelos micróbios antagonistas após a aplicação de agentes de biocontrole,
incluindo a predação e a fagocitose de protozoários do solo, inibição dos exsudatos de
microrganismos indígenas ou raízes de plantas, a competição com microrganismos in-
dígenas por sítios ecológicos, nutrientes e energia. Normalmente, influenciada por es-
sas barreiras, a população da maioria dos microrganismos antagonistas reduz drastica-
mente nos primeiros dias após a aplicação. No entanto, os agentes de biocontrole devem
manter uma certa população para obter níveis aceitáveis de supressão da doença. Uma
das alternativas é aumentar a população original dos microrganismos antagônicos, ga-
rantindo que parte considerável da população sobreviva a essa fase adversa sob a regu-
lação dos fatores ambientais. Outra alternativa é aplicar os agentes de biocontrole repe-
tidamente para manter certos níveis dos microrganismos antagônicos.
c) Obstáculos à colonização a longo prazo de antagonistas: como o agente causador
do mal do Panamá é um típico habitante do solo, para que o biocontrole seja eficaz os
antagonistas devem colonizar o solo da rizosfera e ocupar de forma sustentável locais
ecológicos favoráveis no ambiente. A colonização a longo prazo de antagonistas está
correlacionada com a umidade do solo (ou o teor de água do solo), temperatura, aera-
ção do solo, pH, salinidade do solo, bem como o fornecimento contínuo de nutrientes.
As bactérias da rizosfera não existem de forma isolada, mas em biofilmes, formados de
agregados de células que aderem entre si e/ou a uma superfície, constituindo uma mo-
dalidade de crescimento protegida, permitindo que as bactérias sobrevivam em am-
bientes hostis. Nesse caso, o biofilme é o melhor modo para os antagonistas ocuparem
habitats heterogêneos, atuando como uma barreira física que protege os antagonistas
dos agentes antimicrobianos e do estresse ambiental. Condições favoráveis devem ser
fornecidas para facilitar a formação do biofilme, que é afetada principalmente pela
umidade da água, estado nutricional e parâmetros ambientais.
7. Considerações finais
O mal do Panamá é uma das principais doenças da bananeira e seu potencial
devastador é conhecido há mais de um século. Embora seja uma doença de difícil con-
trole, o uso de agentes de biocontrole pode ser útil na redução da intensidade.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 161
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
8. Referências bibliográficas
ALVES, E.J. et al. Planejamento e estabelecimento de um plantio comercial. In: FERREIRA, C.F. et
al. (ed.). O agronegócio da banana. Brasília: Embrapa, 2016. p. 399-439.
ALVES, F.H.N.S. Seleção de isolados de Bacillus spp. com potencial antagonista para controle
de Fusarium oxysporum f. sp. cubense. 2017. Monografia (Graduação em Agronomia) – Uni-
versidade Federal do Ceará, Fortaleza.
AMARO, A.A.; FAGUNDES, P.R.S. Aspectos econômicos e comercialização. In: FERREIRA, C.F. et
al. (ed.). O agronegócio da banana. Brasília: Embrapa, 2016. p. 728-752.
BANCO DO BRASIL. Fruticultura: banana. Brasília: Banco do Brasil, 2010. Disponível em: <ht-
tps://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/Vol3FruticBanana.pdf>
BARROS, A.M. Utilização de fungos endofíticos de sucupira branca no controle alternativo do
Mal-do-panamá na cultura da banana e potencial biotecnológico. 2019. Monografia (Gra-
duação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia) – Universidade Federal do Tocantins
– Campus Universitário de Gurupi, Gurupi.
BORGES, A. et al. Redução do mal-do-panamá em bananeira-maçã por inoculação de fungo mi-
corrízico arbuscular. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 42, p. 35-41, 2007.
BUBICI, G. et al. Biological control agents against Fusarium wilt of banana. Frontiers in Micro-
biology, v. 10, e616, 2019. DOI: 10.3389/fmicb.2019.00616.
CABANÁS, C. et al. The banana root endophytome: differences between mother plants and su-
ckers and evaluation of selected bacteria to control Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Journal
of Fungi, v. 7, e194, 2021. DOI: 10.3390/jof7030194.
CAO, L. et al. Isolation and characterization of endophytic streptomycete antagonists of Fusa-
rium wilt pathogen from surface-sterilized banana roots. FEMS Microbiology Letters, v. 247,
p. 147-152, 2005.
CARDOSO, K.G.V. Rizobactérias promotoras do crescimento de mudas micropropagadas de
bananeira e agentes de biocontrole do mal-do Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cuben-
se). 2010. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Agrícola) – Universidade Federal do Re-
côncavo da Bahia e Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas.
CARVALHO, C. et al. Anuário brasileiro da fruticultura 2017. Santa Cruz do Sul: Edito-
ra Gazeta Santa-Cruz, 2017. Disponível em: https://www.editoragazeta.com.br/produto/
anuario-brasileiro-da-fruticultura-2017/.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 162
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
CHAVES, N. P.; STAVER, C.; DITA, M. A. Potential of Trichoderma asperellum for biocontrol of Fusa-
rium wilt in banana. Acta Horticultura, v. 1114, p. 261-266, 2014.
CHENG, C. et al. Influences of Serendipita indica and Dictyophorae echinovolvata on the growth
and Fusarium wilt disease resistance of banana. Biology, v. 11, p. 393, 2022. DOI: 10.3390/
biology11030393.
COLLINGE, D.B. et al. Biological control of plant diseases - What has been achieved and what is
the direction? Plant Pathology, v. 71, p. 1024-1047, 2022.
COOK, R.; BAKER, K. The nature and practice of biological control of plant pathogens. St Paul:
American Phytopathological Society, 1983.
CORDEIRO, Z. et al. Manual de identificação de doenças, nematoides e pragas na cultura da
Bananeira. Brasília: Embrapa, 2017.
CORDEIRO, Z.J.M.; MATOS, A.P.; HADDAD, F. Doenças fúngicas e bacterianas. In: FERREIRA, C. F.
et al. (ed.). O agronegócio da banana. Brasília: Embrapa, 2016. p. 545-575.
CORDEIRO, Z.J.M.; MATOS, A.P.; KIMATI, H. Doenças da bananeira. In: AMORIM, L. et al. (ed.).
Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 5. ed. Ouro Fino: Agronômica Ceres,
2016. v. 2, p. 109-123.
COSTA, D.C. et al. Nematoides. In: FERREIRA, C.F. et al. (ed.). O agronegócio da banana. Brasília:
Embrapa, 2016. p. 505-543.
DITA, M. et al. Fusarium wilt of banana: current knowledge on epidemiology and research needs
toward sustainable disease management. Frontiers in Plant Science, v. 9, e1468, 2018. DOI:
10.3389/fpls.2018.01468.
DONG, H. et al. Quantitative proteomics analysis reveals resistance differences of banana cul-
tivar ‘Brazilian’ to Fusarium oxysporum f. sp. cubense races 1 and 4. Journal of Proteomics, v.
203, e103376, 2019. DOI: 0.1016/j.jprot.2019.05.004.
FAN, H. et al. Biological control of Fusarium oxysporum f. sp. cubense tropical race 4 using natively
isolated Bacillus spp. YN0904 and YN1419. Journal of Fungi, v. 7, e795, 2021. DOI: 10.3390/
jof7100795.
FAO (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS). FAOSTAT.
Rome: Food and Agriculture Organization, 2022. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/
es/#data/QC/visualize.
FIORAVANÇO, J.C. Mercado mundial da banana: produção, comércio e participação brasileira.
Informações Econômicas, v. 33, p. 15-26, 2003.
FORSYTH, L.; SMITH, L.; AITKEN, E. Identification and characterization of non-pathogenic Fu-
sarium oxysporum capable of increasing and decreasing Fusarium wilt severity. Mycological
Research, v. 110, p. 929-935, 2006.
FU, L. et al. Continuous application of bioorganic fertilizer induced resilient culturable bacte-
ria community associated with banana Fusarium wilt suppression. Scientific Reports, v. 6,
e27731, 2016. DOI: 10.1038/srep27731.
GANG, G. et al. Biocontrol of Fusarium wilt of banana: key influence factors and strategies. Afri-
can Journal of Microbiology Research, v. 7, p. 4835-4843, 2013.
GASPAROTTO, L. et al. Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça 4 tropical: perigo para a bana-
nicultura nacional. Manaus: Embrapa Amazônia Oriental, 2020.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 163
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 164
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 165
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
SHEN, Z. et al. Lime and ammonium carbonate fumigation coupled with bio‐organic fertilizer
application steered banana rhizosphere to assemble a unique microbiome against Panama
disease. Microbial Biotechnology, v. 12, p. 515-527, 2019.
SIVAMANI, E.; GNANAMANICKAM, S.S. Biological control of Fusarium oxysporum f. sp. cubense in
banana by inoculation with Pseudomonas fluorescens. Plant and Soil, v. 107, n. 1, p. 3-9, 1988.
SOUZA, A. et al. Endophytic bacteria from banana cultivars and their antifungal activity. Geneti-
cs and Molecular Research, v. 13, p. 8661-8670, 2014.
SUN, Y. et al. Endophytic Bacillus subtilis TR21 improves banana plant resistance to Fusarium oxys-
porum f. sp. cubense and promotes root growth by up regulating the jasmonate and brassinos-
teroid biosynthesis pathways. Phytopathology, v. 112, p. 219-231, 2022.
THANGAVELU, R. et al. Involvement of fusaric acid detoxification by Pseudomonas fluorescens
strain Pf10 in the biological control of Fusarium wilt of banana caused by Fusarium oxysporum
f. sp. cubense. Journal of Plant Diseases and Protection, v 108, p. 433-445, 2001.
THANGAVELU, R.; GOPI, M. Field suppression of Fusarium wilt disease in banana by the combi-
ned application of native endophytic and rhizospheric bacterial isolates possessing multiple
functions. Phytopathologia Mediterranea, v. 54, p. 241-252, 2015.
THANGAVELU, R.; PALANISWAMI, A.; VELAZHAHAN, R. Mass production of Trichoderma harzia-
num for managing Fusarium wilt of banana. Agriculture, Ecosystems & Environment, v. 103,
p. 259-263, 2004.
THAYSEN, A.; BUTLIN, K. Inhibition of the development of Fusarium oxysporum cubense by a
growth substance produced by Meredith’s actinomycetes. Nature, v. 156, p. 781-782, 1945.
TING, A. et al. Assessment on the effect of formulative materials on the viability and efficacy of
Serratia marcescens a biocontrol agent against Fusarium oxysporum f. sp. cubense race 4. Ameri-
can Journal of Agricultural and Biological, v. 4, p. 283-288, 2009.
TING, A.; MAH, S.; TEE, C. Evaluating the feasibility of induced host resistance by endophytic iso-
late Penicillium citrinum BTF08 as a control mechanism for Fusarium wilt in banana plantlets.
Biological Control, v. 61, p. 155-159, 2012.
TORRES-BEDOYA, E.; BEBBER, D.; STUDHOLME, D. Taxonomic revision of the banana Fusarium
wilt TR4 pathogen is premature. Phytopathology, v. 11, p. 2141-2145, 2021.
TRONSMO, A. et al. Biological control of plant diseases. In: TRONSMO, A. et al. (ed.). Plant patho-
logy and plant diseases. Wallingford: CABI, 2020. p. 289-306.
VIEIRA, L.C.S. Controle biológico do mal-do-panamá na bananeira utilizando bactérias anta-
gonistas ao patógeno. 2017. Dissertação (Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regio-
nal e Meio Ambiente) – Faculdade Maria Milza, Governador Mangabeira.
VIEIRA, L. et al. Biocontrole de Fusarium oxysporum f. sp. cubense por Pseudomonas spp. em banana
“Prata anã”. Journal of Biotechnology and Biodiversity, v. 10, n. 1, p. 084-093, 2022.
WANG, J. et al. Biological control of Fusarium oxysporum f. sp. cubense tropical race 4 in banana
plantlets using newly isolated Streptomyces sp. WHL7 from marine soft coral. Plant Disease,
v. 106, n. 1, p. 254-259, 2022.
WANG, J.; ZHAO, Y.; RUAN, Y. Effects of bio-organic fertilizers produced by four Bacillus amyloli-
quefaciens strains on banana Fusarium wilt disease. Compost Science & Utilization, v. 23, p.
185-198, 2015.
WEBER, O.B. et al. Interaction of endophytic diazotrophic bacteria and Fusarium oxysporum f. sp.
cubense on plantlets of banana ‘Maçã’. Plant and Soil, v. 298, p. 47-56, 2007.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 166
CAPÍTULO 9 - PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DO MAL DO PANAMÁ DA BANANEIRA
XU, Z. et al. Isolation of Burkholderia sp. HQB-1, a promising biocontrol bacteria to protect bana-
na against Fusarium wilt through phenazine-1-carboxylic acid secretion. Frontiers in Micro-
biology, v. 11, e605152, 2020. DOI: 10.3389/fmicb.2020.605152
XUE, C. et al. Manipulating the banana rhizosphere microbiome for biological control of Panama
disease. Scientific Reports, v. 5, 211124, 2015. DOI: 10.1038/srep11124.
YIN, X. et al. An endophytic Erwinia chrysanthemi strain antagonistic against banana Fusarium
wilt disease. Chinese Journal of Biological Control, v. 25, p. 60-65, 2009.
ZHANG, N. et al. A new bioorganic fertilizer can effectively control banana wilt by strong coloni-
zation with Bacillus subtilis N11.Plant and Soil, v. 344, p. 87-97, 2011.
Manejo de doenças de plantas: controle genético, químico e biológico, nas perspectivas acadêmica e empresarial 167