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A Cartilha do
Seguro da Agricultura
Familiar - SEAF

Departamento de Secretaria da Ministério do


Assistência Técnica e Extensão Rural Agricultura Familiar Desenvolvimento Agrário
A Cartilha do
Seguro da Agricultura
Familiar - SEAF
Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural
Secretaria de Agricultura Familiar
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Todos os direitos livres. Qualquer parte desta edição poderá ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio
ou forma, desde que se mantenham todos os créditos e seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos.

Organização
Beatriz Stamato
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Secretaria da Agricultura Familiar
Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural

Texto
Rodrigo Machado Moreira
José Carlos Zukowski

Revisão Técnica
Eros Marion Mussoi Cadernos de ATER

Coordenação de projeto editorial


Metalinguagem Comunicação 1 Desenvolvimento Rural Sustentável
2 Agricultura Familiar
Jornalista responsável 3 Agroecologia
Guto Almeida (MTB 22.460)
4 Segurança Alimentar e Nutricional
Arte-finalista 5 Crédito PRONAF
Joel Nogueira 6 Seguro da Agricultura Familiar - SEAF
7 Comercialização na Agricultura Familiar
Ilustração
Luiz Ribeiro 8 Pecuária Leiteira Ecológica
9 Biocombustíveis na AF: desafios e oportunidades
Programação visual 10 PNATER para Agricultores
Peagade Comunicação

Revisão
Metalinguagem Comunicação

Programação eletrônica
Sérgio F. N. Garcia

MOREIRA, R. M., ZUKOWSKI, J. C.


A Cartilha do Seguro da Agricultura Familiar
MDA/SAF/DATER-Instituto Giramundo: Brasília/DF-
Botucatu/SP, 2007.

1. Cartilha - Seguro da Agricultura Familiar, Agricultura


Familiar, SEAF
Índice

Apresentação 05

1. Introdução 07

2.Condições gerais do funcionamento do SEAF 10


a. Enquadramento - Quem pode acessar e culturas asseguradas 10
b. Adesão, Adicional, Valor Segurado, Cobertura e Gatilho 10
c. Eventos cobertos 11
d. Exemplos de eventos não-cobertos 11
e. Exemplos de fatores de perda da cobertura 12
f. Vigência do amparo do SEAF 12
g. Comprovação de perdas e perícias 13
h. Alguns exemplos de operação do SEAF 13

3. Zoneamento Agrícola de Risco Climático 16

4. Gestão de risco na agricultura familiar 19


a. Algumas particularidades do SEAF para a gestão de riscos na agricultura familiar 19
b. O papel dos(as) agricultores(as) e dos(as) técnicos(as) na gestão de risco
da lavoura 21

5. Interação do SEAF com as redes de ATER e pesquisa científica 25


a. As unidades de referência para o monitoramento do SEAF 26
b. Articulação entre SEAF, ATER e Pesquisa Científica para criação de uma
Base de Dados 27
c. Cooperação com outros agentes 28
d. Benefícios para os agentes envolvidos 29

6. Considerações finais 32
Apresentação

05
1

No primeiro capítulo da Cartilha de Segurança da


Agricultura Familiar - SEAF, entenderemos
porque e para que surgiu o SEAF, como funciona,
as instituições e profissionais envolvidos.
Introdução 1

O Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) é uma antiga reivindicação da


Agricultura Familiar por um seguro agrícola com garantia de renda. Operado pela
primeira vez na Safra 2004/2005, o SEAF é parte de um conjunto de políticas que
vêm sendo implantadas pelo Governo Federal para o fortalecimento da
Agricultura Familiar brasileira. Este conjunto, iniciado na década de 1990 por
meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF,
tem, atualmente, o respaldo na Lei 11.326 de 4 de julho de 2006, que estabelece
as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e
Empreendimentos Familiares Rurais.

Informações sobre a
legislação da
Agricultura Familiar e
do SEAF podem ser
encontradas,
respectivamente, nas
páginas de internet.
www.mda.gov.br/saf

www.bcb.gov.br

Além da produção assegurada pelo SEAF, este conjunto de políticas se


estende à qualificação das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural
(ATER). Esta qualificação, como veremos, é importante para o adequado
funcionamento do SEAF e vem sendo garantida pela execução da Política Nacional
de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER, que estabelece novas
diretrizes para a reorganização do Sistema Brasileiro de ATER pública, tendo
como base o Desenvolvimento Rural Sustentável.

07
A agricultura sempre foi uma atividade de risco, sensível a variações
climáticas como seca, granizo, chuva excessiva, ventos fortes, chuvas fora de época
e ocorrência de um número crescente de pragas e doenças.
O SEAF surgiu para:
1 minimizar os riscos a que está sujeito(a) o(a) agricultor(a) familiar;
2 oferecer mais segurança para a atividade produtiva;
3 garantia de renda para a família agricultora.

No entanto, é preciso garantir o funcionamento institucional do SEAF e a


cooperação com os diferentes agentes, pois qualquer política pública depende
das instituições existentes em cada localidade. Neste caso, o SEAF depende da
rede bancária que opera o Crédito PRONAF e da rede de ATER envolvida no
acompanhamento dos projetos produtivos, sendo importante, neste
momento, o claro entendimento do SEAF por parte das instituições envolvidas.

Como veremos adiante, o SEAF é uma política pública dinâmica e que


precisa ser continuamente aperfeiçoada, por meio do desenvolvimento de
estruturas operacionais eficientes e do investimento público, garantindo
sustentabilidade e evolução ao Programa.

O objetivo principal desta cartilha é reunir as informações e conhecimentos


necessários para que o(a ) técnico(a) entenda, com profundidade, sobre:

•o funcionamento do Seguro;
•suas relações com o zoneamento agrícola de risco climático;
•o papel do/a agricultor/a na gestão de risco na lavoura;
•as relações existentes entre a ATER, a pesquisa científica e a
melhoria continuada do SEAF.
Espera-se, por fim, que este material aumente a capacidade técnica do
sistema de ATER brasileiro para melhor orientar os(as) agricultores(as)
familiares sobre o Seguro da Agricultura Familiar.
08 Seguro da Agricultura Familiar
2

No capítulo 2 da Cartilha de Seguro da


Agricultura Familiar, você entenderá como
funciona o SEAF, as condições operacionais e
quais são os eventos cobertos por este sistema
de seguros.
2 Condições gerais do funcionamento do SEAF

As condições do SEAF podem mudar ano a ano, de acordo com a


evolução do Sistema. Informações atualizadas podem ser encontradas no
www.mda.gov.br/saf

Enquadramento
a Quem pode acessar e Culturas asseguradas
Público-alvo: agricultores familiares que tomam
financiamento de custeio agrícola no PRONAF nos grupos
C, D e E.
Culturas: as culturas contempladas são aquelas do
Zoneamento Agrícola publicado anualmente pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Entre
elas estão o arroz, cevada, feijão, feijão-caiupi, maçã, milho, soja, sorgo e trigo. São
contempladas, ainda, as culturas de banana, caju, mandioca, mamona e uva.
Consórcios: são contemplados, ainda, consórcios nos quais a cultura
principal está entre as relacionadas acima.
Culturas não-zoneadas: por exemplo, mamão, batata, tomate, cebola,
girassol, laranja etc, não poderão
O PROAGRO é uma modalidade de seguro agrícola que
acessar o SEAF, ficando opcional ao(à) não confere garantia de renda, incidindo a cobertura
agricultor(a) a adesão ao PROAGRO . sobre apenas 70% do valor financiado.

Ver sobre os grupos no Caderno de Ater nº 5 “A Cartilha de Pronaf”.

Adesão, Adicional,
b Valor Segurado, Cobertura e Gatilho
Adesão O adicional é a contribuição do(a)
Obrigatória para os grupos C e D agricultor(a) para acessar o seguro. O
Opcional para o grupo E adicional, somado a uma contrapartida
do Governo por contrato de seguro
estabelecido, corresponde ao prêmio
Adicional – sobre o valor segurado: pago à seguradora.
Grupos C e D = 2%
Grupo E = 4%

Valor Segurado
Igual ao valor financiado, mais o equivalente a 65% da Receita Líquida
Esperada, esta limitada a R$ 1.800,00 por agricultor/ano.

Cobertura
O valor da cobertura é igual a:
100% do Valor Segurado;
mais juros do financiamento;
menos a receita obtida com a colheita, as parcelas do financiamento não-
aplicadas e as perdas por causas não-amparadas.
10 Seguro da Agricultura Familiar
Condições gerais do funcionamento do SEAF

Gatilho
O gatilho corresponde à porcentagem de perda, a partir da qual o seguro
pode ser acionado. No caso do SEAF, podem ser
Receita Líquida Esperada = Receita
amparadas perdas iguais ou superiores a 30%. bruta – valor financiado.
Isto é verificado quando as perdas amparadas Receita Bruta é estimada para o
resultam em Receita Obtida menor que 70% da financiamento no momento de
fechamento do contrato de crédito.
Receita Líquida Esperada.

c Eventos cobertos Condições Específicas:


• Cevada nos Estados de Minas Gerais e
São Paulo somente tem cobertura para
o sistema de cultivo irrigado;
• Trigo, Maçã e culturas irrigadas não
têm cobertura para o evento seca.

•Granizo, seca, vendaval, tromba d’água, doença fúngica e praga sem


método de controle.
•Geada: cevada, trigo e maçã.
•Chuva na colheita: cevada e trigo.

d Exemplos de eventos não-cobertos

•Incêndio de lavoura.
•Enchente.
•Evento fora da vigência.

11
e Exemplos de fatores de perda da cobertura

•Tecnologia ou manejo inadequados;


•Não observância do Zoneamento Agrícola (solo não-indicado;
plantio fora do período indicado; sementes de cultivares não-habilitadas);
•Erosão ou não-conservação de solo;
•Práticas inadequadas de controle de pragas; Está em discussão, entre Governo e
entidades representativas dos(as)
•Falta de cuidados necessários no cultivo; Agricultores(as) Familiares, formas
•Cultura diferente da financiada; de registro oficial das sementes
•Área menor que a financiada; consideradas “crioulas”. Isto é
importante, pois muitos(as)
•Início da colheita antes da perícia; agricultores(as) têm o costume de
•Falta de comprovantes de insumos adquiridos; guardar sementes de um ano para o
•Lavoura conduzida fora das normas; outro e até de geração para
geração, sendo estas sementes
melhoradas pela própria cultura
dos(as) agricultores(as) e
adaptadas às condições climáticas
e culturais do local. As sementes
crioulas não são registradas no RNC
(Registro Nacional de Cultivares),
sendo este órgão voltado para as
empresas que desenvolvem e
comercializam variedades
melhoradas de sementes.

f Vigência do amparo do SEAF

EM LAVOURA TEMPORÁRIA
Inicia-se a partir da emergência das
plantas ou transplantio no local definitivo.

EM LAVOURA PERMANENTE
Inicia-se com o débito do Adicional.

A vigência do amparo encerra-se com a


retirada do produto da área de cultivo (colheita).

12 Seguro da Agricultura Familiar


Condições gerais do funcionamento do SEAF

g Comprovação de perdas e perícias

Em qualquer caso de perda o(a) agricultor(a) deverá preencher e


entregar ao banco uma Comunicação de Ocorrência de Perdas – COP.
• Em eventos como granizo e vendaval, o agricultor deverá entregar a
COP imediatamente após a ocorrência do evento;
• No caso de seca, é necessário aguardar a definição das perdas, mas a
COP deve ser entregue antes colheita.

Antes de efetivar a COP, é necessário avaliar:


• se as perdas são amparadas;
• se a receita com a lavoura será menor que 70% da receita esperada;
• e se as demais condições de operação do SEAF estão sendo cumpridas.

Mas, para que a COP seja


elaborada, é preciso uma perícia
técnica. Assim, é necessário que
o(a) técnico(a) responsável pelo
projeto de crédito vistorie toda a
área segurada, acompanhado
pelo(a) agricultor(a). O(a)
agricultor(a) deverá ter em mãos
os comprovantes de insumos,
fornecer outras informações
que forem solicitadas e
conferir, assinar e datar
o laudo de perícia.

h Alguns exemplos de operação do SEAF

l PERDA TOTAL
Um agricultor do Grupo C ou A/C do Pronaf financiou R$ 2.000,00 para
custeio de uma das culturas zoneadas.
•Receita Líquida Esperada = R$ 1.200,00
•65% da Receita Líquida Esperada = R$ 780,00
•Valor Segurado = R$ 2.780,00
•Adicional pago (2% sobre valor total segurado) = R$ 55,60
Havendo perda total, 100% do valor segurado é coberto pelo SEAF. O(a)
agricultor(a) liquida integralmente o financiamento e recebe R$ 780,00.

13
ll PERDA TOTAL
Um agricultor do Grupo D do Pronaf financiou R$ 4.000,00, aplicou todo
o valor do financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da
colheita.
•Receita Líquida Esperada = R$ 2.400,00
•65% da Receita Líquida Esperada = R$ 1.560,00
•Valor Segurado = R$ 5.560,00
•Adicional pago (2% sobre o valor segurado) = R$ 111,20
Havendo perda total, 100% do valor segurado é coberto pelo SEAF. O/a
agricultor(a) liquida integralmente o financiamento e recebe R$ 1.560,00.

lll PERDA TOTAL


Um agricultor do grupo E do Pronaf financiou R$ 10.000,00, aplicou todo
o valor do financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da
colheita.
•Receita Líquida Esperada = neste Este limite de até R$ 1.800,00 de
ressarcimento dos recursos próprios tem
caso, o que importa é que o valor de 65% da como objetivo garantir maior apoio aos
receita líquida esperada não pode agricultores familiares que financiam
ultrapassar R$ 1.800,00. valores menores.
•Valor Segurado = R$ 11.800,00
•Adicional pago (2% sobre o valor segurado) = R$ 236,00
Havendo perda total, 100% do valor segurado é coberto pelo SEAF. O(a)
agricultor(a) liquida integralmente o financiamento e recebe R$ 1.800,00.

lV PERDA PARCIAL 50%


Um agricultor do Grupo C ou A/C do Pronaf financiou R$ 2.000,00 para
custeio de uma das culturas zoneadas.
•Receita Líquida Esperada = R$ 1.200,00
•65% da Receita Líquida Esperada = R$780,00
•Valor Segurado = R$ 2.780,00
•Adicional pago = R$ 55,60
A receita bruta esperada é de R$ 3.200,00. Havendo perda de 50% (parcial),
o agricultor colhe o correspondente a R$ 1.600,00. Este valor é a Receita Obtida
(RO). Com o valor segurado de R$ 2.780,00, menos a RO de R$ 1.600,00, a família
agricultora recebe R$ 1.180,00 do SEAF. O(a) agricultor(a) liquida integralmente o
financiamento (R$ 2.000,00) e recebe R$ 780,00.

14 Seguro da Agricultura Familiar


3

O capítulo 3 da Cartilha do SEAF trata do


Zoneamento Agrícola, que é uma ferramenta
importante para poder trabalhar com o SEAF.
3 Zoneamento Agrícola de Risco Climático

acaí
mandioca

café

algodão

banana

soja

O Zoneamento Agrícola de Risco Para que haja o Zoneamento Agrícola de


Risco Climático, são necessários:
Climático é um instrumento técnico-científico •estudos e pesquisas científicas relacionadas
de política agrícola e de gestão de riscos na a climatologia (quantidade e distribuição de
agropecuária e está sob a responsabilidade do chuvas e temperatura), fenologia vegetal
(necessidades das plantas em água e
Ministério da Agricultura, Pecuária e radiação solar, duração do ciclo de produção
Abastecimento – MAPA. O zoneamento, como e Pedologia (tipo de solo e retenção de água);
veremos, é uma ferramenta crucial para a •habilitação de cultivares – A partir da análise
das características fenológicas de cada
operação do SEAF. cultivar e da adaptabilidade a cada região,
Iniciado na safra de 1996, este são recomendadas diversas cultivares
zoneamento é atualmente muito utilizado em registradas;
•indicativos de plantio – como resultado
todo o país. Ele funciona com base na análise desses estudos, são fornecidos períodos em
do solo, do clima e da planta a ser cultivada em que o plantio tem menor risco de perdas, com
uma determinada região. Assim, ajuda a a probabilidade de 80% de sucesso. Os
indicativos são tabulados para as variáveis
quantificar o risco de perda das lavouras por cultura, município, tipo de solo e ciclo da
seca ou outros eventos climáticos. cultivar.

Diferentemente de outros zoneamentos existentes, que foram elaborados com base nos conceitos de
potencialidade e aptidão, para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, além das variáveis analisadas
(solo, clima e planta), aplicam-se funções matemáticas e estatísticas (de freqüência e probabilidade) com
o objetivo de quantificar o risco de perda das lavouras devido à ocorrência de eventos climáticos
adversos, principalmente a seca.

16 Seguro da Agricultura Familiar


Zoneamento Agrícola de Risco Climático

Com isso, identifica-se para cada município a melhor época de plantio


das culturas nos diferentes tipos de solo e ciclos dos cultivares. Ou seja, ajuda
a minimizar a chance de que adversidades climáticas coincidam com a fase
mais sensível das culturas. Além disso, o zoneamento é de fácil entendimento
e adoção pelos agricultores, extensionistas, agentes financeiros, seguradoras
e demais usuários.

ministério da
agricultura
e mapa

universidade
embrapa

O zoneamento resulta do trabalho desenvolvido por entidades como a


Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR), a Empresa de Pesquisa Agrícola (Epagri), o
Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e
O zoneamento indica datas ou períodos
otimizados de plantio por município, por outras Fundações e Universidades.
correlacionados ao ciclo da cultura e ao tipo de A nua l me nt e , o M A PA ga r a nt e o
solo . Desse modo, esses dados são revisados
anualmente e divulgados pelo MAPA, em
funcionamento do zoneamento mediante
portarias publicadas no Diário Oficial da União, a revisão dos dados já disponíveis a partir
cada ano-safra e por Estado da federação. Assim, da última safra.
o zoneamento serve de orientação para o crédito
de custeio oficial, bem como para o As portarias que divulgam o
enquadramento no PROAGRO e no SEAF. zoneamento também indicam,
anualmente, as cultivares adaptadas às
diversas regiões e que possuem disponibilidade de sementes certificadas.
Para indicação no zoneamento, é necessário que as cultivares estejam
devidamente registradas no Registro Nacional de Cultivares - RNC do MAPA.
Os(as) produtores(as) de sementes devem encaminhar as informações sobre
as cultivares registradas à Coordenação Geral de Zoneamento Agropecuário.

As informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático


podem ser encontradas no site www.agricultura.gov.br na área
de "serviços" ou no site www.agritempo.gov.br. Essas informações também
são encaminhadas, via e-mail, para bancos, seguradoras, cooperativas,
Secretarias de Agricultura, agricultores(as) e demais usuários(as).
17
4

Neste capítulo, você entenderá melhor o que


significa a gestão do risco na agricultura.
Perceberá a grande responsabilidade do(a)
agricultor(a) em reduzir o risco de perdas através
do bom planejamento de sua produção.
Gestão de risco na agricultura familiar 4

O utro processo importante para o funcionamento do SEAF é o de


gestão de risco na agricultura familiar. Esta gestão é característica dos programas
de seguro e é fundamental para dar sustentação, no longo prazo, ao sistema de
pagamentos dos valores segurados num determinado ano-agrícola.
Tal gestão de riscos, como veremos, depende de vários fatores e “atores”
sociais envolvidos na produção agrícola. De um lado, está a política pública que
deve garantir o funcionamento do SEAF e, de outro, estão os(as) agricultores(as)
familiares envolvidos na produção e na gestão de risco na lavoura segurada.
Para uma eficiente gestão de riscos é preciso:

• atualizar a evolução das informações do Seguro (cálculos atuariais);


• definir as coberturas a serem realizadas;
• sistematizar as informações de risco na atividade agrícola familiar
e especificar as regras e procedimentos que garantam boas
condições administráveis e de funcionamento do Seguro;
• que os agentes de ATER orientem as famílias agricultoras para a
realização de procedimentos que diminuam os riscos na condução
das atividades produtivas, tendo a família agricultora, portanto, um
papel crucial.

Algumas particularidades do SEAF para a


a gestão de riscos na agricultura familiar

19
O SEAF foi criado com base nos princípios Apesar do lento desenvolvimento do
dos seguros agrícolas. No entanto, não é regido mercado de seguros agrícolas no Brasil,
temos bons avanços relacionados à gestão
pela legislação de seguros privados. Apesar do de riscos na agricultura familiar com a
SEAF não ser um programa de renda mínima ou implantação do SEAF. Dentre as causas
desse lento desenvolvimento, destacamos a
um seguro de emergência, no caso de perda da carência de bases de informações e
lavoura, o valor segurado cobrirá os custos de tecnologias na área de gestão de riscos.
produção e garantirá uma renda até que a Portanto, o Seguro da Agricultura Familiar
precisa avançar em um trabalho
próxima safra chegue . Esta garantia de renda é sistematizado nessa área. Isso envolverá
que tornará a atividade agrícola familiar mais algumas linhas de ação que dependem,
fundamentalmente, do avanço dos
estável e capacitada para continuar a produzir conhecimentos da agronomia e
alimentos e outros produtos essenciais para o agroclimatologia para a agricultura familiar.
desenvolvimento do país.

O SEAF não é um programa de renda mínima, nem um Os números do SEAF na safra 2004-2005
seguro de emergência. O Brasil já tem outros apontam um valor segurado médio da ordem de
programas nessas áreas, como é o caso do Bolsa- R$ 4.600 por produtor. Isso corresponde a
Família (Renda Mínima) e do Garantia-Safra (Seguro de uma renda bruta mensal superior a um salário
Emergência). Estes programas são voltados para mínimo (4600/13 = R$ 353,85). Subtraindo-se
públicos na linha de pobreza e têm benefícios de os custos de produção (geralmente entre 40% e
menor valor, podendo atender grande número de 60%), tem-se uma renda líquida mensal inferior
pessoas com orçamento modesto e sem risco de a um salário mínimo. Contudo, no agregado
grandes impactos nas contas públicas. dos 543,8 mil produtores amparados, o valor
total segurado nessa safra foi de R$ 2,5 bilhões.

Um dos princípios básicos de um seguro agrícola, como vimos, é que há


um adicional a ser pago pelos(as) agricultores(as) no momento de contratação
do crédito de custeio. O conjunto deste adicional, somado aos recursos
públicos, deve gerar prêmios cuja soma é suficiente para cobrir os gastos com
indenizações pagas aos agricultores que perderam sua safra, além dos custos
administrativos da operação do Seguro.
Quando o prêmio é subsidiado pelo
governo, este deve direcionar uma parcela
que complete o valor do somatório dos
prêmios pagos pelos produtores.

Os adicionais pagos pelos agricultores devem, a médio prazo, formar


recursos para os fundos de reserva. Isso pode não ocorrer em um ano em
particular, mas deve se verificar na média de uma série de anos.
20 Seguro da Agricultura Familiar
Gestão de risco na agricultura familiar

O papel dos(as) agricultores(as) e dos(as)


b técnicos(as) na gestão de risco da lavoura

Antes de decidir o que irá cultivar, a família agricultora deve buscar


orientações junto à Rede de ATER para garantir alguns cuidados e
procedimentos que são importantes para o sucesso da atividade produtiva e
para uma eventual cobertura do SEAF. O que se espera da ATER, em suma, é
que ela ajude as famílias agricultoras a melhorar a qualidade de suas lavouras,
a reduzir o nível de risco na atividade agropecuária e a conferir uma certa
estabilidade nos fluxos de renda.

Assim, durante todas as fases da lavoura,


os(as) agricultores(as) devem:

Resiliência é a capacidade de um sistema de


escolher sistemas de produção em resistir a perturbações, como
produção mais resilientes por exemplo a seca. Cultivos consorciados
e que minimizem os efeitos tendem a ser mais resilientes e sustentáveis
que monocultivos, pois acumulam mais
de eventos agroclimáticos; matéria orgânica no sistema e conservam a
humidade por mais tempo.

utilizar tecnologia
adequada para a
cultivar escolhida;

aplicar tratos culturais e


insumos necessários para
o bom desenvolvimento
da(s) cultura(s);

21
guardar as notas fiscais dos insumos
adquiridos e manter registros de
insumos de base ecológica fabricados
na própria propriedade;

prevenir e combater pragas,


doenças e outros riscos para
a produção.

Insumos de base ecológica são aqueles utilizados em sistemas agroecológicos de produção, os quais
podem ser elaborados, com qualidade, na própria propriedade rural, a exemplo do biofertilizante e do
composto. Isto não descarta a aquisição de certos insumos de base ecológica, como o próprio esterco
(quando a propriedade não integra efetivamente a produção animal à vegetal) e os microelementos.

Já antes de aprovar o financiamento de custeio, ou seja, até a


contratação, os(as) agricultores(as) devem confirmar o cumprimento de
condições básicas para a cobertura do Seguro, entre elas:

• identificar o tipo e a
profundidade de solo da
propriedade (mínimo de 50 cm
de profundidade);
• verificar se a declividade do
terreno é inferior a 45%;
• confirmar se a cultura é
indicada no Zoneamento para o
Município, correlacionando o
tipo de solo da propriedade e o
É fundamental que a cultivar esteja
ciclo da cultivar escolhida. habilitada no Zoneamento e que haja
disponibilidade da variedade em questão.

No momento de uma possível renovação do SEAF, os(as) agricultores(as)


devem garantir as condições do ano anterior (mesmo produto, área etc).
Os cuidados com o planejamento da produção devem seguir as boas
práticas agrícolas e contemplar todo o ciclo das culturas escolhidas para a
safra.
Assim, é preciso especial atenção para:

O PREPARO DO SOLO
•análise do pH e da fertilidade do solo;
•adotar práticas de conservação de solo (curvas de nível) e correção de
eventuais deficiências minerais;

22 Seguro da Agricultura Familiar


Gestão de risco na agricultura familiar

O PLANTIO
• plantar nas datas indicadas no
zoneamento;
• usar sementes habilitadas no
zoneamento;
• confirmar se há umidade suficiente
no solo e conferir a previsão de
chuvas para os dias seguintes;
• revolver o solo o mínimo possível,
optando, sempre que possível, pelo
plantio direto.

O CULTIVO
• manejar e controlar ervas daninhas, doenças e pragas;
• efetuar adubação de cobertura;

A COLHEITA
• confirmar condições adequadas – maturação, umidade dos grãos e
previsão de chuvas;
• agilizar os procedimentos de colheita;
• não deixar o produto na lavoura.

23
5

O assunto que vamos tratar agora diz respeito à


integração deste Sistema de Seguro Agrícola com
as Redes de ATER e a pesquisa científica,
ressaltando a importância das unidades de
referência e da articulação necessária para a
formação do Banco de Dados do SEAF.
Interação do SEAF com as
redes de ATER e pesquisa científica 5

H á uma natural relação entre um seguro agrícola para agricultores


familiares e o sistema de assistência técnica e extensão rural ATER. Pela própria
necessidade de delimitar os riscos cobertos pelo sistema e de conferir ao SEAF
condições administráveis, o sucesso do Seguro depende de uma forte interação
com o sistema de ATER.

O objetivo do SEAF não é simplesmente o de Se o(a) agricultor(a) adotou


cobrir perdas. O SEAF foi criado para que a procedimentos adequados na
condução da lavoura e tomou as
família agricultora possa plantar com segurança medidas preventivas que seriam
e garantia de renda. Mas é importante lembrar cabíveis, mas houve perdas por
que essa renda deve vir, em primeiro lugar, de evento amparado, então ele(a)
poderá recorrer ao Seguro e
um trabalho consistente de produção. receber a indenização.

Em outras palavras, dentre as ações e responsabilidades em gestão de riscos,


algumas cabem às próprias famílias agricultoras. Porém, para que isso ocorra na
prática, é necessário que tenham acesso às informações necessárias para a
adequada condução de suas lavouras e criações .
Na atual realidade, há um grande
contingente de agricultores(as)
familiares para os(as) quais é
imprescindível o assessoramento
pela rede de assistência técnica e
extensão rural brasileira.

Ao orientar e acompanhar os(as) agricultores(as), realizando visitas no


local da produção, o trabalho da ATER naturalmente gera um importante
conjunto de informações. Este conjunto deve ser sistematizado para
constituição de uma base de dados e para
aproveitamento em pesquisas científicas voltadas Exemplos concretos relacionados
com o campo da pesquisa
para gestão de riscos e para outros temas de científica são os trabalhos sobre
interesse da agricultura familiar. condicionantes da produtividade e
Assim, o planejamento da Secretaria da riscos agroclimáticos.
Agricultura Familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) prevê ações envolvendo cooperação
entre o SEAF e a Rede de ATER, que vem sendo implementadas a partir do ano
agrícola 2005-2006. Tais ações compreendem, ainda, a articulação com um
sistema de pesquisa científica de suporte.
25
As unidades de referência
a para o monitoramento do SEAF

A Política Nacional de
Assistência Técnica e Extensão
Rural (PNATER) prevê o
acompanhamento dos
financiamentos de custeio do
Grupo C do Pronaf, por meio do
trabalho integrado com a rede
nacional de ATER conveniada
pelo MDA. O objetivo é
construir uma ampla rede de
unidades de referência que
cubra todas as regiões do país.
Para tanto, cada técnico(a) pode
assessorar um grupo de até 200
agricultores(as), garantindo a
metodologia que se segue.

• Orientação, a todo o grupo, quanto às condições do SEAF, particularmente


sobre cuidados e procedimentos nas diversas fases da condução da lavoura.
• Seleção de 5% dos empreendimentos para serem acompanhados mais
detidamente pelo(a) técnico(a) com critérios em elaboração na SAF/MDA para
que se obtenha uma amostra representativa por produto e por micro-região.
Cada um desses empreendimentos selecionados devem receber três visitas:
l - antes do próximo plantio;
ll - depois da emergência das plantas;
lll - imediatamente antes da colheita.

Em cada visita, o técnico repassará à família agricultora as orientações


que se fizerem necessárias com relação à condução do empreendimento e ao
SEAF, e colherá, em formulários fornecidos pela SAF/MDA, dados sobre:

l - área a ser cultivada, condições do Zoneamento Agrícola (tipo de solo,


inclinação, profundidade, indicativo de plantio etc.) e adequação à
cultura pretendida;

ll – tecnologia empregada;

lll – desempenho da lavoura;

lV – ocorrência de eventos agroclimáticos adversos.

26 Seguro da Agricultura Familiar


Interação do SEAF com as redes de ATER e pesquisa científica

O processo de coleta de informações deve ser sistematizado de modo a


alimentar os trabalhos de pesquisa científica e a constituição de uma base de
dados. Os empreendimentos selecionados serão as unidades de referência .

As unidades de referência serão importantes instrumentos para difundir as


experiências positivas e negativas e demais conhecimentos gerados e constituir-se
como referências para os trabalhos de pesquisa que serão desenvolvidos.

Articulação entre SEAF, ATER e pesquisa


b científica para criação de uma Base de Dados
O Centro Nacional de Pesquisa e Tecnologia para a Informática
Agropecuária (CNPTIA-EMBRAPA), localizado na Unicamp/Campinas/SP,
coordena equipes de especialistas da Rede Nacional de Pesquisa, envolvendo
os seguintes procedimentos:

• revisão anual e aperfeiçoamento do


zoneamento agrícola, com atenção aos Essa base de informações ajudará,
ainda, a definir metodologias de
aspectos próprios da agricultura familiar; avaliação de impacto de eventos
• ampliação do zoneamento agrícola, agroclimáticos sobre: produtividades;
incluindo consórcios e novas culturas; sistemas de produção e estimativas de
rendimento; indicativos de plantio;
• metodologias para estimativas de normatizações sobre técnicas de
rendimento, considerando fatores cultivo; metodologias de
climáticos (disponibilidade de água, periciamento; entre outras.
temperatura etc.) e de sistemas de
produção;
• sistema de acompanhamento de eventos climáticos e previsão de
impacto no SEAF;
• sistema de acompanhamento da qualidade das perícias.

27
A estruturação de uma base de dados possibilitará, ao longo do tempo,
acumular informações para a melhoria da gestão de riscos na agricultura
familiar. Os dados coletados serão estruturados em um sistema informatizado
que possibilite gerenciamento e acesso com eficiência.

c Cooperação com outros agentes

A criação do SEAF pautou-se numa estratégia de articulação entre o MDA


e instituições parceiras para operar o Programa. Nessa articulação participam
as seguintes instituições, com as respectivas responsabilidades:

• Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – gestão de risco no SEAF;


definir as políticas para o SEAF, monitorar e operar o Programa, promover
estudos e pesquisas científicas para o aprimoramento do Sistema;

• Ministério da Fazenda – liberação dos recursos governamentais do SEAF;

• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – coordenação do


Zoneamento Agrícola e da Comissão Especial de Recursos (CER) do PROAGRO;

• Banco Central – como administrador do PROAGRO, responde também pela


gestão financeira e orçamentária do SEAF;

• Agentes financeiros(as) – atuam no financiamento do PRONAF e operam o SEAF.

• Técnicos(as) de periciamento.

28 Seguro da Agricultura Familiar


Interação do SEAF com as redes de ATER e pesquisa científica

d Benefícios para os agentes envolvidos

Verificamos um amplo conjunto de benefícios potenciais para os


agentes envolvidos na operação do SEAF, entre eles:

I - FAMÍLIA AGRICULTORA NAS UNIDADES DE REFERÊNCIA

•acompanhamento presencial e mais freqüente do(a) técnico(a);


•orientação quanto a técnicas de cultivo e alternativas de culturas apropriadas;
•possibilidades de crescimento em produtividade, qualidade e rendimentos;

II - AGRICULTORES(AS) FAMILIARES EM GERAL

• sustentabilidade do programa e do princípio de garantia de renda;


• viabilização de coberturas abrangentes e em nível adequado;
• viabilização de adicionais adequados à realidade, evitando custos
relativamente altos na contratação do Seguro;

III - INSTITUIÇÕES DE ATER

• obtenção de recursos extraorçamentários;


• sinergias com os trabalhos de ATER já realizados;
• possibilidade de participação na formulação das ações para maior
efetividade dos trabalhos;
• participação nos trabalhos de pesquisa e possibilidade de acesso aos
resultados;

29
IV - INSTITUIÇÕES DE PESQUISA CONVENIADAS

• obtenção de recursos extraorçamentários;


• sinergias com os trabalhos de pesquisa em andamento, possibilitando
economias de escala e de escopo;
• acesso a uma ampla rede de trabalhos de campo;
• composição de uma ampla amostra para coleta de informações;
• possibilidade de participação na formulação das ações para maior
efetividade dos trabalhos;

V - GOVERNO FEDERAL

• melhor conhecimento dos fatores de risco, possibilitando torná-los


mais administráveis;
• redução da imprevisibilidade dos gastos;
• redução dos custos com indenizações;
• geração de condições para, no futuro, vir a ser criado um fundo,
possibilitando melhor gestão orçamentária;

VI - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

• viabilização e sustentabilidade do programa, possibilitando reduzir o risco


da carteira de crédito do pronaf;
• possibilidade de cooperação em pesquisas, particularmente as voltadas para
sistemas de produção e produtividade, que contribuirão para aprimoramento
do sistema de análise de risco das operações de crédito rural.

30 Seguro da Agricultura Familiar


6

Finalmente o capítulo 6 mostra quais são os


desafios e oportunidades que o Seguro da
Agricultura Familiar traz, com a finalidade de
aperfeiçoar e ampliar os resultados positivos
alcançados até agora.
6 Considerações finais

O SEAF é uma política pública que precisa ser constantemente


monitorada e melhorada, para que a atividade agrícola familiar se fortaleça e
possa se beneficiar de forma crescente desta ferramenta de apoio. No entanto,
alguns desafios permanecem no nosso caminho, entre eles:

•a evolução das instituições existentes para um eficiente


funcionamento do SEAF. Assim, se torna fundamental a automatização e a
racionalização dos processos, para se ter mais eficiência, reduzir os
riscos e os tempos de resposta (comunicação de perdas e pagamento de
indenizações) e permitir o monitoramento do SEAF;

• a capacitação do perito da rede de ATER


conectada aos projetos produtivos amparados pelo
SEAF, segundo o Manual do Crédito Rural
(www.bcb.gov.br). A capacitação permanente de
peritos é um desafio importante a ser superado;

• o aprimoramento contínuo do Zoneamento


Agrícola;

• O desenvolvimento crescente de
Unidades de Referência e a articulação
efetiva entre SEAF, ATER e Pesquisa
Científica. Permanece como desafio,
neste sentido, implementar a ATER em
todo o público do SEAF;

• a compatibilidade com os padrões


internacionais de seguro agrícola, atingindo
índices crescentes de eficiência quanto à relação
de sinistros ocorridos (perda da lavoura) frente ao
número total de projetos produtivos amparados
pelo Seguro;

• ter uma estrutura de prêmios diferenciados conforme os riscos nas


lavouras e os riscos dos(as) agricultores(as). Assim, poderemos
desenvolver bonificações para as famílias que menos riscos demonstram
no decorrer dos anos amparados pelo SEAF, por meio de uma menor
alíquota paga pelo Segurado ou pela cobertura do Seguro;

• a sustentabilidade do Programa será um desafio permanente na


evolução do SEAF.

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Informações

www.mda.gov.br
www.mutuando.org.br
www.peagade.com.br
PROGRAMA DE EXTENSÃO RURAL AGROECOLÓGICA DE BOTUCATU E REGIÃO

www.mutuando.org.br

Secretaria da
Agricultura Familiar

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